Renoir comprado numa feira da ladra terá sido roubado do Museu de Baltimore
Bords de Seine, um pequeno óleo de Pierre-Auguste Renoir comprado numa feira de rua em Washington por sete dólares (cinco euros) foi, muito provavelmente, roubado do Museu de Arte de Baltimore, anunciou quinta-feira à noite a empresa que se preparava para o leiloar este sábado. (...)

Renoir comprado numa feira da ladra terá sido roubado do Museu de Baltimore
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bords de Seine, um pequeno óleo de Pierre-Auguste Renoir comprado numa feira de rua em Washington por sete dólares (cinco euros) foi, muito provavelmente, roubado do Museu de Arte de Baltimore, anunciou quinta-feira à noite a empresa que se preparava para o leiloar este sábado.
TEXTO: A Potomack Company Auctioneers, que contava levar à praça a pequena tela (14X23 cm) do impressionista com uma base de licitação de 75 mil euros, retirou-o do leilão depois de o museu de Baltimore ter levantado dúvidas quanto à propriedade da obra. A pintura de Renoir (1841-1919) representa as margens do Sena e, segundo uma investigação feita pelo jornalista Ian Shapira e publicada ontem no Washington Post, terá pertencido à colecção de Baltimore. Escreve o diário norte-americano que o óleo, feito sobre um guardanapo de linho, fez parte de um lote de obras que Herbert L. May, o advogado que o comprou em Paris em 1926, e a sua mulher, Saidie, emprestaram ao museu em 1937. A investigação de Shapira, que lera sobre o empréstimo num conjunto de cartas de Saidie May guardado num caixote da biblioteca do museu, levou os técnicos da instituição a descobrirem um registo que faz referência à pequena pintura de Renoir e que o jornal reproduz. Nessa velha ficha de inventário feita à máquina diz-se que a obra foi roubada das galerias do museu em 1951, embora não tenha sido localizado ainda qualquer relatório policial. Bords de Seine foi levado por uma mulher da Virgínia à leiloeira em Julho para que fosse analisada. Anne Norton Craner, proprietária da pequena leiloeira de Alexandria, disse há duas semanas aos jornalistas, que a autoria da pintura foi confirmada através de uma cuidada análise das cores e da pincelada, com recurso a peritos na obra do impressionista francês do museu de arte de Washington e ao catálogo raisonnée de Renoir, organizado pela histórica galeria francesa Bernheim-Jeune. Segundo a coleccionadora, Saidie May, o autor de Moulin de la Galette terá pintado Bords de Seine para a sua amante num restaurante. Isso explicaria, lê-se na mesma ficha de inventário, o facto de a obra ter por suporte um guardanapo de linho. Com a venda suspensa e uma investigação do FBI em curso – é preciso saber por que razão não consta da lista de obras roubadas que a directora da leiloeira terá consultado antes de aceitar levar a pintura à praça -, resta agora à equipa técnica do museu continuar a examinar os múltiplos arquivos de que dispõe à procura de novas pistas. “Temos de pesquisar mais para chegar ao fundo desta história, e ainda estamos a meio”, disse ao Washington Post Doreen Bolger, directora do museu, garantindo que toda a equipa leva muito a sério as obras de arte que lhe são confiadas e defendendo que a pintura deve regressar à colecção do museu, já que Saidie May foi uma das suas principais mecenas: “Queremos o quadro de volta. Foi ela quem decidiu que este Renoir devia pertencer ao museu de Baltimore. ”Mas determinar a propriedade de Bords de Seine pode estar muito longe de ser tão simples como Doreen Bolger gostaria. Os novos documentos que levaram à suspensão do leilão, e o que daqui para frente poderão vir a ser desenterrados dos arquivos, poderão ser a base de um debate jurídico para responder à pergunta: “Afinal, quem é o dono deste Renoir?”. Explicam o diário norte-americano e a AFP que este debate vai ter como principais intervenientes o histórico museu de Baltimore, a leiloeira, a seguradora que nos anos 50 terá pago 2500 dólares (2000 euros) ao museu na sequência do roubo, e, é claro, a americana que o comprou na feira da ladra e que, bem ao gosto de um romance policial, prefere ser apenas identificada como “a rapariga do Renoir”. Para Christopher A. Marinello, director executivo do Art Loss Register, baseado em Londres, não há dúvidas de que o quadro pertence à seguradora: “Quando uma companhia de seguros [daquela altura] pagou pelo roubo tem direito à peça segurada. ” Mas a sobrinha da doadora disse já que gostaria de o ver regressar ao museu.
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Palavras-chave mulher rapariga
Arménio Carlos acusa Governo de não concretizar medidas por temer grande mobilização
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que espera uma “imensa multidão” na manifestação nacional de sábado e acusou o Governo de não concretizar as medidas de austeridade por temer uma grande mobilização. (...)

Arménio Carlos acusa Governo de não concretizar medidas por temer grande mobilização
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.062
DATA: 2012-09-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que espera uma “imensa multidão” na manifestação nacional de sábado e acusou o Governo de não concretizar as medidas de austeridade por temer uma grande mobilização.
TEXTO: “Há um ano atrás o Governo apresentava o memorando da troika como a solução para os problemas, um ano depois e de tantos sacrifícios e tanta austeridade, o que constatamos é que o memorando e a política são o problema que impede as soluções para resolver os problemas do país”, afirmou Arménio Carlos aos jornalistas no final de um encontro com o líder do BE, Francisco Louçã, na sede daquele partido. O líder sindical advogou que o Governo PSD/CDS-PP está “completamente descredibilizado” e deixou um apelo à participação na manifestação convocada pela Intersindical para o próximo sábado, afirmando que “todos são bem-vindos, todos serão recebidos de braços abertos, todos terão direito a expressar as suas opiniões, o seu descontentamento, a sua indignação”. “No dia 15 tivemos uma imensa multidão na rua e por isso mesmo estamos a pensar que amanhã iremos ter outra imensa multidão na rua de homens, mulheres, jovens, trabalhadores, desempregados, reformados, pensionistas, micro e pequenos empresários, que não deixarão de exigir a mudança de política para políticas que respondam às suas necessidades e anseios”, afirmou. Arménio Carlos defendeu que o país “não está condenado” à austeridade e que há “alternativas” e acusou o executivo de não concretizar “novas medidas de austeridade que já estão preparadas e estão definidas para avançar” devido à manifestação de sábado. “Amanhã há a manifestação nacional da CGTP e [o Governo] não queria acrescentar mais um problema que seria revertido contra si no que respeita à mobilização”, disse. No entanto, o líder da CGTP considerou que “os portugueses já perceberam que apresentando” as medidas “esta semana ou não”, o protesto vai “ter uma grande participação”. Arménio voltou depois a sublinhar que a manifestação é “de todos os portugueses e portuguesas, de todos aqueles que vivem e trabalham em Portugal, independentemente das suas opiniões políticas, ideológicas ou até sindicais”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD BE
Pai da caloira internada depois de praxe diz que a filha sempre foi saudável
Decorridos três dias sobre o incidente que a conduziu aos cuidados intensivos do hospital de Beja, uma jovem caloira vítima de um evento cardíaco ainda não tem diagnóstico sobre o que terá precipitado o problema, referiu a porta-voz da unidade hospitalar. A jovem está em estado crítico. (...)

Pai da caloira internada depois de praxe diz que a filha sempre foi saudável
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2012-09-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Decorridos três dias sobre o incidente que a conduziu aos cuidados intensivos do hospital de Beja, uma jovem caloira vítima de um evento cardíaco ainda não tem diagnóstico sobre o que terá precipitado o problema, referiu a porta-voz da unidade hospitalar. A jovem está em estado crítico.
TEXTO: As notícias entretanto veiculadas e que faziam referência a antecedentes cardíacos da jovem foram refutadas pelo pai que, em declarações ao PÚBLICO, garantiu que a filha "era uma jovem saudável" sem outras doenças que não vulgares constipações. Tem 25 anos e é mãe de uma filha com três anos. O pai descreveu que tanto na gravidez como no parto e na maternidade "nunca foi observada qualquer anomalia no coração, nem tensão alta teve". Questionado sobre os contornos da praxe a que a filha fora sujeita, disse desconhecer pormenores. Em conversas que manteve com ela na véspera do incidente, apenas recorda um desabafo: "As coisas estão a correr bem mas são muito cansativas. " A indisposição da jovem surgiu durante a manhã do terceiro dia de praxe, refere o pai. Foi um responsável da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTIG) que lhe relatou a indisposição da filha, cerca das 10h de quarta-feira. Depois de os colegas a levarem a casa, a jovem apenas lhe disse "que queria descansar um pouco" para voltar de tarde ao local da praxe, frisando que "estava a gostar do ambiente e do que estava a fazer". Em momento algum relatou ter sido molestada do ponto de vista psicológico, salientou o pai. A mãe, avisada do que se passava, foi para casa com o propósito de fazer companhia à filha e deu com ela inanimada no chão. Levada ao serviço de urgência do hospital de Beja, por volta do meio-dia, ficou internada nos cuidados intensivos com prognóstico "muito reservado". O pai adiantou, consternado, que a filha "está numa situação muito crítica". O namorado da jovem destacou a alegria que "ela sentia por estar a estudar na ESTIG". Sobre eventuais manifestações excessivas dos "praxistas", disse que ela não lhe deu conta de algo que "a pudesse 'stressar' ou magoar". Praxe suspensaA Associação de Estudantes do Instituto Politécnico de Beja (IPB), de que faz parte a ESTIG, bem como os veteranos do curso de Gestão de Empresas que realizou a acção, garantiram, através de comunicado, que a "jovem não executou qualquer tipo de esforço físico ou foi sujeita à prática de qualquer praxe psicológica". No entanto, adiantam que a caloira "foi sempre questionada sobre o seu estado e saúde" e que esta "nunca informou que tivesse qualquer tipo de problema". Contudo, os relatos de violência física e coacção psicológica são uma constante nas praxes realizadas por vários cursos do IPB. Sobre esta praxe em concreto, não foi possível encontrar quem descrevesse os pormenores sobre como decorreu. Um ex-aluno da ESTIG, João Malveiro, enviou ao PÚBLICO um depoimento sobre a sua própria experiência durante a praxe a que foi sujeito no ano lectivo de 2008/2009:"Nesse dia assisti a algumas cenas menos felizes por parte dos praxantes, desde obrigarem caloiros a partilhar cebolas como refeição, caloiros pintados com marcadores Raidex, que são utilizados em gado, constante abuso quer físico quer psicológico. Cheguei mesmo a assistir a raparigas a serem passeadas pelos praxantes com uma trela e de gatas em terreno hostil. Os caloiros neste Politécnico são sujeitos a uma pressão esmagadora por parte dos alunos mais antigos. "Num comunicado enviado pelo IPB aos órgãos de comunicação social é descrita a "consternação" que afectou "todos os responsáveis, estudantes e demais colaboradores" quando tomaram conhecimento da "doença súbita" da jovem caloira. Neste sentido, a direcção da escola decidiu "suspender simbolicamente todas as actividades integradas no período de recepção aos novos alunos". Nem uma palavra sobre os "excessos" que foram cometidos durante a praxe. Dezenas de estudantes do IPB têm estado em vigília em frente da unidade hospitalar de Beja.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha escola violência social doença abuso
Inês nasceu com uma cardiopatia mas tem o “superpoder da coragem”
Inês tem seis anos e já foi submetida a três cirurgias. Oito a nove em cada mil crianças sofre de uma doença cardíaca que nasce com elas. Hoje é Dia Mundial do Coração. (...)

Inês nasceu com uma cardiopatia mas tem o “superpoder da coragem”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Inês tem seis anos e já foi submetida a três cirurgias. Oito a nove em cada mil crianças sofre de uma doença cardíaca que nasce com elas. Hoje é Dia Mundial do Coração.
TEXTO: São sete da manhã. A mãe de Inês acorda-a para que tome a medicação: são cinco medicamentos, e, aos seis anos, Inês sabe o nome de todos. “Já decorei os que sabem mal para saber o que ponho na boca a seguir: água, sumo ou batatas fritas”, explica. Como não consegue tomar comprimidos, estes são desfeitos e postos em seringas. Inês quer sempre tomá-los sozinha, arrancando as seringas das mãos da mãe. Este processo repete-se sete vezes ao dia até à uma hora da manhã. “Não consigo dormir bem aqui, a minha mãe está sempre a acordar-me para tomar os medicamentos”, queixa-se. A mãe abre a persiana e deixa entrar a luz do dia no quarto do serviço de cardiologia pediátrica do Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, onde a menina está internada há mais de quatro meses devido a um pós-operatório complicado na sequência da terceira cirurgia. A primeira aconteceu quando tinha dias de vida. Segundo Rui Anjos, director de serviço, “as cardiopatias que manifestam sintomas nos primeiros dias ou meses de vida são as mais graves”. A cardiopatia é a doença congénita que mais mortalidade causa e é a forma mais frequente de malformação clinicamente relevante no nascimento. As taxas de mortalidade na cirurgia cardíaca pediátrica a nível internacional são de 3 a 4%. Inês não é a única a sofrer desta doença cardíaca. Actualmente, estão oito crianças internadas no mesmo serviço e muitas em lista de espera. Em média, por semana, são feitas quatro cirurgias cardíacas pediátricas neste hospital. Santa Cruz é um dos quatro hospitais públicos do país com programa médico-cirúrgico de cardiologia pediátrica. Existe uma grande deslocalização de pacientes para este hospital, sendo que, em média, 40 a 50% dos pacientes do serviço são de fora de Lisboa. É o caso de Inês que gosta de imaginar que tem o “superpoder da coragem”. Protege-o numa jóia encantada que tem guardada num colar e utiliza-o para combater as coisas más. “E tem dado muito jeito numa altura destas”, diz a mãe para quem a pior coisa é o tempo de espera durante as cirurgias de Inês. “E quando a via, logo após a cirurgia, era uma imagem muito forte. Estava cheia de tubos, gaze. Nunca tirei fotografias, como fazem alguns pais”. Cheia de energia, Inês deixa a sua nova cama, a mais vistosa do serviço, cheia de balões, jogos e um peluche da Hello Kitty. Senta-se numa cadeira na sala de convívio e toma o pequeno-almoço. Inês tem uma cardiopatia congénita complexa, “uma situação de base particularmente preocupante e que se revelou presente à nascença” explica o médico, acrescentando que “tem ainda um factor de risco acrescido: um problema respiratório devido a uma paralisia de um dos músculos respiratórios [do diafragma]”. Já foi submetida a muitos procedimentos dolorosos. As várias marcas nos braços revelam os cateteres que as enfermeiras lhe têm colocado durante os últimos quatro meses para administrar a medicação. Finalmente, tirou-os há uns dias. “Não posso brincar”Vindos de Lagos, e longe da família, os pais mostram-se unidos contra a doença da filha e fazem de tudo para lhe transmitir confiança. “É muito difícil lidar com isto, temos de lhe dar muita força porque ela passa por coisas muito agressivas”, diz o pai. Inês tem um dreno torácico ligado ao corpo 24 horas por dia, durante todos os dias, que lhe suga o líquido que ela tem nos pulmões, líquido esse que lhe provoca os problemas respiratórios que tem. “Dá-lhe algumas dores a colocar, substituir e até mesmo a sucção às vezes é forte demais para ela”, explica a enfermeira coordenadora do serviço Filipa Luz. Mas Inês já está tão habituada a ele, que o ata ao ombro e o usa como uma mala à tiracolo. “O dreno não custa a pôr, custa é depois, fico fraquinha e não posso brincar, só na cama”, diz Inês.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha doença corpo
Jesus foi casado? Talvez não. E isso importa? Talvez sim
"Jesus disse-lhes: "A minha mulher..."" Esta frase, inscrita num fragmento de um papiro copta ainda não rigorosamente datado e de proveniência desconhecida, ateou de novo o debate: afinal, Jesus foi casado ou não? (...)

Jesus foi casado? Talvez não. E isso importa? Talvez sim
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2012-09-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Jesus disse-lhes: "A minha mulher..."" Esta frase, inscrita num fragmento de um papiro copta ainda não rigorosamente datado e de proveniência desconhecida, ateou de novo o debate: afinal, Jesus foi casado ou não?
TEXTO: E isso deveria ter repercussão na atitude do cristianismo em relação às mulheres, tendo em conta os textos fundadores e a doutrina de Jesus?Antes de discutir esses temas, há entretanto a questão do valor histórico do documento revelado por Karen L. King. A investigadora da Harvard Divinity School foi a primeira a reconhecer que é cedo para tirar conclusões. O fragmento deverá datar do século IV e, de acordo com King, é a tradução de um texto grego do século II, num curto pedaço de papiro de cerca de quatro por oito centímetros (como um cartão-de-visita). Nele podem ler-se várias frases incompletas (parte-se aqui da tradução proposta para castelhano por António Piñero, especializado em línguas e literatura do cristianismo primitivo e editor dos textos gnósticos da Biblioteca de Nag Hammadi): "A minha mãe deu-me a vida (. . . ) os discípulos perguntaram a Jesus (. . . ) negou. Maria é digna disso (. . . ) Jesus disse-lhes: a minha mulher (. . . ) poderá ser minha discípula. " Na última frase, mais estranha, lê-se: "Que os malvados rebentem (. . . ) no que me respeita, viverei com ela por (. . . ) uma imagem. " A alusão aos malvados diz Piñero que se pode referir à morte de Judas. Quando apresentou o papiro em Roma, na semana passada, King afirmou, citada pela AFP: "O julgamento final quanto à veracidade deste documento depende de um exame mais aprofundado e de outros testes sobre a composição da tinta. "À Reuters, Carl R. Holladay, professor de Novo Testamento na Universidade Emory (EUA), disse que a descoberta é "obviamente importante". Mas as circunstâncias que a revelaram devem merecer cautelas da parte dos investigadores, avisou. Que circunstâncias foram essas? King contou que, há dois anos, recebeu uma mensagem de um coleccionador, na sua caixa de email a pedir-lhe para traduzir um fragmento de papiro, em copta, com uma referência à "mulher" de Jesus. King disse que o coleccionador não sabe de onde provém o fragmento de papiro e que quer permanecer anónimo. Jennifer Sheridan Moss, presidente da Associação Americana de Papirologistas, afirmou à Reuters que a instituição provavelmente não publicaria nenhum artigo sobre um documento do qual desconhecesse a origem. Mas apesar de críticas sobre a avaliação científica do artigo que apresenta o fragmento, ele vai ser publicado na The Harvard Theological Review. Importância "muito escassa"Polémica histórica à parte, o papiro traz alguma novidade ao debate sobre se Jesus foi casado? A frase que mais polémica trouxe - "Jesus disse-lhes: a minha mulher (. . . ) poderá ser minha discípula" - não diz nada de novo. O espanhol António Piñero, um dos maiores especialistas contemporâneos na matéria, diz ao PÚBLICO que a importância do documento revelado por Karen L. King "é muito escassa". Há uma dúzia de textos, recorda, dos evangelhos copto-gnósticos da Biblioteca de Nag Hammadi que fazem referências do género à eventual relação privilegiada de Jesus com Maria Madalena - aquela que é mais apontada como a eventual mulher de Jesus. No seu blogue , o investigador tem colocado, nos últimos dias, vários textos gnósticos referentes ao mesmo tema. Os textos de Nag Hammadi foram descobertos em 1945 na aldeia com o mesmo nome, situada perto de Luxor e a 200 quilómetros a norte de Assuão. Os manuscritos de Nag Hammadi e os do Mar Morto são as descobertas de textos antigos mais importantes da era contemporânea.
REFERÊNCIAS:
Religiões Cristianismo
Série Mar Português: A luz do futuro vem do mar e da Gronelândia
O país tem sido procurado por vários investidores para experiências com novas energias. Testam-se tecnologias com hélices e rolos, com vantagens para a indústria nacional. Esta, porém, arrisca-se a perder o comboio da competição internacional (...)

Série Mar Português: A luz do futuro vem do mar e da Gronelândia
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2012-10-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20121002151829/http://www.publico.pt/1565206
SUMÁRIO: O país tem sido procurado por vários investidores para experiências com novas energias. Testam-se tecnologias com hélices e rolos, com vantagens para a indústria nacional. Esta, porém, arrisca-se a perder o comboio da competição internacional
TEXTO: "Briiisaaaaaa do maaaar. . . Lalalalala. . . ", cantava Herman José há muitos anos, uma toada que ficou na memória de alguns portugueses. Hoje, a brisa marítima já serve para muito mais do que tema de música e é uma promessa cada vez maior no campo da energia. Que o diga a EDP Inovação, uma das empresas que procuram novas soluções ligadas à produção de electricidade nos oceanos. Quem espreitar pelos binóculos instalados na praia da Aguçadoura, a poucos quilómetros da Póvoa de Varzim, avista ao longe uma das mais jovens "princesas" da empresa. O WindFloat é uma enorme turbina eólica que se ergue sobre uma espécie de tripé, que aparenta estar fixo no fundo do mar. Puro engano. Na verdade, esta estrutura de aço com 89 metros de altura flutua com a ajuda de um computador, que a cada instante faz contas à distribuição da água dentro da estrutura e impede assim o protótipo de se afundar. António Vidigal, presidente executivo da EDP Inovação, lembra que a empresa anda há 15 anos à procura de oportunidades nas energias offshore - energias que têm origem no alto mar, a mais de 10 ou 20 quilómetros da linha de costa. Foi em 2008 que Alla Weinstein, uma velha conhecida da empresa e presidente da norte-americana Principle Power, os procurou juntamente com António Sarmento, do Centro de Energia das Ondas. O objectivo era convidar a EDP a entrar num projecto para o desenvolvimento de uma nova turbina eólica, inspirada na indústria do petróleo. Isto com base na ideia desenvolvida por dois engenheiros da Universidade de Berkeley, em São Francisco, que tinham procurado criar plataformas petrolíferas de baixo custo. "Sendo um projecto muito inovador, [o WindFloat] juntava duas indústrias maduras, que são a indústria das plataformas do petróleo e a indústria do vento onshore (em terra firme), das quais se sabia tudo", lembra Vidigal, que ficou surpreendido pelas capacidades que encontrou em Portugal. "Temos tanto estaleiro parado, tantas pessoas que sabem fazer. Das coisas que mais me admiraram no projecto, e que foram uma surpresa, é que a construção foi feita num tempo recorde: desde o dia em que começámos até estar tudo pronto e rebocado para o mar foram nove meses", nota. Dos cerca de 60 fornecedores, 70% foram nacionais. Vidigal admite também que noutros países "há várias tentativas semelhantes" a este protótipo, mas o WindFloat "está dois anos à frente da concorrência". Outro ponto a favor é que tem uma flexibilidade difícil de igualar: acima dos 40 metros de profundidade esta turbina "flutuante" pode ser instalada onde se quiser", pelo que poderá ficar "em águas muito profundas ou pouco profundas". Mas por enquanto, o projecto instalado desde Novembro a cerca de seis quilómetros da costa é ainda uma experiência. Esta turbina em alto mar, que está ligada à rede portuguesa de electricidade e ao longo de seis meses já produziu energia suficiente para alimentar 1300 lares, é ainda um protótipo à escala natural do qual a EDP, a Principle Power e outras empresas do consórcio retiram lições que até aqui correm bem. No último Inverno, o WindFloat enfrentou ondas gigantes de 15 metros sem problemas. Agora, o consórcio começa já a olhar para a fase seguinte, prevista para daqui a dois anos, com o objectivo de reduzir custos. "Há aqui muito espaço para desenvolvermos o conhecimento da indústria portuguesa e estamos a trabalhar com o Instituto Superior Técnico e com outras entidades, para criar um produto mesmo comercial", nota António Vidigal. No final, a EDP planeia utilizar as novas turbinas em projectos de eólicas em alto mar, como por exemplo no Reino Unido. Até agora o investimento chegou aos 23 milhões de euros, incluindo apoios do Fundo de Apoio à Inovação. O consórcio candidatou-se entretanto a mais fundos comunitários para a construção de um parque de cinco turbinas eólicas offshore, com uma capacidade de 25 MW (megawatts). A concretizar-se esse financiamento, é certo que avança para a fase pré-comercial, dentro de dois anos. Neste caso, cada uma das turbinas terá maior potência do que os dois MW do protótipo actual. Se tudo correr com sucesso, já na última e terceira fase, o que está previsto será atingirem "150 MW de capacidade instalada, com quantas unidades forem necessárias, dependendo do tamanho das turbinas", lembra por seu turno Alla Weinstein, presidente executiva da Principle Power. "O vento offshore contém muito mais energia do que o vento onshore (em terra), porque no offshore não há obstáculos nem impactos térmicos e por isso a intensidade e qualidade do vento são muito maiores", explica a gestora norte-americana. E o que é que trouxe esta empresa de tecnologias offshore para Portugal? Alla Weinstein destaca as relações que já tinha com a EDP, de projectos anteriores, e também a existência de uma tarifa de apoio a estas energias. "Portugal publicou uma lei que criou uma tarifa para a energia das ondas e descobrimos que a mesma tarifa podia ser aplicada ao vento offshore. Então as condições de mercado eram perfeitas aqui e não eram tão boas noutros sítios", realça, lembrando também a facilidade de comunicar em inglês que encontrou durante a construção do protótipo. De olho numa alternativaOlhando agora de outra perspectiva, que sentido faz investir em energia dos oceanos, que é mais cara e tem maior risco do que outras, num país que tem dificuldades financeiras? António Sarmento, presidente do Centro de Energia das Ondas, sabe na ponta da língua as respostas à pergunta que ele mesmo acabou de lançar. Primeiro, realça "os problemas na segurança do abastecimento de energia" e lembra que estudos já realizados demonstraram que à taxa actual de consumo, o mundo tem energia de fontes conhecidas suficiente para 78 anos. "Mas se todos começarmos a consumir como os norte-americanos, incluindo a China e a Índia, esse espaço de tempo cai para 18 anos. ""É nessa lógica de que o mundo vai precisar de muito mais energia do que aquela disponível que faz sentido apostar em fontes que não são ainda comercialmente competitivas", defende o também docente e investigador no Instituto Superior Técnico. António Sarmento estima que "em Portugal as ondas têm um potencial da ordem dos 20% do consumo de energia eléctrica", mas também tudo aquilo que é "a cadeia industrial associada". "Se tivermos esta tecnologia, estaremos a abrir portas a uma indústria altamente exportadora", sublinha. Ainda assim, o responsável do centro - o primeiro que apareceu no mundo dedicado à energia das ondas, em 2003 - avisa que "Portugal tem andado a dormir neste sentido". António Sarmento lembra que foi aqui que primeiro se lançou uma tarifa para a energia das ondas. Em 2007, os portugueses foram também pioneiros ao anunciarem a criação de uma zona-piloto "com um potencial significativo de instalação muito grande, porque permitia não só fazer a demonstração dos conceitos como caminhar depois para a parte industrial". "Isso obviamente foi muito atractivo para as empresas, porque estas preferem fazer a demonstração num sítio, sabendo que aí têm potencial para darem os passos seguintes. "O problema foi que após o anúncio do então ministro da Economia, Manuel Pinho, seguiram-se vários anos de silêncio. "O que não se pode fazer é anunciar uma medida destas em 2007 e em 2012 ainda andarmos a discutir", sublinha o professor do Instituto Superior Técnico. "O anúncio quando foi lançado teve um impacto brutal. Mas este ano vai realizar-se uma conferência internacional de energia dos oceanos, que acontece de dois em dois anos, com uma sessão dedicada a centros de testes, e a entidade portuguesa não foi convidada a estar presente", lamenta. Sarmento lembra que "entretanto todos os países desenvolveram os seus centros de testes, não com a dimensão do português, mas todos eles têm: Reino Unido, França, Espanha, Noruega, Suécia. . . ". Ainda assim, acredita que Portugal ainda tem "alguma capacidade de atracção, mas "se demorarmos outros cinco anos a concretizar o projecto é evidente que as coisas passam". Obrigatório é haver espaço em Portugal para a experimentação e para o erro, sem empolar projectos que ainda estejam a começar. Foi esse o problema do Pelamis, uma experiência com energia das ondas promovida em 2008 pela escocesa Pelamis Wave Power, em conjunto com outras empresas como a EDP e a Efacec, junto à mesma praia onde está baseado o projecto do Windfloat. "Foi um triunfalismo excessivo que depois se pagou caro, com o ministro [Manuel Pinho] muito aborrecido com a experiência. O projecto da zona-piloto estar parado durante dois anos foi em parte resultado disto, tal como o facto de várias empresas se terem retraído em razão deste insucesso", comenta. Abertura para quando?A entrada em funcionamento da zona-piloto, que foi baptizada de Ocean Plug, está agora prevista para o próximo ano - dependendo da evolução dos trabalhos. "Mantemos a abertura para 2013 mas é um cenário um pouco optimista, pois significa que toda a infra-estrutura e tudo o que vamos instalar irá correr sem problemas", avisa João Cardoso, que é desde 2010 director da Enondas - empresa da REN que tem em mãos o projecto das energias do mar. "Estamos a falar de operações marítimas e de um momento para o outro podemos estar a passar de uma situação agradável para uma situação desagradável", alerta este comandante da Marinha. Foi em Outubro de 2010 que a Enondas assinou com o Estado o contrato para a concessão da exploração da zona-piloto, que fica situada entre São Pedro de Moel e Pedrógão, na costa oeste, e é "uma das melhores áreas de ondas e de ventos", realça João Cardoso. "É um espaço de mais ou menos 320 quilómetros quadrados, compreendido entre a batimétrica (profundidade) de 30 metros até mais ou menos à batimétrica de 90 metros". Nesta zona estão previstos três corredores para a passagem de cabos de ligação à rede eléctrica portuguesa. Para já, fizeram-se os estudos de caracterização geofísica, entregues ao Instituto Hidrográfico, e que tentam compreender qual a morfologia do fundo, a composição geológica, as correntes na zona, a composição química da água e o sistema de agitação marítima. João Cardoso realça que estes dados são "fundamentais", não só para a instalação das infra-estruturas de apoio, mas também para os promotores que ali queiram instalar protótipos para serem testados ou projectos comerciais. Neste momento, a empresa do grupo REN vai avançar com os estudos ambientais e está a redigir o regulamento de acesso à zona-piloto, além de estar em contactos com os principais promotores e tecnólogos. De um total de três ou quatro promotores que estão já previstos, um dos clientes mais certos é o Windfloat, nomeadamente a segunda fase do projecto que prevê a instalação de um parque eólico com capacidade de 25 MW. Quanto aos outros potenciais clientes, João Cardoso admite que enfrentam concorrência de outros centros de testes. "Eles [os possíveis promotores] estão a analisar e nós estamos a estudar, com alguns já estamos a ter reuniões técnicas e a definir os contornos com que podem vir instalar-se na zona-piloto, mas ainda não temos contratos assinados", indica. Uma vantagem do projecto Ocean Plug é que em Portugal um promotor não precisa de se ficar pelo protótipo e pela fase de testes e "pode continuar a desenvolver o seu projecto até ao parque de ondas". "Os mares não são todos iguais e as máquinas são desenvolvidas de acordo com o espaço onde vão ser colocadas. Se eles quiserem ficar em Portugal, temos espaço e garantia de potência e assim não precisam de ir à procura de outro espaço e de licenciamento para injecção de energia eléctrica na rede", confirma João Cardoso. O decreto-lei que criou a zona piloto garante a possibilidade de injectar até um máximo de 250 MW na rede eléctrica a partir da zona-piloto, "o que dá para fazer alguns parques simpáticos". Quanto ao investimento previsto para a zona-piloto, ascende a 15 milhões de euros ao longo de quatro anos e já teve início em 2011, mas uma grande parte deste dinheiro será aplicado na instalação de cabos para ligação à rede eléctrica. O financiamento será feito pela REN e é abatido ao longo de vários anos através da factura eléctrica paga pelos consumidores, mas também poderá haver candidaturas a fundos comunitários. Ondas que chegam de longePor outro lado, Portugal pode tirar vantagens de "condições de ondulação muito privilegiadas". João Cardoso explica que ao contrário das vagas, criadas pelos efeitos do vento sobre a superfície do mar, a ondulação "é uma propagação". No caso português, "o nosso principal centro de produção de ondas é o mar entre a Gronelândia e a Islândia e essas ondas propagam-se até à nossa costa". "Acabamos por ter a boa ondulação, a ondulação com maior comprimento de onda e bastante energia, que depois chega à nossa costa sem termos de sofrer as tempestades. "Uma das qualidades desta forma de energia, aliás, é que se trata de uma propagação com origem em locais normalmente afastados da nossa costa portuguesa, o que a torna muito previsível. "Podemos prever o que é que vamos injectar na rede durante as próximas 24 horas. " Já com o vento, é muito mais difícil fazer previsões e as mudanças são bruscas. E quais são as vantagens que Portugal pode retirar da aposta nesta área, nomeadamente com os investimentos na zona-piloto, durante os próximos anos? Tal como António Sarmento, João Cardoso lembra que os promotores de novas tecnologias ligadas às energias do mar "vão usar as capacidades nacionais". "Projectos destes rondam normalmente um investimento entre os 10 e os 25 milhões de euros, para demonstração de conceito, e desse dinheiro grande parte será para adquirir serviços e equipamentos no mercado nacional. "Este é o caso do Waveroller, uma tecnologia desenvolvida pela finlandesa AW Energy que está em Portugal, na zona da Almagreira, em Peniche, a testar um protótipo de energia das ondas. Este equipamento foi colocado no fundo do mar em Agosto, a cerca de 500 metros e por isso próximo de terra (nearshore), pelo que não se poderia instalar na zona-piloto gerida pela Enondas. Constituído por um conjunto de painéis que parecem grandes asas a oscilarem continuamente, movidas pela força do mar, o protótipo deverá ficar no mesmo local "durante um ano", prevê o inventor desta tecnologia. Rauno Koivusaari conta que ficou muito satisfeito com o apoio do presidente da Câmara de Peniche e decidiu trazer o projecto para Portugal em 2006, devido à existência de uma tarifa de apoio a esta forma de energia. O equipamento, que é já o terceiro ou quarto a ser testado pela empresa no mar de Peniche, foi em grande parte produzido nos Estaleiros Navais de Peniche (ENP) e também pela empresa A. Silva e Silva. "Na Finlândia foram construídos os três módulos de aço onde estão instaladas as chamadas casas das máquinas, onde estão os equipamentos que absorvem a energia e a produzem", explica Álvaro Oliveira, director-geral dos ENP. "Aqui, construímos os restantes módulos de aço, que foram cerca de 280 toneladas de módulos em aço, e instalámos os tanques produzidos pela A. Silva e Silva", descreve o mesmo responsável. O próximo passo será decidir a instalação dos próximos protótipos em Portugal, o que irá depender do financiamento conseguido, incluindo uma candidatura a fundos comunitários, mas Rauno mostra-se optimista. Pelos cálculos deste gestor e mergulhador finlandês, até agora o projecto custou mais de 10 milhões de euros. No final, feitas as contas, as novas energias do mar mostram-se promissoras mas têm ainda muitos passos para dar. Não há hoje no mundo "nenhum parque de ondas que esteja a fornecer energia à rede de forma efectiva", realça João Cardoso, da Enondas, que admite que "há testes, algumas ideias, mas a energia das ondas tem tido dificuldades para arrancar. " Estudos já realizados apontam para 2020 como a data mais provável para esta forma de energia se transformar em realidade, principalmente no caso das energias offshore (aquelas que são mais longe de terra). Já o presidente do Centro de Energia das Ondas, António Sarmento, lembra que o investimento mundial nestas energias "é diminuto", cerca de 100 milhões de euros por ano. E conclui: "Para um país à escala portuguesa, os investimentos que faz no eólico ou no solar são uma gota de água no oceano, mas em energia dos oceanos podem ter uma expressão a nível mundial. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei campo ajuda consumo espécie
A procura pela "Diana" era afinal uma campanha e os apoiantes não gostaram
A história de amor do jovem que andava “à procura de Diana” era, afinal, uma campanha da Cacharel. Quando a marca de perfumes revelou, nesta terça-feira, que se tratava de marketing, os apoiantes da alegada busca romântica manifestaram o seu desagrado no Facebook. (...)

A procura pela "Diana" era afinal uma campanha e os apoiantes não gostaram
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-10-04 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20121004151814/http://www.publico.pt/1565524
SUMÁRIO: A história de amor do jovem que andava “à procura de Diana” era, afinal, uma campanha da Cacharel. Quando a marca de perfumes revelou, nesta terça-feira, que se tratava de marketing, os apoiantes da alegada busca romântica manifestaram o seu desagrado no Facebook.
TEXTO: A história chegou a ser noticiada na TVI e no jornal Metro, a 26 de Setembro, e dava conta de um jovem à procura da "rapariga da sua vida", que teria conhecido na manifestação de dia 15. A "Diana" não lhe tinha deixado contacto ou apelido, mas deixou-lhe a certeza de que a teria de encontrar até 14 de Outubro. Nessa data, ela regressaria a Paris. O jovem apaixonado, "Ricardo", andava por isso à sua procura por Lisboa, com cartazes e um lençol branco com a mensagem "À procura de Diana". Nas redes sociais, as mensagens de apoio não cessaram. Até hoje. As reacções passaram do incentivo ao jovem "Ricardo" à indignação. Tanto que, depois de se saber que se tratava de uma campanha, foi criada uma página no Facebook intitulada “Movimento Anti-Cacharel Portugal” e que tem como objectivo “ter mais likes [seguidores] que a página oficial da Cacharel". "Esta página destina-se a protestar contra a campanha vergonhosa feita pela marca de perfumes Cacharel em Portugal. Publicidade enganosa não!”, lê-se no texto de apresentação. Em três horas, a página tem mais de 600 seguidores. A página da "procura" pela "Diana" angariou, em duas semanas (desde 17 de Setembro), mais de 29 mil apoiantes, perto de 40 mil partilhas da mensagem e centenas de comentários de apoio, enquanto o jovem aparecia em vários locais de Lisboa com cartazes na esperança de encontrar a rapariga misteriosa. A Cacharel revelou que o "movimento de romantismo" se tratava de uma campanha publicitária nessa mesma página, nesta terça-feira: “Durante uma semana a magia desta história preencheu cada coração dando um novo fôlego e uma inspiração para as nossas vidas. À procura de Diana foi inspirado na história envolvente de Catch Me, o novo perfume da Cacharel. Continua a viver intensamente o Amor na página do Movimento de Romantismo. Todos nós temos uma Diana ou um Ricardo dentro de nós!”Seguiram-se reacções de revolta pelo engano. "Indecente, insensivel, pouco ético, vergonhoso. São este tipo de acções que consolidam o descrédito nas instituições e nas entidades", escreve uma seguidora da página. "Não gostei. . . Sinto que gozaram connosco. . . Achava isto mesmo engraçado", lamenta outra. A campanha não foi bem aceite por muitos dos que antes apoiavam a história de amor, mas alguns derem mesmo os parabéns à marca pela estratégia de marketing "genial". Cristina Montes, responsável pela divisão de produtos de luxo da L’Oréal, disse ao PÚBLICO que a marca ainda está a avaliar os resultados da campanha da Cacharel. A data prevista para o regresso de "Diana" a Paris, 14 de Outubro, não é mencionada na mensagem publicada hoje pela Cacharel. Esta mensagem surgiu, no entanto, depois de começar a circular no Facebook uma imagem que sugeria que a história seria falsa. A imagem chegou hoje à página "À procura de Diana", cerca de uma hora antes de a Cacharel revelar que se tratava de uma campanha.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rapariga
Casa Pia: tribunal quer ouvir testemunha que desmentiu acusações depois da sentença
O tribunal que está a julgar os crimes de Elvas, no âmbito do processo Casa Pia, aceitou ouvir a vítima que, após a sentença, desmentiu as acusações. Trata-se de Ilídio Marques, que deu o dito por não dito, avança a TVI24. (...)

Casa Pia: tribunal quer ouvir testemunha que desmentiu acusações depois da sentença
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2012-10-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: O tribunal que está a julgar os crimes de Elvas, no âmbito do processo Casa Pia, aceitou ouvir a vítima que, após a sentença, desmentiu as acusações. Trata-se de Ilídio Marques, que deu o dito por não dito, avança a TVI24.
TEXTO: O ex-casapiano Ilídio Marques foi arrolado pela defesa de Carlos Cruz e poderá agora ser ouvido outra vez. O tribunal não aceitou voltar a ouvir mais ninguém, incluindo Carlos Silvino, cujo depoimento era pedido por Hugo Marçal. Ilídio Marques foi ouvido em tribunal dez vezes, entre 19 de Dezembro de 2005 e 6 de Janeiro de 2006 e revelou que teria sido abusado pelo advogado Hugo Marçal e pelo embaixador Jorge Ritto, em Elvas; e pelo médico Ferreira Diniz, em Lisboa. Garantiu ainda ter visto os restantes arguidos na casa de Elvas, onde terão ocorrido os abusos. A 26 de Março de 2011 numa entrevista ao semanário Expresso, Ilídio Marques, então com 24 anos, negou tudo e disse que os factos tinham sido inventados por um grupo de casapianos e que os arguidos, com excepção do ex-motorista Carlos Silvino, não são culpados dos crimes imputados. Os alegados crimes cometidos numa casa em Elvas voltaram a ser julgados em primeira instância depois do Tribunal da Relação de Lisboa ter decretado, em Fevereiro deste ano, a nulidade do acórdão na parte respeitante aos abusos cometidos na habitação de que Gertrudes Nunes era proprietária. No banco dos réus estão quatro dos sete arguidos da Casa Pia: Carlos Cruz, Hugo Marçal, Carlos Silvino e Gertrudes Nunes. O Tribunal da Relação decidiu que o julgamento deveria ser repetido para assegurar a garantia da defesa dos arguidos a quem o tribunal não comunicara uma alteração dos factos que fez com que os arguidos fossem condenados por um crime em período diferente do que o que constava na acusação. Assim, alguns dos arguidos cujo nome estava envolvido no caso de Elvas viram em Fevereiro as penas não fixadas ou reduzidas. Foi o caso de Hugo Marçal a quem não foi fixada qualquer pena e de Carlos Cruz, cuja pena foi reduzida de sete para seis anos de prisão. Carlos Silvino viu também diminuída a sentença de 18 anos para 15 anos de prisão. O tribunal manteve, no entanto, na íntegra as penas aplicadas em primeira instância ao ex-provedor adjunto da Casa Pia Manuel Abrantes, ao diplomata Jorge Rito e ao médico João Ferreira Diniz. No âmbito do processo Casa Pia, que esteve em julgamento durante seis anos, foram condenados a prisão efectiva seis dos sete arguidos no dia 3 de Setembro de 2010. Apenas Gertrudes Nunes, a dona da casa de Elvas, foi absolvida. Carlos Silvino foi condenado a 18 anos de prisão por 126 crimes referentes a abuso sexual de menores dependentes e de pessoa internada, violação e pornografia de menores. Manuel Abrantes recebeu cinco anos e nove meses de cadeia por dois crimes de abuso sexual de menores dependentes e de pessoa internada. Jorge Ritto foi sentenciado a seis anos e oito meses de prisão pela autoria de oito crimes de abuso sexual de menores dependentes e de lenocínio. Carlos Cruz foi condenado a sete anos de prisão por dois crimes de abuso sexual de menores dependentes. Ferreira Diniz foi considerado culpado de dois crimes de abuso sexual de menores e condenado a sete anos de cadeia. A Hugo Marçal foi decidida a pena de seis anos e dois meses de prisão por três crimes de abuso sexual de menores dependentes e pornografia de menores e por ter providenciado uma casa em Elvas para que aí decorressem os abusos. Notícia actualizada às 13h19
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime tribunal prisão violação sexual abuso
Empatados nas sondagens, candidatos debatem pela última vez
Política externa irá dominar o debate final desta noite, a apenas duas semanas das eleições americanas, quando as sondagens mostram que os americanos continuam dramaticamente divididos entre os dois rivais. (...)

Empatados nas sondagens, candidatos debatem pela última vez
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-10-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Política externa irá dominar o debate final desta noite, a apenas duas semanas das eleições americanas, quando as sondagens mostram que os americanos continuam dramaticamente divididos entre os dois rivais.
TEXTO: Barack Obama e Mitt Romney terão 90 minutos para discutir política externa no debate televisivo desta noite, mas é pouco provável que a Europa e a crise da dívida na eurozona venham a ser abordadas pelos candidatos presidenciais americanos. Os tópicos anunciados incluem Afeganistão, Médio Oriente, China e terrorismo. A política externa não tem sido mais do que uma nota de rodapé nos debates entre Obama e Romney e a discussão tem estado limitada aos ataques ao consulado norte-americano em Bengasi, no início de Setembro, e ao facto de a Casa Branca ter mudado a sua história sobre os acontecimentos. Depois de inicialmente ter dito que os ataques tinham sido uma reacção espontânea a um vídeo anti-islâmico, a Administração Obama veio dizer mais tarde que se tratara de um acto terrorista. Essa inconsistência e o facto de a segurança no consulado americano na Líbia não ter sido reforçada a 11 de Setembro, o dia dos ataques, apesar de isso ter sido solicitado ao Departamento de Estado, estão na origem das críticas que o republicano Mitt Romney e o seu número dois, Paul Ryan, têm feito à política externa de Obama, uma área onde, até recentemente, o Presidente americano parecia pouco vulnerável. O debate presidencial desta noite entre Obama e Romney é o terceiro e último, quando só faltam duas semanas para o dia de eleições. Primeiras impressõesQualquer que seja o resultado, ninguém poderá negar que este foi um ano em que os debates foram consequentes. Mitt Romney, cuja campanha estava em queda livre, ressuscitou graças ao primeiro debate. Antes desse frente-a-frente, as sondagens nacionais davam uma vantagem de quatro ou cinco pontos percentuais a Obama sobre Romney. Depois desse frente-a-frente, Romney conseguiu eliminar a diferença. O segundo debate, na semana passada, foi mais equilibrado, com um Obama mais combativo que, segundo várias sondagens, ganhou a discussão. Mas, como diz ao PÚBLICO Mitchell McKinney, um professor da Universidade do Missouri especializado em debates presidenciais, "as primeiras impressões têm um grande efeito". "O segundo debate permitiu a Barack Obama conter as críticas vindas do seu próprio partido, que estava a ficar nervoso", depois da passividade que demonstrou no primeiro, nota. Mas as sondagens mostram que os americanos continuam dramaticamente divididos entre dar mais tempo a Obama para reparar a economia ou dar carta branca a um homem de negócios que diz saber como criar empregos. Depois de durante todo o ano ter dado uma vantagem ligeira e estável ao Presidente Obama, uma sondagem NBC/Wall Street Journal divulgada ontem mostra Obama e Romney taco-a-taco, cada um deles com 47% dos votos entre eleitores prováveis. Obama apenas tem uma vantagem de cinco pontos entre eleitores registados. Calendário frenéticoUma série de sondagens realizadas depois do primeiro debate também sugere que Mitt Romney ganhou terreno entre o eleitorado feminino, em particular suburbano e branco. Obama ainda é o favorito entre as mulheres – e Romney lidera entre os homens –, mas o candidato republicano tem vindo a encurtar essa distância. As próximas duas semanas serão críticas, com os dois candidatos a tentar convencer os cinco por cento de eleitores indecisos que restam e a tentar motivar todos os outros para não ficarem em casa no dia 6 de Novembro. O frenético calendário de Obama para esta semana mostra até que ponto a campanha atingiu a fase de urgência. Na quarta-feira, o Presidente começa uma digressão non-stop de dois dias por seis dos estados onde a corrida vai ser decidida: Iowa, Colorado, Ohio, Nevada, Florida e Virgínia. Normalmente, Obama regressa à Casa Branca depois de um dia de campanha ou pernoita num hotel durante visitas mais longas, mas nesta digressão ele irá dormir no avião presidencial para poupar tempo.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Pussy Riot transferidas para campos de detenção "brutais"
Duas das jovens que integram o colectivo punk Pussy Riot foram enviadas para centros de detenção em regiões remotas da Rússia, depois de terem visto confirmadas as suas condenações a dois anos de cadeia por "hooliganismo motivado por ódio religioso". (...)

Pussy Riot transferidas para campos de detenção "brutais"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.87
DATA: 2012-10-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Duas das jovens que integram o colectivo punk Pussy Riot foram enviadas para centros de detenção em regiões remotas da Rússia, depois de terem visto confirmadas as suas condenações a dois anos de cadeia por "hooliganismo motivado por ódio religioso".
TEXTO: "A Nadejda foi transferida para a Mordóvia e a Maria para Perm. São dois dos campos mais brutais de entre todas as opções", lê-se na conta oficial no Twitter do colectivo Pussy Riot. A informação foi confirmada à agência AFP pela advogada Violetta Volkova, que defendeu as três jovens das Pussy Riot condenadas em Agosto – Nadejda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Ekaterina Samutsevitch. A região de Perm está situada na parte europeia da Rússia, nas proximidades dos Montes Urais. Entre os finais da década de 1940 e o início da década de 1950 – nos últimos anos do regime de Estaline –, os campos de trabalho forçado da região de Perm, na fronteira com a Sibéria, foram o destino de mais de 150 mil prisioneiros. A capital fica a 1400 quilómetros de Moscovo. A região da Mordóvia também é conhecida pelos seus campos de trabalho forçado da era soviética. Durante as décadas de 1930 e 1940, a população prisional chegou aos 23 mil. O marido de Nadejda Tolokonnikova, o activista Piotr Verzilov, disse à rádio Eco, de Moscovo, que as duas jovens foram transferidas de avião e não de comboio, ao contrário do que é costume. Para o líder da organização Pelos Direitos Humanos, Lev Ponomariov, a transferência de Nadejda e Maria tem como objectivo dificultar o acompanhamento público dos seus casos. "É óbvio que as duas mulheres foram enviadas para colónias de detenção distantes para terem mais dificuldades em contactar familiares e advogados. Torna-se também mais difícil para o grande público acompanhar o destino de ambas", disse o responsável à rádio Eco. A terceira jovem do colectivo Pussy Riot condenada por "hooliganismo motivado por ódio religioso", Ekaterina Samutsevitch, foi libertada no início do mês, ficando com pena suspensa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos mulheres