Assad decidido a ganhar a guerra contra os rebeldes mas diz precisar de tempo
O Presidente sírio, Bashar al-Assad, a braços com uma revolta há mais ano e meio que devasta o país, revelou-se inamovível na determinação de ganhar a guerra contra a rebelião, sustentando que o exército só precisa de “mais tempo” para vencer as forças rebeldes que querem derrubar o seu regime. (...)

Assad decidido a ganhar a guerra contra os rebeldes mas diz precisar de tempo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.8
DATA: 2012-08-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente sírio, Bashar al-Assad, a braços com uma revolta há mais ano e meio que devasta o país, revelou-se inamovível na determinação de ganhar a guerra contra a rebelião, sustentando que o exército só precisa de “mais tempo” para vencer as forças rebeldes que querem derrubar o seu regime.
TEXTO: “Posso resumir [o conflito na Síria] numa frase: estamos a progredir, a situação no terreno está melhor, mas ainda não ganhámos, para isso precisamos de mais tempo”, sustentou o contestado Presidente, em excertos transmitidos na manhã desta quarta-feira de uma entrevista ao canal privado pró-regime Addounia, que será vista por inteiro hoje à noite. Nesta entrevista, Assad qualificou como “irrealistas” as propostas, lançadas pela Turquia, de serem criadas “zonas-tampão” em território sírio sob supervisão internacional para acolher os refugiados em fuga dos combates – uma ideia que deverá estar no topo da agenda da reunião de amanhã do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque. “Primeiro que tudo, discutir zonas-tampão não está sobre a mesa, e em segundo lugar essa é uma ideia irrealista e impraticável, até mesmo para os países que são hostis e inimigos da Síria”, sustentou Assad, o qual conta ainda, a seu favor, com a oposição que Rússia e China têm mantido no Conselho de Segurança a quaisquer medidas de condenação do regime de Damasco e propostas de intervenção militar internacional na Síria. Apesar de o país estar devastado pela vaga de violência dos últimos 17 meses, que fez mais de 25 mil mortos e forçou a fuga de centenas de milhares de pessoas, na esmagadora maioria para a Turquia, Jordânia e Líbano – além de ter destruído importantes infra-estruturas –, o Presidente sírio continua sem dar nenhuns sinais de aceitar afastar-se do poder e ceder o lugar a um governo de transição para pôr fim ao conflito, apesar dos muitos apelos que lhe são feitos nesse sentido, vindos de outros países e até mesmo de dentro do seu regime. Para Assad, as já numerosas deserções que têm vindo a ocorrer em Damasco, incluindo de diplomatas e de generais de topo e até mesmo a do vice-primeiro-ministro Riad Hijab, constituem uma “limpeza” das pessoas “às quais falta patriotismo”. “As pessoas patrióticas e as pessoas de bem não fogem, não abandonam a sua pátria. Mas, no fundo, essas operações [de deserção] são positivas, são auto-limpezas do Estado e da nação”, sustentou. O Addounia não precisou quando foi feita esta entrevista a Assad, o qual raramente tem tido intervenções públicas desde o início da revolta – que eclodiu com manifestações pacíficas em Março de 2011, exigindo reformas democráticas e o fim da corrupção, e depressa se transformou numa rebelião armada face à repressão brutal que o regime fez sobre os protestos, enviando tropas e tanques para dentro das cidades e bombardeando indiscriminadamente as suas populações para esmagar as bolsas de rebeldes. Respondendo aos rumores de que teria abandonado a capital depois de um ataque à bomba na cidade, em Julho, o Presidente sírio limitou-se a afirmar que estava a dar esta entrevista numa sala do palácio presidencial em Damasco.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência ataque
Novo enviado da ONU e Liga Árabe à Síria diz ter “missão quase impossível”
É “com os olhos bem abertos e sem ilusões” que o novo enviado das Nações Unidas e Liga Árabe à Síria dá início à tarefa de mediação com o regime de Damasco de soluções para pôr fim ao conflito no país. “Sei bem que será muito difícil – quase impossível”, afirmou Lakhdar Brahimi, numa entrevista à BBC. (...)

Novo enviado da ONU e Liga Árabe à Síria diz ter “missão quase impossível”
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.26
DATA: 2012-09-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: É “com os olhos bem abertos e sem ilusões” que o novo enviado das Nações Unidas e Liga Árabe à Síria dá início à tarefa de mediação com o regime de Damasco de soluções para pôr fim ao conflito no país. “Sei bem que será muito difícil – quase impossível”, afirmou Lakhdar Brahimi, numa entrevista à BBC.
TEXTO: Diplomata extremamente experiente, o argelino que agora abraçou a missão de encontrar soluções para a crise síria apontou que não está a ser feito o suficiente para pôr fim à violência que se arrasta há mais de ano e meio, com um balanço de mais de 20 mil mortos, centenas de milhares de refugiados e combates a extravasarem as fronteiras para o Líbano. “As pessoas dizem que há gente a morrer e questionam-nos sobre o que estamos a fazer. E a verdade é que não estamos a fazer muito. E isso é, em si mesmo, um fardo enorme”, avaliou Brahimi em referência às críticas sobre a inacção da comunidade internacional para pôr fim ao conflito. Brahimi substituiu no final de Agosto nesta missão o antigo secretário-geral da ONU Kofi Annan, que se demitiu ao concluir que não havia forma de levar a missão de pacificação a bom termo, após várias tentativas de negociar acordos de tréguas e transição de poder com o regime do presidente Bashar al-Assad. Apesar de várias vezes dizer que sim aos termos dos acordos negociados, Assad jamais os pôs em prática no terreno – e a Síria tem apenas assistido a um agravar da espiral de violência, vivendo o que já muitos responsáveis da ONU descreveram como uma guerra civil. Face à missão que agora abraçou, Brahimi disse estar “assustado com o peso da responsabilidade” assumida, e sente-se como estando “em frente a uma parede”, à procura de brechas que possam trazer soluções. Brechas essas que, disse, continua a não vislumbrar face à persistente “intransigência” do Governo sírio, à escalada da violência por parte da rebelião e à paralisação no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde Rússia e China vetaram diversas tentativas de resolução destinadas a pôr pressão sobre Damasco. “Começo esta tarefa com os olhos bem abertos e sem quaisquer ilusões. Sei bem o quão difícil isto é – como é quase impossível. Não direi impossível, mas quase impossível”, insistiu Brahimi. Antigo ministro argelino dos Negócios Estrangeiros, este diplomata desempenhou cargos de topo das Nações Unidas, incluindo o de enviado ao Afeganistão e ao Iraque e o de mediador de paz nos acordos que puseram fim à guerra civil no Líbano. Para já, o plano do novo mediador é manter na mesa a proposta de seis pontos feita e negociada por Annan com Assad, por muitos considerada já como irrelevante, dado jamais ter sido posta em prática no terreno. Brahimi pretende manter aquele acordo na “caixa de ferramentas” para possível adaptação e diz ter também “algumas ideias”. “Mas ainda não nenhum plano”, reconheceu, para além de dar os primeiros passos sob a forma de “falar com tantas pessoas quanto possível”.
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Entidades ONU
Crianças sírias contam histórias de horror: torturas, raptos e detenções
Praticamente todas as crianças ouvidas pelos investigadores da Save the Children contam ter visto ser morto pelo menos um familiar, algumas foram queimadas com cigarros, submetidas a choques eléctricos, presas em celas com corpos em decomposição: são histórias de horror do que se passa na guerra na Síria, agora apresentadas num relatório daquela organização britânica. (...)

Crianças sírias contam histórias de horror: torturas, raptos e detenções
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Praticamente todas as crianças ouvidas pelos investigadores da Save the Children contam ter visto ser morto pelo menos um familiar, algumas foram queimadas com cigarros, submetidas a choques eléctricos, presas em celas com corpos em decomposição: são histórias de horror do que se passa na guerra na Síria, agora apresentadas num relatório daquela organização britânica.
TEXTO: O documento, feito com os testemunhos de crianças sírias que conseguiram fugir com as famílias para um campo de refugiados no norte da Jordânia (onde 65% dos habitantes são crianças), apela a uma maior presença no terreno das Nações Unidas na Síria, que permita registar “as atrocidades”, de forma a julgar os responsáveis, e dar alguma protecção às vítimas. A ONU estima que desde o início do conflito há 18 meses foram mortas mais de 20 mil pessoas (30 mil na contagem dos activistas rebeldes sírios). O protesto eclodiu com manifestações pacíficas contra a corrupção e por melhores condições de vida, brutalmente reprimidas pelas autoridades de Damasco com tanques e soldados. Mais de 260 mil pessoas fugiram da Síria para países vizinhos e crê-se também que mais de 1, 2 milhões estão deslocados dentro do país, forçados a abandonar as suas casas pela campanha de perseguição do regime do Presidente Bashar al-Assad e os combates entre o exército e as forças armadas rebeldes. A violência que está a ser cometida contra as crianças é “consistente, recorrente e revoltante”, sublinha o relatório, divulgado um dia após o novo enviado das Nações Unidas e Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, ter descrito a situação naquele país como “extremamente grave e a piorar”. A Save the Children documenta neste relatório vários casos de abusos e violações dos direitos humanos cometidos no conflito sírio. A investigação foi lançada depois das notícias que eclodiram de que crianças estavam a ser detidas e torturadas na cidade rebelde de Deraa, após terem inscrito numa parede slogans usados nas revoltas na Tunísia e Egipto durante a Primavera Árabe. Uma das crianças ouvidas, um rapaz de 15 anos, contou à Save the Children que foi mantido preso no edifício onde era a sua escola, onde os seus captores o queimaram com cigarros. Outro relatou ter sido submetido a choques eléctricos e forçado a ficar numa cela onde se encontravam corpos em decomposição. Outro ainda narrou ter visto uma outra criança, de seis anos, morrer após ser espancada e deixada sem comer: “Ele sobreviveu três dias [após a tortura] e depois morreu. Vi-o morrer”, descreveu este adolescente, identificado no documento como Wael, de 16 anos. “As coisas que ouvi estas crianças contarem são absolutamente chocantes. Ouvi relatos de que crianças com não mais de dez anos foram torturadas. Ouvi relatos de crianças, de não mais do que oito anos, que ajudaram a remover corpos dos escombros das suas casas, com as suas próprias mãos”, frisou a porta-voz da organização britânica, Cat Carter.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Rússia, China e Cuba votam contra resolução que condena regime sírio
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou esta sexta-feira uma resolução que condena as violações cometidas pelas forças militares leais ao regime do Presidente Bashar al-Assad – com os votos contra da Rússia, China e Cuba. (...)

Rússia, China e Cuba votam contra resolução que condena regime sírio
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou esta sexta-feira uma resolução que condena as violações cometidas pelas forças militares leais ao regime do Presidente Bashar al-Assad – com os votos contra da Rússia, China e Cuba.
TEXTO: A resolução, que ainda prolonga em mais seis meses a missão dos investigadores mandatados pela ONU à Síria, foi aprovada com 41 votos a favor, aqueles três contra e ainda três abstenções. O embaixador sírio nas Nações Unidas, Faysal Khabbaz Hamoui, criticou o texto da resolução – apresentado ao Conselho por um grupo de países árabes –, avaliando-o como “extremamente politizado e selectivo”, e acusou “terroristas” islâmicos de inflamarem a violência no país – recorrendo à terminologia com que habitualmente as autoridades de Damasco se referem aos combatentes rebeldes. A missão de investigadores das Nações Unidas, lançada há cerca de um ano, entrevistou até agora cerca de 1. 100 pessoas, entre vítimas dos combates, refugiados e desertores das forças militares sírias, em campos já fora daquele país, uma vez que o regime continua a não permitir a sua acção na Síria. “O trabalho da comissão de inquérito é extremamente importante, pois enquanto continua a documentar os nomes dos indivíduos responsáveis por estes crimes e violações dos direitos humanos também ajuda a assegurar que este não será um caso em que a injustiça leve a melhor. Antes que os autores dos crimes que estão a ser cometidos contra o povo sírio irão enfrentar a justiça e ser responsabilizados”, sustentou a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Eileen Chamberlain Donahoe, em defesa da resolução aprovada no organismo, formado por 47 países. Diplomatas envolvidos na reunião avançaram ainda que até ao final do dia deverá ser anunciado que se juntará em breve à comissão de inquérito para a Síria, liderada pelo brasileiro Paulo Pinheiro, a antiga procuradora do Tribunal Penal Internacional Carla del Ponte.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Turquia ataca alvos na Síria
A Turquia atacou alvos na Síria horas depois de terem sido mortos cinco civis turcos na aldeia de Akçakale. O incidente da tarde deixara o meio diplomático em alvoroço. (...)

Turquia ataca alvos na Síria
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-10-04 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20121004151814/http://www.publico.pt/1565729
SUMÁRIO: A Turquia atacou alvos na Síria horas depois de terem sido mortos cinco civis turcos na aldeia de Akçakale. O incidente da tarde deixara o meio diplomático em alvoroço.
TEXTO: "Este ataque desencadeou uma resposta imediata das nossas Forças Armadas (. . . ) que bombardearam alvos identificados por radar ao longo da fronteira", lê-se num comunicado do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan. Erdogan assegurou que "estas provocações contra a segurança da Turquia não vão ficar sem resposta" e disse que a resposta militar turca aos ataques de quarta-feira à tarde é um acto de "defesa própria". O incidente colocou o meio diplomático em alvoroço. O vice primeiro-ministro turco, Bülent Arinç, reagiu ao ataque sírio dizendo que “a Síria tem de ser responsabilizada pela lei internacional por este incidente”. Os representantes dos 28 países membros da NATO reuniram-se de urgência já à noite. No final da reunião foi divulgado um comunicado onde a NATO "exige o fim dos actos agressivos contra o seu aliado turco" e apela à Síria para pôr um fim "às suas flagrantes violações da lei internacional". O ataque sírio "constitui uma causa de grande preocupação e é fortemente condenado por todos os aliados", diz ainda o texto. Após o ataque sírio à aldeia de Akçakale, o ministro dos negócios estrangeiros turco, Ahmet Davutoglu, contactou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no sentido de informá-lo do incidente e de exprimir "a profunda inquietação da Turquia". Num primeiro comunicado, o sul-coreano “aconselhou o ministro [turco] a manter abertos todos os canais de comunicação com as autoridades sírias no sentido de atenuar quaisquer tensões que possam surgir com este incidente”, declarou, segundo o seu porta-voz. Numa segunda intervenção, pediu à Síria para respeitar a integridade territorial dos países vizinhos. Davutoglu também contactou o secretário-geral da NATO, o norueguês Anders Rasmussen. Rasmussen “condenou fortemente” o incidente. Rasmussen adiantou também que não há qualquer intenção da NATO de intervir na Síria, mas disse que, se for necessário, a aliança militar está disposta a defender a Turquia de outros ataques. A Turquia tem o segundo maior exército da NATO, ficando atrás apenas dos EUA. Após o ataque sírio, embora antes da resposta turca, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, respondeu estar “revoltada” com a “perda de vidas que ocorreu no lado turco da fronteira”. Clinton referiu estar a trabalhar com os seus “parceiros turcos” e que mais tarde iria discutir qual seria “o melhor caminho a seguir” juntamente com o ministro dos negócios estrangeiros turco. Turquia-Síria: da amizade diplomática ao conflito iminenteEste é o terceiro grande episódio de tensões entre a Turquia e a Síria desde o início da revolta contra o regime de Assad, em Março de 2011. O primeiro foi em Abril, quando dois polícias turcos foram mortos por tiros disparados a partir da Síria enquanto guardavam o campo de refugiados de Kilis, na Turquia, que na altura abrigava fugitivos sírios do regime de Assad. O segundo aconteceu em Junho, quando um avião militar turco foi abatido pelo exército leal a Assad, cujas tropas alegaram que o aeroplano em questão estava a invadir o espaço aéreo sírio. Os acontecimentos de hoje foram provocados após um ataque sírio à aldeia turca de Akçakale, junto da fronteira com a Síria. A aldeia situada na fronteira turca com a Síria já tinha sido alvo de balas perdidas nos últimos dez dias. Tudo culminou na quarta-feira quando uma casa de civis foi destruída por duas bombas disparadas a partir da Sìria, resultando em cinco mortos e nove feridos. Os mortos são uma mulher e os seus quatro filhos.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA NATO
Oposição síria assina acordo de unificação
Vários grupos da oposição síria, reunidos desde quinta-feira no Qatar, chegaram a acordo para formar uma nova coligação de forças contra o regime do Presidente Bashar al-Assad, prometendo nomear nas próximas horas um novo líder. (...)

Oposição síria assina acordo de unificação
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-11-12 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20121112161646/http://www.publico.pt/1571993
SUMÁRIO: Vários grupos da oposição síria, reunidos desde quinta-feira no Qatar, chegaram a acordo para formar uma nova coligação de forças contra o regime do Presidente Bashar al-Assad, prometendo nomear nas próximas horas um novo líder.
TEXTO: Até agora, os países que repudiaram o regime de Damasco consideravam o Conselho Nacional Sírio (CNS) como o “interlocutor legítimo” da população síria. Mas a estrutura criada após o início da revolta contra Assad na Primavera de 2011 é sobretudo composta por exilados, sendo pouco representativa de todos as facções que hoje combatem o regime. A nova estrutura nasce de uma proposta apresentada pelo antigo deputado Riad Seif, com o patrocínio dos Estados Unidos, para a criação de uma estrutura executiva – um “governo em espera” – capaz de unir o maior número possível de facções, servir de interlocutor junto da comunidade internacional e de canalizar as ajudas externas. Uma outra prioridade será a coordenação dos vários grupos armados a actuar no terreno, muitos dos quais não respondem perante o Exército Livre da Síria, criado a partir de dissidentes militares e civis que pegaram em armas contra Assad. “Assinámos um acordo essencial. A sessão da tarde será para eleger um presidente e um vice” disse à Reuters Ali Sadreddine al-Bayanouni, delegado da Irmandade Muçulmana à margem do encontro em Doha. Segundo a mesma fonte, o novo organismo irá chamar-se Coligação das Forças da Oposição e da Revolução Síria. Na mesma altura em que era anunciado o acordo, as forças de Assad bombardeavam posições rebeldes no perímetro de Damasco e em Alepo, a segunda maior cidade do país palco há três meses de intensos combates. Há também notícias de intensos combates junto ao posto fronteiriço de Rass al-Ain, uma das poucas passagens para a Turquia ainda em poder do Exército. Por causa dos confrontos, que terão feito dezenas de mortos nos últimos dias, milhares de habitantes da pequena cidade, de maioria curda, estão a fugir para o país vizinho, engrossando os campos de refugiados no lado turco da fronteira, noticiou a AFP. Por causa de outros combates junto à fronteira, desta vez no Sul, Israel disparou hoje tiros de aviso contra território sírio – a primeira vez que tal acontece desde 1973. Os tiros aconteceram depois de rockets trocados entre Exército e rebeldes sírios terem caído nos montes Golã, o estratégico planalto que Israel ocupa desde 1967. Por causa deste diferendo, Israel e a Síria continuam oficialmente em guerra.
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Partidos LIVRE
Curdos do PKK podem anunciar cessar-fogo na Turquia em Fevereiro
"Decisão para não-acção" está em cima da mesa nas negociações entre representantes do Governo turco e líder histórico da guerrilha separatista curda. Para fomentar confiança entre as partes, cem combatentes poderão depor as armas e sair da Turquia. (...)

Curdos do PKK podem anunciar cessar-fogo na Turquia em Fevereiro
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Decisão para não-acção" está em cima da mesa nas negociações entre representantes do Governo turco e líder histórico da guerrilha separatista curda. Para fomentar confiança entre as partes, cem combatentes poderão depor as armas e sair da Turquia.
TEXTO: Os separatistas curdos do PKK poderão declarar um cessar-fogo no próximo mês, no âmbito das negociações lançadas em Dezembro entre o Governo turco e o líder histórico da organização, Abdullah Öcalan, a cumprir pena de prisão perpétua. A notícia, sem confirmação oficial, é avançada pelo diário de grande circulação turco Hürriyet, segundo o qual responsáveis dos serviços secretos turcos se vão reunir nos próximos dias com dirigentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em Erbil, no Curdistão iraquiano, para discutir as modalidades de uma “decisão para a não-acção”. O jornal turco sublinha que as negociações estão ainda numa fase inicial, mas o plano em cima da mesa prevê que o PKK decrete um período de “não-acção” no início de Fevereiro, em resposta a um apelo oficial de Öcalan para o abandono da luta armada. O anúncio seria acompanhado pelo desarmamento simbólico de cem guerrilheiros do PKK – um gesto destinado a alimentar a confiança entre as duas partes – e a sua saída de território turco. A partida dos combatentes ficaria adiada para o início da Primavera, após o degelo da neve que cobre as montanhas do Sudeste da Turquia, base de actuação do PKK. A guerrilha curda – organização considerada terrorista por Ancara e pela União Europeia – conta com quatro a cinco mil combatentes, a maioria refugiados no Curdistão iraquiano, ponto de partida para acções contra as forças turcas. Mas um desarmamento total do PKK, activo desde 1984, é uma perspectiva ainda longínqua e só acontecerá no âmbito de um acordo final. Questionado pela AFP, Sirri Sakik, deputado do BDP, partido pró-curdo representado no Parlamento turco, escusou-se a fazer comentários sobre a notícia, dizendo apenas que “o objectivo das discussões em curso é garantir que os militantes [do PKK] renunciam às armas”. Foi em Dezembro que o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, enviou o chefe dos serviços de informação turcos (MIT), Hakan Fidan, à prisão de Imrali para negociar directamente com Öcalan uma resolução política para um conflito que, em três décadas, provocou entre 30 a 40 mil mortos. É a segunda vez que Erdogan estende a mão à guerrilha, mas ao contrário de 2009 – quando a oferta de diálogo foi aproveitada pelo PKK para novas acções – os analistas mostram-se mais confiantes nas hipóteses de sucesso desta nova iniciativa de paz, argumentando que, pela primeira vez, as duas partes se mostram interessadas na resolução do conflito. Sinal disso, argumentam, é o facto de o recente assassínio de três activistas curdas, em Paris, não ter desencadeado a onda de protestos que seria inevitável há uns anos. Ainda na semana passada, Erdogan reafirmou o seu empenho nas negociações, garantindo que os combatentes curdos poderão deixar livremente a Turquia se depuserem as armas. Não é ainda claro que concessões estará disposto a fazer para satisfazer as reivindicações da população curda do Sudeste, que há muito pede mais autonomia política e o reconhecimento constitucional da sua língua e cultura.
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Palavras-chave cultura prisão assassínio
Primeiro-ministro libanês anuncia demissão do seu Governo
Acção é vista como consequência de divisões agudizadas pelo conflito na Síria (...)

Primeiro-ministro libanês anuncia demissão do seu Governo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-03-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Acção é vista como consequência de divisões agudizadas pelo conflito na Síria
TEXTO: O primeiro-ministro libanês, Nakib Mikati, anunciou ontem a demissão do seu Governo, após uma divisão profunda – que aumentou após os confrontos na vizinha Síria – impedir acordos para aprovar uma comissão de supervisão de eleições parlamentares previstas para Junho e a extensão do mandato do responsável pela segurança interna. O Líbano vive uma polarização política entre dois blocos, um pró e um anti-síria, agudizada após o assassínio do então primeiro-ministro Rafiq Hariri, em 2005, que levou a protestos contra a presença militar da Síria no Líbano e à saída das tropas. Agora, com milhares de refugiados sírios a chegar ao Líbano e a tensão sectária a subir na vizinha Síria, o Líbano tem visto confrontos esporádicos entre sunitas e xiitas (os primeiros anti-regime de Bashar Al-Assad, os segundos pró) e têm aumentado os receios de um regresso à guerra civil (1975-1990). Ainda na sexta-feira, quando Mikati anunciava a sua decisão, havia trocas de tiros em Trípoli, norte, a sua cidade natal. Mikati entrou no Governo há dois anos, após o bloco liderado pelo Hezbollah (xiita) ter saído do anterior Executivo liderado por Saad Hariri (filho de Rafiq Hariri), o que levou à sua queda. Na prática, o bloco pró-Hariri ficou na oposição, e e Mikati tem tentado fazer a ponte entre os dois campos, dizem analistas. Frustrado por não o conseguir, Mikati já tinha ameaçado demitir-se duas vezes. “Tentei, o mais que pude, preservar o Líbano e afastá-lo de vulcões em erupção”, declarou Mikati, ao anunciar que desistia do cargo, esta sexta-feira. Muitos sunitas vêem o primeiro-ministro demissionário como demasiado próximo do Hezbollah. Mikati é, ele próprio um sunita, já que no Líbano o cargo de primeiro-ministro é sempre ocupado por um sunita, assim como o de Presidente é sempre ocupado por um cristão e o de speaker do Parlamento por um xiita, uma divisão saída dos acordos que puseram fim à sangrenta guerra civil. A vida política no Líbano é uma mistura delicada de blocos políticos e sectários cujas lealdades mudam com alguma frequência e imprevisibilidade, uma característica que marcou aliás, a guerra civil.
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Palavras-chave guerra filho assassínio
Assange diz que condenação de Manning abre "precedente perigoso"
Fundador da WikiLeaks diz que julgamento de soldado norte-americano "nunca foi justo". (...)

Assange diz que condenação de Manning abre "precedente perigoso"
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.6
DATA: 2013-07-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fundador da WikiLeaks diz que julgamento de soldado norte-americano "nunca foi justo".
TEXTO: O fundador da WikiLeaks, Julian Assange, criticou duramente a condenação do soldado Bradley Manning, considerando que o veredicto emitido terça-feira pela justiça militar norte-americana abre “um precedente perigoso e é um exemplo de extremismo de segurança nacional”. O cabo, considerado responsável pela maior fuga de informação da história dos Estados Unidos, foi condenado por 20 dos 22 crimes de que estava acusado, incluindo cinco de espionagem, incorrendo numa pena que pode ir até aos 136 anos de prisão. O tribunal marcial considerou, ainda assim, que não tinha a intenção de trair a pátria ou ajudar um país ou organização estrangeira ao divulgar informação classificada pelo Governo como secreta, absolvendo-o do crime de "auxílio do inimigo", punível com prisão perpétua sem possibilidade de condicional. “Este nunca foi um julgamento justo”, disse Assange à Reuters, lembrando que, após ter sido identificado como o autor da fuga de informação, “o Governo americano manteve Manning numa jaula, despido e isolado a fim de o fragilizar, num acto formalmente condenado pelo relator especial das Nações Unidas sobre tortura". Sem nunca relacionar directamente o militar, agora com 25 anos, com a fuga que permitiu à WikiLeaks divulgar milhares de documentos confidenciais do Pentágono e do Departamento de Estado, Assange diz que Manning é “a mais importante fonte jornalística que o mundo já viu” e assegurou que a sua organização não descansará enquanto “este julgamento intolerável não for anulado”. O australiano acusou ainda o Presidente norte-americano, Barack Obama, de ter traído as expectativas de transparência que defendeu antes de chegar à Casa Branca, dizendo que ordenou a abertura de mais inquéritos contra fugas de informação do que todos os seus antecessores juntos. A condenação, recorda a Reuters, é um revés para a WikiLeaks, organização que Assange diz ter como objectivo expor os abusos cometidos por governos e entidades internacionais e que, para isso, depende de informadores como Manning – pessoas que agora poderão ser desincentivadas pela dureza do veredicto que vier a ser aplicado ao soldado americano. É também uma recordação das acusações que pairam sobre o próprio Assange, refugiado há um ano na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, num processo em que é acusado de ofensas sexuais mas que o fundador da WikiLeaks diz poderá ser usado para o extraditar para os EUA.
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Entidades EUA
NSA violou regras de espionagem milhares de vezes
Auditoria revelada por Edward Snowden diz que agência americana não seguiu as normas e espiou sem autorização. (...)

NSA violou regras de espionagem milhares de vezes
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Auditoria revelada por Edward Snowden diz que agência americana não seguiu as normas e espiou sem autorização.
TEXTO: A Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos quebrou as regras de privacidade e as leis de espionagem milhares de vezes nos últimos anos, diz uma auditoria interna e outros documentos secretos revelados pelo jornal Washington Post. Esta é mais uma das revelações com base em documentos cedidos por Edward Snowden, antigo analista informático da agência. Os documentos revelados pelo Washington Post incluem desde violações significativas da lei, como a vigilância sem autorização de cidadãos americanos e estrangeiros, até erros de digitação, que inadvertidamente conduziram à espionagem de telefones e emails – neste último caso é citado o exemplo de uma troca do indicativo de Washington (202) pelo do Egipto (20). A auditoria interna, datada de Maio de 2012, contabiliza 2776 casos de recolha não autorizada de dados nos 12 meses anteriores. O mesmo documento mostra que o número de violações estava a aumentar, de 546 no segundo trimestre de 2011 para 865 no primeiro trimestre de 2012. A auditoria não esclarece quantas pessoas foram alvo de vigilância não autorizada, mas o jornal diz que o caso mais grave foi a violação de uma ordem de tribunal e o uso de dados não autorizados de 3000 americanos e residentes permanentes nos EUA. O jornal refere também um caso em que a agência armazenou e analisou enormes quantidades de dados internacionais de um cabo de fibra óptica que atravessa os EUA. Meses mais tarde, o tribunal especial que supervisiona a espionagem (FISA) concluiu que o programa em causa violava a Constituição americana. Os documentos revelados pelo Washington Post mostram ainda que as informações recolhidas pela NSA têm um nível de detalhe superior ao que habitualmente é partilhado com o Congresso ou com o FISA. Aliás, num dos documentos citados, os agentes são aconselhados a retirarem pormenores e a usarem termos mais genéricos nos relatórios para o Departamento de Justiça ou o gabinete do director dos serviços secretos. Num comunicado enviado ao Washington Post, a agência de vigilância norte-americana admite que cometeu erros - "trabalhamos num ambiente complexo com diferentes regimes regulatórios, por isso às vezes dados por nós do lado errado da linha" - mas afirma que sempre que eles são detectados tenta corrigi-los "o mais rapidamente possível". A nova revelação do Post, um dos dois jornais a quem Snowden (actualmente refugiado na Rússia) entregou documentos, é feita uma semana depois de o Presidente Barack Obama tinha anunciado "quatro passos concretos" para tornar o programa de vigilância da Agência de Segurança Nacional "mais transparente" e para transmitir "mais confiança" aos cidadãos norte-americanos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA