Sauditas pedem aviões e navios ao Paquistão, mas Islamabad recua no Iémen
País aderiu à coligação contra os huthis, mas diz agora que prefere uma solução "política" para o conflito no Iémen. (...)

Sauditas pedem aviões e navios ao Paquistão, mas Islamabad recua no Iémen
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: País aderiu à coligação contra os huthis, mas diz agora que prefere uma solução "política" para o conflito no Iémen.
TEXTO: O Paquistão está a repensar a sua participação na coligação que combate os huthis no Iémen, depois de a Arábia Saudita, que comanda as operações, lhe ter pedido aviões de combate, navios militares e tropas. O pedido foi confirmado pelo ministro paquistanês da Defesa, Khawaja Asif, que num debate nesta segunda-feira no Parlamento disse que, para já, o Governo de Islamabad prefere participar privilegiando uma “solução política” e “pacífica” para o conflito no Iémen. A coligação foi formada pela Arábia Saudita para combater os avanços dos huthis (xiitas), que pretendem tomar o poder e já expulsaram o Presidente sunita, Abed Mansour Hadi, que está refugiado em Riad. O Paquistão aderiu à coligação, mas a pedido do primeiro-ministro, Nawaz Sharif, os deputados paquistaneses reuniram-se numa sessão especial nesta segunda-feira para repensarem a posição paquistanesa. O Paquistão é aliado da Arábia Saudita, mas não quer hostilizar o vizinho Irão (de maioria xiita), que se opõe à intervenção militar. Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, chega a Islamabad para discutir a crise no Iémen. Asif disse que a posição oficial do Paquistão (onde 20% da população é xiita; é o país onde vivem mais xiitas a seguir ao Irão) é, agora, a de privilegiar o diálogo, colocando-se ao lado da Turquia, que anunciou ter o mesmo objectivo — dos países muçulmanos, a Turquia e o Paquistão são os que têm os maiores exércitos.
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Palavras-chave refugiado
Amnistia Internacional lança flores ao Tejo a pensar nos que cruzam o Mediterrâneo
Homenagem esta terça-feira a partir das 17h30 em Lisboa (...)

Amnistia Internacional lança flores ao Tejo a pensar nos que cruzam o Mediterrâneo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Homenagem esta terça-feira a partir das 17h30 em Lisboa
TEXTO: A homenagem, que é também um “SOS à Europa”, vai decorrer esta terça-feira, dia 28 de Abril, em Lisboa, entre o Rossio e a Praça do Comércio. Está prevista uma marcha lenta e o lançamento de flores ao rio Tejo, no Cais das Colunas, em memória dos que morreram e dos que sobreviveram à travessia do Mediterrâneo. “Basta de retórica, de promessas vãs e de medidas que apenas servem para salvar a cara”, diz a Amnistia Internacional Portugal em comunicado no seu site, apelando às pessoas para comparecerem na acção de rua que a organização está a organizar, marcada para o dia 28 de Abril. O evento terá dois momentos: uma marcha lenta desde o Rossio até à Praça do Comércio, a começar pelas 17:30h e o lançamento de flores ao rio, no Cais das Colunas, às 18. 30h. A Amnistia Internacional Portugal pretende desta forma homenagear as mais de 1700 pessoas que morreram este ano no mar Mediterrâneo a caminho da Europa, ao mesmo tempo que se solidariza com os sobreviventes e “apela aos líderes europeus para que ouçam o clamor que se espalha pelo mundo inteiro”. O evento ocorre no seguimento da campanha e da petição lançadas em Março de 2014, sob o título de SOS Europa, as pessoas acima das fronteiras, uma iniciativa que pretende pressionar a União Europeia a “mudar as políticas de migração e asilo” e a “minorar os riscos de vida” dos que chegam ao continente europeu, sejam eles migrantes, refugiados ou candidatos a asilo. No dia 23 de Abril, véspera da cimeira de emergência de chefes de UE, a Amnistia apresentou o relatório A vergonha profunda da Europa: falhanço em salvar refugiados e migrantes no mar, inserido na proposta de um plano de acção “imediato e eficiente” para a resolução da crise. As medidas tomadas nesse encontro de líderes europeus foram caracterizadas pela organização de direitos humanos como “uma solução que faz a Europa salvar a sua cara, mas não salvar vidas”. O momento simbólico de lançamento de flores ao rio Tejo será o ponto alto da “chamada” de todos os “activistas, apoiantes e cidadãos” ao Cais das Colunas, para homenagear os que perderam a vida no Mediterrâneo.
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Entidades UE
A guerra vai provocar um pico de malnutrição no Iémen
Às dificuldades no acesso à água junta-se o aumento do preço dos víveres, a dificuldade de circular no país e a redução dos serviços do Estado. (...)

A guerra vai provocar um pico de malnutrição no Iémen
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Às dificuldades no acesso à água junta-se o aumento do preço dos víveres, a dificuldade de circular no país e a redução dos serviços do Estado.
TEXTO: O Iémen sempre foi um país vulnerável à malnutrição. A falta de alimentos é crónica; no ano passado, 48% da população não teve acesso a comida suficiente e nutritiva, uma das taxas mais altas do mundo. A malnutrição vai agravar-se nas próximas semanas e vai assistir-se a um aumento de casos, advertiu a Unicef, alertando para que as crianças vão ser as primeiras vítimas. "Vamos assistir a um pico de malnutrição nas próximas semanas, infelizmente essa é a verdade", disse em Genebra a representante da Unicef no Iémen, Julien Harneis. O alto-representante da ONU para a Infância disse que a malnutrição tem efeitos que vão além da saúde. "As dificuldades no acesso à água e a falta de água potável, o aumento do preço dos víveres, a dificuldade de circular no país, tudo combinado com a redução dos serviços do Estado" vai também fazer com que ocorra uma "nova redução na taxa de escolaridade das crianças". Harneis esteve em Genebra para dar conta da situação no terreno e sublinhou a questão da alimentação para reforçar que a chegada da ajuda alimentar, que é esperada desde o fim-de-semana passado, é urgente. Os riscos elevados têm impedido essa ajuda de chegar, quer por falta de aviões para fazer os transportes, quer por falta de garantias de que vão aterrar em segurança. A Unicef esperava que, nesta quinta-feira, pudesse aterrar em Sanaa um avião com água e produtos de higiene. No Iémen decorre uma guerra pelo poder que opõe, no terreno, as forças huthis (xiitas) e as do Presidente reconhecido internacionalmente, Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, que está refugiado na Arábia Saudita. Este país, com nove aliados, iniciou a 26 de Março uma segunda etapa na guerra, ao bombardear as posições huthis — os bombardeamentos são um dos factores de instabilidade e mortalidade, uma vez que estão a atingir infra-estruturas e zonas civis. Harneis disse que pelo menos 77 crianças foram mortas desde 26 de Março e que 44 ficaram feridas. "Pensamos que muitas mais crianças foram mortas. Há crianças a morrer nos bombardeamentos a norte, vítimas dos obuses perdidos da defesa aérea, e crianças a serem mortas nos conflitos mais intensos de Áden e Dhale", disse Harneis, atribuindo a respobsabilidade a todas as partes do conflito.
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Entidades ONU
Seis esfaqueamentos em dois dias agravam tensão em Israel
Esperanças de um regresso rápido à calma abaladas por novos ataques. Abbas e Netanyahu sob pressão dos radicais (...)

Seis esfaqueamentos em dois dias agravam tensão em Israel
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Esperanças de um regresso rápido à calma abaladas por novos ataques. Abbas e Netanyahu sob pressão dos radicais
TEXTO: Depois de um “dia de terror”, Israel viveu nesta quinta-feira um segundo dia de pânico, com uma sequência de três ataques com armas brancas, em Jerusalém, Telavive e num colonato na Cisjordânia, de que resultaram seis feridos, dois dos quais com gravidade. Há uma semana que a violência entre israelitas e palestinianos não pára de aumentar, ao ponto de, uma vez mais se, falar na possibilidade de uma terceira Intifada. O filme dos acontecimentos repete de forma muito idêntica a violência da véspera, quando três palestinianos, um dos quais uma jovem de 18 anos, atacaram à facada três israelitas – um homem em Jerusalém Leste, um soldado numa cidade do Sul e um colono num subúrbio de Telavive. Israel colocou as suas forças em alerta, mas o reforço de pouco serve contra atacantes que agem sozinhos, de forma totalmente imprevista, aparentando inspirar-se uns nos outros através das redes sociais. Pela manhã, um rapaz de 19 anos vindo de um campo de refugiados nos arredores de Jerusalém esfaqueou várias vezes um israelita de 25 anos junto a uma avenida que separa zonas palestinianas de bairros judeus no Norte da cidade. Horas depois, Telavive alarmava-se com a notícia de que numa das ruas mais movimentadas da cidade um palestiniano atacou uma militar israelita com uma chave de parafusos e conseguiu ferir outras quatro pessoas antes de ser morto por um soldado que estava no local. A notícia ainda estava fresca quando se soube que um colono tinha sido ferido com gravidade no colonato de Kiryat Arba, nos arredores de Hebron, por um homem que se pôs em fuga. Com o processo de paz parado, têm sido inúmeros os surtos de violência registados no último ano e meio, quase todos tendo como epicentro Jerusalém Oriental, ocupado e anexados por Israel, e sobretudo o quilómetro quadrado que o mundo conhece por Pátio das Mesquitas – recinto que é sagrado tanto para judeus (que o designam Monte do Templo) como para muçulmanos (que o apelidam de Nobre Santuário). Os palestinianos temem que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ceda à pressão dos fundamentalistas que, com o apoio da direita ultranacionalista, querem que seja levantada a proibição de os judeus rezarem naquele local, num primeiro passo para se apoderar da administração do local. Netanyahu repete que não o fará, mas a disputa sobre aquele recinto tornou-se o símbolo da revolta para uma nova geração de palestinianos, desiludida com o presidente Mahmoud Abbas, descrente nas negociações e furiosa com uma ocupação sem fim à vista. A tensão voltou a explodir depois de, no dia 1 de Outubro, um casal de colonos ter sido morto à frente dos filhos na Cisjordânia. Dois dias depois, dois israelitas foram mortos à facada na Cidade Velha de Jerusalém, levando o Governo a fechar toda a zona, que inclui o Pátio das Mesquitas, aos palestinianos que ali não residam. A decisão, bem como a ameaça de que os ataques contra israelitas serão punidos com inédita dureza, desencadeou motins que se estenderam da Cisjordânia às cidades árabes de Israel. Nos confrontos com o Exército, dois palestinianos foram mortos e centenas ficaram feridos. Na terça-feira, foi levantado o bloqueio à Cidade Velha e, na quarta, Netanyahu proibiu ministros e deputados de visitarem o Pátio das Mesquitas, para tentar acalmar a situação. Abbas disse também “não querer uma escalada” e deu ordens às forças da Autoridade Palestiniana para travarem acções que possam agravar a tensão. Mas os seis esfaqueamentos das últimas 48 horas deitam por terra a esperança de um rápido abrandamento da tensão, colocando Abbas e Netanyahu sob pressão dos sectores mais radicais. O jornal Ha’aretz adianta que os serviços de informação temem retaliações de extremistas judeus, como os que em Julho incendiaram uma casa na Cisjordânia, queimando viva uma família palestiniana.
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Étnia Árabes
Câmara de Almeida projecta memorial Aristides de Sousa Mendes para Vilar Formoso
A Câmara Municipal de Almeida pretende instalar, em Vilar Formoso, um memorial dedicado a Aristides de Sousa Mendes, com o objectivo de dinamizar o turismo no concelho. (...)

Câmara de Almeida projecta memorial Aristides de Sousa Mendes para Vilar Formoso
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Câmara Municipal de Almeida pretende instalar, em Vilar Formoso, um memorial dedicado a Aristides de Sousa Mendes, com o objectivo de dinamizar o turismo no concelho.
TEXTO: Segundo o autarca António Baptista Ribeiro, o espaço museológico e documental, para além de evocar a memória do cônsul Aristides de Sousa Mendes, também será dedicado aos judeus e aos refugiados da II Guerra Mundial. O projecto tem uma estimativa orçamental de cerca de 800 mil euros e será candidatado a fundos comunitários. O autarca diz ter a certeza de que será "um projecto muito importante" para Vilar Formoso, para o concelho de Almeida e também para o país. "Estamos na principal fronteira terrestre do país, na porta de entrada e de saída para a Europa", disse, vaticinando que o equipamento cultural, quando estiver concretizado, "atrairá milhares de visitantes" à região. A Câmara Municipal de Almeida pretende adquirir os antigos armazéns ferroviários da estação de Vilar Formoso, que se encontram degradados, mas as negociações com a Refer (Rede Ferroviária Nacional) estão "num certo impasse" devido ao processo de fusão com a Estradas de Portugal, segundo o responsável. "Eu tenho vindo a insistir para que esse acordo [de cedência dos edifícios] venha a ser conseguido, e estou esperançado que sim, porque não têm qualquer utilização", disse. António Baptista Ribeiro considera que faz todo o sentido instalar o espaço museológico junto da estação ferroviária, pois a Linha da Beira Alta está associada ao antigo cônsul de Portugal em Bordéus e os refugiados entraram em Portugal de comboio. Entre os dias 17 e 19 de Junho de 1940, Aristides de Sousa Mendes assinou 30 mil vistos para salvar pessoas do holocausto nazi, contrariando as ordens do Governo de Salazar, situação que o levaria à expulsão da carreira diplomática. O autarca de Almeida garante à Lusa que o plano do memorial "continua vivo" e que já foi feito "um grande trabalho de pesquisa" por parte da arquitecta Luísa Marques e da historiadora Conceição Ramalho. "Esse trabalho de investigação, feito não só em Portugal, mas também no Luxemburgo, nos Estados Unidos e em Israel, está feito, está concluído. E, portanto, digamos que temos uma grande parte do que são os nossos objectivos já concluídos", acrescentou. O projecto insere-se no sector do turismo judaico e a autarquia de Almeida, que já aderiu à Rede de Judiarias de Portugal, tenciona desenvolver outros trabalhos naquela área, nas localidades de Vilar Formoso, Malhada Sorda, Almeida e Castelo Bom.
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Palavras-chave guerra
Síria, um pesadelo maior dentro de outro
A situação em Yarmouk é já a pior da guerra síria. Um caos humano que requer acções de emergência. (...)

Síria, um pesadelo maior dentro de outro
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A situação em Yarmouk é já a pior da guerra síria. Um caos humano que requer acções de emergência.
TEXTO: Ainda um dia se fará a história de como a guerra na Síria, e a ânsia (aliás, justa) de afastar do poder o ditador Bashar al-Assad, contribuiu para o fortalecimento do autodenominado Estado Islâmico (EI), não só na Síria mas como em toda a região. Mas o momento não é ainda de reflexão mas sim de emergência. Se a guerra na Síria provocou, até agora, 220 mil mortos, quase quatro milhões de refugiados fora de fronteiras e cerca de 6, 7 milhões de deslocados no interior do território sírio, os avanços do EI estão a agravar a situação para níveis inimagináveis. O exemplo de Yarmouk é elucidativo: cercado há dois anos pelo regime de Assad e agora invadido pelos terroristas do EI, tornou-se um território em estado de calamidade. O campo de refugiados que alberga cerca de 18 mil palestinianos, entre os quais 3500 crianças, está neste momento sem comida ou água potável, e aqueles que ali vivem, impedidos de se movimentarem fora das suas casas, enfrentam uma morte lenta ou as bárbaras execuções do EI. O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se para exigir a entrada de missões humanitárias em Yarmouk “para a protecção de civis”, mas o estado a que se chegou no terreno impossibilita qualquer avanço, mesmo com riscos. Assim, sem assistência humanitária nem modos de lha fazer chegar, sujeitos à fome e à sede, ao arbítrio sanguinário do EI e às bombas de Assad, os habitantes de Yarmouk têm diante de si um pesadelo ainda mais terrível do que aquele que têm vivido até agora. O comissário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, Pierre Krähenbühl, diz que ali se vive “uma situação completamente catastrófica em termos humanos”. E outro elemento da mesma agência, Christopher Gunness, recorreu a uma imagem mais drástica: disse que Yarmouk chegou aos piores níveis da desumanidade. O que quer dizer isto? Um terror inexprimível. Milhares de seres humanos a morrer diante dos nossos olhos. É urgente romper o cerco e salvá-los.
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Entidades ONU
Palestinianos de Yarmouk hesitam em juntar-se a Assad contra Estado Islâmico
Liderança palestiniana recusa “ser arrastada para conflito” na Síria enquanto algumas facções presentes no campo já alinham com as forças do regime contra os jihadistas. (...)

Palestinianos de Yarmouk hesitam em juntar-se a Assad contra Estado Islâmico
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Liderança palestiniana recusa “ser arrastada para conflito” na Síria enquanto algumas facções presentes no campo já alinham com as forças do regime contra os jihadistas.
TEXTO: Os palestinianos do campo de Yarmouk enfrentam escolhas terríveis. Sair de casa para ir comprar uma fatia de pão a dez dólares, ou um pouco de leite a uma estrada perto onde há um cessar-fogo, arriscando ser apanhado numa troca de tiros ou pelos barris com explosivos pelo caminho? Ou ficar em casa e enfrentar dias sem comer, sobrevivendo a água não potável com especiarias, esperando que os extremistas do autoproclamado Estado Islâmico não cheguem a sua casa nem esta seja atingida pelas bombas?A liderança palestiniana parece também dividida sobre como reagir ao que está a acontecer a este campo de refugiados palestinianos perto de Damasco, que saíram das suas casas quando foi criado o Estado de Israel, em 1948, e dos seus descendentes, onde já viveram 200 mil pessoas e onde restam 17 mil – incluindo 3500 crianças. Um responsável da Organização de Libertação da Palestina (OLP) enviado a Damasco, Ahmad Majdalani, anunciou na quinta-feira que a OLP não via outra solução que não fosse juntar-se às tropas do regime de Bashar al-Assad contra os jihadistas do auto-intitulado Estado Islâmico (EI). “As opções para uma solução política foram fechadas pelos combatentes do Daesh”, disse, referindo-se a um dos nomes por que é conhecido o EI. “Com os crimes que cometeram, não nos deixam outra hipótese excepto uma de segurança”, disse. Há relatos de mortes e decapitações após a entrada dos islamistas. Uma criança que saiu do campo depois de terem chegado os islamistas relatou ver cabeças rolando pelo chão. Mas pouco depois, uma declaração de Ramallah garantia que os palestinianos se mantêm neutros. “Recusamos ser arrastados para qualquer campanha armada, qualquer que seja a sua natureza ou cobertura, e pedimos que sejam usados outros métodos para poupar o sangue do nosso povo”, dizia a OLP. “Sabemos que se o exército [sírio], com os seus aviões e tanques, interferir, isso iria significar a destruição total do campo”, disse Wasel Abu Yousef, responsável da OLP. A prioridade é encontrar um meio de assegurar passagem de comida e bens para o campo, disse. De Damasco, outro responsável, Khaled Abdul-Majid, disse que as facções palestinianas no campo iriam alinhar com o regime para lutar contra os jihadistas. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o campo de refugiados “se está a transformar num campo de morte”. E comentou que os seus habitantes enfrentam uma espada de dois gumes: elementos armados dentro do campo e forças do Governo fora”. Os que se mantêm dentro do campo sofreram já um cerco prolongado das forças de Assad, que levou à falta de comida e de água. A agência da ONU para os refugiados ainda conseguia entregar alguma comida e medicamentos, mas deixou de o fazer desde a mais recente onda de violência, com o Estado Islâmico a conseguir, segundo relatos, o controlo de 90% do campo. Este está a apenas oito quilómetros de Damasco – já perto do palácio de Assad na capital. “Um ataque em grande escala ao campo e todos os civis seria mais um crime de guerra pelo qual os responsáveis teriam de ser responsabilizados”, disse Ban. “Não podemos ficar simplesmente a ver acontecer um massacre. ”
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Entidades ONU
Uma guerra sem fim à vista, com ou sem Assad
Ao fim de quatro anos, há quem fale no possível desmembramento do que é hoje a Síria, mas também do Iraque. (...)

Uma guerra sem fim à vista, com ou sem Assad
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ao fim de quatro anos, há quem fale no possível desmembramento do que é hoje a Síria, mas também do Iraque.
TEXTO: Os números são impressionantes, mas já servem de pouco para traduzir o terror em que a Síria mergulhou nos últimos quatro anos: 220. 000 mortos, 130. 000 capturados ou desaparecidos e mais de três milhões de refugiados. As manifestações da Primavera de 2011 contra o regime de Bashar al-Assad desaguaram numa guerra sangrenta, e o cenário só tem tendência a piorar: um pouco por todo o país, é cada vez mais difícil perceber quem está do lado de quem, quem combate contra quem, e até se algo vai sobrar da Síria que ainda aparece nos mapas. Depois da morte de mais de 200. 000 pessoas, o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, permanece inamovível, e a luta pelo controlo da Síria é uma guerra sem fim à vista. Apesar de toda a confusão e mortandade no terreno, a realidade é essa: o regime de Bashar al-Assad continua. E os grupos da oposição reconhecidos pelos Estados Unidos e pela União Europeia vão continuar a lutar contra o seu regime. E os extremistas do autoproclamado Estado Islâmico e da Frente al-Nusra vão continuar a combater contra uns e outros. "Devido à paralisia das instituições estatais tanto na Síria como no Iraque, e à falta de capacidades do Exército, cada seita ou grupo étnico formou a sua própria milícia, e em alguns casos até mais do que uma", escreve no site do canal i24 news Yakub Halabi, professor de Relações Internacionais na Universidade Concordia em Montreal, no Canadá. Este analista alerta que nem a eventual derrota do autoproclamado Estado Islâmico significaria o fim do derramamento de sangue na região, especialmente no Iraque. "Com a derrota e a retirada dos militantes do Estado Islâmico destas áreas, os árabes sunitas e xiitas, bem como os curdos, sabem que os próximos combates vão ser travados entre eles em Kirkuk, uma cidade rica em petróleo habitada por curdos, árabes, turcomanos. Para prevenir uma tomada do distrito adjacente à região semi-autónoma do Curdistão, o governo iraquiano tem treinado militantes xiitas com o apoio do Irão", escreve Halabi, um árabe israelita. Na Síria, como no Iraque, há uma guerra à espreita para além da guerra que já fez centenas de milhares de mortos nos últimos quatro anos, e que pode mesmo levar ao desmembramento do que hoje se vê quando se olha para um mapa. Yakub Halabi faz a pergunta, e a resposta, inquietante, fica nas entrelinhas: "Não deveríamos admitir a ideia de que derrotar o Estado Islâmico e estabilizar estes países pode passar por dividi-los em estados homogéneos? Afinal, o sectarismo tanto no Iraque como na Síria foi favorável ao Estado Islâmico e permitiu-lhe pôr o último prego no caixão do nacionalismo iraquiano e sírio. "
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Étnia Árabes
Mais de 191 mil mortos em três anos de guerra na Síria
ONU diz que número é uma estimativa por baixo e sublinha que a "paralisia internacional" está a incentivar a matança. (...)

Mais de 191 mil mortos em três anos de guerra na Síria
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.15
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: ONU diz que número é uma estimativa por baixo e sublinha que a "paralisia internacional" está a incentivar a matança.
TEXTO: Pelo menos 191 mil pessoas foram mortas na Síria desde o início da guerra, quase arredada das atenções internacionais desde que os jihadistas que ali ganharam força atacaram o Iraque. A estimativa é mais do dobro do número calculado há um ano, sublinham as Nações Unidas, afirmando que a inacção internacional incentiva o derramamento de sangue. Os números foram apresentados nesta terça-feira pela alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navy Pillay, que é a primeira a admitir que, “tragicamente, é provável que se trata de uma estimativa por baixo do número real de pessoas mortas nos primeiros três anos deste conflito assassino”. A estimativa das Nações Unidas baseia-se em cinco listas de organizações não-governamentais e departamentos governamentais sírios, mas excluiu milhares de registos por não incluírem dados completos sobre o nome das vítimas, o local e a data da morte. Além destes, a ONU admite que há milhares de outras mortes ocorridas durante combates e que simplesmente não foram registadas. Certo é que as 191. 369 registadas entre Março de 2011 – quando começaram os protestos contra o regime de Bashar al-Assad, duramente reprimidos pelas forças de segurança – e Abril deste ano mostram uma escalada no número de vítimas sem precedentes. Em Dezembro de 2011, o Alto Comissariado estimativa que tivessem morrido 5000 pessoas, pouco mais de um ano depois eram já 60 mil e, no Verão passado, tinha registo de 93 mil vítimas. Isto sem falar nos imensos dramas humanitários causados pela guerra. Mais de metade da população de antes da guerra (22, 8 milhões de pessoas) foi obrigada a fugir de sua casa e estima-se que três milhões sejam hoje refugiados. Outros 6, 5 milhões estão deslocados no interior do país, devido aos combates. “Os assassinos, os destruidores e os torcionários na Síria e no Iraque estão a ser encorajados e impelidos pela paralisia internacional”, denunciou Pillay, considerando “escandaloso que o enorme sofrimento, a difícil situação dos feridos, dos deslocados, dos presos e das famílias dos que foram presos ou estão desaparecidos não gere maior atenção” dos governos mundiais. “Existem sérias acusações de crimes de guerra e contra a humanidade cometidos, múltiplas vezes, com toda a impunidade”, reiterou Pillay. Lamentou ainda que o Conselho de Segurança nunca tenha decidido passar o caso da guerra destas violações ao Tribunal Penal Internacional. “O simples facto desta situação poder ter durado tanto tempo, sem perspectiva de um fim, e que tenha hoje consequências tão horríveis para centenas de milhares de pessoas para lá da fronteira da Síria, no Norte do Iraque, constitui um verdadeira acusação contra a época em que vivemos”, concluiu. Após três anos em que só por uma vez o Conselho de Segurança chegou a um consenso (aprovando o acordo entre americanos e russos para a destruição do arsenal químico da Síria), a alta comissária diz que é tempo de os governos adoptarem medidas sérias para pôr fim à guerra e “pararem de alimentar esta catástrofe monumental e totalmente evitável através do envio de armas” para os dois lados em conflito. Das vítimas documentadas, a ONU adianta que mais de 85% são homens, mas diz não ter condições para determinar quantos são combatentes e quantos eram civis. O que pode dizer com certeza é que 8803 eram menores, dos quais 2165 tinham menos de dez anos. Os dados disponíveis indicam também que o maior número de mortos ocorreu na periferia rural de Damasco (39. 393 mortos), onde a oposição chegou a controlar várias localidades antes de uma ofensiva do Exército que ainda perdura, seguida das províncias de Alepo (31. 932), Homs (mais de 20 mil), Deraa e Hama.
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Entidades ONU
PSD apreensivo com revelações sobre chefe das secretas, Costa mantém confiança
Gabinete do primeiro-ministro assume ao PÚBLICO que mantém confiança na escolha de José Júlio Pereira Gomes, envolvido em polémica relacionada com a crise em Timor-Leste. Embaixador defende-se. (...)

PSD apreensivo com revelações sobre chefe das secretas, Costa mantém confiança
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.4
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Gabinete do primeiro-ministro assume ao PÚBLICO que mantém confiança na escolha de José Júlio Pereira Gomes, envolvido em polémica relacionada com a crise em Timor-Leste. Embaixador defende-se.
TEXTO: No momento em que o primeiro-ministro contactou o líder do PSD para lhe comunicar o nome do novo chefe do SIRP - Sistema de Informação da República Portuguesa (vulgo secretas), José Júlio Pereira Gomes era, para Pedro Passos Coelho, apenas um diplomata de carreira, com uma "vasta experiência em relações internacionais e em matérias de segurança e defesa", como se lia no comunicado de António Costa. O caso mudou de figura esta semana, depois da publicação de dois artigos, um no Diário de Notícias e outro no PÚBLICO, referindo pormenores sobre a passagem de José Júlio Pereira Gomes por Timor-Leste e, sobretudo, sobre a saída intempestiva da comitiva portuguesa daquele território a 9 de Setembro de 1999, por decisão do embaixador, então chefe da missão de observação portuguesa ao referendo popular do mesmo ano. O PÚBLICO sabe que o PSD, “tendo em conta as últimas revelações, está a acompanhar o tema com muita apreensão”. Uma declaração que não é de ignorar, tendo em conta que o novo chefe das secretas terá de ser ouvido no Parlamento antes de ser empossado. A data desta audição ainda não foi marcada e os sociais-democratas garantem que não vão levantar nenhuma questão para já, pelo menos formalmente. Aliás, PSD e PS têm uma outra questão para resolver neste capítulo: Teresa Morais, a candidata apoiada pelo PSD ao conselho de fiscalização do SIRP, e que já foi publicamente recusada pelo PS uma vez, vai a votos a 7 de Junho. A pressão sobre António Costa, relativamente à escolha de José Júlio Pereira Gomes, acentua-se também à esquerda. O primeiro-ministro tem recebido informações de várias origens sobre a polémica passagem do embaixador por Timor-Leste, mas não recua. Questionado sobre o PÚBLICO sobre se mantém a decisão de nomear o novo chefe do SIRP, António Costa respondeu: “A proposta de indigitação fala pela confiança que tenho no embaixador José Júlio Pereira Gomes para o desempenho das funções para que agora é proposto. ”O PS, no entanto, mostra-se preocupado. A começar por Ana Gomes que, ao DN, disse ter ficado "muito surpreendida e apreensiva” com a escolha, porque, "não estando em causa o percurso profissional, falta a Pereira Gomes o perfil psicológico”. A eurodeputada assumiu ter dúvidas de que o diplomata “tenha capacidade para aguentar situações de grande pressão” e insistiu que “não inspira confiança e autoridade junto dos seus subordinados nos serviços de informações. "Horas mais tarde, num artigo de opinião do PÚBLICO, foi a vez de o jornalista Luciano Alvarez, que estava em Timor-Leste no Verão de 1999, corroborar os episódios descritos pela socialista. Em resumo, Luciano Alvarez escreveu que “José Júlio Pereira Gomes mente quando diz que a saída dos observadores aconteceu por ‘ordem expressa’ do Governo; e mente quando afirma: ‘Todos os timorenses – e seus familiares – que tinham trabalhado com a nossa missão de observação e connosco se tinham refugiado nas instalações da UNAMET foram evacuados [retirados] connosco e em virtude da nossa intervenção. ’”Na sequência deste artigo, o embaixador contactou o PÚBLICO para expor a sua versão dos factos. Pereira Gomes reitera que recebeu “instruções, ordem expressa para sair” do território. “Ordem essa, posso agora acrescentar, que foi decidida ao mais alto nível do Estado Português”, acrescenta. “Aquilo que digo no meu livro e a que o jornalista chama mentira é a exacta verdade. ”José Júlio Pereira Gomes cita ainda um telegrama do Ministério dos Negócios Estrangeiros no dia 8 de Setembro, para Nova Iorque e Jacarta, onde se lê: "Face iminência nossa Missão Observadores ser obrigada retirar Díli, quadro mais global evacuação UNAMET, muito agradeceríamos V. Ex. ª assegurasse com maior urgência junto essas autoridades que funcionários locais por nós contratados serão também autorizados a sair. Segundo dados transmitidos esta manhã por Dr. Pereira Gomes, haverá 24 pessoas nessa situação, tendo seus nomes sido já comunicados a Chefe UNAMET. Ian Martin terá garantido que os incluirá plano evacuação, tendo porém solicitado estas diligências" (sic). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Apesar de no PS ninguém se atrever a questionar directamente, como Ana Gomes, a escolha feita por António Costa, a dúvida instalou-se em alguns socialistas que já prevêem vir a ter dificuldades quando chegar a altura de defender Pereira Gomes no Parlamento. PCP e BE não foram ouvidos para a escolha do secretário-geral do SIRP e, por isso, estão mais soltos para a crítica, mas preferem guardá-la para o momento oficial que será a audição de Pereira Gomes na comissão de Assuntos Constitucionais. Será nessa altura que comunistas e bloquistas questionarão o embaixador sobre o seu trabalho em Timor-Leste. O tema é particularmente sensível para o BE. O Bloco nasceu em 1999 e Timor-Leste foi um dos temas mais apaixonantes para o jovem partido. A esquerda não disfarça o incómodo, mas reserva os tiros para mais tarde.
REFERÊNCIAS: