A senhora T é o primeiro pterossauro fêmea descoberto e não tem crista
As cristas dos pterossauros sempre foram um mistério para os cientistas. Será que estes répteis alados que conviveram com os dinossauros tinham uma diferença entre os géneros, e os machos tinham uma crista na cabeça e as fêmeas não? Ou os fósseis encontrados pelos cientistas, uns com cristas e outros sem cristas, eram de espécies diferentes? Finalmente a descoberta de um pterossauro anunciada no artigo da Science, resolve a questão. O pterossauro (que ainda tinha um ovo) era uma fêmea. E não tinha crista. (...)

A senhora T é o primeiro pterossauro fêmea descoberto e não tem crista
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.125
DATA: 2011-01-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: As cristas dos pterossauros sempre foram um mistério para os cientistas. Será que estes répteis alados que conviveram com os dinossauros tinham uma diferença entre os géneros, e os machos tinham uma crista na cabeça e as fêmeas não? Ou os fósseis encontrados pelos cientistas, uns com cristas e outros sem cristas, eram de espécies diferentes? Finalmente a descoberta de um pterossauro anunciada no artigo da Science, resolve a questão. O pterossauro (que ainda tinha um ovo) era uma fêmea. E não tinha crista.
TEXTO: “A sra T é uma descoberta que se faz em dez vidas”, disse em comunicado David Unwin, um paleontólogo do departamento dos Estudos de Museu da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que juntamente com os colegas chineses do Instituto de Geologia da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, encontrou o fóssil. A sra T é o nome que os cientistas deram ao pterossauro (ou pterodáctilo) fêmea que encontraram. O fóssil estava inserido numa camada de rochas do Jurássico que existe na província Liaoning, que fica no Nordeste da China. A camada tem 160 milhões de anos, a idade do indivíduo e o esqueleto do fóssil está muito completo. É um indivíduo do género Darwinopterus, que a equipa descreveu pela primeira vez em 2009, e está preservado juntamente com o ovo. O fóssil “mostra duas características que distinguem de um indivíduo macho de Darwinopterus. Tem ancas relativamente grandes para acomodar os ovos, mas não tem crista”, disse o especialista. Os machos têm ancas mais pequenas e têm uma crista. “Muitos pterossauros têm cristas na cabeça. Nos casos mais espectaculares, estas cristas podem alcançar cinco vezes o tamanho do crânio. Os cientistas sempre desconfiaram que estas cristas eram utilizadas para algum tipo de sinal ou de demonstração que só os machos faziam, enquanto as fêmeas não tinham cristas”, disse o cientista. Mas como nunca houve uma prova, muitas vezes definiam-se espécies diferentes a partir de indivíduos que tinham ou não cristas. Casca mole, ovo de réptilAgora, os cientistas podem definir o género de um novo pterossauro que encontram, baseando-se na forma da bacia e se tem ou não crista. Isto permite ir mais longe no conhecimento das espécies. “Podemos explorar áreas completamente novas, como a estrutura da população e o comportamento. ”A sra T morreu pouco antes de colocar o ovo devido a um acidente que partiu um dos ossos do braço. O acidente pode ter sido causado por uma erupção, comum na região da China durante o Jurássico. Além de ter acabado com o mistério das cristas, este pterossauro também deu muitas indicações sobre os ovos que estes répteis produziam. “O ovo é relativamente pequeno e tem uma casca macia. Isto é típico dos répteis, mas é completamente diferente das aves, que põem ovos relativamente grandes com cascas rijas. Esta descoberta não é surpreendente, porque os ovos pequenos necessitariam de menos investimento em termos materiais e energéticos – uma vantagem para voadores como os pterossauros e talvez um factor importante para a evolução de espécies como o Quetzalcoatlus, um gigante com uma envergadura de dez metros”, concluiu o cientista. Notícia corrigida às 22h20
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave género aves
Obama ofereceu a Hu Jintao um banquete em vez de hambúrgueres
Não houve visitas-surpresa a casas de hambúrgueres, como a que Obama fez quando Dimitri Medvedev esteve em Washington, no Verão de 2010, mostrando que informalidade e cumplicidade são proporcionais. (...)

Obama ofereceu a Hu Jintao um banquete em vez de hambúrgueres
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não houve visitas-surpresa a casas de hambúrgueres, como a que Obama fez quando Dimitri Medvedev esteve em Washington, no Verão de 2010, mostrando que informalidade e cumplicidade são proporcionais.
TEXTO: Durante a visita de Estado do presidente chinês aos Estados Unidos, que termina hoje, Barack Obama e Hu Jintao procuraram dar sinais de cooperação e de uma relação próxi- ma, mas, como assinalava ontem o? New York Times, uma escapadela não-programada a uma tasca de fast-food pode falar mais alto do que um jantar na Casa Branca cheio de pompa e circunstância, como aquele que o presidente americano ofereceu ao seu congénere chinês terça-feira à noite. As leituras sobre a visita de Estado de Hu Jintao na imprensa americana são ambíguas. Embora ninguém assinale progressos significativos, os jornais sublinham que as declarações do presidente chinês sobre direitos humanos, anteontem, são uma rara concessão. Questionado por jornalistas numa conferência de imprensa na Casa Branca, Hu Jintao admitiu que "ainda há muito por fazer na China, em termos de direitos humanos". Mas também disse que, nessa matéria, "a China tem feito enormes progressos, amplamente reconhecidos no mundo", e que está disposta a dialogar com os Estados Unidos com base no "princípio de não interferência nos assuntos internos de cada um". Por sua vez, o Presidente americano disse que tinha falado abertamente sobre direitos humanos com Hu Jintao. "Ocasionalmente, eles são uma fonte de tensão entre os nossos dois governos", afirmou Obama na conferência de imprensa. "Mas acredito que podemos discutir estas questões de uma forma franca e aberta, concentrando-nos nas áreas em que estamos de acordo e reconhecendo que existem áreas onde discordamos. "Fontes da administração americana assinalaram ao New York Times que, em privado, Obama pressionou Hu Jintao sobre a detenção do dissidente Liu Xiaobo - a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Xiaobo foi condenada pelo Governo chinês como uma conspiração ocidental para embaraçar Pequim. Obama também convidou Kenneth Roth, director da ONG Human Rights Watch, e um crítico do regime chinês para o jantar de Estado de quarta-feira à noite. "Suponho que fui convidado para enviar um recado ao Presidente Hu", disse aos jornalistas. Mas o evento na Casa Branca - somente o terceiro jantar, desde que Obama é presidente, oferecido a che- fes de Estado estrangeiros, depois da Índia e do México - foi, sobretudo, concebido como uma operação de charme, com duas centenas de convidados, muitos deles com ligações pessoais ou ancestrais à China (a estilista Vera Wang, o actor especializado em artes marciais Jackie Chan, o secretário do Departamento de Energia e Prémio Nobel Steven Chu, o violoncelista Yo-Yo Ma), ex-presidentes americanos (Jimmy Carter e Bill Clinton), e um considerável número de celebridades. Questionada pelos jornalistas por que tinha sido convidada, Barbara Streisand ironizou: "Trabalhei num restaurante chinês. " Mas o Washington Post esclareceu depois: Hu Jintao é fã da actriz e cantora. Anteontem, as televisões americanas vacilavam entre discutir o guarda-roupa de Michelle Obama - vestido drapeado vermelho, de Alexander McQueen - ou o significado da visita de Jintao para as relações EUA-China. O Presidente Obama assinalou vá- rias vezes na conferência de imprensa que os Estados Unidos não pretendem bloquear a emergência da China enquanto superpotência. "Eu sei que na China muitos acreditam que os Estados Unidos estão interessados em conter a ascensão da China. Nós congratulamos a ascensão da China", disse. "Só queremos ter a certeza de que essa ascensão ocorre de uma forma que reforça as normas internacionais, e melhora a segurança e a paz, em vez de ser uma fonte de conflito. "
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Tunísia: "Era um movimento realmente espontâneo e essa foi a sua força"
Antes, pai e filha não se entendiam. "Não comunicávamos. Ela comunica pelo computador e eu não percebia. Não conseguia compreender que viesse a casa e passasse 20 horas em frente ao computador e quatro a dormir. A ditadura também abriu um fosso entre gerações. Agora reencontrámo-nos." (...)

Tunísia: "Era um movimento realmente espontâneo e essa foi a sua força"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.175
DATA: 2011-01-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Antes, pai e filha não se entendiam. "Não comunicávamos. Ela comunica pelo computador e eu não percebia. Não conseguia compreender que viesse a casa e passasse 20 horas em frente ao computador e quatro a dormir. A ditadura também abriu um fosso entre gerações. Agora reencontrámo-nos."
TEXTO: A filha tem nome de guerra: TunisianGirl, nome de blogue, de conta do Twitter, de página no Facebook. De tudo o que o pai demorou a perceber. Lina Ben Mhenni, 27 anos, licenciada em Linguística e professora assistente na Universidade de Tunes, é uma blogger que a censura transformou em activista. "Comecei a bloggar em 2006. Escrevia sobre poesia, sobre livros que lia, assuntos gerais. Mas em 2008 fui para os Estados Unidos, com uma bolsa Fulbright, e duas semanas depois de lá chegar vi que o meu blogue e a página do Facebook tinham sido censurados. Então comecei a discutir com outros bloggers. Percebi que os servidores de Internet estavam nas mãos da família no poder. Uma noite sentei-me indignada e escrevi um artigo. No dia seguinte recebi uma mensagem da Global Voices, uma comunidade mundial de bloggers, a pedirem-me para colaborar com eles. "Assim nascia uma activista com códigos de jornalista. Ao contrário de outros bloggers tunisinos, Lina nunca foi presa. E ao contrário de quase todos os outros, assinou sempre com o seu nome. "É uma questão de credibilidade. Quando dás a cara, as pessoas acreditam, vêem que assumes o que dizes. E tantos bloggers com pseudónimos foram presos", explica. O preço a pagar foram as visitas da polícia à casa da família, em Tunes. "De cada vez levavam-me o computador, o disco externo, as máquinas fotográficas", diz Lina. "Aproveitavam e levaram as minhas moedas de colecção e as jóias de família da minha mulher, algumas com 150 anos", acrescenta o pai, Sadok, 58 anos, funcionário na administração pública. "Ela diz que é professora, mas na verdade nunca teve um contrato oficial por causa dos boletins que a polícia enviava para a universidade. E o ordenado sou eu que pago, não o Ministério da Educação. "Em Maio do ano passado, Lina assinou com outros bloggers o pedido para a realização de um protesto contra a censura. "Nós mobilizámos muita gente. O Governo mobilizou a polícia. Não conseguimos fazer uma concentração, como queríamos, mas as pessoas apareceram em pequenos grupos", conta. Os bloggers políticos não eram assim tantos. "Mas a censura tornou-se arbitrária e apareceram pessoas a dizer-me que escreviam sobre flores e tinham as suas páginas bloqueadas. " Sem ideologiaO pai também esteve nessa manifestação, curioso, mas ainda sem perceber o impacto do que a filha fazia. "Eu vi jovens burgueses sem ideologia, jovens que comiam iogurtes. A minha geração não comia iogurtes. Nós vivemos o Maio de 68 e a revolução cultural chinesa. Eram essas as minhas referências", diz Sadok, que na juventude foi activista político e passou oito anos preso por isso.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra filha concentração educação mulher comunidade
Herzog & de Meuron: "A democracia é boa e má para a arquitectura"
China, São Paulo, a arquitectura em tempos de crise e os efeitos da democracia, ou da falta dela, sobre os arquitectos: uma das duplas mais famosas da actualidade falou ao Cidades sobre um mundo em mudança. (...)

Herzog & de Meuron: "A democracia é boa e má para a arquitectura"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.08
DATA: 2011-01-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: China, São Paulo, a arquitectura em tempos de crise e os efeitos da democracia, ou da falta dela, sobre os arquitectos: uma das duplas mais famosas da actualidade falou ao Cidades sobre um mundo em mudança.
TEXTO: Paris vista do céu é uma cidade de constelações. Beirute vista do céu é uma cidade de cicatrizes. Guadalajara vista do céu é uma cidade de divisões - de um lado os mexicanos ricos (percebe-se pelo enorme número de piscinas), do outro os pobres. É assim, como quem paira sobre elas, que os arquitectos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron olham para as cidades. E é de cidades - "esculturas psicológicas petrificadas dos seus habitantes" - que Herzog fala antes de falar de edifícios. O arquitecto - na dupla é geralmente sempre Herzog o que fala - explicou numa conferência esta semana na Aula Magna, em Lisboa, no encerramento da Trienal de Arquitectura 2010, o trabalho da Herzog & de Meuron, responsável pelo Estádio Olímpico de Pequim, a Tate Modern em Londres e de muitos outros projectos emblemáticos por todo o mundo, e distinguida com os prémios Stirling (2003) e Pritzker (2001). Na manhã seguinte, o Cidades conversou com os dois arquitectos durante o pequeno-almoço num hotel de Lisboa. Pierre de Meuron estava descontraído a ler o jornal, Herzog chegou com um pequeno atraso e, como sempre, falou mais. "Quero ser muito preciso", disse no início da conversa. Depois descontraiu. Construíram um dos mais famosos edifícios da actualidade, o Estádio Olímpico de Pequim, conhecido como o Ninho de Pássaro. Como foi a experiência de trabalhar na China?Jacques Herzog - Foi difícil, mas no fim conseguimos fazer o que queríamos, não o que eles queriam. Literalmente, o edifício foi construído de acordo com as nossas ideias e planos e ninguém podia dizer isso à partida porque ninguém tinha tido a experiência de construir um edifício tão grande e tão complexo naquele país. Foi um desafio sério. E houve um longo período durante o qual não sabíamos como as coisas iriam acabar. Os chineses são negociadores muito duros, toda a gente lhe pode dizer isso, e não apenas na arquitectura. Todos os países ocidentais estão a fazer negócios com a China e sabem como é interessante e duro. Todos temos de fazer esta pergunta a nós próprios: como se faz isto? Valerá a pena?Para a segunda pergunta que nos pode fazer - como podem trabalhar num país autoritário como a China? - a resposta é a mesma: toda a gente está a fazer negócios com a China porque é um mercado tão interessante e um país tão interessante. Não é o nosso papel, vindos de um pequeno país democrático, convencer toda a gente noutros pontos do mundo a adoptar o mesmo mundo democrático que temos na Suíça. Li uma declaração sua em que dizia que "os chineses têm uma grande frescura mental". Há uma maior capacidade para aceitar ideias diferentes e propostas ousadas na China do que noutros países?J. H. - O que dissemos foi que eles têm uma herança de tal maneira rica que coisas que são inesperadas para nós, para o nosso olhar ocidental, são-no menos para os chineses, porque eles já viram tanta coisa. É por isso que parecem abertos, no caso da arquitectura, a coisas muito pouco habituais, estruturas que parecem ser muito caóticas. É algo que os chineses, de uma forma ou outra, já viram no passado. É uma experiência muito diferente da que viveram, por exemplo, em São Paulo, onde tiveram de explicar e discutir o vosso projecto [Complexo Cultural Luz - Teatro da Dança] em encontros públicos?J. H. - São Paulo é muito diferente, porque durante um longo período as pessoas não viram arquitectura contemporânea feita por arquitectos estrangeiros. O Brasil está a abrir-se lentamente. São Paulo e o Brasil têm uma tradição muito importante de arquitectura modernista, mas durante um longo período as portas estiveram mais fechadas, menos abertas a pessoas como nós.
REFERÊNCIAS:
Cidades Lisboa Paris Londres Pequim Beirute
Carnaval do Rio: os segredos do barracão
É uma oficina, um estaleiro, um estúdio de cinema, um parque de diversão. É a Cidade do Samba, grande como dez campos de futebol. Aqui arderam carros e fantasias, e o Rio de Janeiro chorou. Era um ano de trabalho e o amor de uma vida. Mas agora falta uma semana para o Carnaval e tudo trabalha nos barracões. (...)

Carnaval do Rio: os segredos do barracão
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: É uma oficina, um estaleiro, um estúdio de cinema, um parque de diversão. É a Cidade do Samba, grande como dez campos de futebol. Aqui arderam carros e fantasias, e o Rio de Janeiro chorou. Era um ano de trabalho e o amor de uma vida. Mas agora falta uma semana para o Carnaval e tudo trabalha nos barracões.
TEXTO: Os segredos do mais famoso Carnaval do mundo estão a ser trabalhados em 14 barracões no centro do Rio de Janeiro. É um espaço gigante, equivalente a dez campos de futebol. Chama-se Cidade do Samba e aloja as oficinas das 14 principais escolas de samba cariocas. Quando a estrada contorna o morro, entre a rodoviária e o porto, o conjunto aparece logo, amarelo-torrado, com as marcas negras do desastre. Foi aqui que no dia 7 um incêndio matinal alastrou por três barracões, destruindo milhares de fantasias e vários carros alegóricos. As três escolas afectadas foram a mítica Portela, a União da Ilha do Governador e sobretudo a Grande Rio. A cidade emocionou-se. Era o trabalho de um ano, o amor de uma vida, e faltava só um mês para o Carnaval. Por isso, agora a Cidade do Samba está com barreiras de metal na entrada principal, junto aos barracões queimados. Ainda há risco de desabamentos e a Protecção Civil barrou parte do acesso. "É a primeira vez que aqui venho desde o incêndio", diz Luiz António Simas, o acompanhante do P2 neste passeio, uma semana antes dos segredos saíram à rua, no maior desfile carnavalesco do planeta. Sandália, T-shirt de fantasia, cabeça rapada e barba loura, Simas é um historiador como talvez só o Rio possa produzir. Publicou recentemente Samba de Enredo - História e Arte, a meias com o escritor Alberto Mussa, e é consultor de Carnaval do futuro Museu da Imagem e do Som, um megaprojecto em construção no Rio. "Não pode tirar fotos de carros prontos", avisa o segurança. Cada escola desfila com oito carros. Cada carro é uma alegoria. Cada ano tem de maravilhar. Nenhuma escola quer que os seus carros apareçam antes do Carnaval. Por isso é que a partir de agora estamos a entrar no segredo. "Aqui é onde as escolas preparam todas as alegorias e fantasias", diz Simas. E detalha: "Todas as escolas do Grupo Especial, que desfilam domingo e segunda. " Os grandes dias da competição no Sambódromo, avaliada à décima. A escola que fica em último lugar desce de grupo como no futebol, e perde direito a barracão na Cidade do Samba. Este ano só vai ser diferente por causa do fogo. As três escolas afectadas não poderão descer do grupo. Um incentivo a que não desistam e façam bonito. NovidadeAvançamos para o primeiro barracão, sob um sol cru. "Antes, cada escola se virava", lembra Simas. "Até que há uns anos a prefeitura decidiu fazer um espaço onde todas as estruturas do Carnaval fossem montadas. Os carros alegóricos saem daqui e vão para o Sambódromo. "Com as suas arquibancadas desenhadas por Oscar Niemeyer, o Sambódromo nasceu em 1984 na Avenida Marquês de Sapucaí, a três quilómetros daqui. Mas só quase 20 anos depois começaram as obras da Cidade do Samba: cada barracão com três pisos de altura, cozinhas, refeitórios, ateliers de costura, chapelaria e adereçaria, oficinas de escultura em esferovite e modelagem em fibra de vidro, e uma praça central para espectáculos e exposições. O Carnaval de 2006 foi o primeiro a ser preparado aqui. E a uma semana do Carnaval de 2011, a Cidade do Samba parece um cruzamento de estúdios de cinema com parque de diversões. Adiante um índio gigante ajoelha-se, arco-e-flecha em riste. Será de madeira ou de esferovite? E estes faraós no barracão da escola Imperatriz Leopoldinense? Egipto? Revolução? Nada disso, claro. Samba-enredo pode comentar a realidade, mas não tão rápido. "O enredo aqui é a História da Medicina", explica Simas. "Então vem desde África e passa pelo Antigo Egipto. " Pedimos licença para entrar. Lá dentro há templos dourados, ícones bizantinos com garotos pendurados em andaimes, bonecos chineses da altura de dois andares. Cheira a cola, a tinta, a berbequim. É uma oficina. Um estaleiro.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola
Dalai Lama anuncia transferência do poder político para responsável eleito
O líder espiritual tibetano Dalai Lama anunciou hoje que vai ceder as suas responsabilidades políticas para uma figura a ser eleita, num plano há muito aguardado que visa modernizar o governo no exílio, sob forte pressão da China. (...)

Dalai Lama anuncia transferência do poder político para responsável eleito
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: O líder espiritual tibetano Dalai Lama anunciou hoje que vai ceder as suas responsabilidades políticas para uma figura a ser eleita, num plano há muito aguardado que visa modernizar o governo no exílio, sob forte pressão da China.
TEXTO: Todo o processo formal de renúncia será iniciado já na próxima segunda-feira, numa reunião do parlamento tibetano no exílio, explicou ainda o Dalai Lama, num discurso que assinalou o aniversário da revolta tibetana de 1959, feito em Dharamsala, na Índia, onde vive no exílio. “Já desde os anos de 1960 que repetidamente insisto que os tibetanos precisam de um líder eleito livremente pelo povo tibetano, a quem eu possa entregar o poder [político]. Agora chegou a altura de o concretizar”, afirmou. O Dalai Lama avançou ainda que esta decisão não foi tomada por ele querer “diminuir responsabilidades” ou por se sentir desencorajado, defendendo ainda esta medida como um “benefício a longo prazo” para os tibetanos. Em pronta reacção, a China desvalorizou a decisão do Dalai Lama, avaliando que a decisão do líder tibetano em abandonar o seu papel político não é mais do que um “truque”. “O Dalai Lama tem falado amiúde sobre retirar-se nestes últimos anos. Creio que se trata de um truque para enganar a comunidade internacional”, afirmou o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Jian Yu. Este mesmo responsável do regime de Pequim aproveitou para frisar que “o governo [tibetano] no exílio é uma organização política ilegal que nenhum país no mundo inteiro reconhece”. Aos 76 anos, o Dalai Lama já há muito que se descreve a si próprio como “semi-retirado” da liderança política, vendo-a exercida antes pelo primeiro-ministro do governo tibetano no exílio, com sede também em Dharamsala. Mas esta medida formal – que tem ainda de ser ratificada na reunião parlamentar de segunda-feira – dará ao novo chefe do executivo, a ser eleito ainda este mês, uma maior autoridade no palco internacional para os esforços dos tibetanos de ganho de autonomia face ao poder de Pequim.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade chinês ilegal
Nuvem radioactiva deve chegar hoje aos EUA mas sem perigo para a saúde
Uma nuvem com poeiras radioactivas cruza os 8000 quilómetros do Pacífico e deve chegar hoje à Califórnia, onde os habitantes da costa oeste se preparam para a receber com alarme - ainda que os cientistas digam que não há perigo para a saúde. (...)

Nuvem radioactiva deve chegar hoje aos EUA mas sem perigo para a saúde
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2011-03-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma nuvem com poeiras radioactivas cruza os 8000 quilómetros do Pacífico e deve chegar hoje à Califórnia, onde os habitantes da costa oeste se preparam para a receber com alarme - ainda que os cientistas digam que não há perigo para a saúde.
TEXTO: Se falássemos de um tecido, esta nuvem de poeiras radioactivas das explosões de vapor da central de Fukushima I, no Japão, seria uma gaze ligeira, e não uma fazenda pesada. De acordo com o Instituto de Radioprotecção e de Segurança Nuclear francês (IRSN), que sublinha a falta de informação directa sobre a composição da nuvem, esta deverá ser formada por "elementos radioactivos quimicamente pouco reactivos, que ficarão na atmosfera sem se deporem no solo", e por elementos voláteis radioactivos", principalmente iodo 131 e césio 137. O progresso da pluma radioactiva é seguido por uma rede de 100 sensores de radiação espalhados por todo o território dos Estados Unidos, que funcionam 24 horas por dia, diz o jornal Los Angeles Times. E a vigilância desta RadNet, operada pela Agência de Protecção Ambiental (EPA), é complementada pelos 63 sensores da rede da Organização do Tratado Alargado de Proibição dos Testes Nucleares (CTBTO), uma agência internacional ligada às Nações Unidas. Apesar de o Pentágono ter começado ontem a evacuar as famílias dos militares colocados no Japão - acentuando a sensação de perigo para os norte-americanos, a Comissão Reguladora do Nuclear dos Estados Unidos sublinhou que não se esperam níveis perigosos de radioactividade. Nada como TchernobilA mensagem foi reforçada pelo próprio presidente Barack Obama, numa comunicação em que sublinhou o seu continuado empenho na energia nuclear. "Vou ser claro: Não esperamos que cheguem níveis elevados de radioactividade aos EUA, seja à costa oeste, ao Havai, ao Alasca ou aos territórios americanos do Pacífico. "O IRSN fez ainda simulações da dispersão atmosférica das partículas radioactivas de césio 137 (expressas em becquerels por metro cúbico de ar, abreviado como Bq/m3). Após o acidente de Tchernobil, a concentração de césio 137 na pluma radioactiva era da ordem de 100 à 1000 Bq/m3 nos países mais afectados. Na nuvem radioactiva formada no Japão por causa da central de Fukushima, serão de 0, 000001 Bq/m3. Essas mensagens não impediram uma corrida aos comprimidos de iodo nos últimos dias de pessoas que queriam tomá-los para saturar a tiróide, precavendo-se contra a contaminação por iodo radioactivo. E na China, que está bem mais perto das fontes de radiação da central de Fukushima I - que fica a apenas 2000 quilómetros de Pequim -, os acidentes nos reactores nipónicos desencadearam também uma reacção de pânico em cadeia. Houve uma corrida aos supermercados para comprar sal iodado, porque se espalhou o boato de que protegeria contra o cancro da tiróide, tal como os comprimidos de iodo. A coisa assumiu tais proporções que a agência reguladora da política económica chinesa lançou um aviso aos consumidores para pararem de comprar sal, e iniciou uma investigação sobre se haverá uma campanha propositada para levar as pessoas a açambarcar, comprando este produto a preços desmesuradamente altos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Afinal Khadafi é um alvo ou não?
O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, revelou hoje que Khadafi ser um alvo dos ataques da coligação à Líbia era “potencialmente uma possibilidade”. Ontem, um ataque da coligação atingiu um edifício do seu complexo em Trípoli. (...)

Afinal Khadafi é um alvo ou não?
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, revelou hoje que Khadafi ser um alvo dos ataques da coligação à Líbia era “potencialmente uma possibilidade”. Ontem, um ataque da coligação atingiu um edifício do seu complexo em Trípoli.
TEXTO: A resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU que aprova uma intervenção militar na Líbia prevê “todas as medidas necessárias” para proteger os civis líbios (enquanto exclui a possibilidade de uma ocupação estrangeira). Tudo o resto é uma zona cinzenta, aberta a interpretações. E quando questionado sobre se seria o próprio Khadafi um alvo legítimo da operação, Fox afirmou: “Essa seria potencialmente uma possibilidade, mas é preciso mencionar imediatamente um dos problemas que poderíamos ter, que seria preciso ter em conta vítimas civis que resultassem dessa acção”. Esta não é uma posição consensual dentro da coligação que junta Londres, Paris e Washington. O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, afirmou que atingir Khadafi seria “pouco sensato”, numa reacção aos comentários de Fox. A “coligação muito diversa” que age na Líbia tem em comum uma única coisa: “os termos da resolução do Conselho de Segurança”. “Se começarmos a juntar objectivos adicionais”, sublinhou, “acho que criamos um problema – além disso acho que não é sensato criar objectivos específicos que podemos ou não ser capazes de atingir”. Escudos humanos no bunkerEnquanto isso, a China, que se absteve na votação da resolução na ONU, veio criticar a intervenção militar acusando os países que levam a cabo a intervenção de violar a lei internacional. Um artigo no diário do Partido Comunista chinês, citado pela agência Reuters, comparava mesmo a intervenção na Líbia com a intervenção no Iraque em 2003. Nessa operação, atingir Saddam Hussein era um dos primeiros objectivos. O regime foi derrubado, mas Saddam sobreviveu aos ataques, sendo capturado mais tarde. Já na Líbia tem-se especulado sobre a possibilidade técnica de atingir Khadafi, que após um ataque aéreo dos EUA em 1986 mandou construir vários bunkers onde poderá procurar protecção – o paradeiro do coronel era ainda desconhecido, ainda que se especulasse que estaria no seu complexto em Trípoli, num bunker debaixo da tenda onde recebe os visitantes. Aliás, centenas de apoiantes de Khadafi deslocaram-se para as imediações do complexo no fim-de-semana, determinados a servir de "escudos humanos" contra um eventual ataque internacional. O jornal francês “Le Figaro” antecipava cenários militares e afirmava que com a tecnologia actual, seria "teoricamente concretizável" atingir os bunkers de fabrico suíço de Khadafi. Tão concretizável, contrapõe, como teria sido atingir Saddam em 2003: apesar de teoricamente possível, as forças lideradas pelos EUA não o conseguiram fazer.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Sismo poderá custar mais de 200 mil milhões de euros ao Japão
O Governo japonês estimou hoje que o custo do sismo poderá ultrapassar os 200 mil milhões de euros, isto sem contar com o impacto na actividade das empresas e as consequências do acidente nuclear de Fukushima. A China está preocupada. (...)

Sismo poderá custar mais de 200 mil milhões de euros ao Japão
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-03-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo japonês estimou hoje que o custo do sismo poderá ultrapassar os 200 mil milhões de euros, isto sem contar com o impacto na actividade das empresas e as consequências do acidente nuclear de Fukushima. A China está preocupada.
TEXTO: A factura do sismo e tsunami de 11 de Março poderá chegar aos 250 mil milhões de yens no total para os três próximos anos, 90 por cento dos quais nas três províncias mais devastadas (Iwate, Miyagi e Fukushima). Este custo vai ultrapassar o do sismo de Kobe em 1995 (9600 mil milhões de yens) e poderá representar 4, 5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago, uma estatística ligeiramente superior às estimativas avançadas há dois dias pelo Banco Mundial. Este falava num custo entre 2, 5 e quatro por cento do PIB do país (entre 86, 5 mil milhões a 166, 7 mil milhões de euros). O número anunciado hoje em Tóquio corresponde ao montante avaliado dos estragos nas infra-estruturas, casas e empresas do Nordeste, precisou o gabinete do primeiro-ministro Naoto Kan. Mas no final, o custo será superior porque este montante não inclui os prejuízos para as empresas, como as perturbações nos transportes e os cortes de energia, nem as consequências do acidente nuclear na central de Fukushima. O sector agrícola desta região está a ser afectado pelos níveis de radioactividade acima do normal registados nos alimentos. O Governo estima que o aumento do PIB vai cair 0, 5 pontos percentuais durante o ano orçamental, entre Abril de 2011 e Março de 2012. O arquipélago, cujo PIB já baixou no último trimestre de 2010, poderá entrar novamente em recessão, ainda que temporariamente. “As três províncias mais afectadas pelo sismo de Tohoku deste ano representam apenas quatro por cento do PIB do Japão, contra os 13 por cento das zonas afectadas pelo sismo de Kobe, em 1995. Mas o sismo de Tohoku foi 178 vezes mais forte e foi seguido por um tsunami com efeitos mais devastadores”, explicou David Rea, da consultora de macroeconomia, Capital Economics. “A queda da produção ao nível nacional aconteceu devido à combinação de três factores: danos directos e localizados do sismo e tsunami; a falta de electricidade na maior parte do Japão; a desorganização dos circuitos de abastecimento e produção em todo o país”, continuou. Grandes empresas, como o fabricante de automóveis Toyota ou a gigante da electrónica Sony, não conseguiram ainda retomar completamente a sua produção no Japão. China receia impactos económicos do sismo no JapãoO Ministério do Comércio chinês deu ontem conta da sua preocupação com o impacto do sismo e tsunami na actividade económica entre os dois países. A travagem na produção das empresas japonesas "vai afectar as economias japonesa e chinesa e o comércio (bilateral)", disse o porta-voz do ministério, Yao Jian, citado pela agência de notícias Kyodo. Na lista dos produtos mais importados pela China - o maior mercado para o Japão - estão componentes para automóveis e materiais em aço produzidos na zona afectada pelo sismo e tsunami. "A produção das empresas japonesas a operar na China será afectada, uma vez que importam muitos materiais do Japão", lembrou. "A China importa produtos do Japão, transforma-os e fornece-os ao mundo. ""Esperamos que a economia japonesa recupere depressa e que as economias japonesa e chinesa regressem às condições normais", acrescentou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês alimentos
Bob Dylan actuou finalmente na China
Ao fim de 50 anos de carreira, Bob Dylan conseguiu a permissão do governo da China para actuar naquele país. Ontem, foi o primeiro concerto e o músico foi recebido em êxtase pelas cinco mil pessoas que marcaram presença no Estádio dos Trabalhadores, em Pequim. (...)

Bob Dylan actuou finalmente na China
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ao fim de 50 anos de carreira, Bob Dylan conseguiu a permissão do governo da China para actuar naquele país. Ontem, foi o primeiro concerto e o músico foi recebido em êxtase pelas cinco mil pessoas que marcaram presença no Estádio dos Trabalhadores, em Pequim.
TEXTO: Símbolo da rebeldia dos anos 1960, o cantor norte-americano Bob Dylan tocou 17 temas num concerto anteriormente aprovado pelas autoridades chinesas. Conhecido pelas suas canções de protesto e de inspiração política, Bob Dylan teve que agir com precaução, não tocando algumas das suas músicas mais conhecidas por irem contra o interesse do regime comunista chinês, como "The Times They Are a-Changin'" ou o hino pacifista "Blowin' in The Wind". Sem falar com o público, apenas apresentou a sua banda, e apesar de todas as restrições impostas, Dylan foi muito bem recebido pelo público que o aplaudiu bastante nos solos da harmónica. No concerto, que durou quase duas horas, Bod Dylan foi chamado a voltar ao palco duas vezes para tocar as conhecidas “Like a Rolling Stone" e "Forever Young". No fim o músico não pôde dar entrevistas nem falar com os jornalistas. Segundo o diário espanhol “El País”, que contactou o promotor do concerto, “até as creditações de imprensa estão muito restringidas”. Bob Dylan, que completará 70 anos em Maio, repetirá, esta noite, o concerto em Xangai, viajando depois à cidade vietnamita Ho Chi Minh. Bob Dylan já tinha tentado tocar na China no ano passado, como parte de uma digressão pela Ásia que acabou por ser cancelada por não ter sido aprovada pelo Ministério da Cultura chinês. A restrição da música ocidental na China não é novidade e artistas como os Oasis e os Rolling Stones tiveram os meus problemas que Dylan. A primeira banda ocidental a actuar na China foram os Wham em 1985, tendo-se seguido, por exemplo Whitney Huston, Elton John, os Deep Purple e mais recentemente Shakira e Eric Clapton.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura chinês