Governo chinês decidiu bloquear o Google+
O Governo chinês decidiu bloquear o Google+, apenas um dia depois do lançamento desta nova rede social. (...)

Governo chinês decidiu bloquear o Google+
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo chinês decidiu bloquear o Google+, apenas um dia depois do lançamento desta nova rede social.
TEXTO: As autoridades de Pequim foram rápidas a actuar, seguindo a mesma política que já tinha sido tomada com outras redes sociais como o Facebook e o Twitter, escreve o diário inglês Guardian. O cerco a estas novas formas de comunicação está cada vez mais apertado desde que foram utilizadas para mobilizar as revoluções no mundo árabe. De acordo com o site Great Firewall of China, que utiliza um servidor com base na China para tentar aceder a vários endereços externos, os utilizadores do Google dentro do país estão impedidos de aceder a qualquer página a partir do google. com, o que inclui o url do Google+. O Just Ping, que faz os mesmos testes que o outro site referido, também reportou a mesma situação. O gigante tecnológico Google, que em Março último começou a redireccionar os seus internautas para servidores de Hong Kong, acabou por recuar temendo represálias. Depois do fracasso do Buzz e do Wave e da popularidade relativa do Orkut - que, apesar de tudo, continua a liderar no Brasil -, o Google insistiu nas redes sociais e apresentou ontem o Google+. Círculos sociais onde a privacidade das conversas se pode escolher de forma mais intuitiva parecem ser a aposta do gigante tecnológico. Google+ e FacebookO Google tem uma espinha na garganta e essa espinha tem a forma de um F, de Facebook. Apesar de ter começado a percorrer o campo das redes sociais há muitos anos, com o Orkut, depressa o Google perdeu a batalha para a mais popular rede do momento, que recentemente alcançou a fasquia dos 750 milhões de utilizadores em todo o mundo. Mas o Google nunca se deu por vencido e as últimas batalhas travadas neste campo, com o Google Buzz e o Google Wave, acabaram em fracasso. Mostrando, porém, que o Google não vai ao tapete, a empresa anunciou mais uma tentativa de fazer frente ao Facebook com o seu Google+, que permite a partilha de fotografias, mensagens e comentários. O Google diz que o objectivo é ajudar os utilizadores a mais facilmente organizarem os seus contactos criando “círculos” de amizade específicos. Alguns analistas que já viram o produto estimam, segundo a BBC, que este Google+ se limita a reproduzir algumas das características do Facebook, acrescentando-lhe a função de videochat. Em comunicado, o Google explica que “o problema dos serviços online actuais é que consideram que todas as pessoas que conhecemos são nossos amigos e a forma de partilharmos a informação com os nossos contactos nem sempre pode ser a mesma”. “Cada conversa online [com mais de 100 amigos] é uma sobreexposição pública”, razão pela qual a Google considera que cada vez mais se partilha menos informação. Para que se partilhe cada vez mais - e não menos - informação com a nossa rede de amizades, o Google+ permite arrastar contactos para um círculo específico, podendo depois cada utilizador enviar mensagens sobre temas específicos para cada círculo, sem que todos os seus contactos fiquem a par dessas “conversas” privadas. O Facebook também permite essa “separação das águas” quando decidimos enviar mensagens privadas para um conjunto delimitado de contactos. A versão actual do Google+ só foi até agora disponibilizada para um pequeno número de pessoas, mas a empresa diz que espera que em breve a rede social esteja disponível para os milhões de indivíduos que usam os seus serviços diariamente.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave campo social
Investimento de empresas chinesas fora do país aumentou 42,3 por cento
O investimento das empresas chinesas nos primeiros cinco meses de 2011 aumentou 42,3 por cento em relação a igual período de 2010, somando 20.350 milhões de dólares (14.085 milhões de euros), anunciou hoje o ministério chinês do Comércio. (...)

Investimento de empresas chinesas fora do país aumentou 42,3 por cento
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-06-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O investimento das empresas chinesas nos primeiros cinco meses de 2011 aumentou 42,3 por cento em relação a igual período de 2010, somando 20.350 milhões de dólares (14.085 milhões de euros), anunciou hoje o ministério chinês do Comércio.
TEXTO: O montante, referente a operações em cem países e regiões, envolve apenas os investimentos nos sectores não financeiros, indicou a mesma fonte. O investimento da China fora das suas fronteiras aumentará cerca de 25 por cento ao ano até 2015, devendo somar então 140. 000 milhões de dólares (96. 900 milhões de euros), segundo previsões oficiais divulgadas o mês passado. Em 2010, o investimento externo da China no sector não financeiro somou 59. 000 milhões de dólares (40. 836 milhões de euros), uma subida de 36, 3 por cento em relação a 2009, mas continuou aquém dos 105. 700 milhões de dólares (73. 159 milhões de euros) que o país atraiu durante o mesmo período.
REFERÊNCIAS:
Países China
Presos pelo menos 20 membros de igreja protestante chinesa
Vinte chineses pertencentes à igreja protestante de Shouwang foram detidos quando se preparavam para levar a cabo as cerimónias religiosas da Páscoa em plena rua, por o regime os ter despejado do edifício que ocupavam na zona noroeste da capital Pequim. (...)

Presos pelo menos 20 membros de igreja protestante chinesa
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 10 | Sentimento -0.15
DATA: 2011-04-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Vinte chineses pertencentes à igreja protestante de Shouwang foram detidos quando se preparavam para levar a cabo as cerimónias religiosas da Páscoa em plena rua, por o regime os ter despejado do edifício que ocupavam na zona noroeste da capital Pequim.
TEXTO: Esperava-se que cerca de mil pessoas se reunissem para a celebração. Ao chegar ao local combinado, os membros da igreja de Shouwang encontraram um forte aparato policial: as pessoas suspeitas de pertencer à igreja começaram a ser encaminhadas para autocarros e transportadas para diferentes esquadras da polícia. O acesso à rua foi vedado, impedindo que os jornalistas se aproximassem dos detidos. Mas de longe, a imprensa garantia que ninguém ofereceu resistência, obedecendo às ordens das autoridades sem protestos. Um dos líderes da congregação, Jin Tianming, que foi colocado em prisão domiciliária, disse à AFP pelo telefone ter tido informação da detenção de 20 a 30 pessoas. Jin foi condenado com outros 12 dirigentes da igreja no início do mês, na sequência de uma rusga da polícia que levou cerca de cem pessoas – elas eram suspeitas de dissidência política, informaram as autoridades. Os responsáveis da igreja de Shouwang dizem não ter agenda política. Desde a sua fundação, em 1993, já tiveram vários embates com o regime, que tem forçado o despejo da organização dos sucessivos espaços que aluga para os serviços religiosos. Nos últimos dias, Pequim voltou a apertar as restrições sobre as igrejas que funcionam em edifícios residenciais ou comerciais, pondo fim a um período em que tolerou mais ou menos pacificamente a actividade das igrejas que não se submetem à supervisão do Partido Comunista. No sábado, o pastor Zhang Mingxuan, que preside à Aliança das Igrejas Residenciais da China, também foi detido em Pequim. Na cidade de Guangzhou, no sul, duas missas de Páscoa foram proibidas. E em Hohhot, norte da China, dezenas de líderes cristãos foram presos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave prisão
Cientistas chineses obtêm proteína albumina a partir do arroz
Cientistas de uma universidade chinesa anunciaram que conseguiram obter a partir do arroz a proteína albumina, encontrada no sangue humano e que é frequentemente usada para tratar queimaduras e doenças de fígado, entre outras. (...)

Cientistas chineses obtêm proteína albumina a partir do arroz
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-11-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cientistas de uma universidade chinesa anunciaram que conseguiram obter a partir do arroz a proteína albumina, encontrada no sangue humano e que é frequentemente usada para tratar queimaduras e doenças de fígado, entre outras.
TEXTO: Quando extraída de sementes de arroz, esta proteína é “fisicamente e quimicamente equivalente a albumina derivada do soro sanguíneo humano (HSA)”, concluíram os responsáveis, que publicaram o seu estudo na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”. Esta descoberta poderá levar a uma revolução da produção de HSA, que tipicamente só é possível de obter com doações humanas. A necessidade de albumina é de cerca de 500 toneladas por ano em todo o mundo e a China já viveu, no passado, alturas em que não conseguia obter a quantidade necessária desta proteína. Este novo método foi desenvolvido por cientistas da universidade de Wuhan, na China, em parceria com colegas do National Research Council do Canadá e do Center for Functional Genomics da Universidade de Albany, em Nova Iorque. Inicialmente, os cientistas modificaram, geneticamente, as sementes de arroz a fim de que estas produzissem altos níveis de HSA. Depois os cientistas descobriram um método de purificarem as sementes da proteína, conseguindo obter cerca de 2, 75 gramas de proteínas por quilo de arroz. Quando os cientistas testaram a proteína obtida a partir do arroz em ratos com cirrose hepática - uma doença em que é normalmente usado o soro sanguíneo humano - descobriram que os resultados terapêuticos eram idênticos aos levados a cabo em humanos, usando desta feita o HSA obtido a partir do arroz. “Os nosso resultados sugerem que o biorreator de uma semente de arroz produz HSA recombinante com custo-benefício que é seguro e capaz de satisfazer a crescente necessidade de albumina humana", destacou o estudo. Esta proteína é frequentemente usada na manufactura de vacinas e medicamentos e é dado a doentes que sofreram queimaduras, em choque hemorrágico ou com doenças de fígado, indicam os cientistas. Em 2007 houve falta desta proteína na China, o que fez com os preços disparassem. Esta descoberta poderá ainda servir para limitar as potenciais transmissões de doenças como a sida e a hepatite. Os cientistas ressalvam, porém, que é necessário avaliar a segurança deste novo método em animais e humanos antes de esta descoberta estar pronta para ser comercializada. Notícia actualizada às 10h50
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos doença estudo
Bo Xilai nega ter aceitado subornos milionários
Antigo dirigente chinês começou a ser julgado nesta quinta-feira. (...)

Bo Xilai nega ter aceitado subornos milionários
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Antigo dirigente chinês começou a ser julgado nesta quinta-feira.
TEXTO: O julgamento mais mediático na China e politicamente relevante nas últimas décadas começou nesta quinta-feira. No banco dos réus, um antigo dirigente chinês, Bo Xilai, caído em desgraça por suspeitas de corrupção e abuso de poder. , negou as acusações e disse que a confissão que teria feito na fase de inquérito foi produzida "contra a vontade". Bo Xilai foi formalmente acusado, em Julho último, de ter aceitado "uma soma elevadíssima" em dinheiro e propriedades e de desviar fundos públicos. Segundo a revista Caijing, uma das publicações mais respeitadas na China, entre outros crimes de que é suspeito Bo vai responder pelo desvio de 25 milhões de yuans (cerca de três milhões de euros) quando na década de 90 dirigia a cidade de Dalian, nordeste da China. "Espero que este julgamento seja justo, de acordo com as leis do país", disse Bo no tribunal de Jinan, onde começou a ser ouvido. O tribunal está a divulgar os momentos principais das audiências através do seu blogue. Depois de negar que tenha recebido dinheiro de dois empresários, Xu Ming e Tang Xaolin, Bo classificou este último como "mentiroso", segundo diz a AFP, acrescentando. "Ele disse o que disse simplesmente para reduzir a pena dele. E isso é porque ele morde em todas as direcções, como um cão enraivecido. "O julgamento teve início sob fortes medidas de segurança, com muita polícia dentro e fora do tribunal, onde houve também protestos de apoiantes de Bo Xilai. O julgamento é visto por estes como uma mera encenação, considerando que o facto de o PC Chinês o ter expulsado significa que os principais responsáveis políticos do país já o julgaram e condenaram. Além das acusações de corrupção, Bo enfrenta uma acusação de abuso de poder por alegadamente ter tentado evitar uma investigação judicial de um caso que envolvia a própria esposa. Bo foi em tempos uma das principais figuras do aparelho político chinês, mas caiu em desgraça no último ano e meio, acabando por ser expulso do partido na sequência do homicídio do empresário britânico Neil Heywood. A sua mulher, Gu Kailai, foi acusada e condenada em Agosto de 2012 a pena de morte suspensa pelo homicídio do empresário (a pena capital será comutada para prisão perpétua em 2014, mas Gu deverá poder sair em liberdade condicional ao fim de nove anos de prisão). Em Novembro de 2012, o Comité Central do Partido Comunista Chinês anunciou a expulsão do antigo governador da província de Chongqing e em tempos figura promissora do aparelho político do país. A expulsão de Bo Xilai do PCC e do Politburo (o segundo mais importante centro de decisões da política chinesa, a seguir à Comissão Permanente) foi vista como um escândalo quase sem precedentes na história política da China e como a maior crise que o partido no Governo enfrentou desde o massacre na Praça Tiananmen, em 1989. Antes da expulsão do PCC, Bo Xilai já tinha sido afastado da liderança do secretariado do partido na província de Chongqing, no dia 14 de Março.
REFERÊNCIAS:
Bo Xilai expulso do Partido Comunista Chinês e acusado de corrupção
Já foi um dos políticos mais importantes e promissores da China, mas acabou por cair em desgraça após um escândalo de suspeitas de corrupção e um caso em que a sua mulher foi condenada por homicídio. Bo Xilai, o homem que há um ano era dado como certo na futura composição do órgão político mais poderoso do país, foi agora expulso do Partido Comunista e vai ser acusado formalmente por abuso de poder, por receber subornos e por ter mantido "relações impróprias com mulheres". (...)

Bo Xilai expulso do Partido Comunista Chinês e acusado de corrupção
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 3 Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Já foi um dos políticos mais importantes e promissores da China, mas acabou por cair em desgraça após um escândalo de suspeitas de corrupção e um caso em que a sua mulher foi condenada por homicídio. Bo Xilai, o homem que há um ano era dado como certo na futura composição do órgão político mais poderoso do país, foi agora expulso do Partido Comunista e vai ser acusado formalmente por abuso de poder, por receber subornos e por ter mantido "relações impróprias com mulheres".
TEXTO: A notícia é avançada pela agência estatal Xinhua, que faz eco de uma declaração do Partido Comunista Chinês (PCC): Bo Xilai "abusou dos seus poderes [enquanto governador da província de Chongqing], cometeu erros muito graves e carrega uma enorme responsabilidade. ""As acções de Bo Xilai tiveram repercussões muito graves, que prejudicaram enormemente a reputação do partido e do Estado", prossegue a declaração citada pela agência Xinhua. A suspensão de Bo do Partido Comunista e do Politburo (o segundo mais importante centro de decisões da política chinesa, a seguir à Comissão Permanente), em Abril deste ano, foi vista pelos correspondentes dos media ocidentais como um escândalo "quase sem precedentes na história política da China" e "a maior crise que o partido no Governo enfrenta desde o massacre na Praça Tiananmen, em 1989". Antes de ter sido suspenso do PCC, Bo Xilai tinha sido afastado da liderança do secretariado do Partido Comunista na província de Chongqing, no dia 14 de Março. Bo já foi um dos políticos mais populares do país e era visto como um forte candidato à entrada, no próximo mês de Outubro, na restrita Comissão Permanente do Politburo, de que fazem parte apenas nove membros, entre os quais o Presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao. Congresso começa no dia 8 de OutubroNa mesma notícia sobre a expulsão de Bo Xilai do Partido Comunista, a agência Xinhua revela a data oficial para o início do Congresso de onde sairá o próximo Presidente do país. A reunião terá início a 8 de Outubro e não deverá provocar grandes surpresas. O actual vice-presidente, Xi Jinping – que esteve desaparecido da vida pública mais de uma semana, em Agosto –, é o mais do que provável sucessor de Hu Jintao. Para além das suspeitas de corrupção, da sua consequente suspensão e, agora, da expulsão do partido, Bo Xilai foi também apanhado no escândalo que levou à condenação da sua mulher, Gu Kailai, pelo homicídio do empresário inglês Neil Heywood. Gu foi condenada em Agosto à pena de morte, com pena suspensa por dois anos, o que na prática equivale à prisão perpétua – a pena de morte será revista dentro de dois anos e poderá ser revogada por bom comportamento, embora Gu deva permanecer na prisão para o resto da sua vida.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homicídio mulher prisão chinês
“Olá, vizinha!” Li Yin não pensa regressar à China para já
A comunidade chinesa em Portugal saltou dos 244 moradores em 1980 para os mais de 23 mil, em 2017. Ainda permanece agarrada à imagem da loja e do restaurante, mas está a mudar aos poucos. Já há quem não tenha sucessores para os velhos negócios tradicionais. (...)

“Olá, vizinha!” Li Yin não pensa regressar à China para já
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 11 Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: A comunidade chinesa em Portugal saltou dos 244 moradores em 1980 para os mais de 23 mil, em 2017. Ainda permanece agarrada à imagem da loja e do restaurante, mas está a mudar aos poucos. Já há quem não tenha sucessores para os velhos negócios tradicionais.
TEXTO: Há precisamente uma semana o Restaurante Chinês (assim mesmo) juntou-se à lista dos estabelecimentos comerciais distinguidos pelo programa Porto de Tradição por terem “interesse histórico e cultural”. O reconhecimento, que garante alguma protecção ao espaço, mereceu a aprovação unânime de todos os vereadores da Câmara do Porto e para Chow Feng Y Ing, que gere o espaço, a notícia foi um alívio: “Ouvimos o que se tem passado, como com a [confeitaria] Cunha. E o espaço é alugado, por isso tenho medo. Se a senhoria diz: ‘vai embora’, o que é que fazia? A vida foi toda aqui, sempre. ”Não há melhor sinal da integração desta chinesa de 60 anos do que este. Chow Feng Y Ing, membro de uma das mais antigas famílias oriundas da China a instalar-se em Portugal, conhece bem os problemas que se vivem na cidade, como a ameaça de despejo que paira sobre alguns velhos espaços comerciais, e está habituada a lidar com eles. O restaurante, aberto em 1966 pelo pai, mesmo junto ao tabuleiro superior da Ponte Luiz I, continua sem mãos a medir, e faz agora parte do roteiro dos turistas orientais que chegam à cidade – foram quase 257 mil no país, no ano passado, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). “Todos os dias temos dois ou três grupos a comer aqui”, explica. Mas também sofreu, como tantos outros negócios do Porto, quando as obras que amiúde invadem o centro, passaram por ali. No caso do restaurante, os tempos críticos foram a construção da linha de metro entre o Porto e Vila Nova de Gaia (aberta em 2005), que transformou o tabuleiro superior da ponte mesmo ali ao lado numa via exclusiva para pessoas e aquele transporte público. José Gouveia, de 49 anos e empregado do restaurante há 30, diz que esses tempos de tapumes em que viviam escondidos foram “drásticos” e que o negócio só não ficou “incomportável” graças às indemnizações e apoios concedidos pela obra. “Foram quase quatro anos em que o negócio baixou muito. Pensavam que o restaurante estava fechado. Não foi fácil”, diz, ao seu lado, a patroa. Chow Feng Y Ing puxou José para o seu lado assim que pôde. Aliás, ao primeiro pedido de entrevista tentou esquivar-se, escudando-se no que diz ser o seu mau português, e sugeriu que falássemos apenas com o empregado, que a acompanha sempre que é solicitada pela comunicação social. O que acontece amiúde, porque ela pertence a uma das famílias chinesas mais antigas do país e o seu irmão, Y. Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal, é a pessoa que todos procuram quando é preciso aceder de forma mais profunda à comunidade que, em 2017, segundo o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras era já a quinta comunidade imigrante mais representada no país, com 23. 197 pessoas registadas. Um salto de gigante, se pensarmos que em 1980 não existiam mais do que 244 chineses no país. O português da mulher está longe de ser irrepreensível, mas ela faz-se entender sem grandes problemas e depois de 40 anos a viver em Portugal, não há pergunta que não entenda. O primeiro membro da família a chegar foi o avô dos Chow, em 1934. Montou uma fábrica de gravatas e, depois de instalado, abriu a porta à vinda de outros membros da família. O pai de Feng e Ping, Chow Horng Tzer, chegou em 1958; os irmãos vieram em 1962 (ele, com apenas sete) e 1978 (ela, já depois de ter completado os estudos do liceu e de ter ficado a cargo da avó desde os 3 anos). Há mais duas irmãs, a mais nova das quais já nasceu em Portugal. Foi Chow Horng Tzer quem abriu o restaurante que ocupa os dias de Feng e cujo nome traduz bem a originalidade do que era então um espaço daquele tipo. Na descrição que acompanha a proposta de reconhecimento votada na Câmara do Porto, recorda-se a história da sua origem: “Em 1964, o Sr. Chow Horng Tzer, recebeu em casa um familiar que vivia na Alemanha e quando lhe perguntou onde queria ir jantar e este responde que a um restaurante chinês, verificaram que não existia qualquer restaurante deste tipo. E assim surgiu a ideia de abrir um. Como teve honras de número um, passou à frente da primeira dificuldade que todos os que abrem um novo negócio têm pela frente: a escolha do nome. Como não havia mais nenhum, ficou Restaurante Chinês”, lê-se no documento. A vida de Feng, desde que chegou a Portugal, foi toda ali. Começou a ajudar os pais e, quando chegou a hora de entregar a gestão dos negócios aos filhos, ela ficou com este espaço, o irmão com o outro criado por Chow Horng Tzer, na Rua do Bonjardim. Feng casou com um homem indicado pelo pai e teve três filhos, cujas vidas são já bem diferentes da dela. As duas filhas mais velhas tiraram cursos na área da Saúde e só aparecem para ajudar no restaurante de vez em quando, ao fim-de-semana. O mais novo, de 15 anos, é, segundo José, “o crânio da família” e aborrece-se com um ensino que não o estimula, o que leva a mãe a dizer, erradamente, segundo o empregado, que ele é “preguiçoso”. Chow Feng Y Ing não tem, por isso, qualquer esperança que um dos filhos lhe suceda no negócio, mas para já, nem quer pensar em transição. Sorri, abana as mãos como que a afastar um mau pensamento, e diz que ainda é muito nova e tem muitos anos de trabalho pela frente antes de se preocupar com isso. Para já, vê os filhos a viverem cada vez mais como qualquer outro nacional por cá nascido. Longe do restaurante. Com amigos portugueses. Longe dos grandes armazéns de revenda da Varziela, em Vila do Conde, onde há uma das maiores concentrações de chineses no país. Os casamentos, se chegarem e quando chegarem, também serão sem interferência dos pais, garante. “Os filhos nasceram cá, cresceram cá, nem sabem falar chinês, iam agora casar com um? Quando falo na língua de lá, o João nem responde. Ele já é português”, diz ela. As coisas mudaram, não só para os Chow, mas para a comunidade em geral. Não foi só o enorme crescimento apontado pelas estatísticas. Nos últimos anos, chegaram os grandes investidores, à boleia dos Vistos Gold, e a ideia do chinês que vive nas traseiras da loja ou do restaurante e vende produtos de fraca qualidade ainda pode estar bem vincada, mas são cada vez mais os exemplos de que essa realidade está a mudar. José Gouveia traduz o que viu acontecer nos 30 anos de convívio com os membros da família Chow e os clientes que passam pelo restaurante: “Estão mais abertos. A comunidade era muito fechada. Hoje em dia as mentalidades mudaram. Os filhos já nasceram cá e vivem cá, têm namorados portugueses”, diz. José Chen, 24 anos, é um desses exemplos de mudança. Os pais chegaram a Portugal em 1985, ele nasceu em Lisboa só por acidente – a mãe tinha ido lá em negócios, mas a família já estava estabelecida no Porto – e nem ele nem os quatro irmãos se juntaram ao que eram os negócios da família: loja e restaurante. A única remotamente ligada a esta actividade é uma irmã que tirou o curso de Pastelaria. “Porém, é diferente, uma vez que não é cozinha asiática. Para além disso, trabalhou em restaurantes conceituados pelo mundo”, descreve. Ele tem o mestrado integrado em Medicina pela Universidade do Porto, além do curso de Pastelaria e uma licenciatura em Turismo. Agora, está a frequentar uma outra em Engenharia Electrotécnica e Computadores. No futuro, vê-se a trabalhar como médico, mas diz que esta formação tão variada decorre do interesse que sempre teve por várias áreas e por acreditar que “todas se complementam” e o tornarão “uma pessoa mais competente”. José Chen responde por e-mail, porque está fora de Portugal, numa viagem de lazer. O seu caso entre a comunidade chinesa em Portugal, diz, não será o mais frequente. Um estudo do INE, baseado nos Censos de 2011, parece dar-lhe razão: à data, apenas 3, 6% da população chinesa residente em Portugal tinha concluído o ensino superior, um valor muito abaixo do da restante população estrangeira, cuja percentagem neste indicador se situava nos 14, 6%. “Penso que quem tem negócios pressiona os filhos para continuarem, e faz sentido, querem transmitir o legado. Seguir rumos diferentes ainda é, infelizmente, o menos comum, apesar de haver cada vez mais descendentes de imigrantes chineses a frequentar a faculdade. Às vezes, tentam conciliar o curso e as saídas com o trabalho (por exemplo, Gestão)”, escreve. Fala da geração dos pais como “muito trabalhadora, ambiciosa, mas [que] não valoriza o descanso assim tanto”. A vida, para esses imigrantes que trocaram o país natal por Portugal, é “para trabalhar e fazer render, aproveitando todos os momentos/oportunidades para ganhar dinheiro”. E lê-lo é como ouvir o sorridente Dai Huang, de 44 anos, no seu português quebrado, a explicar isso mesmo, por outras palavras. Dai Huang e a mulher, Chen Li Ying, de 40 anos, têm uma loja de produtos chineses na Rua da Estação, em Campanhã. Ela tem um sorriso imenso e saúda as clientes conhecidas com um “olá, vizinha” ou um “olá, linda”, tão típico entre vários portuenses. Como em tantos outros casos, ele chegou primeiro. Em 1998, quando trabalhava num navio, uma paragem em Portugal e o incentivo de um amigo que o convenceu a ficar por cá, travaram-lhe as viagens. “Tinha vinte e tal anos, não pensava muito. Era jovem, era diferente”, diz, com o sorriso largo, enquanto vários clientes vão entrando e saindo, servidos pelas mãos diligentes e o riso contagiante de Li Ying. Ela veio “há uns treze anos”, já o filho mais velho, hoje com 15 anos, era nascido. Ele ainda andou por Lisboa e esteve no Algarve, antes de aceitar uma oferta para trabalhar num restaurante no Porto. Ia ganhar mais, pelo que aceitou. Há oito anos abriram a loja. Há quatro compraram o prédio em que ela está instalada. Vivem num dos pisos superiores, o outro tem uma inquilina, já bem avançada nos 80. “Não mexi em nada, enquanto ela quiser continua a morar aqui”, diz Huang, antes de ironizar com a valorização imobiliária que a cidade tem sofrido: “Se vendesse o prédio agora ficava rico. ”Mas ele não quer vender. Quer continuar ali e expandir o negócio. Está a preparar-se para investir num restaurante em Matosinhos. “Mas de comida portuguesa, não chinesa”, especifica. Diz, como Li Ying ou Feng, que gosta de viver cá, que o Porto "está bem" e é “mais calminho” do que a China que visitam amiúde. Não pensam voltar para lá “pelo menos até à reforma”, mas Huang garante que na China tem uma casa já pronta para o caso desse dia chegar. “Os chineses estão aqui a trabalhar, mas na China têm tudo. Casa, tudo. Nós também”, garante. O seu plano é trabalhar, trabalhar e trabalhar mais. Quando lhe perguntam se não sente falta de férias e descanso ao fim-de-semana, diz que isso “não é importante”, porque teme que o dinheiro de que precisa “não chegue”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. É que as despesas, garante, também são muitas. Sobretudo com os três filhos, para quem sonha um futuro diferente. A filha do meio está numa escola privada. O mais novo deverá seguir o mesmo caminho. Só o mais velho – “idade muito difícil, os 15 anos”, repetem os dois membros do casal uma e outra vez – se mantém na escola pública, a contragosto dos pais. Os dois rapazes também praticam futebol em diferentes clubes e a rapariga joga basquetebol. “Eu não quero filhos no negócio comigo, quero que eles tenham uma vida mais direitinha, com férias. Não quero que sejam iguais a mim, a trabalhar sempre. Não quero, não quero”, diz Huang. Minutos antes, Li Ying insistira na necessidade de os filhos se prepararem para uma vida diferente. “Eu aconselho: tem de estudar muito bem, porque depois, faz qualquer coisa bem, não é?”. Como uma sombra da terra natal a pairar sobre toda a loja, a mãe de Huang anda por ali, atenta a quem entra, em silêncio. Não fala uma palavra de português e não quer aprender. “Ela não gosta muito de estar cá. Só gosta porque está com o filho, com os outros não gosta”, diz Huang, olhando a mãe pelo canto do olho. Mas só a velha senhora parece sentir isso e demonstrá-lo abertamente. Li, Huang ou Feng garantem que gostam desta vida mais calma do que o ritmo frenético do gigante económico em que se transformou o seu país de origem. “Aqui está bom”, repetem várias vezes. Li Ying só tem pena de não ter ainda tirado a carta de condução. Passeios, para ela, é ir ao NorteShopping, depois de a loja encerrar, mas está sempre dependente do marido ou do metro. “Sem carro é mais difícil”. Ainda não pôs a ideia de lado, mas ri-se, num riso que toma conta do corpo todo, enquanto brinca: “A cabeça já não está muito bem”. Preocupações, por cá, só os pequenos roubos que vão acontecendo – “é da zona, mas está bem”, diz Huang – e o filho de 15 anos, que gosta mais de jogar à bola ou de estar ao telemóvel com os amigos do que da escola. “Idade difícil, os 15 anos”, lamenta-se a mãe, como poderia fazer qualquer uma das suas vizinhas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha escola imigração filho mulher homem comunidade social medo estudo corpo chinês rapariga imigrante
China avança com "supervisão social necessária" para educar os seus turistas
Mau comportamento dos milhões de chineses que fazem férias no estrangeiro “prejudica a imagem do país” e origina diversas medidas de disciplina que o regime comunista tem vindo a anunciar. (...)

China avança com "supervisão social necessária" para educar os seus turistas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.016
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mau comportamento dos milhões de chineses que fazem férias no estrangeiro “prejudica a imagem do país” e origina diversas medidas de disciplina que o regime comunista tem vindo a anunciar.
TEXTO: As autoridades chinesas estão empenhadas em melhorar a reputação externa da China, apelando aos seus cidadãos para se comportarem condignamente no estrangeiro e respeitarem a cultura dos países que visitam. Guias de “bom comportamento”, multas para os indisciplinados e campanhas televisivas de sensibilização são algumas das medidas de “supervisão social necessária” dos turistas do país mais populoso do mundo. Em 2013, cerca de 100 milhões de chineses viajaram em lazer para o estrangeiro. No ano seguinte, outros 109 milhões, com um total de gastos que ascendeu aos 150 mil milhões de euros, segundo informa o Bank of America Merrill Lynch. O grupo de investimento asiático CLSA apresenta números semelhantes e ainda prevê que o número de turistas chineses aumente para 200 milhões, em 2020. Mas nem sempre foi assim. Exceptuando as viagens de negócios ou de estudo, a possibilidade de conhecer outros países e continentes estava vedada à grande maioria dos cidadãos chineses até ao início dos anos 2000, quer por razões financeiras, quer devido a restrições de ordem política. A viagem de lazer esteve, durante vários anos, apenas ao alcance das pessoas mais ricas da sociedade chinesa. O rápido desenvolvimento económico da China, a partir dos anos 90, e o consequente surgimento de uma classe média com maior poder de compra e vontade de viajar levaram o Governo chinês a levantar algumas das restrições de movimentação e a permitir a circulação mais livre dos seus cidadãos no estrangeiro. Desde meados dos anos 2000 até aos nossos dias, o número de turistas chineses atingiu números astronómicos, contando-se como destinos favoritos os países do Sudeste asiático, os Estados Unidos e a França. Segundo a Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas, as pessoas de nacionalidade chinesa são as que mais gastam no estrangeiro. “Monitorização” de comportamento dos turistasO número de vídeos publicados na Internet e de queixas de países estrangeiros sobre atitudes desordeiras ou desrespeitosas por parte de turistas chineses aumentou nos últimos anos, tendo contribuído para uma generalização da ideia de que os chineses são “pouco educados” e têm falta de “cultura e sofisticação”. Esta caracterização preocupa as autoridades daquele país e já levou ao lançamento de um plano de “supervisão social” e “monitorização do comportamento” dos turistas, levado a cabo pela Administração Nacional de Turismo da China, como forma de dignificar a reputação do país. Alguns casos de mau comportamento de turistas chineses tornaram-se célebres, como o do jovem que escreveu o seu nome num templo egípcio de Luxor com mais de 3500 anos, ou o da mulher que arremessou uma taça de água quente a uma hospedeira, por não gostar do lugar onde estava sentada, ou o do homem que abriu a porta de emergência do avião para “sair mais depressa”. O efeito negativo destes incidentes junto da comunidade internacional levou um vice- primeiro-ministro do Partido Comunista chinês, Wang Yang, a repudiar algumas atitudes dos seus compatriotas, como “falar alto em espaços públicos”, ignorar os sinais vermelhos” e “cuspir para todo o lado”. No jornal oficial do partido, Yang alertou para a obrigatoriedade por parte do Governo chinês e das empresas estatais “de melhorarem o civismo dos cidadãos e criarem uma boa imagem dos turistas chineses”, guiando-os para a “obediência moral à ordem pública e social, o respeito pelas religiões e costumes locais” e para a protecção dos “recursos turísticos e do meio ambiente”, uma vez que devem ser “embaixadores da China”. No mesmo jornal foram ainda listadas algumas das condutas consideradas “inapropriadas” no estrangeiro: “Distúrbios em transportes públicos; desprezo pelos costumes sociais dos países de destino; danificação de espaços públicos e históricos; envolvimento em prostituição e jogo. ”Entre as medidas tomadas pelas autoridades chinesas para apelar à boa socialização dos seus cidadãos, o destaque vai para o guia de “bom comportamento”, um livro de 62 páginas com as regras básicas de conduta no estrangeiro e que condena, por exemplo, “comer ruidosamente” e “roubar coletes salva-vidas dos aviões”. Estão também previstas multas para os cidadãos chineses que forem indisciplinados fora do país, podendo mesmo ser impedidos de viajar consoante a gravidade do seu comportamento. Por outro lado, também existem promessas de descontos em futuras viagens para os “bem-comportados”, numa lógica de incentivo à disciplina, reforçada com campanhas televisivas de sensibilização.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Austrália quer ser o primeiro país a impedir pedófilos de viajar para o estrangeiro
A medida foi proposta pelo governo de Camberra e tem como objectivo proteger crianças de "países vulneráveis" no sudeste asiático. (...)

Austrália quer ser o primeiro país a impedir pedófilos de viajar para o estrangeiro
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.225
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: A medida foi proposta pelo governo de Camberra e tem como objectivo proteger crianças de "países vulneráveis" no sudeste asiático.
TEXTO: O governo australiano anunciou, esta terça-feira, que planeia proibir de viajar para o estrangeiro todos os cidadãos registados por pedofilia no sistema criminal da Austrália. A proposta, que a concretizar-se será uma estreia mundial, vai ser apresentada no Parlamento e visa proteger principalmente as crianças de outros países do sudeste asiático, "mais vulneráveis" a práticas de abuso sexual de menores, noticia o Sydney Morning Herald. O ministro da Justiça australiano, Michael Keenan, explicou que as leis de prevenção existentes são “completamente inadequadas” e acredita que a Austrália está a debater “a mais forte repressão de sempre sobre o turismo sexual de menores”. “Nenhum país alguma vez tomou uma acção tão decisiva para impedir os seus cidadãos de viajar, muitas vezes para países vulneráveis, para abusar de crianças”, disse o ministro, numa conferência de imprensa no Parlamento de Camberra, nesta terça-feira. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Julie Bishop, entende que a medida permitiria anular os passaportes de cerca de 20 mil pessoas condenadas por pedofilia, que já cumpriram as suas penas de prisão mas que continuam sob controlo das autoridades — 3200 estão sob controlo vitalício, por isso, nunca seriam elegíveis para viajar. Bishop falava na mesma conferência de imprensa que o seu colega da Justiça. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. As excepções à aplicação da moção serão definidas com base no parecer e verificação das autoridades australianas, que irão comprovar se os cadastrados não representam um risco para as crianças no estrangeiro e se há razões legítimas — pessoais ou profissionais — para viajarem. O governo acrescenta que estarão isentos todos os indivíduos que deixarem de pertencer à base de dados criminal. De acordo com dados divulgados pelo executivo australiano, em 2016 aproximadamente 800 predadores sexuais viajaram da Austrália para o estrangeiro. No mesmo ano, os jornais locais noticiaram a história de um australiano, Robert Andrew Fiddes Ellis, condenado a 15 anos de prisão na Indonésia por ter abusado de 11 raparigas naquele país. Texto editado por Hugo Torres
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Cientista chinês que modificou gémeas geneticamente anuncia mais uma gravidez
He Jiankui foi criticado por parte da comunidade científica que considerou a experiência “monstruosa”. O cientista defendeu o seu trabalho e revelou que poderá existir mais um bebé geneticamente modificado a caminho. (...)

Cientista chinês que modificou gémeas geneticamente anuncia mais uma gravidez
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: He Jiankui foi criticado por parte da comunidade científica que considerou a experiência “monstruosa”. O cientista defendeu o seu trabalho e revelou que poderá existir mais um bebé geneticamente modificado a caminho.
TEXTO: O cientista chinês que alega ter criado os primeiros bebés geneticamente manipulados no mundo defendeu o seu trabalho e revelou que existe “outra potencial gravidez” de um embrião geneticamente modificado, mas estará ainda numa fase muito preliminar, cita a agência Reuters. Numa conferência de especialistas em Hong Kong, He Jiankui vincou que está orgulhoso do seu trabalho, apesar das críticas da comunidade científica. No início desta semana, He Jiankui afirmou ter alterado os embriões de sete casais durante tratamentos de fertilidade, com uma das gravidezes a ser bem sucedida. A modificação genética terá sido feita em duas meninas gémeas cujo ADN o cientista diz ter alterado através de uma técnica chamada “CRISPR/Cas9”. Neste caso, o objectivo não é curar ou prevenir uma doença hereditária, mas tentar criar uma capacidade de resistência a uma possível infecção futura pelo VIH. O anúncio não foi bem recebido e a experiência foi considerada antiética e “monstruosa” por alguns dos seus pares. Entre as vozes críticas está a Sociedade Chinesa de Biologia Celular, que condenou veementemente qualquer pedido de edição de genes em embriões humanos para fins reprodutivos e declarou que essa prática viola a lei e a ética médica do país. A Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, em Shenzen — onde a investigação e experiência terão sido desenvolvidas —, declarou que não estava a par do trabalho do cientista e afirmou que iria avançar com uma investigação ao caso. A Segunda Cimeira sobre Edição do Genoma Humano, que teve lugar na Universidade de Hong Kong, contou com uma plateia de 700 cientistas, entre os quais o Nobel da Medicina David Baltimore, vencedor do prémio em 1975. Esta quarta-feira, nas suas primeiras declarações após a revelação do seu trabalho, He Jiankui disse também que, inicialmente, a investigação foi financiada com o seu dinheiro. Revelou ainda que submeteu a investigação a uma revista científica, sem identificar a publicação. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O cientista sublinhou que as duas gémeas, Lulu e Nana, “nasceram saudáveis e felizes”. He Jiankui referiu ainda que era contra o “melhoramento genético”, mas que “estas pessoas precisam de ajuda”, acrescentando: “Temos a tecnologia para isso. ”“Sinto-me orgulhoso. Sinto-me orgulhoso, porque o pai [das gémeas] já tinha perdido a esperança. Não se trata de ‘desenhar bebés’, só uma criança saudável. ”He Jiankui insistiu que o objectivo da sua investigação não é criar um bebé “mais inteligente, mudar a cor dos olhos ou a aparência” e que se trata apenas de “talvez a única forma de curar uma doença”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei humanos ajuda comunidade criança doença chinês