FARC lamentam "dor profunda" provocada pelos seus guerrilheiros
Terceira ronda de negociações de paz entre o Governo de Bogotá e o grupo marxista-leninista avança em Havana. (...)

FARC lamentam "dor profunda" provocada pelos seus guerrilheiros
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Terceira ronda de negociações de paz entre o Governo de Bogotá e o grupo marxista-leninista avança em Havana.
TEXTO: Os representantes das FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia nas negociações de paz com o Governo de Bogotá, que decorrem em Havana, lamentaram hoje os prejuízos, a “crueldade e a dor profunda provocada pela acção das nossas fileiras” ao longo de décadas de guerrilha. Foi a primeira vez que os combatentes marxista-leninistas admitiram a sua quota de responsabilidade pelos milhares de vítimas do conflito armado – segundo estimativas do Centro Nacional de Memória Histórica, os 54 anos de guerrilha fizeram 220 mil mortos, 25 mil desaparecidos e mais de 4, 7 milhões de refugiados. “Devemos reconhecer a necessidade de discutir a questão das vítimas, a sua identificação e a reparação [às suas famílias] com toda a lealdade, com o objectivo de alcançar a paz e a reconciliação”, disse Jorge Torres Victoria, o chefe do Bloco Ocidental das FARC e conhecido pela alcunha Pablo Catatumbo. Depois de um curto intervalo de uma semana, as duas delegações retomaram esta semana as negociações de paz, que arrancaram em Novembro de 2012. Tanto o Governo como os representantes das FARC admitirem estar próximos de um acordo que contempla a eventual participação dos rebeldes no processo político do país. À entrada para a terceira ronda de conversações, Catatumbo explicou aos jornalistas que o objectivo era encontrar um consenso “que inclua a obrigação de ambas as partes a um perdão colectivo, para que quando for alcançada a paz definitiva todos estejam comprometidos com um ‘nunca mais’”.
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Tempo Novembro
Três palestinianos mortos em confrontos com forças israelitas
Conversações entre israelitas e palestinianos marcadas para hoje mantiveram-se, apesar de ter havido informações de que seriam adiadas. (...)

Três palestinianos mortos em confrontos com forças israelitas
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.2
DATA: 2013-08-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Conversações entre israelitas e palestinianos marcadas para hoje mantiveram-se, apesar de ter havido informações de que seriam adiadas.
TEXTO: Três palestinianos morreram em confrontos com a polícia israelita no campo de refugiados de Qalandiya, perto de Jerusalém, no que foi o incidente mais mortífero no território dos últimos meses. A ronda de negociações de paz prevista para esta segunda-feira em Jericó ter-se-á mantido, depois de fonte palestiniana ter garantido que tinha sido cancelada.
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Palavras-chave campo
Fuga dramática de senador boliviano acaba com demissão de MNE brasileiro
Antonio Patriota é afastado na sequência de tensão com Bolívia por fuga de senador boliviano com ajuda de diplomata brasileiro. (...)

Fuga dramática de senador boliviano acaba com demissão de MNE brasileiro
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.43
DATA: 2013-08-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Antonio Patriota é afastado na sequência de tensão com Bolívia por fuga de senador boliviano com ajuda de diplomata brasileiro.
TEXTO: O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Antonio Patriota, saiu do cargo após o envolvimento de um funcionário do MNE na fuga um senador boliviano para o Brasil, que deixou enfurecido o Governo de Evo Morales. A saída foi anunciada de modo curto e seco num comunicado da Presidente Dilma Rousseff, que nomeava já o seu sucessor, Luiz Alberto Figueiredo. Patriota será agora o embaixador do Brasil nas Nações Unidas. Mas o caso que deu origem a esta demissão é tudo menos curto e seco: é a história de uma fuga dramática pela noite fria de La Paz de um senador que a Bolívia acusa de corupção e a quem o Brasil tinha concedido estatuto de refugiado. O caso envolve um político boliviano, Roger Pinto, que estava há 452 dias na embaixada brasileira na capital, La Paz. Tinha pedido asilo ao Brasil depois de ele e a família terem recebido ameaças de morte. Pinto, membro de um pequeno partido de direita, tem acusado o executivo de Evo Morales de corrupção. O Governo da Bolívia devolve a acusação e diz que Pinto é que é corrupto – procurando-o para ser julgado – e classificou o pedido de asilo como uma campanha contra Morales. O Brasil concedeu asilo ao político já em 2012, mas a Bolívia não reconheceu o estatuto e não deixou o senador sair. Na última sexta-feira, aproveitando uma noite fria e chuvosa, que terá afastado os vigilantes bolivianos da embaixada brasileira, Pinto saiu, num carro oficial, acompanhado por outro veículo com militares brasileiros. Fez uma viagem de 22 horas – 1600 quilómetros – até à cidade brasileira de Corumbá, Mato Grosso do Sul. Daí, seguiu de avião para Brasília. O diplomata responsável pela fuga, Eduardo Saboia, diz que “ouviu a voz de Deus” para retirar o senador da embaixada: “"Havia uma violação constante, crónica, de direitos humanos, porque não havia perspectiva de saída, não havia negociação em curso e havia um problema de depressão que estava se agravando”, declarou Saboia. “Tivemos que chamar um médico e ele começou a falar de suicídio”, acrescentou. O diplomata, entretanto afastado do cargo, também comparou a situação de perseguido do boliviano à da Presidente Dilma Rousseff, quando estava na oposição à ditadura militar brasileira. “Não me arrependo e aceito as consequências”, acrescentou. “Fiz uma opção por um perseguido político, como a presidente Dilma fez em sua história”. A fuga de Pinto deixou o Governo de Morales furioso. O facto de ter sido conduzida por um diplomata sem o conhecimento do ministro deixou por outro lado Patriota numa situação difícil. A demissão resolveu ambos os problemas. O jornal brasileiro Folha de São Paulo apontava que a relação entre a Presidente e o ministro Pariota vinha já a deteriorar-se, e num comentário, o redactor principal Clóvis Rossi argumentava que sacrificar o ministro para aplacar a ira boliviana tinha sido “exagerado”.
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Entidades MNE
Responsável da ONU na Síria para reuniões sobre ajuda humanitária
Organização preocupada com dificuldades de acesso aos mais necessitados. (...)

Responsável da ONU na Síria para reuniões sobre ajuda humanitária
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Organização preocupada com dificuldades de acesso aos mais necessitados.
TEXTO: A responsável pelas operações humanitárias das Nações Unidas, Valerie Amos, chegou nesta quinta-feira à capital da Síria, Damasco, para se reunir com responsáveis do regime de Bashar al-Assad. A visita da também coordenadora das operações de emergência da ONU deverá durar dois dias e surge depois de a organização ter anunciado que o número de refugiados sírios já ultrapassou os dois milhões. Em Agosto, Valerie Amos e a alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Navi Pillay, apelaram às autoridades sírias e aos rebeldes que garantam um melhor acesso à entrada de ajuda humanitária no país. "A insegurança, a que se somam os constrangimentos burocráticos e a limitação do número de organizações não-governamentais autorizadas a aoperar na Síria, continuam a impedir a ajuda humanitária de chegar aos que dela mais necessitam", disse então Valerie Amos.
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Entidades ONU
Kerry diz que Assad evitaria ataque se entregasse armas químicas
Secretário de Estado dos EUA não acredita que esse cenário seja provável. (...)

Kerry diz que Assad evitaria ataque se entregasse armas químicas
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Secretário de Estado dos EUA não acredita que esse cenário seja provável.
TEXTO: O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que o regime de Bashar al-Assad poderia evitar um ataque se entregasse todas as suas armas químicas no prazo de uma semana, mas admitiu que esse não é um cenário provável. Em Moscovo, à mesma hora, o chefe da diplomacia russa avisava que a concretização da ameaça americana causará “uma explosão de terrorismo” em toda a região. Com os olhos postos no Congresso norte-americano, que regressa ao trabalho nesta segunda-feira com a aprovação de um ataque militar à Síria no topo da agenda, a diplomacia tanto dos Estados Unidos, como dos seus aliados e rivais, trabalha com um calendário apertado. Em Londres, onde se reuniu com o seu homólogo britânico, William Hague, Kerry repetiu os argumentos a favor de uma intervenção militar que tem proferido desde que, no dia 26, assegurou que o regime sírio não ficaria impune pelo uso de armas químicas, que Washington e as secretas de três países europeus (França, Grâ-Bretanha e Alemanha) imputam ao Presidente sírio. Quando questionado por um jornalista sobre se havia algo que Assad pudesse fazer para evitar um ataque, o secretário de Estado norte-americano respondeu: “Claro, ele podia entregar cada uma das suas armas químicas à comunidade internacional na próxima semana – entrega-las, todas e sem demora e permitir a sua total e completa verificação, mas não está prestes a fazê-lo”. Numa entrevista à cadeia americana CBS, que será hoje transmitida na íntregra, o Presidente sírio afirmou que Washington, apesar de todas as acusações, não tem provas de que ele ou alguém do seu Governo tenha ordenado os ataques de 21 de Agosto contra subúrbios a leste e sudoeste de Damasco. A Administração Obama diz ter reunido vários indícios – incluindo escutas telefónicas entre responsáveis militares – que lhe permitem ter “elevada confiança” de que foi o Exército sírio a usar os químicos que mataram centenas de civis e Kerry foi nesta segunda-feira um pouco mais longe nos argumentos, ao dizer que “Bashar al-Assad, o seu irmão, Maher al-Assad, e um general são as únicas três pessoas que têm controlo sobre o movimento e uso de armas químicas”. “As armas químicas são controladas de forma muito apertada pelo regime”, sublinhou o chefe da diplomacia, acrescentando que “altos responsáveis foram interceptados a dar instruções e a envolverem-se nos preparativos”. Maher al-Assad é comandante da Guarda Republicana e da Divisão Blindada, unidades de elite do Exército controladas pelos alauitas, a minoria religiosa a que pertence o Presidente. Moscovo repete avisosNa outra ponta da Europa, o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Walid Mouallem, era recebido pelo seu homólogo russo, Sergei Lavrov. No final assegurou que, apesar da ameaça de uma intervenção, Damasco “continua disponível a participar sem condições” na reunião de Genebra – encontro internacional acordado há meses entre Moscovo e Washington, mas que foi sucessivamente adiado por desacordos entre as partes, e parece agora posto de parte. “Estamos também disponíveis para dialogar com todas as forças políticas sírias que queiram o restabelecimento da paz no nosso país”, acrescentou o representante sírio, antes de advertir que esta posição mudará no caso de um ataque. Lavrov disse também acreditar que “uma solução política é ainda possível” e subiu um pouco mais o tom dos avisos a Washington: “Cada vez mais políticos e responsáveis governamentais partilham a nossa opinião de que um cenário de [utilização da] força conduzirá a uma explosão do terrorismo na Síria e nos países vizinhos e um enorme afluxo de refugiados”.
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Palavras-chave ataque comunidade minoria
Crimes de guerra agravam-se nas batalhas pelo território na Síria
Documento da ONU diz que a oposição não conseguiu estabelecer-se como alternativa viável a Assad. (...)

Crimes de guerra agravam-se nas batalhas pelo território na Síria
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-11 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130911160240/http://www.publico.pt/1605495
SUMÁRIO: Documento da ONU diz que a oposição não conseguiu estabelecer-se como alternativa viável a Assad.
TEXTO: Na guerra que se trava na Síria estão a ser cometidos cada vez mais crimes de guerra, denuncia um relatório dos investigadores de crimes contra os direitos humanos das Nações Unidas. De acordo com os dados recolhidos entre 15 de Maio e 15 de Julho, e divulgados esta quarta-feira, as forças sírias estão a bombardear hospitais e a massacrar civis, realizando ataques de conquista de território às forças da oposição e aos grupos rebeldes. Mas no lado oposto também se estão a cometer crimes de guerra e foram identificados os cometidos por grupos islamistas que combatem na Síria e que, ao longo deste ano, executaram soldados, fizeram reféns e bombardearam civis. "Os responsáveis por estas violações e crimes, de ambos os lados, agem em desrespeito pela lei internacional. Não receiam represálias [pelo que fizeram]. É imperativo que seja aplicada a justiça", disse o brasileiro Paulo Pinheiro que apresentou o relatório em Genebra, na Suíça. Pinheiro disse que a equipa de investigadores de crimes contra os direitos humanos recebeu denuncias sobre o uso de armas químicas "predominantemente por parte das forças governamentais". "Perante as evidências disponíveis não foi possível chegar a uma conclusão sobre os agentes químicos usados, sobre a forma como foram usados ou sobre quem os usou. As investigações prosseguem", diz o relatório citado pelas agências noticiosas. Para a redacção deste relatório os 20 investigadores entrevistaram 258 refugiados, desertores e outras pessoas, na região e em Genebra, tendo o Skype sido usado algumas vezes. Este é o 11. º relatório da equipa em dois anos, não tendo a ONU sido autorizada — apesar dos vários pedidos ao governo de Damasco — a entrar na Síria de forma a que a sua equipa ai pudesse realizar uma investigação no terreno. O relatório apela a todos os países para "pararem o envio de armas [para a Síria] porque existe um risco elevado de serem usadas para cometer crimes sérios que violam a legislação internacional". A guerra na Síria dura há dois anos e meio e os principais intervinientes são as forças armadas governamentais e a oposição armada que tenta derubar o regime do Presidente Bashar al-Assad. Grupos independentes, alguns islamistas, combatem também no território. Oposição não é alternativa a AssadÉ com base neste cenário complexo de grupos vários disseminados pelo território que a comissão que investiga os crimes contra os direitos humanos faz também uma análise política do que se passa no terreno. A oposição, diz o relatório, não conseguiu estabelecer-se como alternativa a Assad. Isto porque não conseguiu "unificar as suas estruturas sob um comando unificado". A ONU adverte que "a radicalização dos grupos armados continua" e aumenta o número de combatentes estrangeiros que são muito disciplinados e estão bem treinados. O relatório sublinha que estes grupos radicais estão em vanntagem em relação às facções moderadas em algumas zonas, o que explica que a Al-Nusra, a Al-Sham e o Estado Islâmico do Iraque tenham os seus próprios territórios dentro da Síria. De acordo com os comissários dirigidos por Paulo Pinheiro, as forças governamentais recuperaram nos últimos meses o controlo de zonas vitais. "À excepção de Alepo, as forças governamentais reforçaram o controlo nas grandes cidades e nos centros económicos mais importantes". Damasco também consolidou o controlo de zonas que estavam em disputa como Homs e o subúrbio rural de Damasco.
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Entidades ONU
Ban Ki-moon exige que autores do “crime desprezível” com armas químicas “prestem contas”
Secretário-geral da ONU já recebeu resultado da investigação dos inspectores e classificou o seu uso como “um crime de guerra” (...)

Ban Ki-moon exige que autores do “crime desprezível” com armas químicas “prestem contas”
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Secretário-geral da ONU já recebeu resultado da investigação dos inspectores e classificou o seu uso como “um crime de guerra”
TEXTO: Ban Ki-moon, o secretário-geral das Nações Unidas, mostrou para a fotografia oficial a primeira página do relatório da investigação sobre o uso de armas químicas na Síria que o chefe da missão, Ake Sellstrom, lhe entregou: “Com base na investigação do incidente de Ghutta, a conclusão é que foram usadas armas químicas no conflito que está a decorrer na República Árabe da Síria… contra civis, incluindo crianças, numa escala relativamente grande. ”Frente ao membros do Conselho de Segurança, Ban Ki-moon classificou a utilização de armas químicas na Síria, confirmada por um relatório de peritos, como “crime de guerra” e exigiu que os responsáveis – que não nomeou – “prestem contas” por este “crime desprezível”. O secretário-geral da ONU também pediu ao Conselho que preveja as “consequências” se Damasco não respeitar o plano de desmantelamento do seu arsenal químico acordado por Washington e Moscovo. “Peço com insistência ao Conselho […] uma resolução clara”, disse. Referindo-se ao acordo americano-russo sobre o desarmamento químico na Síria concluído no sábado em Genebra, Ban Ki-moon lembrou que este previa que, “no caso de não cumprimento [dos compromissos por parte de Damasco], o Conselho de Segurança deveria aplicar as medidas previstas no capítulo 7 da Carta da ONU”. Este capítulo prevê sanções que podem ir até ao uso da força se um país não respeitar uma decisão do Conselho. “Concordo que devem existir consequências [para Damasco] no caso de não cumprimento”, acrescentou o secretário-geral, sem no entanto referir a hipótese de um ataque militar. Washington, Londres e Paris querem pressionar o regime sírio através de uma resolução ao abrigo do capítulo 7, enquanto Moscovo recusa qualquer ameaça militar contra o seu aliado sírio. Na sua intervenção, baseada no relatório dos peritos da ONU que estiveram no terreno na Síria, Ban Ki-moon falou de “provas flagrantes e convincentes” de que o gás tóxico sarin foi utilizado contra a população no dia 21 de Agosto próximo de Damasco. Washington, Londres e Paris acusam as forças governamentais sírias de ser responsáveis por este massacre. “Os resultados [da investigação] são esmagadores e irrefutáveis”, afirmou. “Os factos falam por si mesmos. ” “A missão [de inquérito] das Nações Unidas confirmou de forma inequívoca e objectiva que as armas químicas foram usadas na Síria. ”Para além das amostras médicas e dos indícios que foram recolhidos, entre os quais fragmentos de munições, os peritos, precisou Ban Ki-moon, entrevistaram cerca de 50 sobreviventes, médicos e socorristas. Estes descreveram “uma gama de sintomas” que vão da asfixia à perda de consciência, passando por irritações oculares e náuseas. Os membros dos serviços de socorro viram várias pessoas caídas no chão, muitas mortas ou inconscientes” e que não tinham ferimentos visíveis, acrescentou. O relatório, explicou, sublinha que a temperatura nessa manhã de 21 de Agosto nas proximidades de Damasco caiu entre as duas e as cinco horas da manhã, criando condições favoráveis para que o gás estagnasse no solo e “penetrasse facilmente nas partes inferiores das habitações onde muitas pessoas se tinham refugiado”.
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Entidades ONU
Acampamento em Roma pelo direito a "casa e salário para todos"
Cidadãos da capital italiana convidados a participarem numa assembleia. "Chega de expulsões, despejos e execuções de hipotecas", reclamam. (...)

Acampamento em Roma pelo direito a "casa e salário para todos"
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.285
DATA: 2013-10-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cidadãos da capital italiana convidados a participarem numa assembleia. "Chega de expulsões, despejos e execuções de hipotecas", reclamam.
TEXTO: Depois de um dia de protestos que levou dezenas de milhares de manifestantes a Roma, algumas pessoas passaram a noite acampadas no centro da cidade. Convocaram uma assembleia, exigiram "uma casa e um salário para todos" e convidaram os romanos a juntarem-se a eles. O acampamento não tem hora nem dia para ser levantado, mas a manifestação de sábado em Itália já se traduziu num resultado prático: o ministro das Infra-estruturas e dos Transportes, Maurizio Lupi, aceitou encontrar-se na próxima terça-feira com representantes de um dos movimentos que organizou o protesto. "Chegou-nos a informação esta manhã de que o ministro Lupi decidiu agendar um encontro com este movimento. Vão estar presentes prefeitos de outras cidades, numa reunião em que vão ser discutidas as nossas condições e que achamos que se mantêm válidas. Não vamos recuar", disse à agência italiana Ansa um dos organizadores da manifestação, o activista Paolo Di Vetta. As dezenas de pessoas que passaram a noite acampadas exibiram cartazes com frases como "Tomemos de volta a cidade" e "Chega de expulsões, despejos e execuções de hipotecas". Os líderes do movimento convidaram "toda a cidade de Roma, incluindo os que não estiveram ontem [sábado] na manifestação", a participarem numa assembleia neste domingo, para discutirem "o relançamento do caminho" iniciado com o protesto de sábado. O acampamento no centro de Roma "não é o fim do caminho, mas sim o início da solução", dizem os organizadores. "A quantidade de pessoas e a qualidade da participação na manifestação mostraram que a estratégia de pânico não funcionou. A mensagem de terror não manteve as pessoas fechadas em casa", disse Paolo di Vetta, referindo-se ao dispositivo policial destacado pelas autoridades italianas e desvalorizando o episódio de violência junto ao Ministério da Economia e Finanças. Muitos dos jovens que acaparam no centro de Roma queixam-se da forma como os jornais trataram a manifestação de sábado, preferindo salientar a forma pacíficia como a maioria das 50. 000 a 70. 000 pessoas percorreram as ruas da cidade. Jacopo, um jovem de Turim, queixou-se ao jornal La Repubblica daquilo que os jornais escreveram: "No geral, eles [os media] tendem a exagerar os confrontos com o bicho-papão do Black bloc e não dão atenção às motivações dos manifestantes, que são o direito a uma habitação; o abandono dos refugiados políticos; e a luta contra a linha de alta velocidade [entre Itália e França]. "
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Palavras-chave violência salário pânico
“Moçambique vive uma situação de guerra não declarada”
Entrevista ao académico moçambicano Lourenço do Rosário, um dos mediadores que tentou, durante meses, fazer a ponte entre a Renamo e o Governo da Frelimo. (...)

“Moçambique vive uma situação de guerra não declarada”
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-30 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20131030170305/http://www.publico.pt/1610722
SUMÁRIO: Entrevista ao académico moçambicano Lourenço do Rosário, um dos mediadores que tentou, durante meses, fazer a ponte entre a Renamo e o Governo da Frelimo.
TEXTO: O académico moçambicano Lourenço do Rosário é reitor da Universidade Politécnica em Maputo e um dos dois mediadores das negociações para aproximar as posições entre o Governo da Frelimo e a Renamo nos últimos dois anos. O outro é o bispo anglicano moçambicano D. Dinis Sengulane. Nenhum é mediador oficial porque “nunca houve nomeação oficial de mediadores”, explica Lourenço do Rosário numa entrevista ao PÚBLICO em Lisboa, à margem da II Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, onde foi um dos participantes do primeiro dia. “A Renamo queria forçar essa tecla, mas o Governo achou que não estavam esgotadas as condições para um diálogo sem mediador. ”A Renamo voltou, nos últimos dias, a exigir uma mediação externa e independente para um diálogo. Mas esse diálogo só é possível depois de “ambas as partes criarem as condições para Dhlakama poder reaparecer”, diz Lourenço do Rosário. O que se passou, enfatiza, foi uma ocupação militar. “Moçambique vive uma situação de guerra não declarada. ”Em Moçambique, a situação, em vez de melhorar, está a piorar?É natural que aconteça algum endurecimento depois da ocupação [do local onde estava Afonso Dhlakama]. Satungira não é propriamente uma base militar, é um acampamento onde o líder da Renamo se encontrava a residir. Mas foi, de facto, ocupada militarmente, e isso significou o início de uma escalada de violência. O presidente da Renamo está em parte incerta. Não tem condições de poder coordenar aquilo que ambas as partes garantem ser a sua intenção: privilegiar o diálogo. Por outro lado, ele não se compromete com as acções que têm acontecido um pouco por toda a província de Sofala. Significa que ele se desresponsabiliza, mas o Governo não pode ficar atado a essa desresponsabilização. É verdade que o Exército não sabe onde está o líder da Renamo? A Renamo diz que ele está em parte incerta mas nós, enquanto ponte entre ambos os lados, sabemos que ele contacta os seus homens e dá-lhes algumas orientações. Ele está comunicável. Se os serviços de informação sabem onde ele está, isso eu já não estou em condições de dizer. Dhlakama está em contacto com os representantes do partido em Maputo? E no resto do país?Ele está em contacto, pelo menos, com os seus homens de Maputo. Se está ou não em contacto com as bolsas militares que existem na província, não sei. Mas continua a afirmar que não é responsável por esses ataques. A posição do porta-voz em Maputo é exactamente a posição transmitida por Dhlakama?Às vezes desfasada no tempo, mas sim. Vê boas perspectivas para o diálogo?É preciso criar as condições para que Dhlakama possa reaparecer de modo a conduzir o processo de diálogo. Toda a sociedade moçambicana acha que este problema só se resolve com o encontro entre o chefe de Estado Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama. Isto é fundamental. Não interessa a tese de que, desaparecendo ele, ficam resolvidos todos os problemas. Há um discurso mais radical que defende que a solução final seja essa, o que permitiria ou não o processo da ilegalização da Renamo como partido político armado. Não é constitucional, num país que é um Estado de Direito, ter um partido armado. E a Renamo está armada. Esta posição — desarmar a Renamo — é legítima. Mas é preciso saber como desarmá-la. Se através do diálogo, se militarmente. Quem pode criar as condições para Dhlakama reaparecer?Ambos os lados. É preciso parar esta espiral de violência. O Estado, legitimamente, não pode permitir que no país haja focos de violência e não reagir. De reacção em reacção, estamos a criar um crescendo de violência. Estão a morrer cidadãos civis, estão a destruir-se propriedades, está a paralisar-se a economia. A situação é grave?A situação preocupa-me bastante. [Nas negociações que decorrem há dois anos, com algumas interrupções] nós estávamos muito próximos da solução pacífica do diferendo. Essa solução levaria naturalmente à acomodação de alguns dos aspectos de reivindicação da Renamo, no que diz respeito ao xadrez político, e também da necessidade de integração dos homens armados da Renamo dentro das estruturas do Estado. Isto está na agenda. Alguma coisa resvalou. Não sei o que aconteceu. Quais eram as concessões? A Renamo colocava quatro questões. A primeira relativa à Lei Eleitoral, que define a composição partidária da Comissão Nacional de Eleições. A segunda diz respeito à Defesa e Segurança. Os Acordos de Roma [de Paz, assinados em 1992] permitiam a manutenção de uma bolsa residual de homens armados da Renamo para protecção do seu líder…E permitia quantos homens?Não sei dizer, mas aproximadamente 150 ou 200 homens. Ao longo destes 20 anos, as coisas foram-se agravando porque nunca se encontraram mecanismos para que estes homens fossem integrados no Estado moçambicano, na polícia moçambicana do Estado. A Renamo foi utilizando estes elementos como um instrumento de chantagem política nos momentos em que achava que estava em perda. As outras duas questões que eles colocavam em cima da mesa eram a partidarização do aparelho do Estado e a uma equidade na distribuição da riqueza. Estas são questões de debate nacional, não eram apenas questões da própria Renamo. Achávamos que estávamos muito próximos de uma solução. O que correu mal?Não sei dizer. Há dados que me escapam. Interrogo-me quando me lembro [da cronologia dos acontecimentos]. No dia 17 de Outubro, o líder da Renamo dizia que não havia necessidade de haver colunas para protecção no troço da Estrada Nacional n. º1 porque ele tinha desactivado todas as ordens de atacar essa estrada. No dia 18, começam a surgir escaramuças, com mortos, prisioneiros. E no dia 21 é ocupado o seu acampamento. Em três dias, alguma coisa mudou. É membro da Frelimo e foi escolhido pelo Presidente Guebuza para mediar, o que suscitou dúvidas sobre a sua capacidade de manter a imparcialidade. A cidadania faz com que uma pessoa possa ver as coisas objectivamente. E eu procurei ser o mais objectivo possível. Dentro da Frelimo há uma pluralidade de visões. Tenho contactado o chefe de Estado, que foi quem me indicou para me manter como ponte entre as partes, mas também mereço a confiança do líder da Renamo. Ele telefona-me, fala comigo, embora ele saiba, e eu digo-lhe, ‘não se esqueça que eu sou membro da Frelimo’. Falou com Dhlakama depois de ele se retirar do acampamento de Satungira?Ele tentou falar comigo, segundo disseram os colegas com quem ele está em contacto. Sabe quais são, ao certo, as intenções dele?Ele diz que quer dialogar. E não pode. Neste momento é refugiado militar, está a fugir de uma operação militar. Não é uma questão de polícia, é uma questão militar. Sendo uma questão militar, é uma situação de guerra, embora não seja declarada. Quem ocupou o seu acampamento não foi a polícia, foram os militares. Defende uma retirada Exército para poder haver diálogo?Só pode haver uma retirada do Exército se houver, por outro lado, a cessação dos focos de violência. E isso, infelizmente, não está a acontecer. Continua a haver uma espiral desses ataques quer a alvos civis, quer a alvos militares.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra lei violência refugiado chantagem
Colocar a língua portuguesa num pedestal
O New York Times usou a expressão do título deste artigo quando se felicitou pela inauguração do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. Sete anos depois, foi exactamente disso que se tratou na conferência em Lisboa sobre a afirmação do português no mundo. (...)

Colocar a língua portuguesa num pedestal
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O New York Times usou a expressão do título deste artigo quando se felicitou pela inauguração do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. Sete anos depois, foi exactamente disso que se tratou na conferência em Lisboa sobre a afirmação do português no mundo.
TEXTO: Se fosse virtual, a IIª Conferência sobre a Língua Portuguesa em Lisboa podia começar com uma visita, no Museu da Língua Portuguesa de São Paulo. Uma visita guiada pelo director Antonio Sartini do primeiro museu dedicado a um património tão imaterial como uma língua. Um museu com honras no New York Times, que na altura se congratulou por finalmente “a língua portuguesa ser colocada no pedestal que merecia”, lembrou Antonio Sartini, na mesa que coordenou, esta quarta-feira, dedicada à internacionalização e indústrias culturais. O museu é um dos mais visitados do Brasil e da América Latina. Desde a inauguração, recebeu mais de 3, 3 milhões de pessoas, das quais 350 mil visitantes não lusófonos, na cidade, São Paulo, o maior centro urbano da lusofonia com os seus 12 milhões de habitantes. Antonio Sartini fala do museu como “um belo exemplo do potencial que as indústrias culturais têm na internacionalização”. O responsável propõe um olhar sobre os Estados Unidos e a Inglaterra, países onde a música ou o cinema colocaram o inglês “no imaginário de todo o mundo”. O desafio do português também é esse. Continuar a expansão, mostrando-se mais ao mundo, através da cultura, mas também da ciência e inovação e da diplomacia, com uma presença desejada como língua de trabalho ou oficial de organizações, como as Nações Unidas, e um peso, sempre crescente, no mundo digital. Por isso, na mesa que presidiu – encerrada pelo secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier – Antonio Sartini estava acompanhado, entre outros, pela embaixadora Graça Mira Gomes, da representação permanente de Portugal junto da União Europeia, por Arlindo Isabel, fundador da Editora Nzila de Angola, e hoje editor da Mayamba, por Amaral Lala, do Instituto de Relações Internacionais do Mirex (Ministério das Relações Exteriores de Angola), e por António Branco, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. “Não é só o poderio dos estados que determina a importância da língua”, frisou Amaral Lala. “É o prestígio das universidades, a obra publicada, o modelo cultural e a capacidade de exportar esse modelo. ” É isso que transporta a língua, e a sua influência, para o sistema mundial. “A área do conhecimento é fundamental. ”Na véspera, também Emir Suaiden, professor do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília e ex-director do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, falara na importância da produção científica se fazer em português, notando que embora o Brasil seja o 13º maior país do mundo em produção científica, “a visibilidade internacional dos países lusófonos ainda é fraca”. E sustentou: nos rankings das 200 maiores universidades "não há nenhuma de língua portuguesa". Sem escola, não há portuguêsAs aspirações de uns e de outros mostram como os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) caminham “a duas velocidades”, salientou, já no último dia da conferência, Arlindo Isabel. Além de Portugal e do Brasil, “os outros países vivem realidades completamente diferentes quanto à promoção da língua”. É preciso apoiar a escola, melhorar o ensino do português, estimular as diásporas em países vizinhos de estados lusófonos, que podem ser âncoras para despertar o interesse pelo português de pessoas que ainda não falam português. Também o acesso a computadores e plataformas de acesso à Internet não é o mesmo quer se esteja em Timor-Leste e Guiné-Bissau ou no Brasil e Portugal. E esse acesso é uma das condições necessárias, referiu António Branco, para que o português se internacionalize e se torne como o inglês ou o francês, uma língua presente em ambiente internacional de multilinguismo. Uma língua de que não se prescinde. “A língua pode ser um poderoso instrumento” de afirmação e influência dos países. Mas “para que a língua portuguesa seja exportada para fora do espaço da CPLP devem ser criadas as condições internas”, frisou Amaral Lala. E não estão. A escola, peça fundamental nesse processo, ainda é deficitária em muitos países da CPLP. “O acesso à escola é o acesso à língua portuguesa” em muitos países onde a população fala mais facilmente os idiomas locais e nacionais, acrescentou. Aí, ainda há populações analfabetas. Mas também há muitas pessoas interessadas em falar português, em países tão distantes e isolados do resto dos países lusófonos como Timor-Leste. “Não bastam as declarações de vontade”, disse Graça Mira Gomes, a propósito das aspirações declaradas dos chefes de Estado e de Governo da CPLP sobre o estatuto do português como língua oficial ou de trabalho na ONU. “Trata-se de um objectivo de grande relevância política. Tornaria a ONU mais democrática”, acrescentou. Mas concretizar objectivos como esse é mais difícil do que parece, alertou. Lusófonos em altos cargosÉ preciso investimento na formação de tradutores e intérpretes para elevar, como é desejo expresso dos responsáveis governamentais dos países da CPLP, o português a esse estatuto, que reflectiria o “peso demográfico, cultural, político e económico” da língua portuguesa. Os oito países da CPLP representam 3, 7% da população mundial, ocupam seis espaços económicos regionais repartidos por quatro continentes que envolvem 1800 milhões de pessoas, ou seja, cerca de um quarto da população do planeta, lembrara na véspera Eugénio Anacoreta Correia, coordenador da Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa da CPLP, para lembrar “o extraordinário potencial económico da língua portuguesa”. “Mas é preciso definir objectivos realistas”, porque o português esbarra nesses fóruns com “sensibilidades políticas em Nova Iorque” que dificultam o processo, ou com semelhante pretensão de outros países ou parceiros de outros quadros regionais que põem resistências a um protagonismo de pessoas que falem português, notou Graça Mira Gomes. O português António Guterres é Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. O brasileiro Roberto Azevêdo é o novo director da Organização Mundial do Comércio. Também a FAO (Agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) tem um brasileiro, José Graziano das Silva, aos comandos desde 2011. Para Ana Paula Laborinho, presidente do Instituto Camões e presidente da comissão organizadora, a presença de responsáveis lusófonos nos mais altos cargos da ONU “também é uma forma de promover a língua portuguesa no mundo”.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU CPLP