Os ventos do Oriente já sopram em Alvalade
O grupo proprietário do Sea Me acaba de abrir uma taberna asiática no bairro de Alvalade. No Soão podemos imaginar-nos em Macau nos anos 1930. Aqui comem-se especialidades de vários países da Ásia e há um grelhador robata onde o chef cozinha à nossa frente peixe, marisco, carne e vegetais. (...)

Os ventos do Oriente já sopram em Alvalade
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: O grupo proprietário do Sea Me acaba de abrir uma taberna asiática no bairro de Alvalade. No Soão podemos imaginar-nos em Macau nos anos 1930. Aqui comem-se especialidades de vários países da Ásia e há um grelhador robata onde o chef cozinha à nossa frente peixe, marisco, carne e vegetais.
TEXTO: Um dia depois de o Soão, a nova taberna asiática de Lisboa, ter aberto ao público, a equipa reúne-se para o briefing das 18h30. Revisão rápida das dúvidas que surgiram na véspera, indicações sobre o jantar que se aproxima — quantas reservas há (de momento estão a aceitar reservas para parte da sala, mas a deixar sempre lugares para quem apareça sem reservar), pedidos especiais que possam existir, pequenas alterações na maneira como talheres estão dispostos na mesa. O chef informa que já chegou a barriga de atum, o barman pede para o pessoal de sala esclarecer com ele todas as dúvidas que tiver sobre os cocktails da casa, feitos com bebidas menos conhecidas, e lembra que o Soão tem “cervejas artesanais asiáticas que não existem em mais lado nenhum em Lisboa”. Durante o briefing, algumas pessoas espreitam pela porta, tentam ver o interior do restaurante, fazem perguntas. Foram longos os meses de obras e a fachada coberta ao lado do Cinema City Alvalade foi despertando uma curiosidade cada vez maior. Agora, o painel que a tapava foi removido e a montra, com estatuetas, os tradicionais barris para o estágio de saké e outros motivos asiáticos está finalmente à vista. O Soão é o mais recente restaurante, e uma grande aposta, do grupo Sea Me (que tem também o Prego da Peixaria). Foi pensado e preparado com todos os pormenores e a Fugas acompanhou alguns momentos do desenvolvimento do projecto. O primeiro, há já alguns meses, foi uma das reuniões com Sebastian Filgueiras, da Companhia do Chá, com o objectivo de escolher alguns chás que se adaptassem às diferentes gastronomias servidas no Soão. “O primeiro desafio”, explicava na altura António Querido, um dos sócios do grupo, “é fazer um pairing com os grandes grupos gastronómicos do Soão, o peixe fresco, a robata, os dim sum, os caris tailandeses. E precisamos de um chá versátil, todo-o-terreno. O segundo desafio é fazermos um pairing de destilados com chás. ” Uma das ideias é precisamente harmonizar whiskies com chá, que aqui “ajuda a limpar o palato e a fazer sobressair as diferentes notas do whisky”. Sebastian, profundo conhecedor do tema, escolheu precisamente um chá com “uma textura aveludada mas mais volumoso na boca, para final da refeição”. A ouvi-lo atentamente estão Vasco Martins, o barman, que veio de Barcelona para este projecto, o chef Luís Cardoso (que trabalhou no célebre Aya) e o tailandês Tep, que veio do Algarve, onde trabalhava com Leonel Pereira. Sebastian propõe, para acompanhar o sushi e o sashimi, um sencha de grande qualidade, chá verde japonês “com notas marinhas, iodadas, que nos remetem para ostras, marisco, mas também alcachofras, espargos” e vai servindo, enquanto explica as três temperaturas básicas para a confecção de chá: 70º para o verde, 80, 85º para o oolong e 90º para os chás pretos. “A secagem deste chá é feita com vapor, por isso ele conserva mais o aspecto vegetal e as notas marinhas. ”Surgem algumas perguntas: qual o melhor tipo de chávena para servir? E se as pessoas pedirem para pôr açúcar? Sebastian vai respondendo calmamente, enquanto prepara mais dois chás que pensou para os caris, sendo um mais suave, que vai acalmar um pouco as sensações na boca, e outro, um chá chinês branco com especiarias, que vai acentuar os sabores. Tel. : 210 534 499Email: reservas@soao. ptHorário: das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h (sextas e sábados até às 00h e domingo das 12h30 às 23h)Preço médio: 35 eurosFeita a escolha, passamos para a carne, “o mais difícil”. Sebastian pergunta qual o sistema que vão usar para grelhar a carne. António Querido explica que têm um grelhador robata, muito popular no Japão, no qual usam um carvão especial, de cascas de coco, que não faz fumo, mesmo se receber pingos de gordura. “No Japão há um chá que se pode torrar, podíamos aproveitar e fazê-lo no carvão, obtêm-se notas muito interessantes”, sugere Sebastian. Ou outra opção — servir um pu-erh, chá fermentado, dos mais antigos da China, que absorve a gordura. A sessão de trabalho na Companhia do Chá é apenas um dos exemplos de como o Soão foi cuidadosamente pensado. O projecto nasceu da vontade de trazer para Lisboa várias experiências que se podem viver em diferentes países da Ásia, que os sócios e o chef Luís Cardoso percorreram numa série de viagens preparatórias. Durante uma visita da Fugas ao local, na altura ainda em obras, Rui Gaspar, outro dos sócios, mostra no telemóvel imagens de um restaurante que inspirou o desenho da sala do piso térreo — o Soão tem dois espaços, o de cima, com um balcão com 14 lugares e, atrás, várias mesas, e em baixo, seguindo o néon vermelho que diz Sake is a drink best served HOT, encontramos a cozinha, o bar e quatro salas mais privadas. Todo o espaço remete para o imaginário algo decadente de, talvez, Macau nos anos 1930: as madeiras antigas e escuras (um complexo trabalho de carpintaria de Luís Souto), o piso de baixo, misterioso, onde não chega a luz do dia, os panos que separam a entrada das salas privadas, de paredes forradas a veludo ou a seda, e até o ar “vivido” dos autoclismos (comprados novos mas envelhecidos propositadamente). Podemos imaginar um desses locais cheios de fumo onde membros de mafias chinesas ou japonesas jogam e bebem noite dentro e são capazes de enfiar uma navalha na barriga de quem não lhes agradar. Mas, na realidade, o único fumo é o que sai dos cocktails preparados por Vasco com runs asiáticos, whiskies japoneses, aguardentes chinesas, xaropes caseiros, citrinos como o yuzu, e nomes como osakini ou xiang martini. Da cozinha, ali ao lado, vêm as entradas (chamuça de cabra; rolo Primavera; kimchi; asas de frango crocantes; tostas de choco com maionese), as sopas, os baos, os dim sum, os caris, pratos tailandeses, coreanos, vietnamitas, alguns clássicos, outros partindo dos clássicos com uma interpretação do chef (mas sem fusão, sublinha Luís Cardoso). Todos vêm apresentados na carta em mandarim — que é, por aqui, a “língua oficial”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Na parte de cima, ao balcão, Luís e Carlos Santos preparam, em frente aos clientes, o sushi e o sashimi (que têm uma carta à parte), mas também o peixe fresco, os mariscos, a carne e os vegetais, que vão para a robata. Expostos no balcão, o cliente pode escolher e pedir para cozinhar o que mais lhe apetecer. Existe também um menu Expresso do Oriente (85€, seis pratos e seis bebidas) para uma experiência completa e que é servido apenas no andar de baixo. E, já que está por aí, pode aproveitar para experimentar um saké, um soju (destilado coreano feito também a partir do arroz) ou aventurar-se num baijiu (destilado chinês, mais forte, feito geralmente a partir de grãos de sorgo fermentado). São assim as noites do Oriente para os lados de Alvalade. A abertura do Soão no bairro de Alvalade é um statement, diz António Querido, um dos sócios do grupo Sea Me. “Se abríssemos no Chiado ou no Príncipe Real íamos ter filas à porta, temos perfeita noção disso. Aqui as pessoas vão ter que se deslocar de propósito. ” Mas quiseram fazer este statement “face à especulação imobiliária que o Chiado e o Príncipe Real estão a ter, por parte de fundos imobiliários que controlam o preço do metro quadrado e asfixiam empresas 100% portuguesas”. Acreditam que Lisboa “vai assistir nos próximos dez anos a um movimento semelhante ao de outras cidades, a asfixia dos centros históricos pelo turismo”, e que os portugueses vão cada vez mais começar a procurar outros bairros (têm, aliás, uma experiência positiva com o Prego da Peixaria, que abriram na Avenida da Igreja). No Soão, apostam numa clientela portuguesa e asiática, estando para isso a trabalhar junto de instituições culturais de países da Ásia em Portugal. Outra novidade é o sistema de reservas (para já a funcionar provisoriamente numa pequena sala junto da cozinha), com atendimento telefónico permanente, dando apoio às reservas e a pedidos especiais, sejam de jantares para grupos, restrições alimentares ou outros.
REFERÊNCIAS:
Camboja do lemongrass
A leitora Ana Rita Ferreira partilha a sua experiência pelo país asiático. (...)

Camboja do lemongrass
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: A leitora Ana Rita Ferreira partilha a sua experiência pelo país asiático.
TEXTO: “You can’t claim heaven as your own if you are just going to sit under it”Provérbio cambojanoO continente asiático revisita-nos o imaginário e activa-nos os sentidos, pela sua culinária, pela diferença nos seus costumes e tradições, pelas suas paisagens idílicas, entre outras tão vastas características que o tornam particular. Visitar a Ásia é a nova trend ocidental. Não há ocidental que se preze que não tenha pisado território asiático e cujo instagram não esteja colorido de águas verde-esmeralda, porém pouco se fala do muito que se traduz na simplicidade do existir asiático. Eu, como os meus peers ocidentais, estava sedenta de uma pausa neste ritmo de vida alucinante que nos faz atropelar sentimentos e sensações, ao passo que me encontrava faminta de novas experiências regadas a lemongrass e peanut satay. O Camboja surgiu assim como excepcional entrada para o continente asiático. Cheguei a Pnom Penh despida de preconceitos e disposta a ser invadida pela cultura local, imbuída do buliço das scooters, das solicitações dos tuk tuk e do odor a lemongrass. Em Pnom Penh é obrigatório visitar um passado bem presente na história do Camboja. Tuol Sleng (Museu do Genocídio) é um murro no estômago, daqueles que nos faz recordar as atrocidades de que o ser humano é capaz face ao seu semelhante — o Camboja viveu na década de setenta sob uma ditadura comunista, dos khmer vermelhos. É curioso assistir à desvirtuação da essência (humana e material), já que Tuol Sleng, em português “ A Montanha das Árvores Venenosas”, fora berço de uma escola secundária, fonte de conhecimento, e por seu turno liberdade, para uns anos mais tarde ser a casa do massacre. Apesar dos pesares, Pnom Penh tirou-me o amargo da boca na visita à Mekong Island (ou ilha da Seda), uma ilha que nos devolve às origens e à simplicidade do ser. Na ilha da Seda as famílias ainda se alimentam da terra, gerindo as suas vidas à velocidade dos teares que usam para produzir artesanato, enquanto as suas crianças, por força das circunstâncias, dotadas de uma verticalidade típica de um adulto, correm livres pela rua assim que lhes é aberto o espaço a serem isso mesmo, crianças. Depois de uma viagem de 12 horas de autocarro, uma avaria e um condutor de tuk tuk mal disposto, cheguei ao paraíso, Koh Rong. O que dizer sobre Koh Rong? Uma vida numa ilha, será a expressão que a melhor resume. Koh Rong é palco das festas mais concorridas do Camboja, mas também alberga o silêncio mais reconfortante daquele país; tem um burger americano que nos limpa o gosto do lemongrass, mas também produz os melhores ananases que já tive oportunidade de provar; Koh Rong tem o melhor nascer do sol, mas também uma lua que nos ilumina os banhos quentes da meia noite; Koh Rong é único e merece ser “provado” em todas as suas facetas. Deixei Koh Rong rumo à pérola do Camboja, Angkor Wat. Siem Reap é a cidade mais próxima dos templos e por isso o ponto de chegada e partida dos muitos que visitam o Camboja para ver o nascer do sol de Angkor Wat. Siem Reap merece também lugar de destaque em qualquer travessia pelo Camboja, já que nos pega pela mão e guia pelos seus mercados, nos mostra o melhor da culinária cambojana e massaja o ego e os sentidos. Visitar um mercado é sentir-nos vivos na verdadeira acepção da palavra; é percorrer todos os nossos sentidos; é cortar o cabelo enquanto nos oferecem comida; é negociar uma backpack enquanto nos protegemos do cheiro a durian; é sorrir com vontade, numa partilha de experiências incomparável. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Angkor Wat deixou-me o gosto doce no paladar, enchendo-me o olhar curioso com a majestosa imponência dos seus templos, pincelada a vestes cor de açafrão dos seus monges. Deambulando por entre os seus templos segui os cânticos entoados pelos monges, numa prece pelo desapego tão asiático quanto purificante. Angkor Wat, Bayon, Ta Prohm ou qualquer outro templo está povoado do burburinho de turistas, porém há algo de reconfortante no seu entorno que nos faz viajar internamente, num silêncio reconfortante da nossa existência. A melhor forma de descrever o Camboja é sorrir, porque na simplicidade do sorriso transportamos proximidade, amabilidade e bem querer. Foram poucos os povos que conheci com tamanha intensidade no sentir. Voltei de mochila carregada e pronta para sorrir de cada vez que revisitar a minha Ásia, aquela que existe fora do meu instagram. Ana Rita Ferreira
REFERÊNCIAS:
EUA têm o computador mais rápido, mas China continua à frente na corrida
Na lista das 500 máquinas mais poderosas, 41% são chinesas. (...)

EUA têm o computador mais rápido, mas China continua à frente na corrida
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na lista das 500 máquinas mais poderosas, 41% são chinesas.
TEXTO: O computador mais rápido do mundo é norte-americano, mas a China continua a liderar na competição pela quantidade. Em 2018, pela primeira vez em cinco anos, o país asiático foi destronado do primeiro lugar do TOP500, o ranking dos computadores mais rápidos e poderosos, que é actualizado duas vezes por ano. O novo vencedor, revelado esta segunda-feira, é o Summit, um computador da IBM que faz o trabalho equivalente a cerca de 7, 6 mil milhões de pessoas (ou seja, o número de habitantes na Terra) ao fazer 16 mil equações matemáticas por segundo. É preciso dois campos de ténis para albergar os mais de nove mil processadores que usa. Embora a China tenha perdido o lugar do topo, continua a ser o país com mais supercomputadores no mundo, com três fabricantes (a Lenovo, a Inspur e a Sugon) entre as cinco maiores fabricantes dos 500 supercomputadores mais rápidos. As máquinas chinesas representam 41% da lista, num total de 206 supercomputadores, um número que tem vindo a subir de ano para ano. Por outro lado, a quantidade de aparelhos fabricados pelos EUA tem vindo a decrescer, com apenas 124 sistemas a entrar na lista do TOP500 deste ano. São menos 21 do que em 2017. O ranking do TOP500 baseia-se na rapidez das máquinas a realizar cálculos matemáticos. Por norma, estes computadores são usados para simular viagens espaciais, trabalhar em armas nucleares, tentar resolver o problema do aquecimento global, e desenvolver inteligência artificial. Os supercomputadores inteligentes da IBM, por exemplo, foram usados recentemente em debates contra seres humanos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A capacidade de fabricar este tipo de aparelhos é considerada uma das formas de medir a proeza tecnológica de um país, mas requer um grande investimento. Este ano, só os dois computadores mais poderosos dos EUA (que ocupam o 1º e o 3º lugar do TOP500), custaram 325 milhões de dólares. Para o governo chinês, que quer o país a liderar a inteligência artificial global, a existência de supercomputadores é uma prioridade. Em 2017, o país apresentou o “Novo Plano de Desenvolvimento em Inteligência Artificial” com o objectivo de acelerar o processo. “Queremos utilizar a inteligência artificial para resolver problemas de segurança, saúde, ambiente e mais”, disse Wan Gan, ministro chinês para a Ciência e Tecnologia. Depois da China e dos EUA, é o Japão que mais investe neste tipo de aparelhos, com 36 supercomputadores. Apesar de o número ficar aquém dos outros países, os aparelhos japoneses são considerados os mais ecológicos para o planeta. O Reino Unido, a Alemanha, e a França completam a lista do TOP500 com 22, 21 e 18 supercomputadores cada. A próxima actualização da lista será em Novembro.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Fundador da Huawei fala num “conflito inevitável” e diz que EUA subestimaram gigante chinesa
Washington suspendeu sanções por 90 dias, Ren Zhengfei desvaloriza porque a Huawei “está preparada”. Estão em jogo 70 mil milhões de dólares. (...)

Fundador da Huawei fala num “conflito inevitável” e diz que EUA subestimaram gigante chinesa
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-05-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Washington suspendeu sanções por 90 dias, Ren Zhengfei desvaloriza porque a Huawei “está preparada”. Estão em jogo 70 mil milhões de dólares.
TEXTO: O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, não ficou surpreendido com a inclusão da sua empresa numa lista de entidades proibidas de fazer negócios com empresas norte-americanas. “Temos sacrificado [os interesses de] pessoas e de famílias em nome de um ideal, o de sermos os líderes mundiais. Por causa desse objectivo, um conflito com os EUA seria inevitável, mais cedo ou mais tarde”, declarou. A Huawei e 68 subsidiárias foram incluídas numa “lista negra” de empresas que só podem comprar ou vender bens e serviços a empresas norte-americanas mediante autorização do governo norte-americano. Mas Washington deu com uma mão o que tirou com a outra. E na segunda-feira à noite publicou um despacho, via Departamento de Comércio, que suspende por 90 dias os efeitos da inscrição do grupo Huawei nessa “lista negra”. Portanto, na prática, pouco mudará nos próximos três meses. Para o homem que fundou a empresa de Shenzen em 1987, nem o afastamento da Huawei, nem a decisão que temporariamente suspende essa “sanção”, têm qualquer relevância. A leitura chinesa dos acontecimentos continua a ser a de que tudo isto faz parte de uma guerra comercial dos EUA contra a China. E de que o avanço da Huawei no desenvolvimento tecnológico face à concorrência cria “ansiedades" na Casa Branca. Mesmo no Ocidente, há quem não tenha dúvidas: o confronto com a Huawei é uma “guerra fria tecnológica". Ren Zhengfei entende que a Huawei está protegida pelo atraso da concorrência no desenvolvimento da quinta geração móvel (5G). E sustenta que os norte-americanos precisariam de dois ou três anos para recuperar. Ren vendia centrais telefónicas internas (PBX) produzidas em Hong Kong quando fundou a empresa, em 1987. Três décadas depois, é dono do segundo maior fabricante de telemóveis do mundo e do maior construtor mundial de infra-estruturas de telecomunicações. “Os políticos dos EUA têm subestimado a Huawei”, critica. Além disso, diz que a empresa “está preparada” para as restrições, porque pode substituir os fornecedores norte-americanos rapidamente, pelo que a moratória de três meses tem pouco impacto. A empresa-mãe do Google, a Alphabet, foi das primeiras tecnológicas norte-americanas a fazerem saber que iria cortar relações comerciais com a Huawei para respeitar a “lista negra”. Isso obrigaria a rever o acesso dos clientes Huawei a serviços como o Gmail ou YouTube, bem como às actualizações do sistema operativo Android, que equipa os smartphones desta marca fora da China. Outras empresas como a Intel e a Qualcomm anunciaram, depois disso, que deixariam de fornecer processadores ao fabricante chinês. Ren Zhengfei garante que não quer abrir mão do hardware norte-americano, mas alerta que a Huawei tem alternativas. Antevendo que poderia haver conflitos com os EUA, a Huawei investiu nos últimos anos num sistema operativo próprio e, mais importante ainda, verticalizou a produção. No caso dos processadores, detém a HiSilicon, que produz chips para smartphones e servidores e, por essa via, “assegura a segurança estratégica para a maioria dos produtos da empresa e o fornecimento contínuo" à Huawei, diz o fundador. Teresa He Tingbo, presidente da HiSilicon garantiu isso mesmo, numa mensagem enviada aos trabalhadores e divulgada nas últimas horas pelo jornal South China Morning Post (um jornal que é da Alibaba, um gigante tecnológico chinês, líder no comércio electrónico, com interesse directo na guerra EUA-China). Nessa mensagem, Teresa He Tingbo salienta que a HiSilicon se preparou ao longo dos últimos anos para lidar com este cenário, em que os EUA cortam o acesso da Huawei à tecnologia norte-americana. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Questionado pela estação televisiva chinesa CCTV sobre a duração deste conflito, o fundador da Huawei respondeu que a pergunta deve ser dirigida ao presidente dos EUA, Donald Trump. “A culpa é dos políticos dos EUA, não das empresas”, frisa. O mundo empresarial norte-americano pode estar a fazer contas à vida dada a ameaça de exclusão do grupo Huawei. Em causa está um mercado de componentes que vale 70 mil milhões de dólares (63 mil milhões de euros por ano, cerca de um quarto do Produto Interno Bruto português). A onda de choque afectaria a indústria mundial que integra a cadeia de fornecimento da Huawei. Isso mesmo foi realçado pelo ministro das Finanças nipónico, Taro Aso, quando aludiu às “empresas japonesas que fornecem a Huawei”. “As cadeias de fornecimento estão interligadas de forma complexa”, sublinhou.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Sonda chinesa prepara-se para pousar na face oculta da Lua
Ainda não se sabe o dia exacto, mas espera-se que a alunagem se realize em Janeiro. (...)

Sonda chinesa prepara-se para pousar na face oculta da Lua
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento -0.08
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ainda não se sabe o dia exacto, mas espera-se que a alunagem se realize em Janeiro.
TEXTO: Nos primeiros dias de 2019, a sonda chinesa Chang’e-4 pousará no lado oculto da Lua. É a primeira vez que uma sonda alunará nesta zona do satélite natural da Terra. Lançada a 12 de Dezembro, esta sonda da agência espacial chinesa começou a orbitar a Lua a 14 de Dezembro. Prevê-se agora que o seu módulo de aterragem e veículo espacial cheguem ao solo do nosso satélite ainda em Janeiro e que o façam na cratera de Von Kármán. Com 186 quilómetros de diâmetro, esta cratera de impacto está localizada no hemisfério sul do lado oculto da Lua. Até agora, nenhuma sonda aterrou neste lado da Lua devido a dificuldades técnicas. Para contornar o problema, em Maio deste ano a China enviou o satélite Queqiao, que entrou em órbita da Lua em Junho e ficou a uma distância entre 65 mil e 80 mil quilómetros do nosso satélite natural. “O satélite vai receber as instruções da base aeroespacial na Terra para as encaminhar até à sonda e ao veículo espacial. Depois, comunicará de volta os dados para a Terra”, explica-se no jornal espanhol El País. O objectivo da missão é conhecer melhor a história e geologia deste lado da Lua. E a cratera de Von Kármán é particularmente interessante para os cientistas porque se localiza numa zona de impacto com milhões de anos. “A Chang’e-4 validará mais tecnologias de aterragem e melhorará as operações dos robôs e de comunicações mais complexas”, disse Bernard Foing, director do grupo de trabalho de exploração lunar da Agência Espacial Europeia, ao site SpaceNews. James Head, cientista planetário da Universidade Brown (Estados Unidos), em declarações ao mesmo site, considera este feito (caso se realize) como “um passo absolutamente significativo”. E adianta: “Ganhar segurança nas aterragens no lado oculto [da Lua] abre ‘outro continente’ para uma exploração plena, recolha de amostras e para resultados científicos fundamentais. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Resta saber agora quando aterrará a Chang’e-4. Se tudo acontecer como o lançamento da sonda em meados de Dezembro, há secretismo à volta da missão. Segundo o El País, só quatro horas antes do lançamento da Chang’e-4 houve uma confirmação de que tal aconteceria e surgiu da parte do Governo local de Xichang, onde está a base espacial. Além disso, foi o site da associação de astrónomos amadores de Yunnan, na China, que difundiu em streaming do lançamento. “As autoridades chinesas não negaram nem confirmaram o lançamento, que foi relatado por jornalistas chineses e especialistas em missões espaciais e em astrofísica”, refere o jornal espanhol, acrescentando que o lançamento foi confirmado quase uma hora depois pela cadeia estatal chinesa CGTN e pelo jornal diário chinês Global Times. A Chang’e-4 faz parte de uma família de outras quatro sondas, que deverá aumentar em 2019. Por exemplo, em 2013, a Chang’e 3 já tinha aterrado no lado visível da Lua. A China planeia enviar outra sonda para a Lua no próximo ano – a Chang’e 5 –, com o objectivo de recolher amostras do solo lunar e de as trazer para a Terra.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês
EUA tentam repetir com a China o que fizeram ao Japão nos anos 80
A actual guerra comercial dos Estados Unidos com a nova potência comercial asiática replica as características do que se viveu há quase 40 anos, cujo desfecho pode ajudar a antecipar o que se irá passar no conflito com a China. (...)

EUA tentam repetir com a China o que fizeram ao Japão nos anos 80
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento -0.1
DATA: 2018-12-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: A actual guerra comercial dos Estados Unidos com a nova potência comercial asiática replica as características do que se viveu há quase 40 anos, cujo desfecho pode ajudar a antecipar o que se irá passar no conflito com a China.
TEXTO: Há quase quatro décadas, a emergência de uma economia asiática - com uma indústria altamente competitiva, com marcas cada vez mais conhecidas em todo o mundo e com um excedente comercial nunca antes visto - fez soar os alarmes nos Estados Unidos, a até aí incontestada maior potência económica e mundial, e deu lugar um confronto económico e político entre as duas partes. Nessa altura, ao contrário do que acontece agora, essa economia asiática não era a China, era o Japão. Mas o desfecho desse conflito, claramente vencido pelos EUA, pode servir de pista para perceber o que pode vir a acontecer agora, no conflito comercial que actualmente assusta a economia mundial. Nos anos 1980, o Japão, com as suas marcas de produtos tecnológicos e de automóveis e conquistarem mercados em todo o mundo, começou a criar uma grande insatisfação nos Estados Unidos, o país onde estava a maior parte dos consumidores dos produtos exportados pelo Japão. Cada fábrica fechada e cada despedimento anunciado eram imediatamente relacionados com a ascensão do Japão como principal produtor de alguns dos novos equipamentos tecnológicos. E a forma como as empresas japonesas aproveitavam os seus lucros para, de uma forma bastante agressiva, investir nas grandes economias ocidentais aumentava ainda mais a percepção de se estar a desenrolar uma autêntica guerra comercial. A ideia que passou a ser dominante nos Estados Unidos era que a culpa deste desequilíbrio – que se expressava numa balança comercial cada vez mais deficitária para os EUA – era de uma política cambial nipónica que mantinha o iene subvalorizado, garantindo às exportações do país uma maior competitividade. Não é difícil encontrar nesta situação vários paralelos com o que acontece agora com a China. As exportações e os investimentos chineses têm vindo na últimas décadas, principalmente desde a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, a ganhar um papel cada vez mais importante no globo. E, com o défice comercial a alargar-se e várias empresas a deslocalizarem as suas unidades industriais para o oriente, foram crescendo as acusações à política comercial da China. Este foi um dos temas principais da campanha eleitoral de Donald Trump que, desde que chegou à presidência, tem cumprido a sua promessa de confrontar a China, por via do aumento de taxas alfandegárias. Nos anos 1980, a resposta política nos Estados Unidos à emergência do Japão foi também muito forte. Com a indústria automóvel de Detroit e as empresas de electrónica da Califórnia a protestarem com a concorrência japonesa, tanto os Republicanos como os Democratas uniram-se nas críticas à política comercial japonesa, por causa do iene fraco e do que diziam ser as portas fechadas aos produtos americanos nos EUA. Em 1987, o Congresso norte-americano chegou mesmo a impedir a Toshiba de exportar mais produtos para os EUA (devido a uma acusação de venda de material para espionagem à União Soviética), ficando famosas as imagens de congressistas norte-americanos a destruírem com martelos um rádio Toshiba. No entanto, tinha já sido em Setembro de 1985, que a administração Reagan tinha garantido a sua principal vitória frente ao Japão, quando foi assinado (também com a participação da França, Alemanha e Reino Unido) um acordo comercial (conhecido como o acordo Plazza) que garantiu que o dólar não se iria continuar a apreciar nos mercados cambiais, retirando competitividade aos produtos norte-americanos. Vários economistas defendem que foi esse acordo que, penalizando as exportações japonesas de forma abrupta, conduziu a políticas monetárias erradas e que acabou por, com o rebentar da bolha imobiliária no início dos anos 90, levar o país asiático à deflação e recessão da década seguinte. O Japão não deixou de ser uma economia importante, mas esta guerra comercial acabou por perdê-la com os EUA. Agora, são também evidentes as dificuldades que a China está a ter, perante a estratégia agressiva de Trump, para contrariar os trunfos poderosos com que os EUA contam neste tipo de conflito. Os consumidores norte-americanos são demasiado importantes para as empresas chinesas para que Pequim possa pura e simplesmente não dar importância ao risco de os perder. E por isso, quando Donald Trump sobe as taxas alfandegárias de produtos chineses (já o fez por duas ocasiões), a China tem revelado uma crescente dificuldade em responder na mesma moeda. No passado dia 1 de Dezembro, Xi Jinping e Donald Trump assinaram uma trégua de três meses, com o objectivo de chegar a um acordo que impeça a escalada do conflito comercial. E nas últimas semanas tem sido evidente o esforço de Pequim para que tudo corra bem, anunciando publicamente todos os passos que está a dar para cumprir os compromissos assumidos com os EUA. Isto pode dar a indicação de que, mais uma vez, os EUA têm o ascendente na negociação. Uma coisa é certa, os responsáveis políticos chineses têm bem noção daquilo que aconteceu ao Japão há 40 anos. No passado mês de Outubro, a Bloomberg escrevia que, num recente encontro entre responsáveis chineses e japoneses, os primeiros tinham pedido conselhos aos segundos sobre como lidar com os EUA numa negociação comercial. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Há no entanto várias diferenças entre o Japão dos anos 1980 e a China actual, que podem tornar menos simples uma vitória norte-americana. A principal é que, ao contrário do Japão, que era apenas uma potência económica emergente, a China é uma superpotência emergente em diversos outros níveis para além do económico. O poder militar chinês e a forma metódica como tem vindo a desenvolver a sua influência geoestratégica trazem outras variáveis à negociação. Depois, a China tem outros argumentos a nível económico que o Japão não tinha, como o facto de várias empresas norte-americanas ou terem fábricas na China ou dependerem dos produtos baratos chineses para o seu próprio sucesso. Isto faz com que um aumento de taxas alfandegárias pelos EUA não tenha apenas um custo para a China, mas também para os próprios EUA. Por isso, apesar de no final de Fevereiro, com o fim do período de trégua, decisões importantes terem de ser tomadas, poucos são os que antevêem uma solução definitiva como a conseguida pelos EUA em 1985 com o Japão. Um cenário de uma guerra comercial prolongada é visto como uma forte possibilidade.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Marcelo e Xi querem aprofundar a relação política entre Portugal e a China
As relações entre os dois países “estão no melhor período da História”, afirmou o líder chinês, na sua primeira visita oficial a Portugal. Marcelo admitiu diferenças entre os dois países, mas encontrou áreas de convergência. (...)

Marcelo e Xi querem aprofundar a relação política entre Portugal e a China
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: As relações entre os dois países “estão no melhor período da História”, afirmou o líder chinês, na sua primeira visita oficial a Portugal. Marcelo admitiu diferenças entre os dois países, mas encontrou áreas de convergência.
TEXTO: O arranque da primeira visita oficial do Presidente chinês, Xi Jinping, iniciada esta terça-feira com um encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ficou marcado pela intenção declarada de aprofundar as relações políticas entre os dois países. Marcelo aceitou o convite do homólogo chinês e irá retribuir a visita em Abril do próximo ano. “Há cada vez mais pontes de convergência” entre Portugal e a China, afirmou Xi, numa curta declaração aos jornalistas no Palácio de Belém, sem direito a perguntas, depois de um encontro de uma hora com Marcelo. O Presidente chinês manifestou a intenção de “manter o contacto de alto nível, governamental, entre assembleias e partidos”. Os laços políticos têm também uma dimensão internacional. Referindo-se a Portugal como “um membro importante da União Europeia”, Xi disse que pretende “aprofundar a parceria estratégia entre a China e a UE”. “Vamos reforçar a colaboração nas organizações internacionais, tais como a ONU, para salvaguardar o multilateralismo e o comércio livre”, acrescentou ainda o Presidente chinês. Marcelo Rebelo de Sousa deu sinais que vão no mesmo sentido e desejou um “diálogo político regular e contínuo”. O Presidente português não deixou de referir que os dois países têm “instituições e aliados diferentes”, mas elencou as dimensões onde Portugal e a China podem estabelecer pontes. “Isso não nos impede de trabalharmos em conjunto para a valorização do papel do direito internacional, da Organização das Nações Unidas, nem de defender o multilateralismo, os direitos humanos, a resolução pacífica dos conflitos nem de apoiarmos o livre comércio e as pontes de entendimento entre Estados e povos, atentos ao ambiente e às alterações climáticas”, afirmou Marcelo. Depois de décadas de crescimento contínuo que transformaram a China numa potência económica, os líderes chineses apostam agora num aumento da sua influência global que espelhe a sua posição na economia mundial. Perante uma Administração norte-americana assumidamente isolacionista, Pequim tem feito uma defesa do multilateralismo e do comércio livre. Porém, o apoio chinês ao respeito pelas normas e pelo direito internacional esbarra com alguns aspectos da sua conduta, dos quais é exemplo a ocupação militar de rochedos e recifes no Mar do Sul da China, um território reivindicado por vários dos seus vizinhos. Outra das áreas que mais preocupam Pequim é o ambiente e, mais especificamente, a luta contra as alterações climáticas. A rápida industrialização da China deixou índices de poluição atmosférica preocupantes nas principais metrópoles do país e hoje o Governo de Xi Jinping tem como uma das suas prioridades o cumprimento das metas do Acordo de Paris, assinado em 2015 – a Administração de Donald Trump vai em sentido contrário e abandonou o tratado. Os laços entre a China e Portugal são, neste momento, essencialmente económicos. Desde a crise financeira europeia, os investimentos chineses em Portugal ascenderam aos nove mil milhões de euros e essa dimensão das relações entre os dois países terá continuidade. "Devemos fazer crescer e aperfeiçoar os projectos existentes, ampliar as trocas comerciais e criar mais pontos de crescimento", afirmou Xi. Marcelo disse, por sua vez, que “a cooperação económica e financeira é forte” e manifestou o desejo de que seja “sustentada no futuro”. Um dos pontos fortes desta relação será a inclusão de Portugal na “Belt and Road Initiative”, a ligação da China à Europa seguindo os moldes da antiga rota da seda e que é concretizada por centenas de projectos de investimento chinês e parcerias económicas em dezenas de países em todo o mundo. Para além de uma dimensão terrestre que atravessa o continente euroasiático, a visão chinesa de expansão económica – desde o último Congresso do Partido Comunista, inscrita até na Constituição – inclui também uma rota marítima que pretende ligar o Oceano Pacífico ao Atlântico. Os dois chefes de Estado assinaram um “memorando de entendimento” que estabelece a participação portuguesa neste projecto. Ainda não se sabe em que termos será desenvolvida esta cooperação, mas é conhecido o interesse chinês pela concessão do novo terminal no porto de Sines. Ao contrário do que fizeram outros países da Europa de Leste, que fazem parte integral da BRI, Portugal, tal como Espanha, fechou apenas um acordo de cooperação e não de integração. Para marcar o apoio de Lisboa ao projecto, Marcelo revelou ter aceitado o convite feito por Xi para participar na segunda edição do Fórum da BRI, em Abril do próximo ano, a que se juntará uma visita de Estado. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os dois países pretendem ainda reforçar as relações culturais. Os dois líderes referiram os 40 anos assinalados em 2019 do restabelecimento das relações diplomáticas. Xi disse ainda que irá “acelerar a construção de um centro de cultura chinesa em Lisboa” e que o trabalho dos Centros Confúcio em Portugal também será reforçado. As expectativas para o futuro das relações bilaterais são elevadas e foi o próprio Xi Jinping quem declarou que “a relação entre Portugal e a China está entrar no seu melhor período da História”. Marcelo terminou a sua intervenção com um pedido: “Sinta-se em casa, senhor Presidente Xi Jinping, tal como nós nos sentimos em casa na China há 500 anos. ”
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Quique Flores vai treinar chineses do Shanghai Shenhua
Antigo treinador do Benfica ruma à China. (...)

Quique Flores vai treinar chineses do Shanghai Shenhua
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Antigo treinador do Benfica ruma à China.
TEXTO: O treinador espanhol de futebol Quique Flores, que já passou pelo Benfica, vai orientar os chineses do Shanghai Shenhua, anunciou hoje o clube da Superliga chinesa. O técnico, de 53 anos, estava sem clube desde o fim da época passada, quando terminou contrato com o Espanyol, e vai suceder a Wu Jingui, que levou o emblema de Xangai ao sétimo lugar do campeonato, vendido pelo Shangai SIPG, orientado por português Vítor Pereira. Além de Benfica, 2008/09, e Espanyol, Quique Flores já passou por outros seis clubes, casos de Getafe, Valencia, Atlético de Madrid, Al Ahli e el Al Ain, ambos dos Emirados Árabes Unidos, e o Watford. O Shanghai Shenhua conta com o colombiano Fredy Guarín, que já alinhou no FC Porto.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
Os luxos do mundo automóvel abriram asas na Cidade dos Anjos
O Salão Automóvel de Los Angeles mostrou como o sector está vivo e como as marcas europeias e asiáticas estão decididas a conquistar os americanos. Para tal, levaram à Califórnia objectos de desejo, muita potência e propostas amigas do ambiente. (...)

Os luxos do mundo automóvel abriram asas na Cidade dos Anjos
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Salão Automóvel de Los Angeles mostrou como o sector está vivo e como as marcas europeias e asiáticas estão decididas a conquistar os americanos. Para tal, levaram à Califórnia objectos de desejo, muita potência e propostas amigas do ambiente.
TEXTO: Se a Califórnia fosse um país, seria a quinta maior economia do mundo, mais rica ainda que o Reino Unido, depois de, em 2017, ter registado, de acordo com o Departamento do Comércio norte-americano, um Produto Interno Bruto de mais de 2, 7 biliões de dólares (não se trata de uma gralha; o número tem efectivamente mais três zeros). E porquê começar um relato do Salão Automóvel de Los Angeles, que se realizou entre 28 de Novembro e 9 de Dezembro, desta forma? Porque só assim se percebe as razões que levaram emblemas premium europeus a escolherem esta pequena, mas ambiciosa, exposição para a revelação mundial de modelos que são verdadeiros luxos. À cabeça, esteve a Porsche, através da apresentação do tão esperado 992, a nova geração do icónico 911, que tem naquelas paragens um dos mercados de eleição, a absorver cerca de um terço da produção de Zuffenhausen. Afinal, como admitiria o presidente da direcção da marca alemã, Oliver Blume, “há décadas que a Califórnia é como que uma segunda casa para a Porsche”. Com direito a espaço quase exclusivo dentro do salão, que se dividia sobretudo por duas áreas e cuja curta dimensão contrastou com a quantidade de novidades por metro quadrado (muitas de interesse exclusivo do mercado americano, claro), a Porsche levou a Los Angeles a nata da nata: a oitava vida de um automóvel que, apesar da idade (o original foi lançado há 54 anos e há poucos modelos que se possam gabar de tal longevidade…), continua a somar fãs. Afinal, a imagem continua tão emocional como sempre. . . mesmo que a tecnologia, que lhe permite bons números de eficiência e uma boa performance ambiental, pareça desafiar as mentes mais puristas. No entanto, mesmo sendo o mais poupado e o menos poluente dos 911 até hoje, é o mais potente e veloz de sempre — a gama arranca com o S, servido por motor Boxer turbo de seis cilindros a debitar 450cv, que consegue atingir os 308 km/h (306, com tracção integral). Já a poupança, quer de combustível quer de emissões, foi obtida com um modo de injecção melhorado, uma diferente posição do turbocompressor e arrefecimento do ar de sobrealimentação. Entre as novidades que permitem um comportamento na estrada superior estão um modo Wet, de série, a aumentar a aderência em piso molhado, um assistente de visão nocturna com câmara termográfica (opcional) e uma conectividade que utiliza a inteligência de dados colectivos. Não descurando nos luxos, outro emblema alemão que guardou para a “Cidade do Anjos” estreias mundiais em grande foi a BMW, com não uma, mas duas revelações: o enorme X7 e o hedonista Série 8 Cabrio. O primeiro foi catalogado pela marca de Munique como um SAV, isto é, um sport activity vehicle que, apesar do visual que parece convidar a passeios off-road, não serve para grandes aventuras. Porém, oferece o glamour de poucos e potência a rodos: para a Europa, estão previstas três motorizações de seis cilindros em linha com 3, 0 litros: dois Diesel (xDrive30d com 265cv e M50d com 400cv) e o gasolina xDrive40i com 340cv. Todas disporão de tracção integral xDrive e caixa automática com conversor de binário de oito velocidades. Com sete lugares, este X7 apresenta-se sobretudo como “uma declaração da classe de luxo”, de “design purista e estilo atlético”. Outro exemplo de requinte do emblema bávaro é o novíssimo Série 8 Cabrio, cuja revelação mundial estava programada para Los Angeles, mas que provocou tal curiosidade entre o mundo automóvel (e consequentes fugas de informação) que a BMW acabaria por ceder em fornecer informação umas semanas antes. Ainda assim, foi pelo stand californiano que o automóvel se mostrou ao vivo e a cinza (mais precisamente a Cerium Grey), apenas alguns meses após o lançamento do Coupe. De acordo com Pieter Nota, membro do Conselho de Administração da BMW AG e responsável pela área de vendas, o Série 8 Cabrio “combina condução ultradesportiva com elegância de design e, claro, aquela sensação emocionante de ‘ar livre’”, com um tecto de abrir em tecido macio que pode ser aberto ou fechado em andamento, até 50 km/h: demora apenas 15 segundos. A habitabilidade é a de uma grande berlina, com lugar para quatro ocupantes, mas tudo neste descapotável inspira a que, ao contrário do que sucede com o Série 8, o proprietário assuma os comandos habitualmente a cargo de um motorista. É que o M850i xDrive assenta num oito cilindros em “V” TwinPower Turbo de 4, 4 litros com 530cv, que o lançam de 0 a 100 km/h em escassos 3, 8 segundos. E atenção aos amantes do modelo e fiéis à submarca M: todos os 8 terão uma versão trabalhada por esta divisão criada com o propósito original de criar carros de competição. O futuro é eléctrico?Não foram só propostas de roncos bem audíveis que estiveram em destaque por Los Angeles, capital do estado mais verde dos Estados Unidos. Os modelos movidos a electricidade também levaram a que alguns gigantes mundiais fizessem as malas rumo à soalheira urbe, por onde é muito comum avistar veículos zero emissões (ou quase) sem que a potência seja beliscada. Exemplo disso foi a germânica Audi que escolheu LA para revelar o seu concept e-tron GT, um coupé eléctrico que deverá ser comercializado em 2020 para reforçar a gama eléctrica da marca dos anéis, após os lançamentos do e-tron SUV e do e-tron Sportback. Com as dimensões típicas de um Grand Turismo, o e-tron GT, construído com uma mãozinha da Porsche, promete chegar com uma carroçaria extremamente leve, recorrendo a materiais como carbono ou alumínio. O sistema de propulsão, 100% eléctrico e assente em dois motores, cada qual no seu eixo, garante prestações de se lhe tirar o chapéu: com 590cv prevê uma aceleração em 3, 5 segundos. Já a autonomia rivaliza com os melhores eléctricos: cerca de 400 quilómetros. Dentro do mesmo grupo, também a Volkswagen surgiu com um novo fôlego, depois de ter dobrado o cabo das Tormentas nos últimos anos por terras do tio Sam, após a revelação da fraude com os gases poluentes (segundo a Reuters, só a retoma de cerca de 350 mil veículos representou, até ao início deste ano, um gasto de 7, 4 mil milhões de dólares). Assim, além de ter escolhido esta feira para exibir aquele que será o derradeiro Beetle, cuja produção será descontinuada já para o ano, aproveitou para noticiar que o futuro electrizante da icónica “Pão de Forma” já tem data: o ID Buzz Cargo entrará em produção em 2022 e a sua autonomia, dependendo do tamanho da bateria (e dos euros que se quiserem gastar), pode atingir os 550 quilómetros. Referência para a britânica Jaguar Land Rover, subsidiária da indiana Tata, que chegou a Los Angeles sem nenhuma revelação estrondosa. Mas nem por isso o aparato foi menor, ao ocupar uma parte central de um dos pavilhões, com o eléctrico I-Pace em destaque, e a mostrar o quão querido lhe é o mercado norte-americano. Já a Genebra, já fez saber, não vai. Já a Jeep, do grupo italo-americano FCA, a jogar naquela que é tradicionalmente a sua casa, revelou ao mundo o Gladiator, uma pick-up criada a partir do Wrangler. E desengane-se quem pensar que este é veículo para americano ver: a sua chegada à Europa está prevista para 2020. As propostas que vêm de OrienteSe a Europa se mostrou em força em Los Angeles, os concorrentes asiáticos não ficaram atrás. Para além da Mazda, que guardou a revelação do familiar 3 para este momento, apostando as suas fichas no facto de o carro ambicionar uma carreira global, ao mesmo tempo que piscou o olho ao cliente americano que não anda atrás de carros XXL, a conterrânea Toyota apostou em brilhar com a variante híbrida do Corolla. O automóvel japonês, que já carrega uma história de cinco décadas, foi um dos chamarizes de Paris, mas reservou para a Califórnia, onde tem um dos seus mercados de eleição para as suas experiências “verdes” (o Mirai, por exemplo, cuja mobilidade assenta no hidrogénio, nos EUA apenas é vendido neste estado), a versão híbrida: a proposta reúne o sistema HSD (Hybrid Synergy Drive) a um bloco térmico, a gasolina, de 1, 8 litros, para debitar um total de 121cv. Quanto à habitabilidade, nada a temer: a marca garante que a inclusão do engenho eléctrico e das baterias não interferirá com o espaço para os ocupantes e bagagens. Outras novidades do país do sol nascente chegaram via Honda, que estreou o regresso do Passport, um SUV destinado aos EUA, e Nissan, com a nova geração do Maxima, também orientado para o mercado norte-americano. Ainda a marcar o ritmo das marcas asiáticas estiveram as sul-coreanas Hyundai e Kia. A primeira, com o novo Palisade, um SUV de oito lugares bem ao gosto da América; a segunda, com a nova geração do Soul, um modelo que tem feito uma boa carreira do lado de lá do Atlântico, mas que continua num lugar de destaque entre a política europeia da marca. O lançamento por cá acontece já em 2019 e entre a gama deste irreverente crossover haverá uma opção eléctrica com uma autonomia de cerca 400 quilómetros. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas, tal como a Porsche poderá calcular que pela Califórnia o 911 venderá qual pãezinhos quentes ou a Mazda reconhecer este como o palco ideal para lançar um modelo global, também a Kia parece estar consciente de que as preocupações ambientais locais, associadas à reputação obtida pelo modelo, pode resultar numa receita de sucesso. BMW Série 8 Cabrio; Série 8 Coupe; M340i Sedan; X5 Sport Activity; X7 Sport Activity; Z4 M40i Roadster BYTON K-Byte; M-Byte FIAT 500X HONDA Passport HYUNDAI Palisade JEEP Gladiator KIA Niro EV; Soul EV; Soul Crossover LEXUS LX Inspiration Series LINCOLN Aviator MASERATI Levante GTS MAZDA Mazda3 MERCEDES-BENZ AMG GT; AMG GT R PRO; GLE MINI Clubman Starlight Edition; Countryman Yin Yang Edition; John Cooper Works Knights Edition NISSAN Maxima; Murano PORSCHE 911; 911 GT2 RS Clubsport RIVIAN R1S; R1T Truck SLINGSHOT Grand Touring; S; SL; SLR SUBARU Crosstrek Hybrid TOYOTA Corolla Hybrid; Prius VOLKSWAGEN Beetle Final EditionA Fugas viajou a convite da Mazda Portugal
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Avião do Presidente chinês teve escolta rara de F16 da Força Aérea. Veja as imagens
Espanha, que recebeu, Xi Jinping na semana passada, também fez o mesmo. Por cá, Obama e o Papa Francisco tiveram honras semelhantes (...)

Avião do Presidente chinês teve escolta rara de F16 da Força Aérea. Veja as imagens
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.15
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Espanha, que recebeu, Xi Jinping na semana passada, também fez o mesmo. Por cá, Obama e o Papa Francisco tiveram honras semelhantes
TEXTO: O avião do Presidente chinês, Xi Jinping, foi escoltado por dois aviões caça F16 da Força Aérea Portuguesa desde o momento em que entrou no espaço aéreo de soberania até aterrar em Lisboa. Esta escolta foi solicitada pelo Protocolo de Estado, sob tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros, confirmou ao PÚBLICO a Força Aérea. Trata-se de um gesto de deferência para com o chefe de Estado e não uma questão de segurança. Portugal fez o mesmo com o Papa Francisco, quando visitou Fátima, em Maio do ano passado, e com o então Presidente dos EUA, Barack Obama, quando participou na Cimeira da NATO de Lisboa, em 2010. O Presidente de Angola, João Lourenço, que fez uma visita oficial a Portugal em Novembro não teve honras de F16. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O vídeo que mostra a escolta foi divulgado pela agência de notícias estatal da China, minutos depois de Xi Jinping ter aterrado em Lisboa para uma visita de dois dias que começou pelo Mosteiro dos Jerónimos e um encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Na semana passada, o Presidente da China visitou a Espanha, onde também teve direito a escolta aérea.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA NATO