Candidato favorito desiste das presidenciais na Irlanda
Um senador homossexual que era o grande favorito para as presidenciais irlandesas – e que se poderia assim tornar o primeiro chefe de Estado assumidamente gay da Europa – desistiu da campanha após revelações de que defendeu o ex-companheiro acusado de abuso sexual de um menor. (...)

Candidato favorito desiste das presidenciais na Irlanda
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 3 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-08-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um senador homossexual que era o grande favorito para as presidenciais irlandesas – e que se poderia assim tornar o primeiro chefe de Estado assumidamente gay da Europa – desistiu da campanha após revelações de que defendeu o ex-companheiro acusado de abuso sexual de um menor.
TEXTO: David Norris tinha a aprovação de 42 por cento dos eleitores numa sondagem de Julho para as eleições de Outubro, algo considerado surpreendente para um político homossexual na católica Irlanda. Mas uma carta que enviou a um juiz israelita pedindo complacência para o antigo companheiro, acusado de violação de um palestiniano de 15 anos no Estado hebraico, veio determinar a retirada de apoios e o seu afastamento da corrida O senador, um académico especialista no escritor James Joyce, disse que a carta que enviou do seu gabinete em 1997 foi um erro já que “não mostrava suficiente compaixão” pela vítima. Norris, que liderou a campanha para a descriminalização da homossexualidade da Irlanda, que aconteceu em 1993 (muito mais tarde do que noutros países europeus) concluiu que estava orgulhoso por a sua campanha ter mostrado que a orientação sexual já não era um impedimento para a chegada a altos caros políticos na Irlanda. “Demonstrei que é agora possível que um gay seja visto como um candidato viável para o mais alto cargo do país”, disse Norris aos apoiantes em Dublin. O seu curto discurso acabou com a famosa citação de Samuel Beckett. “Tenta outra vez. Falha outra vez. Falha melhor. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violação sexual homossexual gay
Juízes terão de acompanhar evoluções sociais e evitar preconceitos, avisa novo presidente do Supremo
"Importa assegurar aos cidadãos que a justiça portuguesa a todos trata por igual", sendo um dos seus objectivos "não discriminar qualquer indivíduo, em razão do sexo, do género, da orientação sexual, da raça, da língua, da religião e das convicções", observou António Piçarra. (...)

Juízes terão de acompanhar evoluções sociais e evitar preconceitos, avisa novo presidente do Supremo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento 0.084
DATA: 2018-10-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Importa assegurar aos cidadãos que a justiça portuguesa a todos trata por igual", sendo um dos seus objectivos "não discriminar qualquer indivíduo, em razão do sexo, do género, da orientação sexual, da raça, da língua, da religião e das convicções", observou António Piçarra.
TEXTO: O novo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, António Piçarra, disse esta quinta-feira que os juízes terão de "acompanhar as evoluções sociais e apartar-se de quaisquer preconceitos ou pré-juizos culturais retrógrados, garantindo o seu olhar imparcial e isento sobre cada caso concreto". Na sua intervenção de tomada de posse, o magistrado assegurou ainda que a justiça portuguesa trata todos por igual, referindo-se a recentes críticas de "alegada insensibilidade, pessoal e cultural" dos tribunais e juízes para abordar determinados temas. "No cenário actual, uma das mais intensas críticas apontadas aos tribunais e aos juízes, em geral, prende-se com a alegada insensibilidade, pessoal ou cultural, para abordar determinados temas específicos, como por exemplo, a violência de género, a discriminação social e o tratamento das minorias", reconheceu António Joaquim Piçarra. Para acrescentar em seguida que "importa afirmar publicamente e assegurar aos cidadãos que a justiça portuguesa a todos trata por igual, sendo seu desiderato não discriminar qualquer indivíduo, em razão do sexo, do género, da orientação sexual, da raça, da língua, da religião e das convicções políticas ou ideológicas". Lembrou que os tribunais têm proferido, anualmente, um sem número de sentenças condenatórias por crimes de violência de género, que assentam na credibilidade das vítimas, na ponderação da diversidade de danos que tais condutas acarretam. "Pode, por isso, a comunidade confiar nos seus tribunais como o principal baluarte de defesa e de respeito pela igualdade de todos", frisou. Segundo António Piçarra, "não há que esconder que os juízes detêm os seus quadros mentais, culturais e sociais e individuais que balizam a sua concepção e apreensão da realidade, mas não é justo ou seguro afirmar, como alguns propalam, que são alheios aos movimentos cívicos e sociais que ecoam não só em Portugal, mas por todo o mundo". "Neste, como em outros temas similares, terão de acompanhar as evoluções sociais e apartar-se de quaisquer preconceitos ou pré-juizos culturais retrógrados, garantido o seu olhar imparcial e isento sobre cada caso concreto", afirmou. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A cerimónia de tomada de posse de António Piçarra, que sucede a Henriques Gaspar, contou com as presenças do Presidente da República, do primeiro-ministro, da procuradora-geral da República e da ministra da Justiça, do ministro da Administração Interna e do bastonário do advogados, entre outras figuras. No final, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa não quiseram prestar declarações aos jornalistas, numa altura em que o caso do reaparecimento das armas furtadas em Tancos está na ordem do dia. Também a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, não quis esclarecer se o Ministério Público pretende ouvir ou inquirir o ministro da Defesa, após o jornal Expresso ter noticiado que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar, o major Vasco Brazão, assegurou ao juiz de instrução do caso Tancos ter dado conhecimento a Azeredo Lopes da encenação montada na Chamusca mais de um mês após a recuperação das armas. O Supremo é um tribunal superior que julga recursos em matéria de direito e aprecia pedidos de habeas corpus para libertar arguidos que consideram que a sua detenção ou prisão é ilegal.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência tribunal prisão comunidade social sexo igualdade género sexual raça discriminação ilegal
Casamento heterossexual é resposta a "perigosos desafios ao bem comum"
Aborto e casamento homossexual referidos de forma indirecta, através do elogio aos grupos que o combatem e ao matrimónio heterossexual "indissolúvel". (...)

Casamento heterossexual é resposta a "perigosos desafios ao bem comum"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento -0.06
DATA: 2010-05-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Aborto e casamento homossexual referidos de forma indirecta, através do elogio aos grupos que o combatem e ao matrimónio heterossexual "indissolúvel".
TEXTO: O Papa Bento XVI reafirmou ontem, em Fátima, a doutrina tradicional católica do "matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher" e elogiou os que trabalham para apoiar as pessoas "feridas pelo drama do aborto" - um tom diferente no discurso habitual da Igreja sobre o tema. Ao mesmo tempo, criticou os "crentes envergonhados que dão as mãos ao secularismo, construtor de barreiras à inspiração cristã". Depois do encontro de quarta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com os agentes da cultura, o Papa guardou para a tarde de ontem outros dois importantes discursos: perante mais de nove mil responsáveis de instituições de solidariedade social e, pouco depois, perante os bispos portugueses. Na Igreja da Santíssima Trindade, falando aos agentes da pastoral social, Bento XVI referiu-se à necessidade de completar as actividades assistenciais, educativas ou caritativas "com projectos de liberdade que promovam o ser humano na busca da fraternidade universal". Foi no contexto do "urgente empenhamento dos cristãos na defesa dos direitos humanos" que o Papa se referiu ao aborto e ao casamento, manifestando um "profundo apreço" pelas iniciativas "que procuram lutar contra os mecanismos socioeconómicos que levam ao aborto e que têm em vista a defesa da vida e a reconciliação e cura das pessoas feridas pelo drama do aborto". Nesta frase, há uma diferença em relação ao habitual discurso da hierarquia católica sobre o tema: mais do que repetir a condenação do aborto pela enésima vez, o Papa preocupou-se em elogiar as várias organizações que têm surgido para apoiar mulheres que pensam em abortar, que já o fizeram ou que decidiram ter os filhos sem terem condições económicas para os sustentar. Desde o primeiro referendo ao aborto, surgiram em Portugal dezenas de grupos, muitos deles de inspiração católica, que procuram apoiar mulheres nestas circunstâncias. Já sobre o casamento, o Papa destacou também as iniciativas que pretendem tutelar a família, "fundada sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher" e que "ajudam a responder a alguns dos mais insidiosos e perigosos desafios que hoje se colocam ao bem comum". Esta afirmação do Papa surge poucos dias antes de se esgotar o prazo legal para que o Presidente da República (que ontem esteve também na missa da manhã, em Fátima) vete ou aprove a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Uma crise geralNo mesmo discurso, o Papa definiu o actual cenário como "de crise socioeconómica, cultural e espiritual", que coloca em evidência "a oportunidade de um discernimento orientado pela proposta criativa da mensagem social da Igreja". As instituições católicas e as que não estão ligadas à Igreja devem trabalhar juntas para criar uma dinâmica que conduza à "civilização do amor", afirmou Bento XVI. Mas as organizações ligadas à Igreja, entre tantas "que servem o bem comum, próximas de populações carenciadas", devem ter uma orientação onde fique "bem patente" a sua identidade - uma preocupação que os bispos portugueses manifestaram também em Abril, na sua assembleia plenária, onde o tema foi debatido. O Papa afirmou ainda que "os pedidos numerosos e prementes de ajuda e amparo" que aparecem devem ter uma resposta eficaz da parte das instituições sociais. Entre os convidados do encontro com os agentes sociais, estavam também, entre outros, Joshua Ruah, da Comunidade Judaica de Lisboa, e Faranaz Keshavjee, da Comunidade muçulmana ismaili. No seu discurso aos bispos, o Papa deixou vários recados para o interior da Igreja Católica em Portugal. É preciso mais atenção aos fiéis, maior acolhimento aos novos movimentos católicos e mais responsabilidade para com os padres. Bento XVI elogiou ainda o apoio dos católicos portugueses aos países lusófonos e pediu que a pobreza não seja esquecida. Na Casa de Nossa Senhora do Carmo, em Fátima, o Papa, repetindo uma ideia já referida à chegada, chamou a atenção dos bispos para a necessidade de os leigos católicos serem mais activos e participativos na sociedade. Cabe aos bispos "oferecer a todos os fiéis uma iniciação cristã exigente e atractiva, comunicadora da integridade da fé e da espiritualidade radicada no Evangelho, formadora de agentes livres no meio da vida pública". Para Bento XVI, é necessário um "laicado maduro", ou seja, cristãos que sejam "verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, sobretudo nos meios humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo: políticos, intelectuais, profissionais de comunicação que professam e promovem uma proposta monocultural com menosprezo pela dimensão religiosa e contemplativa da vida". É nesses meios que estão "crentes envergonhados". O Papa Ratzinger referiu ainda que, em vez dos "simples discursos ou apelos morais", os bispos devem apoiar os novos movimentos católicos, sempre muito presentes nas viagens papais desde João Paulo II, que fazem "despertar nos jovens e adultos a alegria de serem cristãos". Mas advertiu para a necessidade de esses movimentos estarem bem integrados nas comunidades cristãs - um recado que, para alguns bispos ouvidos pelo PÚBLICO, se dirige especialmente ao Caminho Neocatecumenal, acusado por muitos padres de querer criar uma Igreja à parte.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave aborto direitos lei humanos cultura mulher ajuda homem comunidade social sexo mulheres pobreza casamento
A história de Zé Borrego, o único assassino em série português
Tem 50 anos a história do homem que desceu até Lisboa para acabar com os homossexuais. Depois desse caso nenhum outro se lhe assemelhou. (...)

A história de Zé Borrego, o único assassino em série português
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tem 50 anos a história do homem que desceu até Lisboa para acabar com os homossexuais. Depois desse caso nenhum outro se lhe assemelhou.
TEXTO: O sucateiro de Carqueja, Torres Vedras, não é um assassino em série. Os três homicídios que lhe são atribuídos não reúnem o conjunto de características que, de acordo com os investigadores criminais, podem servir para o catalogar como um assassino em série. Para encontrar, em Portugal, alguém que corresponda à designação, é necessário recuar até ao final da década de 1960, altura em que o comerciante Zé Borrego desceu das serranias até Lisboa para, a mando de um poder divino, matar homossexuais, esquartejar os corpos e espalhá-los junto a linhas de água, onde finalmente seriam purificados. Zé Borrego, homem de grande compleição física, de grande fé e igualmente dotado de uma grande dose de crendice, deixou um dia as serranias da Beira Baixa e rumou a Lisboa. Agia, conforme confessou mais tarde ao agente da Judiciária responsável pelo seu caso, mandado por Nossa Senhora. A sua missão, nas ruas de Lisboa, era acabar com o pecado. O pecado, segundo a cartilha de Zé Borrego, tinha um rosto: a homossexualidade masculina. Foi assim que se aproximou de cinco pessoas, que as seduziu e que, em quartos de pensões, acabou por as estrangular. Depois, esquartejou-as, meteu os restos dos seus corpos em sacos plásticos e espalhou-os junto à água. Apareceram restos mortais em Paço de Arcos, mas também nas margens do Trancão, em Sacavém. Após semanas de investigações a polícia chegou a Zé Borrego, que depressa confessou e justificou os crimes. Os dias que se seguem são passados com o suspeito a prestar declarações na Judiciária e a ir dormir à antiga Penitenciária de Lisboa. Com o decorrer dos depoimentos Zé Borrego ganha confiança com o agente responsável pelo processo. Criam uma certa empatia. O homem a quem Nossa Senhora ordenou um dia que descesse a Lisboa para acabar com a homossexualidade masculina passou a ter no polícia um amigo, que escutava as suas razões e não as reprimia a murro e pontapé. É que, na Penitenciária, os seus crimes já lhe haviam merecido algumas surras. Zé Borrego acaba por dizer ao polícia que tem ainda de matar mais duas pessoas. Desta feita já não são homossexuais. São dois guardas prisionais que o terão espancado em diversas ocasiões. O agente da Judiciária, sempre paciente, pede-lhe um favor: que não mate mais ninguém. A honra não é palavra vã para Zé Borrego, que aceita o pedido do polícia (para não voltar a matar), mas que impõe uma condição. Diz que para poupar a vida aos guardas prisionais tem de acabar com a sua. "Você não se mate aqui [nas instalações da Judiciária], que isso é dar-nos ainda mais trabalho", responde-lhe, meio distraído, o polícia. Zé Borrego, homem de palavra, volta nessa noite para a Penitenciária de Lisboa. Na manhã seguinte é encontrado morto na cela, pendurado pelo pescoço. No caso do homem suspeito da morte dos três jovens, em Carqueja, não é conhecida uma obsessão como a de Zé Borrego. O que se lhe conhece da personalidade não o aponta como um assassino em série. A mesma característica não é, de resto, condizente com o que se conhece relativamente a outros homicidas portugueses que nos últimos anos têm enchidos páginas de jornais. O "Estripador de Lisboa" matou, em 1990, cinco prostitutas. Todas eram toxicodependentes e algumas estavam infectadas com o vírus da sida. Oficialmente o assassino, que esventrava as vítimas e espalhava as vísceras pelo chão, não é conhecido. Oficiosamente sabe-se que a história destes crimes até foi contada em livro escrito pelo suspeito, o qual veio a morrer com sida. Os casos do cabo Costa, de Santa Comba Dão, que violou três jovens, matando-as e escondendo os cadáveres, bem como Vítor Jorge, que matou a tiro sete pessoas na Praia do Osso da Baleia, não reuniram características, psiocológicas e de actuação, que permitissem declará-los como assassinos em série.
REFERÊNCIAS:
Obama promulga fim de “Don’t ask, Don’t tell”
O Presidente norte-americano assinou o fim da política de “Don’t Ask, Don’t Tell”, que permitia que homossexuais servissem no Exército apenas se não admitisse a sua homossexualidade. (...)

Obama promulga fim de “Don’t ask, Don’t tell”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente norte-americano assinou o fim da política de “Don’t Ask, Don’t Tell”, que permitia que homossexuais servissem no Exército apenas se não admitisse a sua homossexualidade.
TEXTO: O Presidente disse que estava orgulhoso de assinar uma lei que acaba com uma prática que considera discriminatória e que “fortalece a nossa segurança nacional”. A lei espelha “os ideais que os nossos homens e mulheres arriscam a vida para defender”, disse ainda Obama, acrescentando que “agora dezenas de milhar de americanos em uniforme não vão ter de viver uma mentira”. A assinatura não faz, no entanto, com que termine imediatamente a política “Don’t Ask, Don’t Tell”: o Pentágono vai ainda certificar, perante o Congresso, que o Exército tem certas condições, como programas de educação e treino para as tropas explica o diário norte-americano "Washington Post". E o Presidente deverá ainda, com o secretário da Defesa, Robert Gates, e com o chefe do Estado Maior Interarmas, o almirante Mike Mullen, “certificar” por escrito que a aplicação das novas regras não comprometerá “o nível de preparação das forças armadas, a coesão das unidades e o recrutamento”. Depois, os regulamentos do Exército terão de ser alterados e será pedido aos chefes das unidades que preparem os militares para as mudanças. Quando entrar em vigor – e o próprio Presidente Obama avisou que até então mantém-se a velha lei – será a primeira vez que homossexuais podem servir no Exército sem esconder a sua orientação sexual. A cerimónia teve na assistência defensores dos direitos civis e vários membros do Exército que foram exonerados por assumirem a sua homossexualidade. Os homossexuais não podiam servir no Exército até 1993, quando o então Presidente, Bill Clinton, introduziu a política "Don’t Ask, Don’t Tell", permitindo-lhes alistarem-se desde que mantivessem em segredo a sua orientação sexual. Ao longo de 17 anos, mais de 13 mil homens e mulheres foram exonerados ao abrigo desta política. Segundo as estatísticas do Departamento da Defesa, 2001 foi o ano em que se verificaram mais expulsões (1227). Os números começaram a diminuir assim que os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, no fim desse ano, e em 2009 foram expulsos 428 soldados gay.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens lei educação sexual mulheres gay
Aprendemos que ela sem ela e ele sem ele não são ninguém
As relações entre as pessoas mudaram radicalmente em dez anos. Hoje a identidade de género e da liberdade sexual é uma realidade espelhada nas leis: despenalização do aborto, casamento gay, mudança de identidade de género e sexo. (...)

Aprendemos que ela sem ela e ele sem ele não são ninguém
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: As relações entre as pessoas mudaram radicalmente em dez anos. Hoje a identidade de género e da liberdade sexual é uma realidade espelhada nas leis: despenalização do aborto, casamento gay, mudança de identidade de género e sexo.
TEXTO: "A marca da década é o reconhecimento da pluralidade", sintetiza Paulo Corte-Real, presidente da Ilga-Portugal, para definir a nova atitude da sociedade portuguesa face à identidade de género e à liberdade sexual. A mudança é espelhada numa sequência de leis iniciada em 2001, com o alargamento das uniões de facto aos casais do mesmo sexo e que se estende até 2010, com o reconhecido casamento entre lésbicas e gays e a lei da identidade dos transexuais. E que passa pela nova lei do combate à violência de género ou da introdução do combate à homofobia nos programas escolares, em 2009. No final de 2010, a sociedade portuguesa já não está legalmente organizada apenas com base no binómio homem/mulher, mas reconhece a diversidade de género e alarga o domínio da liberdade individual. Recorrendo à letra de uma canção que é um ícone dos anos sessenta, podemos dizer que hoje Madalena Iglésias teria de cantar: "Ela sem ela e ele sem ele também não são ninguém". Depois do alargamento das uniões de facto - que proíbe, contudo, estes novos casais de serem candidatos à adopção, uma exclusão-fronteira em toda a nova legislação -, em 2004, o artigo 13. º passa a consagrar na Constituição o direito dos homossexuais à não discriminação. Já em 2006, o Parlamento aprova a lei que regula a utilização de técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), sem que os casais gay possam recorrer a barrigas de aluguer e as lésbicas inseminar-se com assistência médica. O passo seguinte foi o referendo à despenalização do aborto em 11 de Fevereiro de 2007, que repetia o de 1998, onde ainda ganhara o "não". Raquel Freire, do grupo de acção directa Panteras Rosa, considera este um ponto de viragem da década: "Estamos a viver uma época de transformações à velocidade da luz - Portugal era um país mergulhado num fascismo profundo e de tradição católica - em que aprovámos a despenalização do aborto por referendo - o que é importantíssimo - e o paradigma que era o "Deus, Pátria, Família" agora é as pessoas. "Também o ex-deputado independente eleito pelo PS Miguel Vale de Almeida considera que "a primeira mudança fundamental foi a despenalização do aborto. É esta lei que marca a diferença entre o antes e o depois", embora esta alteração chegasse com vinte anos de atraso. E acrescenta: "O outro marco é o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E é uma mudança que ocorre a nível mundial esta década. Nós conseguimos fazê-la na mesma década, o que é bestial, saltámos um fosso ao nível das mentalidades. " Assim, a 8 de Janeiro de 2010, o Parlamento aprova na generalidade o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Depois de confirmada pelo Tribunal Constitucional a 8 de Abril, a lei é promulgada pelo Presidente a 17 de Maio, entrando em vigor a 5 de Junho. Dois dias depois, casam Helena Paixão e Teresa Pires, casal que há três anos iniciou uma batalha jurídica para se casar. Mas se o casamento gay é o marco que "dá grande visibilidade aos direitos LGBT", Corte-Real considera que ainda este ano foi dado um passo decisivo no reconhecimento de direitos de género. O Parlamento enquadrou em novos moldes o direito aos transexuais a registar oficialmente a sua mudança de identidade, sem que seja necessária a mudança física de sexo. Também deixa de ser necessário um certificado psiquiátrico, tão-só médico, o que é visto como o fim da patologização legal da transexualidade. Um dos principais responsáveis pela lei, Vale de Almeida salienta a sua importância: "Por um lado, é um marco, porque reconhece legalmente que o corpo não significa género. Por outro lado, contempla uma minoria ínfima da população. É uma marca de maturidade da democracia. "
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Sexo, humor duvidoso e vídeos
O capitão norte-americano Owen Honors foi afastado do comando do porta-aviões USS Enterprise. A causa? Vieram a público alguns vídeos, por si produzidos e protagonizados, contendo comentários homofóbicos e simulações de masturbação. A Marinha norte-americana considera que o capitão revelou uma extraordinária falta de bom senso e afastou Honors das suas funções actuais. (...)

Sexo, humor duvidoso e vídeos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento -0.5
DATA: 2011-01-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O capitão norte-americano Owen Honors foi afastado do comando do porta-aviões USS Enterprise. A causa? Vieram a público alguns vídeos, por si produzidos e protagonizados, contendo comentários homofóbicos e simulações de masturbação. A Marinha norte-americana considera que o capitão revelou uma extraordinária falta de bom senso e afastou Honors das suas funções actuais.
TEXTO: A história conta-se de forma simples: entre 2006 e 2007 o capitão Honors entretinha as tropas a bordo do porta-aviões Enterprise mostrando-lhes em circuito interno uma série de vídeos produzidos por si e que, entre outras coisas, mostravam cenas de simulação de masturbação, comentários homofóbicos, marinheiros vestidos como drag queens, cenas no chuveiro com duas mulheres e dois homens a tomarem banho juntos, simulações de cenas de sexo com burros, de mastigação de fezes, e simulação de toques rectais. Os vídeos - que eram transmitidos nos serões conhecidos por "XO Movie Night” - eram protagonizados, escritos e produzidos por Honors. “Isto é o tipo de coisa que seria de esperar de um recruta de 19 anos. Mas estamos aqui a lidar com um oficial sénior de 49 anos e este episódio pôs em causa a sua capacidade de raciocínio” e de liderança, indicou um responsável da Marinha, citado pela Reuters. Logo no domingo, a Marinha lançou um comunicado condenando os vídeos, classificando-os de “inapropriados” e afirmando que este tipo de acções não são “aceitáveis na Marinha actual”. Ontem à tarde, o almirante John C. Harvey Jr. , no comando da frota da Marinha norte-americana, disse que depois de ter visto os vídeos do capitão Honors, criados quando este era vice-comandante do porta-aviões [e segundo responsável na escala de comando], perdeu a confiança na sua capacidade de liderança. “Vai ser responsabilizado pela sua falta de bom senso e acções inapropriadas demonstradas repetidamente naqueles vídeos”. O capitão Honors ainda não se pronunciou publicamente acerca dos vídeos mas centenas de militares têm usado as redes sociais - nomeadamente o Facebook - para mostrarem o seu apoio ao militar, argumentando que os vídeos faziam disparar a moral das tropas. Owen Honors vai abandonar a chefia do USS Enterprise - o primeiro porta-aviões movido a energia nuclear - e será reencaminhado para um trabalho administrativo em Norfolk (estado de Virgínia). Desconhece-se se sofrerá sanções acrescidas. A partir de agora será o capitão Dee L. Mewbourne - até agora responsável pelo USS Dwight D. Eisenhower - a tomar conta do porta-aviões. Esta é uma altura complicada para os homens que estão a bordo do Enterprise, uma vez que o porta-aviões deverá levantar âncora dentro de duas semanas para dar apoio à guerra no Afeganistão. Desconhece-se porque é que os vídeos só agora é que foram tornados públicos, mais de quatro anos após o início das transmissões em circuito interno e numa altura em que já terão deixado de ser difundidos. Os vídeos apareceram pela primeira vez durante o fim-de-semana no jornal Virginian-Pilot. O jornal - que serve a cidade de Norfolk, onde o porta-aviões está atracado quando não está ao serviço - disponibilizou online excertos dos vídeos (pilotonline. com/). A Marinha já garantiu que as investigações aos vídeos ainda não terminou. Eles vão continuar a ser perscrutados em busca de outros responsáveis envolvidos dos pequenos filmes ou de oficiais que soubessem da sua existência e que não tenham denunciado a situação aos seus superiores. Notícia alterada às 13h50
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra sexo mulheres
Em Sines bastam quatro letras para se ser atropelado pela liberdade: BCUC
No fim-de-semana de encerramento, o FMM Sines despediu-se com o charme de Oumou Sangaré, o rock turco de Gaye Su Akyol e a presença cabo-verdiana de Mário Lúcio e Lura. Mas um nome fica escrito a fogo na memória colectiva: o dos sul-africanos BCUC. (...)

Em Sines bastam quatro letras para se ser atropelado pela liberdade: BCUC
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-08-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: No fim-de-semana de encerramento, o FMM Sines despediu-se com o charme de Oumou Sangaré, o rock turco de Gaye Su Akyol e a presença cabo-verdiana de Mário Lúcio e Lura. Mas um nome fica escrito a fogo na memória colectiva: o dos sul-africanos BCUC.
TEXTO: Às onze e meia da noite de sexta-feira, os sul-africanos BCUC (Bantu Continua Uhuru Consciousness) haviam criado um sério problema ao Festival Músicas do Mundo (FMM). Depois de o vocalista Zithulele Zabani Nkosi anunciar que iriam despedir-se com a sua música mais curta e, num momento inicial, o público ser levado ao engano na altura de uma primeira paragem, o colectivo do Soweto foi continuando a expelir uma música inimaginável de tão primária, fogosa, furibunda e inebriante. E com o Castelo de Sines completamente rendido à actuação mais incendiária dos dois últimos dias do FMM, aquele “curto tema” que parecia feito de sucessivos alçapões sem fundo à vista, eternizava-se num crescendo em que BCUC e público se juntavam no grito “Don’t stop the music”. E sempre que o fogo ameaçava extinguir-se e a música parecia acabar, logo reiniciava com um novo e mais intenso ímpeto. O sério problema que os sul-africanos então criavam era apenas este: como primeira banda da noite no Castelo, os BCUC dificultavam a vida aos pesos pesados que se seguiam (Fatoumata Diawara & Hindi Zahra, Mário Lúcio e Orlando Julius com Bixiga 70), obrigados a ter de puxar dos galões para não empalidecerem diante de uma fasquia tão alta. Comandando uma banda feita de percussão e baixo, Zithulele concentra quase toda e electricidade em si. Não pára um segundo, numa fúria incessante, como que possuído e disposto a provar que James Brown não morreu, simplesmente baixou no corpo daquele jovem sul-africano. Quando às tantas diz, referindo-se ao país, “We may not have fancy cars, but we got soul” [podemos não ter carros luxuosos, mas temos alma], não é senão a alma (uma alma inesgotável) que lhe vemos. E vemo-nos atropelados por aquela música endiabrada, com carga e movimentos de cerimónia zulu, um tom primário claramente tribal de onde emergem funk, assomos de punk, vislumbres de kwaito, mas sobretudo uma aparente agressividade, um persistente estado de fúria que, a cada momento e de forma exacerbada, celebra estar vivo, ser um sobrevivente, ser livre. Ninguém teve a vida fácil depois disto. Mas nem por isso o fogo se apagou. Primeiro, porque Fatoumata Diawara não deixou. Depois, porque Mário Lúcio também se apresentou num concerto certeiro. Tanto um como outro são casos de namoros antigos com o FMM. E a prova que esses namoros dão frutos é a discussão que durante o dia se apanha em diversos pontos do recinto sobre a preferência por cantoras malianas (entre Fatoumata, Oumou Sangaré e Rokia Traoré, há argumentos para todos os gostos), impensável quando o festival arrancou em 1999, mas agora um conhecimento básico e consumado neste público. Numa colaboração com a cantora marroquina Hindi Zahra, remetida para um papel secundário quase decorativo, Fatoumata tomou as rédeas e carregou numa música africana em continuado cruzamento com jazz, funk e pop/rock, declarou a sua crença num mundo em que cada um seja livre de viajar para onde lhe aprouver (com a certeza de que quererá sempre regressar a casa), entregou-se a uma magnífica versão em crescendo do clássico de Nina Simone Sinnerman e assumiu a responsabilidade por um concerto que ajudou a matar saudades de uma das mais magnéticas vozes do Mali. Mas à qual já vai faltando reportório novo – o seu disco de estreia, Fatou, é de 2011. Viajemos, por um parágrafo, até à noite seguinte, no sábado, quando esse magnetismo se multiplicou na presença de Oumou Sangaré (mesmo que pouco ajudada por um baterista francês a querer ser filho de Tony Allen mas não chegando nem para vizinho, e um teclista igualmente francês que parecia convencido de ser o Ray Manzarek que faltava à vida da cantora). Uma das figuras maiores da música africana, Oumou tem em barda aquela capacidade rara de seduzir, enlear o público com o seu charme e criar concertos dentro dos quais se quer estar, dentro dos quais quase nos poderíamos eternizar. “O verdadeiro rosto de África – a joie de vivre”, resumiu numa frase a cantora. E são isso mesmo Yala, Kounadya, Bena bena ou Minata waraba, uma constante celebração da vida, comum aos BCUC, mas que contrasta por prosseguir sempre numa toada esfuziante, como se tudo pudesse ser sugado e diminuído por este vórtice de felicidade que, ainda assim, não deixa de ser reivindicativa. De volta a quinta-feira, pós furacão BCUC. Depois de Fatoumata e Hindi, Mário Lúcio não deixou que a festa morresse. O cabo-verdiano largou há um ano as vestes de ministro e voltou a ser músico sintonizando-se com o povo através de uma investigação e exploração da história do funaná. Funanight faz esse movimento pendular de ir buscar atrás e levar até à frente – em palco defenderia que a identidade não é uma noção estática presa ao passado, mas sim uma construção futura, saber quem se quer ser amanhã – e o reportório que hoje Mário Lúcio apresenta está pejado dessa ideia de que homenagear o funaná não significa pegar para fazer igual. Há nesta expansão do funaná, que chega a acercar-se do heavy metal (no ponto mais extremo) ou de Bob Marley, neste remexer e refazer sem quebrar e neste moldar com as próprias mãos qualquer coisa da riqueza tropicalista de Gilberto Gil. Cabo Verde voltaria a estar presente no sábado, bandeiras dos arquipélagos esvoaçando em claro momento de comunhão com a comunidade que reside em Sines, através de um concerto de Lura que, sem o grau de conceptualização apresentado por Mário Lúcio, não se afasta muito dessa mesma intuição de puxar o funaná e o batuco um pouco para fora de pé. Não é preciso pregar uma revolução, de facto, mas antes puxar as tradições para a contemporaneidade como quem ajeita um vestido para melhor se servir. Está tudo em jogo nas suas canções: a identidade, a integração de “uma negra nascida em Lisboa com pais cabo-verdianos”, encontrar o lugar como parte da história, exaltar o papel das mulheres do seu país (Maria di lida) e projectar-se para a frente com a presença do rapper Hélio Batalha em Di undi kim bem. Quando termina com Mbem di fora, todas estas questões passam pela subtileza de uma música feita para dançar e de que Lura dispõe com uma mestria de palco espantosa. Horas depois, o Castelo de Sines seria visitado por uma wonder woman turca (a roupa assim o sugeria) aos comandos de uma magnífica banda espacial versada no surf rock e no psicadelismo patenteado na Anatólia dos anos 60/70. Chegassem Gaye Su Akyol e a sua rapaziada aos ouvidos de Quentin Tarantino e este não ponderaria a reforma antes de realizar um qualquer western-kebab. As canções de Gaye e o seu discurso dirigem-se com frequência aos regimes autocráticos, insurgem-se contra o encarceramento de jornalistas na Turquia e noutras paragens, dão conta da sua chamada pelas autoridades – atiçadas pela sanha censória do regime de Erdogan – a prestar esclarecimentos acerca da letra anti-fascista de Nargile. E em cada tema, Gaye soa a uma discípula da histórica Selda Bagcan, voluntariamente colocada no centro de um furacão rock da melhor safra, permeável a uma condimentação otomana. Depois dos estonteantes Hologram e Abbas, uma mensagem cristalina: “Não se esqueçam – os políticos e o povo são diferentes. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O concerto final do Castelo de Sines no FMM deste ano, acompanhado desde sempre por fogo-de-artifício, coube ao reggae de Tiken Jah Fakoly, à medida de muitos dos frequentadores do festival, mas pouco estimulante para aqueles que não juraram fidelidade à bandeira da Jamaica. Na véspera, também Orlando Julius & Bixiga 70 não inscreveram o nome da edição de 2017, denotando um excesso de reverência dos brasileiros para com o lendário saxofonista nigeriano. No Castelo mostrou-se também o mui encantador agrupamento vocal feminino Sopa de Pedra, com paragens pelos cantos de trabalho, Amélia Muge e José Afonso; pela praia passaram ainda Benjamim e Barnaby Keen que aqueceram os ânimos sobretudo com A minha menina (Os Mutantes), o jazz-soul do espaventoso Thomas de Pourquery, entre o explosivo e o cósmico, ou a música latina super vitaminada dos colombianos Bulldozer; no Centro de Artes Tó Trips e João Doce puxaram pelo lado mais africano e rude do guitarrista dos Dead Combo. Mas desses concertos menos frequentados, um deverá salvar-se do esquecimento: o concerto-missa da indiana Parvathy Baul. Música e cerimonial numa actuação levitante, a suspender o tempo lá fora e fazer crer num qualquer acesso ao divino. Comovente. Seria digno de ovação, não fosse Parvahty preferir que o público se manifestasse dizendo ‘chadu, chadu’. Assim seja. Chadu, chadu, Sines. Até para o ano. O PÚBLICO esteve no FMM a convite da organização
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Partidos LIVRE
Com a eleição de Leo Varadkar abrem-se as portas para uma nova e moderna Irlanda
O jovem político e médico foi eleito líder do Fine Gael, abrindo caminho para a chefia do Governo. Homossexual assumido, promete tornar a Irlanda conservadora numa Irlanda socialmente moderna. (...)

Com a eleição de Leo Varadkar abrem-se as portas para uma nova e moderna Irlanda
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento 0.168
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O jovem político e médico foi eleito líder do Fine Gael, abrindo caminho para a chefia do Governo. Homossexual assumido, promete tornar a Irlanda conservadora numa Irlanda socialmente moderna.
TEXTO: Está escolhido o novo líder do partido irlandês Fine Gael, que vai suceder a Enda Kenny, anterior Taoiseach (primeiro-ministro), que abdicou da função em Maio. Leo Varadkar está a um passo de se tornar no primeiro chefe do Governo assumidamente homossexual na República da Irlanda, marcando assim um corte na tradicional e conservadora sociedade irlandesa, marcadamente influenciada pela Igreja Católica. Muito pode mudar na agenda social de Dublin, mas os analistas avisam que o filho de um imigrante indiano terá de se concentrar primeiro na missão hercúlea de unir o partido democrata-cristão. Caso contrário, o seu destino poderá ser igual ao do antecessor. Varadkar, que é médico de formação, teve uma ascensão meteórica: entrou na vida política irlandesa aos 22 anos, aos 27 foi eleito para o Parlamento, foi ministro dos Transportes, Turismo e Desporto de 2011 a 2014, ano em que passou para a pasta da Saúde e foi até agora ministro da Protecção Social. Aos 38, está a caminho de se tornar no mais jovem chefe do Governo da Irlanda. Mas antes, em 2015, assumiu publicamente que era homossexual quando o país, que descriminalizou a homossexualidade em 1993, discutia a adopção do casamento entre pessoas do mesmo sexo – tendo sido o primeiro país a aprová-lo através do voto popular. Por esta altura, era já evidente o declínio no domínio da Igreja Católica irlandesa, profundamente abalada pelos vários escândalos de abusos sexuais. Apesar de tentar constantemente traçar uma separação entre a competência política e a orientação sexual, Varadkar rapidamente se tornou na imagem da possível modernização social da Irlanda. O próximo passo pode ser a legalização do aborto. A votação para a liderança do partido teve três grandes eleitores: os 73 membros do Parlamento do Fine Gael, cujos votos representaram 65% do total; os 21 mil membros do partido, que perfizeram 25% e os representantes locais, que valeram 10%. Varadkar terá até ao fim deste mês para garantir o apoio dos deputados independentes e do Fianna Fáil para ser nomeado primeiro-ministro no Parlamento. A nomeação está, à partida, assegurada, pois tanto os independentes como a oposição já afirmaram que não se vão opor à eleição do novo líder do Fine Gael. Leo Varadkar conseguiu obter a vitória através dos deputados e representantes locais. Simon Coveney, o seu rival, ministro da Habitação de 44 anos, obteve 65% dos votos dos membros do partido, sendo que Varadkar reuniu 55% votos dos representantes locais contra 44% do opositor, e, na votação mais valiosa, recebeu o apoio de 51 deputados contra 22 de Coveney. Kenny anunciou em Maio aquilo que já era esperado e demitiu-se da liderança do Fine Gael, 15 anos depois de lá ter chegado, e consequentemente da chefia do Governo, para onde foi eleito em 2011. O primeiro-ministro demissionário não resistiu a intensas pressões no interior do próprio partido resultantes da insatisfação com a sua liderança, e devido aos resultados das legislativas do ano passado, onde o Fine Gael perdeu um quarto dos parlamentares. Imediatamente saltaram para a linha de sucessão Varadkar e Coveney. Iniciando a campanha “Levar a Irlanda Para a Frente”, o jovem político começou a expor algumas das suas ideias para o futuro, confirmando a separação entre a antiga Irlanda firmemente católica e a futura Irlanda socialmente moderna que pretende construir. Numa entrevista ao Irish Times durante a campanha, o novo líder do Fine Gael tentou explicar o seu posicionamento político e ideológico: “A minha dificuldade com toda a construção direita/esquerda é que não penso que isso descreva a política moderna”. “Se tivesse que me descrever nos termos de uma filosofia política, colocar-me-ia como um liberal económico e social, que é aquilo que as pessoas tipicamente descrevem como sendo de centro-esquerda nos assuntos sociais e de centro-direita em temas económicos”, explicou. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Como lembra o Politico, Leo Varadkar procurou ainda inspiração num antigo candidato presidencial norte-americano, dizendo no início de Maio: “Robert Kennedy disse uma vez: ‘Algumas pessoas vêem o mundo tal como ele é e perguntam, porquê? Outros imaginam o mundo como poderia ser e perguntam, porque não?’ Para mim, isto resume o que é a política: imaginar a Irlanda como poderia ser e desenvolver políticas para que isso aconteça”. Varadkar já garantiu que em 2018 irá lançar um referendo sobre a legalização do aborto. Além disso, planeia criar um novo sistema de segurança social, tornar a assistência infantil mais acessível, apostar nas energias renováveis e reduzir os impostos sobre os rendimentos mais altos. Tudo isto serve para convencer os eleitores até às eleições legislativas de 2019. Mas antes terá de unir o partido para conseguir criar um contexto de vitória eleitoral. Aliás, nesta corrida à liderança partidária, uma sondagem nacional do Irish Times mostrou que 42% dos eleitores preferiam ver Coveney à frente do Fine Gael e 37% Varadkar. Por isso, e como apontam os analistas irlandeses, tem de juntar à sua volta um partido estilhaçado depois do afastamento de um líder marcado por acusações de negligência política, fracos resultados eleitorais, e com o principal rival, o Fianna Fáil, a piscar o olho ao regresso ao Governo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave aborto filho social sexo sexual casamento homossexual imigrante infantil
Companhia de seguros nega discriminação da exposição de João Pedro Vale
A Companhia de Seguros Tranquilidade negou hoje que a exposição de João Pedro Vale prevista para abrir no Espaço Arte, a 2 de Setembro, em Lisboa, tenha sido cancelada por motivos de discriminação à temática homossexual do conteúdo. (...)

Companhia de seguros nega discriminação da exposição de João Pedro Vale
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Homossexuais Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Companhia de Seguros Tranquilidade negou hoje que a exposição de João Pedro Vale prevista para abrir no Espaço Arte, a 2 de Setembro, em Lisboa, tenha sido cancelada por motivos de discriminação à temática homossexual do conteúdo.
TEXTO: Após um contacto da Lusa sobre o cancelamento, a Tranquilidade respondeu, em comunicado, que “nas suas diferentes dimensões de posicionamento e comportamento no mercado, sejam elas comerciais ou institucionais, a companhia defende uma política intransigente de não discriminação de qualquer tipo, seja ela religiosa, de género, orientação sexual ou de raça”. A exposição intitula-se “P-Town” e resulta de um projecto conjunto entre João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, resultado de uma residência artística realizada em Provincetown, nos Estados Unidos, cuja história é marcada por elementos que interessam ao trabalho da dupla de artistas. Uma primeira parte do projecto - que junta a identidade portuguesa da cidade, pela emigração proveniente dos Açores, o seu passado recente como centro artístico e por estar ligada à comunidade homossexual - esteve em exposição em Julho, na galeria NurtureArt, em Nova Iorque. A segunda parte, com alguns elementos novos, iria agora ser apresentada no Espaço Arte, mas, segundo João Pedro Vale, quando a seguradora teve conhecimento do conteúdo de temática homossexual, pediu outro projecto ao artista, tendo este recusado, considerando ter sido uma “atitude de censura” ao seu trabalho. No comunicado, a Tranquilidade afirma que “a expressão artística não deve ser refém de convenções, mas tem o dever de assegurar nos seus espaços o respeito pela sensibilidade de um número o mais alargado possível de stakeholders [accionistas], não estando em causa a orientação sexual do tema”. “É, pois, de lamentar a forma intencional e dolosa como o nome da companhia está a ser usado numa estratégia de promoção pessoal”, sustenta, no mesmo comunicado. A seguradora recorda ainda que no Espaço Arte Tranquilidade, inaugurado em 2008, “já expôs um alargado conjunto de artistas, numa clara intenção de contribuir para o acesso à arte contemporânea por parte dos diferentes públicos”. Actualmente o espaço é dinamizado em conjunto com três galerias de arte de Lisboa - Filomena Soares, Miguel Nabinho e Bajinsky - através de um acordo estabelecido para esse efeito, sendo que estas assumem a responsabilidade pela programação do espaço. A seguradora indica ainda que a situação agora ocorrida “não condicionará o firme propósito da companhia em prosseguir a sua estratégia de mecenato cultural”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade género sexual homossexual raça discriminação