Mandela pós-libertação: um álbum raro em duas galerias de Nova Iorque
Benny Gool, fotojornalista e ex-activista da luta anti-apartheid, tem mais de 30 mil fotografias do ex-Presidente sul-africano, que acompanhou de perto nos anos que seguiram à sua libertação. (...)

Mandela pós-libertação: um álbum raro em duas galerias de Nova Iorque
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.218
DATA: 2013-02-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Benny Gool, fotojornalista e ex-activista da luta anti-apartheid, tem mais de 30 mil fotografias do ex-Presidente sul-africano, que acompanhou de perto nos anos que seguiram à sua libertação.
TEXTO: Mandela esteve 27 anos preso, foi libertado em 1990 e tem hoje 23 anos vividos depois da libertação. Trinta fotografias raras ou inéditas de Nelson Mandela dessa fase da vida, estão em exposição, para venda, nos dois espaços das POP International Galleries em Manhattan – uma no Soho, outra em Midtown, em Nova Iorque, Estados Unidos. Como um álbum aberto, de alguns dos momentos mais simbólicos da vida do ícone da luta anti-apartheid na África do Sul, cada fotografia conta uma história. O autor é o fotojornalista e ex-activista, o sul-africano Benny Gool, que se tornou amigo do ex-Presidente e num vídeo, disponibilizado pela Reuters, fala da figura que escolheu fotografar ao longo de mais de 20 anos. “Não é como qualquer pessoa que podemos fotografar e logo a seguir desligar-nos dela. Ficamos ligados a esta pessoa e a acreditar no que ela diz e faz. ”A escolha foi pois difícil. Três dezenas de fotografias em 30 mil que coleccionou ao longo das duas últimas décadas. Guardou-as e teria continuado a guardá-las se não tivesse sido desafiado a mostrá-las e a vendê-las. Estão à venda desde o passado dia 13 e até meados de Março, por não menos de 1500 dólares cada (um pouco menos de dois mil euros). Parte do dinheiro será doado a uma instituição de caridade infantil. “O que se quer ao expor um trabalho sobre uma figura como Mandela é deixar que as pessoas vejam e aprendam, e tentar como que estar à altura da sua vida”, diz Benny Gool num outro vídeo disponível no site da galeria. De cada exemplar serão reproduzidas 75 imagens numa edição limitada para expor e vender por outras galerias dos Estados Unidos. "O papel educativo" das imagensÉ esse o plano do fundador e dono das galerias, Jeff Jaffe, um sul-africano que se mudou para os Estados Unidos há mais de 30 anos: que o fim da exposição em Nova Iorque não seja o fim da existência destas imagens para um público mais generalizado. “Esta exposição é interessante para mim, como sul-africano, mas também para a galeria especializada em Pop Art e Arte Urbana pois Mandela é um ícone popular enorme”, diz Jeff Jaffe ao PÚBLICO . “Estas imagens são, em grande medida, históricas. Algumas nunca antes foram vistas. Sabíamos que o interesse seria imenso. E a afluência, que tem sido imensa, confirma-o”, acrescenta realçando o “papel educativo” destas imagens. Mandela em campanha para as primeiras eleições livres no país em 1994 ou nas suas inúmeras visitas a diferentes comunidades para tomar o pulso ao novo país; com uma bandeira colorida ou, a preto e branco, em frente a uma multidão num campo aberto de punho erguido; Mandela sentado no chão rodeado de crianças brancas numa das muitas escolas ou creches que por hábito visitava para estar perto das crianças; Mandela com a Lady Di, Michael Jackon ou o Dalai Lama; ou frente a uma criança branca, cega, que tacteia o seu rosto. A haver uma preferida, para Benny Gool, deste conjunto, será esta por captar “um momento mágico” em 1997. Conta como foi: “Estávamos em viagem no Blue Train, um comboio muito sofisticado na África do Sul. Era a primeira vez que Mandela embarcava numa viagem de comboio. Houve um aviso para o comboio parar. Estava uma criança afrikaner de 13 anos, cega, na plataforma que só queria tocar na cara de Mandela. ” Mandela saiu, aproximou-se do rapaz e deixou que ele lhe tocasse a cara. Da África do Sul para Nova IorqueO caminho das imagens escolhidas pelo fotojornalista Benny Gool para exposição e venda fez-se há pouco tempo. A proximidade com o ex-Presidente sul-africano e herói da luta anti-apartheid Nelson Mandela vem de há muito. Pelo menos desde que Mandela saiu com um sorriso da cadeia, passou os portões da prisão de Victor-Verster, perto da Cidade do Cabo, a última onde esteve, e caminhou de mão dada, perante o mundo, com Winnie Mandela com quem estava casado, em 1990. Já muito antes disso, Gool fotografava os protestos e os apelos à libertação de Mandela. Lembra-se das colunas de carros que se posicionavam para apontar os faróis à prisão de Robben Island em sinal de apoio a ele e aos outros prisioneiros políticos. Foram as sementes para o que veio depois: o fim da proibição do ANC (Congresso Nacional Africano), a abertura para as negociações com o Partido Nacional de Frederik de Klerk e a libertação dos presos, o fim do aparheid e, no culminar de tudo isto, em 1994, a eleição do primeiro Presidente negro na África do Sul, hoje com 94 anos. "Eram tempos em que sentíamos que o mundo se estava a transformar e a tornar-se melhor", diz Gool.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Jornal de Angola defende fim dos investimentos em Portugal
“Todos os investidores estrangeiros são bons para Portugal, menos os angolanos", escreve o diário estatal. "Vai sendo tempo de respondermos na mesma moeda." (...)

Jornal de Angola defende fim dos investimentos em Portugal
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Todos os investidores estrangeiros são bons para Portugal, menos os angolanos", escreve o diário estatal. "Vai sendo tempo de respondermos na mesma moeda."
TEXTO: O editorial da edição desta quarta-feira do diário estatal Jornal de Angola defende o fim dos investimentos angolanos em Portugal, considerando que, ao contrário de outros, o investidor angolano não é bem-vindo. Sob o título “Alvos selectivos”, o editorial do único diário que se publica em Angola defende ainda que Portugal “não é de confiança”. “Todos os investidores estrangeiros são bons para Portugal, menos os angolanos. Não há qualquer desconfiança dos que compram aeroportos, portos, companhias de aviação, de electricidade, posições maioritárias em bancos”, alega o editorial. “Mas se algum angolano anunciar que vai investir num determinado sector, uma matilha ruidosa de comentadores avençados lança logo calúnias sobre o comprador e envenena os possíveis negócios com intrigas e desconfianças inaceitáveis”, acrescenta. Partindo do princípio de que as “elites portuguesas corruptas decididamente não querem nada com os investidores angolanos”, o Jornal de Angola defende a retaliação. “Vai sendo tempo de respondermos na mesma moeda. E quem já investiu que leia os jornais, oiça as rádios e televisões (. . . ) Um país que valoriza lixo humano como se fosse oiro de lei não tem condições para receber um euro sequer de investimento. Quem promove bandidos a heróis não é de confiança”, acentua. O “lixo humano” a que se refere o Jornal de Angola são o que o diário angolano cita como “heróis dos portugueses” que seguem “os caminhos da insídia e da traição em Angola”. “Qualquer pobre diabo que soletre umas palavras contra o Executivo de Angola ganha em Lisboa o estatuto de activista dos direitos humanos e tem todo o espaço nos órgãos de comunicação social. Angolano que em Lisboa insulte os titulares dos órgãos de soberania de Angola é um herói para os portugueses. É assim desde o 25 de Abril e tem-se agravado desde que os angolanos começaram a investir em Portugal”, argumenta. O jornal estatal angolano considera que "Portugal tem um problema insolúvel com os seus heróis" e que se hoje valoriza o que chama "lixo humano", no tempo da guerra colonial "guindava aos píncaros da fama e cobria com o manto do heroísmo os que assassinavam populações indefesas". "Anda por aí muito assassino com as mais altas condecorações portuguesas. Alguns até se opuseram ao 25 de Abril de 1974 e tentaram salvar o império combatendo ao lado das tropas do regime de apartheid da África do Sul ou integrando esquadrões especiais armados pelo ditador Mobutu" [antigo Presidente do Zaire, actual República Democrática do Congo]. O editorial desta quarta-feira segue-se ao que foi publicado no passado domingo, assinado por José Ribeiro, director do diário angolano, e surge após a notícia avançada na última edição do semanário Expresso, segundo a qual o procurador-geral da República de Angola, João Maria de Sousa, está a ser investigado em Portugal pelo Ministério Público por “suspeita de fraude e branqueamento de capitais”. No texto de domingo, José Ribeiro “desconfia” da boa-fé de Portugal nas relações com Angola, referindo haver “perseguições” aos interesses angolanos. Na sequência deste texto, João Maria de Sousa reagiu, num comunicado enviado segunda-feira à agência Lusa em Luanda, em que classifica como “despudorada” e “desavergonhada” a forma como o segredo de justiça é “sistematicamente violado” em Portugal em casos relativos a “honrados” cidadãos angolanos. No texto da edição desta quarta-feira do estatal Jornal de Angola, considera-se que a notícia do semanário Expresso, apresentado como “jornal oficial do PSD”, partido que lidera a coligação governamental em Portugal, constituiu um “assassínio de carácter”. "Magistrados do Ministério Público em Portugal seleccionaram como alvo a abater o procurador-geral da República, João Maria de Sousa. Desengane-se quem pensa que se trata de um mero acaso", diz. "Não foi ocasional o ataque brutal que os serviços do Ministério Público de Portugal fizeram contra o vice-presidente da República [Manuel Vicente] e outros dirigentes angolanos. "Em Novembro, o Expresso avançou a notícia, confirmada pelo PÚBLICO, da existência de uma investigação contra “altos dirigentes angolanos” por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Seriam pelo menos três figuras do círculo próximo do Presidente, José Eduardo dos Santos: Manuel Vicente, vice-chefe de Estado e ex-director-geral da empresa petrolífera Sonangol, o general Hélder Vieira Dias "Kopelipa", ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência, e o general Leopoldino Nascimento "Dino", consultor do ministro de Estado e ex-chefe de Comunicações da Presidência. “Este episódio que envolve magistrados do Ministério Público e o jornal oficial do PSD não é o primeiro. Mas os legítimos representantes do povo angolano têm de fazer tudo para que seja o último. Afinal estamos todos a ser ofendidos por aqueles que sempre tratamos com respeito e consideração”, conclui o editorial desta quarta-feira. Para o jornal angolano "não é nova" a posição de "fazer tudo para tratar Angola como um Estado que não merece confiança nem respeito da comunidade internacional". "Vem desde a noite de 10 de Novembro de 1975, quando um ministro do Governo português de então impediu o Conselho da Revolução de reconhecer a independência de Angola [a 11 de Novembro], dando aos 'capitães de Abril' informações falsas. "
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
Chinua Achebe 1930-2013: o escritor que tinha medo de ficar sem história
Um dos pais da literatura africana moderna e autor do romance Quando Tudo se Desmorona, morreu aos 82 anos. Escreveu em inglês, mas com uma babel na cabeça. A das palavras que se dizem na transmissão oral das coisas num país de 250 etnias e onde se falam 500 línguas. (...)

Chinua Achebe 1930-2013: o escritor que tinha medo de ficar sem história
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento -0.6
DATA: 2013-03-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um dos pais da literatura africana moderna e autor do romance Quando Tudo se Desmorona, morreu aos 82 anos. Escreveu em inglês, mas com uma babel na cabeça. A das palavras que se dizem na transmissão oral das coisas num país de 250 etnias e onde se falam 500 línguas.
TEXTO: “Receio que esta triste notícia tenha sido confirmada”, declarou Mari Yamazaki, porta-voz das edições Penguin em Londres, num email enviado à France Presse, que não dá mais informações sobre o sucedido. Segundo os media nigerianos, o escritor morreu nos EUA, num hospital de Boston (Massachusetts). Chinua Achebe levou para os seus livros as 500 falas do seu país e com elas contou o colonialismo europeu como nunca antes fora contado. Morreu aos 82 anos, sem Nobel, mas com seguidores que continua a pôr a Nigéria em destaque na geografia da literaturaEscreveu em inglês, mas com uma babel na cabeça. A das palavras que se dizem na transmissão oral das coisas num país de 250 etnias e onde se falam 500 línguas. Ele era o sábio passador de experiências, o que dá nome às coisas e ao mesmo tempo é capaz de as traduzir para prosa, construindo narrativas sobre uma identidade em mudança e dando a cada leitor a ilusão de estar entre os que se sentam à volta da tal grande árvore a ouvir o sábio. A carreira literária e ficcional deste homem natural de Ojidi, sudeste da Nigéria, onde nasceu em 1930 tem como base um contágio civilizacional onde é difícil falar de inocentes – sempre foi um crítico de corruptos e de quem se deixava corromper – mas onde o Ocidente e a literatura que a Europa ia produzindo sobre África ao longo do século XX não saem bem na fotografia. Quando se fala de Chinua Achebe fala-se de um dos mais lúcidos narradores do colonialismo europeu em África e, depois da descolonização, um homem pouco desejado não apenas durante a Guerra Civil, como pelo regime ditatorial que se seguiu e que colou a Nigéria a uma das mais trágicas nações africanas da História recente. Exilado, primeiro em Inglaterra e mais tarde nos EUA, continuou a escrever e a falar sobre a corrupção e a violência no continente africano. Chinua Achebe, o escritor que gostava de Yeats e de T. S. Eliot e que morreu em Boston, não se limitava a contemplar a paisagem à sobra da tal árvore. Foi o intermediário dessa paisagem em transformação, inaugurando um estilo que haveria de ser seguido por muitos autores africanos que, como ele, ou a partir dele, foram capazes de fazer a síntese entre um continente oral que tenta sobreviver com mais ou menos prejuízo da sua identidade, e um mundo comandado pela palavra escrita. Era assim em 1958, ano da sua estreia literária. Antes, desde o início, foram as histórias contadas em casa. Não lidas, mas ditadas pela memória. E quando pensava em histórias era assim que as via. Sons com um sentido quase mítico como nos livros que haveria de escrever mais tarde, depois do inglês se ter sobreposto na sua vida às falas do seu país. O pai, evangélico, era professor de religião, e a mãe corria a provincia de Igbo – onde Chinua cresceu e que foi o centro da sua literatura - a passar o Evangelho. A conversão da família ao "Deus da Europa, uno" não foi suficiente para matar a oralidade dos muitos deuses, esse plural divino que marcou também a infância do escritor que, seduzido pelas histórias que ia ouvindo, quis encontrar as suas histórias. O medo, o perigo, como ele dizia em muitas entrevistas, era o de, no meio de tantas histórias, das histórias dos outros, não ter a sua propria história. Algo que dizia não apenas a pensar no indivíduo. Terá assim começado na escrita, a partir da necessidade de criar uma narrativa que, para ele, era uma forma de ganhar e preservar identidade. No caso de Chinua Achebe, fortemente marcada pelas origens. Por um continente e pela sua pluralidade de vozes, tragédias e sonhos. Essa tradição, hoje seguida por muitos nomes celebrados da literatura, foi iniciada com Things Fall Apart – editado em Portugal com o titulo Quando o Mundo se Desmorona (Mercado das Letras, 2008) – o primeiro dos cinco romances que escreveu e intercalou com mais de uma dezena de livros de ensaio ou poesia, e que continua a ser uma das mais vivas e inovadoras da actualidade, materializada em autores como Teju Cole (de que a Quetzal vai editar o romance Open City) ou Chimamanda Ngozi Adechie (autora de Meio Sol Amarelo e A Cor do Hibisco). Nesse ano – 1958 – com esse romance e essa capacidade invulgar de passar para a escrita a tradição da oralidade, pode dizer-se que se situa um dos embriões da literatura moderna africana. Pouco conhecido em Portugal, apesar de ter cá publicados três dos seus cinco romances – A Flecha e Deus, Edições 70, 1978 e Um Homem Popular, Caminho 1987, além do primeiro Quando Tudo se Desmorona – Achebe era considerado um dos mais influentes escritores de língua inglesa e os seus livros uma referência para quem queria perceber a cultura centro-africana. A tal ponto que o mundo literário não se espantaria se a Academia Sueca o tivesse premiado com um Nobel. Sobre ele, Nadine Gordimer, sul-africana e Nobel em 2001, destacou a capacidade invulgar de conjugar o riso e o horror. A observação vinha no longo artigo que a edição on-line do americano The New York Times dedicou à morte do escritor que dizia que a escrita se assemelhava a uma luta, mas que acreditava que o trabalho de quem escreve não se limita aos livros.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Pistorius com julgamento marcado para Março de 2014
Atleta sul-africano voltou ao tribunal nesta segunda-feira, dia em que a namorada morta por ele, Reeva Steenkamp, faria 30 anos. (...)

Pistorius com julgamento marcado para Março de 2014
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Atleta sul-africano voltou ao tribunal nesta segunda-feira, dia em que a namorada morta por ele, Reeva Steenkamp, faria 30 anos.
TEXTO: Seis meses depois de ter matado a namorada, Oscar Pistorius voltou ao tribunal. O atleta paralímpico compareceu nesta manhã numa audiência em Pretória. Chegou de fato escuro e camisa azul marinho, semblante carregado e tentando fugir aos fotógrafos. Posto em liberdade a 22 de Fevereiro, será julgado em Março do próximo ano. À porta e no interior do tribunal, diz a agência sul-africana SAPA, havia um forte dispositivo de segurança à espera do atleta. Doze polícias e seis guardas encontravam-se na sala de audiências onde Pistorius se apresentou, acompanhado por alguns familiares e sob o olhar atento de muitos jornalistas. Nesta segunda-feira, Reeva Steenkamp faria 30 anos, se fosse viva. Porém, a namorada do conhecido atleta perdeu a vida a 14 de Fevereiro deste ano, morta em casa, a tiro. O autor dos disparos, Oscar Pistorius, confirmou ter atirado sobre Reeva, mas alegou sempre que se tratou de um engano. Segundo declarou à polícia e ao tribunal – que não o pôs em prisão preventiva –, Pistorius julgava que estaria a disparar sobre um intruso que lhe estaria a assaltar a casa. O tribunal libertou-o, a 22 de Fevereiro, sob fiança (um milhão de rands, 75 mil euros). Há uma semana, a polícia confirmou que dera por concluída a investigação ao caso. Agora, na audiência realizada nesta segunda-feira, foi anunciado que o julgamento terá início a 3 de Março de 2014 e decorrerá até 20 de Março desse ano. Pistorius recebeu nesta sessão uma cópia da acusação. Neste documento refere-se que Reeva, que se popularizou no seu país como modelo, morreu às 3h de 14 de Fevereiro. "A falecida tinha-se fechado na casa de banho adjacente ao quarto principal. O acusado estava armado com uma pistola de 9mm e disparou, através da porta, quatro tiros", relata o documento citado pelo correspondente do jornal inglês Guardian. "A causa da morte, apurada pela autópsia, foram ferimentos múltiplos de arma. "Pistorius responde pelo crime de homicídio. A acusação convoca para o julgamento 107 testemunhas e frisa que o facto de o arguido alegar que se enganou ao pensar que teria um intruso em casa "não afasta a intenção de matar um ser humano".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte homicídio tribunal prisão morta
Mia Couto: África deve “contar sua própria história” e fugir da versão europeísta
“Sem querer, os africanos, nessa missão de se libertarem, incorporaram muito dos fundamentos da imagem de África criada pela visão dos europeus” (...)

Mia Couto: África deve “contar sua própria história” e fugir da versão europeísta
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.3
DATA: 2013-09-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Sem querer, os africanos, nessa missão de se libertarem, incorporaram muito dos fundamentos da imagem de África criada pela visão dos europeus”
TEXTO: O escritor moçambicano Mia Couto defendeu no sábado, durante um debate no Rio de Janeiro, que África deve “contar a sua própria história” dando voz a toda a sua diversidade interna e afastando-se da visão europeísta ainda presente. “Quem contou a história da África e fez parecer com que ela sequer tivesse história foi a Europa. Os africanos depois lutaram contra isso, tornaram-se independentes, mas parece-me que há que se fazer outro percurso, que já não é essa cultura da afirmação”, afirmou o escritor moçambicano durante debate na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Na avaliação do escritor, após os movimentos de independência, as elites africanas locais que assumiram o poder acabaram por se apropriar, em parte, da mesma visão europeia sobre a África, sem resgatar toda a sua pluralidade interna. “Sem querer, os africanos, nessa missão de se libertarem, incorporaram muito dos fundamentos da imagem de África criada pela visão dos europeus”, sustentou Mia Couto ao defender que o continente precisa de perceber, acima de tudo, que sua história não é contada por uma única voz. “Um desses fundamentos é pensar que existe uma coisa chamada África, porque a África são tantas coisas, tem a mesma diversidade de qualquer outro continente”, destacou. De acordo com o escritor, no litoral moçambicano - de onde foram enviados escravos para o Brasil - há ainda hoje uma visível intenção de apagar esse passado. “Quando tento projectar essa memória, ela está apagada. Há uma intenção clara de se anular isso, porque não se quer reacender os conflitos, que ainda estão muito marcados. Acho que a história está muito mal contada do nosso próprio lado”, reforçou. Para Mia Couto, o papel do escritor nesse processo é, justamente, mostrar que a história de um país, ou de uma pessoa, não pode ser simplificada. “Da mesma maneira que é preciso dizer que há muitas Áfricas, é preciso dizer que cada pessoa tem sua própria história e não posso esgotar-me nessa identidade que diz ‘sou africano’, cada pessoa tem sua singularidade, não se repete, é única”, concluiu. Mia Couto participou num debate sobre as vozes femininas em África durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, ao lado do escritor brasileiro Paulo Lins.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Descobertas no Quénia reservas com água suficiente para abastecer o país durante 70 anos
Aquíferos estão situados na região de Turkana, uma das mais quentes e pobres deste país africano. (...)

Descobertas no Quénia reservas com água suficiente para abastecer o país durante 70 anos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Aquíferos estão situados na região de Turkana, uma das mais quentes e pobres deste país africano.
TEXTO: O Governo do Quénia e a UNESCO anunciaram esta semana que foram descobertas reservas subterrâneas de água que podem ser estratégicas para este país africano, constantemente fustigado pela seca. A quantidade de água armazenada é suficiente para abastecer o país nos próximos 70 anos. A descoberta foi possível graças à utilização de uma tecnologia avançada de exploração via satélite, financiada pelo Japão, que funciona de forma semelhante à tecnologia utilizada na pesquisa por depósitos de petróleo. Os resultados foram depois confirmados no terreno por perfurações realizadas por uma equipa da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Foram localizados dois importantes aquíferos, em Lotikipi e em Lowar. O primeiro tem pelo menos 200 mil milhões de metros cúbicos e o segundo terá dez mil milhões. Ainda falta determinar o tamanho de outros três poços, embora os investigadores estimem que sejam muito mais pequenos. Estas reservas estão localizadas na região semidesértica de Turkana, no norte do Quénia, perto do lago com o mesmo nome, que é partilhado com a Etiópia. Num comunicado conjunto, a UNESCO e o Governo queniano ressalvam que ainda falta determinar com exactidão a quantidade de água descoberta, bem como a sua qualidade. Ainda assim, sublinham a importância do achado, sobretudo nesta altura. “A notícia sobre estas reservas de água é anunciada num momento em que a presença de reservas de água confiáveis é mais necessária do que nunca”, afirma o ministro do Ambiente, Judi Wakhungu, citado no comunicado. O aquífero de Lotikipi poderia "aumentar as reservas estratégicas de água do Quénia", lê-se no comunicado. Já a reserva subterrânea encontrada em Lodwar poderia servir como "reserva estratégica para o desenvolvimento" da cidade homónima, capital do condado de Turkana. A região está há dois anos a viver uma terrível seca, que fez aumentar a taxa de desnutrição até aos 37%. Segundo o Governo e a UNESCO, mais de um terço da população queniana (ou seja, 17 dos 41 milhões de habitantes) não tem acesso a água potável e 28 milhões de pessoas não têm saneamento. "Agora temos que explorar estes recursos de uma forma responsável e garantir sua duração para as gerações futuras", considera o governante. A região do Lago Turkana, o maior lago desértico permanente do mundo, fica nas fronteiras com o Uganda, o Sudão do Sul e a Etiópia. Cerca de 70% da população daquela região é semi-nómada.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO
Dono dos Los Angeles Clippers banido da NBA
Liga Norte-Americana de Basquetebol Profissional pune Donald Sterling pelos seus comentários racistas. Associação de donos vai forçar venda da equipa californiana. (...)

Dono dos Los Angeles Clippers banido da NBA
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Liga Norte-Americana de Basquetebol Profissional pune Donald Sterling pelos seus comentários racistas. Associação de donos vai forçar venda da equipa californiana.
TEXTO: Donald Sterling já era considerado um dos piores donos do desporto profissional norte-americano, mas pode em breve deixar de fazer parte deste grupo, porque a Liga Norte-Americana de Basquetebol profissional (NBA) está empenhada em que ele deixe de ser o dono dos Los Angeles Clippers. Depois de divulgada uma gravação com comentários racistas de Sterling numa conversa com a amante, Alex Silver, comissário da NBA, anunciou que o dono dos Clippers está banido de poder assistir a jogos da NBA ao vivo e que vai fazer tudo para forçar uma venda da equipa californiana. "A voz é do Sr. Sterling e as opiniões odiosas são dele. São ofensivas e prejudiciais. Vieram de um dono da NBA e sentimentos deste tipo são contrários às fundações da nossa liga. Banimos o Sr. Sterling para a vida de qualquer associação com os Clippers ou a NBA, não pode assistir aos jogos nem aos treinos. Não pode participar em nada relacionado com a equipa. Aplicamos também uma multa de 2, 5 milhões de dólares, que vai ser doado a instituições que lutam pela igualdade", afirmou Silver numa conferência de imprensa em Nova Iorque. Silver revelou ainda que a NBA vai avançar com um processo de forçar Sterling a vender a equipa que detém desde 1981 – é o dono mais antigo da liga. Para tal, referiu o comissário citando os regulamentos da liga, precisa de ter o acordo de, no mínimo, ¾ dos 30 donos das equipas da NBA. "Falei com vários donos de equipas da NBA. Tenho o apoio total dos donos”, frisou Silver, revelando que a investigação foi iniciada no último sábado, imediatamente após a TMZ ter divulgado a conversa de Sterling com a amante, identificada como V. Stiviano. "Chateia-me que queiras mostrar a tua associação a negros. Tens mesmo de o fazer. Podes 'dormir' com eles [os negros], podes levá-los para casa, fazer o que quiseres. Só estou a pedir-te para não fazeres publicidade disso e não os trazer para os meus jogos. Nos teus Instagrams nojentos, não precisas de aparecer ao lado de negros", disse Sterling a Stiviano. Silver disse que Sterling não negou que a gravação era verdadeira e que, perante ele, não mostrou arrependimento pelas suas palavras. As declarações de Sterling geraram indignação geral, incluindo do próprio Presidente dos EUA. “Quandos os ignorantes querem publicitar a sua ignorância, não é preciso fazer nada, é deixá-los falar”, disse Barack Obama. Depois de décadas como uma das piores equipas da NBA, e à sombra da outra equipa dos Lakers, os Clippers têm feito boas épocas e, na presente temporada, estão nos play-off, a disputar um lugar na segunda ronda com os Golden State Warriors. Apanhados no meio da polémica, jogadores e treinador distanciaram-se de Sterling, com o técnico Doc Rivers a mostrar-se “desiludido” com as palavras do dono da equipa.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Uma derrota alemã em Estrasburgo
É essencial distinguir as afirmações de factos das opiniões. (...)

Uma derrota alemã em Estrasburgo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: É essencial distinguir as afirmações de factos das opiniões.
TEXTO: Podermos chamar palhaços aos nossos governantes é, inequivocamente, uma conquista do 25 de Abril. Mas não é uma conquista segura. No domínio da liberdade de expressão, os conservadorismos e os atavismos ainda – e sempre – podem muito. Ou porque não é educado dizer-se isto e aquilo ou porque se podia dizer de outra maneira “sem ofender” ou, ainda, porque não havia necessidade ou razão para o dizer. Tudo pode servir como justificação para que as inibições, os receios e os preconceitos esmaguem a liberdade. A grande Alemanha, nossa benfeitora e carrasca, por exemplo, foi no dia 17 condenada pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) por violação da liberdade de expressão a que os seus cidadãos têm direito. O caso é particularmente interessante porque se prende com uma questão que, muitas vezes, os nossos tribunais têm dificuldade em apreciar: a diferença entre a afirmação de factos ou de opiniões. Quanto aos primeiros, quem os afirma e com eles ofende alguém terá de provar a sua veracidade ou, pelo menos, que os afirmou na convicção séria da sua veracidade. Quanto às opiniões ou juízos de valor, as mesmas não são verdadeiras ou falsas, como é evidente, pelo que quem as afirma só terá de provar que tem algum fundamento factual para ter criado essa opinião ou exprimir esse juízo de valor. No nosso país, por vezes, os tribunais entendem que as opiniões são falsas por não provadas e, daí, condenarem quem as emitiu. Brosa era um activista que decidiu denunciar a associação Berger-88-e. V. , que considerava neonazi, e Heinz, um político local que, na sua opinião, dava cobertura a essa mesma associação. E, assim, entre outras coisas, produziu, por altura de umas eleições autárquicas em que Heinz concorria a presidente da câmara, um panfleto em que afirmava ser a associação Berger-88-e. V. uma organização neonazi particularmente perigosa e aconselhava a não votar em Heinz por dar cobertura à mesma. Heinz recorreu aos tribunais e conseguiu que Brosa fosse proibido de distribuir o panfleto e de o referir como um apoiante de organizações neonazis sob pena de pagar elevadas multas. Para os tribunais alemães, Brosa não tinha conseguido provar que Heinz dera cobertura a uma organização neonazi, tudo o que apresentara em sua defesa eram meras conjecturas e interpretações subjectivas. Brosa explicara que, como era sabido, a organização em causa tinha o nome “88” em substituição das palavras “Heil Hitler”, sendo o 8 a oitava palavra do alfabeto, que havia diversos membros dessa organização que tinham sido perseguidos criminalmente por actividades ligadas à extrema-direita, que numa festa alguns deles tinham feito saudações nazis e que os serviços secretos alemães mantinham vigilância sobre a organização. Mas para os tribunais alemães, os direitos de personalidade de Heinz tinham sido violados por Brosa sem fundamento suficiente, já que não provara os factos em causa: que a associação era neonazi e que Heinz lhe dava cobertura como tal, pelo que mantiveram as proibições. Recorreu Brosa ao TEDH invocando ter sido violado o artigo 10. º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos (CEDH) que consagra a liberdade de expressão europeia, que não é ilimitada mas é bastante consistente e ampla. Para o TEDH, quando estão em causa figuras públicas em geral e políticos em particular, a possibilidade de os Estados restringirem a liberdade de expressão é muito reduzida. Está-se no cerne da vida em sociedade e para garantir a formação de uma opinião pública pluralista, livre e esclarecida, base de uma sociedade democrática, é essencial garantir a circulação do máximo de opiniões, mesmo que ofensivas ou desagradáveis. E o TEDH considerou que os tribunais alemães ao analisarem as afirmações de Brosa tinham exigido que uma “prova convincente” (compelling proof) que a Berger-88-e. V. era uma organização neonazi, quando por um lado tal classificação era uma opinião e Brosa tinha produzido elementos suficientes para se poder considerar tal opinião como justificada. Por outro lado, os tribunais alemães tinham considerado que, com a afirmação de que Heinz dava cobertura à Berger-88-e. V. , Brosa tinha afirmado que aquele sabia que a organização era neonazi e a apoiava, ora não era essa a única leitura de tal expressão. Brosa nunca afirmara que Heinz era neonazi, sendo certo que Heinz escrevera uma carta a um jornal em que afirmava serem falsas as afirmações de Brosa e que a Berger-88-e. V. não tinha tendências de extrema-direita. Para o TEDH, a Alemanha falhara nas suas obrigações decorrentes de se ter obrigado a respeitar a liberdade de expressão consagrada no art. º 10. º da CEDH pelo que a condeno a pagar 5683 euros a Brosa a título de despesas e prejuízos morais. As decisões do TEDH não permitirão o enriquecimento económico dos queixosos, mas constituem uma mais-valia cívica imensa. Advogado
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Partidos LIVRE
Surto de ébola é fenómeno “extraordinário” e vai obrigar a meses de vigilância internacional
Organização Mundial da Saúde declarou nesta sexta-feira que o surto do vírus de ébola, na África Ocidental, é uma “emergência de saúde pública de âmbito internacional”. Nigéria é terceiro país a declarar o estado de emergência, depois da Serra Leoa e da Libéria. (...)

Surto de ébola é fenómeno “extraordinário” e vai obrigar a meses de vigilância internacional
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.166
DATA: 2014-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Organização Mundial da Saúde declarou nesta sexta-feira que o surto do vírus de ébola, na África Ocidental, é uma “emergência de saúde pública de âmbito internacional”. Nigéria é terceiro país a declarar o estado de emergência, depois da Serra Leoa e da Libéria.
TEXTO: A escalada durou cerca de oito meses até nesta sexta-feira passar, oficialmente, a ser um problema mundial. Dezembro de 2013 marcou o primeiro capítulo do maior surto do vírus do ébola de sempre. Iniciado na Guiné-Conacri, na região de fronteira com a Libéria e a Serra Leoa, só no final de Março deste ano é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu a notificação dos primeiros casos. Mas o vírus depressa passou para os países vizinhos. Ainda em Março chegou à Libéria e em Maio à Serra Leoa, tornando único este surto. A África Ocidental nunca tinha lidado com o ébola e este vírus, quando no passado surgia no centro de África, ficava contido nas aldeias e não atingia as cidades como agora. Infelizmente, os meses seguiram-se e a epidemia não abrandou. Foram chegando relatos sobre a falta de condições dos países para lutarem contra a doença e a desinformação das populações sobre o ébola, que causa uma febre hemorrágica, cuja mortalidade pode chegar a 90% dos doentes e não tem cura. No final de Julho, quando a Nigéria já tinha importado a doença, havia mais de 700 mortos, incluindo vários profissionais de saúde. O surto estava fora de controlo. Nesta sexta-feira, após a reunião do comité de emergência para avaliar a situação, a OMS declarou que o surto do ébola é uma “emergência de saúde pública de âmbito internacional”, classificando este surto como um “fenómeno extraordinário” e requerendo uma posição coordenada por parte dos 194 Estados-membros. A última actualização da OMS mostrava que, a 5 e a 6 de Agosto, apareceram 68 novos casos e 29 mortes, totalizando uma estimativa de 1779 pessoas infectadas e 961 mortos. O Presidente da Nigéria, o país mais populoso de África, que já se estima ter 13 casos de infecção e dois mortos, decretou nesta sexta-feira estado de emergência, juntando-se à Serra Leoa e à Libéria. “A declaração alerta o mundo para a necessidade de uma grande vigilância de possíveis casos. Mas, de modo nenhum, implica que todos os países ou até que muitos países vão ter ébola”, explicou nesta sexta-feira Margaret Chan, directora-geral da OMS, numa conferência de imprensa. No entanto, “o surto está a mover-se mais rapidamente do que podemos controlar”, alertou ainda a responsável, pedindo a solidariedade internacional. “Os países afectados até agora não têm simplesmente capacidade de lidar sozinhos com um surto deste tamanho e complexidade. A nossa segurança sanitária colectiva depende do apoio às operações de contenção nestes países. Exorto a comunidade internacional a dar o apoio devido à necessidade mais urgente. ”Para já, não há nenhuma proibição de viagens ou comércio para os quatro países afectados pelo ébola. Mas de acordo com a OMS, estes países estão obrigados a avaliar o estado de saúde de qualquer pessoa que queira viajar. Alguém com sintomas suspeitos, “não deve viajar”, excepto para “uma evacuação médica”, lê-se no comunicado da OMS. Segundo a organização, os países com o surto devem declarar estado de emergência nacional e activar os planos de emergência. Algumas medidas recomendadas incluem a prevenção e o controlo da infecção, a informação das comunidades sobre a doença, a vigilância dos casos ou a criação de laboratórios de diagnóstico. Nas zonas de transmissão mais intensas, como na região fronteiriça dos três países, “a quarentena poderá ser usada”. “Há imensa mobilidade” entre as fronteiras nestes países, disse ao PÚBLICO a médica Maria João Martins, consultora técnica para o comité do ébola criado recentemente pela OMS, e especialista na avaliação dos pontos de entrada das doenças nos países, como os aeroportos. “Neste momento, os serviços de saúde destes países estão ultrapassados pela situação. ” Por isso, Maria João Martins defende que é muito difícil prever quando é que vão conseguir estar preparados para combater o vírus. “Esta medida da OMS permite aos países afectados pedirem financiamento e apoio externo”, acrescenta. Já os países africanos que fazem fronteira com os Estados afectados devem criar com urgência pólos de vigilância para analisarem focos de febre ou mortes por doenças inexplicadas, bem como assegurar que o pessoal médico está treinado para lidar com o ébola e devem estar prontos para colocar equipas a trabalhar caso haja um doente com o vírus. “Vai depender de cada país a capacidade de isolar e diagnosticar uma pessoa e de entrar em contacto e seguir todas as pessoas com quem um doente teve contacto”, explica Maria João Martins. Domingos Simões Pereira, primeiro-ministro da Guiné-Bissau, que faz fronteira com a Guiné-Conacri, admitiu nesta sexta-feira que era necessário reforçar a vigilância e sensibilizar a população. “É óbvio que quando os países ao nosso redor, como a Guiné-Conacri, a Serra Leoa e outros, já têm níveis de presença desses flagelos, a Guiné-Bissau não pode estar descansada [pensando] que não corre riscos”, disse, citado pela agência Lusa.
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Entidades OMS
"Os nossos pensamentos estão com Mandela"
O presidente do Comité Organizador do Mundial 2010, o sul-africano Danny Jordaan, lamentou, em declarações ao PÚBLICO, a morte de Zenani Mandela, de 13 anos, num acidente de viação. (...)

"Os nossos pensamentos estão com Mandela"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente do Comité Organizador do Mundial 2010, o sul-africano Danny Jordaan, lamentou, em declarações ao PÚBLICO, a morte de Zenani Mandela, de 13 anos, num acidente de viação.
TEXTO: "Os nossos pensamentos estão com ele [Nelson Mandela]. A bisneta morreu num acidente horrível, mas a vida é assim", afirmou Danny Jordaan nas imediações do Soccer City, em Joanesburgo, onde se realiza, às 15h00 (hora de Lisboa) de hoje, o jogo inaugural do Campeonato do Mundo sul-africano, entre a selecção anfitriã e o México. "A festa terá de continuar, seria esse o seu desejo. Não podemos fazer nada", disse o presidente do Comité Organizador do Mundial 2010, quando questionado sobre se a festa ficaria condicionada após a morte de Zenani Mandela, vítima de um acidente rodoviário quando regressava a casa depois de assistir a um concerto do Mundial, no Soweto. Sobre o dia tão esperado na África do Sul, Danny Jordaan foi esclarecedor: "Esperámos demasiados anos por este momento. Foi um percurso muito difícil e, por isso, estamos todos muito orgulhosos". Zenani, que completou 13 anos na última quarta-feira (9 de Junho), era um dos nove bisnetos do símbolo anti-apartheid. O antigo Presidente sul-africano, que completa 92 anos a 18 de Julho, está retirado da vida pública, mas era esperado na cerimónia de abertura do Mundial, o que já não vai acontecer, segundo a Fundação Nelson Mandela.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano