Deputadas do PS pedem explicações ao autarca que recusou enterro de cidadão cigano
Presidente da junta de Cabeça Gorda recusou enterro alegando que o indivíduo não era natural nem residia na freguesia. (...)

Deputadas do PS pedem explicações ao autarca que recusou enterro de cidadão cigano
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Ciganos Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente da junta de Cabeça Gorda recusou enterro alegando que o indivíduo não era natural nem residia na freguesia.
TEXTO: As deputadas socialistas Idália Serrão, Sandra Pontedeira e Wanda Guimarães pretendem saber em que critérios se baseou Álvaro Nobre (CDU), presidente da Junta de Freguesia da Cabeça Gorda no concelho de Beja, para recusar o enterro de um cidadão de etnia cigana no cemitério da freguesia a que preside. A família do cidadão, que morreu de doença cardiovascular no Centro de Saúde Moura na quinta-feira da semana passada, tinha pedido ao autarca autorização para que o corpo fosse inumado no cemitério da Cabeça Gorda, pedido que o presidente da junta recusou, alegando que a pessoa em causa não era natural nem residia nesta freguesia. As três deputadas referem no seu pedido de esclarecimento, que enviaram ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que consideram “incompreensível a alegada recusa declarada pelo presidente da Junta de Freguesia e pelos serviços da mesma Junta de Freguesia”. A decisão do autarca, a confirmar-se, “configura um acto injustificável e incompreensível, de manifesta exclusão social, que viola a Constituição da República Portuguesa”, assinalam. Por considerarem de “absoluta importância” o esclarecimento da situação, as deputadas solicitam que o autarca Álvaro Nobre confirme se “recusou acolher nos equipamentos públicos da freguesia, casa mortuária e cemitério, os restos mortais de um cidadão português de etnia cigano. Em caso afirmativo, pretendem saber em que se baseou para ter feito a recusa. Se a primeira questão for confirmada pelo autarca, as deputadas socialistas perguntam-lhe se reconhece na decisão tomada “um acto xenófobo e racista” e se em “ocasiões futuras” que posição tomará a Junta de Freguesia da Cabeça Gorda sempre que lhe seja solicitada autorização para o enterro de cidadãos portugueses de etnia cigana.
REFERÊNCIAS:
Étnia Cigano
Para que diabo é preciso referir a etnia?
O uso do condicional — ou de expressões como “supostamente”, “alegadamente”, “presumivelmente” — não é um capricho. É um compromisso ético entre o dever de informar e o dever de respeitar o princípio da presunção de inocência que está consagrado na Constituição. (...)

Para que diabo é preciso referir a etnia?
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Ciganos Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O uso do condicional — ou de expressões como “supostamente”, “alegadamente”, “presumivelmente” — não é um capricho. É um compromisso ético entre o dever de informar e o dever de respeitar o princípio da presunção de inocência que está consagrado na Constituição.
TEXTO: Não era um caso tratado com tempo. Era aquilo a que na gíria jornalística se chama um “caso do dia”. A primeira informação viera da PSP, via agência Lusa. Tudo teria começado às 16h56. Quatro familiares de um aluno teriam invadido a Escola Básica do Lagarteiro, um bairro social situado no extremo oriente do Porto, e agredido ao soco e ao pontapé uma professora de Educação Física que o teria repreendido. Não dava para ir lá. Já passava das 19h. Os intervenientes já lá não estavam. Já não dava para falar com a professora, nem com os familiares do aluno de oito anos. Aproximava-se a hora do fecho da edição de papel. Era preciso arranjar o número do director do agrupamento, da coordenadora da escola, da associação de pais, de quem quer que pudesse ajudar a esclarecer o que acontecera. Já só consegui falar com o oficial de dia da PSP, o presidente da junta e alguns moradores. Fiz uma pequena notícia. Qualquer jornalista que queira preservar a sua sanidade mental sabe que não deve ler comentários aos seus textos. “Há um motivo para tipicamente ficarem na parte de baixo da página”, como alguém escreveu numa conta do Twitter que se chama Don’t read the comments. “Ninguém se esconde ali a não ser almas furiosas e inquietas. ” Só que nem sempre resisto. Aquela pequena notícia deu origem a um chorrilho de comentários preconceituosos. Havia uns quantos reparos sobre os tempos verbais que eu escolhera, muitíssimas suposições sobre os suspeitos e uma grande dose de ódio. Que fazer? Ignorar, como era suposto? Recolhê-los e fazer uma espécie de estudo-de-caso? Podia ser útil para uma oficina sobre diversidade nos media ou sobre literacia mediática — ou para uma crónica. 1. “O que eu acho ‘estrondoso’ nesta notícia é o uso da expressão ‘terão agredido’, como que a pôr em causa a agressão presenciada e testemunhada por populares e confirmada pela autoridade”, escreve um leitor na caixa de comentários do PÚBLICO. “Concordo plenamente e obrigada pelo comentário. Desejo à professora agredida uma recuperação rápida e sem sequelas”, escreve outro leitor. O uso do condicional — ou de expressões como “supostamente”, “alegadamente”, “presumivelmente” — não é um capricho. É um compromisso ético entre o dever de informar e o dever de respeitar o princípio da presunção de inocência que está consagrado na Constituição. O artigo 32. º estabelece que “todo o arguido se presume inocente até ao trânsito em julgado da sentença de condenação”. Merece menos cuidado quem ainda nem sequer é arguido?O capítulo sobre deveres do Estatuto dos Jornalistas é claro: compete ao jornalista "abster-se de formular acusações sem provas e respeitar a presunção de inocência". O Livro de Estilo do Público também: "O direito ao bom nome e a presunção da inocência até condenação em tribunal — ou, no caso de uma investigação própria do jornal, até prova absolutamente indiscutível — são escrupulosamente garantidos nas páginas do PÚBLICO. "2. “Por que motivo não dizem que foram ciganos? Têm medo?”, pergunta um leitor na página do PÚBLICO no Facebook. “É pena é ninguém dar cabo dessa ciganada toda”, comenta outro. E logo outro: “Notícia politicamente correcta para não ofender os coitadinhos. ” E logo outro: “Ora, se me permitem extravasar a minha veia preconceituosa. . . Os agressores eram ciganos (etnia, claro) não eram? Então a notícia acaba assim? Os jornalistas não acabaram de fazer a cobertura total do acontecimento?” Mais um exemplo: “Porquê que o jornalixo não diz se são ciganos? Proteger essa gente para que continuem a receber casas e subsídios de borla?” E outro: “Para a notícia não fugir à verdade deviam esclarecer que são todos de etnia cigana e que mais uma vez provam que não respeitam nada nem ninguém, é que se acham com direito a tudo. ” Ainda outro: “Os mesmos de sempre e ninguém faz nada e com esta cambada de jornaleiros que não têm a coragem de dizer qual a etnia dos atacantes e ainda os defende. Estamos feitos. O jornalixo ataca de novo. Será que o SOS Racismo vai dar a cara agora?”A não referência a características étnico-raciais também não é um capricho. É outro compromisso ético. “Ninguém deve ser qualificado pela sua origem étnica, naturalidade, confissão religiosa, situação social, orientação ou preferências sexuais, deficiências físicas ou mentais — excepto quando essa qualificação for indispensável à própria informação, isto é, se não é relevante, não se menciona; se se menciona, tem de se justificar”, dita, por exemplo, o Livro de Estilo do PÚBLICO. Naquele caso concreto, que importava se os quatro suspeitos faziam ou não parte de um grupo minoritário? Nada. Havia alguma motivação étnico-racial? Não. Quanto muito descontrolo emocional, crueldade, contexto explosivo. Se a etnia fosse relevante para entender o sucedido, seria necessário fazer o enquadramento, isto é, deixar claro o motivo pelo qual tal referência estava a ser feita. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. 3. O que acabo de apontar são dois princípios muito básicos do jornalismo, mas às vezes parece que temos de lembrar o óbvio para não nos perdermos do essencial. Ao leitor não familiarizado com os códigos da profissão bastará pensar na razão pela qual algumas pessoas assumiram de imediato que aqueles quatro adultos eram de etnia cigana. Todas as agressões a professores são atribuíveis a ciganos? Não. A população cigana portuguesa não chega a constituir 1% da população total do país. Padece de grande invisibilidade na sociedade em geral, algo por certo inseparável da pobreza e da exclusão em que vive a esmagadora maioria. Tem, contudo, uma grande visibilidade nas notícias. As notícias que a envolvem tendem a incidir sobre pobreza, absentismo e abandono escolar, casamento precoce e, nalguns media que insistem em referir a etnia quando não é relevante, tráfico de droga, roubos, rixas. Há mais ciganos do que não ciganos a traficar, a roubar ou a andar à pancada? Não. Se nuns casos é repetidamente referida a etnia e noutro não, que ideia fica?Não quero desvalorizar o espírito crítico de cada um. Quero, apenas, recordar que grande parte daquilo em que cada um de nós acredita sobre realidades alheias ao nosso quotidiano vem da informação produzida pelos órgãos de comunicação social e, cada vez mais, de outros conteúdos difundidos pelas redes sociais. Devem os jornalistas, de forma deliberada, reproduzir preconceitos e estereótipos e fomentar discriminação? Não me parece. Já basta o que reproduzimos sem querer — por ignorância e falta de tempo para pensar.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Palavras, expressões e algumas irritações: Mediterrâneo
Nos últimos anos, este mar azul, de águas muito salinas e temperaturas amenas, tem sido notícia não pela geografia física, mas pela geografia humana. Em rigor, desumana. (...)

Palavras, expressões e algumas irritações: Mediterrâneo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Asiáticos Pontuação: 6 Migrantes Pontuação: 5 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nos últimos anos, este mar azul, de águas muito salinas e temperaturas amenas, tem sido notícia não pela geografia física, mas pela geografia humana. Em rigor, desumana.
TEXTO: Escreve um dicionário comum sobre “Mediterrâneo”: “Mar que banha a Europa e os continentes africano e asiático. ” Descreve ainda: “Que se situa entre terras, continentes. ”A enciclopédia geográfica é mais rigorosa, como se esperaria: “Mar intercontinental, situado entre a Europa meridional o Norte de África e o Sudoeste da Ásia. Pelo Ocidente comunica com o Atlântico, através do estreito de Gibraltar, e por Este, através do canal do Suez, com o Índico. A sua extensão (2. 505. 000km2), o seu tráfego e a sua história tornaram-no um dos mares mais importantes do globo. ”Nos últimos anos, este mar azul, de águas muito salinas e temperaturas amenas, tem sido notícia não pela geografia física, mas pela geografia humana. Em rigor, desumana. De tal modo que nasceu uma organização de nome SOS Mediterrâneo. As mais recentes envolvem as 629 pessoas a bordo do Aquarius, que ficarão a salvo (do mar). Mas não faltam histórias dramáticas, que transformaram o Mediterrâneo num imenso cemitério. E assim vai continuar, como alertou a directora-geral da SOS Mediterrâneo, Sophie Beau: “É a ausência de meios cruciais para salvar vidas e são novas vítimas que acontecem debaixo dos nossos olhos, são mortes anunciadas. ” E questionava: “Enquanto o Aquarius vai fazer 1500 quilómetros para desembarcar os migrantes em Valência, o que se passa na zona de naufrágio?”Dizia recear “um grande vazio ao largo da costa líbia, onde todos os dias dezenas de pessoas tentam atravessar em embarcações improvisadas”. Na terça-feira, 41 náufragos foram socorridos e pelo menos 12 pessoas morreram. Notícia de dia 3 de Junho: “De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), desde o início de 2018 e até 30 de Maio chegaram à Europa 32 mil migrantes por via marítima. Cerca de 660 morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo. Em 2017, chegaram 70. 870 pessoas por mar e 1724 morreram na travessia. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Título no mesmo dia: “Ilhas de sonho no Mediterrâneo para ir de férias aqui ao lado. ”Como bem reflectiu Jorge Almeida Fernandes, no artigo “Quando faltam as ‘boas notícias’”, “vivemos uma época em que domina a incerteza, bem resumida na expressão ‘já não entendo este mundo’”. É exactamente isso. A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano Asiático
ERSE quer evitar que Galp exija aos consumidores devolução de 150 milhões
Regulador defende descida dos preços do gás natural e quer criar solução que impeça Galp de recuperar nas tarifas o montante da contribuição extraordinária. (...)

ERSE quer evitar que Galp exija aos consumidores devolução de 150 milhões
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Regulador defende descida dos preços do gás natural e quer criar solução que impeça Galp de recuperar nas tarifas o montante da contribuição extraordinária.
TEXTO: A Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos (ERSE) quer garantir que mesmo que a Galp conteste em tribunal a taxa extraordinária de 150 milhões de euros aplicada aos seus contratos de importação de gás natural, e ganhe, os consumidores não vão ser obrigados a devolver futuramente esta quantia nas suas facturas mensais. A contribuição extraordinária de 50 milhões de euros anuais a aplicar à Galp até 2017 foi anunciada pelo Governo em Janeiro e aprovada na Assembleia da República na semana passada. Com ela, o ministro da Energia quer que as tarifas de gás natural desçam entre 3% a 5% para os consumidores domésticos e industriais (que concentram a fatia de leão do consumo de gás) já a partir de Abril, quando a ERSE efectuar a próxima revisão tarifária. “Certamente que nós, no dia 15 de Abril, iremos apresentar a nossa proposta de tarifas e, nesse momento, iremos também explicitar a metodologia que iremos adoptar para que essa possibilidade, a de que haja desvios associados à aplicação dessa lei, não possa existir”, disse Vitor Santos esta quinta-feira, à margem de um encontro com a imprensa para apresentar novas iniciativas no âmbito da defesa dos consumidores. “Vamos apresentar uma solução que blinde essa situação e que não crie ónus para mais tarde”, garantiu o regulador a propósito da possibilidade de a Galp recorrer a tribunal para ser ressarcida e ser-lhe dada razão. Escusou-se, no entanto, a adiantar mais detalhes. “Faz todo o sentido que haja partilha de benefícios relativamente à venda dos excedentes desses contratos”, disse Vítor Santos, lembrando que essa já tinha sido a posição defendida pela entidade reguladora em 2006, quando o mercado do gás foi reestruturado e a actividade de transporte passou para a REN, ficando a Galp com a distribuição e a comercialização. Nessa ocasião, a empresa conseguiu manter na sua esfera os contratos de aprovisionamento de longo prazo com a Argélia e a Nigéria, os chamados contratos take or pay. “Em 2006, chegámos a publicar regulamentos que defendiam esse perspectiva, depois houve a publicação de um decreto-lei e a modificação de um contrato de concessão que contrariou essa posição”, lembrou Vítor Santos. Face aos diplomas publicados pelo então ministro da Economia, Manuel Pinho, a ERSE (à data presidida por Jorge Vasconcelos) foi forçada a alterar os seus regulamentos, mas a posição actual "mantém-se a mesma que em 2006", assegurou o actual presidente. Esta posição foi, aliás, defendida num parecer enviado pela ERSE à Assembleia da República no processo de aprovação da proposta do Governo. Sobre o montante em cima da mesa (50 milhões por ano, a pagar em três anos, até 30 de Maio) o presidente da ERSE reconheceu que “são valores que assentam em estimativas e é sempre possível chegar a diferentes cenários para essas situações”. Mas o que “é importante para esta matéria é que, tendo havido de facto venda de excedentes e não tendo os consumidores beneficiados dessa situação, que de alguma maneira o possam ser”. Daí que a ERSE considere que os 150 milhões de euros são “um valor de referência que parece aceitável”. “Estamos absolutamente de acordo com o processo de partilha de benefícios”, reafirmou o regulador. Os contratos take or pay implicam que a Galp compre as quantidades pré-estabelecidas aos seus fornecedores, mesmo que não tenha procura. Quando o consumo de gás em Portugal começou a diminuir, a empresa liderada por Ferreira de Oliveira desviou estes excedentes para os mercados asiáticos, onde a procura aumentava, enquanto os preços subiam nos mercados internacionais. É nas mais-valias geradas neste processo que o Governo (e o regulador) vêem os benefícios que a Galp não partilhou com os consumidores, pelos contratos que assinou enquanto ainda era a incumbente. No diploma que incluiu estes contratos de longo prazo na lista de activos sob os quais incide a contribuição extraordinária sobre o sector energético (CESE), refere-se que a Galp só será compensada com os chamados ajustamentos tarifários positivos (os montantes que a empresa tem direito a receber a cada revisão trimestral das tarifas para acautelar desvios de mercado) se pagar a CESE. O direito de receber, através das tarifas de gás natural, o montante dos ajustamentos tarifários referentes a anos anteriores, definidos para efeitos de sustentabilidade de mercados e dos encargos financeiros associados devidos à entidade titular da licença de comercialização de último recurso grossista de gás natural […] fica condicionado ao pagamento integral” da CESE, diz o documento. Na sua proposta de lei, o Governo recordava que a extensão da CESE aos contratos de gás reconhecia "as condições vantajosas inerentes à atribuição, pelo Estado, do título que habilita [à Galp] o exercício da actividade em causa e, logo, da detenção dos mencionados contratos e os benefícios daí decorrentes”.
REFERÊNCIAS:
Melbourne continua a ser a melhor cidade do mundo para se viver
Pela segunda vez consecutiva, Melbourne, na Austrália, é a melhor cidade do mundo para se viver. O pódio do City Liveability Ranking mantém-se igual ao do ano passado com Viena (Áustria) e Vancouver (Canadá) a ocuparem as segunda e terceira posições. O ranking é elaborado pela Economist Intelligence Unit, que faz parte do grupo que edita a revista The Economist. Neste ano não há grandes surpresas no City Liveability Ranking, que todos os anos apresenta a lista das 140 melhores cidades do mundo para se viver. As posições são definidas com base numa combinação de estabilidade, cuidados de saúde, acesso à cultura e ... (etc.)

Melbourne continua a ser a melhor cidade do mundo para se viver
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.568
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
TEXTO: Pela segunda vez consecutiva, Melbourne, na Austrália, é a melhor cidade do mundo para se viver. O pódio do City Liveability Ranking mantém-se igual ao do ano passado com Viena (Áustria) e Vancouver (Canadá) a ocuparem as segunda e terceira posições. O ranking é elaborado pela Economist Intelligence Unit, que faz parte do grupo que edita a revista The Economist. Neste ano não há grandes surpresas no City Liveability Ranking, que todos os anos apresenta a lista das 140 melhores cidades do mundo para se viver. As posições são definidas com base numa combinação de estabilidade, cuidados de saúde, acesso à cultura e ambiente e infra-estruturas. De 0 a 100, as cidades recebem uma pontuação geral e por categorias, sendo que 0 corresponde a “Intolerável” e 100 a “ideal”. Tal como aconteceu em 2011, Melbourne, na Austrália, continua na liderança (97, 5 pontos), e o pódio completa-se com Viena, a capital da Áustria, na segunda posição (97, 4 pontos) e Vancouver, no Canadá, na terceira (97, 3pontos). O estudo justifica estas posições com desenvolvimentos nas infra-estruturas. Segundo a Economist Intelligence Unit, as primeiras posições são ocupadas por “cidades de tamanho médio dos países mais ricos com uma densidade populacional relativamente baixa”. Do quarto ao décimo lugar, as sete melhores cidades para se viver são: Toronto (Canadá), Calgary (Canadá), Adelaide (Austrália), Sydney (Austrália), Helsínquia (Finlândia), Perth (Austrália) e Auckland (Nova Zelândia). Apenas 1, 8 pontos separam Melbourne de Auckland, que ocupa a décima posição. Nas 50 primeiras posições não há nenhuma cidade portuguesa. No fim da tabela as dez últimas posições – da pior para a melhor cidade para se viver – são ocupadas por: Daca (Bangladesh), Port Moresby (Papua-Nova Guiné), Lagos (Nigéria), Harare (Zimbabwe), Argel (Argélia), Carachi (Paquistão), Trípoli (Líbia), Douala (Camarões), Teerão (Irão), Abidjan (Costa do Marfim). Neste grupo as pontuações variaram entre 38, 7 pontos, em Daca, e 45, 9 pontos, em Abidjan. Segundo o ranking, as pontuações das primeiras 65 cidades da lista mantêm-se idênticas às de há seis meses, o que pode ser justificado pelo facto de algumas economias terem começado a recuperar da crise económica há alguns anos, “embora a persistência da crise na zona euro e os rígidos orçamentos fiscais tenham atrasado alguns planos de melhoria, fazendo com que as pontuações permaneçam estáticas, em vez de subirem ou descerem”, lê-se no documento. Se este ano as primeiras posições se mantêm iguais às do ano passado, em 2011 Melbourne empurrou Vancouver para o terceiro lugar, depois de dez anos na liderança. A cidade canadiana perdeu pontos na categoria de infra-estruturas por ter fechado uma auto-estrada.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura estudo marfim
A França está sozinha?
Em menos de dois anos, a França levou a cabo três intervenções militares decisivas no estrangeiro. Em Março de 2011, os seus ataques aéreos na Líbia (juntamente com os da Grã-Bretanha) atravessaram-se no caminho das tropas do coronel Muammar Khadafi, quando se preparavam para voltar a tomar a cidade de Bengasi. Um mês depois, as forças francesas na Costa do Marfim prenderam o Presidente Laurent Gbagbo, que se recusou a reconhecer a vitória eleitoral do seu adversário, colocando o país em risco de uma guerra civil. Agora a França interveio no Mali. A última intervenção foi inicialmente planeada como parte de uma m... (etc.)

A França está sozinha?
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-18 | Jornal Público
TEXTO: Em menos de dois anos, a França levou a cabo três intervenções militares decisivas no estrangeiro. Em Março de 2011, os seus ataques aéreos na Líbia (juntamente com os da Grã-Bretanha) atravessaram-se no caminho das tropas do coronel Muammar Khadafi, quando se preparavam para voltar a tomar a cidade de Bengasi. Um mês depois, as forças francesas na Costa do Marfim prenderam o Presidente Laurent Gbagbo, que se recusou a reconhecer a vitória eleitoral do seu adversário, colocando o país em risco de uma guerra civil. Agora a França interveio no Mali. A última intervenção foi inicialmente planeada como parte de uma missão europeia para apoiar as forças africanas, mas a França decidiu, abruptamente, agir unilateralmente para atenuar o avanço dos islamistas que ameaçavam invadir Mopti, o último obstáculo antes de alcançarem a capital, Bamako. Para além desse objectivo, a França procura proteger os muitos franceses que se encontram na região; manter a estabilidade no Sahel, onde os estados são muito fracos; e impedir que o Mali se transforme numa base do terrorismo islâmico dirigido à Europa. Há muita coisa em jogo – tanto mais porque a intervenção francesa é susceptível de ser extensa. Embora os islamistas estejam temporariamente derrotados, eles estão bem armados e recebem suprimentos da Líbia, através da Argélia, que tem contido os islamistas internamente mas parece fechar os olhos à sua circulação pelo seu território. Além disso, as capacidades do exército maliano e de outros países da África Ocidental, que era suposto juntarem-se à operação, são muito fracas para inverter a maré. Os Estados Unidos tentaram treinar o exército do Mali, mas falharam miseravelmente. Assim, com a segurança da Europa, como um todo, em jogo, por que é que a França é o único país envolvido?Uma explicação é ver a intervenção como uma tentativa neocolonial para proteger a ex-colónia francesa. Isto é um erro tremendo. A França não tem interesse em proteger um regime maliano que sabe que é corrupto e incompetente; na verdade, a França recusou recentemente apoiar um pedido de ajuda do regime do Presidente François Bozizé na vizinha República Centro-Africana, contra os rebeldes. As motivações da França são mais vastas. Especificamente, a França sempre considerou a África subsariana e o mundo árabe como esferas naturais de influência política e estratégica que são necessárias para manter a sua posição como uma potência mundial. A segunda explicação é mais credível: a França, com excepção da Grã-Bretanha, é verdadeiramente a única potência militar da Europa. Acredita que a capacidade militar operacional é uma condição de poder – uma visão que não é partilhada pela esmagadora maioria dos Estados europeus, que continuam a exibir uma aversão colectiva à guerra. É certo que a Europa tem os meios para uma acção conjunta. Em 2003, após o início da Guerra do Iraque, a Europa adoptou uma estratégia preparada por Javier Solana, o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum, nessa altura. Mas, embora um grande número de europeus acreditasse ingenuamente que este era o prelúdio para uma estratégia europeia comum, a verdade é que a proposta foi elaborada nuns termos que eram tão vagos que não permitiam quase nenhum resultado – ou mesmo algum. O Tratado de Lisboa da UE menciona uma “cooperação estruturada permanente” na política de segurança e de defesa; e todo um aparato institucional de comités políticos e militares existe para antecipar, preparar e implementar operações militares a nível europeu. Mas a este mecanismo falta a vontade política comum que é necessária para activá-lo; quanto menos for utilizado, menos utilizável se tornará. Durante a crise na Líbia, a sucessora de Solana, Catherine Ashton, procurou limitar deliberadamente o papel da UE ao de uma super ONG, focada na ajuda humanitária e no desenvolvimento económico. Recentemente, durante a votação para a representação palestina nas Nações Unidas, a UE apelou aos seus membros para se absterem – uma forma estranha de afirmar o compromisso da Europa com a liderança mundial. Para a Grã-Bretanha, a defesa à escala europeia está destinada ao fracasso. A Grã-Bretanha só se desviou deste princípio uma vez, quando concordou em participar na missão anti-pirataria “Operação Atalanta” ao largo do Corno de África – provavelmente porque foi colocada no comando. Como resultado, aqueles que querem uma capacidade de defesa europeia comum não dispõem de meios para a criar, ao passo que aqueles que têm os meios para a criar não a querem (com a possível excepção de França). A cooperação bilateral da Grã-Bretanha com a França – com o seu ponto alto durante a crise na Líbia – às vezes é muito forte. Mas, apesar do Tratado de Cooperação em Defesa e Segurança assinado em 2010, entre os dois países, os britânicos decidiram, por razões orçamentais, adquirir aeronaves que não serão compatíveis com os porta-aviões franceses. Até mesmo a Espanha e a Itália, os dois países mais afectados pelos novos acontecimentos no Mediterrâneo e no Sahel, reduziram significativamente as suas despesas militares. Ao contrário da Alemanha, ambos participaram na intervenção na Líbia, mas com regras de combate extremamente limitadas para as suas forças. Por exemplo, as forças navais italianas foram instruídas a evitar as águas ao largo da Costa de Trípoli e os aviões-tanque espanhóis foram proibidos de reabastecer jactos de combate. A Europa, como um todo, reserva actualmente apenas 1, 6% do seu PIB para a defesa, contra os 4, 8% dos EUA. É a única região do mundo onde os gastos militares estão a diminuir. As suas forças destacadas são extremamente pequenas, contribuindo em 4% para o total de todos os militares do mundo, contra 14% dos EUA. A cooperação industrial, que poderá constituir uma mais-valia económica e militar, também está a enfraquecer, como ficou demonstrado pela oposição bem-sucedida da Alemanha à fusão EADS/BAE proposta, que foi cancelada oficialmente em Outubro. A Alemanha parecia estar a embarcar numa política mais robusta desde a sua participação em operações militares no Afeganistão. Agora, porém, recua perante qualquer perspectiva de intervenção militar, mesmo continuando a ser o terceiro maior exportador de armas do mundo. A Europa está relutante em desenvolver uma força militar de peso, porque o projecto europeu foi criado em oposição à ideia de poder. No entanto, esta posição tornou-se insustentável. A Europa enfrenta ameaças reais, as quais a França não pode controlar sozinha. Além disso, o sistema internacional está a coligar-se cada vez mais em torno das autoridades nacionais que consideram a força militar como sendo um pré-requisito essencial de influência. A Europa não enfrenta uma escolha entre o poder suave (soft power) e o poder duro (hard power). Ela deve combinar as duas, se quiser sobreviver. Tradução: Deolinda Esteves/Project SyndicateZaki Laidi é professor de Relações Internacionais no L'Institut d'Études Politiques de Paris (Sciences Po)
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA UE
Com Dieudonné detido questionam-se limites da liberdade de expressão
Humorista é uma das 54 pessoas alvo de inquérito por ameaças ou apologia do terrorismo. Cinco já foram condenadas. (...)

Com Dieudonné detido questionam-se limites da liberdade de expressão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Humorista é uma das 54 pessoas alvo de inquérito por ameaças ou apologia do terrorismo. Cinco já foram condenadas.
TEXTO: A Justiça francesa está usar o seu arsenal legislativo para punir com mão pesada quem, após os ataques da semana passada em Paris, proferiu ameaças, declarações racistas ou palavras entendidas como apologistas do terrorismo. Entre eles está o polémico humorista Dieudonné M’bala M’bala, detido nesta quarta-feira depois de ter publicado uma mensagem em que parecia associar-se ao radical que matou quatro judeus num supermercado. “Porque é que Dieudonné é atacado, ao passo que o Charlie Hebdo pode fazer primeiras páginas sobre religião?” A pergunta, escreveu o Le Monde, foi feita inúmeras vezes pelos leitores da sua edição online, ao ponto de o jornal ter publicado um longo artigo sobre os limites da liberdade de expressão. E esse é um dos debates que ganham terreno em França, num momento em que as autoridades, ao mesmo tempo que prometem defender as liberdades atacadas, endurecem as leis antiterrorismo e adoptam tolerância zero com quem incita ao ódio. O tom foi deixado pela ministra da Justiça, Christiane Taubira, que numa circular enviada segunda-feira aos procuradores pediu “rigor e firmeza” para punir quem, por palavras ou actos, promova o racismo, o ódio religioso ou defenda o terrorismo. “Estes factos representam um grave ataque aos valores do respeito e da tolerância, fundamentais à nossa sociedade democrática”, escreveu a ministra. Os números citados nesta quarta-feira pela AFP dão uma ideia da resposta dos procuradores. Uma semana após os ataques, foram abertos 37 inquéritos judiciais por “apologia do terrorismo” e outros 17 por “ameaça de acções terroristas”, dos quais resultaram já cinco condenações ao abrigo da lei antiterrorismo aprovada em Novembro. A mais pesada foi aplicada a um homem de 34 anos que, depois de ter provocado um acidente rodoviário no Norte do país e de se ter recusado a fazer o teste de álcool no sangue, ameaçou os agentes da polícia. “Devia haver mais Kouachi. Espero que vocês sejam os próximos”, terá dito. Foi condenado a quatro anos, mas a procuradoria diz que a apologia do terrorismo foi apenas uma de várias agravantes que justificam a pena. Há ainda o caso de três jovens que proferiram ameaças na rua ou elogiaram a acção dos extremistas na Internet, mas o caso de que se fala em França é de Dieudonné, humorista que nos últimos anos se viu várias vezes a contas com a Justiça por causa de afirmações e espectáculos anti-semitas. No domingo, depois de ter participado na homenagem às vítimas dos ataques, escreveu no Facebook uma mensagem (apagada em seguida) em que dizia: “Sinto-me Charlie Coulibaly. ” Trata-se de uma provocação que junta o nome do jornal satírico ao apelido do radical que atacou a mercearia kosher. Incorre numa pena de sete anos – a nova lei agrava em dois anos a pena para quem defender o terrorismo através da Internet. Os seus apoiantes denunciam a desigualdade de tratamento face ao Charlie, num caso de volta a levantar a questão dos limites do humor. O Le Monde sublinha, no entanto, que a lei francesa não pune a blasfémia (que poderia ser imputado às caricaturas de Maomé), mas proíbe, mesmo em registo humorístico, quem apele ao ódio contra os crentes de uma religião, ou faça a apologia de crimes contra a humanidade.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei ataque homem racismo
Trump reage a ataques contra comunidade judaica: "O anti-semitismo é horrível e tem de parar"
Uma vaga de ataques e ameaças contra a comunidade judaica alastrou-se a todos os EUA nos últimos tempos. Donald Trump falou depois de críticas pela falta de reacção por parte da Administração americana. (...)

Trump reage a ataques contra comunidade judaica: "O anti-semitismo é horrível e tem de parar"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.41
DATA: 2017-02-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma vaga de ataques e ameaças contra a comunidade judaica alastrou-se a todos os EUA nos últimos tempos. Donald Trump falou depois de críticas pela falta de reacção por parte da Administração americana.
TEXTO: As ameaças e ataques contra a comunidade judaica estão a alastrar-se nos últimos tempos nos Estados Unidos, levando Donald Trump a qualificar, esta terça-feira, a situação como “horrível” e a apelar ao combate contra o anti-semitismo e o extremismo. Durante uma visita ao Museu Nacional de Cultura Afro-Americana, no mês em que se celebra a história negra nos EUA (Black History Month), o Presidente americano reagiu aos incidentes: “Esta visita foi uma lembrança significativa do porquê de termos de combater o fanatismo, ódio e intolerância em todas as suas formas horríveis. As ameaças anti-semitas contra a nossa comunidade judaica e centros comunitários são horríveis e dolorosos e uma lembrança muito triste do trabalho que ainda tem de ser feito para erradicar o ódio, o preconceito e o mal”, cita a CNN. Horas antes várias personalidades instaram a Administração americana a reagir ao que se tem passado um pouco por todo o país. Uma das quais foi a concorrente de Donald Trump durante as eleições presidenciais, Hillary Clinton. No Twitter, a democrata defendeu que “toda a gente deve falar, a começar (pelo) Presidente”. JCC threats, cemetery desecration & online attacks are so troubling & they need to be stopped. Everyone must speak out, starting w/ @POTUS. Numa entrevista à MSNBC, também no museu, Trump reforçou que o anti-semitismo é “horrível” e que vai “parar e tem de parar”. Esta segunda-feira e também no Twitter, a filha do Presidente, Ivanka Trump, que é casada com um judeu ortodoxo, referiu-se às tensões: “A América é uma nação construída sob o princípio da tolerância religiosa. Nós temos de proteger as nossas casas de oração e centros religiosos”. America is a nation built on the principle of religious tolerance. We must protect our houses of worship & religious centers. #JCCA pressão realizada para que a Casa Branca e o Presidente norte-americano reagissem à situação aumentou quando a Associação do Centro Comunitário Judaico norte-americana revelou que, desde Janeiro, 54 centros comunitários judaicos por todo o país tinham recebido 69 ameaças, incluindo três vagas de ameaças de bomba, diz a CNN. Além disso, esta segunda-feira foi noticiada a vandalização de um cemitério judaico histórico situado no Missouri. Cerca de 100 lápides, de sepulturas de judeus falecidos, foram derrubadas ou danificadas, informou a polícia, sem especificar a altura em que o incidente ocorreu, explicando apenas que foi chamada ao local esta segunda-feira. As autoridades investigam agora o ocorrido, sem informar se estão a tratar o caso como um caso de vandalismo ou como um crime de ódio, diz o canal local KTVI-TV. O governador do Missouri, Eric Greitens, reagiu às notícias no Twitter, afirmando-se “enojado” por saber do “insensato acto de profanação” no referido cemitério. “Nós temos de combater actos de intolerância e ódio”, concluiu. Disgusted to hear about the senseless act of desecration at the cemetery in University City. We must fight acts of intolerance and hate. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Também esta segunda-feira, e provavelmente antes de saber do incidente no cemitério judaico, a Casa Branca reagia às ameaças contra os centros comunitários: “O ódio e a violência de qualquer tipo motivado pelo ódio não têm lugar num país fundado na premissa da liberdade individual. O Presidente deixou abundantemente claro que estas acções são inaceitáveis”, afirmou a secretária para imprensa adjunta da Casa Branca, Lindsay Walters, citada pela CNN. Apesar de tudo, e até esta comunicação, a falta de reacção por parte da Casa Branca estava a gerar uma onda de críticas. Apesar de Walters afirmar que o Presidente tinha já deixado claro a condenação aos actos praticados contra os judeus nos Estados Unidos, a verdade é que Donald Trump tinha já sido confrontado presencialmente com a situação, preferindo, na altura, desviar-se do tema. Durante a conferência de imprensa realizada na última quinta-feira, e que a comunicação social americana já considera como histórica, um jornalista judeu ortodoxo levantou-se para deixar uma questão ao Presidente americano, isto depois de este ter pedido uma pergunta de um "jornalista amigo”. O repórter questionou então Trump sobre este tipo de situações e sobre o aparente crescimento do anti-semitismo. “Eu sou a pessoa menos anti-semita que vai ver em toda a sua vida”, respondeu Donald Trump acrescentando que é também a “pessoa menos racista”. De seguida mandou o jornalista sentar-se e considerou a questão “insultuosa”.
REFERÊNCIAS:
Partidos BE
Je suis um cristão copta
As minorias cristãs estão particularmente vulneráveis e indefesas. (...)

Je suis um cristão copta
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: As minorias cristãs estão particularmente vulneráveis e indefesas.
TEXTO: Ou indiano, ou iraquiano, ou paquistanês, ou… A extensão da justificável e saudável reacção ao bárbaro e cobarde atentado contra o Charlie Hebdo suscitou diversas e pertinentes polémicas. Sobre a liberdade de expressão e as suas circunstâncias e sobre a comparação da reacção ao ataque que causou 11 mortes em Paris com os massacres com muito mais vítimas que ocorrem no Médio Oriente. Quanto à primeira questão, o facto de não se tratar de um ataque terrorista cego, mas dirigido contra um dos princípios fundamentais da vida democrática, a liberdade de expressão, justifica a indignada reacção que mereceu e o perfil eminentemente político que assumiu. Por outro lado, ao atingir em primeira linha aqueles que exercem esse direito como profissão, os jornalistas, é natural a larga repercussão que obteve. A liberdade de expressão não pode ter limites para além dos da lei geral. Quem, ao exercê-la, comete crimes, deve ser punido. É tudo. Outra coisa será os autores de uma provocação arcarem com as consequências do seu gesto. E não quero com isto de modo algum referir-me a actos de vingança. Apenas constatar que certas palavras ou imagens podem ferir e ofender e provocar reacções de repulsa que custem vidas humanas. Recorde-se as dezenas de muçulmanos que aqui há uns anos morreram, em manifestações nos seus países, contra os cartoons dinamarqueses sobre Maomé. Que o mundo, digamos ocidental, reaja com mais indignação e revolta a ataques no seu território, do que contra as sucessivas e quase diárias atrocidades que os fundamentalistas islâmicos cometem contra os seus conterrâneos muçulmanos, não espanta. Já Eça, com o seu genial e sarcástico sentido de observação, narrava, no texto “Das Catástrofes e das Leis da Emoção”, um serão de província em que uma senhora lia aos presentes o jornal local, que dava conta de dois mil javaneses sepultados num terramoto, da Hungria inundada, soldados matando crianças, fomes, pestes guerras em lugares longínquos, perante a indiferença da assembleia, que apenas esboçou um ligeiro murmúrio ao ouvir que estalara uma greve em Paris. Mas que se levantou em alvoroço e consternação ao saber do “pé desmanchado” da Luísa Carneiro, “que morava adiante, no começo da Bela Vista, naquela casa onde a grande mimosa se debruçava sobre o muro, dando à rua sombra e perfume. ”Os massacres de inocentes no Iraque, na Índia, na Nigéria, ocorrem com tanta frequência que é difícil os media europeus darem a cada um relevo igual aos que atingem as nossas sociedades. Apesar de tudo, os ataques no mundo islâmico têm uma cobertura significativa. O que me espanta é que os recorrentes ataques às minorias cristãs, que vêm ocorrendo um pouco por toda a parte, tenham entre nós tão pouco eco. Não se trata de comunidades que nos sejam geograficamente próximas. Mas trata-se de minorias vulneráveis, que até há uns anos viviam pacificamente num meio religiosamente tolerante que a História recente subverteu. Estão ali, isoladas, indefesas e não se vê uma atitude firme dos países ocidentais, onde, felizmente, os muçulmanos praticam a sua religião livremente. O Vaticano reage e transmite o seu sofrimento com essas ocorrências. Mas os Estados, a União Europeia, têm sido conspicuamente discretos a reagir. É verdade que a maioria dos Estados de cultura cristã são laicos. Mas que diabo, será que o inefável politicamente correcto é levado ao extremo de não se poder manifestar uma particular solidariedade a comunidades às quais, para usar a feliz expressão de Adriano Moreira, nos ligam laços de afecto?Naturalmente que as vítimas inocentes de violência merecem sempre igual solidariedade. É evidente que são em muito maior número os muçulmanos vítimas dos movimentos fundamentalistas islâmicos e que há que continuar a denunciar essa violência, dirija-se a quem se dirigir, e a lutar contra ela. Mas as minorias cristãs estão particularmente vulneráveis e indefesas. Merecem ao menos um sinal de solidariedade do restante mundo cristão e que as chancelarias dos países ocidentais que acolhem e protegem, e bem, minorias de várias religiões e etnias nos seus territórios, escolham os meios tidos por mais eficazes para diligenciar que as autoridades dos países onde ocorrem massacres contra elas procurem reforçar a sua segurança. Embaixador reformado
REFERÊNCIAS:
Rafael Marques e generais angolanos procuram “resolução amigável”
Jugamento deveria ter recomeçado nesta quinta-feira, mas foi adiado. (...)

Rafael Marques e generais angolanos procuram “resolução amigável”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jugamento deveria ter recomeçado nesta quinta-feira, mas foi adiado.
TEXTO: O julgamento do jornalista angolano Rafael Marques foi adiado para dia 14 de Maio. O objectivo é chegar a um diálogo entre as partes para que possa haver uma “resolução amigável”, disse o jornalista ao PÚBLICO. É o segundo adiamento depois de ter sido adiado a 24 de Março e estar marcado de novo para esta quinta-feira, 23 de Abril. Jornalista e generais estão à procura de soluções satisfatórias para ambas as partes que “tenham repercussões nas Lundas”. “Não se trata de assumir culpas, mas procuramos afirmar o interesse pelo entendimento, pela reconciliação nacional e promoção dos direitos humanos”, afirmou Rafael Marques. “Uma vez que haja entendimento, ele será tornado público”, completou, por telefone a partir de Luanda. O activista e jornalista enfrenta mais de 20 acusações de difamação e denúncia caluniosa. Oito generais pediam uma pena de prisão e 1, 2 milhões de dólares por causa do conteúdo do seu livro Diamantes de Sangue: Corrupção e Tortura em Angola. Em 2004, Rafael Marques iniciou uma investigação sobre violações de direitos humanos na região diamantífera das Lundas (sobretudo nos municípios do Cuango e Xá-Muteba), e desde então tem vindo a publicar vários relatórios. Em 2011, apresentou uma queixa-crime contra oito generais, entre eles Hélder Manuel Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, solicitando ao procurador-geral da República angolano a abertura de inquérito – mas em Junho de 2012, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ordenou o arquivamento do processo. Os generais, por sua vez, acusaram Marques da prática do crime de denúncia caluniosa e de difamação, razão pela qual o jornalista está agora em tribunal. Em 2012, os mesmos generais fizeram em Portugal uma queixa contra si e a editora Tinta-da-China, mas o processo seria arquivado em 2013 por falta de provas, pois a justiça portuguesa considerou que a publicação do livro foi um exercício da liberdade de expressão e informação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos humanos tribunal prisão