Forças de Assad "limparam" bairro junto ao centro histórico de Damasco
Ao sexto dia da batalha de Damasco, o Exército “limpou” o bairro de Midan, junto ao centro histórico da capital síria. Os rebeldes mantêm o controlo sobre cinco postos fronteiriços (os quatro da fronteira com o Iraque e um na da Turquia). (...)

Forças de Assad "limparam" bairro junto ao centro histórico de Damasco
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.03
DATA: 2012-07-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ao sexto dia da batalha de Damasco, o Exército “limpou” o bairro de Midan, junto ao centro histórico da capital síria. Os rebeldes mantêm o controlo sobre cinco postos fronteiriços (os quatro da fronteira com o Iraque e um na da Turquia).
TEXTO: “As nossas corajosas forças limparam totalmente a zona de Midan, em Damasco, do que sobrava dos terroristas mercenários e restabeleceu a ordem”, noticiou esta sexta-feira de manhã a televisão estatal. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) confirma que as forças do Presidente Bashar al-Assad tomaram o bairro de assalto. Os rebeldes confirmaram a retirada deste bairro, colado às muralhas do centro histórico. “É uma retirada estratégica. Ainda estamos em Damasco”, explicou à Reuters Abu Omar, um comandante do Exército Livre, por telefone. Contou que as forças de Assad entraram no bairro com veículos blindados e que controlam agora a zona do mercado. Os combates entre as forças do regime e o Exército Livre, coligação de vários grupos armados da oposição criada por desertores durante a revolta, continuaram durante a noite e na manhã de sexta-feira em vários bairros da capital da Síria. Uma fonte da segurança ouvida pela AFP conta que “o Exército se estava a conter nas suas operações” mas que depois do ataque ao edifício da Segurança Nacional, a principal agência de serviços secretos, em que morreram quatro altos responsáveis do regime, “decidiu utilizar todas as armas ao seu dispor para acabar com os terroristas”. O dia mais sangrentoNa véspera, tentando travar os rebeldes, o Exército intensificou as suas operações em Damasco e, pela primeira vez, tomou um bairro de assalto. “Mais de 15 tanques e veículos blindados entraram no bairro de Qaboun”, na zona Leste, avançou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Com Damasco, que durante o conflito se manteve relativamente segura, a entrar no sexto dia consecutivo de combates, os sírios continuam a fugir para o Líbano, o país vizinho mais próximo. Um oficial de fronteira disse na quinta-feira à Reuters que só em 24 horas, 20 mil pessoas tinham atravessado a fronteira para o Líbano. O balanço é do dia em que, pela primeira vez desde o início do conflito, se viram tanques entrar em Damasco. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados diz que terão entre 8. 500 e 30. 000 os sírios a fugir para o Líbano nos últimos dois dias. Na quinta-feira morreram mais de 300 pessoas na Síria – 139 civis, 98 soldados e 65 rebeldes. O dia mais sangrento desde o início da revolta contra o Presidente Bashar al-Assad, em Março de 2011, de acordo com os números do OSDH. Em Damasco os combates causaram a morte de 47 civis e 23 rebeldes. Notícia corrigida às 13h
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Dezenas de milhares de sírios em fuga, guerra chega à capital económica
Um desfile de carros, carrinhas de caixa aberta, autocarros e motas, muitas motas; homens, muitos, dentro de todas as viaturas, dois ou três em cada mota, todos de espingarda em punho. Segundo a legenda, o vídeo de pouco mais de dois minutos, publicado quarta-feira no YouTube, mostrava rebeldes a caminho de Alepo. Ontem, a capital económica da Síria foi cenário de confrontos de uma violência sem precedentes. (...)

Dezenas de milhares de sírios em fuga, guerra chega à capital económica
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2012-07-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um desfile de carros, carrinhas de caixa aberta, autocarros e motas, muitas motas; homens, muitos, dentro de todas as viaturas, dois ou três em cada mota, todos de espingarda em punho. Segundo a legenda, o vídeo de pouco mais de dois minutos, publicado quarta-feira no YouTube, mostrava rebeldes a caminho de Alepo. Ontem, a capital económica da Síria foi cenário de confrontos de uma violência sem precedentes.
TEXTO: "Violentos combates estão a decorrer nos bairros de Salahedinn, Azamiyah, Akramyah e Ard el-Sabbagh entre o Exército e os rebeldes", confirmava durante a tarde o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, a ONG que desde o início da revolta tem registado as vítimas da repressão. Os primeiros confrontos de que há registo em Alepo começaram na noite de quinta-feira. Tal como Damasco, a segunda cidade mais importante do país foi poupada durante muito tempo à violência. A forte presença do aparelho de segurança do regime nunca permitiu que os protestos atingissem ali a dimensão que tiveram nas cidades médias do país. Mas tal como Damasco, esta foi a semana em que as armas chegaram ao centro de Alepo. Na cidade houve ainda várias manifestações que os activistas dizem ter reunido milhares de pessoas. "O Ramadão da vitória será escrito em Damasco", foi o slogan: o mês sagrado do jejum muçulmano só hoje começa oficialmente na Síria; os rebeldes já o cumprem desde ontem. Foi ainda no domingo que os desertores do Exército Livre lançaram os seus primeiros ataques diurnos dentro dos limites da capital. No mesmo dia, a Cruz Vermelha Internacional declarava a Síria em guerra civil total. Tudo o que aconteceu desde então, incluindo o ataque de quarta-feira contra a célula de crise do Presidente Bashar al-Assad, reunida em Damasco, confirma a existência de uma guerra civil alargada a todo o país, com uma oposição cada vez mais ousada e um regime disposto a tudo para sobreviver. A explosão de quarta-feira, que matou pelo menos quatro altos responsáveis, incluindo o chefe dos serviços secretos, Hisham Ikhtiar, que não sobreviveu aos ferimentos, abalou de forma extraordinária o regime, mas não o parou. Os opositores avisaram de imediato que a resposta se faria através de massacres, tal como aconteceu ao longo dos últimos meses nas cidades onde os rebeldes iam ganhando força, mas acabavam por ser derrotados, como Homs. Há relatos de milicianos leais a Assad a entrarem em casas dos bairros de Damasco onde a oposição ocupou posições, mas de onde foi expulsa entretanto. Um repórter da revista Time presenciou outra dura retaliação: em Saraqeb, na província de Idlib, viu como os rebeldes festejaram o ataque de quarta-feira em Damasco, preparando-se, ao mesmo tempo, para uma batalha num checkpoint da auto-estrada que liga a capital a Alepo. A violência aterrou nas casas das suas famílias, atacadas por rockets. "Ninguém esperava", disse um jovem combatente. "Eles sabiam onde nós estávamos, por que é que não vieram atrás de nós?"As tribosNada disto significa que o regime não esteja a perder o controlo do país. Os rebeldes não foram expulsos de Damasco e os confrontos em Alepo são significativos. O mesmo acontece com os ganhos da oposição nas zonas de fronteira, onde ontem mantinha o controlo de pelo menos um posto de controlo na fronteira turca e das mais importantes passagens para o Iraque, incluindo Abu Kamal, na auto-estrada do Eufrates, uma das maiores rotas de comércio do Médio Oriente. Bagdad não gostou dos confrontos dos últimos dias e selou Abu Kamal com barreiras de cimento - mais tarde anunciou não estar em condições de receber refugiados, por razões de segurança. As zonas de um lado e do outro da fronteira são habitadas pelas mesmas tribos. Nos primeiros tempos da revolta síria, algumas estavam com o regime, outras com os revoltosos. Mas o mês passado, depois de uma ofensiva do Governo contra a cidade de Deir Ezzor, que terá morto 350 pessoas, as alianças mudaram. "As tribos sabem que as posições de hoje vão afectar a sua reputação ao longo de gerações", escreveu Hassan Hassan, colunista sírio que vive na região, citado há dias pelo Guardian.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Mais diplomatas abandonam o regime de Bashar al-Assad
Pelo menos mais dois diplomatas sírios de topo renegaram o Presidente Bashar al-Assad, enquanto prosseguem os combates entre as forças leais ao regime e a rebelião, com especial violência em Alepo, e a comunidade internacional continua num impasse sobre a linha de acção a seguir para pôr fim ao conflito que se arrasta há mais de 17 meses. (...)

Mais diplomatas abandonam o regime de Bashar al-Assad
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.5
DATA: 2012-07-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pelo menos mais dois diplomatas sírios de topo renegaram o Presidente Bashar al-Assad, enquanto prosseguem os combates entre as forças leais ao regime e a rebelião, com especial violência em Alepo, e a comunidade internacional continua num impasse sobre a linha de acção a seguir para pôr fim ao conflito que se arrasta há mais de 17 meses.
TEXTO: As novas deserções – dos representantes diplomáticos sírios nos Emirados Árabes Unidos e em Chipre, os quais são marido e mulher – foram confirmadas ainda ontem à noite pelo porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, o qual precisou que os diplomatas partiram ambos para o Qatar. Este foi o destino escolhido, no início do mês, também pelo embaixador sírio no Iraque, Nawaf Fares, até agora a mais importante deserção diplomática ao regime de Assad. A partida de Lamia al-Hariri, responsável de negócios da Síria em Chipre, e do marido, Abdelatif al-Dabbagh, embaixador de Damasco nos Emirados, “mostra que responsáveis de topo no círculo próximo de Assad estão em fuga do Governo por causa dos actos odiosos cometidos contra o povo e também que os dias de Assad no poder estão contados”, sustentou Carney. Foi igualmente reportada, mas ainda não confirmada, a deserção do adido militar sírio em Omã, Mohammed Tahseen al-Faqir. No terreno, o cenário de batalha em Alepo, a segunda maior cidade e centro económico do país, entrou já no sétimo dia consecutivo, ao mesmo tempo que residentes em Damasco dão conta de estarem a ser bombardeadas hoje várias zonas do sul da capital, com morteiros a cair "a cada minuto". Depois do grande assalto das forças do regime à capital, na semana passada, o exército virou então os seus maiores esforços para Alepo, na tentativa de fazer bater em retirada os combatentes rebeldes que tinham obtido controlo de boa parte daquela cidade e arredores, no norte do país, já não distante da fronteira com a Turquia. Segundo o Observatório sírio dos Direitos Humanos (organização com sede em Londres e uma vasta rede de activistas na Síria) terão morrido 24 pessoas nos combates de ontem em Alepo, continuando a aumentar o balanço de vítimas mortais no conflito, estimado já em mais de 18 mil pessoas. Vários bairros de Alepo continuavam esta manhã a ser têm assolados por barragens ininterruptas de artilharia pesada e morteiros e batidas por helicópteros de combate, ao mesmo tempo que se multiplicam os relatos de uma enorme mobilização de reforços de tropas do regime a caminho de Alepo. Um activista anti-Governo na cidade afirmou que é esperado um grande assalto do Exército para recuperar o terreno que fora conquistado pelos rebeldes. Esta nova intensa batalha – e cuja eventual vitória é estrategicamente crucial para ambos os lados – relançou a tensão na região para lá das fronteiras da Síria, tendo a Turquia decidido fechar ontem as suas fronteiras com o país vizinho. O encerramento não irá porém afectar o fluxo de pessoas que tentam fugir ao conflito, foi garantido pelo Governo de Ancara ao alto comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Ontem mesmo, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, renovou os apelos à comunidade internacional para “agir agora de forma a parar a carnificina” na Síria. Mas o impasse permanece, como já antes, em que três tentativas de fazer aprovar uma resolução de condenação dos actos do regime de Assad acabaram bloqueadas pela Rússia e China, e uma vez mais as diferentes visões existentes entre os membros do Conselho de Segurança sobre a forma de lidar com o conflito na Síria foram visíveis. O embaixador alemão na ONU, Peter Wittig, lembrou, durante um debate do Conselho de Segurança sobre o Médio Oriente, que “é o povo sírio quem vai pagar o preço deste falhanço [da comunidade internacional em agir]”. Ao que, na linha habitual, o embaixador russo, Vitali Tchurkin, respondeu com críticas duras, nomeadamente em relação às ameaças já feitas por algumas potências ocidentais de darem apoio à oposição síria: “[Vão] contribuir e levar a uma escalada do confronto”. Notícia actualizada às 9h55
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Oposição síria pede armas e uma zona de exclusão aérea no Norte
O chefe do conselho militar rebelde de Alepo pediu aos países ocidentais a criação de uma zona de exclusão aérea no Norte da Síria, acusando o regime de preparar “um massacre” na cidade. O mesmo alerta foi feito pelo líder da oposição política no exílio, que pediu armas para os rebeldes. (...)

Oposição síria pede armas e uma zona de exclusão aérea no Norte
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-07-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O chefe do conselho militar rebelde de Alepo pediu aos países ocidentais a criação de uma zona de exclusão aérea no Norte da Síria, acusando o regime de preparar “um massacre” na cidade. O mesmo alerta foi feito pelo líder da oposição política no exílio, que pediu armas para os rebeldes.
TEXTO: “Pedimos ao Ocidente que instaure uma zona de exclusão aérea. Estamos prontos a derrubar o regime”, disse o coronel Abdel Jabbar al-Oqaidi, numa entrevista à AFP. “Queremos armas que nos permitam fazer parar os tanques e os aviões de combate” de Bashar al-Assad, disse Abdel Basset Sayda, presidente do Conselho Nacional Sírio, a maior coligação de opositores. Com o regime a recorrer a caças MiG 21 e MiG 23 para bombardear civis e os rebeldes a “combaterem com armas velhas”, a oposição armada reclama apoio para operar “uma mudança significativa” na revolta e “permitir ao povo sírio assegurar a sua autodefesa face à máquina de morte” de Assad. A revolta síria começou no início do ano passado com manifestações pacíficas onde se pediam melhores condições de vida e mais liberdades. Em Março, 15 miúdos da cidade de Deraa, no Sul, foram presos e torturados depois de terem escrito “o povo quer a queda do regime” nas paredes da escola. A cidade saiu à rua para pedir a responsabilização dos que tinham maltratado as crianças; os protestos espalharam-se a outras regiões. Bashar al-Assad escolheu a resposta da repressão e em Setembro já havia grupos de desertores a proteger as populações das forças regulares. Hoje, há uma guerra civil em grande parte do território sírio e já morreram mais de 20 mil pessoas. Agora, diz o curdo Abdel Basset Sayda, a oposição precisa de 145 milhões de dólares para assegurar as necessidades básicas dos que combatem Damasco. Apesar do apoio à oposição declarado nas conferências do grupo “Amigos da Síria”, promovidas pela Turquia com a presença de dezenas de países e das principais organizações internacionais, o Conselho Nacional recebeu apenas 15 milhões de dólares nos últimos meses. "Esperamos dos irmãos e amigos um apoio ao Exército Livre [formado por desertores e civis]”, afirmou Sayda. Se não o fizerem, sírios verão os países “irmãos e amigos como responsáveis” ‘por futuros massacres. A guerra em AlepoCom violentos combates a decorrer em Alepo, a capital económica e comercial da Síria e a maior das suas cidades, 350 quilómetros a norte de Damasco, o líder das tropas rebeldes locais, coronel Oqaidi, diz que os opositores de Assad continuam a impedir os avanços das forças de regime. “Destruímos oito tanques, veículos blindados, matámos mais de 100 soldados”, descreveu, explicando que os tanques não entram nos bairros de ruas estreitas da cidade, cujo centro antigo é Património Mundial da UNESCO, onde o Exército “só pode usar aviões ou artilharia pesada à distância”. Por tudo isto, “esperamos que eles cometam um grande massacre”, como em Homs, onde em Fevereiro foram mortas milhares de pessoas – primeiro debaixo de bombas, depois às mãos das milícias do regime. “Pedimos à comunidade internacional que intervenha para impedir estes crimes”, disse o coronel. Oqaidi defendeu que o mais importante seria criar uma zona de exclusão aérea, uma possibilidade que chegou a ser discutida por vários países mas que nunca avançou por implicar a mobilização de meios militares. Um governo para o pós-AssadSayda fez o seu apelo por armas numa conferência de imprensa no Abu Dhabi, onde os adversários do regime sírio estiveram reunidos desde quinta-feira para debater a formação de um governo de transição. “Estamos a estudar a ideia e vamos entrar em contacto com todas as forças no terreno na Síria”, disse. Muitos sírios no interior do país ou refugiados na região acusam os opositores no exílio de nada fazerem por eles – alguns membros do Conselho já se afastaram considerando precisamente que tinham falhado na protecção dos sírios. Os únicos que mantêm legitimidade junto da população em revolta são os comandantes do Exército Livre que permaneceram na Síria e enfrentam o regime.
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Partidos LIVRE
Rebeldes tentam tomar aeroporto de Alepo, 43 mortos perto de Damasco
Um ataque das forças de segurança sírias levado a cabo contra uma localidade perto de Damasco terá causado a morte a 43 pessoas, algumas das quais foram executadas, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, nesta quinta-feira. Em Alepo, o alvo dos rebeldes é o aeroporto, que foi bombardeado. É daí que Damasco faz levantar meios aéreos de combate aos rebeldes. (...)

Rebeldes tentam tomar aeroporto de Alepo, 43 mortos perto de Damasco
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.05
DATA: 2012-08-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um ataque das forças de segurança sírias levado a cabo contra uma localidade perto de Damasco terá causado a morte a 43 pessoas, algumas das quais foram executadas, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, nesta quinta-feira. Em Alepo, o alvo dos rebeldes é o aeroporto, que foi bombardeado. É daí que Damasco faz levantar meios aéreos de combate aos rebeldes.
TEXTO: “As forças do regime penetraram esta quarta-feira em Jdeidet Artouz (subúrbio no sudoeste de Damasco), detiveram uma centena de jovens, encerraram-nos numa escola e torturaram-nos”, indicou o OSDH. “Na quinta-feira de manhã, após esta operação, foram encontrados os corpos de 43 pessoas. Algumas foram vítimas de execuções sumárias”, especificou o OSDH, que tinha anteriormente dado conta da morte de 28 civis no ataque contra esta localidade. Os activistas do Comités de Coordenação Local falam em 87 mortos em dois massacres nos subúrbios de Jdeidet Artouz e Yalda. Sobre o primeiro, foi publicado um vídeo no YouTube em que se vêem cerca de 15 corpos, alguns meio despidos, de mãos atadas atrás das costas. Na versão agência estatal Sana, vários “terroristas” foram detidos aí depois de entregarem as suas armas. Os activistas dizem que encontraram ainda 27 corpos despejados em Yalda, alguns dos quais executados. Ainda de acordo com o OSDH, 163 pessoas morreram na quarta-feira por toda a Síria, incluindo 98 civis, 20 rebeldes e 45 soldados. À AFP, fontes estatais não identificadas confirmaram que estão a preparar o “assalto final” a Damasco, uma operação que poderá demorar “várias semanas”. Objectivo: aeroportoNa cidade de Alepo, no norte da Síria, também se adensam os combates. De acordo com o jornal Guardian, o governo sírio começou a usar artilharia pesada e Força Aérea para atingir os rebeldes. A táctica dos rebeldes parece ser a de vencer o regime pela exaustão, avança o mesmo jornal londrino, citando uma alta patente do Exército de Libertação da Síria (as forças anti-Assad). Os rebeldes bombardearam o aeroporto militar de Menagh, a cerca de 30 quilómetros a noroeste de Alepo, a partir de onde descolam os aviões e helicópteros do regime que estão a conduzir os ataques à cidade. A notícia foi avançada à AFP pelo OSDH. Os rebeldes também já confirmaram estar a levar a cabo um ataque para capturar esse aeroporto, a fim de deter os ataques aéreos do regime. O porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky, afirmou na quarta-feira que, segundo a missão da ONU na Síria, os rebeldes estariam na posse de armamento pesado, incluindo carros de combate, nas imediações de Alepo, a segunda cidade mais importante do país a seguir a Damasco. Mensagem de AssadO Presidente Bashar al-Assad - cujo regime tenta aplacar há 17 meses aquilo que começou por ser uma revolta popular pró-democracia e acabou por se transformar numa guerra civil - tem enviado mensagens de apoio às suas tropas. “O destino do nosso povo e da nossa nação - passado, presente e futuro - depende desta batalha”, disse, citado pelos media estatais. Milhares de pessoas tentam fugir do país, nomeadamente da cidade de Alepo que fica a cerca de 60 quilómetros da fronteira com a Turquia onde está instalado um enorme campo de refugiados. Estima-se que, até agora, o conflito na Síria já tenha provocado a morte a cerca de 20 mil pessoas. Notícia actualizada às 10h
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Entidades ONU
Co-produção com Palestina em risco de falhar a Capital Europeia da Cultura
Directora artística recusa fazer um "espectáculo de souvenir". Produtor diz que continua a trabalhar para que Sarha se mantenha. (...)

Co-produção com Palestina em risco de falhar a Capital Europeia da Cultura
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Directora artística recusa fazer um "espectáculo de souvenir". Produtor diz que continua a trabalhar para que Sarha se mantenha.
TEXTO: Um dos espectáculos mais emblemáticos da programação de Verão da Capital Europeia da Cultura - Sarha, co-produção do Centro de Criação para o Teatro e as Artes de Rua (CCTAR) com o Freedom Theatre de Jenin, na Cisjordânia - está em risco de não chegar a acontecer. Anteontem, sem aviso prévio, a directora artística, Mia Hansen-Love, anunciou na inauguração da exposição paralela a Sarha que considera "impossível prosseguir o trabalho" por "drástico incumprimento" das mais "elementares condições artísticas, administrativas e logísticas": "Acima de tudo", afirma no comunicado entretanto distribuído à imprensa, "choca-nos que uma sofisticada representação sobre os direitos humanos (. . . ) e a interacção entre culturas variadas possa ver-se tratada como um espectáculo de souvenir para a Capital Europeia da Cultura". Apanhado de surpresa pela decisão, unilateral, de cancelamento do espectáculo, cujas apresentações estavam previstas para os dias 29, 30 e 31 deste mês, o director do CCTAR, Renzo Barsotti, admite que este tem sido um processo de criação "particularmente difícil" e que é "natural" que uma peça original criada em residência, num país estrangeiro, por uma equipa multicultural que nunca tinha trabalhado junta (e que associa artistas palestinianos a outros vindos da Turquia, da Macedónia e da Dinamarca) atravesse fases de maior turbulência. Mas diz também que a comparação entre as condições de acolhimento dos artistas pela Capital Europeia da Cultura e o sofrimento da população palestiniana nos territórios ocupados "foi absolutamente infeliz" e até desrespeitadora da entidade co-produtora, tendo em conta as circunstâncias "terrivelmente complexas" em que o Freedom Theatre mantém a sua actividade desde o assassinato do seu fundador, Juliano Mer-Khamis, a 4 de Abril do ano passado. No final da reunião de emergência de ontem com a equipa artística, o produtor garantiu ao PÚBLICO que "o CCTAR continua a trabalhar para que o espectáculo aconteça" e recusou as acusações de "drástico incumprimento": "Se a produção não tivesse cumprido as mais elementares condições, os artistas não estariam cá e o espectáculo nunca teria existido sequer enquanto intenção. Mas não quero fugir das minhas responsabilidades, para o bem e para o mal. Temos obrigação de dar a melhor resposta possível". Minutos depois, saída da mesma reunião, a encenadora reiterava ao PÚBLICO que as dificuldades descritas no comunicado "se mantêm" e que a situação actual é "impossível": "Vamos ver o que acontece", adiantou, não excluindo que hoje possa haver novos desenvolvimentos. Igualmente apanhada de surpresa e incomodada com a forma, o conteúdo e o momento da declaração de anteontem, a Fundação Cidade de Guimarães, entidade gestora da Capital Europeia da Cultura, só emitirá uma posição oficial depois de receber do CCTAR um relatório pormenorizado do que se passou. O projecto Sarha, cujos trabalhos se iniciaram há cerca de um ano e incluíram workshops no campo de refugiados de Jenin, decorrem da relação pessoal entre Barsotti e Mer-Khamis, e do protocolo que ambos assinaram para a realização de projectos de teatro para o espaço público da Cisjordânia ocupada - um trabalho de envolvimento da comunidade que, diz o produtor, Mer-Khamis considerava "urgente": "Sarha é apenas o início de um trabalho na Palestina. E inscreve-se na vontade que o CCTAR tem de se colocar sempre em jogo. Quero acreditar que isto não passa de uma crise pontual no decurso de um processo criativo".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos cultura campo comunidade assassinato
Confrontos entre forças sírias e jordanas
O conflito na Síria alastrou de novo além-fronteiras, desta vez na Jordânia, com confrontos entre os dois países esta sexta-feira à noite. (...)

Confrontos entre forças sírias e jordanas
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: O conflito na Síria alastrou de novo além-fronteiras, desta vez na Jordânia, com confrontos entre os dois países esta sexta-feira à noite.
TEXTO: Foi o incidente mais grave entre os dois países desde o início da revolta na Síria, há 17 meses, contra o Presidente Bashar al-Assad. No entanto, fontes de Amã diziam que não parecia haver mortos do lado jordano. A violência ocorreu na zona de Tel Shihab-Turra, a cerca de 80 quilómetros da capital da Jordânia, depois de refugiados sírios tentarem atravessar a fronteira. Há alguns meses, houve notícias de que os sírios estavam a minar as fronteiras para que os refugiados não conseguissem passar. Dezenas de milhares de sírios passaram da Síria para a Jordânia desde o início da revolta que se tornou num conflito armado generalizado. A cada pico de violência, tem-se seguido um fluxo de refugiados tanto para a Jordânia como a Turquia.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência
Regime de Assad está a colapsar, diz ex-primeiro-ministro
Riad Hijab, primeiro-ministro sírio até ter desertado para a Jordânia, na semana passada, diz que o regime está a “colapsar moralmente, financeiramente e militarmente”. (...)

Regime de Assad está a colapsar, diz ex-primeiro-ministro
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Riad Hijab, primeiro-ministro sírio até ter desertado para a Jordânia, na semana passada, diz que o regime está a “colapsar moralmente, financeiramente e militarmente”.
TEXTO: Numa conferência de imprensa em Amã, explicou nesta terça-feira que o regime do Presidente Bashar al-Assad já não controla mais do que um terço do território. A secretária-geral adjunta das Nações Unidas para os assuntos humanitários, Valérie Amos, chegou nesta terça-feira a Damasco para discutir a “deterioração da situação humanitária” causada pela violência que há 17 meses assola o país e formas de “ampliar urgentemente os esforços de socorro e de reduzir o sofrimento dos civis apanhados pelos combates”. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, já mais de 21. 000 pessoas perderam a vida desde os primeiros protestos pacíficos contra Bashar al-Assad, em Março de 2011. Depois de Damasco, onde será recebida por governantes e pelo Crescente Vermelho sírio, Amos viaja para o Líbano, onde milhares de famílias estão refugiadas. O conflito já levou mais de 270. 000 sírios a fugirem para o Líbano, a Jordânia, a Turquia e o Iraque, contabilizaram as Nações Unidas. Para além disto, estima-se que haja mais de um milhão de deslocados no país. Na Arábia Saudita, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização da Cooperação Islâmica pediram, em Meca, onde se reúnem de emergência durante terça e quarta-feira, a suspensão da Síria. Apenas a Argélia e o Irão se opuseram. Notícia corrigida às 15h35
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos violência humanitária
Suécia rejeita acusações do Equador sobre Assange
A Suécia já reagiu à decisão do Equador em dar asilo político ao fundador da WikiLeaks, Julian Assange, rejeitando as críticas feitas pelo Governo de Quito de que a justiça sueca não garante os direitos à defesa de forma igualitária. (...)

Suécia rejeita acusações do Equador sobre Assange
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Suécia já reagiu à decisão do Equador em dar asilo político ao fundador da WikiLeaks, Julian Assange, rejeitando as críticas feitas pelo Governo de Quito de que a justiça sueca não garante os direitos à defesa de forma igualitária.
TEXTO: “O nosso sistema jurídico e constitucional sólido garante direitos a qualquer pessoa. Rejeitamos firmemente toda a acusação que implique om contrário”, defendeu o ministro sueco dos Negócios Estrangeiros, Carl Bildt, através da sua conta no Twitter. Pelo mesmo meio, Bildt denuncia ainda a “tentativa inaceitável do Equador interromper o processo judicial sueco e a cooperação judiciária europeia”. Depois de conhecida a decisão do Equador, a Suécia convocou o embaixador equatoriano em Estocolmo para que este desse explicações sobre as acusações de parcialidade feitas pelo seu Governo à justiça sueca. A Suécia exige ao Reino Unido que extradite Assange, que nos últimos dois meses viveu refugiado na representação diplomática equatoriana em Londres, para que responda em tribunal por acusações de violação sexual.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos tribunal violação sexual refugiado
Criminoso de guerra preso em Lisboa pode requerer liberdade em 2020
Mile Mrksic está em total isolamento na prisão de alta segurança de Monsanto, sujeito a apreciação clínica e prisional, e já pediu livros sérvios. Em 1991, na Croácia, permitiu a morte de 194 prisioneiros de guerra. Com vídeo (...)

Criminoso de guerra preso em Lisboa pode requerer liberdade em 2020
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.4
DATA: 2012-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mile Mrksic está em total isolamento na prisão de alta segurança de Monsanto, sujeito a apreciação clínica e prisional, e já pediu livros sérvios. Em 1991, na Croácia, permitiu a morte de 194 prisioneiros de guerra. Com vídeo
TEXTO: Educado, cortês, obediente e com muita vontade de ler livros escritos na sua língua. Estas são as primeiras impressões deixadas pelo antigo general sérvio Mile Mrksic, que, desde quinta-feira, se encontra a cumprir pena de prisão na cadeia de Monsanto, em Lisboa. O militar, condenado a 20 anos de cadeia pelo massacre de 194 pessoas nos Balcãs, chegou a Portugal ao abrigo de um acordo subscrito com o Tribunal Criminal Internacional (TCI) por 17 países que se mostraram dispostos a acolher criminosos de guerra oriundos da antiga Jugoslávia. Mile Mrksic, de 65 anos, encontra-se numa cela individual e sem hipótese, para já, de contactar com qualquer um dos restantes 52 reclusos que se encontram a cumprir penas na cadeia de Monsanto, apontada como sendo a de maior segurança em Portugal e que, por isso, acolhe os condenados considerados mais perigosos. O general sérvio, que é a primeira pessoa entregue a Portugal ao abrigo do acordo com o TCI, irá permanecer em isolamento total durante tempo indeterminado, até que uma equipa composta por psicólogos e guardas prisionais se pronuncie acerca do seu comportamento e perfil psicológico. Só então, e caso as informações sejam positivas, se aquilatará da possibilidade de poder contactar com outros presos ou continuar a cumprir pena em total isolamento. 20 anos de cárcereMile Mrksic, que foi responsabilizado pelos crimes de guerra cometidos em 1991, acabou por se entregar às Nações Unidas em 2002. Julgado em Haia, na Holanda, foi condenado a 20 anos de cadeia. Já leva dez anos de reclusão e os restantes dez deverão ser cumpridos em Portugal. Esse período, que expira, no máximo, em 2022, poderá, no entanto, ser encurtado em dois anos. É que, estando agora sujeito ao sistema judicial português, o militar tem o direito, como qualquer outro recluso, de reclamar a liberdade condicional ao atingir os três quartos da pena. Em 2022 (caso seja colocado em liberdade condicional dois anos antes, não deverá ter autorização para abandonar o país), Mile Mrksic será devolvido pelas autoridades nacionais ao TCI, que, por sua vez, deverá decidir-se pelo envio para o país natal, neste caso a Croácia (hipótese quase irreal, pois os crimes cometidos ocorreram neste mesmo país), ou para outro que esteja disposto a acolhê-lo. Poderá, inclusive, ficar em Portugal, caso seja essa a sua vontade e nada haja a obstar por parte do Governo. Em Novembro de 1991, Mile Mrksic era coronel e comandou o cerco à cidade croata de Vukovar, próxima da fronteira com a Sérvia. Rezam as crónicas da época que um grupo de mais de 300 croatas se terá refugiado num hospital local, aguardando a intervenção da Cruz Vermelha Internacional, que nunca haveria de ocorrer. De acordo com o acórdão do TCI, as forças militares sérvias terão então retirado essas pessoas do hospital, juntamente com um número não especificado de doentes e também de cidadãos de outras origens dos Balcãs. Terão sido levados em autocarros até uma quinta localizada em Ovcara, a quatro quilómetros de Vukovar. Nesse local, com a conivência do então coronel e que haveria de ser promovido a general depois deste episódio, muitos dos presos acabaram por ser torturados e espancados por grupos de civis afectos aos militares sérvios. Ao todo, terão sido fuziladas 194 pessoas, que acabaram por ser enterradas numa vala comum. No decurso do julgamento de Haia, que se iniciou em 2005 e durou 189 dias, foi dado como provado que Mrksic e o major Veselin Slijivancanin, mesmo não tendo participação directa nas mortes, sabiam da tortura e posterior assassinato dos presos, nada tendo feito para impedi-los. Mrksic é o primeiro preso enviado pelo TCI
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra tribunal prisão assassinato refugiado