Lazer para todos
Salvo honrosas exceções, muitas das atividades durante as férias que as comunidades oferecem, em serviços públicos ou privados, não são inclusivas a crianças com necessidades especiais. (...)

Lazer para todos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Salvo honrosas exceções, muitas das atividades durante as férias que as comunidades oferecem, em serviços públicos ou privados, não são inclusivas a crianças com necessidades especiais.
TEXTO: Chegou a época tão ansiosamente esperada por todos! Uma época dedicada, para a maioria dos portugueses, ao lazer proporcionado pelas férias. Mas será que todos podemos desfrutar descontraidamente das férias? Já iremos a esta questão. Falemos antes de lazer enquanto conceito. Naturalmente cada um de nós terá uma ideia diferente de lazer, mas uma questão será consensual. Lazer é o que fazemos no nosso tempo livre de obrigações profissionais, académicas ou domésticas. Podemos dizer que o lazer tem três funções: descanso, recreação e desenvolvimento pessoal (social, físico, intelectual e emocional). É essencial para o nosso equilíbrio e um veículo para o bem-estar em complemento com as restantes ocupações. O conceito de lazer e de tempo livre surgiu com a Revolução Industrial, altura em que o tempo de trabalho passou a ser mais reduzido, em particular para os operários fabris. Até então, numa sociedade que era maioritariamente rural, o tempo de trabalho era definido pela luz solar e pelas estações do ano. Com esta mudança na sociedade, os trabalhadores passaram a ter tempo livre que poderiam utilizar para lazer. Foi nesta altura que surgiram, na Suíça, as primeiras colónias de férias para crianças. Em 1876, o padre Herman Bion, confrontado com a pobreza extrema e os problemas de saúde das crianças de bairros pobres de Zurique, decidiu proporcionar-lhes experiências de bem-estar e enriquecedoras em campos de férias, longe dos locais disfuncionais e que os deixavam doentes. Desta forma, descobriu que com estas oportunidades poderia proporcionar-lhes experiências de desenvolvimento integral e melhorias ao nível da saúde. Estas experiências na Suíça rapidamente se espalharam pelo mundo ocidental como veículo de desenvolvimento social e ainda hoje são utilizadas. As férias de Verão das crianças chegam a durar três meses. Esta época é plena de oportunidades de desenvolvimento de competências pessoais como a autonomia e a resiliência. Todos temos boas recordações das nossas férias de infância, dos amigos que fizemos, das aventuras que vivemos e dos momentos em família. Mas esse período tão longo coloca o grande desafio aos pais de garantir atividades enriquecedoras aos seus filhos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No entanto, nem todas as crianças têm estas oportunidades. Salvo honrosas exceções, muitas das atividades que as comunidades oferecem, em serviços públicos ou privados, não são inclusivas a crianças com necessidades especiais. Esta situação faz com que crianças, que atualmente estão incluídas nas suas comunidades educativas e desenvolvem o seu percurso escolar junto dos seus pares, com vantagens mútuas, no período de férias fiquem excluídas e restringidas ao contexto familiar. Assim, este período de lazer que poderia ser uma oportunidade de desenvolvimento de competências para estas crianças, muitas vezes é tempo de inatividade. Para evitar essa situação e até pela necessidade de acompanhar as crianças nos dias de interrupção escolar, muitas vezes um dos seus cuidadores deixa de trabalhar com impacto na vida pessoal, na economia familiar e até na sociedade. Voltemos então ao lazer como oportunidade de desenvolvimento pessoal. Este conceito remonta à Antiguidade Clássica. Nessa altura, o lazer era um privilégio reservado aos filósofos que, desprendidos de outras tarefas, podiam dedicar o seu tempo à contemplação, reflexão e sabedoria. Fica aqui o desafio de fazermos do nosso tempo de lazer um momento para refletir sobre como podemos proporcionar oportunidades de lazer e desenvolvimento pessoal a todas as crianças sem exceção. Desafio as autarquias e sociedade civil a ajustarem as suas ofertas de tempos livres para que sejam acessíveis. Na certeza de que proporcionar a convivência entre todos, com ou sem necessidades especiais, é sensibilizar a comunidade para a igualdade de direitos e oportunidades e, assim, construir uma sociedade mais justa. Desafio também as famílias e organizações de e para pessoas com necessidades especiais a ajudarem as suas comunidades a tornarem-se mais inclusivas, numa missão que é de todos. Terapeuta ocupacional no CADIn — Neurodesenvolvimento e Inclusão
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
PS dez pontos à frente do PSD e com vitória em todas as frentes
A sondagem da CESOP para o PÚBLICO e RTP estima que os socialistas atingem 33% dos votos válidos, contra 23% do PSD. O PS ganha em todas as faixas etárias e graus de escolaridade. (...)

PS dez pontos à frente do PSD e com vitória em todas as frentes
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-05-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: A sondagem da CESOP para o PÚBLICO e RTP estima que os socialistas atingem 33% dos votos válidos, contra 23% do PSD. O PS ganha em todas as faixas etárias e graus de escolaridade.
TEXTO: Não seria uma vitória por “poucochinho”, como nas últimas europeias. Se as eleições tivessem sido no fim-de-semana passado, o PS teria alcançado uma vitória em toda a linha sobre os seus adversários: 33% de votos válidos, face aos 23% obtidos pelo PSD e muito à frente dos 9% do BE, 8% da CDU e do CDS-PP e dos 3% que conseguiriam o PAN e a Aliança. Uma vitória reforçada pela forma como o voto se distribui, já que teria ganho em todas as faixas etárias e graus de escolaridade (clique para ver a infografia). A estimativa é do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa — CESOP/UCP para o PÚBLICO e a RTP, feita a partir de 1882 inquéritos e baseada apenas nas intenções de voto dos inquiridos que afirmaram ir votar “de certeza”. E foram 49% os inquiridos que garantiram que vão votar no próximo domingo. Para estes, o PS surge como a lista que recolhe maior percentagem de intenção directa de voto (22%), mais 10 pontos percentuais que o PSD. Excluída a abstenção, as não-respostas e os indecisos — tal como acontece no apuramento dos votos —, a CESOP estima que os socialistas teriam uma percentagem de votos entre os 30 e os 36%, enquanto os sociais-democratas teriam entre 20 e 26%. A média dessa ponderação daria os tais 33% para os primeiros e 23% para os segundos. Se as eleições tivessem sido no fim-de-semana passado, o PS teria alcançado uma vitória em toda a linha sobre os seus adversários. Esta intenção de voto reforça-se se olharmos para a sua distribuição por faixas etárias e graus de escolaridade. O PS é o partido que recolhe, sozinho, mais avaliações positivas em todas as idades, ainda que seja menor nos mais jovens e vá aumentando a partir dos 45 anos. E é também nos socialistas que mais apostam os eleitores, seja os que não completaram o secundário, os que o completaram ou os que terminaram o ensino superior. Com estes resultados, o PS obteria entre oito e nove mandatos para o parlamento europeu (em 2014 elegeu oito eurodeputados), enquanto o PSD poderá perder um lugar (tem hoje seis eurodeputados dos sete que elegeu em coligação com o CDS em 2014 e agora elegeria entre cinco e seis). Esta é a primeira sondagem da CESOP para as eleições europeias, mas se olharmos para os resultados das diferentes sondagens para este acto eleitoral reveladas desde o início do ano, podemos sustentar algumas conclusões políticas. A primeira é factual: esta é a maior vantagem que os socialistas obtêm desde Fevereiro, quando um estudo de opinião da Aximage para o Correio da Manhã e Jornal de Negócios dava aos socialistas 10 pontos de vantagem sobre os social-democratas. Isso aconteceu antes da remodelação governamental em que o ministro Pedro Marques saiu do executivo para ser cabeça de lista do PS. Em Janeiro, essa diferença era ainda maior: segundo a mesma empresa, o PS ganhava por 15 pontos ao PSD. Mas depois veio a remodelação e a polémica das nomeações familiares, e os social-democratas começaram a ganhar terreno. Na consulta mensal de Março da Aximage, os socialistas já só tinham uma vantagem na casa dos cinco pontos percentuais, e menos de um mês depois, a 30 de Março e 1 de Abril — no auge do “familygate” —, essa diferença baixou para 2, 6 pontos, ainda segundo a Aximage. Valores que foram confirmados pela sondagem de Abril da Pitagórica para o JN e TSF (30, 3% para o PS e 28% para o PSD) e se manteve no estudo desse mês da Aximage (31, 7% para o PS e 29% para o PSD)As coisas começaram a mudar, outra vez a favor do PS, a partir de Abril, quando um estudo da Eurosondagem para o Sol e o Porto Canal feita nas vésperas da crise política já davam 34% para os socialistas e 27, 1% para os social-democratas. Mas foi depois da ameaça de demissão de António Costa por causa do tempo de serviço dos professores que a diferença se acentuou, confirmando que o PS conseguiu, nesse conflito, o apoio da maioria dos portugueses. A afirmação da imagem de um partido responsável nas contas públicas terá sido essencial para ganhar votos ao centro. O estudo de opinião do ICS/ISCTE para a SIC e o Expresso revelada no passado sábado dá já uma vantagem de oito pontos percentuais do PS (36%) sobre o PSD (28%). O trabalho de campo deste estudo ocorreu em plena crise política, mas antes do arranque da campanha eleitoral. Já a sondagem do CESOP que agora revelamos acontece em plena campanha, entre 16 e 19 de maio (sexta-feira, sábado e domingo passados). Numa análise livre, poderá dizer-se que tanto os socialistas como os social-democratas já perderam pontos durante a campanha — mas mesmo assim o PS perdeu menos que o PSD. Muito diferente é a disputa entre os partidos do meio, aqueles que já têm assento no Parlamento Europeu (CDS, CDU, BE e MPT). Aqui, as intenções de voto são tão próximas (com uma ligeira vantagem para o BE), que pequenas variações podem determinar uma grande alteração ao panorama actual. De acordo com a sondagem da CESOP, o BE seria o mais votado destes partidos, com 9% (6% de voto directo) e elegeria dois eurodeputados, enquanto a CDU e o CDS alcançariam 8% (3% de voto directo), elegendo os mesmos dois deputados cada. Com estes resultados, na estimativa da CESOP, o BE e o CDS passariam de um para dois eleitos, enquanto a CDU perderia um dos três assentos que tem hoje. Já o MPT, que em 2014, em lista encabeçada por Marinho e Pinto, elegeu dois parlamentares, nem sequer tem expressão autónoma nesta sondagem, tal como não tem o novo partido daquele eurodeputado, o PDR. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. As revelações nestas europeias podem vir a ser o PAN, com 3% de intenção directa de voto, e a Aliança, com 2%. A estimativa para estes dois partidos é também de 3%, ficando ambos muito próximos de eleger um eurodeputado — vai depender das médias ponderadas do Método de Hondt. Muito curioso é notar que, quando se analisa a intenção directa dos votos por idade do inquirido, a maioria dos mais jovens (entre os 18 e os 24 anos) escolhem outros partidos que não os do sistema. Nesta faixa etária, 18% diz que vota em partidos que não os do cinco maiores, mais do que os 16% que têm intenção de votar no PS. Só que o número que mais se destaca nesta faixa etária é o dos que não sabem em quem votar: 21%. Também as mulheres têm uma percentagem considerável de indecisas: 18% não sabe em quem depositar a sua confiança, enquanto entre os homens há apenas 11% de indecisos.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PAN PSD LIVRE MPT BE
A praia de Espinho vai viajar no tempo
No domingo, 15 de Julho, a Praia da Baía, em Espinho, acolhe a recriação histórica Vir a Banhos. Mais de 100 figurantes vão mostrar os hábitos balneares e sociais de início do século XX. (...)

A praia de Espinho vai viajar no tempo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: No domingo, 15 de Julho, a Praia da Baía, em Espinho, acolhe a recriação histórica Vir a Banhos. Mais de 100 figurantes vão mostrar os hábitos balneares e sociais de início do século XX.
TEXTO: Espinho acolhe no próximo domingo, 15 de Julho, a edição de 2018 da recriação histórica Vir a Banhos, que leva à Praia da Baía mais de 100 figurantes trajados de acordo com as práticas balneares e sociais das décadas de 1900 a 1930. A iniciativa é organizada pela Câmara Municipal em parceria com outras entidades do concelho e quer assim divulgar os hábitos e costumes dos inícios do século XX, quando ir à praia implicava ainda muita roupa e era uma actividade motivada sobretudo por questões de saúde, que teriam a beneficiar com as águas frias e iodadas do oceano. "Vir a Banhos recorda a época áurea de Espinho, quando 'vilões e fidalgos' faziam praia mediante prescrição médica", revela fonte da organização. "Reviver o passado do Vir a Banhos é viajar no tempo, evocando o quotidiano das gentes que anualmente procuravam as águas terapêuticas de Espinho", acrescenta. Na recriação estão envolvidas mais de 100 pessoas que, para o efeito, vão adoptar um guarda-roupa em que as opções representam a indumentária e os acessórios típicos das figuras mais representativas das praias do início do século passado: homens de fato caveado às riscas, mulheres com camisas largas e toucas no cabelo, vendedores ambulantes com cestos ao colo, fotógrafos com câmaras de fole à la minute e marionetistas de teatro de robertos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O objectivo é dar a conhecer, por um lado, tempos de mais pudor e, por outro, uma época em que Espinho se distinguia enquanto estância balnear "cheia de glamour". Todos os figurantes estarão a ocupar uma área restrita da praia, no exercício das actividades que seriam normais nos banhistas na viragem do século XIX para o XX, mas na envolvente haverá outra iniciativa relacionada com a recriação, na noite da véspera: trata-se do Passeio da Burguesia, que, no sábado, pelas 21h20, desfilará pela esplanada da Praia da Baía em direcção à Piscina Solário Atlântico. Esse espaço comemora em 2018 os seus 75 anos e acolhe assim "um baile de época com a participação do SAXECooletivo e do Grupo de Exibição de Danças de Salão da Escola de Bailado Adriana Domingues".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens escola mulheres
Inventor da Web pede responsabilidade a programadores de software
Tim Berners-Lee subiu ao palco na cerimónia de abertura da Web Summit. (...)

Inventor da Web pede responsabilidade a programadores de software
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tim Berners-Lee subiu ao palco na cerimónia de abertura da Web Summit.
TEXTO: À terceira edição em Lisboa, o arranque da Web Summit é já uma cerimónia ritual para quem está nos círculos da tecnologia e das startups. O pavilhão Altice Arena, em Lisboa, enche. O fundador, Paddy Cosgrave, sobe ao palco, mostra-se entusiasmado com a sala cheia e promete um evento em grande. Depois, pede a cada pessoa para se levantar e se apresentar às pessoas do lado. É uma espécie de eucaristia 2. 0. Seguem-se as intervenções de oradores de peso (este ano, entre outros, foram o inventor da Web, Tim-Berners Lee, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, um repetente no evento). Por fim, António Costa e o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, juntam-se a Cosgrave no palco. A festa começa. De forma semelhante às edições anteriores, Cosgrave começou com elogios para Portugal e Lisboa (“se esta é a vossa primeira vez em Portugal, deixem-me dizer que não será a vossa última”). Agradeceu a toda a organização, incluindo voluntários (cujo trabalho gratuito num evento que factura milhões foi no ano passado motivo de discussão). E, em sintonia com os tempos, não se esqueceu de uma palavra para as mulheres na conferência, que foi recebida com um aplauso entusiasmado da plateia. Depois foi a vez de Tim Berners-Lee – que inventou a World Wide Web em 1989 e com isso transformou o mundo – subir ao palco para abordar alguns dos temas quentes num sector que tem motivado desconfiança por parte de utilizadores e legisladores: os problemas do anonimato, os limites da liberdade de expressão, e o comportamento das cada vez mais poderosas empresas tecnológica (mesmo numa conferência dedicada a inovação e tecnologia, Berners-Lee sentiu a necessidade de começar por distinguir a Internet da Web). “Não é só uma questão de reforçar leis, é uma questão de mudar mentalidades”, disse Tim Berners-Lee, numa conversa com a jornalista da CNN, Laurie Segall, que é a entrevistadora habitual no palco da Web Summit. “Há um momento em que nos apercebemos de que há causas simples pelos quais devemos lutar, como a liberdade e a liberdade de expressão”. Porém, notou, “há consequências de defender o anonimato” – como a proliferação de discurso de ódio na Internet. Frente a uma plateia de profissionais da tecnologia, Berners-Lee lançou um apelo: “Se estão a criar uma enorme plataforma de software, ou uma pequena plataforma de software que se pode tornar enorme, precisam de pensar nas implicações. Aquela linha de código que escrevem tem implicações na liberdade de expressão”. Já António Guterres passou em revista praticamente todos os problemas recentes das novas tecnologias, às ameaças aos empregos, passando pelas armas dotadas de inteligência artificial, que considerou serem "um perigo sério" que deve ser banido. "Nas próximas décadas vamos assistir a uma grande quantidade de novos empregos criados, e uma grande quantidade de empregos destruídos. É impossível saber qual destes números será maior", afirmou o secretário geral das Nações Unidas. "É obvio que a relação entre lazer, trabalho e outras ocupações vai mudar drasticamente. "Guterres referiu que a Internet tem permitido a disseminação de ódio, e a opressão e censura por parte de governos. Mas ressalvou que a responsabilidade não é da tecnologia: "É claro para mim que não foi a Web que criou populismo, tribalismo, polarização das sociedades. Há causas profundas e não se pode culpar a Web por isso. "A Web Summit chegou à terceira edição em Lisboa com a garantia de mais dez anos de permanência. A capital portuguesa acabou por deixar para trás as propostas de outras cidades (que, segundo a organização, ofereciam mais dinheiro) e assegurou durante uma década um evento que traz anualmente dezenas de milhares de participantes (são cerca de 70 mil este ano) e milhares de empresas, desde multinacionais a startups. A boa relação com o Governo e as entidades públicas ajudou a que a Web Summit decidisse ficar em Lisboa. António Costa escolheu o dia de arranque da conferência para anunciar duas novidades: 100 milhões de euros de financiamento disponível para projectos de inovação tecnológica, e um visto com condições especiais, para facilitar a residência no país de trabalhadores do sector que sejam de países de fora da União Europeia. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Já no palco do Altice Arena, o primeiro-ministro (cuja intervenção foi feita quase toda em inglês) enumerou as características de Portugal para acolher empresas de tecnologia. "Temos talento altamente competente, universidades de classe mundial, Internet de alta velocidade e um ecossistema de startups vibrante", afirmou. A própria Web Summit, por seu lado, anunciou nesta segunda-feira um fundo de 50 milhões de dólares (cerca de 44 milhões de euros) para investir em startups, procurando assim mais uma forma de capitalizar o relacionamento privilegiado que o evento tem com estas empresas. A cerimónia de abertura chegou ao fim com Fernando Medina a oferecer a Cosgrave um retrato do explorador português Fernão de Magalhães. "Quinhentos anos depois, Lisboa torna-se agora a capital do mundo, graças a si", disse o autarca.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave espécie mulheres
Da importância das redes ou do não estar só
Não menosprezem, não menosprezemos as nossas capacidades de fazermos a diferença nas vidas enquanto pensadoras e fazedoras de cidades, enquanto materializadoras de quotidianos. (...)

Da importância das redes ou do não estar só
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não menosprezem, não menosprezemos as nossas capacidades de fazermos a diferença nas vidas enquanto pensadoras e fazedoras de cidades, enquanto materializadoras de quotidianos.
TEXTO: Em Junho, durante quatro dias, o Politécnico de Turim recebeu o último encontro organizado pelo projecto MoMoWo – Women’s Creativity Since the Modern Movement, que juntou mais de cem apresentações num intenso e desafiante programa com presenças geográfica e culturalmente alargadas. O objectivo principal do MoMoWo tem sido sublinhar as diversas contribuições das mulheres arquitectas e designers, procurando deste modo a promoção da igualdade cultural e profissional, lutando, como ainda é afirmado pelo próprio projecto, por uma sociedade mais equilibrada em termos de género nestes contextos de produção. Este projecto de larga escala, com coordenação italiana e incluindo mais cinco equipas europeias (Portugal, Espanha, Eslováquia, Eslovénia e Holanda), construiu e alimentou durante quatro anos uma rede de pessoas e instituições cujo impacto conseguiu ultrapassar em muito os países organizadores. Também estou certa que trará resultados que irão além do seu tempo de existência oficial, que termina este ano, tanto pelas redes que permitiu construir, como pela visibilidade alargada que deu às mulheres e ao seu papel na construção do que é o último século da arquitectura e do design. Na verdade, sob o ponto de vista da importância e da amplitude crescente, eu colocaria este encontro de Turim numa genealogia pessoal que se iniciou, em Sevilha, em 2014, com o ArquitectAs: 1st Symposium on Architecture and Gender. A seguinte edição aconteceu em Lisboa, em 2015, com Matrices: 2nd International Conference on Architecture and Gender, tendo continuado em Florença, no ano passado, com o título de MORE: Expanding architecture from a gender-based perspective. Aguardamos novidades e, para lá da publicação do volume relativo a Florença, esperamos que 2019 confirme as notícias sul-americanas que deslocam para este continente a quarta edição deste congresso. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O crescente número de pessoas e equipas a trabalhar os temas vários que se encontram no cruzamento das arquitecturas, das cidades e das mulheres é relevante. Parte da força que ganham, ano após ano, resulta também da sua capacidade de se constituírem como redes. Em áreas de trabalho e luta nem sempre valorizadas pelos pares contrariar a ideia de que nos encontramos sós é fundamental. Todos estes trabalhos, ainda que tendo objectivos, processos, metodologias e geografias diversas, são de igual modo importantes e têm-se vindo a construir como reflexões e acções que, como o MoMoWo reforçou, procuram cumprir a luta das mulheres nas e pelas cidades, nas e pelas arquitecturas, através do questionamento de uma visão do mundo supostamente neutra, mas que é efectivamente lugar dos e para os homens. Sejam historiadoras, activistas, arquitectas, investigadoras, urbanistas ou professoras; seja através da prática profissional, da investigação, do associativismo ou da docência, fazem e conquistam persistentemente a diferença conferindo visibilidade às muitas mulheres produtoras de quotidianos: da escala da colher à escala do território. Estamos e somos. Não menosprezem, não menosprezemos as nossas capacidades de fazermos a diferença nas vidas enquanto pensadoras e fazedoras de cidades, enquanto materializadoras de quotidianos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens igualdade género mulheres
O Museu Nacional de Arte Antiga e a proposta de autonomia para os museus nacionais
Entendem os conservadores, técnicos, bolseiros e colaboradores do MNAA pronunciar-se sobre uma matéria que afeta diretamente o quotidiano da instituição. (...)

O Museu Nacional de Arte Antiga e a proposta de autonomia para os museus nacionais
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Entendem os conservadores, técnicos, bolseiros e colaboradores do MNAA pronunciar-se sobre uma matéria que afeta diretamente o quotidiano da instituição.
TEXTO: Afirmou o primeiro-ministro, no Dia Internacional dos Museus (18 de Maio), que seria introduzido, em 2019, um novo modelo de gestão e autonomia nos museus dependentes da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). As palavras foram bem recebidas pela generalidade dos seus profissionais, conscientes de que a sua missão — conservação, estudo, divulgação e disponibilização dos bens que estão à sua guarda — beneficiaria com uma gestão menos dependente de uma tutela cada vez mais burocrática e objetivamente pouco eficiente. Menos de dois meses após as declarações de António Costa, o Ministério da Cultura apresentou às associações do sector um projeto de decreto-lei sobre um novo modelo de gestão e autonomia para os museus, monumentos e sítios arqueológicos que tem gerado controvérsia mas que, com mínimas alterações, parece estar prestes a ser levado a Conselho de Ministros para aprovação. O documento reconhece que a atual arquitetura da DGPC "não permite uma política cultural que dê cabal cumprimento aos valores e princípios consagrados, quer na Constituição, quer na lei"; resta saber se resolve os problemas de funcionamento das instituições. Depois de o diretor e de o Grupo dos Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga terem expressado publicamente posições críticas sobre este projeto de decreto-lei, entendem, unanimemente, os conservadores, técnicos, assistentes técnicos administrativos, bolseiros e colaboradores do MNAA dever pronunciar-se sobre uma matéria que afeta diretamente o seu trabalho e o quotidiano da instituição. No documento tem, desde logo, levantado dúvidas a reunião de várias instituições em unidades compósitas, obedecendo a critérios casuísticos, que resultam, frequentemente, em associações incompreensíveis, do ponto de vista da natureza das entidades reunidas e da sua escala. É, obviamente, o caso da associação ao MNAA da Casa-Museu Anastácio Gonçalves, cujo edifício foi ateliê do pintor José Malhoa e cujas coleções complementam as do Museu Nacional de Arte Contemporânea (que, por seu lado, passará a gerir o Museu Malhoa, nas Caldas da Rainha. . . ). As questões mais preocupantes são, porém, outras: o entendimento da autonomia como uma mera "delegação de competências" no diretor das instituições; o funcionamento dos organismos dependente de orçamentos anuais da tutela, sem lhes conferir identidade fiscal e personalidade jurídica que permitam uma gestão de meios e de recursos plurianuais, essenciais à sua atividade ou a uma ágil gestão corrente; a criação de uma estrutura jurídica complexa, na articulação com a legislação vigente e com a reforma administrativa que se perspectiva. Um documento assinado por um grupo de juristas, encabeçado por Diogo Freitas do Amaral, é claro ao afirmar que "tudo isto causará não só maior lentidão de decisão dos diretores, mas também muito mais carga administrativa da Direção-Geral". Não foi menos límpido o diretor do Palácio Nacional da Ajuda, e presidente da delegação portuguesa do ICOM, ao declarar ao PÚBLICO (29/07/2018) que "sem um número de contribuinte próprio para o palácio que me permita contratualizar sozinho as despesas, toda esta autonomia é sobretudo teórica. Tenho de esperar pela casa-mãe na mesma, não posso fazer nada". Nas últimas duas décadas, quase todos os museus estrangeiros de alguma dimensão alteraram o seu modelo de gestão para se adequarem a novas realidades decorrentes do aumento da procura de produções culturais e da expansão dos seus públicos (já não um restrito grupo de interessados, mas um leque muito mais amplo, resultante do incremento da educação e do turismo). Semelhante situação obrigou à captação de novos recursos e formas de financiamento, para além das dotações orçamentais, provenientes de receitas próprias, do mecenato, de programas financiados por instituições científicas, de fundos promotores do turismo ou de projetos internacionais. Os modelos diferem, mas todos têm em comum os aspetos essenciais da verdadeira autonomia e agilidade de gestão, do financiamento plurianual, da manutenção na esfera pública dos bens, coleções e recursos humanos dos museus, da prossecução do serviço público e da fiscalização, a jusante e a montante, da atividade administrativa e cultural produzida. Mesmo ao nível nacional, as mais dinâmicas instituições criadas nas últimas décadas, como Serralves ou o CCB, obtêm o financiamento público através de dotações plurianuais, agregando outros recursos com enorme liberdade de gestão, tal como o fazem teatros nacionais, orquestras, etc. , cuja produção de riqueza objetiva para o país é manifestamente superior à verba que geram pelo número de bilhetes vendidos ou pela gestão do seu espaço. O que não faz sentido, a nosso ver, é considerar-se, por exemplo, que a verba alocada a Serralves pelo Estado (mais do dobro do orçamento do MNAA) é um necessário investimento na cultura com evidente retorno, que o é, e entender-se, ao invés, que o investimento no MNAA se destina a suprir as necessidades de uma instituição "altamente deficitária", como é frequentemente afirmado pelo Ministério da Cultura. Criado depois da implantação da República, mas herdeiro, nas coleções, na orgânica e no próprio edifício, do antigo Museu Nacional de Belas-Artes e Arqueologia, inaugurado por D. Luís I, em 1884, o MNAA incorpora os espólios relevantes decorrentes da extinção das Ordens Religiosas e das compras da Real Academia de Belas-Artes, aos quais foi somada parte das coleções reais, no sentido de criar um museu fortemente identitário, que espelhasse a história e a riqueza patrimonial do país, à semelhança dos que haviam nascido por toda a Europa. Dele emanou a sucessiva criação de outros museus nacionais, mantendo, durante décadas, um papel único na gestão de outros museus e palácios ou nas áreas da conservação e restauro e da formação. Se estes aspetos se alteraram com a modernização administrativa e técnica dos museus, a dimensão, a missão e a diversidade das coleções continuam a fazer do MNAA um museu com características particulares no tecido nacional, com tarefas (e também problemas) muito próprios. Desde 2010, o MNAA atingiu um reconhecimento interno e externo que constitui um enorme capital que urge não desbaratar. Mesmo com os constrangimentos orçamentais e administrativos conhecidos, com sérias carências de recursos humanos e num edifício à beira da rutura, consolidou um nível de oferta sem precedentes: 112 exposições (das quais, sete no estrangeiro), 57 catálogos, mais de 500 obras de arte em circulação só em 2017. A tudo isto podem acrescentar-se visitas e atividades para milhares de pessoas e centenas de escolas, nacionais e estrangeiras, projetos de investigação, respostas a investigadores, uma renovação permanente dos espaços, importantes aquisições ou a conservação e restauro das diversas coleções, a um ritmo nunca antes alcançado. Não precisa o MNAA, no nosso entender, de um modelo de delegação de competências para continuar a gerir, "no fio da navalha" e em navegação à vista, uma dotação orçamental insuficiente. Necessita, sim, de criar verdadeiros mecanismos de gestão, que permitam captar recursos que conduzam ao seu crescimento e de condições que sirvam a sua função, dignifiquem o nosso trabalho e melhorem o serviço público. Na verdade, trata-se apenas de saber se o país deseja ter um Museu Nacional que cumpra, efetivamente, esse papel. MNAA, 9 de OutubroSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os conservadores, técnicos, assistentes técnicos administrativos, bolseiros e colaboradores do MNAA:Adelaide LopesAgostinho OliveiraAlexandra Gomes MarklAna KolAna Rita GonçalvesAna SousaAndré AfonsoAndrea CardosoAnísio FrancoCelina BastosClara SousaConceição RibeiroElsa NascimentoEmília MarcosInês SilvaInocência NevesIrina DuarteJoão DomingosJoaquim Oliveira CaetanoJosé Alberto Seabra CarvalhoJosé Manuel Martins CarneiroLuís MontalvãoLuísa PenalvaMargarida VeigaMaria da Conceição Borges de SousaMaria João Vilhena de CarvalhoMarta CarvalhoMiguel SoromenhoPatrícia Milhanas MachadoPaula Brito MedoriPaulo AlexandrinoRamiro GonçalvesRui MestreRui André TrindadeSofia JúlioSusana CamposTeresa Serra e MouraOs autores escrevem segundo o novo Acordo Ortográfico
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei humanos cultura educação rainha ajuda estudo extinção
Nascimentos em Portugal, uma catástrofe anunciada
Nesta discussão ignora-se frequentemente uma cultura marcada pela hostilidade em relação à parentalidade e pela ausência de apoio à família, como se o assunto apenas a ela dissesse respeito. (...)

Nascimentos em Portugal, uma catástrofe anunciada
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-10 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170710175519/https://www.publico.pt/n1576387
SUMÁRIO: Nesta discussão ignora-se frequentemente uma cultura marcada pela hostilidade em relação à parentalidade e pela ausência de apoio à família, como se o assunto apenas a ela dissesse respeito.
TEXTO: Cada ano que passa registam-se menos nascimentos em Portugal. Explicações simplistas e centradas no presente, que domina os debates da actualidade, dirão que isso se deve à crise. Mas apesar das circunstâncias actuais, este não é um fenómeno conjuntural. A descida é constante desde a década de 1980 e não foi invertida mesmo em períodos de melhoria das condições de vida da população. Importa, por isso, reflectir sobre outras razões para esta acentuada perda de nascimentos cujos efeitos a médio prazo já não é possível ignorar. Tanto mais que o desejo de ter filhos está presente nos projectos dos jovens e a família ideal continua a ser associada à existência de crianças, como mostram alguns inquéritos sociológicos. Nesta discussão ignora-se frequentemente uma cultura marcada pela hostilidade em relação à parentalidade e pela ausência de apoio à família, para além dos apoios fornecidos pela própria família, como se o assunto apenas a ela dissesse respeito, e que se foi instalando à vista de toda a gente. Nas cidades, apesar do aumento dos parques infantis nos jardins públicos, um carrinho de bebé ainda tem que disputar o passeio com os automóveis e as distâncias entre a casa, o emprego e o infantário ou a escola impõem uma correria permanente. A resposta dos Governos, embora lenta, também revelou algum esforço: foi preciso esperar pela década de 1990 para surgir a licença de paternidade paga e pela década seguinte para assistir ao alargamento do pré-escolar. Do lado do mundo do trabalho, pelo contrário, a pressão não parou de aumentar, sujeitando as mulheres a interrogatórios indecorosos sobre a sua intimidade e despedindo-as ou negando-lhes um posto de trabalho se estavam grávidas. Para as que têm emprego, a decisão de gozar a licença de maternidade, vista como uma espécie de direito à preguiça, é geradora de mau ambiente no trabalho ou ameaças à sua carreira, como se cuidar de um recém-nascido não fosse um direito consagrado na lei e um dever cívico. Pressão idêntica é exercida sobre os homens, acrescida de piadas sobre a sua virilidade, quando ousam assumir a responsabilidade do papel de pais e usufruir da licença a que têm direito. Face a estas pressões, as mulheres vão adiando os projectos de maternidade, assim desafiando a probabilidade de surgirem problemas de infertilidade. Mas este é também o país onde se continua a afirmar que uma família só pode ser constituída por um homem e uma mulher e, além disso, casados, condições impostas às mulheres inférteis que pretendam aceder à procriação medicamente assistida, mesmo que estejam fortemente motivadas para a maternidade e tenham condições para a assumir. Em contrapartida, não se vislumbra qualquer preocupação pela forma como, ao longo dos últimos anos, o trabalho foi invadindo a vida familiar, retirando-lhe tempo de partilha, segurança económica e projectos de futuro. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Face à brutal desregulação do mundo do trabalho a que se assiste actualmente e perante a evolução do passado recente, é legítimo perguntar onde se vai encontrar a capacidade produtiva e criativa do país daqui a umas décadas. Porque um país sem crianças é um país sem futuro.
REFERÊNCIAS:
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A Portela ganhou o Carnaval do Rio depois de 33 anos de jejum
Enredo da azul e branca levou para o sambódromo um manifesto ambiental e com ele prestou homenagem aos grandes rios do mundo. Ficou a uma décima da segunda classificada. (...)

A Portela ganhou o Carnaval do Rio depois de 33 anos de jejum
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Enredo da azul e branca levou para o sambódromo um manifesto ambiental e com ele prestou homenagem aos grandes rios do mundo. Ficou a uma décima da segunda classificada.
TEXTO: O músico Gilberto Gil pôs na cabeça o chapéu azul e branco da Portela e festejou a vitória da sua escola de samba no Carnaval do Rio de Janeiro nas redes sociais. Na sua conta de Twitter e de Instagram aparece em discurso directo, ora filmado ora escrito. A mensagem é a mesma: “No aniversário do Rio, um lindo presente. Parabéns pra moça da favela, pra Portela, pro Rio de Janeiro e todo o povo brasileiro. Aquele abraço!”No aniversário do Rio um lindo presente. Alô moça da favela, todo mundo da Portela, AQUELE ABRAÇO #ApuraçãoRJ #Portela #carnaval2017 pic. twitter. com/i5qjQUxqEjNum ano marcado por vários acidentes durante a preparação do desfile, a Portela conquistou o título que lhe fugia há 33 anos – a última vez que ganhou foi em 1984, no desfile que inaugurou o sambódromo mais famoso do mundo. A vitória na tarde de quarta-feira fez dela a mais titulada de sempre do Carnaval carioca, somando agora 22 vitórias. “É muita felicidade ver a Portela campeã e poder comemorar com todos os que amam a azul e branco. Parabéns pra minha escola querida”, disse a cantora Marisa Monte, citada pelo jornal brasileiro O Globo. Na avenida, a escola contou o enredo Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar. . . , com um abre-alas em dourado e a bateria do mestre Nilo Sérgio a merecer destaque. Os vários carros alegóricos e grupos de sambistas recordaram o colapso da barragem associada a uma mina de ferro perto da cidade de Mariana, que em 2015 levou à destruição do Rio Doce. E durante o desfile evocaram as histórias, mitos e lendas que rodeiam alguns dos mais famosos rios do mundo, como o Nilo e o Mississippi, escreve no seu site a televisão britânica BBC. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O painel de jurados acabou por lhe dar nota máxima na maioria das categorias, incluindo figurinos, ritmo e samba tema, composto propositadamente para o Carnaval, como é hábito. “A espera terminou”, disse o presidente da Portela, Luís Carlos Magalhães, referindo-se ao jejum de décadas na conquista do título. “Merecíamos ganhar mais do que qualquer um. ”Segundo a imprensa brasileira, a Portela disputou décima a décima com a Mocidade Independente de Padre Miguel, a escola que levou Marrocos para o sambódromo e que acabaria em segundo lugar (com 269, pontos, apenas uma décima de diferença), seguida da Acadêmicos do Salgueiro, da Estação Primeira da Mangueira, da Acadêmicos do Grande Rio e da Beija-Flor de Nilópolis. As seis formações vão voltar a apresentar-se no sábado, no desfile das campeãs.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola corpo cantora moça
No Porto, o Carnaval é outro, mas também é Carnaval
Não é como no São João. O metro não está à pinha, a ponte D. Luís não abana e não há um mar de gente a engolir os Aliados. Ainda se consegue passar de bar para bar nas galerias e é rápido encontrar alguém no meio da multidão. Basta procurar pelo dinossauro azul. Ou pela Frida Kahlo. (...)

No Porto, o Carnaval é outro, mas também é Carnaval
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não é como no São João. O metro não está à pinha, a ponte D. Luís não abana e não há um mar de gente a engolir os Aliados. Ainda se consegue passar de bar para bar nas galerias e é rápido encontrar alguém no meio da multidão. Basta procurar pelo dinossauro azul. Ou pela Frida Kahlo.
TEXTO: “Aleatório”, “eclético”, “pseudo-intelectual”. Vestiu-se de “o que conseguiu juntar lá em casa”. Queria parecer-se com “um escritor qualquer famoso que dançasse salsa nos tempos livres”. Resultado: uma camisa verde alface, com folhos, óculos de massa redondos que lhe ocupam quase metade da cara e uma caneta a espreitar atrás da orelha. O charuto, que “não é cubano”, já vai quase a meio. A noite, essa, ainda está no início. Encostado à porta de vidro do Café Au Lait, vai olhando lá para dentro. “Só volto a entrar quando a pista abrir”. É agora 1h da manhã. Entram, tiram os casacos molhados da chuva, arranjam as perucas em frente ao espelho e começam a dançar. Já cá dentro, começam-se a distinguir as caras por trás das máscaras. Num dos cantos está Rui Moreira, o presidente da Câmara do Porto. Não veio disfarçado e, por isso, salta à vista no meio do grupo que dança à sua volta. A noite, diz, “é tão mágica como todas as outras no Porto”. Mais acima, na Cave 45, na Rua das Oliveiras, Helena veio de Lisboa para fazer uma tatuagem. Está a preparar-se para juntar um coração com flores à colecção de murais que tem espalhados pelo corpo. Não veio mascarada e escolheu a noite de Carnaval “por nenhuma razão em especial”. É a última tatuagem que Filipa Sequeira tem marcada para a noite que “já é dos corações”. Pelo meio de serpentinas douradas, desce-se para a cave. No palco, está deitado um contrabaixo. Dali a pouco, viria um dos músicos acordá-lo com o rock ’n’ roll dos T. Perry & The Bombers. Juntaram-lhe uma bateria e uma guitarra e o concerto começou a encher a sala. Por aqui fica-se mais tempo. Se o Carnaval serve para desassossegar, também o rock, além do samba, pode reinar. Mas dentro desta sala, apesar do tema, o porquê do feriado pouco importa. Faz-se festa porque “amanhã não se trabalha” e porque há “boa música”. Os disfarces “só servem de complemento”. O ambiente é parecido com o de todas as noites, os clientes são quase todos habituais. Na Badalhoca, que não precisa de se disfarçar de rainha das sandes de presunto, há quem já tenha perdido a cabeça. A única altura que alguém viu quem estava por baixo da fatiota de urso foi no momento em que Nuno a pousou para dar uma trinca nas famosas sandes antes de passar ao próximo destino. Mais uma vez, a tasca na baixa do Porto é paragem quase certa sempre que vão sair. Esta noite, só mudaram as vestimentas. Espera-se que a chuva pare dentro dos bares, debaixo dos guarda-sóis das esplanadas, hoje mascarados de guardas-chuva, nas paragens de autocarros e por baixo das varandas. As ruas da cidade não estão desertas, mas o caminho até ao Teatro Sá da Bandeira faz-se quase sem ouvir vozes. Chega-se e o Carnaval é burlesco. As cadeiras da plateia central desapareceram e abriram espaço para a pista de dança. É o público que também faz a festa. Smoke On The Water mistura-se com o samba do Rio e a única coisa que Aitor faz é mudar os passos de dança. Passa do forró para o headbang com mestria. Este Marilyn Manson é espanhol e está de visita ao Porto. No Carnaval daqui, diz, “sente-se bem o espírito pagão, vai ser uma boa noite”. A música voltou a mudar, e Aitor já arranjou outro par. Os confettis que tapam o chão colam-se aos sapatos e trazem a festa de lá de dentro para cá para fora. Mas para já, são poucos os que estão a pensar sair. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em frente ao Jardim de S. Lázaro, na Faculdade de Belas Artes, a festa está dispersa. Um grupo dança no escuro em frente aos DJ’s, outros ficam a conversar no corredor que acaba no bar improvisado e há casais perdidos pelos cantos. Para uma das alunas, “esta é a noite onde as máscaras caem”. No Plano B, onde a noite foi acabar, também se fala em liberdade. Nesta e em todas as outras noites. Nas duas salas e no átrio de entrada dança-se, conversa-se e faz-se a festa. A fila para entrar ainda continua lá fora. Há um grupo de mulheres vestidas de enfermeiras que chamam a atenção, e depois delas muitas outras e muitos outros entram e criam burburinho. Uma brasileira comenta que “vai virar a noite” como se estivesse no Brasil. No Porto, o Carnaval é outro, mas também é Carnaval. Texto editado por Hugo Daniel Sousa
REFERÊNCIAS:
Portugal garante maior apoio de sempre do fundo da globalização
Bruxelas prepara-se para transferir 4,7 milhões de euros para ajudar jovens e desempregados da Ricon e da antiga Triumph a voltar ao trabalho. Empresas vão participar na formação e estão previstos prémios para as que contratarem estas pessoas. (...)

Portugal garante maior apoio de sempre do fundo da globalização
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 1.0
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bruxelas prepara-se para transferir 4,7 milhões de euros para ajudar jovens e desempregados da Ricon e da antiga Triumph a voltar ao trabalho. Empresas vão participar na formação e estão previstos prémios para as que contratarem estas pessoas.
TEXTO: Portugal prepara-se para receber 4, 7 milhões do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEAG) destinados à formação e integração no mercado de trabalho de 1460 jovens e antigos trabalhadores da indústria do vestuário. Depois de sete anos sem apresentar qualquer candidatura, Portugal voltou a recorrer a este fundo com um projecto que irá garantir o maior apoio de sempre concedido ao país. O projecto tem um custo total estimado de 7, 7 milhões, dos quais 4, 7 milhões virão do FEAG. “É a candidatura mais elevada que alguma vez foi aprovada”, adiantou ao PÚBLICO Paulo Feliciano, vice-presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Mais de metade da verba (4, 3 milhões de euros) destina-se a medidas de apoio à transição para o mercado de trabalho e ao empreendedorismo e os restantes 3, 4 milhões serão aplicados em medidas de formação. A intenção, assegura Paulo Feliciano, é melhorar algumas das intervenções que o IEFP já faz junto dos desempregados, envolvendo mais as empresas e valorizando os cursos de aprendizagem. Portugal apresentou a candidatura ao FEAG a 24 de Abril deste ano, na sequência do despedimento de 1161 trabalhadores do grupo Ricon e da Gramax, antiga Triumph. Destes, prevê-se que 730 venham a participar nas acções financiadas pelo fundo, mas este número poderá crescer e abranger pessoas despedidas destas empresas que na data da candidatura tinham encontrado emprego ou não estavam disponíveis para trabalhar e que, entretanto, voltem a ficar disponíveis. Aproveitando a possibilidade de juntar ao projecto jovens afastados do mercado de trabalho e que não estão na escola ou em formação (os chamados NEET, sigla inglesa para not in employment, education or trainin), serão também abrangidas 730 pessoas nestas circunstâncias e que forma sinalizadas previamente. A candidatura está praticamente aprovada - falta apenas a luz verde do Conselho Europeu - e o IEFP espera arrancar com a intervenção antes do final do ano. Depois, terá dois anos para executar as medidas. O IEFP, assegura Paulo Feliciano, vai aproveitar este projecto para desenhar intervenções inovadoras que passam por um maior envolvimento das empresas no desenho dos planos de formação e por uma maior aposta na formação em contexto de trabalho, algo que actualmente está concentrado nos jovens até aos 25 anos. “A candidatura vem em linha com a nossa preocupação de valorizar mais os cursos de aprendizagem [formação dada em sala de aula e nas empresas], que são organizados com uma grande componente de formação na empresa. Entendemos que é uma solução mais eficaz para adequar as competências às necessidades das empresas”, destaca o responsável. Neste momento, os centros de emprego já estão a fazer um trabalho preliminar de diagnóstico e caracterização do percurso profissional de cada uma das pessoas, das suas necessidades de formação e das expectativas que têm em relação ao futuro. No caso dos desempregados da Ricon e da antiga Triumph, mais de 88% são mulheres com baixos níveis educativos e 20, 5% têm mais de 55 anos. A intenção, reforça ao PÚBLICO o responsável do IEFP, é garantir que estas pessoas mantenham uma ligação com as empresas e dar-lhes formação que seja reconhecida formalmente. No caso das pessoas que têm menos do que o 9. º ano de escolaridade – e que são a maioria das desempregadas da Ricon e da Gramax, estão previsas formações de 900 horas, em que 600 horas decorrem em contexto de trabalho. Já no caso dos jovens NEET, o cursos de aprendizagem vão abranger pessoas até aos 29 anos (agora é só até aos 25) e será possível que quem tem o 12. º ano passe obter uma qualificação profissional, realizado apenas a componente tecnológica do curso. Por outro lado, a candidatura prevê um maior envolvimento das empresas e dos sectores de actividade no desenho dos planos de formação. “Há um percurso formativo que vai ser trabalhado em conjunto e que vai ser validado para garantirmos a relevância sectorial da formação que vai ser feita”, explica Paulo Feliciano. No final da formação, as empresas que contratem sem termo os formandos que acolheram podem ter um prémio de integração (7, 5 vezes o indexante de apoios sociais, até ao limite de três remunerações), uma possibilidade que é nova. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Também os estágios previstos no âmbito deste projectos poderão ir até aos 12 meses (em vez de nove) e terão um prémio de integração “mais favorável”. No relatório que aprova a candidatura portuguesa, da autoria do eurodeputado José Manuel Fernandes, são deixados alguns alertas para a forma como o fundo é aproveitado. Pede-se, em particular, que as autoridades nacionais forneçam informações sobre "os sectores com perspectivas de crescimento e, consequentemente, susceptíveis de contratar pessoas", e recolham "dados fundamentados sobre o impacto do financiamento do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização, nomeadamente sobre a qualidade dos empregos e a taxa de reintegração" dos trabalhadores. Questionado sobre a avaliação das intervenções, Paulo Feliciano não tem dúvidas de que no caso português “tem reforçado interesse fazê-lo”, porque a intenção é transpor algumas destas medidas inovadoras para a intervenção que o IEFP faz junto dos restantes desempregados.
REFERÊNCIAS:
Entidades IEFP