Provas sobre novo massacre na Síria
Homs está de novo ligada à morte de pelo menos cem pessoas. Foram assassinadas e as suas casas queimadas. A BBC viu provas. (...)

Provas sobre novo massacre na Síria
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2013-01-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Homs está de novo ligada à morte de pelo menos cem pessoas. Foram assassinadas e as suas casas queimadas. A BBC viu provas.
TEXTO: Uma equipa da BBC visitou a localidade de Haswiya, nos arredores da cidade de Homs, onde viu corpos calcinados dentro de casas, rastos de sangue no cimento indicando que tinham sido arrastados. Ao lado do sangue, cartuchos de balas, muitos, ainda no chão. A jornalista da emissora britânica Lyse Doucet entrevistou moradores, ainda visivelmente chocados, sobre o crime da véspera. Alguns repetiram o que dizem as autoridades oficiais – que foi uma acção de islamistas ligados aos rebeldes. Mas outros disseram que a acção foi levada a cabo pelos soldados de Bashar al-Assad e que alguns até pediram desculpa por acções que os outros teriam levado a cabo sem ordens para tal. Os habitantes disseram que tinham morrido mais de 100 pessoas. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, organização ligada à insurreição com sede em Londres, falara de 106 mortos, entre eles mulheres e crianças. Houve execuções de famílias inteiras, disse o grupo, “uma delas de 32 pessoas”. Homs foi a cidade onde o exército matou, em Abril de 2011, 50 pessoas num protesto, mostrando o grau da repressão que estava disposto a exercer. Foi cercada, bombardeada, houve execuções. É na província de Homs que está Houla, local do massacre de 108 pessoas cujas imagens revoltaram o mundo – filas e filas de crianças estendidas no chão, mortas, a tiro, esfaqueadas, num quadro chocante. Quase metade dos mortos – 49 – eram crianças, segundo a ONU, que confirmou também a autorida do massacre, as milícias pró-regime Shabiha.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Berlusconi retira políticos corruptos das listas do seu partido
Apesar de estar envolvido em muitos escândalos (e julgamentos), o líder do Povo da Liberdade decidiu manter-se como candidato a primeiro-ministro. (...)

Berlusconi retira políticos corruptos das listas do seu partido
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.5
DATA: 2013-01-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Apesar de estar envolvido em muitos escândalos (e julgamentos), o líder do Povo da Liberdade decidiu manter-se como candidato a primeiro-ministro.
TEXTO: Silvio Berlusconi, antigo primeiro-ministro de Itália e de novo candidato ao lugar nas eleições de 24 e 25 de fevereiro, fez uma limpeza nas listas do seu partido, Povo da Liberdade — fez desaparecer velhos aliados ligados a escândalos de corrupção ou suspeitos de associação criminosa, numa tentativa de lavar a cara a esta formação política. Não se retirou ele próprio das listas, apesar de estar envolvido também em muitos casos, que vão de corrupção e lavagem de dinheiro a assédio sexual e incitamento de menores à prostituição — há vários julgamentos a decorrer em que Berlusconi é réu. Na segunda-feira, o secretário-geral deste partido de centro-direita, Angelino Alfano, disse que Nicola Cosentino (antigo conselheiro do Ministério da Economia em governos Berlusconi) não será candidato a deputado. Estava previsto que concorresse pelo círculo eleitoral de Nápoles (Campânia), e a justificação dada para o seu afastamento foi evitar que a oposição fizesse um aproveitamento político da circunstância de esta cidade ser o centro operacional da Camorra. Cosentino negou imediatamente qualquer comportamento incorrecto. "As escolhas não significam que tenhamos concluído que esta ou aquela pessoa sejam culpadas", disse Fabrizio Cicchitto, chefe da bancada parlamentar do Povo da Liberdade na Câmara Baixa do Parlamento de Roma. "Acredito que Cosentino está inocente e que está a ser alvo de uma campanha muito dura por parte dos media e dos juízes", acrescenta. Consentino é suspeito de ter ligações à máfia napolitana, em concreto ao núcleo de Casal di Principe. Ao todo sete deputados desapareceram das listas, quatro deles da região a que Nápoles pertence. Consentino tem sido o mais mediatizado e, não sendo candidato, poderá ser preso mal perca a imunidade parlamentar — e, referia uma análise do jornal italiano Corriere della Sera, é impossível perceber se esta varridela terá impacte nas eleições. Outro político que não voltará ao parlamento é Marcello Dell’Utri, senador pela Sicília e um dos mais antigos aliados de Berlusconi. Está também a responder numa investigação sobre associação à máfia e existem outras acusações contra ele, por exemplo de evasão fiscal. As sondagens realizadas pelo partido de Berlusconi dizem que o Povo da Liberdade subirá 2% em relação às sondagens independentes. Os números avançados na semana passada pelo Instituto SWG, mostravam a aliança de centro-esquerda liderada pelo Partido Democrata, de Pier Luigi Bersani, a obter 33% dos votos, enquanto Berlusconi e os seus aliados da Liga Norte se ficavam pelos 27%. O Corriere notava que, apesar da pressão pública contra os políticos corruptos e ligados a actividades criminosas, a ausência de Cosentino pode fazer Berlusconi perder votos na Campânia. Ao decidir limpar as listas de candidatos a deputados, Berlusconi não fez mais do que os seus adversários — apesar de ter resistido, chegando a defender publicamente Nicola Cosentino. Tanto Bersani como Mario Monti (o senador e actual primeiro-ministro, que avança como representante de um bloco centrista) comprometeram-se no início do processo eleitoral a não incluir indivíduos ligados a qualquer género de crime, ou suspeitos, nas suas listas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime prostituição género sexual assédio
Retirar filhos a mulher que recusou laquear trompas “fere os mais elementares direitos humanos”
Sete dos dez filhos de mulher residente em Sintra deverão ser entregues para adopção. Presidente da Associação de Famílias Numerosas diz que decisão “é estalinismo”. (...)

Retirar filhos a mulher que recusou laquear trompas “fere os mais elementares direitos humanos”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.166
DATA: 2013-01-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sete dos dez filhos de mulher residente em Sintra deverão ser entregues para adopção. Presidente da Associação de Famílias Numerosas diz que decisão “é estalinismo”.
TEXTO: Numa carta aberta, a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) questionou nesta quarta-feira o Governo sobre se a “imposição da obrigação da esterilização” a uma mulher a quem foram retirados sete filhos foi uma “decisão infeliz” dos serviços ou se se insere nas “orientações políticas” actuais. “Mas que raio de tribunais é que nós temos? Os tribunais podem fazer uma coisa destas?”, indigna-se o presidente daquela associação. A APFN refere-se a um caso noticiado recentemente. O Tribunal de Sintra ordenou que fossem retirados a Liliana Melo sete dos seus dez filhos. A ideia é que as crianças, entre as quais dois gémeos de quatro anos, possam vir a ser adoptadas. Os menores “estão institucionalizados e sem contacto com os pais e irmãos”, diz a APFN numa carta aberta dirigida ao primeiro-ministro e ao ministro da Solidariedade e Segurança Social. “Estes filhos perderão, para sempre, a ligação aos seus pais e à sua família biológica”, critica. A associação diz que o caso “fere os mais elementares direitos humanos”. A decisão judicial sustenta-se nas dificuldades económicas da família e no incumprimento, ao longo de anos, de algumas das medidas previstas no acordo de promoção e protecção de menores de que esta estava a ser alvo. Uma dessas medidas era que a mãe tivesse que provar que estava a ser acompanhada num hospital tendo em vista a laqueação de trompas. Mas esta nunca o fez. E, em 2010, o tribunal dava nota de que a progenitora persistia na rejeição à laqueação das trompas. “Esterilização compulsiva” O caso foi desencadeado pelo alerta de uma escola, em 2005. Uma das meninas, então com cinco anos, faltava frequentemente. Em 2007 foi aberto um processo na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Sintra Oriental e o agregado passou a ser alvo de atenção. À mãe e ao pai, que estava quase sempre ausente, foi apresentada uma série de medidas que deveriam cumprir. Não há qualquer registo no processo a maus tratos aos filhos – fala-se, aliás, dos fortes laços na família. Mas regista-se desorganização da mãe, que não tinha emprego, falta de higiene, faltas a consultas e a reuniões com os técnicos, problemas com documentos, vacinas em atraso e. . . uma sucessão de gravidezes da mãe, por vezes não-vigiadas. Em vários momentos do processo a não-laqueação das trompas é mencionada como uma das falhas no cumprimento, por parte da mãe, do acordo de protecção de menores. Em declarações à agência Lusa, o presidente da APFN afirmou que esta situação “é o cúmulo dos cúmulos” da “violência contra as mulheres”. “Nós queremos saber pela boca do senhor primeiro-ministro e do ministro responsável pela área da Solidariedade e Segurança Social se a política do Estado é a esterilização compulsiva das mulheres”, disse Fernando Castro, considerando que esta é “única e exclusivamente uma prática de estados totalitários”. Apesar de ser uma decisão judicial, referiu que “foram técnicos da Segurança Social que impuseram a essa mulher a condição de 'ou faz laqueação de trompas, ou os seus filhos são-lhe retirados'”. “Mas que raio de tribunais é que nós temos? Os tribunais podem fazer uma coisa destas? […] Quem é que apresentou queixa? Que lei é que existe, e ao abrigo de que artigo da Constituição, que permite alguém pôr uma queixa deste género e o tribunal” tomar esta decisão?, perguntou. Esta decisão “é o mais inconstitucional possível, é estalinismo” e estas “normas não podem existir”, defendeu. Contactada pela Lusa, a presidente da Comissão de Protecção de Menores de Sintra Ocidental esclareceu que “a laqueação das trompas nunca pode ser uma imposição”. “A laqueação das trompas é um acto médico e tem de ter sempre o consentimento da mãe”, explicou Teresa Villas. Por outro lado, assegurou, “em Sintra nenhuma criança é retirada por problemas económicos”. O processo seguiu para tribunal porque a mãe “não cumpria rigorosamente nada” do acordo estabelecido com os técnicos. “É uma mulher que é resistente à intervenção, não ajuda os serviços em nada. Nós combinamos uma coisa com ela e ela faz outra, os miúdos continuam sozinhos em casa, entregues a eles próprios, arranja sempre uma ama, que nunca chegamos a conhecer”, contou. A sentença judicial determinou que as filhas mais velhas, menores, ficassem com a mãe, mas considerou que os mais pequenos, com idades entre os seis meses e os sete anos, estavam em risco. Foram retirados à mãe e deverão ser entregues para adopção.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei escola humanos violência tribunal mulher ajuda social criança género mulheres
Quase toda a pintura de Manet é retrato
Exposição em Londres reúne 50 obras do artista francês a quem devemos alguns dos ícones da pintura universal, como Le déjeuner sur l'herbe e Olímpia. A Royal Academy acredita que tem em mãos um blockbuster, mesmo que haja críticos “decepcionados” (...)

Quase toda a pintura de Manet é retrato
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Exposição em Londres reúne 50 obras do artista francês a quem devemos alguns dos ícones da pintura universal, como Le déjeuner sur l'herbe e Olímpia. A Royal Academy acredita que tem em mãos um blockbuster, mesmo que haja críticos “decepcionados”
TEXTO: Édouard Manet é o pintor das cenas de rua apinhadas de gente, em que podemos facilmente imaginar o burburinho das conversas cruzadas e a luz que ilumina os vestidos das mulheres e as casacas escuras dos homens de cartola. Mas é também o pintor dos retratos na intimidade de uma sala de estar ou de um atelier, dos óleos que parecem roubar à fotografia a intenção do “instantâneo”. A escala – épica ou doméstica, como escreve o diário britânico The Guardian – é-lhe indiferente. Manet não muda a forma de trabalhar. Figura-chave da pintura do século XIX, Édouard Manet (1832-1883) é muitas vezes arrumado na prateleira dos impressionistas, embora seja mais correcto, defendem muitos, inscrevê-lo na transição do realismo para a modernidade, sem o rótulo "impressionista" que se pode atribuir com justeza a artistas como Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir e Edgar Degas. Manet: Portraying Life, a exposição que a Royal Academy de Londres inaugura no próximo sábado, não está interessada em analisar este equívoco. Preocupa-se, sobretudo, com o Manet-retratista, partindo de 50 pinturas que pertencem a colecções públicas e privadas espalhadas pela Europa, Ásia e Estados Unidos. É certo que faltam obras-primas como Olímpia, Almoço na Relva/Le déjeuner sur l'herbe (a primeira versão), A Varanda e O Bar do Folies Bergère, mas estão lá outras como O Caminho-de-Ferro, Berthe Morisot com Violetas e, sobretudo, Música no Jardim das Tulherias, uma espécie de retrato colectivo da sociedade parisiense do século XIX. Estão lá os amigos escritores, críticos e músicos, primeiros entusiastas da sua arte, que tantas vezes lhe serviram de modelo. Estão lá também os familiares, em particular a mulher com quem casou em 1863, Suzanne Leenhoff – Léon, o adolescente de As Bolas de Sabão (1867), pintura que os comissários da exposição pediram emprestada ao Museu Gulbenkian, em Lisboa, é o filho ilegítimo desta talentosa pianista. Manet haveria de pintá-lo noutras ocasiões. O crítico e político Antonin Proust, o jornalista Théodore Duret, os escritores Émile Zola e Charles Baudelaire, as pintoras Eva González e Berthe Morisot são alguns dos artistas e intelectuais que fazem parte desta exposição que a Royal Academy acredita venha a ser um dos blockbusters do ano. Mas há ainda muitos anónimos, como a cantora de rua que come uvas, e os seus modelos femininos, em especial o favorito, Victorine Meurent, a quem Manet vai buscar o rosto da mulher que, causando grande escândalo, retrata nua entre dois homens numa das suas obras mais importantes, Le déjeuner sur l'herbe (1863). “[Manet] é uma figura enigmática que, de certa forma, temos tendência a evitar”, disse ao diário espanhol El País a comissária da exposição, Mary Anne Stevens, na sua apresentação à imprensa. Mas “sem ele não se pode compreender a história da arte depois de 1850”, acrescentou Larry Nichols, conservador do Museu de Arte de Toledo, no Ohio, e co-comissário de Manet: Portraying Life. Para o crítico de arte do Guardian, a exposição da Royal Academy está longe de ser tão marcante como a que o Museu do Prado, em Madrid, e o D’Orsay, em Paris, dedicaram ao pintor em 2003 e 2011, respectivamente. Adrian Searle saiu da Royal Academy “desiludido” e defende que Manet: Portraying Life não procura olhar para a obra deste francês sob uma nova perspectiva nem aprofundar leituras já existentes – limita-se a explorar o papel do retrato no seu percurso. E sem grande interesse. Mesmo assim, diz, vale a pena a visita. Até porque, independentemente do que estivesse a pintar – uma cena de exterior, como Música no Jardim das Tulherias, ou apenas um modelo no atelier, como Berthe Morisot com Violetas –, Manet fazia sempre retrato. E é desafiante perceber como. “O que é incontornável, mesmo nesta exposição decepcionante, é a capacidade de Manet para manipular diferentes registos na pintura”, escreve Searle nas páginas do diário britânico. “Quer prestando homenagem a um passado mais distante (Rubens, Velázquez, Ticiano, Frans Hals e Chardin) ou pegando no realismo de Gustave Courbet e nos modos dos salonistas seus contemporâneos, Manet estava constantemente a enriquecer a sua arte, desenvolvendo uma perversa síntese do passado e do mundo à sua volta. ”O pintor, que morreu com apenas 51 anos, deixou um extenso corpo de obras (cerca de 400) e continua a provocar acesas disputas em leilão. E é por ser tão popular que a Royal Academy, prevendo uma grande afluência de público, decidiu prolongar os horários das visitas às sextas e sábados. Manet: Portraying Life acaba a 14 de Abril.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens filho mulher adolescente espécie mulheres doméstica corpo cantora
Juízes dizem que perigo foi o único motivo para retirar sete filhos a mãe
Conselho Superior da Magistratura pronuncia-se sobre retirada de filhos a mãe que não cumpriu acordos de protecção. Menores deverão ser entregues para adopção. (...)

Juízes dizem que perigo foi o único motivo para retirar sete filhos a mãe
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Conselho Superior da Magistratura pronuncia-se sobre retirada de filhos a mãe que não cumpriu acordos de protecção. Menores deverão ser entregues para adopção.
TEXTO: O Conselho Superior da Magistratura (CSM) emitiu na noite desta sexta-feira um comunicado sobre o caso da mãe a quem foram retirados, em Junho de 2012, sete dos seus dez filhos e entregues ao cuidado de instituições de acolhimento, tendo em vista a sua futura adopção. Garante que a decisão dos juízes do Tribunal de Sintra “funda-se unicamente na existência de perigo concreto e objectivo para os menores, quanto à satisfação das suas necessidades básicas de protecção e de cuidados básicos relativos à sua saúde e segurança”. “Não foi fundamento da decisão do tribunal, para aplicação das medidas concretas de protecção, qualquer incumprimento de hipotética obrigação de laqueação das trompas por parte da mãe dos menores”, sublinha o conselho num comunicado onde diz que órgãos de comunicação social fizeram referências “descontextualizadas” ao assunto. O acórdão de Maio de 2012 do Tribunal de Sintra passa em revista anos de intervenção junto da família de Liliana Melo, cabo-verdiana, a viver em Portugal há 20 anos. E enumera os vários problemas detectados, entre os quais: falta de higiene da casa e das crianças; menores a tomar conta de menores desde tenra idade; gravidez adolescente de duas meninas (uma das quais com 13 anos); vacinas e consultas em atraso; absentismo escolar. . . Em 2007 foi feito um primeiro acordo de promoção e protecção. Previa medidas que obrigavam a mãe a vacinar as crianças, tratar da sua higiene, acompanhá-las na escola, assegurar as consultas médicas, supervisioná-las. . . Em 2009 aditaram-se ao acordo mais medidas, como esta: “A mãe terá que fazer prova do seu acompanhamento no Hospital Fernando Fonseca, no âmbito do seu processo de laqueação de trompas”, lê-se no acordo citado no acórdão pelo colectivo de juízes de Sintra. Falta tudo, menos afectoOs juízes citam depois os relatórios da Equipa de Crianças e Jovens (ECJ), que assessora o tribunal e é tutelada pela Segurança Social, que ao longo dos anos vão dando conta de vários incumprimentos por parte da mãe. Mantinham-se vários dos problemas iniciais. A casa não tinha então condições de higiene e segurança. Mas não só. Num relatório de Fevereiro de 2010, diz-se: “A progenitora afirmou que tinha-se inscrito para laqueação das trompas, aguardando chamada, mas o hospital informou que não é verdade que exista qualquer pedido ou inscrição”. Em Agosto de 2010, outro relatório refere que “a progenitora persistia na rejeição à laqueação de trompas”. A cabo-verdiana, muçulmana, que alimentava os filhos graças, em grande medida, aos produtos do Banco Alimentar, diz que nunca concordou com a laqueação porque a sua religião não permite essa intervenção. Por fim, no acórdão, analisa-se se “é adequado” retirar as crianças à mãe tendo em vista futura adopção. Os juízes dizem que os factos mostram que há ausência de comida, de higiene, de cuidados de saúde, de supervisão, uma criança não registada, entre outros problemas. Não há maus tratos, e há laços de afecto, mas verifica-se uma impotência da progenitora para prestar os cuidados necessários a um agregado tão numeroso e com um pai ausente. Diz-se ainda que, “ao contrário do que se havia comprometido no acordo de promoção e protecção, [Liliana] não procedeu à laqueação das trompas e desde a instauração da acção até ao presente nasceram mais quatro menores”. Considera-se que o nascimento dessas crianças agravou a situação económica e de falta de organização da família. Algumas páginas à frente, decide-se retirar sete das crianças à família, com idades entre os sete anos e os seis meses. Família “disfuncional”A presidente do Tribunal de Sintra, Rosa Vasconcelos, também prestou hoje declarações à agência Lusa. Diz que as crianças lhe foram retiradas porque a família era “estruturalmente desorganizada”. E que “a laqueação de trompas” não foi “determinada pelo tribunal”. Mais: “Não foi pela senhora não fazer planeamento familiar que as crianças foram institucionalizadas”. “Fala-se na sentença nisso, mas isso é uma questão incidental, não foi isso que determinou a sentença. Quando muito, isso evitaria o nascimento de outras crianças, não supriria os riscos das existentes”, sustentou. A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), por seu lado, fez um “esclarecimento público”. “A mãe, efectivamente, não procedeu à laqueação das trompas —o que traduziu uma violação de um compromisso assumido em acordo de promoção e protecção”. Mas esse facto, sustenta a ASJP, “não determinou a confiança dos menores a uma instituição por essa razão”. “É uma família bastante disfuncional a quem durante anos foram dadas várias oportunidades”, acrescentou ainda Rosa Vasconcelos. Mas há “um momento em que o tribunal tem que pôr mão e um travão às situações”. Também hoje, o presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, afirmou que não se pode impor a laqueação de trompas a uma mulher com capacidade de fazer escolhas livres. A laqueação não deve sequer ser aconselhada a uma mulher, por esta não ter condições para criar os filhos, disse. “Mesmo que se comprove que uma mãe maltrata os filhos, isso não pode levar a qualquer tipo de pressão para laquear as trompas”, disse, por seu lado, o presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Miguel Oliveira da Silva. “Em caso algum” esse procedimento médico pode ser “condicionado ou relacionado com a possibilidade de se retirar o poder parental a uma mãe que maltrate os filhos”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola tribunal mulher adolescente social violação criança
Norberto Lobo nomeado para melhor álbum europeu independente
A guitarra de Noberto Lobo compete com as canções dos The xx, Alt-J ou Django Django. (...)

Norberto Lobo nomeado para melhor álbum europeu independente
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.333
DATA: 2013-01-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: A guitarra de Noberto Lobo compete com as canções dos The xx, Alt-J ou Django Django.
TEXTO: O músico português Norberto Lobo está nomeado com Mel Azul para o prémio de melhor álbum europeu independente de 2012, que é atribuído pela Impala, a organização que reúne várias editoras discográficas independentes da Europa. A lista dos nomeados desta terceira edição do prémio apresenta 18 álbuns de países como Reino Unido, Espanha, França ou Suécia. De Portugal está nomeado o guitarrista Norberto Lobo, da etiqueta independente Mbari. Entre os nomeados estão, por exemplo, os ingleses The xx (Coexist), Alt-J (An Awesome Wave) e Django Django (Django Django), a sueca El Perro Del Mar (Pale Fire) ou o espanhol John Talabot (Fin). Os prémios Impala vão apenas na terceira edição – premiaram em 2012 a cantora inglesa Adele com 21 – e pretendem “celebrar o generoso talento e diversidade musicais das edições discográficas independentes na Europa”. O vencedor é escolhido independentemente das vendas. A organização Impala, criada em 2000, reúne mais de quatro mil membros, pequenas e médias editoras independentes, que não integram as grandes marcas discográficas.
REFERÊNCIAS:
Fecho de salas da Castello-Lopes deixa Açores, distrito de Viana e cinco cidades sem cinema
O encerramento de cerca de metade das salas da distribuidora afectará cinemas em Viana, São João da Madeira, Covilhã, Leiria, Loures, Seixal, Guia e Ponta Delgada. (...)

Fecho de salas da Castello-Lopes deixa Açores, distrito de Viana e cinco cidades sem cinema
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: O encerramento de cerca de metade das salas da distribuidora afectará cinemas em Viana, São João da Madeira, Covilhã, Leiria, Loures, Seixal, Guia e Ponta Delgada.
TEXTO: A exibidora Socorama Castello-Lopes vai encerrar até quinta-feira 49 das suas 106 salas de cinema, levando ao despedimento de 75 trabalhadores, disse na terça-feira à agência Lusa um dos responsáveis da empresa. Desses 49 ecrãs, todos integrados em centros comerciais da Sonae Sierra, oito representam a inexistência de exibição cinematográfica no arquipélago dos Açores (quatro salas) e no distrito de Viana do Castelo (quatro salas), ficando também Covilhã, Loures, São João da Madeira, Guia e Seixal sem cinemas (32 salas). A Sonae Sierra, em comunicado, diz estar a analisar "opções de exploração destes espaços" na expectativa de que reabram "a curto prazo". A decisão afectará oito complexos de cinema localizados em centros comerciais do grupo Sonae Sierra [do mesmo grupo a que pertence o PÚBLICO] em Viana do Castelo (quatro salas, as únicas no distrito), São João da Madeira (cinco ecrãs, os únicos da localidade), Covilhã (quatro salas, as únicas no concelho, restando um cinema multiplex na sede do distrito de Castelo Branco), Leiria (sete salas), Loures (o fecho das sete salas da Castello-Lopes faz com que a cidade fique sem cinemas), Seixal (fica também sem cinemas, fechando a exploração destes sete ecrãs), Guia (nove salas que ficam sem exploração) e Ponta Delgada (quatro salas, as únicas do arquipélago dos Açores). “Não conseguimos chegar a acordo [com a Sonae Sierra] para dar continuidade à exploração de cinema. Eram condições impossíveis de continuar, dada a quebra no sector”, justificou à Lusa João Paulo Abreu, da administração da exibidora. Questionado pelo PÚBLICO quanto a essas condições e às negociações com a Sonae Sierra, João Paulo Abreu indicou apenas que "os preços estipulados" eram incompatíveis com "as quebras significativas" sofridas pela Socorama-Castello Lopes Cinemas em termos de receitas provenientes das bilheteiras. A Sonae Sierra confirmou entretanto em comunicado "não ter chegado a acordo com o operador dos cinemas Castello-Lopes para a continuidade de exploração dos cinemas nos centros comerciais da empresa onde este operador está presente, pelo que o encerramento das salas deverá acontecer em breve". Na mesma nota enviada ao PÚBLICO, a Sonae Sierra adianta que, "durante anos de contrato, a Sonae Sierra apoiou regularmente a Castello Lopes com o intuito de viabilizar a operação dos cinemas. No entanto, e apesar do apoio dado, a Castello Lopes acumulou uma dívida de valor muito elevado e não reuniu outras condições necessárias à viabilização da operação dos cinemas", sem precisar o valor da dívida. "Estão em análise diferentes opções de exploração destes espaços, que esperamos se traduza numa abertura dos mesmos a curto prazo", indica a empresa. O despedimento colectivo abrangerá 55 trabalhadores, devendo a empresa não renovar contrato a outros 20 funcionários. João Paulo Abreu afirmou à Lusa que os trabalhadores serão informados da decisão até quinta-feira. O administrador lamentou o encerramento das salas, pelos despedimentos e pela redução de oferta cinematográfica em algumas localidades - como Viana do Castelo e Ponta Delgada - e afirmou que a empresa “tentará reunir as condições para manter as outras salas”. Ao PÚBLICO João Paulo Abreu adiantou que a Socorama-Castello Lopes vai "sofrer uma reestruturação profunda" para "continuar com os outro oito complexos em funcionamento", que incluem cerca de 40 ecrãs de cinema. Conforme informa no seu site, a Socorama - Cinemas, SA "opera na área de exibição de cinema sob a insígnia Castello-Lopes Cinemas. Esta empresa resultou da fusão de duas das mais antigas empresas de exibição de cinema a operar em Portugal e que foram adquiridas pelo grupo JRP em 1998". A Socorama Castello-Lopes detém 106 salas de cinema e em 2012 registou 12, 6 milhões de euros de receita bruta de bilheteira. Apesar de ser a segunda maior exibidora, atrás da Zon Lusomundo Cinemas (recorde-se que a Zon está em processo de fusão com a Optimus, da Sonaecom, empresa do grupo Sonae), a Castello-Lopes registou uma quebra de 1, 7 milhões de euros em relação a 2011. Quanto ao número de espectadores, de acordo com dados do Instituto do Cinema e Audiovisual de 2012, a empresa registou também quebras - por retracção do consumo dos portugueses - de cerca de 375 mil bilhetes vendidos. São João da Madeira fica sem 750 lugaresA notícia chegou pelo PÚBLICO online, seguiu-se um telefonema para marcar uma reunião para o final da tarde e os receios adensaram-se. Susana Moreira, que faz parte da gerência do cinema do centro comercial 8. ª Avenida em São João da Madeira, ficou abalada com a possibilidade do fecho das cinco salas Castello-Lopes do shopping e o despedimento dos oito funcionários - três homens e cinco mulheres, a maioria na casa dos 20 anos. “Penso que não será uma decisão acertada, que se justifique, embora não tenha acesso às contas. São João da Madeira ficará sem salas de cinema, não haverá cinema num raio de 40 quilómetros. . . só no Porto ou em Aveiro”, referia ao início da tarde de terça-feira. Às cinco salas correspondem 750 lugares. Daniela Silva, 19 anos, atendia os clientes. Foi apanhada de surpresa pela decisão que lhe parece uma coincidência. “O meu contrato termina na quinta-feira, supostamente não o actualizaram porque o cinema ia fechar”, comenta. Os colegas têm contratos mais extensos, o seu foi feito para apenas seis meses naquele que é o seu primeiro emprego, um part time de quatro horas por dia. “Não estava à espera e fico triste pelos meus colegas. ” O colega que a substituiu no turno de ontem, funcionário efectivo, não quis falar do assunto. O casal Maria Gracia e Carlos Aguiar compra bilhetes para a sessão da tarde e escuta a novidade. “Se houver um abaixo-assinado a contestar a decisão, também assino”, promete Maria Gracia. O marido concorda e comenta: “Se quisermos ver cinema, temos de ir para o Porto. . . cada vez é mais longe. ” “E ficará mais caro”, acrescenta Maria Gracia. "Enorme retrocesso" nos AçoresDeixaram de funcionar as quatro salas dos Açores, no Centro Comercial Parque Atlântico, em Ponta Delgada. Inauguradas em 2003, eram o único cinema comercial em funcionamento no arquipélago, pois tanto as duas salas do Centro Solmar, em Ponta Delgada, como as do Teatro Faialense, na Horta, e do Centro Cultural, em Angra do Heroísmo, mantêm uma actividade esporádica, com ciclos de cinema e actividade cultural dependente da política autárquica. Na última reunião da Câmara Municipal de Ponta Delgada, realizada a 21 de Janeiro, os vereadores eleitos pelo PS alertaram para o “enorme retrocesso da oferta cultural” que se verificará com o encerramento das últimas quatro salas que exibem cinema em permanência em Ponta Delgada”. Os socialistas afirmaram que, “apesar da transformação tecnológica que alterou o padrão de consumo de cinema e mesmo considerando a austeridade que vivemos, não se pode aceitar passivamente o eventual fim de uma oferta cultural tão importante num concelho com 67. 000 pessoas”. O PS conseguiu ainda que toda a vereação aprovasse por unanimidade o “reconhecimento do retrocesso cultural” que constituirá o encerramento da exibição de cinema em permanência em Ponta Delgada. Também por proposta do PS, a câmara irá contactar a empresa que presta o serviço em causa com o intuito de “equacionar” possíveis soluções para o problema. Os socialistas declararam ainda: “Embora, nas actuais circunstâncias, sejamos contra a subsidiação da actividade comercial em causa, nós não excluímos a possibilidade de apoios indirectos que possam evitar o encerramento das referidas salas de cinema. ”Na Madeira, as salas da Castello-Lopes no Madeira Shopping, inaugurado em 2001, deixaram de projectar cinema logo no início do ano. Na cidade do Funchal funcionam apenas as seis salas do Fórum Madeira, abertas em 2007, cuja concorrência terá sido determinante para o encerramento daquele multiplex. Sem regularidade, no Teatro Municipal têm sido promovidos ciclos de cinema, com o apoio do departamento cultural da câmara.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Penas mais severas para o crime de violação na Índia têm o acordo do Presidente
A nova legislação prevê duplicar as penas e introduz a possibilidade da prisão perpétua e da condenação à morte se houver falecimento ou danos irreversíveis para a vítima. (...)

Penas mais severas para o crime de violação na Índia têm o acordo do Presidente
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: A nova legislação prevê duplicar as penas e introduz a possibilidade da prisão perpétua e da condenação à morte se houver falecimento ou danos irreversíveis para a vítima.
TEXTO: O Governo da Índia recomendou e o Presidente Pranab Mulherjee aprovou um novo pacote de leis que endurece as penas e prevê a condenação à morte por violação, escreve a BBC. A lei entra já em vigor por um período de seis meses mas, para ser confirmada depois disso, tem de ter a aprovação do Parlamento. A legislação actual prevê, para os violadores, penas de prisão entre sete e dez anos. Com o novo pacote, a sentença para violação por um grupo, por um polícia ou uma figura da autoridade, ou violação de menor passa para o dobro – 20 anos –, podendo chegar à prisão perpétua e à condenação à morte no caso de a vítima morrer ou ficar num “estado vegetativo persistente”. Até agora, a pena de morte estava prevista para os “mais raros dos casos raros”, escreve a BBC. Em Novembro, foi condenado à morte o único atirador sobrevivente dos atentados terroristas de 2008 em Bombaim. Foi o primeiro condenado a receber a pena capital nos últimos oitos anos. Mas a violação colectiva de uma jovem por um grupo de homens num autocarro em Nova Deli, a 16 de Dezembro, veio mudar o estado das coisas. A estudante de 23 anos viria a morrer dias depois no hospital. O caso foi acompanhado de uma onda de grande indignação, com manifestações e apelos para que os acusados deste caso em particular sejam condenados à morte e os violadores enfrentem em geral penas mais severas. Também foram pedidas medidas de protecção para as mulheres. Os cinco membros do grupo que violou a estudante estão a ser julgados e enfrentam a pena de morte, caso sejam condenados. Um sexto suspeito, com 17 anos, será julgado por um tribunal de menores.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens lei tribunal prisão violação mulheres
Acabaram-se as noites de música nas Catacumbas do Bairro Alto
No princípio, era um café de bairro, chamado Malita. Na década de 1980 deixou-se conquistar pelo jazz e foi as duas coisas ao mesmo tempo. Meio século depois, a decisão de fechar. Este sábado foi o último. (...)

Acabaram-se as noites de música nas Catacumbas do Bairro Alto
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.25
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: No princípio, era um café de bairro, chamado Malita. Na década de 1980 deixou-se conquistar pelo jazz e foi as duas coisas ao mesmo tempo. Meio século depois, a decisão de fechar. Este sábado foi o último.
TEXTO: Era uma noite normal, mais uma jam session no Catacumbas. De repente, Manuel Pais viu entrar um grupo de negros que lhe pareciam saídos de Harlem, Nova Iorque. Estavam com um cliente habitual do bar que decidiu levá-los ali. Eram de Nova Orleães e estavam em Lisboa porque no dia seguinte tocaram na Festa do Avante. "I think we are going to play too", disse um deles. E os músicos que lá estavam deram-lhes a vez. E as mulheres decidiram dançar: afastaram-se as mesas e era Nova Orleães que estava ali, naquele bar de jazz do Bairro Alto. Não é o único episódio do género que Manuel Pais (Catman) guarda de todos os anos em que esteve à frente do Catacumbas Jazz Bar, no Bairro Alto, que fechou neste fim-de-semana, com duas noites dedicadas ao jazz e ao blues. "Passou por lá para uma jam session muita gente que vinha para tocar em concertos maiores", recorda JP Simões. Ao mesmo tempo, era "um sítio muito aberto a todo o tipo de músicos", mesmo os menos experientes, diz Petra Pais, com Catman uma das vozes de Nobody"s Bizness, banda que nasceu no Catacumbas. Muitos deram os primeiros passos naquele bar. Como ela própria. Tinha pouco mais de 20 anos, trabalhava num restaurante do Bairro Alto e acabava muitas noites naquele bar. Numa dessas vezes um amigo disse "ela canta" e ela não pôde dizer que não. E afinal correu tão bem que Manuel Pais a convidou para cantar com ele. Primeiro estiveram juntos em Mojo Hand, agora em Nobody"s Bizness. "Na altura não havia as escolas de jazz que há hoje, era muito difícil para quem queria começar", diz Manuel Pais. "E até hoje continuo a ter músicos jovens. "A sala de baixo do MalitaAs memórias de Petra Pais são de um passado recente, já depois da reconversão do Catacumbas, em 1998. O princípio desta história está no final da década de 1940, quando Manuel Pais (não Catman, o pai) chegou do Alentejo para trabalhar no Bairro Alto. Tinha 14 anos. Passou por vários cafés até abrir um seu, em 1963. Chamava-se Malita. No início dos anos 80, o filho, com os seus 18 anos, começou a tentar criar um espaço para um outro público, mais jovem, numa sala de baixo. Foi na altura em que uma nova geração se apoderava do Bairro Alto, até então frequentado por prostitutas, marinheiros e gente do jogo. "Comecei a pôr umas fotografias de autores portugueses nas paredes, uma aparelhagem para um som de fundo, umas luzes mais escuras, para um ambiente mais underground. "Começaram a aparecer os artistas, os jornalistas (na época aquele ainda era o bairro dos jornais). E foram os clientes que baptizaram a sala de baixo do Malita de "Catacumbas". No princípio era o rock, depois - à medida que Manuel Pais foi descobrindo outros géneros - o jazz e o blues começaram a tomar conta daquelas noites. Na sala de cima, o Malita continuava a funcionar. Bairro velho, bairro novoA separar o café do bar havia umas portas de vaivém de que ninguém se esquece. "Era muito engraçado porque era uma tasca autêntica de bairro, como tantas outras. Mas depois havia uma portinha e de repente estávamos nas Catacumbas", recorda Vítor Junqueira, cliente habitual nos anos 80, para quem o Catacumbas bar teve um papel importante na afirmação do Bairro Alto como espaço de diversão nocturna. "Tínhamos ali o Bairro Alto mais antigo, das tascas, e ao mesmo tempo, no mesmo sítio e sob a mesma gerência, tínhamos já um Bairro Alto novo, um bar com uma decoração completamente diferente, mais moderna. " Até ao dia da mudança. Em 1998, o Malita deixou de existir - os clientes dispersaram-se pelos outros cafés da vizinhança - e todo o espaço passou a bar de jazz e começou a ter música ao vivo. A entrada mudou da Rua da Rosa para a Travessa da Água-da-Flor e foi assim que o Catacumbas chegou aos dias de hoje. Há não muitos dias, Manuel Pais publicou no Facebook uma espécie de carta de despedida, em que era anunciada a última noite do Catacumbas, meio século depois de o seu pai ter ali aberto o Malita. No mesmo espaço haverá um novo bar, de outras pessoas. Mas que não será de jazz nem de música ao vivo. "As pessoas perguntam porquê, porquê", diz-nos Manuel Pais. Por tudo, responde: "A crise, uma certa insatisfação com aquilo que é o público do Bairro Alto, também algum cansaço da minha parte, querer parar um pouco. " Nas noites de sexta-feira e de sábado houve jazz e blues, bar cheio, muitos amigos. Foram as últimas. Acabou-se a música nas Catacumbas do Café Malita.
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Número de novos casos de cancro impede mortalidade de baixar
Em 2011, o cancro foi a causa de morte de 25.593 pessoas, com o número de novos casos a crescer. (...)

Número de novos casos de cancro impede mortalidade de baixar
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em 2011, o cancro foi a causa de morte de 25.593 pessoas, com o número de novos casos a crescer.
TEXTO: Apesar de se ter conseguido baixar a mortalidade de muitos tumores, o número de novos casos de cancro diagnosticados todos os anos faz com que o número de mortes associadas a esta doença esteja a aumentar em Portugal, com 25 mil óbitos registados por ano. Esta segunda-feira é Dia Mundial de Luta contra o Cancro. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2011 o cancro foi a causa de morte de 25. 593 pessoas em Portugal, o que representa mais 611 casos do que no ano anterior e aproxima a mortalidade desta doença da que é registada nas doenças do aparelho circulatório. Nos últimos dez anos estima-se que a subida no número de mortes seja da ordem dos 17%, sendo que nos próximos 20 a 40 anos tanto o número de novos casos como a mortalidade associada a estas patologias podem duplicar. Quanto ao tipo de tumores, os cancros do cólon, recto e ânus estão entre os que mais matam, assim como os cancros da laringe e brônquios, o cancro do pulmão e do estômago. No caso do cancro do pulmão, é de notar que estão a surgir mais casos entre mulheres. No Dia Mundial de Luta contra o Cancro, o director do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, citado pelo Jornal de Notícias, assegurou que estão em curso diligências para alargar os rastreios existentes no país, já que o diagnóstico precoce é essencial para reduzir a mortalidade nos vários tipos de cancro. O responsável admite também que, depois de feitos todos os levantamentos nos hospitais do país, se façam alterações à rede oncológica nacional.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte doença mulheres