O pesadelo do PNR é Portugal "transformado num gigantesco Martim Moniz"
PNR convocou um meet para a praça mais multicultural da capital. O partido garante não estar contra os estrangeiros, mas contra os políticos. Contudo, atacou apenas um. (...)

O pesadelo do PNR é Portugal "transformado num gigantesco Martim Moniz"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: PNR convocou um meet para a praça mais multicultural da capital. O partido garante não estar contra os estrangeiros, mas contra os políticos. Contudo, atacou apenas um.
TEXTO: “A nossa verdadeira acusação não vai para estas pessoas, mas contra os políticos!” Já depois da volta à praça, foi assim que o presidente do PNR, José Pinto-Coelho, explicou a razão de ser do meet nacionalista, organizado este sábado no Martim Moniz, em Lisboa. Foi na praça mais multicultural da capital que se juntaram os apoiantes daquele partido para protestarem contra a descaracterização da identidade portuguesa, que, na opinião do PNR, arrisca ser “subjugada” por “usos e costumes contrários à nossa matriz. ”Por mais de uma vez, aquele dirigente fez questão de frisar que o alvo não são os imigrantes de origem asiática, magrebina e africana que se concentravam por ali. “Os grandes culpados são os políticos que empurram os portugueses para a emigração e que depois subsidiam esta invasão”, explicou ao PÚBLICO. Não foi uma questão de pele, garantiu, que os levou ali. Foram os políticos que permitiram uma “invasão, que não é inocente”, insistiu. O problema do PNR, contudo, é a aparente contradição entre esse discurso e as mensagens subliminares ou os desabafos dos apoiantes quando se vêem confrontados com o desafio do diferente. Uma contradição que saltou à vista, logo que Pinto-Coelho personalizou o ataque. Depois de tantos governos – tanto de direita como de esquerda – com um discurso favorável em relação à entrada de imigrantes, o presidente do partido apontou o dedo apenas ao presidente da câmara de Lisboa, António Costa. Que acusou de ter como “agenda política transformar Portugal num gigantesco Martim Moniz”. Depois disso, atacou os políticos que “obrigam os portugueses a passar fome e a abandonar o seu país”, sem nunca se referir, por exemplo, ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que há dois anos considerava a emigração como uma “oportunidade” para os mais jovens. O verniz da mensagem polida também estalou mais facilmente quando quem começou a falar não fazia parte da direcção. A dada altura, quando o grupo saía já do Centro Comercial da Mouraria, depois da intervenção dos seguranças privados, dois jovens participantes faziam o balanço da passagem pelos corredores ocupados por lojas de chineses. “Isto é de ficar de olhos em bico”, atirou um. “Um gajo até fica laranja”, respondeu o outro. Momentos antes, o vice-presidente do PNR, João Pais Amaral, pediu à “fila indiana” para não tirar fotos no interior do recinto comercial. “Ninguém quer fotos porque aqui não há facturas”, gritou com um sorriso nos lábios. Ao longo da volta, foi notório o esforço da organização para evitar provocações. Quando o ajuntamento arrancou para dar a volta à praça, seguiu-se silêncio, em “fila indiana” como solicitado, e sem palavras de ordem. A assinalar o partido, apenas duas bandeiras e uns quantos coletes fluorescentes com a sigla PNR. As insinuações foram subliminares e, como tal, os visados nem se aperceberam quem estava ali a passar-lhes pela porta dos estabelecimentos comerciais. Uma idosa de etnia cigana, ao ver passar a comitiva, julgou ver no ajuntamento algo diferente. “Mais um deputado?”, perguntava desconfiada. Não foram os imigrantes, portanto, quem reagiu à passagem da coluna. Foi na rua, quando os manifestantes se preparavam para entrar no segundo centro comercial, que a palavra de ordem “Portugal” provocou uma desgarrada com o grupo de jovens que perseguia a coluna. “Antifascista!”, começou a ouvir-se do centro da praça. “Portugal sempre!”, gritaram em resposta. “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!”, contra-atacava um grupo de jovens. “Portugal independente!”, vociferavam os apoiantes do PNR. “Nazis, fascistas, chegou a vossa hora, os imigrantes ficam, vocês vão embora!”O contingente policial à vista – que por esta altura já contabilizava cerca de 20 elementos – foi controlando a situação com duas barreiras de agentes até que os dois lados perderam o interesse na disputa verbal. Do lado do contra, os sorrisos imperavam, como se uma batalha tivesse sido ganha. Enquanto o grupo cantava “Grândola, Vila Morena”, Pedro Lima, que garantiu não fazer parte de qualquer partido, explicou ao PÚBLICO que a comparência dos cerca de 20 que ali estavam resultava dos alertas lançados pelas redes sociais. Houve “eventos criados” no facebook a defender uma resposta, explicava Pedro Lima. “E grupos diferentes de pessoas apareceram”, rematou.
REFERÊNCIAS:
O acto patriótico de Hasan Minhaj no Netflix
Patriot Act faz do ex-correspondente do Daily Show o primeiro apresentador indiano-americano de um talk show de late night. (...)

O acto patriótico de Hasan Minhaj no Netflix
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Patriot Act faz do ex-correspondente do Daily Show o primeiro apresentador indiano-americano de um talk show de late night.
TEXTO: Este ano, Michelle Wolf apresentou o jantar dos correspondentes da Casa Branca. Pouco depois, estreou The Break, o seu entretanto cancelado talk show no Netflix. Hasan Minhaj, que foi correspondente do The Daily Show ao mesmo tempo que ela (foi aliás o último a ser contratado por Jon Stewart antes de se despedir do programa em 2015), tinha apresentado esse jantar em 2017 e demorou um bocadinho mais a ter o seu próprio talk show no Netflix. É o primeiro cómico indiano-americano a ter um talk show para o horário late night nos Estados Unidos, formato que tem sido historicamente dominado por homens brancos. Patriot Act estreou-se este domingo, com dois episódios, na plataforma de streaming, a mesma pela qual saiu, em Maio do ano passado, o seu especial Homecoming King, sobre crescer na Califórnia como filho de imigrantes indianos e num clima de islamofobia, especialmente no pós-11 de Setembro. O nome do programa, Patriot Act, refere-se à lei homónima do Congresso norte-americano aprovada após os ataques às Torres Gémeas para combater o terrorismo – e é também o título de uma óptima faixa do rapper Heems (ex-Das Racist), que tal como Minhaj é de origem indiana e fez arte a lidar com o racismo de que foi alvo no pós-11 de Setembro. E, logo aí, demonstra a ligação pessoal que Minhaj tem aos temas que são tratados. O apresentador faz parte de uma fornada de novas vozes de origem sul-asiática que estão a ganhar destaque na comédia norte-americana, com nomes que vão de Aparna Nancherla a Hari Kondabolu, passando por Kumail Nanjiani. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A julgar pelos primeiros episódios, o cómico decidiu (tal como John Oliver, outro ex-correspondente do Daily Show, no seu Last Week Tonight) dedicar o grosso de cada programa a um tema específico, mais do que analisar ao minuto a actualidade mediática. No caso da estreia, o tópico é a acção afirmativa, enquanto no episódio seguinte o foco é a Arábia Saudita, com outro segmento mais curto a criticar norte-americanos de origem sul-asiática que na opinião de Minhaj estão do lado do mal, como Bobby Jindal ou Dinesh D'Souza. A Arábia Saudita é um assunto que John Oliver também abordou recentemente, mas a ligação pessoal que Hasan Minhaj, como muçulmano, tem a essa matéria faz toda a diferença. Já para não dizer que o formato não é igual ao de um talk show tradicional. O cómico, que começou a fazer stand-up inspirado pelo clube de debates que tinha na escola, está em pé em cima do palco, sem se sentar nem vestir um fato, com a sua poupa sempre impecável – Hasan Minhaj tem o melhor cabelo de um apresentador da late night. Atrás dele há projecções daquilo que está a ser falado, num cenário que diz ser aquilo que aconteceria se Michael Bay fizesse uma apresentação em PowerPoint. Por vezes, e até por causa dessa ligação aos debates e ao PowerPoint, o discurso do cómico pode tornar-se demasiado didáctico e há alguns nervos visíveis (e totalmente compreensíveis) nestes primeiros dois episódios, mas há sempre uma piada ao virar da esquina para aligeirar tudo. Além disso, nenhum talk show começou perfeito à primeira, e este tem muito por onde crescer.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens lei escola filho racismo
Ex-"Bronx de Inglaterra" é novo pólo cultural
Mais associada a gangues, a área vê nascer um movimento cultural. "A renda é mais barata aqui do que noutros sítios e o espaço é óptimo", sublinha a galerista que foi a pioneira. (...)

Ex-"Bronx de Inglaterra" é novo pólo cultural
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.045
DATA: 2010-05-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mais associada a gangues, a área vê nascer um movimento cultural. "A renda é mais barata aqui do que noutros sítios e o espaço é óptimo", sublinha a galerista que foi a pioneira.
TEXTO: Do enorme terraço, no último andar do silo automóvel semi-abandonado, a vista estende-se, desafogada, por vários quilómetros. Ao longe, distingue-se o London Eye e os arranha-céus da City - símbolos de uma metrópole a que Peckham não parece pertencer. Lá em baixo, são os cheiros das especiarias e a música africana que enchem o ar daquela que é uma das mais multietnicas áreas de Londres, conhecida de muitos britânicos apenas pelas notícias da violência entre gangues. Mas a zona está a construir uma nova reputação, reconstruindo-se como um dos novos pólos culturais da cidade. "Isto não é mais violento do que noutras partes de Londres. Há grupos de miúdos e gangues em todo o lado", garante Eileen Ward, empregada irlandesa num café grego em Rye Lane. Uma das principais artérias comerciais do Sul de Londres, no século XIX, a rua é hoje uma montra do mundo, com talhos Halal, manicuras chinesas e lojas africanas que se estendem para o passeio, vendendo peixe seco, gengibre e quiabos. A rua é o espelho de uma área que é, desde há décadas, local de concentração de expatriados africanos e das Caraíbas, a que as últimas vagas de imigração juntaram sul-americanos e asiáticos. Mas Peckham é também um das zonas com maiores índices de pobreza e de criminalidade de Londres - uma face que saltou para as páginas dos jornais em 2000, quando Damiola Taylor, de nove anos, foi morto a caminho de casa, e novamente em, 2007, com o assassinato de quatro pessoas em três dias. Casos que lhe valeram o cunho do "Bronx de Inglaterra". Para limpar a imagem, foram ali investidas na última década centenas de milhares de libras em projectos de renovação urbana, como a modernista biblioteca de Peckham, um edifício envidraçado que se impõe nos seus quatro andares sobre a paisagem vizinha. O novo East EndHá, no entanto, quem, sem grandes recursos, esteja também a contribuir para a regeneração da área, transformando as suas fragilidades em mais-valias. "Peckham deu-nos uma enorme quantidade de oportunidades", diz Hannah Barry, co-fundadora da galeria com o seu nome. Instalada ao fundo de uma rua de armazéns degradados, tem por vizinhos igrejas evangelistas e empresas de importação africanas e asiáticas. "A renda é mais barata aqui do que noutros sítios e o espaço é óptimo", sublinha a galerista, que chegou a Peckham em 2006 para ajudar um grupo de dez estudantes a montar uma exposição na casa que ocupavam. Agora, com 26 anos, representa 30 artistas e é o seu nome que surge quando se fala do movimento artístico na zona. Desde que abriu a galeria, em Novembro de 2008, coordenou 40 ciclos de pintura, escultura e multimédia. No ano passado, levou à Bienal de Veneza um muito elogiado "Peckham Pavillion" e o Guardian rendeu-se à "fabulosa" mostra de esculturas gigantes que no último Verão organizou no terraço com vista sobre Londres. Mais de 30 mil visitantes vieram a Peckham para a exposição, com reabertura prometida para Junho. O sucesso de Barry e o aparecimento de outras galerias, estúdios e residências de artistas levaram a imprensa a anunciar que o East End londrino tinha encontrado um rival, e talvez um sucessor, como novo núcleo da vanguarda artística. A jovem galerista não gosta de comparações - "cada lugar tem o seu carácter único" - e explica que o que a move "é garantir a cada artista condições para progredir". Outros seguem-lhe as pisadas. "Ela abriu caminho e mostrou que é possível", elogia William Jarvis, de 24 anos, de mãos marcadas de tinta, no terraço do edifício que alugou com dois amigos, junto a Rye Lane. Em três meses, os Sunday Painters transformaram com os próprios recursos, "um opressivo espaço de escritórios" em 12 estúdios e numa pequena galeria, que abrirá ao público no dia 13. "Aqui sentimos que temos algo a dizer", explica Jarvis, argumentando que, além das rendas baixas, "Peckham tem uma forte identidade cultural vibrante". Tirar os jovens da ruaA reconstrução cultural de Peckham tem também um sentido inverso. Instituições como a Camberwell Scholl of Arts e a South London Gallery, sediadas na zona, estão a desenvolver projectos para atrair as crianças e os jovens, os mais vulneráveis ao apelo das ruas. Uma abordagem em que o Teatro de Peckham foi pioneiro. "Quando os meus filhos eram pequenos, eu dava aulas e via tanto talento desperdiçado", recorda Teresa Early, a directora artística, hoje frequentada por 400 crianças que aprendem dança, sapateado e teatro. Nas férias, são organizados espectáculos, e os mais velhos podem completar ali a formação que os poderá levar ao conservatório. "Este é um projecto cultural, mas também social e político", explica esta actriz e encenadora, que iniciou o projecto em 1985, num bairro social no Norte de Peckham, "considerado o mais perigoso da Europa ocidental". Uma experiência que a leva a desdenhar a noção de que a sociedade britânica "está quebrada". O mais importante, sublinha, é criar alternativas, para que os jovens não tenham de escolher "entre passar o tempo num pequeno apartamento onde não há nada para fazer e a rua". Porque é aí que os problemas começam.
REFERÊNCIAS:
WikiLeaks implica altas figuras de Moçambique no tráfico de droga
Moçambique tornou-se o segundo lugar de África “mais activo para o trânsito de narcóticos”, depois da Guiné-Bissau, graças à cumplicidade entre traficantes e figuras ao mais alto nível em Maputo, diz um telegrama da Embaixada norte-americana em Moçambique revelado pela WikiLeaks. (...)

WikiLeaks implica altas figuras de Moçambique no tráfico de droga
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Moçambique tornou-se o segundo lugar de África “mais activo para o trânsito de narcóticos”, depois da Guiné-Bissau, graças à cumplicidade entre traficantes e figuras ao mais alto nível em Maputo, diz um telegrama da Embaixada norte-americana em Moçambique revelado pela WikiLeaks.
TEXTO: O tráfico em Moçambique atingia, em Setembro de 2009 – a data do telegrama divulgado pela WikiLeaks através do diário francês “Le Monde” – “uma tendência inquietante”, ainda que insuficente para chamar ao país “um narco-Estado corrompido”. “Ghulam Rassul Moti, traficante de haxixe e de heroína no Norte de Moçambique desde, pelo menos, 1993, reduziu consideravelmente o montante dos seus subornos aos funcionários locais para [passar a] pagá-los directamente aos dirigentes da Frelimo”, no poder desde a independência moçambicana em 1975, lê-se no documento. Segundo escreve a Embaixada dos Estados Unidos, o tráfico é controlado por dois moçambicanos de ascendência asiática, Mohamed Bachir Suleiman (identificado no telegrama como “MBS”) e Ghulam Rassul Moti, com a cumplicidade do actual Presidente, Armando Emílio Guebuza, e do antecessor, Joaquim Chissano, escreve o “Monde”. “MBS contribuiu grandemente para encher os cofres da Frelimo e forneceu um suporte financeiro significativo às campanhas eleitorais” de figuras do partido. A diplomacia norte-americana sustenta a acusação no caso da gestão do porto marítimo de Nacala, a mais de dois mil quilómetros a Norte de Maputo, referindo Celso Correia, presidente da empresa Insitec e próximo de Guebuza, como o homem por trás do tráfico de droga a partir daquela região. Segundo se lê no telegrama, os traficantes subornam a polícia, os serviços de imigração e os responsáveis pelas transferências aduaneiras para assegurar que a droga” proveniente do sudeste asiático entra “livremente no país”. Com destino ao mercado sul-africano e europeu, detalha um outro telegrama de 17 de Novembro do ano passado, a droga chega em Moçambique tanto a partir da Ásia como da América Latina. A cocaína entra por avião “a partir do Brasil”. Do Paquistão, Afeganistão e Índia chegam, por via marítima, haxixe, heroína e mandrax (droga com efeitos sedativos e receitada, nos anos 60, como medicamento).
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano Asiático
Polémica com cartazes racistas não abala UKIP
Partido continua a subir nas intenções de voto para as europeias. (...)

Polémica com cartazes racistas não abala UKIP
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 14 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-04 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140504170211/http://www.publico.pt/1634497
SUMÁRIO: Partido continua a subir nas intenções de voto para as europeias.
TEXTO: Um dedo que interpela quem passa e a sugestão da miséria que resulta das decisões urdidas pelos burocratas europeus. Os cartazes do UKIP postos na rua na semana passada não demoraram a tornar-se num dos casos do que promete ser uma das campanhas europeias mais acesas de que há registo. Conservadores, trabalhistas, activistas e internautas denunciaram o racismo latente da mensagem - já não contra os imigrantes negros ou asiáticos, mas contra as centenas de milhares de imigrantes vindos dos países mais pobres da UE. “26 milhões de pessoas na UE estão desempregadas. E atrás de que emprego andam eles?”, pergunta um dos cartazes, com um dedo em riste. Uma imagem que recorda a velha propaganda nacionalista de quem Farage, como quase todos os seus congéneres europeus, tenta afastar-se. Mais comedido, o outro cartaz mostra um operário, de botas e capacete, a pedir esmola na rua: “A política da UE em acção - os trabalhadores britânicos são os mais afectados pela ilimitada mão de obra”. A mensagem, recordou o jornal Independent, é quase igual à de um antigo cartaz do Partido Nacional Britânico (BNP, extrema-direita) em que se exigia “Empregos britânicos para os britânicos”. “O UKIP defende tudo aquilo que é pior no ser humano: o preconceito, o egoísmo e o medo”, disse ao jornal John Gummer, ex-ministro conservador e membro da cada vez mais reduzida ala pró-europeia dos tories. Para Nick Clegg, vice-primeiro-ministro e líder dos liberais-democratas, os cartazes “são o tipo de campanha desqualificada que seria de esperar do UKIP”. Mas outros decidiram levar mais a sério a ofensa e, segunda-feira, o Guardian noticiou que dirigentes dos três principais partidos estavam a ultimar uma campanha para denunciar o UKIP como um partido racista. “Não é menos ofensivo dizer que as famílias britânicas deviam recear que romenos se mudem para a casa do lado do que falar em nigerianos ou indianos”, disse ao jornal a ex-ministra trabalhista Barbara Roche. Nigel Farage respondeu que os cartazes “refletem a vida difícil de milhões de britânicos que tentam ganhar a vida fora da bolha de Westminster” e assegurou que não estava “nem ligeiramente” preocupado com a polémica. As sondagens parecem dar-lhe razão: depois de no início da semana um inquérito ter colocado o UKIP em primeiro lugar nas intenções de voto nas europeias, um estudo divulgado quinta-feira, já depois de um punhado de novas afirmações xenófobas de alguns dos seus candidatos, atribuiu ao partido 38% dos votos, a 11 pontos do Labour e a 20 dos tories. A mesma sondagem revela que um terço dos eleitores acham que o UKIP é um partido racista, mas 33% considera-o mais honesto do que as outras formações.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Não há consenso para questionar origem étnico-racial no próximo Censos
Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade reuniu-se com grupo de trabalho para discutir como recolher dados sobre discriminações e desigualdades. Questionado o facto da discussão sobre racismo estar sob alçada do Alto Comissariado para as Migrações (...)

Não há consenso para questionar origem étnico-racial no próximo Censos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 10 Ciganos Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade reuniu-se com grupo de trabalho para discutir como recolher dados sobre discriminações e desigualdades. Questionado o facto da discussão sobre racismo estar sob alçada do Alto Comissariado para as Migrações
TEXTO: Há falta de informação sobre os processos de discriminação e racismo em Portugal. Para colmatar essa lacuna é preciso recolher dados. Sobre isto houve acordo no grupo de trabalho formado pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade para debater o tema, reunido pela primeira vez esta segunda-feira. O que não é consensual é o facto de o próximo Censos 2021 ser um dos instrumentos para recolher esses dados – o que permitiria, por exemplo, saber qual a composição étnico-racial da população portuguesa. A reunião surge depois de, em Setembro, o então ministro Adjunto Eduardo Cabrita ter dito que o Governo estava a trabalhar com o Instituto Nacional de Estatística (INE) para que fosse incluído este tipo de informação no próximo Censos, como o fazem o Reino Unido, Brasil ou Estados Unidos. Já com a nova titular da pasta da Igualdade – Rosa Monteiro substituiu Catarina Marcelino quando Eduardo Cabrita mudou para Administração Interna – criou-se um grupo composto por académicos como Cristina Roldão, Marta Araújo, Rui Pena Pires, Jorge Malheiros ou Jorge Vala, pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM), pelo Observatório das Comunidades Ciganas (integrado no ACM), pelo SOS Racismo e pelo gabinete do Censos no INE, entre outros. Da reunião saiu o compromisso de serem integrados representantes das comunidades ciganas, afrodescendentes e asiáticas e de abrir este debate à sociedade em geral e aos grupos racializados, disseram a socióloga Cristina Roldão e o activista do SOS Racismo Mamadou Ba, do grupo de trabalho. Esta era uma reivindicação expressa no artigo colectivo que saiu no PÚBLICO, Recolha de dados étnico-raciais sim, mas com quem, como e para quê?, subscrito também por estes dois membros. As dezenas de signatários, entre grupos anti-racistas, cidadãos ou académicos, consideraram que a recolha de dados “poderá ser um passo sem precedentes no combate ao racismo e às desigualdades étnico-raciais na sociedade portuguesa” mas criticaram “a decisão unilateral do Governo em avançar com a proposta para os Censos 2021”, “sem concertação prévia com as comunidades racializadas”. Rosa Monteiro leu a carta “com atenção” e respondeu ao PÚBLICO ter a intenção de trabalhar “com todos”: “queremos construir uma estratégia de forma participada e integradora”. Reconhecendo que “há fenómenos de racismo, discriminação e desigualdade estrutural” em Portugal, afirmou que “é muito importante dar visibilidade" a "um problema” que é “de toda a sociedade”. Disse também: “Estamos a começar um caminho que já está atrasado”. O debate sobre a recolha de dados, recomendado pela ONU, organizações internacionais, reivindicado por movimentos sociais e activistas é antigo em Portugal. Embora refira que a recolha de dados étnico-raciais através do Censos é algo a que se opõe, o sociólogo Rui Pena Pires concorda que é preciso mais informação sobre os processos de discriminação mas “não sobre as pessoas”: “O Censos não me diz nada sobre discriminação na saúde, na justiça, permite medir mas não compreender”. Isso pode ser feito através de “inquéritos ou estudos”, defende. Para Jorge Malheiros, “em princípio” o Censos pode ser um bom instrumento para colmatar o défice de informação “desde que salvaguardados os riscos” do mau uso desses dados. Mas “deve haver um debate alargado” na sociedade sobre os prós e contras, refere. Na reunião foi debatido outro ponto “problemático”: o facto de esta discussão estar na pasta das migrações, ou seja, sob alçada do ACM. Isto porque, defende-se no artigo, as desigualdades étnico-raciais tocam várias áreas que extravasam “a competência restrita da política migratória”. Na reunião “ficou patente que existe grande dificuldade em pensar nas políticas de combate ao racismo fora das migrações”, lamenta Cristina Roldão, e “isto é um ponto de tensão neste debate”. “É preciso admitir de uma vez por todas que existem portugueses que são negros, são ciganos, não são migrantes”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Rosa Monteiro coloca de parte essa separação e refere que o ACM tem outras competências que passam pelo combate ao racismo. Embora concordem que o debate esteja a ser feito sob alçada do ACM porque é ele que tem essa pasta, tanto Jorge Malheiros como Rui Pena Pires admitem que o racismo saia da alçada das migrações. “O racismo deve ser tratado com a mesma autonomia que a discriminação por sexo, é uma questão de igualdade que não tem nada a ver com as questões da imigração”, diz Pena Pires. “As questões da interculturalidade e de discriminação racial e de base étnica podem estar noutra entidade. É preciso também fazer este debate”, acrescenta Jorge Malheiros. Mamadou Ba conclui dizendo que, no final, espera que “o Estado assuma a sua responsabilidade quando o relatório for produzido e o traduza em políticas públicas”. O grupo irá produzir uma recomendação ao INE, reunindo mensalmente até pelo menos Outubro.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Suu Kyi defende prisão de jornalistas da Reuters na Birmânia
Líder de facto do país disse que os repórteres que investigavam massacre de rohingyas “não foram presos por ser jornalistas”, mas porque “violaram a lei”. (...)

Suu Kyi defende prisão de jornalistas da Reuters na Birmânia
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento -0.05
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Líder de facto do país disse que os repórteres que investigavam massacre de rohingyas “não foram presos por ser jornalistas”, mas porque “violaram a lei”.
TEXTO: A líder de facto da Birmânia disse esta quinta-feira que o país podia ter lidado melhor com a crise dos rohingya, num momento em que enfrenta pressões internacionais sobre atrocidades cometidas sobre aquela minoria muçulmana. "Em retrospectiva, a situação poderia ter sido melhor tratada", afirmou Aung San Suu Kyi no Fórum Económico da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que decorre em Hanói, no Vietname. A prémio Nobel da Paz é directamente visada num relatório da ONU, no qual se lamenta que Suu Kyi não tenha usado a sua "autoridade moral" para tentar impedir a campanha do exército e das milícias budistas, que obrigou à fuga de mais de 700 mil rohingyas para o Bangladesh. Suu Kyi disse ainda que os dois repórteres da agência de notícias Reuters, condenados por investigarem o massacre dos rohingya, não foram condenados por serem jornalistas, mas porque violaram a lei. "Eles não foram presos por serem jornalistas", mas porque "o tribunal decidiu que eles violaram a lei", disse, comentando pela primeira vez o julgamento de 4 de Setembro, no qual Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27, foram condenados por violação da “lei dos segredos oficiais”, uma lei de 1923. Os dois foram detidos em Dezembro e acusados de terem recebido “importantes documentos secretos” de dois polícias que tinham estado no estado de Rakhine, onde as forças de segurança são acusadas de assassínios em massa de rohingya. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A 10 de Setembro, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, apelou para a criação de um organismo internacional independente para reunir provas sobre os crimes mais graves cometidos contra os rohingyas na Birmânia. Na primeira intervenção perante o Conselho de Direitos Humanos, Bachelet “saudou os esforços dos Estados para criar um mecanismo internacional independente (. . . ) destinado a recolher, consolidar, preservar e analisar as provas dos mais graves crimes internacionais, a fim de acelerar o processo perante os tribunais nacionais e internacionais”. Michele Bachelet explicou que o objectivo é complementar e apoiar o trabalho do Tribunal Penal Internacional (TPI), que já se declarou competente para investigar a deportação da minoria muçulmana e que poderá constituir um crime contra a humanidade.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Um vídeo que conta a história de duas campanhas
Depois da derrota nas primárias de 2008, Hillary Clinton tenta afastar a imagem de uma candidata que tem a vitória no bolso. (...)

Um vídeo que conta a história de duas campanhas
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois da derrota nas primárias de 2008, Hillary Clinton tenta afastar a imagem de uma candidata que tem a vitória no bolso.
TEXTO: A notícia da candidatura de Hillary Clinton à Casa Branca era um segredo tão bem guardado como os primeiros episódios da 5. ª temporada da série "A Guerra dos Tronos", mas se o anúncio em si não foi uma surpresa, o conteúdo da mensagem apanhou muita gente desprevenida. Num vídeo com dois minutos e 18 segundos, Clinton recua para segundo plano e surge apenas na parte final, não como "a escolhida", com um direito divino a ocupar a Presidência dos EUA, mas como uma cidadã comum, que tem um plano para o bem-estar colectivo: ajudar os seus compatriotas a realizar os seus próprios planos. E os seus compatriotas estão lá quase todos representados, cada um com uma história de desafio pessoal, preparados para lutar e vencer: os dois irmãos hispânicos que estão a abrir um restaurante (e que não falam em inglês); a jovem mãe que cuidou do filho durante cinco anos e está agora preparada para voltar a trabalhar fora de casa; o casal de negros que aguarda o nascimento do seu primeiro bebé; a asiática recém-licenciada que tenta dar os primeiros passos no mercado de trabalho; o casal gay que vai casar-se este Verão; e Hillary Clinton, que também está preparada para uma mudança na sua vida: "Candidatei-me à Presidência. "Ouvir as palavras de Clinton no vídeo divulgado no domingo é como espreitar pelo buraco da fechadura da sua campanha, para se ter uma ideia da mensagem principal. De acordo com os seus conselheiros, citados pelo The New York Times, a aposta mais segura contra as investidas do Partido Republicano não é distanciar-se de Barack Obama, mas prometer "um novo capítulo" para potenciar as vitórias do actual Presidente – se Obama conseguiu consertar a economia, Clinton vai encurtar as diferenças que ainda existem entre ricos e pobres. Depois do falhanço da primeira candidatura nas primárias do Partido Democrata, em 2008, contra um senador do Illinois transformado em fiel depositário de todos os sonhos americanos, Hillary Clinton começou este segundo teste de uma forma radicalmente diferente – compreendeu que nada na política é inevitável e garantido, e aparece agora, em 2015, com a postura de quem olha para a Casa Branca como um meio e não como um fim. "É um reflexo do que os seus conselheiros têm dito nos últimos meses: ela não vai dar como adquirida a nomeação do Partido Democrata, apesar de ter uma vantagem de cerca de 50 pontos percentuais nas sondagens. Também era favorita há oito anos, e foi surpreendida pelo então senador Barack Obama", escreve no The Wall Street Journal a repórter Laura Meckler, especialista em política norte-americana. Compare-se esta análise com o primeiro parágrafo de um texto assinado em Maio de 2008 pelo antigo director-adjunto do The Washington Post, Eugene Robinson: "Desde o início, Hillary Clinton tem feito campanha como se a nomeação pelo Partido Democrata fosse dela por direito divino. É por isso que tem ficado aquém das expectativas – e é por isso que deveria ser persuadida a desistir agora, antes de dividir o partido por uma questão racial devido ao seu sentimento majestático de que tem esse direito [a ser nomeada pelo Partido Democrata]. "Nessa época, quando se sentou num sofá da sua mansão em Chappaqua para anunciar que iria lutar pela nomeação do Partido Democrata, o resultado foi um vídeo mau de mais – confrangedor quando comparado com a máquina avassaladora em que se transformaria a campanha mediática de Barack Obama, especialmente junto dos eleitores mais jovens. Enquanto o rapper e produtor musical conhecido como will. i. am punha estrelas como Scarlett Johansson ou John Legend a cantar "Yes We Can" em nome de Obama, Hillary Clinton confiava apenas no próprio rosto para convencer os eleitores de que era ela quem devia lutar contra o candidato do Partido Republicano nas eleições gerais. Na gravação feita em Janeiro de 2007 – e ao contrário do vídeo lançado no domingo passado –, Hillary não se limitou a aparecer apenas no fim. Nem apenas no início. Ao todo, um minuto e 43 segundos preenchidos apenas com o seu rosto e as suas palavras. Do princípio ao fim, num vídeo captado com uma câmara incapaz de se manter imóvel por um segundo e que parecia estar montada numa ventoinha – como apontou Todd VanDerWerff, editor de Cultura do site Vox. "O 'trailer da campanha presidencial' é um fenómeno relativamente recente. Basta olhar para o vídeo do anúncio de Clinton na campanha de 2008, que é impressionantemente mau", escreve VanDerWerff.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Condenação de governador por blasfémia mostra maior intolerância na Indonésia
Pena dura, e surpreendente, para o Governador de Jacarta, que foi imediatamente preso. (...)

Condenação de governador por blasfémia mostra maior intolerância na Indonésia
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.5
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pena dura, e surpreendente, para o Governador de Jacarta, que foi imediatamente preso.
TEXTO: A condenação do ainda governador de Jacarta por um tribunal indonésio por blasfémia está a ser vista como um passo preocupante em direcção a menos tolerância religiosa no país com maior população muçulmana do mundo. O ainda governador, derrotado nas últimas eleições mas que deveria manter-se no cargo até Outubro, foi condenado a uma pena mais dura do que a pedida pela acusação e levado imediatamente para a prisão de Cipinang, onde estão criminosos de delito comum, traficantes de droga e violadores. Basuki Tjahaja Purnama, conhecido por “Ahok”, pertence a uma dupla minoria: é cristão e de origem chinesa. Foi acusado do crime de blasfémia por ter feito comentários durante a campanha para desacreditar os seus opositores que argumentavam que muçulmanos não deveriam votar em não muçulmanos, invocando o Corão. Um vídeo editado circulou e provocou protestos e manifestações contra o governador, que foram usados pelos rivais. "Ahok", que assumiu o cargo em 2014 quando o então governador Joko Widodo foi eleito Presidente, enfrentou protestos por não ser muçulmano, mas estes subsistiram e o responsável era tido como um político competente e não corrupto. Mas a polémica sobre o Corão foi o suficiente para que, de favorito nas eleições de Abril, "Ahok" passasse a derrotado – acabou por perder com 16 pontos percentuais de diferença para o vencedor, Anies Baswedan, que tomará posse em Outubro. Isto apesar de ter garantido não querer ofender o Corão ou os muçulmanos e ter feito um contrito pedido de desculpas. A pena pedida pelo Ministério Público era de dois anos, suspensa, o que pouparia o governador a prisão efectiva. A pena aplicada foi surpreendente por ser mais dura – dois anos de prisão efectiva. O caso era visto como um teste para a tolerância religiosa na Indonésia. “Se se apela aos indonésios para promoverem a sua identidade como membros da Ummah [comunidade de crentes] antes da de eleitores, isso quer dizer que a identidade religiosa ameaça sobrepor-se à cidadania como principal princípio organizador”, comentava na emissora pan-árabe Al-Jazira Dina Afrianty, investigadora de Religião e Política da Universidade Católica da Austrália. Organizações de direitos humanos como a Amnistia Internacional ou a Human Rights Watch (HRW) manifestaram preocupação. “É assustador”, comentou Andreas Harsono, investigador da HRW na Indonésia, citado pelo diário norte-americano The New York Times. “Se alguém como 'Ahok', um aliado do Presidente, o governador da maior e mais complexa cidade indonésia, pode ser derrubado e humilhado deste modo, o que poderá acontecer ao cidadão indonésio normal?”, pergunta. O medo de falar vai aumentar especialmente entre minorias e muçulmanos moderados, antevê. A analista Charlotte Setijadi, do ISEAS-Yusof Ishak Institute de Singapura, fala ainda de “uma mensagem intimidante para aspirantes a políticos de outras minorias étnicas ou religiosas”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Na Indonésia, para além dos cerca de 190 milhões de muçulmanos numa população de 250 milhões há várias minorias religiosas como cristãos, hindus e budistas. Gozam de protecção constitucional, mas nos últimos anos, um movimento muçulmano radical tem vindo a somar pequenas vitórias, especialmente a nível de leis locais. Ao Parlamento, propuseram leis para banir o álcool em todo o país, proibir sexo entre pessoas do mesmo sexo ou criminalizar sexo entre pessoas não casadas. A lei da blasfémia foi criada em 1965 mas nas décadas seguintes foi aplicada pouquíssimas vezes: houve dez condenações entre 1965 e 1998, durante a presidência de Suharto (quando a liberdade de expressão era muito restrita). Já entre 2005 e 2014 a Amnistia registou pelo menos 106 condenações por blasfémia. “O veredicto vai afectar a reputação da Indonésia como um país tolerante”, declarou Champa Patel, director da AI para o Sudeste Asiático e Pacífico.
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN
Emmys 2018: este ainda é o mundo de A Guerra dos Tronos, mas é o Netflix que ocupa mais espaço
Plataforma de streaming foi a mais nomeada pela primeira vez, batendo a HBO. Academia nomeou Anthony Bourdain, Stranger Things, Westworld, Atlanta, Stephen Colbert ou O Assassinato de Versace. (...)

Emmys 2018: este ainda é o mundo de A Guerra dos Tronos, mas é o Netflix que ocupa mais espaço
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.049
DATA: 2018-07-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Plataforma de streaming foi a mais nomeada pela primeira vez, batendo a HBO. Academia nomeou Anthony Bourdain, Stranger Things, Westworld, Atlanta, Stephen Colbert ou O Assassinato de Versace.
TEXTO: Pela primeira vez, o Netflix tem mais nomeações para os Emmys do que a gigante da televisão convencional, a HBO. Mas A Guerra dos Tronos continua a vencer a batalha da série, com mais nomeações num ano em que os mais importantes prémios da televisão dos EUA que o mundo vê só reconheceram novos valores na comédia e deram pouca atenção a Twin Peaks. E em que o seu enamoramento caseiro por This Is Us deu lugar a uma atracção por American Crime Story: O Assassinato de Versace. Da longa lista de nomeações apresentadas esta quinta-feira em Los Angeles pelos actores Samira Wiley e Ryan Eggold sobressaem os números: o Netflix teve 112 nomeações e a HBO 108. É a primeira vez em 18 anos que a HBO, símbolo de um modo de produção dos anos 1990 e 2000, mais selectivo, e sinónimo de qualidade, não lidera as nomeações. A diferença é parca mas mostra a rápida aproximação do mundo do streaming ao mundo da TV por subscrição. Surge nos mesmos dias em que a HBO anunciava querer ser mais como o Netflix, produzir mais, e ocupar mais espaço, numa altura em que a febril produção do Netflix dá frutos, com séries de prestígio como The Crown e Stranger Things a bisarem presenças na lista das candidatas ao título de melhor série. Isto depois de em 2017 The Handmaid’s Tale ter sido a primeira produção streaming (mas do Hulu, que não opera em Portugal) a receber o mais importante prémio da Academia de Artes e Ciências Televisivas. Como resume Daniel D'Addario na Variety, este saldo dos Emmys "ratificou uma coisa que era quase oficial há algum tempo: o Netflix é, presentemente, uma força dominante na televisão". A Guerra dos Tronos (SyFy e TVSéries), uma das mais populares séries do planeta, está novamente elegível (eram candidatos todos os programas estreados entre 1 de Junho de 2017 e 31 de Maio de 2018 e no ano passado, por se ter estreado nesse período, a temporada de 2017 da série não foi mencionada nos 69. ºs Emmy). A sua presença muda a corrida, como a sua ausência também a moldou. Primeiro porque há quem defenda, como escreve a crítica de TV do New York Times Margaret Lyons, que A Guerra dos Tronos "não é a 'melhor' em nenhuma das suas categorias, é só a 'mais'", a maior. A sua dimensão é parte do seu fenómeno e os Emmys são, como todos os prémios, uma mistura de gostos e outros factores, mas sobretudo uma instituição pouco conotada com o risco. The Handmaid’s Tale, que parte do livro de Margaret Atwood e cuja temática tirou o fôlego aos espectadores na era Trump, fez história tanto justa quanto circunstancialmente em 2017 na ausência de A Guerra dos Tronos. Elogiada pela crítica e com uma gravidade que os Tronos não têm, continuam a competir de perto. Se o épico de fantasia baseado nos livros de George R. R. Martin foi novamente o mais nomeado, teve apenas três menções na actuação (Lena Headey, Peter Dinklage e Nikolaj Coster-Waldau como secundários) e muitas nas chamadas categorias técnicas. O peso da televisão solene de Westworld (TVSéries) e sua interrogação de humanidade, andróides e consciência, ou do totalitarismo sexual de The Handmaid’s Tale (Nos Play), vem com mais reconhecimento na interpretação – têm cinco e seis nomeações para os seus actores, respectivamente, entre Evan Rachel Wood e Ed Harris até às vencedoras de 2017, Elisabeth Moss e Ann Dowd. Na lista das séries mais nomeadas surgem depois Saturday Night Live (com vários nomeados pelos seus sketches semanais, entre os quais Alec Baldwin pela sua caricatura de Donald Trump) e Westworld (HBO), com 21 nomeações, e a segunda temporada de The Handmaid’s Tale, com 20. Vistos assim, estes parecem ser os Emmys dos consagrados dos últimos anos, sem novas séries candidatas no drama, e também os prémios de fim de festa, com a despedida dos subvalorizados The Americans (Fox Crime). Os seus protagonistas, Matthew Rhys e Keri Russell, foram nomeados, e é também a última vez que Claire Foy e Matt Smith, protagonistas de The Crown, puderam ser e foram nomeados. Uma recém-chegada no drama (ainda sem estreia em Portugal), Killing Eve (HBO), não conseguiu a nomeação na mais desejada categoria, mas deu à sua protagonista Sandra Oh a primeira nomeação de actriz principal para uma asiática. É na comédia que este ano estão nomeadas novas séries – três. Barry (HBO/TVSéries), The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon) e Glow (Netflix) são os novos talentos que competem com a segunda temporada de Atlanta, de e com Donald Glover, a aposta segura que obteve 16 nomeações, o maior número da comédia e que em Portugal passa na Fox Comedy. Nela competem ainda a HBO com Curb Your Enthusiasm – Calma Larry e Silicon Valley, Unbreakable Kimmy Schmidt do Netflix e Black-ish. Glover, Bill Hader (Barry), Larry David (Curb Your Enthusiasm), Ted Danson (The Good Place), Rachel Brosnahan (Mrs. Maisel), Issa Rae (Insecure) e Pamela Adlon (Better Things) são alguns dos nomeados entre os protagonistas da comédia. Tal como A Guerra dos Tronos, também a ausência de Veep, a vencedora dos últimos anos na comédia, abriu espaço para novos nomes depois de a sua produção ter sido suspensa pelo cancro de Julia Louis-Dreyfus, que tem já oito Emmys. Os 70. ºs Emmys reforçaram a tendência que nos últimos anos revalorizou categorias antes consideradas de segunda como o telefilme, a mini-série e até o documentário. Uma das relativas surpresas foi a atenção dada à série de antologia/mini-série sobre o homicídio do designer de moda Gianni Versace, uma criação feérica sobre homofobia e psicose que a Fox transmitiu em Portugal e que a Academia brindou com 18 nomeações (entre as quais seis para os seus actores, como Penélope Cruz ou o protagonista Darren Criss). Nas séries de duração limitada foram também reconhecidas Godless (Netflix) ou Genius (National Geographic), cujo protagonista Antonio Banderas está nomeado como melhor actor nesta secção. David Lynch foi nomeado pela escrita e realização no seu regresso a Twin Peaks (TVSéries), uma série que encimou as listas de muitas publicações como uma das melhores de 2017 e que está a ser apontada como uma das faltas a marcar nestes 70. ºs Emmys (Mindhunter, Killing Eve e Orange is the New Black são outras ausências notadas). Kyle MacLachlan e Laura Dern não foram nomeados por Twin Peaks, mas a actriz é candidata pelo seu protagonismo no telefilme The Tale, outra produção HBO, que também viu nomeados Paterno e Fahrenheit 451. A força dos talk shows de comentário noticioso é confirmada pela forte presença dos nomeados na televisão portuguesa, via SIC Radical e RTP, com Stephen Colbert, John Oliver ou Trevor Noah candidatos ao Emmy pelos seus programas. A única mulher candidata ao Emmy nesta categoria é Samantha Bee com o seu Full Frontal, e é uma de dois nomeados cujas polémicas recentes não afectaram a sua candidatura – ela por ter insultado Ivanka Trump, e Jason Bateman, nomeado por Ozark apesar de uma breve controvérsia MeToo por ter minorado as queixas da sua colega Jessica Walter quanto a Jeffrey Tambor nas filmagens de Arrested Development. Estes são também os Emmys que nomearam postumamente Anthony Bourdain, cuja morte em Junho abalou o meio e que estava a filmar o programa Parts Unknown para a CNN quando do seu suicídio. Os nomeados nas principais categorias:Melhor série dramáticaA Guerra dos Tronos (HBO/SyFy)The Handmaid's Tale (Hulu/Nos Play)The Americans (FX/FoxCrime)This Is Us (NBC/FoxLife)The Crown (Netflix)Stranger Things (Netflix)Westworld (HBO/TVSéries)Melhor actor numa série dramáticaSterling K. Brown - This Is UsMilo Ventimiglia -This Is UsMatthew Rhys - The AmericansJeffrey Wright - WestworldEd Harris - WestworldJason Bateman - OzarkMelhor actriz numa série dramáticaElisabeth Moss - The Handmaid's TaleClaire Foy - The CrownKeri Russell - The AmericansEvan Rachel Wood - WestworldSandra Oh - Killing EveTatiana Maslany - Orphan BlackMelhor actor secundário numa série dramáticaDavid Harbour - Stranger ThingsPeter Dinklage - A Guerra dos TronosNikolaj Coster-Waldau - A Guerra dos TronosMandy Patinkin - Segurança NacionalJoseph Fiennes - The Handmaid's TaleMatt Smith – The CrownMelhor actriz secundária numa série dramáticaMillie Bobby Brown - Stranger ThingsLena Headey - A Guerra dos TronosAlexis Bledel - The Handmaid's TaleAnn Dowd - The Handmaid's TaleYvonne Strahovski - The Handmaid's TaleThandie Newton - WestworldVanessa Kirby - The CrownMelhor série de comédiaAtlanta (FX/TVSéries)The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon)Barry (HBO/TVSéries)GLOW (Netflix)Black-ish (ABC/Fox Comedy)Silicon Valley (HBO/TvSéries)Curb Your Enthusiasm (HBO)Unbreakable Kimmy Schmidt (Netflix)Melhor actor numa série de comédiaDonald Glover - AtlantaWilliam H. Macy - ShamelessBill Hader - BarryTed Danson - The Good PlaceLarry David - Curb Your EnthusiasmAnthony Anderson - Black-ishMelhor actriz numa série de comédiaRachel Brosnahan - The Marvelous Mrs. MaiselAllison Janney - MomTracee Ellis Ross - Black-ishIssa Rae - InsecurePamela Adlon - Better ThingsLily Tomlin - Grace and FrankieMelhor actor secundário numa série de comédiaBrian Tyree Henry - AtlantaLouie Anderson - BasketsHenry Winkler - BarryAlec Baldwin - Saturday Night LiveKenan Thompson – Saturday Night LiveTony Shalhoub - The Marvelous Mrs. MaiselTituss Burgess - Unbreakable Kimmy SchmidtMelhor actriz secundária numa série de comédiaZazie Beetz - AtlantaLaurie Metcalf – RoseanneLeslie Jones - Saturday Night LiveAlex Borstein - The Marvelous Mrs. MaiselBetty Gilpin - GLOWAidy Bryant - Saturday Night LiveKate McKinnon - Saturday Night LiveMegan Mullally - Will and GraceAmerican Crime Story: O Assassinato de Versace (FX/FoxLife)Godless (Netflix)Patrick Melrose (Showtime)Genius: Picasso (National Geographic)The Alienist (TNT)Black Mirror: USS Callister (Netflix)Paterno (HBO/TVCine)The Tale (HBO/TVCine)Fahrenheit 451 (HBO)Flint (Lifetime)Melhor actor num telefilme ou série limitadaBenedict Cumberbatch - Patrick MelroseJeff Daniels -The Looming TowerDarren Criss - American Crime Story: O Assassinato de VersaceAntonio Banderas - Genius: PicassoJohn Legend - Jesus Christ SuperstarJesse Plemons - Black Mirror: USS CallisterMelhor actriz num telefilme ou série limitadaLaura Dern - The TaleJessica Biel - The SinnerMichelle Dockery - GodlessSarah Paulson - American Horror Story: CultEdie Falco - Law & Order True Crime: The Menendez MurdersRegina King - Seven SecondsMelhor actor secundário num telefilme ou série limitadaJeff Daniels - GodlessRicky Martin - American Crime Story: O Assassinato de VersaceFinn Wittrock - American Crime Story: O Assassinato de VersaceEdgar Ramírez -American Crime Story: O Assassinato de VersaceMichael Stuhlbarg - The Looming TowerBrandon Victor Dixon - Jesus Christ SuperstarJohn Leguizamo - WacoMelhor actriz secundária num telefilme ou série limitadaMerritt Wever - GodlessPenelope Cruz - American Crime Story: O Assassinato de VersaceJudith Light - American Crime Story: O Assassinato de VersaceLetitia Wright – Black Museum: Black MirrorSara Bareilles - Jesus Christ SuperstarLast Week Tonight with John Oliver (HBO/RTP)The Late Show with Stephen Colbert (CBS/SIC Radical)The Late Late Show with James Corden (CBS/SIC Radical)Full Frontal with Samantha Bee (TBS)The Daily Show with Trevor Noah (Comedy Central/RTP)Anthony Bourdain: Parts Unknown (CNN)My Next Guest Needs No Introduction with David Letterman (Netflix)Leah Remini: Scientology and the Aftermath (A&E)StarTalk With Neil deGrasse Tyson (National Geographic)Vice (HBO)Melhor documentário ou série de não-ficçãoWild Wild Country (Netflix)The Defiant Ones (HBO)The Fourth Estate (Showtime)American Masters (PBS)Planeta Azul II (BBC America/RTP1)Melhor especial documentárioIcarus (Netflix)Jim & Andy: The Great Beyond (Netflix)Mister Rogers: It's You I Like (PBS)Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. The Zen Diaries Of Garry Shandling (HBO)Spielberg (HBO)Notícia corrigida às 10h46 de 13 de Julho: informação sobre exibição em Portugal da série Atlanta
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