Repitam, sff: nós não somos a Grécia
Passos Coelho já cometeu muitos erros políticos, mas manter os gregos ao longe não é certamente um deles. (...)

Repitam, sff: nós não somos a Grécia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-02-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Passos Coelho já cometeu muitos erros políticos, mas manter os gregos ao longe não é certamente um deles.
TEXTO: Desde o início da crise que Portugal fez um enorme esforço para se afastar da Grécia e se aproximar da Irlanda no campeonato dos países intervencionados. Para os mais desmemoriados, recordo que esse esforço é anterior ao actual Governo: há bastas declarações de José Sócrates em 2010 sublinhando que as situações da Grécia e de Portugal são “incomparáveis”. O mantra do Governo ao longo dos últimos cinco anos foi “nós não somos os gregos”, e esse mantra pegou e pagou: Portugal e a Irlanda concluíram com êxito o programa de intervenção, enquanto a Grécia continua a coleccionar pacotes de austeridade. Mas como há por aí muita gente que não gosta que a realidade se intrometa no meio das suas convicções, boa parte dos dinamizadores do famoso Manifesto dos 74 – de Bagão Félix a Pacheco Pereira, de Freitas do Amaral a Carvalho da Silva, de Ferro Rodrigues a Francisco Louçã – decidiu voltar a juntar-se para mais um espectacular abaixo-assinado, desta vez aconselhando a pátria a ser mais solidária com a Grécia. Portugal anda há cinco anos a tentar fugir desse barco – os 74 insistem em empurrar-nos lá para dentro. Como gesto patriótico, diria que é coxo e desinteligente, mas a verdade é que estamos a falar das mesmas pessoas que em Março de 2014 – dois meses antes do final do programa de ajustamento – acharam que era a altura ideal para informar o mundo de que a dívida pública portuguesa era insustentável e teria de ser reestruturada. O problema de boa parte dos referidos signatários é que o seu ódio ao Governo é ligeiramente superior ao seu amor a Portugal – e por isso insistem numa colagem política que dá imenso jeito às suas teses, mas não dá jeito algum ao país, sobretudo numa altura em que a possibilidade de a Grécia sair do euro é uma hipótese que ganha cada vez mais força. Basta, aliás, ler os jornais para verificar que a Irlanda está a criticar os gregos e a estratégia do Syriza com a mesma intensidade que Portugal. É evidente que os países que foram intervencionados, e cujas contas públicas ainda se encontram fragilizadas, têm todo o interesse em aumentar o fosso que os separa da Grécia – não em diminuí-lo. A razão é absolutamente óbvia: se a Grécia sair do euro, eles não querem ser os próximos. Só mesmo quem acha que a dupla Tsipras/Varoufakis são o Astérix e Obélix da nova Europa, resistindo hoje e sempre ao invasor, é que pode defender que a solidariedade para com a Grécia é uma obrigação moral, que trará de caminho grandes vantagens políticas. No entanto, para quem não acredita que Varoufakis tenha um cantil com poção mágica escondido debaixo do casaco de cabedal – como é o meu caso e parece ser também o caso do Governo e do Presidente da República –, a conversa da solidariedade é muito pouco persuasiva. Solidário com quê? Com as políticas do Syriza? Não contem comigo. Com o sofrimento do povo grego? Bom, então se é de crises humanitárias que estamos a falar, e tendo em conta que o PIB per capita grego é idêntico ao português, diria que o Sudão, a Nigéria ou a Síria merecem mais atenção do que a Grécia. O que me parece ridículo, de qualquer modo, é esperar que um Governo que durante anos procurou afastar-se da Grécia, mesmo quando ela era dirigida por um partido de centro-direita, venha agora saltar para os braços do Syriza só porque Atenas engrossou a voz. Não, senhores: Passos Coelho já cometeu muitos erros políticos, mas manter os gregos ao longe não é certamente um deles.
REFERÊNCIAS:
Agressão no Porto: polícias com processo disciplinar por não terem detido segurança
Averiguação interna instaurada na semana das agressões mostrou que havia matéria para processo disciplinar no Núcleo de Deontologia da PSP do Porto. Em causa estará a violação do dever de zelo pelo facto de dois polícias não terem detido o segurança em flagrante delito. (...)

Agressão no Porto: polícias com processo disciplinar por não terem detido segurança
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Averiguação interna instaurada na semana das agressões mostrou que havia matéria para processo disciplinar no Núcleo de Deontologia da PSP do Porto. Em causa estará a violação do dever de zelo pelo facto de dois polícias não terem detido o segurança em flagrante delito.
TEXTO: O Núcleo de Deontologia do Comando da PSP do Porto abriu um processo disciplinar aos dois agentes que se deslocaram ao local onde a jovem colombiana Nicol Quinayas estava a ser agredida por um segurança da empresa 2045, na noite de São João, a 24 de Junho. O PÚBLICO sabe que em causa estará a suspeita de violação do dever de zelo pelo facto de esses dois polícias não terem detido o segurança em flagrante delito, nem perguntado à vítima se queria apresentar queixa. Além disso, está a ser investigado o facto de os agentes terem registado em auto de notícia a agressão a Nicol Quinayas apenas três dias depois da ocorrência e já depois de a jovem ter feito queixa pessoalmente na esquadra. O processo disciplinar segue-se ao processo de averiguação interna instaurado na semana da agressão. A IGAI tinha instaurado um primeiro processo de natureza administrativa para perceber se haveria matéria para proceder ao processo disciplinar. Ontem confirmou ao PÚBLICO que está a "monotorizar" o processo disciplinar da PSP. A seguir aos acontecimentos, a jovem colombiana de 21 anos, que vive desde criança em Portugal, queixou-se que os agentes que se deslocaram à zona da paragem de autocarros do Bolhão, onde estava a ser agredida por um segurança da empresa 2045, não a tinham ouvido. Quando os agentes da PSP chegaram ao local, terão visto o segurança da empresa que faz a fiscalização dos autocarros da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) ainda com os joelhos em cima do corpo da jovem, a imobilizar-lhe o braço. Esta situação ficou gravada num vídeo que circula na Internet. No mesmo, vê-se sangue no chão. Seis testemunhas que estiveram no local disseram ao PÚBLICO que não foram identificadas pela polícia. Todos – Francisca Monteiro, Pedro Silva, Cassiano Ferreira, Tânia e Daniela e uma jovem de 15 anos que não quis ser identificada – confirmaram que o fiscal agrediu Nicol da forma como esta descreveu, com socos. E confirmaram que os agentes da PSP chegaram ao local enquanto o fiscal estava com os joelhos por cima de Nicol, ou seja, terão dado conta de que havia uma agressão. Ninguém tem certeza sobre quem forçou o fiscal a afastar-se da jovem ou se terá sido este que percebeu que a PSP se aproximava e se afastou. A amiga Daniela acusa: “Eu perguntei à polícia se não ia identificar a minha amiga e eles responderam que não lhes competia a eles fazê-lo, que fôssemos apresentar queixa. ”Nicol Quinayas estava na paragem de autocarro do Bolhão, no Porto, depois da noite de São João. Um funcionário da 2045 — que faz a fiscalização dos autocarros da STCP — tem o logotipo da empresa no braço e é visto, em pelo menos um vídeo na Internet, a torcer os braços à jovem, em cima dela. À volta ouvem-se algumas pessoas a gritar: “O que é isto? Gostavas que fosse com a tua filha? Isto vai tudo para a polícia. "Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Segundo Nicol, o fiscal impediu-a de entrar no autocarro, agarrou-lhe o braço e pô-la fora, começando a bater-lhe depois de esta oferecer resistência. Nenhuma das testemunhas com quem o PÚBLICO falou tem dúvidas de que se tratou de um acto de racismo. Daniela, uma das duas amigas que estava com Nicol, afirma: “A mim, que sou branca, deixou-me entrar no autocarro, a ela e a Tânia que são de cor disse: ‘pretas, vão apanhar o autocarro para a vossa terra’. ”O caso está a ser investigado pelo Ministério Público. Entretanto, Nicol Quinayas já foi ouvida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e o caso está em segredo de justiça, pelo que a jovem não pode comentar. Esta sexta-feira, a empresa 2045 informou, por email, ao PÚBLICO que "desde o início e até à conclusão do inquérito [para averiguar o que se passou] o segurança em questão está preventivamente suspenso de toda actividade profissional". Questionada diversas vezes desde a ocorrência sobre se o segurança tinha sido suspenso de funções, até agora a 2045 não tinha respondido. A STCP disse, logo na semana da mediatização do caso, que até à conclusão da investigação dos factos o segurança não estaria a trabalhar para si.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Portugal de todas as cores
Portugal é mais monocromático, ainda muito ligado a este passado colonial onde o branco manda e o negro obedece e para que deixe de o ser vão ser precisas três gerações por inteiro e talvez daqui a 100 anos a gente esteja lá. (...)

Portugal de todas as cores
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal é mais monocromático, ainda muito ligado a este passado colonial onde o branco manda e o negro obedece e para que deixe de o ser vão ser precisas três gerações por inteiro e talvez daqui a 100 anos a gente esteja lá.
TEXTO: Enquanto houver uma palavra, uma intolerância, um insulto, uma cuspidela que seja, um murro, um pontapé, uma morte, apenas porque sim, porque somos diferentes, a cor da pele diferente, mais escura, nem por isso branca, ou talvez amarela, tostada, encarniçada, mas diferente, sairemos à rua, ter-nos-ão na rua, todos na rua, a lutar pelo que ainda é preciso lutar, pela igualdade, contra a discriminação racial, e de caminho sexual e religiosa, ou não fôssemos todos iguais, da mesma carne e do mesmo sangue, os mesmos ossos, brancos, se é que isso vos sossega, e se calhar é isso, os nossos ossos são brancos como cal, e talvez isso vos sossegue, o resto é pigmentado. Porque uma cidadã colombiana foi agredida na cidade do Porto e amanhã será agredida outra vez, e por isso aqui nos têm, de cartazes em punho e vozes em protesto, doa a quem doer, num país onde o racismo remete as etnias para bairros de habitação social, guetos, porque, e felizmente, os campos de concentração já não existem, e se têm um tecto já é muito bom e não se queixem que na mata da Trafaria ainda vivem em barracas, mas dentro da mata ninguém os vê e 40 anos depois ainda lá estão e ninguém quer saber, são “pretos”. Portugal é de todas as cores, mas nem por isso tolera a cor. Portugal é mais monocromático, ainda muito ligado a este passado colonial onde o branco manda e o negro obedece e para que deixe de o ser vão ser precisas três gerações por inteiro e talvez daqui a 100 anos a gente esteja lá. Por enquanto, não estamos. E por isso tenho de abrir a porta e gritar à rua. E sim, no fundo tudo se resume a esta palavra, “pretos”, “nigger” em inglês, “the n word”, igualmente insultuosa, como cuspo na tua cara, na minha, na nossa cara. E por isso damos a outra face, podem continuar a cuspir. Não responderemos, não reagiremos, não vamos descer ao vosso nível, ao vosso ódio tão primitivo, a agressão gratuita sem nada em troca, e portanto não se apoquentem, não terão o nosso ódio, apenas a nossa pena, e talvez um abraço, sim, um abraço, o nosso amor, o amor que não tiveram, e por isso este ódio, mas a culpa não é nossa, nem vossa, um longo abraço e estas lágrimas estateladas nas maçãs do rosto, em farrapos, descosidas e rasgadas rosto abaixo, o vosso.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte concentração negro racismo carne social igualdade sexual discriminação
Portugal reforça presença militar no Golfo da Guiné
Em Abril, um navio de patrulha oceânico vai juntar-se à fragata Bartolomeu Dias nos exercícios militares da Marinha americana. (...)

Portugal reforça presença militar no Golfo da Guiné
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em Abril, um navio de patrulha oceânico vai juntar-se à fragata Bartolomeu Dias nos exercícios militares da Marinha americana.
TEXTO: Portugal vai enviar um Navio de Patrulha Oceânico (NPO) para o Golfo da Guiné, que se vai juntar à fragata Bartolomeu Dias que zarpou para a região no final do mês de Fevereiro para a região. A proposta recebeu esta quinta-feira parecer favorável do Conselho Superior de Defesa e assume particular relevância dado o âmbito da missão. Tal como a Bartolomeu Dias, o patrulhão vai participar nos exercícios militares que a Marinha dos EUA tem promovido em África com a participação de forças de países europeus e de países africanos. Está prevista para Abril a partida deste navio. O Estado Maior das Forças Armadas descreveu como objectivo principal destes exercícios o “fortalecimento de parcerias marítimas globais através de actividades de formação e de colaboração para melhoraria da segurança marítima nas regiões do Golfo da Guiné e da costa ocidental africana”. Actualmente, estão empenhados nesses exercícios 172 militares portugueses, que fazem parte da guarnição da fragata. Com a chegada do patrulhão, o efectivo português nesses exercícios atingirá os 210 militares. Há algumas semanas, o embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, defendeu a criação em Lisboa de um Centro de Segurança Marítima “com liderança portuguesa” por entender que “os portugueses têm mais conhecimento técnico nessa área que nós”. O Golfo da Guiné tornou-se uma preocupação para o Ocidente quando a instabilidade regional juntou casos de pirataria aos problemas relacionados com o tráfico de drogas e o crime organizado. Mas o reforço da presença militar portuguesa em África não se esgota nos meios da Marinha. O conselho Superior deu também o seu aval ao envio de oito militares para a missão da União Europeia na República Centro-Africana. Actualmente, Portugal tem 50 militares e um avião de transporte C-295 no Mali, no âmbito de uma missão das Nações Unidas. A que há a acrescentar outros nove que fazem parte da missão de treino militar promovida pela União Europeia. A República Centro-Africana é palco de violências interreligiosas desde que o presidente François Bozizé foi afastado do poder, em Março de 2013, por uma coligação predominantemente muçulmana, a Séléka. A reunião avaliou também a "situação das Forças Nacionais actualmente destacadas em diversos países da Europa, Médio Oriente e África, cumprindo missões de apoio à paz e de carácter humanitário, no âmbito da União Europeia, da ONU e da Aliança Atlântica". Inquérito a oficiaisEntretanto, enquanto a cúpula política reunia, as fileiras organizavam mais um conjunto de encontros para debater o estado das Forças Armadas. As três associações sócio-profissionais têm agendado para dia 21 deste mês, reuniões com os seus sócios. O encontro da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) servirá para revelar os resultados de um inquérito que arrancou há uma semana. De acordo com o presidente da AOFA, Manuel Pereira Cracel, servirá para auscultar os oficiais sobre a revisão do Estatuto dos Militares, o seu sistema de saúde, mas também para dar a oportunidade a estes militares avaliarem as chefias militares e o ministro da Defesa. Pereira Cracel adianta ainda que os resultados serão utilizados como “sustentação na forma como devemos [AOFA] abordar as questões”. O inquérito está aberto a oficiais no activo, na reserva e na reforma. Desse total de 9500 militares, a AOFA confirmou ter recebido já 1050 respostas. Quase metade – a associação contabiliza 49% - vêm de oficiais no activo. A Associação assinala ainda o facto de terem participado 242 Capitães de Fragata ou Tenentes-Coronéis e 201 Capitães-Tenente ou Majores.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Cavaco e Hollande em sintonia sobre crescimento português e europeu
Presidente promoveu Portugal junto dos empresários franceses como um país com mão-de-obra “qualificada e flexível”. E apelou a maior coordenação a nível europeu para combater o desemprego. (...)

Cavaco e Hollande em sintonia sobre crescimento português e europeu
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente promoveu Portugal junto dos empresários franceses como um país com mão-de-obra “qualificada e flexível”. E apelou a maior coordenação a nível europeu para combater o desemprego.
TEXTO: Foram tempos difíceis mas Portugal, França e a Europa no seu conjunto estão no caminho da retoma económica. O diagnóstico foi feito esta terça-feira à tarde, em uníssono pelos Presidentes português e francês, no final da visita de Cavaco Silva ao Palácio do Eliseu. Os dois Chefes de Estado trocaram elogios mútuos sobre o crescimento económico registado em ambos os países. “A Europa agora está já no caminho da retoma. É uma verdade para Portugal, que conheceu um período muito difícil com uma austeridade muito pesada para os nossos amigos portugueses”, afirmou François Hollande. “Hoje estamos já num caminho de crescimento, com resultados económicos para Portugal que são significativos”, apontou o Presidente francês que, no entanto, não se referiu ao seu próprio plano de austeridade que foi obrigado a implementar em França. Cavaco Silva haveria de o secundar, contando que falou com o homólogo sobre as reformas levadas a cabo em Portugal e “também de uma forma corajosa implementadas aqui na França. Regozijamo-nos com a evolução recente da economia francesa, com taxas de crescimento positivas, como acontece em Portugal, e que foi benéfico para os nossos dois países mas também benéfico para toda a Europa. ”Enquanto o Presidente fazia esta descrição sobre a França, François Hollande sorriu de satisfação e fazia sinais para os jornalistas gauleses presentes, com expressões de orgulho. O Presidente francês não se coibiu de assinalar que há dez anos que um chefe de Estado português não visitava o Palácio do Eliseu. O chefe de Estado português repetiu o discurso que fez em todos os encontros em Paris nos dois dias da visita, com ênfase nas palavras-chave ‘crescimento’ e ‘reformas’: 2014 foi um “ano de viragem” em Portugal, que entrou numa “fase de crescimento económico e de criação de emprego”. Porém, defendeu Cavaco Silva, os “esforços individuais de cada Estado-membro são importantes, mas só por si não são suficientes para alcançar o resultado satisfatório na zona do euro” para combater o desemprego que atinge 26 milhões de europeus. Se, por um lado, os países têm feito o seu trabalho, por outro é necessária também uma “visão mais integrada e política, uma coordenação reforçada que permita corrigir os desequilíbrios numa zona económica ainda demasiado heterogénea”, apontou o Presidente português, acrescentando ser necessário “construir uma Europa mais solidária e mais inclusiva”. No encontro de pouco mais de uma hora, os dois Presidentes conversaram sobre o combate ao terrorismo, o conflito na Líbia, os problemas no Mali e República Centro-Africana, o Estado Islâmico, e os países africanos de língua oficial portuguesa, sobre a situação na Ucrânia, e ainda acerca dos investimentos empresariais nos dois países. Foi abordado o pacto entre Portugal, Espanha e França assinado no passado dia 4 em Madrid e que permite as conexões energéticas (petróleo e gás) entre a Península Ibérica e o resto da Europa. Hollande contou que o primeiro-ministro francês, Manuel Valls irá a Lisboa a 9 e 10 de Abril para elaborar um roteiro sobre o calendário de cooperação entre Portugal e França nesta matéria. “Constatámos no nosso encontro que são muitas as questões europeias e internacionais que beneficiam de um diálogo e concertação intensa. É o caso da segurança interna e das fronteiras da União Europeia, o relançamento do crescimento económico na Europa e o desenvolvimento de políticas no domínio dos investimentos estruturais e também na construção do mercado único de energia”, descreveu Cavaco Silva, que regressou ao final da tarde a Lisboa, sem fazer declarações aos jornalistas sobre a viagem de dois dias. Mão-de-obra “qualificada e flexível”Pela manhã, Cavaco Silva teve um pequeno-almoço com 23 grandes empresários franceses e representantes de fundos de investimento, perante os quais promoveu Portugal como um país com uma localização competitiva, mão-de-obra e quadros altamente qualificados e flexíveis, um mercado concorrencial, com infra-estruturas físicas e tecnológicas de qualidade, e boas condições fiscais. “Nos últimos três anos, Portugal levou a cabo um programa de reformas estruturais profundas para corrigir os desequilíbrios macroeconómicos e orçamentais e melhorar a competitividade das empresas, para a construção de um ambiente amigo dos negócios e do investimento”, apontou o Presidente, acrescentando o cenário positivo no crescimento do PIB, o controlo do défice orçamental, a redução do desemprego, a progressão da balança externa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave desemprego
Guerras de África continuam apesar de número recorde de capacetes azuis
No fim de Novembro, 70% dos capacetes azuis da ONU estavam em África, mas havia conflitos a agravarem-se. (...)

Guerras de África continuam apesar de número recorde de capacetes azuis
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501041100/http://www.publico.pt/1618409
SUMÁRIO: No fim de Novembro, 70% dos capacetes azuis da ONU estavam em África, mas havia conflitos a agravarem-se.
TEXTO: Há hoje mais forças de manutenção de paz da ONU em África do que alguma vez houve. Mas apesar do seu número, que atingiu já o dobro do que havia nos anos 1990, estas têm sido incapazes de travar alguns conflitos, como o da República Centro-Africana ou o do Sudão do Sul. No caso da Republica Centro-Africana, França enviou um contingente de 1600 militares em apoio à missão da União Africana com mandato da ONU. Há um mês no país, a situação está hoje pior do que quando os primeiros militares franceses aterraram no aeroporto de Bangui. Apesar da presença militar estrangeira, o número de vítimas e de deslocados não pára de aumentar. Há agora mais de um milhão de pessoas que fugiram de casa com medo da violência (há um mês eram 400 mil), e morreram mais de mil pessoas nos combates entre milícias cristãs e muçulmanas. A situação está tão complicada que nem todos os dias é possível distribuir ajuda, dizem os Médicos Sem Fronteiras. “Tem havido combates fortes junto da clínica”, disse um porta-voz da organização em Genebra, Niklas Bergstrand. “É demasiado perigoso quando voam balas”, comentou. Os ataques de vingança entre cristãos e muçulmanos não têm parado, e muitos são até levados a cabo em clínicas, dizem. Tudo começou com o derrube do Presidente, François Bozizé, em Março, e a situação foi ficando cada vez mais violenta até um ponto em que os ataques de vingança sectária se tornaram a regra. A presença no terreno para impedir ou tentar que os combates diminuam deveria ser apenas uma parte da solução, que deveria incluir iniciativas políticas e diplomáticas, defende John Pendergast, activista do grupo de defesa de direitos humanos Enough Project. Mas estas têm sido, na maioria dos conflitos em África, “ineficazes e demoradas”, critica. “Isso tem posto mais pressão nas missões para objectivos para os quais elas não estão preparadas. ” Mesmo que sejam muitas - no final de Novembro, segundo o Washington Post, 70% dos 98. 267 capacetes azuis da ONU estavam deslocados na África Subsariana. Isto pode dizer-se no caso da República Centro-Africana ou também no caso do Sudão do Sul, onde um conflito entre o Presidente e um rival político que este afastou da vice-presidência desencadearam também uma cadeia de violência de ataques e retaliações entre duas tribos. Num país recente, nascido em 2011 após um conflito longo, há agora 200 mil deslocados por causa da violência. Em ambos os países, as forças internacionais já presentes não conseguiram travar a violência nascente. “Há sempre a tentação de ouvir que se há uma força de manutenção de paz de 5000 ou 10. 000 elementos pensarmos que eles podem fazer imenso bem, e podem”, disse Toby Lanzer, responsável da ONU no Sudão do Sul, ao Washington Post. “Mas o que não conseguem fazer é estabilizar um país inteiro que está numa erupção de violência. ”No Sudão do Sul, o aumento da força de 7500 para 14 mil aconteceu apenas em Dezembro, depois de uma onda de assassínios já de Janeiro se ter tornado num conflito nacional. Na República Centro-Africana, a ONU apenas autorizou a missão francesa e o aumento das tropas da União Africana para 4500 também em Dezembro. Por outro lado, mesmo que não impeçam combates, esta presença tem efeitos. “Sem a intervenção física das forças de manutenção de paz da ONU ou da União Africana, estes conflitos poderiam ter escalado ainda mais”, defende E. J. Hogendoorn, vice-director para África do International Crisis Group.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
França reforça presença militar contra Boko Haram
Governo francês responde aos atentados recentes nas imediações do Lago do Chade. Novo atentado mata 17 pessoas em Maidguri. (...)

França reforça presença militar contra Boko Haram
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Governo francês responde aos atentados recentes nas imediações do Lago do Chade. Novo atentado mata 17 pessoas em Maidguri.
TEXTO: A França anunciou nesta quarta-feira que irá aumentar o seu contingente militar na região do Sahel, onde se situa o bastião do grupo extremista Boko Haram. O reforço será sentido particularmente nas imediações do Lago do Chade, localidade tripartida entre a Nigéria, o Chade e o Niger, onde o grupo tem recentemente somado ataques, incluindo um novo nesta quarta-feira. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian. Para compensar o reforço serão retirados alguns militares actualmente em missão na República Centro Africana. Citado pela AFP, o ministro afirmou que é necessário usar esses meios para acompanhar “as tensões em torno do Lago do Chade”. Contudo, não avançou quaisquer números. Ao longo das últimas semanas, o grupo extremista Boko Haram tem concentrado as suas acções em Maidguri, uma cidade nas imediações do Lago do Chade. O grupo, que chegou a ocupar a cidade em 2014, anunciou que quer fazer de Maidguri a capital de um autoproclamado califado. Um atentado suicida levado a cabo nesta quarta-feira deixou 17 pessoas mortas na cidade. O número é avançado pela Aljazeera, mas ainda não existe confirmação oficial nem mais detalhes sobre o atentado. Só ao longo dos últimos quatro dias, vários atentados do Boko Haram mataram mais de 65 pessoas em Maidguri. Há três dias, várias explosões em locais movimentados da cidade mataram pelo menos 50. A zona tem sido alvo de atentados e ataques militares dos extremistas desde Janeiro, mês em que o Boko Haram tentou, sem sucesso, recuperar o controlo da cidade. O ataque frustrado vitimou cerca de 100 pessoas. Ofensiva concertadaO grupo extremista, que já anunciou no sábado fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico, no leste da Sìria e oeste do Iraque, tem sofrido várias derrotas às mãos de uma ofensiva militar regional. A AFP cita informações avançadas também nesta quarta-feira pelo Governo da Nigéria. Este adianta que, ao longo do último mês, foram libertadas 36 localidades do controlo do Boko Haram. Por outro lado, perderam-se quatro localidades para os extremistas. O sucesso, explica um responsável do Governo nigeriano, deve-se à concertação de esforços militares entre a Nigéria, o Chade e o Niger. “Esperamos que a cooperação regional em curso vá a precipitar a exterminação do Boko Haram na Nigéria e na nossa região”, afirmou Mike Omeri, do Departamento da Defesa do Governo nigeriano, citado pela AFP.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ataque
Exército anuncia reconquista de quartel-general do Boko Haram
Ofensiva das últimas semanas tem reduzido a influência do grupo jihadista, que jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico no início do mês. (...)

Exército anuncia reconquista de quartel-general do Boko Haram
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ofensiva das últimas semanas tem reduzido a influência do grupo jihadista, que jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico no início do mês.
TEXTO: O Exército da Nigéria anunciou nesta sexta-feira que conseguiu expulsar os islamistas do Boko Haram do seu quartel-general em Gwoza, numa operação realizada a apenas um dia das eleições presidenciais e legislativas. "Vários terroristas morreram e muitos foram capturados", anunciou o Exército no Twitter. A ofensiva das últimas semanas contra o Boko Haram reduziu o controlo deste grupo terrorista a apenas três cidades no Nordeste do país, de acordo com as autoridades de Abuja, que têm o apoio de uma força regional constituída por soldados dos Camarões, do Chade e do Níger. Com a reconquista de Gwoza, o Boko Haram estará agora confinado a apenas duas cidades. Gwoza fica perto da fronteira com os Camarões e a cerca de 130 quilómetros a Sudeste de Maiduguri, a capital da província de Borno – e a zona de maior implantação do Boko Haram. O grupo islamista declarou a criação de um califado em Agosto do ano passado, cinco anos depois de ter lançado a sua sangrenta ofensiva no Nordeste, que provocou cerca de 13. 000 mortos – os ataques do Boko Haram terão provocado cerca de 1000 mortos desde Janeiro, de acordo com a Amnistia Internacional. Na primeira semana deste mês, o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico. Mas a ofensiva conjunta da Nigéria, dos Camarões, do Chade e do Niger tem debilitado a influência do grupo – no entanto, muitos analistas receiam que esta ofensiva seja frágil e motivada pelas eleições de sábado, admitindo-se que o Boko Haram possa regressar em força num futuro póximo. O jornal Financial Times noticiou nesta sexta-feira que um dos principais responsáveis pelo sucesso da forte ofensiva contra os militantes do Boko Haram é um grupo de mercenários que esteve muito activo em várias guerras no continente africano durante a década de 1990, após fim do apartheid na África do Sul. "Cerca de 300 antigos soldados das Forças de Defesa da África do Sul, todos com uma idade um pouco avançada, e muitos deles pertencentes ao grupo mercenário Executive Outcomes, apoiaram a tentativa das forças do Governo nigeriano para reconquistar território capturado pelo grupo terrorista, à medida que se aproximavam as eleições deste sábado", escreve o jornal britânico. Com o fim do regime racista da África do Sul, vários soldados de elite das forças do país formaram grupos de mercenários e venderam os seus serviços a empresas e governos do continente. Um dos cenários em que estiveram envolvidos foi a guerra civil em Angola, onde lutaram ao lado do Governo do MPLA contra a UNITA, que se recusou a aceitar o resultado das eleições de 1992. O grupo foi oficialmente dissolvido por uma lei sul-africana aprovada em 1998, que tinha como objectivo regulamentar a actividade das chamadas "empresas militares privadas". Mas alguns dos seus antigos elementos terão aparecido agora no Nordeste da Nigéria, para lutarem contra o Boko Haram. "É o mesmo grupo de pessoas que esteve na Serra Leoa e em Angola. Não são tão rápidos como antigamente, mas são bem treinados e eficazes a usar armas", cita a fonte do Financial Times, cujo nome não é identificado mas que é referido como "um funcionário do sector da segurança privada". De acordo com o jornal britânico, os mercenários dos Executive Outcomes recebem 10. 000 dólares (9100 euros) por mês, o que rondará um terço do que é pago a antigos soldados britânicos para combaterem no Médio Oriente. Este envolvimento na luta contra o Boko Haram é visto como uma oportunidade para que os mercenários sul-africanos possam "redimir-se" dos tempos do apartheid. "As coisas que o Boko Haram fez nos últimos quatro ou cinco anos são pavorosas. Por uma vez na vida estes tipos estão a lutar contra o inimigo certo. Estão no lado certo", disse ao jornal britânico um outro segurança privado não identificado.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Regulador da energia promete "decisões rápidas" sobre problemas da tarifa social
Vítor Santos diz que descida do preço do gás está assegurada. (...)

Regulador da energia promete "decisões rápidas" sobre problemas da tarifa social
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.183
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Vítor Santos diz que descida do preço do gás está assegurada.
TEXTO: O presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Vítor Santos, garantiu esta quarta-feira no parlamento "decisões rápidas" sobre os indícios de incumprimento na atribuição da tarifa social pela EDP Comercial e pela Galp Power. "Vamos tomar decisões rapidamente para rapidamente inverter esta situação que é inaceitável, porque é uma matéria muito importante", afirmou Vítor Santos na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, quando questionado pela deputada do PS Hortense Martins sobre os inquéritos às duas empresas. Na segunda-feira, o regulador anunciou que tinha aberto inquéritos à EDP Comercial e à Galp Power, por indícios de não atribuição, indevidamente, da tarifa social e de incumprimento do dever de informação aos beneficiários, nomeadamente na factura de fornecimento. "O nosso objectivo é criar condições para melhorar as práticas na atribuição da tarifa social", acrescentou. A ERSE adiantou que a 4 de Fevereiro realizou acções inspectivas nas instalações dos dois comercializadores (EDP Comercial e Galp Power) para verificar o cumprimento das disposições legais de atribuição de tarifa social, que beneficia as famílias economicamente vulneráveis. O incumprimento é punível com "uma sanção que pode ascender a 10% do volume de negócios" das empresas, refere o organismo liderado por Vítor Santos. Descida do gás assegurada"Para tranquilizar os senhores deputados, há a possibilidade de a Galp poder não pagar a CESE, mas se tal não acontecer não há risco na proposta que está em cima da mesa, porque a ERSE cativou 66 milhões de euros, que no caso de não haver pagamento permite injectar 50 milhões de euros e suportar a proposta de tarifas", afirmou ainda p presidente da ERSE. As tarifas transitórias de gás natural devem baixar 3, 9% em maio e sofrer nova queda de 3, 5% em Julho, de acordo com a proposta tarifária do regulador, apresentada na passada quarta-feira, descidas possíveis devido à decisão do Governo que obriga a Galp a devolver cerca de 150 milhões de euros por ganhos em contratos de aquisição de gás com a Nigéria e Argélia. Vítor Santos aplaudiu a extensão da contribuição extraordinária do sector energético (CESE) aos contratos de take or pay, considerando que deve haver "uma partilha de benefícios - e não só de riscos - com os consumidores". Já antes o regulador tinha defendido que fazia "todo o sentido a partilha de benefícios relativamente à venda dos excedentes desses contratos". Quando a decisão foi anunciada, a Galp admitiu a possibilidade de recorrer à Justiça para contestar a medida.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Ferguson é uma cidade onde os polícias não cumprem a lei
Relatório do Departamento de Justiça dos EUA manda reformar organização policial e do tribunal (...)

Ferguson é uma cidade onde os polícias não cumprem a lei
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150502041930/http://www.publico.pt/1688196
SUMÁRIO: Relatório do Departamento de Justiça dos EUA manda reformar organização policial e do tribunal
TEXTO: Um sargento da polícia de Ferguson, nos Estados Unidos, viu um negro a falar, por breves instantes, com o condutor de um camião, e logo afastar-se. Suspeitou de que podia haver ali actividade criminosa e foi questionar o motorista. Quando este não permitiu que o revistasse, o sargento, que actuava apenas com base num palpite, deu-lhe vários choques eléctricos com um taser. Um deles durou 20 segundos, quando dois a três segundos normalmente bastam para fazer cair ao chão quem o recebe. O homem acabou por ser acusado de “desobedecer à autoridade” e “resistir à detenção”, embora sem haver “nenhuma violação criminal independente”, conclui o relatório do Departamento de Justiça dos EUA sobre a polícia da cidade que fez os norte-americanos confrontarem-se com o racismo das suas forças da ordem. Ferguson, no Missouri, é onde no passado mês de Agosto o adolescente Michael Brown foi morto com seis tiros por um agente branco, desencadeando uma onda de protestos contra o racismo da polícia que se espalharam a todo o país. A investigação do Departamento de Justiça concluiu que não há motivos para processar o agente que o matou, Darren Wilson, mas a família de Brown decidiu entretanto processar o município. O que o Governo dos EUA concluiu foi que Ferguson viola de tantas formas os direitos constitucionais que toda a abordagem da polícia e da justiça municipal tem de ser mudada. Os funcionários têm de receber formação e é preciso uma nova supervisão. Há vários exemplos como o do motorista. Jovens que estavam a ouvir música dentro de um carro foram detidos porque um polícia suspeitou que estavam a fumar marijuana. O argumento para os prender foi terem-se “juntado num grupo com o objectivo de cometer actividades ilegais. ” Mas, diz o New York Times, não foram encontrados indícios de que tivessem marijuana, mesmo depois de a polícia ter revistado o carro. Multas eternasFerguson tem 67% de negros, mas estes representam 93% das detenções feitas entre 2012 e 2014. Um polícia citado no relatório disse que considerava suspeito ou agressivo quem se recusasse a mostrar uma identificação, e que costumava detê-lo. Em 88% dos casos em que a polícia usou violência excessiva, uma prática frequente, o alvo foram negros. Entre Outubro de 2012 e Outubro de 2014, 96% dos detidos em operações stop eram afro-americanos. Entre Abril e Setembro do ano passado, 95% dos detidos na cadeia municipal eram negros e são estes os alvos da “esmagadora” maioria das acusações por delitos menores: 95% das citações por atravessar fora da passadeira, 94% por “incumprimento de ordens” e 92% por “perturbação da paz”. Uma conclusão importante do relatório é que o tribunal municipal não funciona de forma independente: os funcionários judiciais respondem perante o chefe da polícia. Além disso, o tribunal está um caos, com as pessoas a serem notificadas em datas erradas, e sem que haja contas precisas de quanto deve quem é multado – fazendo com que muitos habitantes fiquem durante anos presos a uma dívida que nunca conseguem acabar de pagar, como muitos afro-americanos descreveram. A punição por não pagar uma multa de trânsito é frequentemente a prisão. No meio desta confusão, as multas e coimas judiciais são uma importantíssima fonte de rendimento para o município. Foram encontrados e-mails internos em que responsáveis municipais estimulam a cobrança de multas.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA