Sozinhos em casa com os filhos
Há quem diga que ser pai a tempo inteiro foi a coisa mais exigente da vida, e quem se lembre de não conseguir pensar em mais nada senão no filho. São homens que ficaram em casa sozinhos com os filhos quando eles tinham meses. Continuam a ser uma excepção. (...)

Sozinhos em casa com os filhos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há quem diga que ser pai a tempo inteiro foi a coisa mais exigente da vida, e quem se lembre de não conseguir pensar em mais nada senão no filho. São homens que ficaram em casa sozinhos com os filhos quando eles tinham meses. Continuam a ser uma excepção.
TEXTO: Mudaram fraldas, deram-lhes banho e de comer, entretiveram-nos e viram o tempo a correr pelos dedos quando chegava o fim do dia. Vasco Ferreira, 31 anos, produtor de espectáculos em Paredes de Coura, e Manuel Magalhães Sant'Ana, 36 anos, investigador em Bioética na Universidade do Porto a viver em Faro, ficaram sozinhos com os seus filhos quando eles tinham meses, gozando do regime que lhes permite fazê-lo sem que isso afecte o seu rendimento. São uma excepção à regra – que as estatísticas em Portugal não revelam por falta de dados, mas os estudos qualitativos sim – e podem ser considerados casos-padrão, contextualiza Maria das Dores Guerreiro, do Observatório das Família e das Política de Família e do CIES-IUL. As mulheres de ambos tinham uma situação profissional menos flexível do que eles. “Nos casos mais comuns em que as situações profissionais estão em pé de igualdade e tanto o pai como a mãe têm condições rígida de trabalho, difíceis de conciliar com a vida familiar, tende a ser a mãe a optar pelo uso das licenças”, diz a socióloga. “Mas a situação mais generalizada, após a licença parental paga entre 80% a 100%, em Portugal, é recorrer a serviços pagos (creches, amas) ou a familiares quando os há”. Quando a segunda filha de Vasco Ferreira nasceu, a mulher estava a trabalhar por conta própria; no caso de Manuel Sant’Ana a conclusão de um projecto europeu de investigação impedia a mãe de ficar com o filho. Tanto uma como a outra criança deixaram de mamar cedo, eram os pais que davam os biberões – e eram pais a tempo inteiro. Vasco e Manuel começaram por achar que iriam ter tempo para trabalhar nos intervalos. Nenhum conseguiu. “Durante três meses foi dedicação a 100%”, lembra o produtor de espectáculos sobre o período entre Outubro e Dezembro de 2011. Fala de uma opção “completamente natural”: “Tinha imensa vontade de ficar em casa. A Cátia [mulher] tinha feito a licença com a Beatriz [a primeira filha], sentia-se sozinha e desamparada e eu tinha de assumir o papel para não ser tão carregado para ela. ”Quando foi aos serviços da Segurança Social, Vasco Ferreira viu-se enrolado em burocracias complicadas e acabou por ser ele a tratar de todo o processo porque os funcionários não sabiam como lidar com a situação. Diziam-lhe que só tinham feito pedido de licença parental para homens “duas vezes e há muito tempo”. Manuel Sant’Ana lembra que, em Faro, ninguém “sabia preencher o requerimento de subsídio” e houve até quem dissesse “que só a mãe podia gozar de licença exclusiva”. A directora de serviços acabou por resolver o problema. Apenas para quem tem altos rendimentos?Segundo a lei, depois de a mãe gozar os 42 dias iniciais obrigatórios, o pai pode pedir o subsídio parental em vez dela até 120, 150 ou 180 dias seguidos – em 2011, a partilha pelos pais em pelo menos um mês desta licença foi de 20%, segundo dados do Instituto de Segurança Social, ou seja, 16. 719 homens entre 81. 300 licenças concedidas. Mas este número exclui os funcionários públicos que descontam para a ADSE e outros sistemas que não desagregam os dados por sexo e, portanto, deixa de fora uma parte significativa de pais e mães, lembra Maria das Dores Guerreiro. Apesar dos 20% serem ainda um número baixo, revelam um aumento expressivo desde que a lei entrou em vigor em 2009 e uma “grande mudança” nas “novas gerações”, diz a socióloga. Porque cada país tem sistemas de licença diferentes, não é possível fazer uma comparação a nível europeu, mas o que se sabe é que quanto mais tempo de licença parental as políticas públicas prevêem, mais ele é gozado. Hoje os pais podem ficar em casa durante o primeiro ano de vida dos filhos desde que a licença parental seja partilhada entre os dois membros do casal: a mulher pode ficar em casa durante quatro meses e o pai 30 dias (ambos com remuneração a 100%) ou a mulher pode ficar em casa durante cinco meses e o pai 30 dias (ambos com remuneração a 83%). Ainda podem estender por mais seis meses a licença: a contrapartida é que cada um tem de gozar três meses e só recebe 25% do salário. Esta extensão não é popular em Portugal: em 2011 apenas 2, 5% dos casais do sector privado recorreram a ela, 1734 mulheres e 307 homens. O que não espanta Maria das Dores Guerreiro, que não reconhece “aplicabilidade generalizável” à medida: “Como é que as famílias se podem organizar com menos 75% do rendimento de um deles? Isto não é possível para a classe média, apenas para quem tem altos rendimentos ou está em situações atípicas de emprego. ” O facto de, mesmo assim, as mulheres terem sido cinco vezes mais do que os homens não a surpreende, porque “se os salários das mulheres são mais baixos é lógico que sejam elas a mobilizar esta figura – e eventualmente haverá mais mulheres em situações de emprego flexível ou atípico (seja qual for essa atipicidade) que lhes permitem beneficiar desta medida de política”. Maria das Dores Guerreiro ressalva que, ao contrário do que acontece noutros países em que grande parte das mulheres com filhos pequenos trabalha a tempo parcial, em Portugal os orçamentos das famílias assentam sobretudo em dois salários a tempo inteiro: quase 70% dos casais com filhos pequenos trabalham a tempo inteiro. Por isso, estas medidas de licença a tempo parcial tendem a ser gozadas por franjas específicas de famílias em situação muito particular perante o mercado de trabalho, quanto a regime de horários e quanto a regime contratual. Mas “não se deve ignorar que este tipo de situações de trabalho profissional cresceu nos últimos anos em Portugal, logo haverá mais pessoas em condições de encontrarem benefício na medida”. “Tarefeiro” e “dedicação total”Paulo Caseirito, 31 anos, foge ao caso típico: acaba de regressar à direcção de gestão de risco de uma seguradora, onde trabalha, depois de ter ficado em casa três meses com o filho. Desta vez, ninguém estranhou, porque fez exactamente o mesmo com a filha há cerca de três anos. A mulher, que trabalha na banca, tinha acabado de ser promovida e não convinha ficar mais do que os três meses de licença. “Ela tinha ficado em casa um tempo antes do parto, e achámos que não seria justo estar a ser ela a ficar fora do trabalho tanto tempo”. Ele, que nunca tinha pegado num bebé antes de ser pai, decidiu então que, a partir dos três meses dos filhos, ficaria em casa a tempo inteiro. Apesar de nunca se ter desligado completamente do trabalho, diz que nunca teve problemas com as chefias e que a opção não teve qualquer impacto na sua carreira – “até fui promovido e aumentado”. Sim, é verdade que há três anos amigos e colegas reagiram com surpresa – mas desta vez não. Entre Fevereiro e Junho de 2010, Manuel Sant’Ana, que adiou o prazo da sua bolsa de doutoramento, começou a partilhar um espaço em que tudo mudou, a sua casa. Lançou-se a pensar que era uma oportunidade, que seria “impecável” a desempenhar o papel de pai a tempo inteiro e que até iria trabalhar em casa. Percebeu que tinha de enfrentar “desafios tremendos”, “muito mais duros para os homens”, porque as mulheres “conseguem lidar muito melhor com as questões da maternidade”: “Até porque enquanto está a dar de mamar a mulher tem a oxitocina, hormona das emoções responsável pela ligação com os filhos. Com os pais, os afectos são construídos. Não há guião e nada mudou no meu organismo que me prepare para a paternidade, como acontece com as mulheres”. Das coisas práticas que cuidar de um bebé implicam e que o faziam sentir “um tarefeiro”, Manuel confessa que nunca fez nada “tão exigente”. “Os seis primeiros meses de paternidade foram os mais exigentes de toda a minha vida. A privação de sono, a invasão do espaço, a alteração de rotinas e inabilidade em compreender aquele pequeno ser tornavam os meus (nossos) dias verdadeiramente alucinantes. Comparado com isso, fazer um doutoramento é para meninos. ” Porque não há experiência prévia para lidar “com um ser que é totalmente dependente de nós”. “Nos primeiros meses a evolução de uma criança é muito rápida e quando nos estamos a adaptar a uma fase já ela passou para a fase seguinte. Mudar fraldas é o mais fácil. ”Depois quando começam a interagir, tudo muda", diz: “A partir daí já estamos dentro dos afectos. ”Vasco Ferreira fala da sensação de que não podia falhar: “Senti-me completamente dedicado, e que, conforme o tempo avançava, era o elo de ligação da criança ao mundo, a primeira relação com tudo era eu. É uma coisa exacerbada que não tinha experimentado. Os dias passaram a ser uma dedicação total. ” Ele não conseguia pensar em mais nada, e via televisão ou lia um livro sem reter absolutamente nada. “A nossa cabeça não está virada para aí. Por outro lado, há também uma frustração por nos sentirmos um pouco sozinhos: como somos a porta de entrada para o bebé sentimos que temos de estar sempre presentes, enquanto os outros têm uma vida. Quem fica em casa fica um bocado desligado do mundo. ”De resto, nada mudou na relação de Vasco Ferreira com a mulher: “Sempre tive uma perspectiva muito aberta, nunca tive ideia predefinida sobre o que é a paternidade e a maternidade. ” No meio em que está, o artístico, a licença de paternidade “é vista como um direito”, ninguém estranhou, nem os chefes; entre os mais velhos, sentia que olhavam para a situação como se fosse um sacrifício e ele um “bom rapaz”. Quanto a Manuel Sant’Ana, nunca sentiu que a sua “masculinidade” fosse “posta em causa” pela opção que tomou: “Sinto orgulho”. “O criticismo foi mais para ela, ainda há muitos preconceitos e as pessoas olham para essa opção como se ela tivesse abandonado o filho”, lamenta. Hoje, Francisca, a filha com quem Vasco Ferreira ficou desde os primeiros meses, está na fase em que só se agarra à mãe; a mais velha, Beatriz, que morria de ciúmes e se distanciava do pai quando a irmã nasceu, está no período em que o pai é um herói, conta. Manuel Sant’Ana terá um segundo filho em breve. Desta vez, é ele quem tem um prazo de entrega de doutoramento e a mulher pode e vai adiar o seu projecto para ficar a tomar conta do bebé. “Vamos trocar de funções”, diz. Depois de terminado este texto foram-nos chegando mais depoimentos de pais que ficaram com os filhos e que publicamos:“Fiquei a conhecer melhor a minha filha e a mim próprio quando estou com ela”José Pedro Blasques, 32 anos, investigador pós-doutoramento na Universidade Técnica da Dinamarca na área de desenho estrutural de turbinas eólicas"Moro na Dinamarca e fiquei em casa seis meses com a minha filha Lara quando ela tinha cinco meses e até aos 11 meses. Ela começou a passar alguns dias no infantário a partir dos nove meses. Era bastante mais nova que os colegas, pelo que foi bom para ela, para nós e para a instituição que tenhamos usado algum tempo nesta fase de transição. Eu e a minha namorada, Ingunn, tínhamos um ano para partilhar a licença parental entre nós e decidimos dividir. Embora o sistema seja bastante flexível, na maioria dos casos a mulher fica com o ano inteiro para ela. Para mim, estes seis meses foi a melhor coisa que podia ter feito!No princípio foi o desafio de mudar a alimentação da mama para papas. Resolvida essa parte, a Lara e eu éramos independentes. Instalou-se a rotina, o truque era tentar ter um plano para todos os dias – piscina, parque infantil para pais (não permitido a mães), passeios no parque, e visitas a museus. Para mim foi aprender o quão duro e quão imensamente gratificante é tratar de uma criança, especialmente da minha filha. Digo que foi duro porque hoje sinto que é muito bom para a nossa relação: tanto eu como a Ingunn sabemos, por experiência própria, o desafio que pode ser, de um momento para o outro, ter que pôr tudo de lado e pensar só na Lara por longos períodos de tempo. Digo gratificante porque a Lara e eu tivemos tempo para nos conhecer um ao outro. Para a mãe este processo é bastante natural devido à amamentação. No entanto, para o pai este tempo tem que ser criado. Estes seis meses foram a minha oportunidade – pelo menos uma vez nas nossas vidas a Lara e eu estivemos o que pareceu todo o tempo do mundo. Fiquei a conhecê-la melhor, o mais valioso. Fiquei também a conhecer-me quando estou com ela. Por exemplo, hoje, se tenho que tratar dela durante algum tempo (especialmente se está mal disposta), volto sempre a esse período que tive com ela. Primeiro, e mais importante, para encontrar confiança. Isto é muito importante porque, como pais, o normal é uma pessoa sentir-se insegura – querer fazer tudo bem mas não saber como. Segundo, porque se aprendem truques ou maneiras de fazê-la sentir-se bem sem ter de desperdiçar muita energia. Sim, porque tratar de uma criança é tipo maratona, tens que estar muito concentrado para saber exactamente quanta energia te sobra para saberes quanta podes usar. Desta forma acabo por maximizar os tempos bons com ela. No emprego disse adeus em Março e voltei em Agosto. Trabalho na universidade, ou seja para o Estado. Por lei tenho este direito. Mais, por lei ninguém pode sequer sugerir que a minha decisão de tirar seis meses poderá de alguma forma afectar a minha situação de trabalho. Pelo que a coisa é bastante clara. O meu chefe fez o mesmo que eu quando teve filhos. Mais uma vez por lei a entidade empregadora não pode fazer nada quanto à minha decisão. A minha mãe ficou preocupada se isto seria bom para o meu futuro. Mas tem piada que muito provavelmente esta questão não se poria se eu fosse mulher. Tive que deixar de trabalhar e de pensar no trabalho. . . que pode ser mais difícil do que se pensa. Tenho direito ao salário por inteiro durante 12 semanas e o resto do tempo recebo um rendimento tipo subsídio de desemprego – cerca de 1340 euros depois de impostos, que parece muito mas é pouco para o nível de vida de cá. Porquê esta opção? Pago impostos bastante altos, o tempo não é assim grande coisa e este tipo de regalias são uma das razões pela qual gosto de cá estar. Tinha a oportunidade de passar tempo com a minha filha e a oportunidade de não trabalhar durante seis meses, pelo que não vejo a razão pela qual não haveria de o fazer. O mais importante foi perceber a quantidade de energia que é necessária para tratar de bebés e o que isto exige de nós como pessoas. Temos que fazer algo que não é muito natural, deixar de prioritizar as nossas necessidades e pensar primeiro nas dos nossos filhos (pelo menos quando são tão novos). Depois há o lado prático, as fraldas, a comida, os banhos, os médicos, etc. Isto tudo tem que ser aprendido. Eu não sabia nada de bebés até a Lara nascer, pelo que é lógico que demore um pouco de tempo. É muito fácil esquecer isto e ficar imensamente frustrado quando tudo não corre como o planeado. A minha família sempre me apoiou, ficaram felizes de eu estar feliz. Tenho alguns amigos que tinham feito o mesmo e que, de certa forma, me inspiraram a tomar esta decisão. Para outros que tinham usado menos tempo acho que gostaram de sentir que era possível. Em muitos casos o desafio está entre o casal. Muitas mulheres cá sentem que este tempo é delas e que poderão ou não deixar o pai usá-lo. A Ingunn ouviu muitas vezes este comentário no grupo de mães dela – "Ah, mas tu deixaste o Zé ficar com a Lara?". Por outro lado, alguns pais também não estão interessados, encontrei muitos no parque infantil para pais que se queixavam e diziam que não gostavam. Entre nós foi sempre claro que iriamos dividir o tempo. Tem-se discutido nos media se deveria ser obrigatório os pais passarem tempo com os filhos, i. e. , parte do tempo ser só para o pai e se ele não usar a mãe também não o pode usar. "“Culturalmente nós, homens, ainda temos que ganhar esse espaço”Paulo Vasconcelos, 34 anos, engenheiro"Como a criança foi alimentada em exclusivo com leite materno, quisemos maximizar o período inicial de proximidade com a mãe e deixar o mês do pai para o final desse período. Esta opção permitiu-nos ainda maximizar o tempo de permanência da criança em casa, sempre com um dos pais, uma vez que não temos o apoio dos avós, e adiar um pouco mais a ida para a creche. Fiquei com ela do quinto ao sexto mês. No emprego precisei apenas de preparar com antecedência a minha ausência, de modo a fechar todos os dossiês em curso e garantir que os processos não ficariam pendentes. Durante o mês da licença estive totalmente afastado do emprego e a empresa deu-me esse espaço. A empresa permite esta licença e não põe qualquer obstáculo. Foi tranquilo e sem qualquer pressão. Num primeiro momento, o principal desafio foi ganhar confiança para garantir em exclusivo todos os cuidados da criança. Numa segunda parte, foi a gestão de tempo sobretudo respeitando o horário rigoroso das necessidades do bebé. Cumprir horários foi de facto um desafio que, estando a sós com o bebé, nem sempre é fácil de garantir. "No meu tempo não havia nada disto!" foi o principal comentário da família. E embora reconheça o mérito, a família ainda acha estranho o conceito. De uma forma discreta notei que ainda há algum preconceito, sobretudo das mulheres, em admitir que o pai também é capaz de responder a todas as tarefas que uma criança exige. Culturalmente nós, homens, ainda temos que ganhar esse espaço. Os amigos aplaudem, sobretudo os que já têm filhos e que pontualmente também passaram pela mesma experiência. Mas ter ficado em casa com ele melhorou muito a relação com o meu filho. Por um lado, permitiu-me descomplicar o mito da exigência do cuidado de uma criança, deu-me a confiança de saber que consigo garantir o bem-estar do bebé. Reforçou laços de empatia que de outra forma, e nesta fase de ouro, certamente não seria possível. A mãe assume sempre um papel principal nos cuidados e, desse modo, a relação pai/filho tem necessariamente menos espaço para crescer, pelo menos nestes primeiros tempos. Este mês trouxe esse espaço, essa oportunidade de reforçar laços. Mas a comunicação não verbal foi a maior conquista do meu ponto de vista. Tanto eu percebo melhor todos os sinais do bebé, como ele próprio me vê e me encara com mais naturalidade e entusiasmo. É uma oportunidade de ouro num momento de ouro. "“A opção não foi bem recebida por alguns colegas e patrão”Nuno Silva, 37 anos, arquitecto no desemprego "Comecei a tomar conta da Sarah desde o nascimento dela, há dois anos. Durante os primeiros cinco meses em que a minha esposa esteve em casa, fiquei em casa nos primeiros 20 dias úteis, e no sexto mês fiquei sozinho com a Sarah. Durante o ano subsequente trabalhei menos um dia por semana, e a minha esposa também. Um das razões desta opção foi a grande distância a que se encontravam (e encontram) os nossos pais ou quaisquer outros familiares directos, mas a principal razão é a nossa convicção de que nesta fase inicial – um, dois anos – existe uma enorme influência das pessoas que educam e interagem com os bebés na formação das suas personalidades, nas suas identidades como pessoas. Por isso, para nós não faz sentido transferir essa responsabilidade para terceiros: por muito profissionais, por muito afectivos que sejam não se equiparam aos pais. Vejo esta opção como um dever, uma "obrigação" que a responsabilidade de ser pai acarreta. Também teve imensa influência o facto de tanto eu como a minha esposa termos passado pela mesma experiência na infância, em que as nossas famílias tudo fizeram para nos propiciar o melhor ambiente familiar possível. Vemos a importância e relevância do valor da família não como um momento (o nascimento do bebé), mas como processo contínuo que se pretende construtivo para todos (pai, mãe e filhos). Uma parte complicada foi a gestão com o emprego. Tinha um cargo de responsabilidade e esta opção não foi bem recebida por alguns colegas e principalmente pelo meu patrão. Fui afastado do cargo e das responsabilidades que desempenhava. Não foi fácil manter a convicção de dar o máximo de apoio à Sarah e de ter que sofrer as consequências por essa opção. O principal desafio de ser pai foi e é manter a concentração no apoio a dar à Sarah. As crianças são como esponjas, sedentas de afecto e de informação. Tive que aprender com ela, ver como reagia ao seu crescimento/desenvolvimento psicomotor e tentar informar-me de como poderia dar resposta a essas exigências. Esse processo ainda não terminou e sinceramente penso que não vai terminar tão cedo. Educar é aprender também. Outra dificuldade foi a incompreensão social sobre o papel que um pai deve ter. De uma forma geral, as pessoas reagiram positivamente, mas manifestaram-me o receio das consequências que essa opção teria para mim. Tinham razão em alguns aspectos, apesar de eu ter a certeza que faria tudo exactamente igual. O trabalho é importante, mas é passageiro, temporário, transitório, precário. Ser pai uma vez é ser-se pai para sempre. A responsabilidade e as consequências não podem cair na criança, que é a "personagem" isenta de qualquer responsabilidade na solução dos problemas laborais e sociais que são criados. No entanto, é muito reconfortante ouvir pessoas que conhecem a Sarah (especialmente na creche) dizer que ela é especial, muito amorosa, muito simpática, muito (re)activa, muito curiosa. Tenho a certeza que seria outra pessoa, sendo educada por um estranho. Em que é que isso mudou a sua relação com a minha filha? Em relação à opção "normal", é eu sentir que a Sarah é a "minha" filha. Conheço-a como ninguém, acompanhei-a todos os dias da vida dela e tenho um dia-a-dia, com ela, de amor e de uma imensa cumplicidade. Sei que me conhece como pai e também como pessoa. Não conseguiria suportar o arrependimento de saber que tendo essa possibilidade teria dado prioridade ao emprego, que hoje não tenho, em detrimento da qualidade da educação que sempre ambicionei dar aos meus filhos. Agora emigro para lhes proporcionar o futuro que nos negam todos os dias por cá. "“As mulheres ficavam espantadas com a destreza com que eu mudava fraldas”Rui Pinto de Almeida, 51 anos, produtor/realizador/documentarista"Fui pai, pela primeira vez, há 27 anos. Os meus horários de trabalho eram muito variáveis e quase sempre entre as 16 e as 24 horas. A opção de tratar da Patrícia, em alternativa a colocá-la num berçário, constituiu uma das experiências mais intensas que vivi até hoje. Foi tudo: as mudanças de fraldas, a introdução das sopas por mim feitas na alimentação, a carne, depois o peixe, as diferentes frutas, os banhos, a aprendizagem do bacio, as histórias contadas antes das sestas, as idas ao pediatra, as primeiras palavras, o gatinhar, os primeiros passos, as tentativas de calçar meias… Enfim, muitas memórias que agora, neste preciso momento, vêm ao presente. Foram dois anos e oito meses que calam fundo na minha memória afectiva. Fi-lo por "gosto por acompanhar a paternidade"; por ser "demasiado pequena para ser entregue aos cuidados de terceiros"; por "conforto e protecção"; por "falta de instituições na época". Morava na margem Sul, saíamos de casa, eu e a Patrícia, por volta das 15h20, chegava ao emprego por volta das 15h50. Estacionava o carro, e ela acompanhava-me, primeiro no berço, depois no carrinho, e posteriormente a pé, no meu emprego. Entre as 18h15 e as 19h a mãe vinha buscá-la e levava-a de carro para casa. Eu regressava de transportes públicos ou com uma boleia de colegas. A entidade empregadora, ou chefias directas, nunca me colocou constrangimentos. Os desafios: as crianças não nascem com manual de instruções, o que facilitava a vida aos pais. . . Mas com paciência, firmeza sempre que necessário, recordações da minha infância (curioso, mas foi nessa altura que comecei a recordar frequentemente a relação dos meus pais comigo: o que eles me faziam, as suas preocupações, a responsabilização pelos meus actos), muita brincadeira, e sobretudo um grande espanto pelas evoluções e aquisições que a Patrícia ia fazendo. Isso era formidável! Fazia com a Patrícia coisas que seriam hoje impossíveis, como andar de mota aos dois anos, por exemplo. Os nossos passeios de mota até à Costa da Caparica estão-lhe gravados na memória. Os amigos achavam graça e sobretudo as mulheres ficavam espantadas com a destreza com que eu mudava fraldas ou fazia a comida ou a adormecia ao colo ou na sua cama. A segunda filha, a Joana, agora com 22 anos, não teve tanto tempo comigo porque as minhas responsabilidades profissionais eram outras. Mas sempre que podia, tratava de estar o máximo tempo com ela, para as coisas práticas ou para os afectos. Hoje, passaram quase três décadas. A nossa relação é uma relação normal de pai e filhas. Conheço a maior parte dos seus amigos/amigas, colegas de faculdade ou de emprego. Respeitamos a nossa esfera íntima, como sempre as habituei a respeitar. Nós sabemos/sentimos que os nossos abraços são especiais, que a diferença de opiniões não abala o vínculo, que a assertividade às vezes dói e que as comidinhas que lhes faço quando me visitam, ou que me fazem quando as visito, continuam a ser feitas com o maior carinho que nos podemos dar. Notícia corrigida às 12h23: Altera informação sobre a remuneração da licença parental partilhada. Pai e mãe recebem 100% do salário se a licença for de cinco meses (4+1) e recebem 83% se licença for de seis meses (5+1).
REFERÊNCIAS:
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Astrónomo britânico Patrick Moore morre aos 89 anos
Astrónomo ajudou a fazer o mapa da Lua e tornou-se num popular apresentador de televisão. (...)

Astrónomo britânico Patrick Moore morre aos 89 anos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Astrónomo ajudou a fazer o mapa da Lua e tornou-se num popular apresentador de televisão.
TEXTO: O astrónomo britânico Patrick Moore, que ajudou a fazer o mapa da Lua e se tornou num popular apresentador de televisão, morreu este domingo aos 89 anos. Moore ficou conhecido sobretudo pelo seu programa The Sky at Night, emitido pela BBC ao longo de mais de 50 anos – desde a sua primeira edição, em 1957, até à segunda-feira passada. Patrick Moore publicou dezenas de livros sobre astronomia – área científica pela qual se apaixonou aos seis anos de idade, quando a sua mãe lhe ofereceu um exemplar de 1898 do livro A História do Sistema Solar, de George F. Chambers. Manteve sempre uma aparência excêntrica, com o inseparável monóculo, os cabelos mal penteados, a fala rápida e ocasionais aparições como músico, a tocar xilofone ou piano. Mas a sua competência, como astrónomo e apresentador, valeu-lhe vários prémios, incluindo um Bafta, por serviços prestados à televisão, uma posição como membro honorário da Royal Society – a mais importante academia científica britânica –, e o título de cavaleiro concedido pela Rainha Isabel II. Sir Moore estudou a fundo a superfície lunar, traçando-lhe um mapa que foi utilizado tanto por russos, como por norte-americanos, na génese da corrida espacial – segundo a BBC. Num comunicado difundido este domingo, amigos descrevem Patrick Moore como “uma inspiração para gerações de astrónomos”. “Há muitos astrónomos profissionais como eu que podem, de facto, localizar a origem do seu interesse pela astronomia ao verem Patrick na TV”, corrobora Marek Kakula, do Observatório Real de Greenwich, citado pela BBC. Patrick Moore vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos anos. Morreu em casa, cercado dos amigos, de assistentes de saúde e do seu gato Ptolomeu.
REFERÊNCIAS:
Rádio australiana lamenta morte de enfermeira mas nega ilegalidade
Enfermeira natural da Índia morreu após um telefonema falso feito pela 2Day FM para o hospital onde estava internada Kate Middleton (...)

Rádio australiana lamenta morte de enfermeira mas nega ilegalidade
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Enfermeira natural da Índia morreu após um telefonema falso feito pela 2Day FM para o hospital onde estava internada Kate Middleton
TEXTO: Os responsáveis da rádio australiana 2Day FM afirmaram, este sábado, que não era possível prever a tragédia causada pelo telefonema falso feito para o hospital onde esteve internada Kate Middleton, a duquesa de Cambridge. Após o contacto falso da rádio morreu uma enfermeira, que terá dado informações sobre o estado de saúde de Kate. O director da rede de rádio Austereo, detentora da 2Day FM, classificou como “trágico” o episódio que levou à morte da enfermeira Jacintha Saldanha, 46 anos, originária da Índia. Defendeu no entanto que nenhuma lei foi violada pelos apresentadores Mel Greig e Christian Michael, responsáveis pelo telefonema. Na chamada, realizada na terça-feira passada, ambos fizeram-se passar pela rainha Isabel II e pelo príncipe Carlos, para obter informações sobre Kate Middleton, que tinha dado entrada no hospital com fortes enjoos. Convencida de que estava de facto a falar com membros da família real, Jacintha Saldanha, que a polícia britânica diz que viveu na cidade de Bristol durante nove anos, atendeu o telefonema e passou a chamada a outra enfermeira, que informou que Kate estava grávida. Três dias depois, Jacintha Saldanha foi encontrada morta na sua casa. A polícia suspeita de suicídio. “O que aconteceu foi incrivelmente trágico e estamos profundamente tristes e afectados”, disse Rhys Holleran, presidente da Austereo. Mas a rádio, afirma Holleran, não fez nada que possa ser considerado ilegal. “Seguimos os procedimentos que temos na empresa e estamos satisfeitos que tenham sido cumpridos”, afirmou, numa conferência de imprensa em Melbourne. “Estamos seguros de que não fizemos nada de ilegal”, completou. O programa dos dois apresentadores na rádio australiana foi suspenso e a ambos foi oferecido acompanhamento psicológico. “Falei com ambos esta manhã e é justo dizer que estão completamente destroçados”, disse Rhys Holleran. “Não são máquinas, são seres humanos. Estamos todos afectados com isto”, acrescentou. A Austereo decidiu também suspender toda a publicidade nas suas rádios, depois de alguns clientes importantes terem mandado retirar os seus anúncios – como a rede de supermercados Coles e a empresa de telecomunicações Telstra. A morte da enfermeira Jacintha Saldanha levou o próprio Governo australiano a reagir. “É uma tragédia terrível. Os nossos pensamentos estão neste momento com a sua família e amigos”, disse um porta-voz da primeira-ministra Julia Gillard, num comunicado. A agência reguladora dos media na Austrália – a ACMA – recebeu várias queixas sobre o episódio, mas ainda não decidiu se abrirá um inquérito. A ACMA irá ouvir primeiro os responsáveis da rádio.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte lei humanos suicídio rainha morta ilegal
Locutores australianos "destroçados" com morte de enfermeira
A enfermeira Jacintha Saldanha ter-se-á suicidado depois de um telefonema falso da rádio 2Day FM para obter informações sobre o estado de saúde de Kate Middleton, que está grávida. (...)

Locutores australianos "destroçados" com morte de enfermeira
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A enfermeira Jacintha Saldanha ter-se-á suicidado depois de um telefonema falso da rádio 2Day FM para obter informações sobre o estado de saúde de Kate Middleton, que está grávida.
TEXTO: Os dois locutores da rádio australiana 2Day FM que fizeram um telefonema falso para o hospital onde esteve internada Kate Middleton quebraram o silêncio e mostraram-se abalados com o aparente suicídio da enfermeira que lhes atendeu o telefone e lhes deu informações sobre o estado de saúde da duquesa de Cambridge. Numa entrevista no programa A Current Affair, do canal Nine Network, Mel Greig e Michael Christian disseram, entre lágrimas, estar “destroçados e desgostosos” com a morte de Jacintha Saldanha, de 46 anos, encontrada morta na sua casa três dias depois do telefonema. As suspeitas da polícia apontam para suicídio. “Não consigo parar de pensar nisto desde que aconteceu”, disse Mel Greig, que recorda a primeira pergunta que fez a si própria quando soube do que aconteceu: “Será que ela era mãe?”. E acrescentou, comovida: “Só queria estar com eles [os familiares], para lhes dar um grande abraço e pedir desculpa. ”Na terça-feira da semana passada, Greig e Christian fizeram-se passar pela rainha Isabel II e o príncipe Carlos para obter informações sobre o estado de saúde de Kate Middleton, internada devido a fortes enjoos. Os dois radialistas estavam incontactáveis desde a morte da enfermeira de origem indiana. Quem imaginaria?Na entrevista, Michael Christian sublinhou que “nunca ninguém poderia imaginar que isto fosse acontecer” e que se tratou de um “encadeamento de circunstâncias trágico”. Greig completou: “Estou tão devastada. Se imaginássemos que alguma coisa deste género fosse sequer possível… Nós não imaginávamos isto, era uma brincadeira. ”Ambos explicaram mais do que uma vez que se tratou apenas de uma brincadeira, que não estavam sequer a tentar ter um “furo” sobre o estado de saúde da duquesa de Cambridge, que está grávida e, na semana passada, esteve internada devido a fortes enjoos. “Achávamos que nos iam desligar a chamada”, afirmou Christian. Greig acrescentou, referindo-se às vozes, que “a pronúncia era terrível”, que tudo tinha sido “pensado para ser estúpido”. A ideia era “ser uma piada”. Brincadeira frequenteSegundo os locutores da rádio australiana, “muita gente” recorre com frequência a “brincadeiras” deste género, que nunca pensaram que pudessem chegar tão longe. O presidente do Southern Cross, grupo detendor da 2Day FM, Max Moore-Wilton, prometeu que colaborará com todas as eventuais investigações da Scotland Yard sobre este caso. “O que aconteceu era imprevisível, mas lamentável”, afirmou. E garantiu que “todas as práticas jornalísticas” no grupo “estão a ser revistas”. No sábado, os responsáveis pela rádio australiana tinham afirmado que não era possível prever a tragédia causada pelo telefonema falso para o hospital. No entanto, o director da rede Austereo, a que pertence a 2Day FM, defendeu que os apresentadores não violaram nenhuma lei.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte lei suicídio rainha género morta
A política é o maior adversário do futebol no "Rochedo"
A UEFA decidiu integrar, pela primeira vez, equipas de Gibraltar em competições organizadas por si. (...)

A política é o maior adversário do futebol no "Rochedo"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A UEFA decidiu integrar, pela primeira vez, equipas de Gibraltar em competições organizadas por si.
TEXTO: Manchester United, Chelsea, Boca Juniors. Nomes familiares para qualquer adepto de futebol. E Glacis FC, Lynx FC e FC Hound Dogs. Nomes desconhecidos para quase todos , excepto para as cerca de 30 mil pessoas que vivem neste pedaço de terra e rocha a sul da Península Ibérica e à entrada do Mediterrâneo. Falamos da Liga de futebol de Gibraltar, que inclui 17 equipas divididas por duas Divisões, um campeonato de reservas com oito formações e uma competição para mulheres com três equipas. Tudo num território de 6, 8 quilómetros quadrados que o mundo conhece como o "Rochedo". As competições de futebol de Gibraltar arrancam hoje, mas não foi por isso que o futebol do "Rochedo" foi notícia nos últimos dias. A UEFA decidiu integrar, pela primeira vez, equipas do território em competições por si organizadas. As selecções de sub-17 e sub-19 estão autorizadas a participar nas qualificações para os campeonatos europeus das respectivas categorias em 2014, e a selecção sénior de futsal lutará pelo apuramento para o Europeu. O futebol de Gibraltar tem tido uma luta difícil para obter reconhecimento internacional. Fundada em 1895 (é uma das mais antigas federações do mundo, mais antiga que a federação espanhola), a Federação de Futebol de Gibraltar (FFG) solicitou a adesão à FIFA em 1997, mas o pedido foi encaminhado para a UEFA, que o rejeitou em 2007 por pressão da Espanha, que reclama soberania sobre este território com governo próprio e que faz parte do Reino Unido. Os espanhóis chegaram a ameaçar que se retiravam das competições europeias, se Gibraltar fosse admitido como membro da UEFA. Por enquanto, a FFG é um membro provisório da UEFA e a sua aceitação (ou não) como membro definitivo irá acontecer em Maio de 2013 no congresso do organismo que tutela o futebol europeu e que tem 53 membros, entre eles Andorra, Ilhas Feroé e São Marino, exemplos de territórios que ganharam independência futebolística. "Defendemos desde o primeiro dia que isto nada tem a ver com política. É um trabalho duro, mas no final espero conseguir consciencializar os 53 eleitores para a realidade de Gibraltar", disse Gareth Latina, presidente da FFG. A influência britânica foi decisiva para tornar o futebol no desporto mais popular de Gibraltar. Ainda no século XIX, as primeiras equipas eram formadas por elementos das forças armadas e, em 1895-86, realizou-se o primeiro campeonato civil, em que o Gibraltar FC foi o campeão. Cento e dezasseis anos depois, aquele clube já só tem uma equipa feminina e não compete na I Divisão masculina, onde o Lincoln FC tem sido o grande dominador, vencendo os dez últimos campeonatos, cinco deles como Newcastle United FC, nome que ostentou durante algum tempo, porque foi financiado por um inglês que tinha uma casa de férias em Gibraltar e era adepto do Newcastle de Inglaterra.
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Palavras-chave mulheres feminina
População mundial ganhou mais de dez anos de esperança de vida desde 1970
Portugal é dos poucos países que, em 40 anos, registaram melhores progressos na mortalidade de crianças até aos cinco anos e de jovens e adultos, entre os 15 e os 49 anos. (...)

População mundial ganhou mais de dez anos de esperança de vida desde 1970
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2012-12-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal é dos poucos países que, em 40 anos, registaram melhores progressos na mortalidade de crianças até aos cinco anos e de jovens e adultos, entre os 15 e os 49 anos.
TEXTO: A população mundial ganhou mais de dez anos de esperança de vida desde 1970, mas as diferenças entre os países com melhores e piores resultados praticamente não mudou, conclui um relatório publicado hoje na revista The Lancet. Em Portugal, entre 1990 e 2010, refere ainda o estudo, a esperança de vida passou de 70, 7 anos para 77, 8 anos nos homens e, nas mulheres, esse salto foi dos 76, 3 para os 82, 3. Intitulado Peso Global das Doenças 2010, o estudo é descrito pela revista como o maior esforço de sistematização para descrever a distribuição global e as causas de uma variedade de doenças, lesões e factores de risco para a saúde. Recolhidos ao longo de cinco anos por 486 cientistas de 302 instituições em 50 países, os dados relativos a 187 países são agora publicados na primeira tripla edição da Lancet totalmente dedicada a um só estudo, que inclui sete artigos científicos e diversos comentários, incluindo da directora-geral da Organização Mundial de Saúde, Margaret Chan, e do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim. Entre as conclusões, o estudo revela que a esperança de vida dos homens aumentou 11, 1 anos entre 1970 e 2010, passado de 56, 4 para 67, 5. Nas mulheres, a esperança de vida aumentou ainda mais – 12, 1 anos ou 19, 8% –, passando de 61, 2 anos em 1970 para 73, 3 anos em 2010. No entanto, acrescenta o estudo, as diferenças entre os países com maiores e menores esperanças de vida mantiveram-se muito semelhantes desde 1970, mesmo quando se retiram acontecimentos dramáticos como o genocídio do Ruanda em 1994. Em 2010, as mulheres japonesas eram as que tinham maior esperança de vida (85, 9 anos), enquanto para os homens a Islândia era o país com melhores resultados (80 anos). No extremo oposto, o Haiti tinha a mais baixa esperança de vida em ambos os géneros (32, 5 nos homens e 43, 6 nas mulheres), sobretudo devido ao sismo de Janeiro de 2010. Além disso, alguns países contrariaram a tendência e registaram quedas substanciais da esperança de vida. Na África subsariana como um todo, a esperança de vida nos homens diminuiu 1, 3 anos entre 1970 e 2010, enquanto nas mulheres caiu 0, 9 anos, declínios atribuídos à epidemia do vírus da sida. Por outro lado, o estudo revela que, à medida que a esperança de vida aumenta e o mundo vai envelhecendo, as doenças infecciosas e problemas infantis relacionados com a malnutrição – em tempos as principais causas de morte – vão sendo substituídos (com excepção da África subsariana) por doenças crónicas, lesões e doenças mentais. “Essencialmente, o que nos faz doentes não é necessariamente o que nos mata. Enquanto o mundo fez um excelente trabalho a combater doenças fatais – especialmente doenças infecciosas –, vivemos agora com mais problemas de saúde que causam muita dor, afectam a nossa mobilidade e nos impedem de ver, ouvir e pensar claramente”, escreve a Lancet em comunicado. Dados sobre PortugalPortugal é um dos poucos países que registaram, em 40 anos, melhores progressos na mortalidade de crianças até aos cinco anos e de jovens e adultos entre os 15 e os 49 anos, revela o estudo. Portugal, a par de Cuba, Maldivas, Sérvia e Bósnia-Herzegovina, registou os melhores progressos na mortalidade das crianças. O estudo indica também que Portugal foi um dos países com melhores resultados na mortalidade de jovens e adultos, superando Noruega, Espanha e Austrália. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que os óbitos em crianças até aos cinco anos baixaram em Portugal 97, 3%, dos 12. 357 em 1970 para os 326 em 2010. Quanto às mortes em jovens adultos dos 15 aos 49 anos, desceram 28, 7%, das 8. 517 em 1970 para as 6. 069 em 2010, de acordo com o INE. Quanto à esperança de vida dos portugueses, entre 1990 e 2010, passou de 70, 7 anos para 77, 8 anos nos homens e, nas mulheres, dos 76, 3 para os 82, 3. Outra conclusão do estudo internacional é que, enquanto o peso da malnutrição foi reduzido em dois terços, a alimentação desequilibrada e a falta de exercício físico estão a contribuir para um aumento das taxas de obesidade e outros factores de risco, como a hipertensão, representando já 10% do peso das doenças. O estudo conclui também que, embora se registe uma enorme redução da taxa de mortalidade infantil – que caiu mais do que alguma vez se tinha estimado – há um aumento de 44% no número de mortos entre os 15 e os 49 anos entre 1970 e 2010, sobretudo devido ao aumento da violência e ao desafio do VIH/sida, que matou 1, 5 milhões pessoas por ano. Resultado de um projecto liderado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation da Universidade de Washington, este estudo visa fornecer uma nova plataforma para avaliar os maiores desafios mundiais na área da saúde e formas de os abordar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens violência estudo mulheres infantil
Jacintha Saldanha deixou três bilhetes, um com críticas ao hospital
Marido da enfermeira exige que o hospital revele tudo o que aconteceu. Autópsia revela enforcamento. (...)

Jacintha Saldanha deixou três bilhetes, um com críticas ao hospital
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Marido da enfermeira exige que o hospital revele tudo o que aconteceu. Autópsia revela enforcamento.
TEXTO: A enfermeira Jacintha Saldanha deixou três notas de suicídio, uma delas com críticas a elementos do hospital onde trabalhava e onde atendeu o telefonema falso de uma rádio australianaJacintha Saldanha, de 46 anos, enforcou-se, revela o jornal The Guardian, que teve acesso às notas deixadas pela enfermeira e ao relatório da autópsia. O inquérito à sua morte começou ontem e foram ouvidos a enfermeira e o segurança que alertaram a polícia, ao depararem com o corpo de Jacintha Saldanha num dos apartamentos do Hospital Rei Eduardo VII destinados às enfermeiras de serviço. Dois dos bilhetes estavam no local, avança o The Guardian. O terceiro foi encontrado juntamente com os objectos pessoais da enfermeira. Dois animadores da rádio australiana 2Day FM ligaram para o hospital. A animadora, simulando a voz da Rainha Isabel II, pediu para falar com a neta, Kate Middleton, ali hospitalizada devido a náuseas provocadas pela gravidez. O seu colega, em som de fundo, fazia-se passar pelo príncipe Carlos, sogro de Kate. Uma das notas deixadas por Jacintha Saldanha diz respeito ao seu funeral; outra comenta a partida de que foi alvo – não só respondeu à suposta rainha, dando-lhe indicações sobre o estado de saúde de Kate, como passou a chamada para outra colega; e uma terceira menciona críticas a funcionários do hospital. O The Guardian diz que recolheu a mesma informação de duas pessoas que leram os bilhetes. O hospital anunciou que vai abrir um inquérito ao comportamento dos funcionários, uma vez que há um protocolo a seguir quando membros da família real estão ali hospitalizados. O deputado trabalhista Keith Vaz – que é o porta-voz do viúvo de Jacintha Saldanha e dos dois filhos do casal – disse que foi enviada uma carta à administração do hospital a exigir que "todos os factos" sejam divulgados. O primeiro-ministro, David Cameron, já tinha dito o mesmo: a família deve ter acesso a todos os factos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte suicídio rainha corpo
20 crianças entre os 27 mortos em tiroteio em escola primária nos EUA
Atirador de 24 anos está morto. É o segundo ataque com armas de fogo mais mortífero de sempre nos EUA. (...)

20 crianças entre os 27 mortos em tiroteio em escola primária nos EUA
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2012-12-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Atirador de 24 anos está morto. É o segundo ataque com armas de fogo mais mortífero de sempre nos EUA.
TEXTO: Vinte e sete pessoas morreram num ataque armado de um homem de 24 anos a uma escola primária em Newtown, Connecticut, onde estavam crianças com idades entre os cinco e os dez anos. Entre os mortos encontram-se 20 crianças. A mãe do atacante é uma das professoras mortas. É o segundo ataque com armas de fogo mais mortífero de sempre nos EUA. As autoridades já confirmaram que o homem responsável pelo tiroteio na escola de Sandy Hook está morto, e tinha ligações à escola - a sua mãe era professora no infantário e foi um dos seis adultos que matou e as crianças da sua aula estavam entre as suas vítimas, anunciou a polícia do estado do Connecticut. As crianças que o atirador identificado como Ryan Lanza matou encontravam-se apenas em duas salas de aula. A NBC News, no entanto, avança que o atirador poderia ter levado consigo a identificação do irmão mais velho. O atirador poderia assim ser Adam e Ryan Lanza o homem encontrado morto numa residência de Nova Jérsia. Foram avançadas algumas notícias dizendo que o pai de Lanza foi também encontrado morto em Nova Jérsia, mas não foram confirmadas. A namorada de Lanza e um outro amigo são dados como desaparecidos, diz a a Associated Press. Tinha 24 anos e levava quatro armas, uma delas com calibre . 223. Poderá ter disparado 100 tiros. No fim, disparou contra si próprio. O homem irrompeu pelo edifício principal da escola por volta das 9h30 (hora local), com a cara tapada. O ataque terá começado no gabinete do director da escola, e alguém terá ligado o sistema de intercomunicação do estabelecimento de ensino, pelo que toda a escola ouviu gritos no gabinete, e palavrões. Com este sinal de alarme, os professores trancaram as salas de aula e colocaram a maioria das crianças em segurança, adianta a CBS News. Mas toda uma sala de aula terá sido vítima dos disparos do atirador . Outra pessoa foi detida num bosque nas imediações da escola - havia relatos, não confirmados, de que poderia existir um segundo atirador. O irmão do atirador foi também detido. À hora do ataque estariam cerca de 600 crianças na escola, com idades entre os cinco e os dez anos. O estabelecimento de Sandy Hook alberga um infantário e uma escola primária. As autoridades selaram todos os edifícios escolares e isolaram o local. Os alunos foram reunidos num pavilhão, acompanhados pelos professores, e posteriormente encaminhados para o quartel de bombeiros de Sandy Hook, que fica em frente da escola. O Presidente Barack Obama telefonou ao governador do Connecticut, Dan Malloy, para se informar do que se passava, e também ao director do FBI, Robert Mueller, revelou um porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Instado a comentar se este caso não seria mais um argumento de peso a legislar para pôr um travão na facilidade com que os norte-americanos têm acesso a armas, Carney sublinhou que "este não era o momento para tal". Agora "temos de apoiar a manutenção da lei e as famílias que estão a passar por este acontecimento trágico, Há tempo para discutir as implicações política mais tarde", cita-o a Reuters. À saída do local, os pais de Alexa, uma menina que frequenta o terceiro ano em Sandy Hook e que escapou sem ferimentos, manifestaram a sua incredulidade pelo sucedido. “Estou em estado de choque. Não parece possível que uma coisa destas pudesse alguma vez acontecer num lugar tão pequeno”, disse a mãe da criança. A localidade de Newtown, com cerca de 27 mil habitantes, é uma pitoresca cidade do estado do Connecticut, a cerca de cem quilómetros a norte da cidade de Nova Iorque. Um dos residentes, Mike Branchwell, explicou à CNN que uma das razões por que tinha decidido mudar-se para Newtown em 2005 fora precisamente a qualidade das suas escolas, que figuram no topo dos rankings do ensino.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Cerca de 375 mil recebiam prestações de desemprego e 285 mil o RSI
Em Outubro, segundo a Segurança Social, há mais beneficiários de prestações de desemprego e menos de rendimento de inserção. (...)

Cerca de 375 mil recebiam prestações de desemprego e 285 mil o RSI
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em Outubro, segundo a Segurança Social, há mais beneficiários de prestações de desemprego e menos de rendimento de inserção.
TEXTO: Quase 375 mil pessoas recebiam prestações de desemprego em Outubro, sendo o segundo mês deste ano com mais beneficiários deste apoio que não atinge nem metade dos desempregados. Quanto ao Rendimento Social de Inserção (RSI) são mais de 285 mil, um número que tem vindo a diminuir – há menos 5542 pessoas a receber esta prestação social do que em Setembro. Segundo os mais recentes dados disponibilizados no site da Segurança Social, em Outubro existiam 374. 277 pessoas a beneficiar de prestações de desemprego. Setembro foi até agora o mês de 2012 com mais beneficiários, atingindo 375. 041 pessoas. Os dados mostram que, face ao mesmo mês de 2011, em Outubro deste ano o número de apoiados por prestações de desemprego é superior em 81 mil pessoas. Esta estatística inclui o subsídio de desemprego, o subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento de subsídio social de desemprego. De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, no final do terceiro trimestre deste ano estavam contabilizados 870 mil desempregados, fazendo a taxa de desemprego subir para os 15, 8%. Os dados do Eurostat, o gabinete de estatística da União Europeia, apontavam para uma taxa de desemprego em Portugal de 16, 3% em Outubro. A zona Norte era a que tinha mais beneficiários de prestações de desemprego (135 mil), com um forte contributo do centro distrital do Porto (com 85 mil pessoas). Contudo, também o centro distrital com menos beneficiários do país se encontrava na região Norte: Bragança com três mil pessoas a receber prestações de desemprego. No Centro havia 70 mil beneficiários registados; em Lisboa e Vale do Tejo eram 116 mil e no Algarve 18 mil. Nos Açores, sete mil e na Madeira 11 mil. Menos pessoas recebem RSIO número de beneficiários do RSI continuou a cair em Outubro, havendo menos 5542 pessoas a receber esta prestação social do que em Setembro. As estatísticas mais recentes apresentadas no site do Instituto da Segurança Social indicam que 285. 11 pessoas beneficiavam do RSI em Outubro, contra 290. 635 em Setembro, o que representa uma quebra de 1, 9%. Face a Janeiro, a quebra é de cerca de 10%, já que no primeiro mês do ano havia 318. 685 pessoas a usufruir deste rendimento. Quebra semelhante nota-se ao comparar o mês de Outubro deste ano com o mês homólogo do ano anterior, quando 314 mil pessoas recebiam o RSI, o que significa menos 29 mil pessoas em 2012. O número de beneficiários desta prestação tem vindo a descer desde Julho, quando entraram em vigor as novas regras de atribuição de prestações do sistema de segurança social. Desde essa altura que, por exemplo, todas as pessoas com mais de 25 mil euros em depósitos bancários ficaram de fora do RSI. Os dados da Segurança Social mostram que em Outubro a maioria dos beneficiários (103. 679) era menor de 18 anos, uma tendência que é habitual. Na distribuição por sexos, 147. 864 dos apoiados são mulheres e 137. 247 são homens. Por centros distritais, o Porto mantém-se como aquele em que há registo de mais beneficiários (83. 606), seguido de Lisboa (com 59. 790) e de Setúbal (23. 567). O valor médio da prestação de RSI processado por cada família foi de 212, 16 euros e por cada beneficiário foi de 83, 05 euros. Na sexta-feira, o secretário de Estado da Segurança Social anunciou a contratação de mais 200 técnicos para acompanhar famílias beneficiárias do RSI em Vila Real, Setúbal, Lisboa e Porto, um investimento de cinco milhões de euros. Estes são distritos que, segundo o governante, apresentam “índices muito gravosos de número de processos por técnico”. O RSI será, em 2013, uma das prestações sociais que mais desce no Orçamento do Estado. Em 2012, o montante atribuído a esta prestação foi de cerca de 390 milhões de euros, mais 22% do que a verba orçamentada para o próximo ano.
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Palavras-chave homens social mulheres desemprego
Corpo de jovem indiana violada foi cremado numa cerimónia privada
Logo pela manhã deste domingo decorreram as cerimónias fúnebres da jovem estudante de medicina violada por seis homens. (...)

Corpo de jovem indiana violada foi cremado numa cerimónia privada
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.05
DATA: 2012-12-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Logo pela manhã deste domingo decorreram as cerimónias fúnebres da jovem estudante de medicina violada por seis homens.
TEXTO: O corpo da jovem indiana, violada por um grupo de seis homens, saiu de Singapura, onde a jovem esteve internada, chegou a Nova Deli na manhã deste domingo (noite de sábado em Portugal) e foi cremado numa cerimónia privada. Os acontecimentos deram origem a várias manifestações e provocaram um debate nacional sobre a violência contra as mulheres na Índia. Não tendo resistido aos ferimentos, a estudante de medicina de 23 anos morreu sábado no Hospital de Singapura. A jovem sofreu lesões cerebrais e internas provocadas pelo ataque que sofreu, no passado dia 16. A jovem e um amigo regressavam a casa depois de uma ida ao cinema, de autocarro, quando seis homens a violaram e agrediram ambos com barras de ferro, tendo depois atirado as vítimas para fora do veículo em andamento. O amigo sobreviveu e os seis suspeitos foram acusados de homicídio após a morte da jovem. No aeroporto, a Reuters viu os membros da família que estavam com a jovem em Singapura levar o seu corpo para casa, em Deli, numa ambulância com escolta policial. Posteriormente, o corpo foi transportado para um crematório onde se procederam às cerimónias fúnebres. Entretanto, tal como aconteceu no sábado, também este domingo os manifestantes vieram para as ruas de Nova Deli e de outras cidades para protestar contra a violência sobre as mulheres. Temas como a violação ou o infanticídio feminino raramente entram no discurso político indiano. Analistas dizem que a morte da mulher apelidada de "Amanat", uma palavra que significa "tesouro" em urdu, poderia mudar isso. Entre as principais cidades, Nova Deli tem o maior número de crimes sexuais, com uma violação, em média, a cada 18 horas, de acordo com dados da polícia. Os dados do Governo mostram que o número de casos aumentou quase 17% entre 2007 e 2011.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens homicídio violência ataque mulher violação mulheres corpo