Rede de metro de Pequim é a maior do mundo
Para já são 442 quilómetros de extensão com 16 linhas mas a ambição da China é a de continuar a crescer. Em 2020 poderão ser mil quilómetros. (...)

Rede de metro de Pequim é a maior do mundo
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Para já são 442 quilómetros de extensão com 16 linhas mas a ambição da China é a de continuar a crescer. Em 2020 poderão ser mil quilómetros.
TEXTO: Quatro novas secções do metro de Pequim foram inauguradas este domingo, aumentando para 442 quilómetros a extensão da rede da capital chinesa com 16 linhas em funcionamento, o que a transforma na maior do mundo.
REFERÊNCIAS:
Tempo domingo
Um iPhone mais pequeno e mais barato na conquista de novos mercados
O novo aparelho da Apple poderá estar à venda no final do ano com o objectivo de concorrer com a Samsung nos mercados emergentes. (...)

Um iPhone mais pequeno e mais barato na conquista de novos mercados
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.068
DATA: 2013-01-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: O novo aparelho da Apple poderá estar à venda no final do ano com o objectivo de concorrer com a Samsung nos mercados emergentes.
TEXTO: Mais pequeno, mais barato e com materiais diferentes é a proposta da Apple para o novo iPhone que a Apple pretende colocar à venda ainda este ano. Segundo o Wall Street Journal e o site Bloomberg – que citam fontes familiarizada com o plano – o objectivo é expandir o negócio para países emergentes e tentar concorrer com a supremacia da Samsung no mercado dos smartphones. Uma das fontes diz que o preço do novo iPhone deverá variar entre os 99 e os 149 dólares (de 75 a 114 euros) e, na melhor das hipóteses, estará disponível nas lojas no final de 2013. Outra fonte citada pelo Wall Street Journal revela que a empresa norte-americana de Steve Jobs vai investir em materiais mais baratos e componentes reciclados de modelos mais antigos do iPhone. Uma das possibilidades é a de os smartphones passarem a ser revestidos por plástico de policarbonato, em vez do alumínio do iPhone 5. Também deverá ser criada uma versão mais versátil que poderá funcionar em redes sem fios, avançou outra fonte ao Bloomberg. Contactada pelo Wall Street Journal, Natalie Kerris, porta-voz da Apple, recusou tecer quaisquer comentários sobre os planos da empresa. Em vista estão mercados emergentes como a China, que o actual CEO, Tim Cook, considera uma prioridade para a empresa. A marca gerou 5, 7 mil milhões de dólares (cerca de 4, 4 mil milhões de euros) no quarto trimestre do ano fiscal de 2012 em vendas no mercado chinês. Apenas no fim-de-semana de lançamento foram vendidos mais de dois milhões de iPhones 5. Com a nova estratégia, a multinacional norte-americana pretende acompanhar o ritmo de crescimento da rival coreana Samsung, que – de acordo com a International Data Corporation (IDC) – no terceiro trimestre de 2012 foi responsável por 75% das vendas dos smartphones contra os 15% da Apple no mesmo período. A Samsung espera lucros na ordem dos 8, 5 mil milhões de dólares para o primeiro trimestre deste ano fiscal. A venda de um novo iPhone seria algo inédito para a cultura de Steve Jobs, apologista de uma economia de escala e de um número reduzido de produtos e modelos comercializados. Ainda assim, sob a direcção de Tim Cook, em Outubro do ano passado, a Apple investiu numa versão mais pequena do tablet iPad, o mini-iPad. O panorama pode estar a mudar na multinacional da maçã trincada.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura chinês
Apple desmente lançamento de iPhone mais barato
Para a multinacional americana, o iPhone 5 é a melhor opção. (...)

Apple desmente lançamento de iPhone mais barato
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Para a multinacional americana, o iPhone 5 é a melhor opção.
TEXTO: Afinal, o iPhone mais pequeno e mais barato que a Apple estava a planear colocar à venda ainda neste ano não passa de um rumor. O vice-director de marketing da multinacional americana desmentiu a informação aos meios de comunicação social chineses. Numa entrevista ao jornal chinês Shanghai Evening News, o vice-director de marketing, Phill Schiller, diz que a Apple não está a planear comercializar “smartphones baratos para conquistar quota de mercado”, citam o jornal britânico The Guardian e o Austin Business Journal. “O iPhone5 é o melhor telemóvel para a Apple”, afirmou, argumentando que empresa não está preocupada com a quota de mercado, mas sim “orgulhosa por criar bons produtos”. A notícia do lançamento de um iPhone mais barato tinha sido avançada pelo jornal Wall Street Journal e pelo site Bloomberg, que citavam fontes familiarizadas com o plano da empresa de Steve Jobs. Segundo estes órgãos de comunicação social, a estratégia da Apple tinha como objectivos combater a supremacia da rival Samsung na venda de smartphones em mercados emergentes e o novo iPhone deveria estar à venda já no final deste ano.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social chinês
“Nós precisamos da fachada dos cinemas”
Os cinemas são o edifício símbolo do século XX, diz Margarida Acciaiuoli, autora do livro Os Cinemas de Lisboa. Das feiras às multi-salas, passando pelas “catedrais”, os lisboetas souberam sempre compreender o cinema. E os cinemas fizeram crescer a cidade. “Como é que hoje encaramos com naturalidade não termos cinemas?” (...)

“Nós precisamos da fachada dos cinemas”
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os cinemas são o edifício símbolo do século XX, diz Margarida Acciaiuoli, autora do livro Os Cinemas de Lisboa. Das feiras às multi-salas, passando pelas “catedrais”, os lisboetas souberam sempre compreender o cinema. E os cinemas fizeram crescer a cidade. “Como é que hoje encaramos com naturalidade não termos cinemas?”
TEXTO: Combinámos encontrarmo-nos na última das grandes salas de Lisboa: o Cinema São Jorge. Atravessámos o hall, subimos a escadaria, avançámos em direcção às janelas que dão para a varanda sobre a Avenida. A esta hora o bar está deserto e silencioso. A sala de cinema também. É aí, no meio das imensas filas de cadeiras com estofos vermelhos, que se senta Margarida Acciaiuoli para nos falar de como o cinema mudou os lisboetas, e de como os cinemas mudaram Lisboa. Estamos aqui a pensar como é, apesar de tudo, um milagre que esta sala ainda sobreviva e continue a mostrar cinema. Estamos aqui como se já quase não tivéssemos direito a isto, num tempo/espaço roubado ao passado que, só por teimosia, ainda existe no presente. No dia 23 de Fevereiro de 1950, nesta mesma sala ouviu-se A Portuguesa e God Save the King. Houve um concerto de órgão dado por Gerald Shaw, músico da BBC, e no ecrã estreou-se o filme Os Sapatos Vermelhos, de Michael Powell e Emeric Pressburguer. Foi assim a inauguração do São Jorge, uma das "catedrais" que por essa altura se construíram na capital. Há uma explicação para o carácter britânico da cerimónia: é que o novo cinema nascia de uma colaboração entre o industrial português João Rocha Júnior e a Rank British Picture Corporation, do magnata J. Arthur Rank, explica Margarida Acciaiuoli, autora de Os Cinemas de Lisboa - Um fenómeno urbano do século XX, editado pela Bizâncio. "Este local representa a primeira concretização de um edifício pensado exclusivamente para espectáculos de cinema", conta. "Até essa altura era obrigatório, segundo uma lei de 1927, que todos os espaços que se construíam ou adaptavam em Lisboa para espectáculos cinematográficos acolhessem também o teatro, ou até variedades". E, no entanto, Lisboa era desde há muito uma cidade de cinéfilos. "O público lisboeta talvez tenha sido um dos primeiros na Europa não só a admirar o cinema, ainda quando era mostrado nas feiras, mas a entendê-lo. E isso é extraordinário". Os espaços onde se mostravam filmes estavam sempre cheios. "O cinema trouxe a Lisboa qualquer coisa que a cidade não conhecia e que preencheu uma falta que as pessoas não sabiam possuir". O pano em vez do espelhoRecuemos então várias décadas até essa Lisboa onde se mostrou, pela primeira vez, o animatógrafo. Foi a 18 de Junho de 1896, conta Acciaiuoli no livro, às oito e quarenta e cinco da noite, depois de uma apresentação à impresa. O público acorreu para ver aquele que era apresentado como "o mais belo de todos os espectáculos" e houve uma invasão da sala, com luta pelos lugares da frente do Real Coliseu, um espaço já desaparecido que ficava na Rua da Palma, e onde se apresentavam companhias equestres e acrobáticas, óperas cómicas, operetas, zarzuelas. E, agora, o cinema. Os lisboetas renderam-se imediatamente. E aquilo que Margarida acha mais digno de nota é que rapidamente perceberam o que estava a acontecer. Cita um articulista do Diário Ilustrado que resume assim a espantosa novidade: "Num pano em vez de num espelho, /Este engenhoso aparelho, mostra a fotografia em movimento tal, /Reproduzindo as figuras, como vivas criaturas, /mas isto ao natural". E terminava assim: "Eu lá vou hoje aplaudir maquinismo tão falado. /Sigam-me todos os povos, vamos ver quadros novos, /Chineses fumando ópio no estanco de procópio. . . ". Desde essa primeira sessão o Real Coliseu passou a ter a estar sempre cheio, e em pouco tempo Lisboa enchia-se de espaços, mais ou menos improvisados, onde, entre outros espectáculos, o animatógrafo fazia sucesso garantido. Margarida Acciaiuoli cita relatos que falam desse entusiasmo dos habitantes da capital por divertimentos. "Os circos são os espaços que documentam mais amplamente essa situação, com os seus espectáculos de cavalinhos, pantomimas, ginastas e feras, aos quais se juntavam pequenas representações dramáticas, ‘quadros plásticos', ‘dioramas' e o costumado ‘fogo de vistas' com que se encerravam as sessões. "Os espaços tinham nomes sugestivos - havia os Salões, mas também o Jardim Mitológico (em Alcântara), ou o Jardim Chinês, o Jardim de Itália, o Paraíso de Lisboa, ou a Floresta Egypcia, na Rua da Escola Politécnica, um local com "constituído por grandes jardins, pontuados por esfinges e bustos de gesso, com lagos e pavilhões, onde se ofereciam divertimentos variados, desde salas para baile a concertos, passando pela montanha-russa, carrossel, balanças para pesar e balouços". A grande maioria dos espaços que Acciaiuoli refere no livro desapareceu há muito. Mas a grande sala que vem mudar a forma de ver espectáculos na cidade ainda existe: em 1890 inaugura-se o Coliseu dos Recreios, na Rua das Portas de Santo Antão, onde serão exibidos os primeiros filmes de grande metragem. É a história desta relação do público da capital com o cinema, mas através dos espaços que foram surgindo para esse fim que Os Cinemas de Lisboa conta. Salas que fizeram parte integrante do crescimento da cidade. "Mais do que qualquer outro edifício, o cinema representa a concretização de um conjunto de aspirações", diz Margarida Acciaiuoli, no meio das cadeiras de estofos vermelhos do São Jorge. As catedraisEssas aspirações foram mudando, e os cinemas com elas. Aos teatros-circo com poucas condições sucedem-se salas maiores, mas que serviam ainda tanto para teatro como para cinema. Havia vários "paraísos" e "salões", mas há um que se destaca pela sua fachada Arte Nova: o Animatógrafo do Rossio, que ainda hoje existe, transformado em sex-shop. Em 1911, inaugura uma sala verdadeiramente "chique": o Chiado Terrasse, na Rua António Maria Cardoso. No semanário humorístico Os Ridículos escreve-se a propósito da nova sala da moda: "Vem gente de toda a parteda Moita da China e do Japão/para ver as fitas de arte/que se exibem no salão. A modernidade instalava-se. Logo em 1916, surgem as matinées infantis e as matinées de arte, em que - num modelo que se prolongou até aos nossos dias - se projectava o filme e conversava-se com "figuras conhecidas que eram expressamente convidadas para essas sessões" - Margarida Acciaiuoli recorda que foi António Ferro com a conferência sobre As Grandes Trágicas do Silêncio o autor da primeira grande intervenção pública sobre cinema feita em Portugal. Variações sobre o tema das matinées incluem ainda as "matinées-concertos", as "matinées blanches" e as "matinées elegantes". A cidade crescia e pedia cinemas mais imponentes. No conto Saudades para D. Genciana José Rodrigues Miguéis descreve a Avenida da Liberdade "nos começos da República" como sendo "novinha em folha como o regime", e onde, entre as casas "modestas e limpinhas" surgiam as "‘terras, lotes vagos de barro viscoso onde a gente ia ‘reinar', e as carroças se atolavam até aos eixos, com muitas pragas dos carroceiros". É nessa avenida que surge o Tivoli - "sala com decorações douradas, em estilo Luís XVI", "foyers e salas de fumo" e bilhetes caros (em 1925 custavam entre três e quarenta escudos). Mas estávamos ainda numa estética clássica. As rupturas viriam depois com o Capitólio, no Parque Mayer, do arquitecto Cristino da Silva - a imprensa falava do "estilo modernista", e o edifício tinha até "um tapete-rolante de madeira, que era então novidade absoluta em Lisboa". E viriam, sobretudo, com a transformação do Éden-Teatro em Éden-Cinema, que provocou acesa polémica por causa da sua fachada cega, sem aberturas, à qual alguns chamaram na época "chapa de mármore, sem explicação possível". Outros argumentavam que um teatro não precisava de janelas. A fachada acabaria por ser aproveitada para os cartazes publicitários, os grandes telões com as estrelas do cinema, que durante as décadas seguintes fariam parte da paisagem da avenida. Mas, entretanto, em várias zonas de Lisboa nasciam os cinemas de bairro, que, são, para Acciaiuoli, "uma espécie de veículos de sonhos, de promessas". Na Graça, por exemplo, onde está hoje instalado um supermercado, existia o Royal-Cine (1928), iniciativa de Agapito Serra Fernandes, galego e "abastado comerciante da Baixa" que construíra ali ao lado o Bairro Estrela de Ouro para os seus funcionários. Na Mouraria havia o Salão Lisboa (conhecido como "O Piolho" e que é hoje uma loja de revenda chinesa), e em Alcântara o Salão da Promotora - isto só para dar alguns exemplos dos muitos que existiam pela cidade. Margarida Acciaiuoli considera estes cinemas de bairro um fenómeno muito importante. "Fomos capazes de construir cinemas de bairro em que hesitámos: o edifício devia ser parecido com um teatro ou com uma fábrica? O que tem toda a lógica, se o cinema é uma fábrica de ilusões por que não dar usar essa morfologia a um edifício destinado à projecção de filmes?". E, continua, "fomos capazes de fazer grandes catedrais". Uma delas é o Cinema-Teatro Monumental, construído no início dos anos 40 no Saldanha. "O ministro da Educação da altura exigiu que o edifício estivesse preparado para receber espectáculos de cinema e de teatro", conta Margarida Acciaiuoli, "mas fez uma exigência completamente absurda, a de que dentro do edifício houvesse salas independentes para cada uma das funções. É por isso que a arquitectura do Monumental difere de todas as outras". A terceira grande catedral é o Império, projecto de Cassiano Branco, de 1947 (inaugura em 52, e em 64 é criada a Sala Estúdio) - e não podemos esquecer o que representa para a Lisboa moderna o local onde se inseria, a Alameda Afonso Henriques, delimitada pelo Instituto Superior Técnico e pela Fonte Luminosa. "Penso, aliás, que foi pelo estatuto de catedral que atingiu que é hoje um espaço pertencente a uma igreja [a Igreja Universal do Reino de Deus]. Não foi pelo facto de a igreja ter ido para lá que o Império ficou com esse estatuto. Essa ligação, acho-a natural". E assim aproximamo-nos dos anos 60. É altura de, no livro, Margarida Acciaiuoli abrir um capítulo chamado "Os cinemas na expansão da cidade", que começa com o Cinema Alvalade e a Avenida de Roma. "A história do Cinema Alvalade está intimamente ligada ao bairro que o viu nascer. [. . . ] O primeiro momento remete para o Plano do próprio Bairro de Alvalade, aprovado em 1945, e que se apresentou como uma cidade dentro da cidade, com os seus prédios de aluguer de variado estatuto e de algumas moradias que, no seu conjunto, se destinavam a albergar uma população de 45 mil habitantes", escreve. Apesar de o Bairro de Alvalade ainda estar em construção e ter pouco movimento, o cinema é inaugurado com o filme O Cangaceiro "realizado por Lima Barreto, que alcançara nesse ano um prémio no Festival de Cannes". O cineasta Lima Fraga apresentou o filme e falou sobre a moderna cinematografia brasileira. "A partir de então, o Cinema Alvalade passa a ser a grande referência do bairro". Nas Avenidas Novas surgem vários cafés, o Luanda, a Suprema, e, sobretudo, o Vá-Vá, que inaugura em 49 e que será ponto de encontro e referência para a nova geração de cinéfilos dos anos 60. No outro extremo da Avenida de Roma, junto à Praça de Londres, surge o Cinema Roma (e a Pastelaria Mexicana). Outros pontos, mais periféricos, de Lisboa ganham as suas salas: o Cinema do Restelo (1959) e a encosta da Ajuda, o Cinema Lumiar (1968) e a Calçada de Carriche. A pouco e pouco, as salas vão-se tornando mais pequenas - dos dois mil lugares passa-se para os 250. "O Governo acede finalmente a que se possam construir salas em edifícios de habitação e de comércio", escreve Acciaiuoli, "dispensam-se as fachadas, no sentido canónico do termo; reduzem-se as zonas de circulação e de serviços. [. . . ] Adaptam-se espaços livres dentro de outros recintos; recuperam-se caves e subcaves ou aproveitam-se anexos e garagens; e dividem-se as grandes salas que, nos anos 50, se erigiam como verdadeiras ‘catedrais', retalhando-se irremediavelmente os seus espaços". Com isto, "o cinema não voltou a afirmar-se na cidade através da arquitectura". O Cinema Londres, inaugurado em 1972 aproveitando o espaço de uma cave onde funcionavam um restaurante, uma sala de jogos e uma boîte", foi classificado como "a mais luxuosa sala-estúdio de Lisboa". A grande novidade era o facto de oferecer "três coisas no mesmo sítio: ver cinema na sala, jantar no snack-bar e conversar no Pub the Flag". Nos anos 60 e 70 apareceram novas revistas de cinema, diferentes das revistas das estrelas das décadas anteriores e salas-estúdio, como a que surgiu no Centro Comercial Apolo 70, dirigida por Lauro António, apostavam em cinematografias ainda pouco divulgadas em Portugal, e em 75, num edifício sem história nas traseiras da Avenida Estados Unidos da América, abria o Quarteto, dirigido por Pedro Bandeira Freire, que criou o conceito "quatro salas, quatro filmes", e que passava dois filmes seguidos nas sessões da meia-noite. Mas desde os anos 60 o cinema vinha perdendo espectadores, e várias salas foram fechando. Uma das decisões mais polémicas foi, em 1983, a da demolição do Monumental. Abrem-se debates sobre o uso a dar às salas onde anteriormente passava cinema. "O cinema não precisa de grandes salas", diz Margarida Acciaiuoli. "As cidades é que precisam de ter grandes salas e pequenas salas. O que acontece é que hoje só temos um tipo de salas que não são catedrais, são as multisalas. Era preciso mais diversidade. As salas e os filmes estabelecem uma relação no local que também faz parte da história do cinema. E anulando essa história há qualquer coisa que se perde". A professora e investigadora garante não ser "apologista de manter só por manter". Mas não tem dúvidas de que "se cada século elegeu uma tipografia de edifício, como a fábrica está para o século XIX, o cinema está para o século XX". Houve séculos em que se construíram igrejas, palacetes, teatros. "São tipologias que atravessam os tempos e fazem com que as gerações de possam reconhecer e até situar. O século XX foi fantástico, diferente de todos e genial porque foi capaz de criar de raiz um novo edifício para uma arte nova. O problema é que como a trepidação do século atingiu níveis totalmente desconhecidos, nós, com essa velocidade, acabámos por destruir o que inventámos". Sorri, no meio da longa fila de cadeiras vermelhas da última catedral do cinema de Lisboa. "Talvez seja essa a grande característica do século XX: capaz de criar do nada mas não acabar sem destruir o que criou".
REFERÊNCIAS:
Poluição atinge novos máximos em Pequim
30% dos habitantes recorreram aos hospitais com problemas respiratórios. (...)

Poluição atinge novos máximos em Pequim
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2013-01-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: 30% dos habitantes recorreram aos hospitais com problemas respiratórios.
TEXTO: Em Pequim as crianças não puderam sair das escolas e os hospitais registaram picos de casos respiratórios depois de um fim-de-semana em que a poluição atingiu níveis fora de controlo. A indignação por melhor qualidade de vida chegou até aos meios de comunicação chineses. Durante o fim-de-semana, a poluição na capital chinesa registou níveis nunca antes vistos e considerados perigosos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a OMS, a média de concentração de minúsculas partículas de poluição – 100 vezes mais finas do que um cabelo humano – não deve ultrapassar os 25 microgramas por metro cúbico. Acima dos 100, o ar é considerado não saudável e ao atingir os 300 as crianças e os idosos devem permanecer dentro de casa. Leituras oficiais chinesas revelam, no entanto, que, no sábado, os níveis de poluição em Pequim ultrapassavam os 400 microgramas por metro cúbico, diz a BBC. Monitorizações não oficias da embaixada dos Estados Unidos registaram valores superiores a 800 microgramas. Nesta segunda-feira, segundo autoridades chinesas, os valores desceram para 350, mas, ainda assim, as crianças em idade escolar permaneceram dentro das escolas e os meios de comunicação social apelaram à restante população para que evitasse sair de casa e praticar actividades físicas intensas. Segundo a Associated Press (AP), as autoridades nacionais exigiram que várias fábricas diminuíssem as suas emissões e pulverizaram edifícios na tentativa de atenuar a neblina nociva que pairava sobre a cidade. Nestes dias, a procura por máscaras e purificadores aumentou e 30% dos habitantes recorreram aos hospitais com problemas reparatórios, dizem os media chineses. No hospital de Shijitan, em Pequim, os pacientes tossiam foram diagnosticados bronquites crónicas, asma e outros problemas respiratórios, contou um médico daquele hospital, Huang Aiben, à AP. “Como as partículas são relativamente finas podem ser directamente absorvidas pelos pulmões. A capacidade das vias respiratórias em bloqueá-las é relativamente fraca e as bactérias e os vírus contidos no pó podem entrar directamente nas vias respiratórias”, explicou o clínico, acrescentando que a exposição a níveis tão elevados de poluição pode causar infecções bacterianas e virais e até tumores. Devido à rápida industrialização, a poluição é um dos maiores problemas da China. No ano passado, depois de pressão da população, o governo passou a adoptar uma postura mais aberta na divulgação dos níveis de poluição registados no país e a classe média tornou-se particularmente activa no debate desta questão. Após deste fim-de-semana, e apesar de o aumento da poluição não estar directamente relacionado com comportamentos humanos, mas com a falta de vento associada a uma vaga de frio, diversos meios de comunicação social chineses alertaram para a necessidade de o país estabelecer um equilíbrio entre o desenvolvimento e a qualidade de vida. Um exemplo é o China Daily. “No meio de um rápido processo de urbanização, é urgente que a China pense como este processo pode continuar sem comprometer a qualidade de vida urbana com um ambiente cada vez pior”, lê-se no editorial do jornal.
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
Museu do Louvre poderá recorrer, pela primeira vez, à direcção de um estrangeiro
Não será de todo uma novidade em França, mas seria a primeira vez na história do Louvre (...)

Museu do Louvre poderá recorrer, pela primeira vez, à direcção de um estrangeiro
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-01-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não será de todo uma novidade em França, mas seria a primeira vez na história do Louvre
TEXTO: Não será de todo uma novidade no país – um alemão já dirigiu o Museu de Arte Moderna em Paris –, mas a verdade é que a França está a considerar abrir a candidatos estrangeiros a escolha do futuro presidente do Museu do Louvre. A notícia, ainda sem reflexos na imprensa francesa, foi avançada no início desta semana pelo site norte-americano de informação financeira Bloomberg, que cita fontes oficiais e refere que o Presidente François Hollande estará a admitir essa possibilidade para a sucessão de Henri Loyrette. O actual presidente do Louvre surpreendeu os meios artísticos e políticos do país ao anunciar, em Dezembro, que não seria candidato à recondução no cargo no final do seu quarto mandato, no próximo mês de Abril. O aperto da situação económica também em França, com reflexos, que já foram notados nos dois últimos anos, na diminuição da subvenção estatal ao maior e mais visitado museu do mundo, estará na origem da decisão de Henri Loyrette, que, no entanto, evocou apenas “razões pessoais” para justificar o abandono do cargo. “Estamos a viver uma crise económica com uma gravidade sem precedentes, e todos nós temos de contribuir com a nossa parte”, disse a ministra da Cultura, Aurélie Filippetti, em entrevista ao Le Monde, em Setembro. O facto é que o orçamento para a Cultura foi já cortado, este ano, em 2, 3%. E a dotação do Estado para o Louvre – que, segundo o Bloomberg, ascendeu a 210 milhões de euros em 2011 – foi já também sujeita a cortes consideráveis. E se Henri Loyrette sempre referiu a “boa relação” que mantém com Aurélie Filippetti, o jornal Libération falava recentemente de uma “tensão visível” com a ministra que advogava tais sacrifícios orçamentais. Mesmo se o ainda presidente do Louvre conhece bem esse quadro, já que lhe são contabilizadas mais de uma dúzia de viagens aos países do Golfo Pérsico e dos petrodólares em busca das subvenções necessárias ao museu parisiense. A gestão do complexo processo de construção da “antena” árabe do Louvre em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos – um projecto do arquitecto francês Jean Nouvel (Prémio Pritzker 2008), cuja inauguração chegou a ser anunciada para o ano passado, mas que tem sido alvo de sucessivos adiamentos – é um dos dossiers que têm marcado os mandatos de Loyrette. Mas os seus feitos mais notórios, além do sucessivo aumento de visitantes – no final de 2012, o Louvre bateu novo recorde ao aproximar-se dos 10 milhões –, foram a inauguração, no último mês de Setembro, da ala dedicada à arte do Islão, e, já em Dezembro, a extensão do Louvre em Lens, no norte do país. Como projecto mais imediato, o museu parisiense perfila a ampliação das suas instalações, nomeadamente o átrio de acolhimento dos visitantes por baixo da icónica pirâmide projectada pelo arquitecto chinês I. M. Pei nos anos 1980, e que foi pensada para um fluxo de quatro a cinco milhões de visitantes/ano. Presidente, curador, gestor de colecções, angariador de fundos e de mecenas, com domínio da língua francesa e conhecimento dos meandros da complexa administração pública do país – é este o perfil exigido ao sucessor de Henri Loyrette, e que François Hollande terá de encontrar em três meses. O Bloomberg diz que não existe ainda concurso oficial, nem é conhecida nenhuma lista de candidatos. Mas acrescenta que este não é um dossier de fácil resolução intramuros franceses. A eventual abertura a candidatos estrangeiros, se será inédita na história já bicentenária do Louvre (o museu foi inaugurado em 1793), não o é no país, onde o historiador alemão Werner Spies já dirigiu o Museu de Arte Moderna da capital francesa, entre 1997-2000. “Nos seus quatro mandatos sucessivos, Henri Loyrette conseguiu fazer do Louvre um dos maiores museus do mundo, uma instituição popular, moderna e aberta a toda a gente, dando ao Louvre uma efectiva influência internacional”, sintetizou e elogiou, recentemente, a ministra Aurélie Filipetti. Será que a sucessão do (ainda) actual responsável é um desafio grande de mais para o país que possui o maior museu do mundo?
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
Sharapova e Li Na nas meias-finais do Open da Austrália
David Ferrer venceu duelo espanhol e Djokovic apurou-se facilmente. (...)

Sharapova e Li Na nas meias-finais do Open da Austrália
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: David Ferrer venceu duelo espanhol e Djokovic apurou-se facilmente.
TEXTO: A russa Maria Sharapova, número dois mundial, e a chinesa Li Na qualificaram-se nesta terça-feira para as meias-finais do Open da Austrália, o primeiro torneio do Grand Slam. Sharapova venceu a compatriota Ekaterina Makarova, 19. ª cabeça de série, por um duplo 6-2, em apenas 66 minutos. Nas meias-finais, a russa vai encontrar a chinesa Li Na, que derrotou a polaca Agnieszka Radwanska, quarta cabeça de série, por 7-5 e 6-3. Nos outros encontros dos quartos-de-final, agendados para esta quarta-feira, a bielorrussa Victoria Azarenka defronta a russa Svetlana Kuznetsova, enquanto a americana Serena Williams enfrenta a compatriota Sloane Stephens. No quadro masculino, o sérvio Novak Djokovic venceu o checo Tomas Berdych, pelos parciais de 6-1, 4-6, 6-1 e 6-4. Já David Ferrer venceu o duelo entre espanhóis, derrotando Nicolás Almagro. Ferrer chegou a estar a perder por dois sets, mas deu a volta ao fim de três horas e 44 minutos, ganhando pelos parciais de 4-6, 4-6, 7-5, 7-6(7/4) e 6-2. Nos outros encontros dos quartos-de-final, agendados para esta quarta-feira, o francês Jo-Wilfred Tsonga enfrenta o suíço Roger Federer e o britânico Andy Murray luta pelo acesso às meias-finais com o francês Jeremy Chardy.
REFERÊNCIAS:
Tempo terça-feira quarta-feira
Violada segurança de 250 mil contas Twitter
Palavras-passe e outros dados privados foram recolhidos durante um ataque confirmado pelos gestores da própria rede social. "Isto não foi um trabalho de amadores", alertam. (...)

Violada segurança de 250 mil contas Twitter
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Palavras-passe e outros dados privados foram recolhidos durante um ataque confirmado pelos gestores da própria rede social. "Isto não foi um trabalho de amadores", alertam.
TEXTO: Depois de dois grandes jornais norte-americanos, chegou a vez de uma rede social. A segurança do Twitter foi violada, poucos dias depois de os jornais The New York Times e Wall Street Journal terem divulgado que houve intrusos nas redes informáticas internas. A situação que afectou a rede social Twitter, onde os utilizadores partilham mensagens de texto, imagens e vídeos em menos de 140 caracteres, foi confirmada através de um texto assinado pelo director de sistemas de segurança da empresa, Bob Lord. O mesmo responsável não revela detalhes sobre a origem do ataque, que pôs em causa a privacidade de cerca de 250 mil utilizadores. Mas sublinha que os responsáveis pela quebra de segurança "foram extremamente sofisticados". "Isto não foi trabalho de amadores, e não acreditamos que seja um incidente isolado", escreveu Bob Lord, no blogue oficial do Twitter. "Acreditamos que outras empresas e organizações foram alvo recentemente de ataques semelhantes", acrescenta. Aos utilizadores o Twitter recomenda que mudem as senhas de acesso e que desliguem o Java nos browsers, isto é, uma linguagem de programação específica, orientada para objectos, que também é utilizada pelos programas utilizados para navegar na Internet. O alerta do Twitter foi publicado na sexta-feira à tarde. Nele, Bob Lord descreve como foi detectado a intrusão nos sistemas de segurança: "Nesta semana, detectámos padrões de acesso incomuns que nos levaram a identificar tentativas de acesso não autorizado a dados de contas do Twitter. Descobrimos um ataque em curso e conseguimos travá-lo pouco depois. Porém, a nossa investigação indica que os atacantes terão acedido a informação pessoal protegida – nomes de utilizadores, senhas de acesso, contas de email – de aproximadamente 250 mil utilizadores. "Por precaução, o Twitter decidiu revogar todas as sessões das contas em risco e desactivou as respectivas senhas de acesso. Além disso, garante Bob Lord, os donos desta plataforma de microblogging estão "a ajudar o Governo e as autoridades judiciais federais a encontrar e perseguir estes atacantes, para que a Internet seja mais segura para todos [os utilizadores]". O mesmo responsável recorda, logo no início desse texto, que isto sucede na mesma semana em que os dois únicos jornais de distribuição nacional nos Estados Unidos, o The New York Times (NYT) e o Wall Street Journal (WSJ), anunciaram que os seus sistemas informáticos foram violados por ataques distintos. No caso do NYT, os responsáveis do jornal suspeitam que tenham sido alvo de um ataque de hackers chineses. Este terá consistido no acesso indevido aos computadores de 53 funcionários e terá começado após a publicação de uma investigação do jornal sobre a fortuna do primeiro-ministro cessante, Wen Jiabao, e da sua família, em Outubro do ano passado. Também no Wall Street Journal se atribuiu o ataque a hackers chineses. Num texto publicado a 31 de Janeiro, o WSJ responsabiliza mesmo Pequim por ligações a grupos de hackers cuja missão é espiar jornalistas que seguem a actualidade da China, incluindo os daquele jornal. O Twitter foi fundado em 2006 por Jack Dorsey. Tinha, em meados de 2012, 500 milhões de utilizadores registados. Por dia, eram trocadas nessa altura mais de 340 milhões de mensagens (conhecidas como tweets) nesta rede social. A sede da empresa situa-se em São Francisco, na costa oeste dos EUA.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
A Apple vai pagar "milhões" para usar a marca iPhone no Brasil?
Autoridades não aceitam pedido da empresa norte-americana para o uso exclusivo da marca no país. A brasileira IGB Electrônica já tinha feito um pedido de registo no ano 2000. (...)

A Apple vai pagar "milhões" para usar a marca iPhone no Brasil?
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Autoridades não aceitam pedido da empresa norte-americana para o uso exclusivo da marca no país. A brasileira IGB Electrônica já tinha feito um pedido de registo no ano 2000.
TEXTO: Depois de ter sido obrigada a pagar 60 milhões de dólares para poder usar a marca iPad na China, a Apple deverá agora ter de desembolsar uma quantia semelhante para continuar a vender o seu iPhone no Brasil. O anúncio oficial só vai ser feito na terça-feira, mas os media brasileiros avançam que o Instituto Nacional de Propriedade Industrial do Brasil já tomou a decisão: a Apple não vai poder usar a marca iPhone para comercializar produtos relacionados com o mercado de smartphones no país. A empresa brasileira IGB Electrônica, detentora da Gradiente, fez o pedido de registo da marca iPhone no ano 2000 – sete anos antes do lançamento do primeiro smartphone da Apple –, mas as autoridades brasileiras demoraram oito anos a tomar uma decisão. Em 2008, a IGB Electrônica obteve finalmente o direito a usar no Brasil a marca que viria a ficar intimamente ligada ao icónico telemóvel da Apple. Entre o pedido feito pela empresa brasileira em 2000 e a decisão de 2008, a Apple tentou por diversas vezes obter os direitos da utilização da marca iPhone no Brasil em artigos relacionados com telemóveis. O primeiro pedido deu entrada em 2006 e o último em 2011, mas o máximo que a empresa norte-americana conseguiu foi uma autorização para vender "artigos de vestuário, calçados e chapelaria e manuais de instrução", segundo o site do jornal O Globo. Agora, sete anos depois do primeiro pedido da Apple – e 13 anos depois do primeiro pedido da IG Electrônica –, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial do Brasil prepara-se para publicar a sua decisão final na revista da Propriedade Industrial. Dos onze pedidos feitos pela Apple às autoridades brasileiras, foram rejeitados alguns dos mais importantes, como "todos aqueles cuja especificação lembrem celulares", entre os quais "dispositivos eletrónicos digitais móveis com nome iPhone" e a aplicação Find My iPhone. Empresa brasileira já lançou um iPhoneComo a exclusividade da IGB Electrônica para usar a marca iPhone no Brasil caducaria no mês passado (cinco anos depois da decisão do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, em Janeiro de 2008), a empresa lançou em Dezembro o seu primeiro telemóvel iPhone no mercado brasileiro, para ver renovados os seus direitos: o aparelho chama-se Neo One e corre o sistema operativo Android. Num comunicado emitido no dia 18 de Dezembro, a empresa brasileira informava que iria iniciar "as vendas da sua nova linha smartphone. Trata-se da família IPHONE, cujo primeiro modelo desta linha será o Neo One". "Como a Gradiente, no Brasil, detém o registo de uso exclusivo da marca IPHONE, em telefones e respectivos acessórios, esta companhia adoptará todas as medidas utilizadas por empresas de todo o mundo para assegurar a preservação de seus direitos de propriedade intelectual em nosso país", lê-se no mesmo comunicado. Com o lançamento do Neo One, a empresa garante o direito ao uso excluviso do termo iPhone no Brasil até 2018. Ouvido pela agência Associated Press no mês passado, o presidente da empresa brasileira de consultadoria Teleco, Eduardo Tude, disse que o cenário mais provável é que a Apple e a Gradiente cheguem a acordo, o que significa que a empresa norte-americana terá novamente de abrir os cordões à bolsa. Segundo Eduardo Tude, a Apple vai pagar "porque não quer deixar de vender o seu produto no Brasil". Tim Worstall, colaborador da revista norte-americana Forbes, é da mesma opinião. "O mercado brasileiro não é tão grande como o chinês, mas estou disposto a apostar que o preço que a Apple vai ter de pagar será da ordem dos milhões a dezenas de milhões", escreveu Worstall na sua coluna sobre tecnologia. Em Junho do ano passado, a Apple pagou 60 milhões de dólares à empresa chinesa Proview International Holdings Ltd. para poder usar a marca iPad na China, um valor considerado razoável tendo em conta que a empresa norte-americana poderia ser proibida de vender os seus tablets no país. "Se eu fosse a Apple, estaria bastante feliz, porque esta quantia para eles não é nada", disse ao site Bloomberg Stan Abrams, professor de Direito na Universidade de Finanças e Economia de Pequim. A Apple obteve o direito à utilização da marca iPhone nos EUA em 2007, após um acordo com a Cisco.
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Entidades EUA
Janelas verdes para o centro de Lisboa
A mais nova editora em Portugal vai nascer num velho armazém onde o cheiro a livros está entranhado. Fica no centro de Lisboa e entrar ali é ir numa viagem pelo tempo. Estamos no princípio de tudo, ou seja, na génese da Divina Comédia. Desta vez sem Dante, mas com Dante a espreitar as palavras de Alexandre Vasconcelos e Sá. Ele é o homem entre paredes altas e janelas verdes. (...)

Janelas verdes para o centro de Lisboa
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.15
DATA: 2013-02-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: A mais nova editora em Portugal vai nascer num velho armazém onde o cheiro a livros está entranhado. Fica no centro de Lisboa e entrar ali é ir numa viagem pelo tempo. Estamos no princípio de tudo, ou seja, na génese da Divina Comédia. Desta vez sem Dante, mas com Dante a espreitar as palavras de Alexandre Vasconcelos e Sá. Ele é o homem entre paredes altas e janelas verdes.
TEXTO: Para quem gosta de livros e de tudo o que os rodeia, entrar aqui é como passar a porta para um mundo encantado. A chuva, o frio, os pés molhados, as pernas moídas de subir a calçada íngreme, tudo é esquecido. Fecha-se o guarda-chuva e os olhos já se perderam naquele lugar marcado por umas janelas imensas que vão do chão ao tecto, em arco, e quadrícula estreita, com pequenas vidraças a deixar passar a luz que resta de um dia de Inverno quase a chegar ao fim, quase a ser noite. Lá dentro é quente. O chão é de madeira, tábua corrida e cheia a livros, um cheiro antigo que não é mofo, não é pó. É papel para ler ou que já foi lido. Estantes, caixotes, secretárias, armários cuja função se perdeu no tempo, escadas que vão dar a uma mezzanine, mais estantes, objectos que, retirados do lugar, parecem peças de museu, um armário de gavetas minúsculas que, quando se abrem, se descobrem capazes de compor palavras. São letras. Todo o abecedário em minúsculos pedaços de chumbo de quando cada página de livro era composta com a paciência e a precisão de um tipógrafo, que lia como quem está demasiado próximo da palavra para entender todo o sentido do texto. Letra a letra. A imaginação procura algumas e encontra. Primeiro o D, maiúsculo, e segue, sempre em maiúsculo até à composição final. DIVINA COMÉDIA. Encontrados todos os caracteres, dispostos lado a lado, a palavra assume um significado. É a mais recente editora fundada em Portugal e em processo de construção ali, num velho armazém no centro de Lisboa. O lugarAlexandre Vasconcelos e Sá não tem dúvidas de que aquele é o lugar. “Este espaço reflecte o que queremos fazer”, sublinha numa sala, que será a de reuniões e já vai sendo, a única forrada a papel novo, as lombadas da obra que antecipou um nascimento que não foi prematuro, mas cheio de significado, segundo o fundador desta editora que quer pôr no mercado entre 80 a 100 livros já este ano, mesmo em tempo de crise. Saído da Objectiva, Vasconcelos e Sá foi à Feira de Frankfurt, quando estava a ser anunciado o nome do Nobel da Literatura, e encontrou disponíveis os direitos de publicação para Portugal de Mudanças, uma obra autobiográfica de Mo Yan, o chinês que em 2012 conquistou a Academia Sueca e foi anunciado ali mesmo, andava Alexandre às compras, o Nobel. Um livro pequeno que podia colocar no mercado, se acelerasse o processo de edição. Assim foi. Entregou a tradução a Vasco Gato e antes do Natal os portugueses tinham dois livros do Nobel chinês Peito Grande Ancas Largas, que a Ulisseia já tinha editado e que voltou a reeditar, e este Mudanças, capa branca com o símbolo de uma nova chancela. Era a estreia da Divina Comédia. O editor fala do lugar, do livro que já nasceu, do que vai ser a editora que está a construir com o entusiasmo a contagiar os olhos, enquanto vai pedindo quase desculpa pelo caos à volta. Estamos num antigo armazém de uma antiga editora, um espaço que ele quer construir e adaptar às necessidades da sua nova casa: um lugar aberto ao público, com sessões de debate, lançamentos, festa à volta do livro, onde toda a gente pode entrar. “As portas vão estar sempre abertas”, garante numa altura em que ainda há muita coisa em segredo, como o catálogo a lançar, os nomes que o compõem, a data precisa para a inauguração. “Gostávamos muito que a festa já pudesse acontecer aqui”, mas não quer prometer. Está quase tudo por fazer, ainda que muita coisa seja para fazer. O ciceroneOs serviços editoriais, de uma equipa que à partida será de sete pessoas, irão funcionar na mezzanine para libertar o espaço em baixo para o público. Não vai haver livraria, mas há a vontade de receber “amigos” e de fazer exposições, de circular. Como em casa, Alexandre faz de cicerone. Chega à porta que dá para um pátio agora atulhado de tralha, mas que será liberto para mesas e cadeiras e que se adivinha venha a ser uma sombra no Verão quente de Lisboa. É uma palavra quase sempre presente no discurso do editor. Lisboa. Gosta tanto de livros quanto da cidade onde nasceu e vive e para o centro da qual agora se vê regressar enquanto editor em tempo de crise. Claro que calculou o risco. Anda nisto há muito anos, como gosta de dizer, apesar de ser novo. Na D. Quixote, primeiro. Foi lá que começou no que viria a ser um “vício” que ganhou ao Direito e a outras possibilidades de vida mais “seguras”. Ele continua a ir pelo risco. Agora sozinho, com a ajuda de uma equipa que trouxe com ele do último sítio por onde passou e que lhe garante a qualidade para avançar num tempo em que quase todos recuam. “Arriscar num momento destes é dramático, mas já pensei mil vezes no que estou a fazer. ” E não pensa a curto prazo. “Queremos que esta marca dure muito anos”, vai dizendo, e é como se o espaço em volta lhe desse algumas garantias. Tudo ali é sólido e é dessa solidez que anda à procura. É com ela que quer construir o catálogo dividido em duas marcas: uma “mais literária, se assim se pode dizer, voltada para um público que não é grande, mas que é fiel aos bons livros em Portugal e que contempla a ficção e o ensaio literários”, e outra "mais de entretenimento, livros bem feitos e a pensar em maior números de vendas. "DescobrirAinda não abriu e já lhe vão chegando originais. Quer publicar nomes conhecidos, mas descobrir outros, gente nova, em português, e também gente que merece ser publicada por cá e nunca foi. Descobrir é um verbo a conjugar. Outra nota que vinca sempre: “Tratar muito bem os livros. Editorialmente, graficamente, e ter uma grande proximidade com os autores. Se eles quiserem vir de vez em quando para aqui escrever, queremos que isso seja possível. Esta também é a casa deles. ”Na única mesa de trabalho que ainda existe, as pilhas de papéis são grandes, os computadores pedem licença uns aos outros, tudo se amontoa. Viram-se capas, nada é ainda para revelar. Apenas que já há muito que fazer e muito para ler e decidir no que se refere à edição. Os olhos, mais uma vez, brilham. Há emoções mais difíceis de esconder do que um nome num quadro. “Por agora é assim. Temos de trabalhar neste cantinho. Muitas vezes levamos as coisas para fazer em casa. A falta de espaço e o barulho das obras que vão começar assim o exigem, mas é aqui que vamos estar todos, neste primeiro piso”, revela Alexandre com uma panorâmica sobre o espaço que é grande visto dali, pé-direito alto a antecipar dias de luz. E cheio de livros. Outra frase quase tão dita quanto o bom que é regressar ao centro de Lisboa. "É tão bom regressar ao centro da cidade!” Não é ponto final. É exclamação mesmo. E ver gente a passar e a entrar e poder vir a pé de casa, desde o Cais do Sodré, num percurso que tanto pode ser feito pela Rua da Prata dos Douradores, passar pala casa de Carlos Botelho, “o grande pinto de Lisboa”, de que tanto gosta. Ou variar, seguir pelo Príncipe Real, parar nos alfarrabistas da Rua da Misericórdia, descer o Chiado, a Rua do Alecrim. “Percurso inspirador”, ri o editor que quer dar uma gargalhada daqui a uns anos, naquele espaço, aliviado de um dia ter tido a ideia de abrir uma editora só sua, num tempo em que tudo e todos o desaconselhavam a fazê-lo. Porque acredita nos livros. E não vamos agora falar de formato. Estamos num armazém de uma antiga tipografia. para já, é papel.
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