“É difícil combater o ébola num país onde umas luvas custam mais do que se ganha num dia”
Português a viver na Serra Leoa deverá deixar o país nesta semana. Descreve falta de meios no terreno e dificuldade em obter apoio das autoridades consulares portuguesas. (...)

“É difícil combater o ébola num país onde umas luvas custam mais do que se ganha num dia”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Português a viver na Serra Leoa deverá deixar o país nesta semana. Descreve falta de meios no terreno e dificuldade em obter apoio das autoridades consulares portuguesas.
TEXTO: Samuel Bonifácio chegou à Serra Leoa praticamente ao mesmo tempo do surto de ébola que começou em Fevereiro na Guiné-Conacri. Há dois meses, o português de 25 anos mudou-se para este país da África Ocidental depois de quatro anos em Moçambique. “Quando eu cheguei cá há dois meses, tinham-se confirmado três ou quatro casos do vírus no interior do país, ou seja, não era nada. Mas neste momento já são cerca de 230 mortos só na Serra Leoa”, conta ao PÚBLICO o gestor de logística, que alerta para a falta generalizada de meios para travar a epidemia e também para as falhas de informação por parte das autoridades consulares portuguesas. A partir da sua casa na capital, Freetown, onde se encontra a cumprir o recolher obrigatório declarado pelo Presidente Ernest Bai Koroma, “para as pessoas ficarem a reflectir sobre o vírus e a ouvirem informações na rádio”, Samuel explica por telefone que os esclarecimentos continuam a ser escassos para os quatro portugueses que sabe que vivem neste país assolado pela febre hemorrágica altamente mortal. No caso do gestor, será a sua empresa a retirá-lo da Serra Leoa, provavelmente ainda nesta semana, à semelhança do que estão a fazer outras multinacionais. A decisão abrange todos os funcionários estrangeiros e Samuel Bonifácio deverá regressar à Europa num dos três voos possíveis, ou seja, via Paris, Bruxelas ou Londres. “Só que nos aeroportos aqui não existe despistagem. Olham para a nossa cara, fazem-nos umas perguntas de sintomas e deixam-nos embarcar. À chegada à Europa é que há um controlo mais apertado, mas é depois da viagem. ”Porém, antes de ter esta informação diz que tentou obter ajuda junto da Secção Consular da Embaixada de Portugal, em Dakar, que tem jurisdição sobre a Serra Leoa, mas não conseguiu resposta. “Há grandes falhas. Tentámos contactos por email e não responderam. Eu não preciso do Estado português, porque a minha empresa já tem tudo em ordem, mas queria expor a situação pois ninguém tem noção do que se passa aqui, de quantos portugueses somos e do que estamos a pensar fazer”, explica Samuel Bonifácio, que assegura que se alguém for infectado não tem condições para ali ser tratado. Contactado pelo PÚBLICO, o secretário de Estado das Comunidades adianta que já pediu dados no sentido de se averiguar quantos portugueses estão de facto na Serra Leoa e nos restantes países afectados: Libéria, Guiné-Conacri e Nigéria. José Cesário admitiu que serão “poucos”, mas que dadas as viagens recentes pode haver pessoas nestes países que não avisaram as autoridades consulares, que é o primeiro passo que aconselha. Além disso, o responsável reforça que desde Abril que o Governo tem recomendado que os portugueses saiam dos países em risco. Ao todo, a epidemia do pior surto do vírus descoberto na década de 1970 já matou 826 pessoas. No que diz respeito a apoios para sair como está a acontecer, por exemplo com os Estados Unidos, José Cesário rejeita a hipótese, salvo para casos excepcionais. “Quando há uma situação de emergência absoluta, ou seja, a pessoa está num determinado local e não há forma pelas vias normais, convencionais e comerciais de sair de lá, nessa altura evidentemente, que recorremos aos meios próprios para tentar encontrar forma de os ajudar”, disse, mas explicando que a despesa terá de ser assegurada pelo cidadão, “salvo em casos de insuficiência financeira”. Sobre eventuais casos de portugueses infectados que queiram regressar, o secretário de Estado disse que o primeiro passo deverá ser sempre procurar cuidados médicos nos países e contactar a emergência consular (estão disponíveis os telefones 707 202 000 e 961 706 472 ou o email gab. emergencia@mne. pt), mas reforçou que o regresso será “por vias comerciais”, admitindo, no entanto, que perante os sintomas “serão poucos os que têm condições para o fazer”. Para quem já regressou a Portugal e apresente sintomas da doença, a Direcção-Geral da Saúde apelou a que seja contactada a Linha Saúde 24 (808 242 424), que encaminhará os casos para os hospitais preparados. “Quem diz que nos devemos tratar aqui na Serra Leoa não sabe do que fala. As pessoas quase não se protegem. Um par de luvas custa mais do que uma pessoa de cá consegue ganhar num dia. O ordenado de um serra-leonês é de 80 ou 85 euros por mês”, contrapõe Samuel Bonifácio, que descreve a forma precária como funcionam muitos serviços de saúde. “Os hospitais de campanha são tendas de plástico em que quase não há divisões entre os doentes infectados. É quase tudo no meio do mato e basta vir vento para se misturar tudo”, insiste, acrescentando que mesmo as autoridades locais “mascararam as coisas até quinta-feira passada, quando o Governo declarou estado de emergência”.
REFERÊNCIAS:
Entidades MNE
Português viajou da Libéria para Lisboa com “zero perguntas” sobre ébola
Último balanço da Organização Mundial de Saúde aponta para 887 mortos. (...)

Português viajou da Libéria para Lisboa com “zero perguntas” sobre ébola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Último balanço da Organização Mundial de Saúde aponta para 887 mortos.
TEXTO: Carlos conta o seu percurso a partir do Aeroporto de Lisboa. Está de partida para férias, pouco mais de uma semana depois de ter regressado a Portugal vindo da Libéria, onde trabalha há um ano. Teve algum controlo adicional em Monróvia, em Bruxelas ou à chegada a Portugal? “Nada. Zero. Nem perguntas me fizeram”, diz ao PÚBLICO por telefone. A Libéria é um dos países mais afectados pelo surto de ébola que começou em Fevereiro na Guiné-Conacri e que já matou 887 pessoas, de acordo com último balanço da Organização Mundial de Saúde. Só na Libéria estima-se que o vírus tenha infectado 468 pessoas, 255 das quais morreram. Este engenheiro de máquinas de 29 anos a trabalhar na Libéria há um ano chegou a Portugal no dia 26 de Julho. O seu voo partiu da capital, Monróvia, e fez escala em Bruxelas antes de aterrar em Lisboa. Apesar de os países terem anunciado um reforço do controlo aeroportuário para tentar estancar o vírus na África Ocidental, Carlos fala em “verdadeiro show-off”. Mas ressalva que está de consciência tranquila, já que tomou sempre as precauções devidas quando estava na Libéria. Vive na capital, onde a situação está mais tranquila, e nas deslocações pelo país teve sempre cuidados redobrados. “O sentimento que nós temos é de que podemos apanhar o ébola, mas obviamente tomando certos riscos e facilitando certas situações, como cumprimentos com beijos e apertos de mão. É preciso usar ao máximo o desinfectante sanitário e lavar as mãos com frequência”, descreve Carlos, que aponta que o pior problema é na zona interior da Libéria, onde os rituais nos funerais são fonte de preocupação. “É quando o corpo está morto que o ébola tem mais expressão e obviamente as pessoas que lavam o corpo dos mortos ficam em mais risco e depois quando vêem para as cidades aumentam exponencialmente a possibilidade de contagiar alguém”, justifica. “Penso que muitas das precauções [no terreno e nos aeroportos] foram tomadas já depois do meu regresso a Portugal. Mas o surto já existia, só espoletou mais agora para a comunidade internacional pelos americanos retirados na Libéria”, acrescenta Carlos, em referência aos dois voluntários norte-americanos contagiados pelo vírus na zona liberiana onde trabalhavam e que foram levados para os Estados Unidos. Nancy Writebol, de 59 anos, escreve a Reuters, à semelhança do seu colega Kent Brantly, chegará nesta terça-feira ao Hospital Universitário de Emory, em Atlanta. A viagem foi feita em separado uma vez que estão a ser transportados num avião com condições para isolar o doente, mas que só tem capacidade para uma pessoa nesta situação. Os dois infectados pertenciam à organização não-governamental (ONG) SIM USA, que optou por retirar os restantes voluntários do terreno. As autoridades liberianas decidiram entretanto, para controlar o vírus, destacar militares para as zonas do país mais afectadas para colocarem em vigor uma espécie de quarentena nas comunidades onde há mais casos. “Como estava tudo controlado vim de férias programadas e tenciono voltar para a Libéria, mas preocupa-me que não haja nenhum controlo e que o voo tenha sido absolutamente normal”, reforça Carlos. Quanto à situação dentro da Libéria, assegura que o ambiente nas ruas não está muito diferente e que são poucos os sinais de protecção entre a população, salvo as campanhas de sensibilização feitas pelas ONG que trabalham naquela zona. “Tive o caso de um cliente com o qual trabalhamos em que algumas pessoas por iniciativa própria decidiram usar luvas e máscaras, mas nada de transcendente. Também não tenho conhecimento de empresas que estejam a retirar de lá pessoas, há é quem evite enviar expatriados neste momento”, afirma. O mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde tinha sido feito a 27 de Julho e apontava para um total de 1300 casos, 729 dos quais mortais. O país mais afectado é a Guiné-Conacri, onde surgiu o maior surto de sempre da febre hemorrágica, com um total de 485 casos e 358 mortos. Segue-se a Serra Leoa com 646 casos (273 mortais), a Libéria com 468 (255 mortais) e a Nigéria com quatro infecções e um morto. (A pedido do entrevistado o nome utilizado é fictício para protecção da sua identidade)
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade espécie corpo morto
Viajar para sítios afectados pelo ébola só em “situações essenciais”, aconselha DGS
Sem casos em Portugal até à data, Direcção-Geral da Saúde aconselha os viajantes a irem ao médico se tiverem estado expostos ao vírus ou desenvolvido sintomas suspeitos. (...)

Viajar para sítios afectados pelo ébola só em “situações essenciais”, aconselha DGS
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sem casos em Portugal até à data, Direcção-Geral da Saúde aconselha os viajantes a irem ao médico se tiverem estado expostos ao vírus ou desenvolvido sintomas suspeitos.
TEXTO: Apesar de sublinhar que actualmente não estão interditadas as viagens internacionais para as áreas afectadas pelo surto do vírus ébola, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) recomenda que os cidadãos “devem ponderar viajar apenas em situações essenciais”, por precaução. Esta é uma das oito recomendações da DGS, divulgadas num comunicado assinado pela subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, que destaca que um eventual agravamento da propagação internacional da doença poderá ter “sérias implicações face às características do vírus”. Por isso, é necessária “uma resposta internacional coordenada”, acrescenta. Por enquanto, não se verificou qualquer caso de doença por vírus ébola em Portugal, "sendo o risco de contágio interpessoal baixo na ausência de contacto directo com fluídos corporais", esclarece. Seja como for, também por precaução, os viajantes são alertados para procurarem aconselhamento médico caso tenham estado expostos ao vírus ou desenvolvam sintomas de doença. Graça Freitas tinha garantido há dias que, apesar de não haver restrições às viagens de e para países da África Ocidental por causa do ébola, as pessoas são controladas pelo pessoal dos aeroportos e companhias aéreas. Além do reforço da articulação internacional com a OMS, com o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) e com outros Estados, Portugal possui, “em estado de prontidão, mecanismos para dectectar, investigar e gerir casos suspeitos de doença por vírus ébola, incluindo capacidade laboratorial para confirmação", lê-se no comunicado. Frisando que o surto de ébola na África ocidental constitui um “evento extraordinário” e um risco de saúde pública para outros Estados, a DGS garante igualmente que estão ainda previstas medidas para facilitar a evacuação e repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus. Também a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) está preparada para responder, aconselhar e encaminhar quem necessitar de esclarecimentos suplementares ou encaminhamento específico. . Este surto começou na Guiné-Conacri em Dezembro de 2013 e até à data foram identificados cerca de 1700 casos e 930 mortes em quatro países (além da Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria).
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
OMS admite uso de tratamentos experimentais contra o ébola
Libéria vai receber soro experimental contra o ébola numa altura em que o número de mortes provocadas pelo vírus supera a barreira dos mil. (...)

OMS admite uso de tratamentos experimentais contra o ébola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.1
DATA: 2014-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Libéria vai receber soro experimental contra o ébola numa altura em que o número de mortes provocadas pelo vírus supera a barreira dos mil.
TEXTO: A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera ético o uso de terapias e vacinas experimentais contra o ébola. Uma declaração divulgada nesta terça-feira pela OMS refere a necessidade de os tratamentos serem aplicados com total transparência e considera uma “obrigação moral” recolher e partilhar toda a informação dos resultados da utilização dos tratamentos para se compreender a sua segurança e eficácia. “Dadas as circunstâncias particulares deste surto (…), o painel chegou a um consenso de que é ético oferecer intervenções que ainda não foram comprovadas com eficácia e efeitos adversos desconhecidos, como um potencial tratamento ou prevenção” do ébola, lê-se na declaração publicada no site da OMS. O documento é o resultado de uma reunião de segunda-feira convocada pela OMS, em Genebra, com especialistas em ética de vários países, em resposta aos pedidos crescentes da utilização dos tratamentos experimentais disponíveis contra o ébola, numa altura em que mais de 1000 pessoas já morreram devido ao pior surto de sempre desta febre hemorrágica que afecta quatro países da África Ocidental. A OMS definiu ainda critérios para o uso destes tratamentos como a “transparência sobre todos os aspectos de cuidado [médico], o consentimento informado, a liberdade de escolha, a confidencialidade, o respeito pela pessoa, a preservação da dignidade e o envolvimento da comunidade”. A organização defendeu ainda ser uma “obrigação moral” recolher e partilhar toda a informação sobre os tratamentos e vacinas de modo a “compreender a segurança e a eficácia destas intervenções” e sublinhou o “dever moral” de se realizarem ensaios clínicos dos tratamentos e vacinas para “provar em definitivo a eficácia e segurança ou dar provas de que é necessário parar com a utilização”. Um documento mais completo sobre a reunião irá ser tornado público a 17 de Agosto. Libéria vai receber tratamento experimentalA Libéria vai receber algumas doses do soro experimental que foi usado em dois pacientes norte-americanos infectados com o ébola, anunciou o Governo de Monróvia. Segundo um comunicado divulgado a noite passada pela presidência liberiana, o envio do soro foi aprovado pela Casa Branca e a FDA (a agência que controla os medicamentos nos EUA) e deverá ser entregue ainda esta semana em Monróvia por um representante do Governo norte-americano. No entanto, um responsável do Departamento de Saúde norte-americano assegurou à agência Reuters que Washington se limitou a mediar os contactos entre o Governo liberiano e a farmacêutica que produz o soro, conhecido pela sigla Zmapp. “Como o medicamento tinha de ser levado para fora dos EUA era necessário seguir os protocolos de exportação previstos”, explicou. A Libéria acrescenta que recebeu autorização da directora-geral da OMS, Margaret Chan, para importar o medicamento, que planeia administrar a dois médicos que foram infectados quando tratavam outros doentes. Não existe actualmente qualquer cura ou vacina contra o ébola, um vírus com elevada taxa de mortalidade, apesar de várias drogas terem sido testados nos últimos anos. No entanto, dois pacientes norte-americanos a quem foi administrado o soro — um cocktail de anticorpos destinado a bloquear o vírus — registaram melhorias significativas, o que levou as autoridades de vários países a pedir o acesso ao medicamento, ainda que ele não tenha sido sujeito previamente a testes em humanos nem a sua eficácia esteja comprovada. Além dos dois norte-americanos, um médico e uma missionária infectados na Libéria, o soro foi também já administrado ao padre espanhol Miguel Pajares, que chegou na semana passada a Madrid num avião especialmente fretado por Madrid. A Mapp Biopharmaceutical revelou na segunda-feira ter esgotado as doses disponíveis do soro depois de ter enviado as últimas que tinha em stock para um país africano. Antecipando as críticas, garante que está a fornecer o medicamento “em todos os casos sem custos”. Apesar das expectativas, o uso de drogas que não foram sujeitas aos ensaios clínicos protocolares levanta sérias dúvidas — a BBC recorda que, em 1996, a Pfizer testou um medicamento contra a meningite durante um surto na Nigéria, mas acabaria processada depois de 11 crianças incluídas no ensaio terem sofrido danos cerebrais. No entanto, vários especialistas no ébola defenderam que, face à elevada mortalidade do actual surto, o uso de medicamentos não testados previamente em humanos deve ser equacionado pelos responsáveis de saúde.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA OMS
Guiné-Bissau vai encerrar as fronteiras com a Guiné-Conacri devido ao ébola
Primeiro-ministro guineense apresentou programa de emergência. Organização Mundial de Saúde dá luz verde para tratamentos experimentais apesar de o stock ser baixo. (...)

Guiné-Bissau vai encerrar as fronteiras com a Guiné-Conacri devido ao ébola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.12
DATA: 2014-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Primeiro-ministro guineense apresentou programa de emergência. Organização Mundial de Saúde dá luz verde para tratamentos experimentais apesar de o stock ser baixo.
TEXTO: A Guiné-Bissau vai encerrar as fronteiras com a Guiné-Conacri devido ao surto de Ébola neste país. Esta é uma das medidas do programa de emergência sanitária face ao surto anunciado esta terça-feira pelo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu luz verde para o uso de terapias e vacinas não testadas em seres humanos contra a doença. "Os ministérios da Defesa e do Interior têm instruções para tomar as medidas necessárias para efectivar o encerramento de fronteiras", anunciou Domingos Simões Pereira em conferência de imprensa, citado pela Lusa. A Guiné-Bissau está entre o Senegal, a Norte, e a Guiné-Conacri, a Sul. A medida também terá em conta as zonas de passagem entre os dois países. Segundo Domingos Simões Pereira não há nenhum caso suspeito na Guiné-Bissau. Mas os últimos dados da OMS mostram que a epidemia, que afecta também a Libéria, a Serra Leoa e a Nigéria, continua a aumentar: já infectou 1848 pessoas e matou 1013. Também esta terça-feira, a OMS admitiu o uso de terapias e vacinas experimentais para o combate ao ébola. Dada a dimensão do surto e não havendo tratamentos legais, o painel de ética da OMS que se reuniu na segunda-feira “chegou a um consenso de que é ético oferecer intervenções que ainda não foram comprovadas com eficácia e efeitos adversos desconhecidos, como um potencial tratamento ou prevenção” do ébola, lê-se numa declaração. A OMS definiu ainda critérios para o uso destes tratamentos como a “transparência sobre todos os aspectos de cuidado [médico], o consentimento informado, a liberdade de escolha, a confidencialidade, o respeito pela pessoa, a preservação da dignidade e o envolvimento da comunidade”. Mas a mudança não será, para já, uma resposta definitiva. O stock do único tratamento para já administrado a três pessoas, o ZMapp, é mínimo. “Têm menos de uma dúzia de doses”, disse Fadéla Chaib, porta-voz da OMS, citada pela Reuters. A empresa que produz este soro, a norte-americana Mapp Biopharmaceutical, disse também que já tinha esgotado as doses. O ZMapp ainda só foi administrado a dois norte-americanos, que contraíram a doença na Libéria, e a um padre espanhol que morreu ontem. Nancy Writebol, missionária de 60 anos, e Kent Brantly, médico de 33 anos, foram repatriados para Atlanta, nos EUA, e o seu estado de saúde está a melhorar, segundo a AFP. No entanto, sem ensaios clínicos em humanos, não se sabe a real eficácia do medicamento. A presidência da Libéria anunciou que vai receber algumas doses do soro experimental. Segundo Lewis Brown, ministro da Libéria, dois médicos deram o consentimento para receberem o ZMapp, avança a Reuters. A presidência liberiana disse ainda num comunicado que o envio do soro foi aprovado pela Casa Branca e a FDA (a agência que controla os medicamentos nos EUA). Mas um responsável do Departamento de Saúde norte-americano assegurou à Reuters que Washington se limitou a mediar os contactos entre o Governo liberiano e a Mapp Biopharmaceutical. Além da Mapp Biopharmaceutical, há outros potenciais tratamentos a serem desenvolvidos por outras empresas. A farmacêutica inglesa GlaxoSmithKline quer também iniciar os ensaios clínicos de uma vacina contra o ébola já em Setembro, juntamente com o Instituto Nacional das Alergias e Doenças Infecciosas, dos Estados Unidos. Para isso, terão de receber o aval da FDA. A vacina introduz um vírus com dois genes do ébola. Segundo o instituto, “este vírus não se replica nas células”, mas as proteínas do ébola são expressas e o sistema imunitário pode criar uma resposta imunitária. “A vacina mostrou ser promissora quando foi testada num modelo primata”, lê-se no site do instituto. Se tudo correr bem, poderá ser aplicada já em 2015.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA OMS
Siameses angolanos morreram na sequência de uma paragem cardíaca
Os bebés siameses que não puderam ser operados em Portugal morreram na quarta-feira durante o voo de regresso a Luanda devido a paragem cardíaca, disse hoje à agência Lusa fonte hospitalar. (...)

Siameses angolanos morreram na sequência de uma paragem cardíaca
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.05
DATA: 2010-10-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os bebés siameses que não puderam ser operados em Portugal morreram na quarta-feira durante o voo de regresso a Luanda devido a paragem cardíaca, disse hoje à agência Lusa fonte hospitalar.
TEXTO: Os bebés siameses estavam de regresso a Angola depois de a equipa médica do Hospital D. Estefânia, em Lisboa, ter declarado a impossibilidade de separação das crianças por possuírem um coração e um fígado em comum. Em declarações à agência Lusa, o director do Hospital Pediátrico David Bernardino, Luís Bernardino, disse que os bebés, ambos do sexo masculino, embarcaram às 11:00 em Lisboa, “sem merecerem grande preocupação”, tendo a mãe reparado por volta das 15:30 que estavam com dificuldade em respirar. “O médico que acompanhou os bebés e um outro que se encontrava no voo tentaram reanimar as crianças, mas não foi possível impedir a paragem cardíaca”, explicou Luís Bernardino. “Sabíamos que ia acontecer, mas foi mais cedo do que o esperado e durante o voo para Luanda”, lamentou o médico, acrescentando que “os pais já estavam preparados para essa situação”. O funeral dos bebés está a ser preparado para acontecer no Sumbe, capital do Kwanza Sul, estando as autoridades governamentais locais a prestarem todo o apoio à família. Os bebés siameses, filhos de pais camponeses, nasceram em Agosto e foram transferidos para Luanda para uma melhor assistência e a realização de uma cirurgia para a sua separação. Em Luanda foram feitos exames que apontavam para a existência de corações e fígados independentes, havendo dúvidas quanto aos intestinos. Foi em Lisboa, no Hospital D. Estefânia, que uma equipa médica detectou, através de exames complementares, que a operação não poderia ser realizada, porque os bebés possuíam coração e fígado comum. “Nós não temos um centro de primeira grandeza, fizemos os estudos possíveis no país”, referiu Luís Bernardino, salientando que era necessário a realização de um exame de ressonância magnética para uma melhor observação, e o hospital não dispõe de meios para o efeito. “O exame de ecografia não permitia que se tivesse uma imagem satisfatória, era necessário um exame de ressonância magnética, de que não dispomos no hospital”, sublinhou Luís Bernardino.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave sexo
Jovem natural da Somália detido nos EUA quando julgava que ia cometer um atentado
As autoridades norte-americanas prenderam ontem um somali de 19 anos, naturalizado norte-americano, que tencionava fazer explodir um carro armadilhado quando fosse acesa a árvore de Natal em Portland, no estado de Oregon. (...)

Jovem natural da Somália detido nos EUA quando julgava que ia cometer um atentado
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.1
DATA: 2010-11-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: As autoridades norte-americanas prenderam ontem um somali de 19 anos, naturalizado norte-americano, que tencionava fazer explodir um carro armadilhado quando fosse acesa a árvore de Natal em Portland, no estado de Oregon.
TEXTO: Mohamed Osman Mohamud foi detido às 17h40 locais de ontem (01h40 da manhã de hoje em Lisboa) depois de ter dedilhado num telemóvel os números que, segundo pensava, iriam fazer explodir uma carrinha cheia de explosivos. No entanto, o que lá havia era apenas uma imitação de bombas, fornecidas por agentes secretos para testar a determinação daquele adolescente, que assim foi atraído a uma armadilha. A chamada que o jovem fez apenas levou polícias federais e locais a deterem-no, sob a acusação de que estaria disposto a cometer um atentado durante uma cerimónia natalícia. “Uma acção secreta fez malograr os seus esforços e garantiu que ninguém seria ferido”, disse o procurador-geral adjunto para questões de segurança nacional, David Kris. “O público nunca esteve em perigo, mas este caso serve para mais uma vez recordar a necessidade de vigilância contínua, tanto no país como no estrangeiro”, acrescentou Kris. Documentos da justiça federal demonstram que todo o esquema começou a ser montado em Agosto do ano passado, depois de um agente disfarçado ter sabido que Mohamud estivera em contacto com alguém que se encontrava no Noroeste do Paquistão. O alegado cúmplice teria colocado o jovem em contacto com um segundo conspirador no estrangeiro, tendo-lhe avançado um nome e um e-mail que facilitariam a sua predisposição para cometer um atentado. Nos meses que se seguiram, o rapaz teria feito diversas tentativas infrutíferas de contactar aquele que o ajudaria a ser bombista, até que um operacional do FBI o contactou por e-mail sob o disfarce de ser um associado do contacto paquistanês inicial. Numa reunião que tiveram em Julho, Mohamud contou ao agente disfarçado que escrevera artigos para a “Jihad Recollections, ” uma revista online que defende a violência contra os não-muçulmanos. Mais tarde, Mohamed Osman Mohamud afirmou a operacionais do FBI que ele julgava que fossem simpatizantes da causa islamista ter identificado como alvo potencial a cerimónia anual do acender da árvore de Natal na Pioneer Courthouse Square, de Portland. Os polícias disfarçados chamaram-lhe a atenção para a gravidade do plano, notando que haveria muitas crianças no local, tendo ele respondido que o que queria era que houvesse mesmo muita gente quando se fosse estrear como terrorista. Mohamud, que segundo as autoridades já desde os 15 anos partilhava o conceito de “jihad”, ou guerra santa em nome da religião muçulmana, deverá comparecer segunda-feira em tribunal.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra violência tribunal adolescente
Bonecos Estrunfes vivem num regime estalinista e racista
Os famosos bonecos azuis, criados pelo ilustrador belga Peyo, estão envolvidos numa grande polémica em França, onde um académico afirma que os Estrunfes de inocentes bonecos nada têm. (...)

Bonecos Estrunfes vivem num regime estalinista e racista
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-06-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os famosos bonecos azuis, criados pelo ilustrador belga Peyo, estão envolvidos numa grande polémica em França, onde um académico afirma que os Estrunfes de inocentes bonecos nada têm.
TEXTO: Antoine Buéno é um professor francês que publicou agora um livro “Le Petit Livre Bleu: Analyse critique et politique de la société des Schtroumpfs”, onde faz uma análise sobre os bonecos azuis, investigando a história dos Estrunfes, as mensagens subliminares de cada personagem, o dia-a-dia das histórias. No seu estudo, o autor garante ter encontrado vários valores totalitários. Para o francês, a sociedade dos Estrunfes é “típica de uma utopia soviética”, destacando que “cada um se veste da mesma maneira, tem uma casa igual à do seu vizinho, e exerce a profissão mais adequada às suas habilidades, não sendo conhecidos pelo seu nome mas sim pela sua função na sociedade. ” Antoine Buéno escreve ainda que os Estrunfes vivem num mundo em que a iniciativa privada não é estimulada, onde as refeições são feitas em comunidade, numa sala partilhada, e, acima de tudo, têm um único líder, não podendo abandonar o seu pequeno país. “Isto não vos faz lembrar nada? Talvez um regime ditatorial?”, questionou o professor, citado pelo “Le Figaro”, numa palestra na Universidade Science Po, em Paris, comparando assim o mundo dos Estrunfes ao regime estalinista, onde o pai se veste de vermelho e é parecido com Estaline, e o estrunfe inteligente é a representação de Trotsky. No seu estudo, o académico dá especial enfoque a um episódio onde os Estrunfes são mordidos por uma mosca que os torna pretos e os deixa mudos, aludindo ao colonialismo. Estas afirmações não têm sido bem aceites pelos fãs dos bonecos azuis que rejeitam esta nova versão. Na Internet e nas redes sociais as críticas a Antoine Buéno não têm parado e há quem o chame de “destruidor de sonhos. ”Ao “The Guardian” o autor explicou que nunca esperou esta reacção do público. “Eu não quero desencantar ninguém. É possível manter uma abordagem infantil e fazer uma abordagem analítica”, disse o francês, explicando que toda a sua investigação foi “muito rigorosa e documentada. ”“Eu não acredito que Peyo tenha feito de propósito mas a verdade é que inconscientemente estes elementos estão lá. ”O filho do criador também já veio a público explicar que o seu pai, Peyo, nunca teve interesse pela política e por isso esta nova versão dos Estrunfes não faz sentido. Ao francês “L’Express”, Thierry Culliford disse que não leu o livro de Buéno. “Ele pode interpretar as histórias como ele quiser, mesmo que eu não subscreva essa interpretação, desde que não ataque o meu pai e o seu trabalho. ”Peyo morreu em 1992 e foi o seu filho Thierry Culliford quem continuou a escrever as aventuras dos Estrunfes. Ainda este ano a história dos bonecos azuis com gorros brancos deve chegar aos cinemas, não se sabendo para já muitos pormenores.
REFERÊNCIAS:
Ataques na Nigéria poderão ter provocado 500 mortos
O Exército nigeriano patrulhava ontem a região de Jos, no centro do país, enquanto as agências humanitárias procuravam confirmar se realmente teria havido mais de 500 mortos nos ataques feitos durante o fim-de-semana a algumas aldeias cristãs.... (etc.)

Ataques na Nigéria poderão ter provocado 500 mortos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
TEXTO: O Exército nigeriano patrulhava ontem a região de Jos, no centro do país, enquanto as agências humanitárias procuravam confirmar se realmente teria havido mais de 500 mortos nos ataques feitos durante o fim-de-semana a algumas aldeias cristãs.
REFERÊNCIAS:
Marcas NOS CENTRO
Adepto do Villarreal que lançou banana para campo detido pela policia espanhola
A polícia espanhola anunciou nesta quinta-feira que deteve o adepto do Villarreal que lançou uma banana ao futebolista do FC Barcelona Dani Alves no jogo do domingo passado, que acabou com a vitória da equipa catalã por 3-2. “Essa pessoa está presa”, anunciou um porta-voz da polícia espanhola, que não adiantou mais detalhes sobre o caso. O jovem adepto já tinha sido identificado e sancionado pelo clube, ficando impedido de entrar no El Madrigal para sempre e visto o seu cartão de sócio retirado. O gesto racista do adepto levou a uma onda solidária de luta contra o racismo, com vários movimentos nas redes sociais ... (etc.)

Adepto do Villarreal que lançou banana para campo detido pela policia espanhola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-30 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140430170211/http://www.publico.pt/1634108
TEXTO: A polícia espanhola anunciou nesta quinta-feira que deteve o adepto do Villarreal que lançou uma banana ao futebolista do FC Barcelona Dani Alves no jogo do domingo passado, que acabou com a vitória da equipa catalã por 3-2. “Essa pessoa está presa”, anunciou um porta-voz da polícia espanhola, que não adiantou mais detalhes sobre o caso. O jovem adepto já tinha sido identificado e sancionado pelo clube, ficando impedido de entrar no El Madrigal para sempre e visto o seu cartão de sócio retirado. O gesto racista do adepto levou a uma onda solidária de luta contra o racismo, com vários movimentos nas redes sociais e declarações de várias figuras mundiais como Dilma Rousseff, presidente do Brasil, Joseph Blatter, presidente da FIFA, ou Pelé, ainda considerado ainda o "Rei" do futebol. O caso levou ainda Nelson Évora a denunciar no Facebook um caso de racismo em Portugal.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave racismo racista