Dezasseis por cento dos pais partilharam licença parental com a mãe em 2010
Há cada vez mais homens a cuidar dos filhos bebés, mas os números ainda deixam a desejar. Em 102 mil crianças nascidas em 2010, só 16 mil pais partilharam a licença (...)

Dezasseis por cento dos pais partilharam licença parental com a mãe em 2010
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há cada vez mais homens a cuidar dos filhos bebés, mas os números ainda deixam a desejar. Em 102 mil crianças nascidas em 2010, só 16 mil pais partilharam a licença
TEXTO: São cada vez mais os pais que decidem ficar em casa após o nascimento dos filhos, mas, ainda assim, a maioria dos homens continua a deixar o cuidado de um bebé de meses nas mãos da mulher. No ano passado, 16 por cento dos pais ficaram em casa para cuidar dos filhos, uma percentagem superior aos 12 por cento que o fizeram em 2009 e muito acima dos 0, 6 por cento de 2008. Sandra Ribeiro, presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), reconhece que os números ainda deixam a desejar, mas destaca a evolução significativa face ao passado recente. "Ainda é pou- co, mas, relativamente à situação que tínhamos, foi a área em que a lei [o Código do Trabalho] foi mais eficaz. Apesar de a igualdade não vir por decreto, ajuda a haver um pendor financeiro. Por outro lado, houve uma grande discussão e uma grande promoção do novo regime, o que acabou por produzir resultados", realçou em declarações ao PÚBLICO. Estas percentagens têm em conta o número de nascimentos em 2009 e 2010. Ou seja, das 102. 090 crianças nascidas no ano passado, 16. 336 pais optaram por partilhar a licença. Em 2009, quando nasceram 99. 491 bebés, tinham sido 12. 024 os pais a aproveitar a nova modalidade prevista na lei desde Maio desse ano. Há muito que pai e mãe podiam partilhar a licença parental - a única obrigação era a mãe gozar seis semanas obrigatórias após o nascimento da criança. Porém, não havia qualquer incentivo financeiro à partilha. Em 2009, com o novo Código do Trabalho, as licenças parentais passaram a ser mais generosas quando pai e mãe decidem partilhá-las. Assim, os pais podem escolher entre uma licença de quatro meses, acrescidos de 30 dias, pagos a 100 por cento, ou por uma licença de cinco meses, mais 30 dias, pagos a 83 por cento. Passou a existir também a licença alargada, que pode ir até aos seis meses e que permite que os pais fiquem com a criança até aos 12 meses. É precisamente isso que Pedro, como prefere ser identificado, e a mulher estão a contar fazer. A pequena Laura, que tem agora um mês, vai ficar cinco meses com a mãe e um com o pai. Depois disso, terá mais seis meses de mimos exclusivos: cada um dos pais tirará três meses de licença alargada. Embora o incentivo comece a mostrar resultados, ainda há um longo caminho a percorrer. Basta olhar para a licença obrigatória de dez dias a que o pai tem direito no primeiro mês de vida da criança. Em 2010, 58, 5 por cento dos homens cumpriram essa obrigação. Pode dizer-se que se trata de um aumento face aos 53, 6 por cento de 2009, mas também significa que 41, 4 por cento dos pais desrespeitaram essa obrigatoriedade. Os dez di- as facultativos também já abrangem um pouco mais de metade dos pais (50, 6 por cento), situação que nunca se tinha verificado até agora. Mas se no domínio do cuidado aos filhos há alguns progressos, o relatório da CITE sobre a evolução da igualdade entre mulheres e homens em 2009 dá conta de discriminações que permanecem sobretudo no mundo do trabalho. É que embora 62 por cento das mulheres sejam licenciadas, continuam a ganhar menos do que os homens e a ter dificuldade em aceder aos cargos de topo. O que mudou na leiDesde Maio de 2009, a lei passou a discriminar positivamente os casais que partilham a licença parental. Para quem decide repartir, a licença pode ir até aos 150 dias pagos a 100 por cento ou 180 dias pagos a 83 por cento. Outra das novidades é o subsídio parental alargado, que permite que pai e mãe prolonguem a licença por mais três meses cada, recebendo 25 por cento da remuneração de referência. A licença obrigatória do pai depois do nascimento aumentou de cinco para dez dias e há ainda uma licença facultativa de dez dias (antes eram 15). Estas licenças são pagas a 100 por cento.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens lei mulher ajuda criança igualdade mulheres
Brasil: vidas atingidas pela tragédia
A conhecida estilista brasileira Daniela Conolly foi uma das vítimas das cheias e das enxurradas que já mataram pelo menos 356 pessoas na região serrana do Rio de Janeiro. Ainda mais dramático: sete pessoas da sua família morreram também na tragédia que se abateu sobre as regiões de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. (...)

Brasil: vidas atingidas pela tragédia
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: A conhecida estilista brasileira Daniela Conolly foi uma das vítimas das cheias e das enxurradas que já mataram pelo menos 356 pessoas na região serrana do Rio de Janeiro. Ainda mais dramático: sete pessoas da sua família morreram também na tragédia que se abateu sobre as regiões de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.
TEXTO: Soube-se ontem que a estilista e designer, de 39 anos, perdeu a vida quando estava hospedada, junto com inúmeros membros da sua família, na quinta da família Gouveia Vieira, uma das mais ricas e tradicionais do Rio de Janeiro, localizada no Vale do Cuiabá, em Itaipava (região de Teresópolis). Para além de Conolly, morreram o seu filho de dois anos, o marido, os pais e a ama da criança. Ainda da sua família morreram mais três sobrinhos, filhos do irmão, o economista Erick Conolly, director do Banco Icatu. Das pessoas que estavam em casa apenas sobreviveram três: a mulher, a filha mais velha e o sogro de Erick. As duas mulheres estão internadas no hospital. Daniela Conolly era a criadora da marca Koolture, lançada em 2005 durante o Fashion Rio. A designer tinha saído, porém, da empresa em 2009 para se dedicar, segundo a Globo, à “direcção de arte”. Conolly estudou Design Gráfico na prestigiada Parsons School of Design, em Nova Iorque, cidade onde viveu durante oito anos. Os participantes deste ano no Fashion Rio já anunciaram que estão a planear uma homenagem à estilista. “Queremos fazer uma homenagem a ela, mas ainda estamos a digerir a notícia”, indicou à Globo (site G1) o produtor de moda Robert Guimarães, criador do Rio Moda Hype, o segmento do Fashion Rio dedicado a novos talentos onde despontou Conolly, em 2005. Bebé de seis meses resgatado com vidaPor entre os destroços da tragédia ainda é possível encontrar, pontualmente, boas notícias. Um bebé do sexo masculino, Nicolas, foi ontem à noite resgatado com vida - e sem qualquer ferimento - dos escombros no centro de Nova Friburgo. “O pequeno Nicolas estava vestido com apenas uma blusa e não chorou em nenhum momento”, relata o site G1. Cerca de meia hora depois, os bombeiros conseguiram igualmente resgatar com vida o pai de Nicolas, Wellington da Silva Guimarães, de 25 anos, que também está bem de saúde. Segundo os bombeiros, o homem ficou cerca de 15 horas soterrado, abraçado ao filho, escreve ainda o G1. A mãe do bebé está, porém, desaparecida.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha filho mulher homem criança sexo mulheres
Cerca de 400 populares de Cantanhede dão as mãos para apoiar Renato Seabra
Foi como num evento bem organizado por profissionais. Carlos Santos andou à volta da praça Marquês de Pombal, o espaço mais nobre de Cantanhede, e rapidamente dispôs cerca de 400 pessoas convocadas por SMS, em torno desta, de mãos dadas. (...)

Cerca de 400 populares de Cantanhede dão as mãos para apoiar Renato Seabra
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi como num evento bem organizado por profissionais. Carlos Santos andou à volta da praça Marquês de Pombal, o espaço mais nobre de Cantanhede, e rapidamente dispôs cerca de 400 pessoas convocadas por SMS, em torno desta, de mãos dadas.
TEXTO: Na sua maioria jovens de aparência moderna, mas também idosos e idosas com lenços negros atados na cabeça. O propósito era comum. Transmitir uma mensagem de solidariedade a Renato Seabra, o filho da terra detido em Nova Iorque e acusado da morte do cronista social Carlos Castro, ocorrida na “grande maçã”, no passado sábado. “Vamos fazer um minuto de silêncio para dar muita força ao Renato!”, diz Carlos Santos, pai de dois amigos de Renato e mestre improvisado desta cerimónia. Duas mulheres gritam: “E à mãe! E à mãe!” O orador concorda e acrescenta: “Vamos transmitir frequências positivas para eles!” Palmas no fim. Muitas palmas. O filho de Carlos Santos, bem mais alto do que o pai, vira a cara para trás e assim ninguém vê as suas lágrimas. Algumas pessoas que estavam mais próximas da igreja matriz rezam um Pai Nosso e uma Avé Maria. Os últimos dias têm sido bem diferentes para uma cidade pequena e pacata como Cantanhede, sem comparação possível com as metrópoles como Lisboa ou Porto, e em que, por exemplo, se torna difícil encontrar estabelecimentos para jantar. À hora do Telejornal, os habitantes manifestam-se ruidosamente nos cafés, quando vêem a sua terra surgir nos ecrãs da televisão. Como nesta noite. Os jornalistas abundam. Parece a cobertura de um grande evento e, hoje mesmo, num assalto efectuado em pleno dia, a uma loja de valores, também ela situada na praça principal, os profissionais da comunicação chegaram primeiro do que as autoridades. Inclusive, um fotógrafo conseguiu captar a corrida dos assaltantes em fuga. Artigo actualizado às 22h17
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte filho social mulheres assalto
O homem que perdeu os pais e os filhos num só dia
O economista Erick Conolly, director do Banco Icatu, perdeu os pais, três filhos nas cheias que estão a devastar a região serrana do Rio de Janeiro. A irmã, a conhecida estilista Daniela Conolly, de 39 anos, também morreu. (...)

O homem que perdeu os pais e os filhos num só dia
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O economista Erick Conolly, director do Banco Icatu, perdeu os pais, três filhos nas cheias que estão a devastar a região serrana do Rio de Janeiro. A irmã, a conhecida estilista Daniela Conolly, de 39 anos, também morreu.
TEXTO: Erick Conolly perdeu oito pessoas da família num só dia - pais, três filhos, a irmã, o cunhado e um sobrinho, filho da estilista Daniela Conolly. A morte da estilista e designer Daniela Connoly foi confirmada esta quinta-feira. Estava hospedada, juntamente com inúmeros membros da sua família - e de Eric Conolly -, na quinta da família Gouveia Vieira, uma das mais ricas e tradicionais do Rio de Janeiro, localizada no Vale do Cuiabá, em Itaipava (região de Teresópolis). Das pessoas que estavam na casa sobreviveram apenas a mulher de Erick, a filha mais velha e o seu sogro. As duas mulheres estão internadas no hospital. Daniela Conolly era a criadora da marca Koolture, lançada em 2005 durante o Fashion Rio. A designer tinha saído, porém, da empresa em 2009 para se dedicar, segundo a Globo, à “direcção de arte”. Conolly estudou Design Gráfico na prestigiada Parsons School of Design, em Nova Iorque, cidade onde viveu durante oito anos. Os participantes deste ano no Fashion Rio já anunciaram que estão a planear uma homenagem à estilista. “Queremos fazer uma homenagem a ela, mas ainda estamos a digerir a notícia”, indicou à Globo (site G1) o produtor de moda Robert Guimarães, criador do Rio Moda Hype, o segmento do Fashion Rio dedicado a novos talentos onde despontou Conolly, em 2005. Bebé de seis meses resgatado com vidaPor entre os destroços da tragédia ainda é possível encontrar, pontualmente, boas notícias. Um bebé do sexo masculino, Nicolas, foi ontem à noite resgatado com vida - e sem qualquer ferimento - dos escombros no centro de Nova Friburgo. “O pequeno Nicolas estava vestido com apenas uma blusa e não chorou em nenhum momento”, relata o site G1. Cerca de meia hora depois, os bombeiros conseguiram igualmente resgatar com vida o pai de Nicolas, Wellington da Silva Guimarães, de 25 anos, que também está bem de saúde. Segundo os bombeiros, o homem ficou cerca de 15 horas soterrado, abraçado ao filho, escreve ainda o G1. A mãe do bebé está, porém, desaparecida.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte filha filho mulher homem sexo mulheres
Voo directo para Lisboa trará portugueses retidos em Tunes
Está prevista a realização de um voo directo entre Tunes e Lisboa, na segunda-feira, para trazer os portugueses retidos na Tunísia. (...)

Voo directo para Lisboa trará portugueses retidos em Tunes
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2011-01-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Está prevista a realização de um voo directo entre Tunes e Lisboa, na segunda-feira, para trazer os portugueses retidos na Tunísia.
TEXTO: “Neste momento pode dizer-se que nenhum português foi molestado”, afirmou o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, à agência Lusa. Segundo António Braga, todos os portugueses estão a ser contactados por pessoal diplomático, “também no aeroporto”, e a situação está “lentamente a regressar a uma certa normalidade” no que diz respeito ao fluxo de passageiros. “Amanhã [segunda-feira] está já previsto um voo directo para Lisboa da companhia aérea da Tunísia”. O secretário de Estado defendeu que “numa primeira fase, não houve qualquer pedido para sair” do país por parte dos portugueses que estão na Tunísia. Quanto aos que manifestaram depois esta intenção, António Braga recordou que “o aeroporto esteve fechado, o que provocou um atraso importante” no processo. “Não há nenhum plano de evacuação previsto por nenhum país com representação diplomática na Tunísia”, referiu. Quanto à ausência da embaixadora portuguesa em Tunes, que se encontra de férias, o secretário de Estado referiu que os serviços estão “a ser assegurados por pessoal diplomático”. “Neste momento, o acompanhamento é feito ou por telefone ou por e-mail ou em contacto directo. Há um diplomata no aeroporto que está a cooperar com as pessoas”. Um português residente na Tunísia e inscrito no consulado garantiu hoje, em declarações à agência Lusa, que nunca foi contactado pela embaixada portuguesa e acusa o Governo de estar a mentir e a enganar a opinião pública. “Nunca fui contactado. Não foi efectuado nenhum contacto telefónico pela embaixada, pelo menos, ao grupo de portugueses com quem tenho estado nestes últimos dias. Ninguém foi contactado e estamos todos inscritos (no consulado) com números de telefones portáteis, e-mails, tudo”, disse Nuno Durães. O português, a trabalhar na Tunísia desde 2003, lamentou que “se continue a insistir numa mentira”. Nuno Durães disse ainda que têm tentado contactar com a embaixada e que no sábado conseguiram falar com o vice-cônsul que lhes disse não haver “nenhum plano de evacuação dos portugueses”. Assumindo que estão por sua “conta e risco” este grupo de portugueses conseguiu arranjar alguns bilhetes de avião e vai hoje tentar embarcar algumas mulheres e crianças para Portugal. “Amanhã [segunda-feira] vamos tentar arranjar mais [bilhetes] para enviar mais alguns e é assim que estamos a tentar resolver a situação”, indicou. Residem oficialmente na Tunísia cerca de 120 portugueses.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulheres
Argelino imola-se em protesto por falta de emprego e casa
Um argelino de 37 anos foi hospitalizado em estado grave depois de se ter imolado pelo fogo em frente de um edifício municipal na região de Tébassa, perto da fronteira com a Tunisa, onde foi pedir um emprego e alojamento, revelaram fontes hospitalares locais à AFP. (...)

Argelino imola-se em protesto por falta de emprego e casa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um argelino de 37 anos foi hospitalizado em estado grave depois de se ter imolado pelo fogo em frente de um edifício municipal na região de Tébassa, perto da fronteira com a Tunisa, onde foi pedir um emprego e alojamento, revelaram fontes hospitalares locais à AFP.
TEXTO: Mohcin Bouterfif regou-se com gasolina e ateou fogo em si próprio, em frente à câmara municipal de Boukhadra, uma cidade mineira a leste de Tebessa. Com ele estavam cerca de duas dezenas de jovens que se tinham concentrado no local para protestar contra a recusa do presidente da Câmara em os receber. Queriam emprego e alojamento. A vítima, pai de uma menina, queria com este gesto desesperado “denunciar a atitude de desprezo demonstrada em relação a si pelos eleitos desta comuna”, disse a mesma fonte. O presidente da Assembleia Popular Comunal de Boukhadra foi demitido das suas funções pelo governador de Teblessa, que se deslocou ao local ao início da tarde. Na vizinha Tunísia, pelo menos cinco pessoas suicidaram-se para protestar contra a falta de empregos, o aumento dos preços e a corrupção do regime de Ben Ali. O vendedor ambulante Mohamed Bouaziz, 26 anos, foi o primeiro no dia 17 de Dezembro e é hoje um ícone da revolução que fez cair o ditador tunisino que estava há 23 anos no poder.
REFERÊNCIAS:
Tempo Dezembro
Crise pode estar a aumentar obesidade
A crise financeira pode estar a aumentar os níveis de obesidade da população, sobretudo nos grupos mais desfavorecidos, afirma o coordenador da Plataforma contra a Obesidade, Pedro Graça. Este é o tema de uma reunião que hoje e amanhã congrega em Lisboa peritos europeus com o objectivo de criar uma rede que estude a relação entre desigualdades sociais e excesso de peso. (...)

Crise pode estar a aumentar obesidade
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: A crise financeira pode estar a aumentar os níveis de obesidade da população, sobretudo nos grupos mais desfavorecidos, afirma o coordenador da Plataforma contra a Obesidade, Pedro Graça. Este é o tema de uma reunião que hoje e amanhã congrega em Lisboa peritos europeus com o objectivo de criar uma rede que estude a relação entre desigualdades sociais e excesso de peso.
TEXTO: A ligação entre pobreza e obesidade está identificada. Vários estudos confirmam que, em grupos sociais com menos recursos, tende a haver mais pessoas obesas, nota Pedro Graça. As razões começam pelo preço dos alimentos. "Os mais calóricos e mais apelativos aos sentidos, pela quantidade de sal e açúcar envolvidos, tendem a ser mais baratos. "Em tempo de crise, quando se trata de diminuir gastos, "a alimentação é mais maleável": é mais fácil do que cortar na luz, o que pode levar a mudar hábitos alimentares, afirma Graça, professor na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Além do preço, também o tempo é um factor premente: há cada vez mais pessoas que precisam de mais horas de trabalho para manter os rendimentos ou mesmo de um segundo emprego. Resultado? "É natural, sobretudo no caso das mulheres, que haja menos tempo para comprar alimentos e os confeccionar, nomeadamente pratos mais demorados que incluam hortícolas, que obrigam a compras regulares". Assim, a tendência é que se adquiram cada vez mais refeições já confeccionadas, como alimentos com massa folhada, que só precisam de ser aquecidos, exemplifica. No caso das leguminosas, "a tendência é que desapareçam, porque o tempo de confecção é grande". A própria atenção que a família dá ao tempo de refeição pode sair prejudicada, com "os adolescentes a comer sozinhos, comendo pior". A pobreza pode gerar obesidade, mas esta pode também manter situações de pobreza, num "ciclo vicioso", explica o nutricionista. Porque os obesos gastam mais em saúde, faltam mais ao trabalho e sofrem de discriminação na admissão a empregos. Ainda não é possível medir efeitos na saúde da actual crise económica, talvez daqui a dois a três anos isso possa ser feito, nota Pedro Graça. Mas os peritos que estarão reunidos na Direcção-Geral de Saúde, à porta fechada, pretendem criar uma rede para perceber o que se passa no terreno e identificar boas práticas. Um exemplo é o Regime de Fruta Escolar, iniciado em Portugal em 2009, e que prevê a distribuição de fruta aos alunos do 1º ciclo duas vezes por semana. No primeiro ano de aplicação foram abrangidos 246. 415 crianças.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulheres pobreza alimentos discriminação
Zahi Hawass, o homem que sonhou devolver a arqueologia do Egipto aos egípcios
Zahi Hawass decidiu que poderia ser tudo: um académico conceituado e um aventureiro em busca de arcas perdidas. Tornou-se uma das figuras mais polémicas da egiptologia, mas isso pouco o afecta. É ele quem tem o queijo e a faca na mão, é ele que decide quem escava e onde escava. O chefe máximo das antiguidades do Egipto só ainda não tem um achado digno de Tut. (...)

Zahi Hawass, o homem que sonhou devolver a arqueologia do Egipto aos egípcios
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Zahi Hawass decidiu que poderia ser tudo: um académico conceituado e um aventureiro em busca de arcas perdidas. Tornou-se uma das figuras mais polémicas da egiptologia, mas isso pouco o afecta. É ele quem tem o queijo e a faca na mão, é ele que decide quem escava e onde escava. O chefe máximo das antiguidades do Egipto só ainda não tem um achado digno de Tut.
TEXTO: Onde está o seu chapéu? Zahi Hawass nem dá resposta. Só uma pequena risada e aquele olhar de "vamos lá ao que interessa". Já nos tinham avisado desta secura, que se estranha no homem que tem o emprego mais fascinante do mundo (é subjectivo, claro). É o director do Conselho Supremo de Antiguidades do Egipto, tem o poder de decisão e de descoberta sobre o extenso campo arqueológico que é aquele país. Haveremos de lhe arrancar alguma paixão, alguma excitação. Para já, falamos de determinação, que é o que a personagem de 63 anos mostra com os lábios apertados e 15 minutos para a conversa num hotel de Lisboa. Determinações e batalhas, Hawass tem tantas. A primeira foi (e ainda é) nacionalizar a egiptologia, depois de 200 anos em que pertenceu aos outros. Por isso se diz que acredita ser essencial ao Egipto, que tem ego a mais. Há outras críticas: que escava demasiadas vezes em demasiados lugares, que exagera nas descobertas, que fica com créditos que não lhe deveriam pertencer, que quer fazer depressa o que precisava de décadas, que não quer acabar a carreira sem um achado comparável ao do túmulo quase intacto de Tutankhamon, que quer ser tudo ao mesmo tempo, um académico e uma star (desde Os Salteadores da Arca Perdida que, no terreno, adoptou o chapéu à Indiana Jones). Na semana passada abriu mais uma frente de batalha: obrigar a Câmara Municipal de Nova Iorque a restaurar o degradadíssimo obelisco de Tutmés III, que com a legenda equívoca de "Agulha de Cleópatra" está espetado no Central Park desde 1880. Se pudesse tê-lo de volta no Egipto, Hawass ficaria contente, mas não é uma prioridade, como outras antiguidades espalhadas pelo mundo que fazem parte da sua "wish list". A campanha para a devolução dos tesouros é, talvez, a parte mais mediática do trabalho deste egiptólogo que em Lisboa recebeu um doutoramento honoris causa (a cerimónia foi ontem à tarde na Universidade Nova) e dá hoje uma conferência sobre Novas Descobertas (às 18h, na reitoria da Nova). E, neste campo das devoluções, Hawass tem novidades: "Na próxima semana vou pedir, oficialmente, [a devolução] do busto de Nefertiti. " Na mira de Hawass estão cinco mil peças, seis delas únicas pela importância histórica e pela beleza artística. Além do busto de Nefertiti, exposto em Berlim e que coube aos alemães quando a Alemanha e o Egipto dividiram o espólio da escavação em que a peça foi encontrada, há mais cinco na "lista" de Hawass: a Pedra de Roseta, que permitiu a decifração dos hieróglifos e que se encontra em Londres; a máscara de Kanefer, que está em St. Louis, nos Estados Unidos; o Zodíaco de Dendera, um baixo-relevo exposto no Louvre (Paris) que poderá ser a peça fundadora do sistema astrológico; a estátua do arquitecto da grande pirâmide e a do arquitecto da segunda pirâmide, ambas nos EUA; a estátua/busto de Ramsés II, a morar em Londres. No século XIX e no início do XX, quando as peças saíram, o Egipto não tinha arqueologia. Era outro tempo. . . Que sentido faz, hoje, esta batalha pela devolução? Sim, eram outros tempos. A arqueologia era uma caça ao tesouro e o Egipto não tinha qualquer estrutura para procurar, guardar e restaurar peças. Mas vejamos o caso do busto de Nefertiti. Mesmo em 1912, a saída do busto já foi ilegal. A peça foi registada [na lista do espólio da escavação] como sendo uma princesa. Ora, tratando-se de um busto em calcário, teria que ser de uma rainha, porque as rainhas eram retratadas nesta pedra. Se a tivessem registado devidamente sabiam que não poderiam levá-la. Por alguma razão Nefertiti esteve dez anos escondida na Alemanha. São estes dados que fundamentam a nossa reivindicação. O Egipto demorou muito tempo a olhar para as suas antiguidades. As peças foram-se degradando. Algumas delas, como a Pedra de Roseta, pôde ficar muito bem preservada [em Londres]. A Pedra de Roseta também foi ilegalmente levada do país.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Blair volta a ser interrogado sobre participação do Reino Unido na guerra do Iraque
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair começou esta manhã a ser inquirido novamente pela comissão britânica que investiga a participação de Londres na guerra no Iraque. (...)

Blair volta a ser interrogado sobre participação do Reino Unido na guerra do Iraque
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair começou esta manhã a ser inquirido novamente pela comissão britânica que investiga a participação de Londres na guerra no Iraque.
TEXTO: A segunda chamada de Blair à comissão, liderada pelo antigo deputado John Chilcot, deve-se a “aparentes discrepâncias” entre o seu primeiro testemunho, prestado em Janeiro de 2010, e subsequentes declarações feitas pelo ex-procurador-geral Peter Goldsmith. Este último afirmara que se sentira “desconfortável” em relação a alguns dos comentários feitos pelo então chefe do Governo antes de invasão do Iraque, em 2003. Goldsmith, que na qualidade de procurador-geral aconselhava o Governo em matérias legais, testemunhou que alertara Blair para o facto de a resolução de 14 de Janeiro de 2003 do Conselho de Segurança das Nações Unidas não ser suficiente para justificar uma acção ofensiva contra o Iraque. Mas, segundo documentos escritos conhecidos apenas na semana passada, Blair diria aos seus ministros, no dia seguinte a ter recebido aquela recomendação, que apesar de uma segunda resolução da ONU ser “preferível”, havia também circunstâncias que não a tornavam necessária. Blair, da primeira vez que se apresentou à comissão, disse que não se arrependia de ter envolvido o Reino Unido na guerra, e que acreditava que o mundo ficara um lugar “mais seguro” após a deposição de Saddam Hussein. Afirmou ainda que não queria que “a América sentisse não ter outra opção se não a de avançar sozinha”, apesar de ter tentado então persuadir o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a conseguir aval para a invasão do Iraque junto das Nações Unidas. São esperadas manifestações de activistas anti-guerra em frente ao Centro de Conferências Rainha Isabel II, em Londres, onde Blair estará a testemunhar durante toda a manhã.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
“Nobre, vou estar atento à tua cena, ah?”
Corpo de cerveja na mão, numas das ruas do Bairro Alto, em Lisboa, o adiantado da hora faz temer pelo estado etílico do adolescente, mas Fernando Nobre arrisca a abordagem: “Tens um copo na mão e também tens opinião: vota”. (...)

“Nobre, vou estar atento à tua cena, ah?”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.6
DATA: 2011-01-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Corpo de cerveja na mão, numas das ruas do Bairro Alto, em Lisboa, o adiantado da hora faz temer pelo estado etílico do adolescente, mas Fernando Nobre arrisca a abordagem: “Tens um copo na mão e também tens opinião: vota”.
TEXTO: Calças de gança, camisola de capuz, o rapaz quer saber de que partido é Fernando Nobre e, quando este lhe responde que é independente, que nunca foi político e que faz campanha em nome “da cidadania pura”, mostra-se interessado: “Ei, Nobre, vou estar atento à tua cena ah?”. O contacto podia ter terminado ali não fosse, no meio dos encontrões dos apoiantes, Nobre ter-lhe derrubado o copo involuntariamente. Quando se oferece para lhe pagar outro, o adolescente trava-lhe o gesto: “Pague-me mas é a fazer coisas pelo país”. Não fugiu muito disto o tom das conversas que Fernando Nobre manteve com os sub-18 que andavam ontem à noite pelo Bairro Alto. A iniciativa começou pelas 23h50, no Largo de Camões, onde algumas dezenas de jovens aguardavam o candidato que chegou, cachecol ao pescoço, braço sobre os ombros da mulher. “Meus amigos, hoje a noite é vossa. Mostrem-me o caminho”, desafiou, dispondo-se a ser guiado pelas ruelas do bairro com bares porta sim, porta sim. À frente, o costumeiro megafone e os slogans “Dia 23, Portugal muda de vez” e “Nobre, amigo, o bairro está contigo. “Isso mesmo”, concordava um transeunte, “abaixo o PS”. Num dos bares, copo de cerveja na mão, o candidato vai pedindo que “votem em consciência”. Entre brindes, Nobre exercita o francês junto de uns estrangeiros. “Dimanche nous aurons des élections et je suis un candidat à la présidence pour la première fois dans ma vie", apresenta-se. “Bonne chance”, surpreende-se o estrangeiro. Adiante, na Rua da Barroca, alguém consegue pôr Nobre a saltar ("e salta, Nobre, salta Nobre, olé") e, logo depois, um grupo de raparigas reclama a presença de psicólogos nas escolas. "Vamos ver o que conseguimos fazer", responde o candidato, que nunca se cansa de repetir : "É esta juventude que vai decidir o futuro do país". Quando o ouve, um rapaz incentiva : "Se for por mim, já está eleito". Dez por cento já é vitóriaNo Bairro Alto, como em quase todas as iniciativas de campanha, o fundador da AMI consegue escapar às manifestações de aversão aos partidos que costumam pontuar este género de encenações de aproximação aos cidadãos. Os que se aproximam do candidato é quase invariavelmente para lhe demonstrar apoio, o que lhe deixa bastante espaço para repisar as propostas, como a de criação de empresas a custo zero e a introdução da disciplina de cidadania nas escolas, da pré-primária ao superior. "Eu quero que os jovens se sintam parte da solução e não do problema". 0h32, espécie de mini-conferência improvisada na rua. “Dia 23, o voto anónimo deste país, dos abstencionistas, da juventude que não acreditava, dos que não votavam há 15 ou 20 anos irão surpreender”, proclama. E depois, admite pela primeira vez um cenário de derrota nas urnas, mas para enfatizar o lado positivo: “Um cidadão independente como eu, sem nenhuma máquina partidária, se chegar aos 10 por cento, já não é uma enorme vitória? Em 100 anos de República nunca existiu uma candidatura como esta e o que é isto senão o despertar da cidadania portuhguesa?”. 0h50, de regresso ao Largo de Camões, Nobre pega no megafone e sobe para o degrau do monumento central. "Já leram os Lusíadas? Sabem qual é a palavra que aparece no final ? A inveja". E volta a insitir que já ganhou. "Seja qual for o resultado, nós já fizemos História em Portugal".
REFERÊNCIAS: