Secretária de Estado do Turismo desafia grupo Alibaba a usar Portugal como “cobaia”
Ana Mendes Godinho encerrou hoje a primeira conferência do grupo chinês em Portugal, em que foi formalizada um “acordo de desenvolvimento estratégico” entre a AICEP e o Alibaba (...)

Secretária de Estado do Turismo desafia grupo Alibaba a usar Portugal como “cobaia”
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ana Mendes Godinho encerrou hoje a primeira conferência do grupo chinês em Portugal, em que foi formalizada um “acordo de desenvolvimento estratégico” entre a AICEP e o Alibaba
TEXTO: A Secretária de Estado de Turismo, Ana Mendes Godinho, desafiou hoje o grupo chinês Alibaba – conglomerado que tem hoje 601 milhões de consumidores activos – a usar o território nacional como teste para o resto da Europa. “Portugal está a ser cada vez mais o lugar, o país, não só para visitar, como para investir, para viver, mas também, diria, para testar produtos e como porta de entrada da Europa. Por isso, por favor, usem-nos, como porta de entrada, como cobaias [“guinea pig”, sic] para testar a forma de entrarem na Europa”. A governante encerrou esta quinta-feira, 29 de Novembro, a primeira conferência oficial do grupo Alibaba em Portugal, que decorreu durante a manhã no Museu do Oriente, em Lisboa. No encontro foi subscrita uma parceria estratégica entre a AICEP e o grupo chinês - por Luís Castro Henriques e João Dias, respectivamente presidente e vice-presidente da AICEP e por Rodrigo Cipriani Foresio, director geral do grupo Alibaba para Itália, Espanha, Portugal e Grécia e Kevin Liu, “country manager” da Alibaba Cloud para o sul da Europa. O acordo contempla que a agência institucional portuguesa para o investimento e promoção externa de Portugal apoie “empresas portuguesas a exportarem via Alibaba” para o mercado chinês. “Nós queremos crescer mais, sabemos que podemos crescer muito mais”, disse Ana Mendes Godinho, “e foi por isso que reforçámos a nossa equipa na China, para aprofundar [a presença portuguesa] no mercado chinês”. A secretária de Estado do Turismo recordou os passos mais recentes: “temos várias parcerias com operadores chineses online e offline; temos o exemplo da página online da Fliggy [portal de viagens e turismo do grupo Alibaba] dedicada a Portugal, mas também tornámos mais fácil, por exemplo, a compra de produtos portugueses, sobretudo através do e-Tax Free, que lançámos este ano, que torna mais fácil comprar produtos em Portugal, e que pode ser usado também com a Alipay [sistema de pagamentos do grupo Alibaba, que tem agora uma parceria com o Millennium BCP]”. “Esta é, também, uma forma de ajudar os turistas chineses que vêm a Portugal”, sublinhou. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ana Mendes Godinho foi mais clara, para uma audiência de empresários, gestores da banca e jornalistas. Falando directamente para Terry von Bibra, director-geral do grupo Alibaba para a Europa, a governante portuguesa pediu: “O meu desafio seria: por favor, façam de nós um país de teste, de piloto para testar Europa”. Desvendando um pouco no que a parceria estratégica hoje firmada pela AICEP e pelo Alibaba poderá culminar, afirmou” vamos fazer esta plataforma dedicada a Portugal com a Alibaba com esta abordagem global, não só em turismo, não só em comércio, mas integralmente, fazendo a imagem e a marca Portugal uma marca importante no Alibaba”. “Penso que o ecommerce e o digital são agora o que as rotas marítimas eram há 500 anos. Por isso, usem-nos, nós fomos os exploradores, vocês estão a ser os exploradores [agora] - vamos fazer esta joint-venture e usemos o melhor que temos da Alibaba e de Portugal” . Acredita a secretária de Estado do Turismo português que “daqui a um ano estarão a dizer que Portugal é um case study de como colocar toda a indústria em conjunto, vendendo em conjunto, sob uma grande marca-chapéu que é Portugal”. “Portanto Terry [von Briba], contem connosco, nós estamos cá para vós” e “faremos tudo para que isto aconteça”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês
Hackers roubaram conversas entre diplomatas da União Europeia durante anos
Empresa que detectou a operação diz que o ataque está ligado ao Governo chinês. Segurança das redes europeias posta em causa. (...)

Hackers roubaram conversas entre diplomatas da União Europeia durante anos
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Empresa que detectou a operação diz que o ataque está ligado ao Governo chinês. Segurança das redes europeias posta em causa.
TEXTO: Milhares de telegramas diplomáticos da União Europeia foram roubados nos últimos anos por hackers com aparentes ligações ao Governo chinês, noticia esta quarta-feira o jornal New York Times. Os documentos revelam com mais pormenor o nervosismo com que a Administração Trump é vista a partir de Bruxelas e incluem conversas em que o Presidente chinês, Xi Jinping, surge decidido a enfrentar Washington. Segundo o jornal, o conteúdo dos telegramas não é tão comprometedor como os dos que foram revelados pela WikiLeaks em 2010 e 2016, do Departamento de Estado dos EUA e do Comité do Partido Democrata norte-americano, respectivamente. Mas a operação "põe em evidência a protecção notavelmente fraca das comunicações de rotina entre representantes da União Europeia após anos de divulgações embaraçosas de documentos governamentais em todo o mundo". Numa das comunicações, os diplomatas descrevem o encontro em Helsínquia entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o Presidente russo, Vladimir Putin, como "um sucesso (pelo menos para Putin)". Noutro telegrama, sobre a cimeira UE-China que decorreu em Julho passado, os diplomatas dizem que o Presidente chinês, Xi Jinping, disse que o "bullying" de Trump a Pequim parece "um combate de pugilismo sem regras". "A China não irá submeter-se ao bullying dos Estados Unidos mesmo que uma guerra comercial prejudique toda a gente", terá dito o Presidente chinês. Segundo o New York Times, o ataque foi detectado pela empresa Area 1, fundada por antigos funcionários da Agência de Segurança Nacional norte-americana. "Depois de mais de uma década de experiência no combate a operações chinesas, não há dúvidas de que esta campanha está ligada ao Governo chinês", disse Blake Darche, um dos especialistas da Area 1. A empresa acredita que os hackers trabalharam ao serviço da Força de Apoio Estratégico do Exército chinês, uma unidade de elite do Governo. Os responsáveis da União Europeia ouvidos pelo New York Times dizem que as comunicações mais sensíveis estão guardadas numa rede mais segura, e que a protecção das comunicações de rotina está a ser reforçada. A empresa norte-americana diz que no ataque em causa foi usada uma técnica básica, que depende muito mais da falta de rotinas de segurança dos utilizadores do que de conhecimentos sofisticados por parte dos atacantes. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "As pessoas falam muito sobre hackers sofisticados, mas não houve nada de sofisticado neste ataque", disse Oren Falkowitz, director da Area 1. Segundo a empresa, os hackers entraram nos sistemas de Chipre através de uma comum operação de phishing dirigida a diplomatas locais, em que estes responsáveis foram levados a introduzir informações pessoais (como palavras-passe) em páginas criadas para serem confundidas com sites oficiais, por exemplo. A partir dos sistemas cipriotas, os atacantes conseguiram ter acesso às palavras-passe necessárias para entrarem nas bases de dados da União Europeia.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA UE
Representante de Taiwan escreve a Marcelo: "A República da China é um país soberano democrático"
Na Declaração Conjunta no âmbito da visita do Presidente chinês, Portugal reafirma "a continuada adesão ao princípio 'Uma só China'". (...)

Representante de Taiwan escreve a Marcelo: "A República da China é um país soberano democrático"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento -0.25
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na Declaração Conjunta no âmbito da visita do Presidente chinês, Portugal reafirma "a continuada adesão ao princípio 'Uma só China'".
TEXTO: O representante de Taiwan em Portugal, Raymond Wang, enviou nesta quarta-feira uma carta ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa a sublinhar a soberania da República da China, país “fundado em 1911”. A carta surge na sequência da confirmação, no documento oficial que selou a visita do Presidente chinês Xi Jinping, de que Portugal reconhece que Taiwan faz parte do território da República Popular da China. “As duas partes reiteraram o respeito pela soberania e integridade territorial de Portugal e da China. (. . . ) Portugal reafirmou a continuada adesão ao princípio “Uma só China”, bem como o apoio à posição chinesa na questão de Taiwan”, lê-se na Declaração Conjunta entre e República Portuguesa e a República Popular da China sobre o Reforço da Parceria Estratégica Global, publicada no site da Presidência portuguesa. “A República da China (Taiwan) é um país soberano democrático, fundado em 1911, possui o seu próprio Governo, no qual o povo goza dos seus plenos direitos. É um Estado de Direito e um membro responsável na comunidade internacional, onde respeita os direitos humanos. A República da China (Taiwan) nunca pertenceu à República Popular da China”, diz a carta do representante de Taiwan, datada de 5 de Dezembro. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Portugal manteve laços diplomáticos com a República da China (Taiwan) — fundada em 1911 por Chiang Kai-shek, após a derrota das forças comunistas na China continental — até 1979, ano em que reconheceu o Governo de Pequim e estabeleceu laços com a República Popular da China. Desta forma, Taiwan não tem em Portugal uma embaixada e um embaixador, mas sim uma representação e um representante. O representante Wang prossegue recordando ao Presidente da República iniciativas de cooperação de Taiwan em Portugal, por exemplo a ajuda “às vítimas dos incêndios de 2017, através da Fundação Tzu Chi, uma fundação de ajuda humanitária reconhecidas pelas Nações Unidas”. “Um exemplo para demonstrar a amizade [de Taiwan] e vontade de ajudar pessoas que precisam e desta forma fazer a sua contribuição para a comunidade internacional”, diz a carta que termina pedindo a Marcelo Rebelo de Sousa a “melhor atenção para este assunto”. Contactada pelo PÚBLICO, a Presidência da República disse “ainda não ter recepcionado” qualquer carta. Quando esta for recebida, analisa-se o remetente e pondera-se a resposta em coordenação com o Governo, que é quem define a política externa portuguesa. com Leonete Botelho
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos ajuda comunidade chinês humanitária
Xi Jinping chega a Lisboa com OPA em compasso de espera
Presidente chinês visita Portugal com a OPA sobre a EDP envolta em incertezas e várias contas de subtrair aos lucros da empresa em cima da mesa. (...)

Xi Jinping chega a Lisboa com OPA em compasso de espera
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente chinês visita Portugal com a OPA sobre a EDP envolta em incertezas e várias contas de subtrair aos lucros da empresa em cima da mesa.
TEXTO: Com o anúncio preliminar da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) sobre a EDP a entrar no sétimo mês, e sem que, aparentemente, se tenham desatado os nós regulatórios que pairam sobre a operação, o presidente chinês Xi Jinping chega a Lisboa com uma agenda voltada, entre outros temas, para o reforço da “amplitude da cooperação pragmática” entre os dois países, conforme descreveu o líder chinês no artigo de opinião que publicou no Diário de Notícias e no Jornal de Notícias no passado domingo. Com temas pendentes entre a eléctrica liderada por António Mexia e o Governo, será curioso ver como irá este pragmatismo aplicar-se ao assunto EDP, de que o Estado chinês já é, por via da CNIC e da CTG, o maior accionista, com 28, 25% do capital. Neles se inclui o acordo de princípio entre a EDP e o Governo para que a empresa retome o pagamento da taxa extraordinária da energia – que ainda em Outubro voltou a contestar em tribunal –, mas também as contas finais dos polémicos contratos CMEC (que se saldaram em menos 100 milhões de euros do que o reclamado pela EDP) e em que se inclui outra decisão, aprovada pelo Governo no Verão, que corta 285 milhões de euros aos ganhos da empresa. Também estas decisões estão a ser contestadas pela EDP (que no caso do corte de 285 milhões de euros realizou uma provisão extraordinária que afectou os lucros, mas garantiu não pretender diminuir o valor de dividendos a pagar aos accionistas). Com o presidente da CTG, Lin Wang, integrado na comitiva de Xi Jinping, parece incontornável que estes temas sejam abordados ao mais alto nível, tal como o da própria OPA, sobre a qual o primeiro-ministro António Costa deixou claro desde o dia do anúncio que o Governo não tem “nada a opor”. O Executivo até já tinha incluído, no Verão de 2017, um ponto no Código dos Valores Mobiliários que poderá facilitar a vida aos investidores chineses, visto que abre a porta a que as duas entidades estatais chinesas (CTG e CNIC) possam votar em assembleia-geral com a totalidade do capital (28, 25%), ultrapassando a limitação nos estatutos da EDP que impede um accionista de votar com mais de 25% do capital. Ainda assim, aparentemente, o futuro da OPA continua incerto. De entre as várias autorizações regulatórias que a CTG estabeleceu como condição para o lançamento da oferta, apenas chegou luz verde do Brasil (sendo que é no caso dos Estados Unidos, que é o principal mercado da EDP Renováveis e o principal motor de crescimento do grupo, que parece mais improvável que a operação se possa fazer sem obrigar à venda ou à troca de activos com um concorrente). E em Portugal há outra barreira que não vem no rol de condições, mas que pode vir a revelar-se intransponível: a certificação da REN como operador das redes de transporte de electricidade e gás natural pode ser posta em causa se se considerar que o reforço da CTG no capital da EDP gera um conflito de interesses entre os accionistas destas duas empresas. Isto porque a CTG é uma empresa estatal chinesa, tal como a State Grid, a empresa que detém 25% da REN, e as regras europeias obrigam à total separação entre as entidades que têm as actividades de transporte (REN) e aquelas que têm actividades de produção eléctrica (EDP). Mas essa é uma questão que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) só terá de avaliar se a OPA, com a qual a CTG procurará alcançar pelo menos 50% mais uma acção da EDP, for registada e avançar. O tema está nos radares da Comissão Europeia que, no entanto - e apesar das tentativas de Paris e Berlim para conseguir dotar Bruxelas de instrumentos para bloquear os investimentos chineses em sectores considerados estratégicos -, apenas poderá pronunciar-se sobre o negócio numa óptica das concentrações de mercado e da concorrência. Contudo, se o tema da certificação da REN vier para cima da mesa, Bruxelas também poderá ter uma palavra a dizer. Embora a decisão final sobre a certificação caiba ao regulador nacional, as regras europeias sobre separação de actividades prevêem que “as entidades reguladoras deverão ter na máxima consideração o parecer da Comissão sempre que tomem decisões em matéria de certificação”. O PÚBLICO questionou a CTG acerca das razões que estão a atrasar o processo e a empresa chinesa repetiu a resposta que já tinha enviado à Bloomberg no início de Novembro, garantindo que “continua a avançar com os registos regulatórios, continuando a trabalhar com uma vasta equipa de assessores em discussões com reguladores de diferentes jurisdições”. Fontes ouvidas pelo PÚBLICO recordam que (independentemente do futuro da OPA, que já é, só por si, sinal de uma nova atitude) a CTG já é a maior accionista da EDP. No entanto, até à data tem sido reticente em fazer corresponder o seu peso no capital ao poder efectivo na gestão. Algo que até poderá mudar, agora que a estrutura accionista da EDP deixou de contar com o fundo norte -americano Capital Group, investidor visto como próximo da gestão e como um contrapeso à influência chinesa. No início de Outubro, o fundo norte-americano (o segundo maior accionista da EDP) reduziu a sua posição de perto de 10% para 2, 95% e, duas semanas depois, anunciou a venda da totalidade das acções – no que foi descrito por Mexia como uma consequência do corte de 285 milhões aos ganhos. A EDP pronunciou-se em Setembro sobre este tema, adiantando que os seus accionistas pretendiam iniciar processos de arbitragem contra o Estado português. Fontes ligadas à CTG garantiram ao PÚBLICO que não foi desencadeado qualquer procedimento. Foi também a partir do mês de Setembro que a acção EDP passou a transaccionar consistentemente em níveis inferiores à contrapartida de 3, 26 euros oferecida pelos chineses na OPA (um valor abaixo dos 3, 45 euros por acção que pagaram na privatização e que a equipa de Mexia já considerou baixo). Na segunda-feira, os títulos fecharam a valer 3, 11 euros. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Com a saída do Capital Group, a família espanhola Masaveu (através da Oppidum), voltou a ocupar o lugar de segunda maior accionista da EDP, com 7, 19%, seguindo-se, com 5%, uma outra gestora de fundos norte-americana, a Blackrock (que também tem 4, 8% da REN e 3, 39% do BCP). Mantêm-se com posições ligeiramente acima dos 2% os veículos de investimento de outros Estados estrangeiros: o Norges Bank (Noruega), a Qatar Investment Authority, a Sonatrach (Argélia), e a Mubadala, do Governo de Abu Dhabi. Como investidor de referência português resta o BCP e o fundo de pensões do BCP, com 2, 43%. A grande novidade foi a chegada ao capital da EDP – apenas quatro dias depois da saída do Capital Group – de Paul Elliott Singer, o investidor que ganhou fama (e o epíteto de “abutre”) ao investir em dívida argentina, e que comprou uma posição de 2, 29% no capital da eléctrica.
REFERÊNCIAS:
Entidades ERSE
China condena clube de imprensa de Hong Kong por discurso de separatista
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse num comunicado que “condenava” o Clube de Correspondentes por receber activista e disse que existe um “limite” para a liberdade de imprensa. (...)

China condena clube de imprensa de Hong Kong por discurso de separatista
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse num comunicado que “condenava” o Clube de Correspondentes por receber activista e disse que existe um “limite” para a liberdade de imprensa.
TEXTO: Os governos da China e de Hong Kong criticaram, na terça-feira, um dos mais importantes clubes de imprensa da Ásia por ter servido de palco para o discurso de um activista a favor da independência. Estas críticas suscitaram um debate sobre a viabilidade das liberdades concedidas à cidade. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês apelou a que o Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong retirasse o convite a Andy Chan, um dos fundadores do Partido Nacional de Hong Kong, que pertence ao movimento emergente pela independência e está em risco de ser proibido. Mas o clube de correspondentes avançou com o evento. No discurso, Chan disse que os seus ideais não eram diferentes dos de muitos outros cidadãos que sonham com a democracia. “Se Hong Kong se tornasse verdadeiramente uma democracia, a sua soberania deveria permanecer com os cidadãos de Hong Kong, ” disse. “A China é, por natureza, um império, uma ameaça a todas as sociedades livres no mundo, ” acrescentou. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse num comunicado que “condenava” o Clube de Correspondentes por receber Chan e disse que existe um “limite” para a liberdade de imprensa. Afirmou que quaisquer discursos ou acções que pretendessem separar Hong Kong da China seriam “punidos de acordo com a lei” e que o clube “não está acima da lei”. “Pedimos ao Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong que reflicta, corrija erros, siga as leis da China e da Região Administrativa Especial com acções práticas, e respeitem o desejo de 1, 4 mil milhões chineses, ” disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros. O secretário para a Administração de Hong Kong Matthew Cheung disse que era “lamentável” que o clube tivesse providenciado uma plataforma para as opiniões de Chan e que violou a constituição de Hong Kong, uma vez que esta diz que o centro financeiro é uma parte “inalienável “da China. O Clube de Correspondentes, cujos membros incluem jornalistas locais e internacionais - entre as quais da Reuters - mas também advogados seniores e oficiais do governo, há muito que se apresenta como uma instituição enérgica que acolhe e defende a liberdade de expressão. O actual presidente da organização, Victor Mallet, diz que ao longo dos anos o clube nunca apoiou ou se opôs às várias e diferentes opiniões dos oradores. “O Clube de Correspondentes acredita que os seus membros, e o público em geral, têm o direito de ouvir as opiniões de cada lado de qualquer debate, ” disse Mallet. “Respeitamos totalmente a lei e promovemos a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa em toda a Ásia. ”Alguns peritos jurídicos negaram que o discurso tenha violado as leis de Hong Kong. “Sem uma verdadeira proibição do Partido Nacional de acordo com as leis locais, nem Chan nem o Clube de Correspondentes parecem ter violado nenhuma lei de Hong Kong, ” disse Simon Young, professor na Faculdade de Direito da Universidade de Hong Kong. “Pressupõe-se que existe uma lei que pode ser utilizada para castigar, mas não diz qual, ” acrescentou. Cerca de 50 manifestantes pró-China juntaram-se à frente do histórico edifício do clube, empunhando as vermelhas bandeiras da China, gritando contra Chan e o clube através de altifalantes e sob o olhar atento da polícia. “Ele é um traidor, ” disse Jimmy Tso, que usava um boné preto e uma t-shirt com a bandeira chinesa. Aproximadamente uma dúzia de activistas pró-independência com cartazes que apoiavam Chan foram impedidos pela polícia de se aproximarem da entrada principal do clube e dos grupos pró-Pequim. “Eu não vou mudar de opinião, ” disse Chan, de 27 anos, reconhecendo que os pedidos por independência enfureceram alguns democratas de Hong Kong que receiam que Pequim reprima todos os partidos da oposição. “Hong Kong enfrenta uma uniformização nacional oriunda da China… Estamos por nossa conta e somos uma nação que está rapidamente a ser anexada à China, ” disse. A miniconstituição de Hong Kong, a Lei Básica, declara que a antiga colónia inglesa, que voltou a ser governada pelos chineses em 1997, é uma parte “inalienável” da China. Mas Hong Kong opera sob um acordo “um país, dois sistemas” que lhe confere um grau alto de autonomia e liberdade que não há na China. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O incidente gerou um novo debate sobre a liberdade da cidade quando comparada com a China, com figuras importantes pró-China a exigir leis de segurança nacional mais severas, que provavelmente limitariam a liberdade de expressão. Os independentistas dizem que a separação da China iria proteger as liberdades concedidas à cidade das garras de Pequim, que quer controlar a política, a academia, a legislação e os meios de comunicação. Ao longo dos últimos dois anos, seis deputados pró-democracia foram destituídos dos seus cargos públicos e alguns jovens activistas foram presos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei chinês
Os 17 acordos assinados na visita de Xi Jinping a Portugal
Dos media às exportações de uva de mesa, dos festivais culturais ao desenvolvimento de redes de telecomunicações, do transporte energético aos micro e nanossatélites, a visita de dois dias do Presidente da China a Portugal culminou com a assinatura de acordos entre várias instituições portuguesas e chinesas. (...)

Os 17 acordos assinados na visita de Xi Jinping a Portugal
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-18 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181218192058/https://www.publico.pt/1853673
SUMÁRIO: Dos media às exportações de uva de mesa, dos festivais culturais ao desenvolvimento de redes de telecomunicações, do transporte energético aos micro e nanossatélites, a visita de dois dias do Presidente da China a Portugal culminou com a assinatura de acordos entre várias instituições portuguesas e chinesas.
TEXTO: 1 – Memorando de entendimento da chamada “nova Rota da Seda”, que envolve uma vertente terrestre e outra marítima, com ênfase nas infra-estruturas. Tal como há cerca de uma semana em Espanha, e ao contrário de países europeus como a Grécia, não houve uma adesão formal de Portugal ao projecto lançado por XI Jinping em 2013. Sobre o memorando, um resumo disponibilizado pelo Governo diz apenas que este “estabelece as modalidades de cooperação bilateral no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, uma Rota”, abrangendo uma ampla gama de sectores, com destaque para a conectividade” e para a “mobilidade eléctrica”. Conforme já escreveu o PÚBLICO, este é um sector no qual Pequim está a apostar, com a captação do investimento a ser disputada também por países como Espanha. 2 – Memorando de entendimento sobre cooperação em comércio de serviços, que visa o seu aprofundamento das trocas entre países. Este será um dos “pontos de diálogo bilateral” de uma comissão mista económica, abrangendo áreas como “transportes, finanças, propriedade intelectual, tecnologia ou cultura”. 3 – Memorando de entendimento sobre a programação de festivais culturais, através do qual se estabelecem os termos da realização de eventos nos dois países em 2019, período de comemoração dos 40 anos do estabelecimento das ligações diplomáticas e 20 da passagem de Macau para administração chinesa. Aqui inclui-se a questão do financiamento e a criação de “uma lista de actividades indicativas”. 4 – Memorando de entendimento ligado à Parceria Portugal-China 2030, que “estabelece os termos e condições para a promoção e desenvolvimento de cooperação científica e tecnológica”. Aqui inclui-se a ciência espacial, clima, computação avançada, nanociência e linguística digital”. 5 – Protocolo para a exportação de uva de mesa, no qual se define os requisitos fitossanitários aplicáveis aos operadores económicos portugueses para entrar no mercado chinês (como o registo nacional e a entrada e quarentena na China). 6 – Memorando de entendimento sobre cooperação no domínio da água, rubricado pelo Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, e através do qual se avança com a criação de um grupo de trabalho. 7 – Carta de intenções sobre cooperação entre as câmaras municipais de Setúbal e de Tianjin. 8 – Acordo para o estabelecimento do Instituto Confúcio na Universidade do Porto. 9 – Acordo com a Academia Chinesa de Ciências Sociais para a abertura de um Centro de Estudos Chineses na Universidade de Coimbra. 10 – Acordo entre a RTP e o Grupo Media da China, holding estatal dona do canal de televisão CCTV, “para a produção conjunta de documentários”. Segundo afirmou ao PÚBLICO o presidente da RTP, Gonçalo Reis, um projecto que está bem encaminhado é o de um possível documentário, em vários episódios, sobre o fabrico de porcelana chinesa encomendada por Portugal no século XVI. 11 – Memorando de entendimento sobre a implementação do Starlab, laboratório a criar em Portugal para a concepção e construção de micro e nanossatélites, e ligado às áreas do mar e do espaço. Este envolve a empresa portuguesa Tekever, o CEIIA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento) e a Academia Chinesa das Ciências. 12 – Memorando de entendimento entre a China National Cereals, Oils and Foodstuffs Corporation (COFCO) para a instalação de um centro de serviços partilhado. Com localização em Matosinhos, este pertence à divisão internacional da empresa estatal chinesa, a COFCO International, e já começou a operar este mês no centro empresarial Lionesa. O projecto permite a criação de 150 empregos, número que pode chegar aos 400 “nos quatro anos seguintes”. Em paralelo, fora deste evento, a AICEP anunciou que também assinou um acordo com a JD. com, uma das maiores plataformas chinesas de comércio electrónico, concorrente do grupo Alibaba (com o qual foi estabelecido um outro entendimento, no passado dia 29 de Novembro). 13 – Protocolo entre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Bank of China para a emissão de dívida portuguesa na moeda chinesa, o renminbi (operação conhecida por Panda bonds), que deverá ocorrer no ano que vem. Em declarações ao PÚBLICO, Paulo Macedo explicou que o acordo é “para dar todo o apoio” à operação, quer em termos de concepção, estruturação ou assessoria técnica. “Já temos vindo a trabalhar em conjunto” referiu o gestor, servindo a ocasião desta quarta-feira para formalizar a colaboração entre as duas instituições financeiras. Fora do protocolo, adiantou Paulo Macedo, o Bank of China avançou também com uma facilidade de crédito no valor de “algumas dezenas de milhões de euros”. Os montantes servem para garantir, por exemplo, cartas de crédito a empresas portuguesas que estão na China. O protocolo assinado por Paulo Macedo e pelo presidente do Bank of China, Chen Siqing, prevê ainda “outras iniciativas de cooperação bilateral em mercados terceiros no quadro da nova Rota de Seda” (a CGD está presente em mercados como Angola e Moçambique). 14 - Num momento em que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da CTG sobre a EDP está em compasso de espera, o presidente da EDP, António Mexia, e o líder da CTG, Lei Mingshan, assinaram um "instrumento que define a cooperação ao nível da responsabilidade social das empresas, designadamente no domínio da cultura (com enfoque em actividades a desenvolver pela Fundação EDP e MAAT), desenvolvimento sustentável, inovação e R&D". A CTG tem 23, 27% do capital da EDP e, com a OPA que anunciou em Maio, propôs-se obter pelo menos 50% mais uma acção da empresa. Somando ao capital da CTG os 4, 98% detidos pela CNIC Corporation, o Estado chinês já controla 28, 25% da EDP. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. 15 – O acordo assinado entre a REN e a State Grid passa por "renovar o compromisso com o Nester", o laboratório de investigação situado em Sacavém cujo capital é partilhado entre as duas empresas, mas também visa aprofundar a partilha de conhecimento com esta accionista na área de integração das energias renováveis no sistema eléctrico, explicou ao PÚBLICO Rodrigo Costa. Trata-se de uma área em que “a REN funciona muito bem e tem muita experiência" — e em que vai adquirir mais conhecimentos com o aumento esperado da produção de energia solar no sul do país e com o novo projecto de eólica offshore em Viana do Castelo — e que é "um desafio para a China", tendo em conta o problema de poluição no país, disse o presidente da empresa de transporte energético. A REN já colaborou com a State Grid na "avaliação de alguns projectos de investimento" em vários países e do acordo assinado com o presidente da empresa chinesa, Kou Wei, consta o objectivo de identificar “novos projectos” para cooperarem. A criação de um projecto de estágios internacionais também está prevista, bem como a operacionalização de projectos de interconexão energética entre Portugal e Marrocos, “caso a REN assuma um papel neste domínio”. 16 – O BCP, que tem como principal accionista, com 27, 06% do capital, o grupo privado chinês Fosun (que também é dono da seguradora Fidelidade) assinou um acordo com a UnionPay. O presidente do banco, Miguel Maya, rubricou um acordo com a empresa que tem "o principal serviço de pagamentos electrónicos da China e um dos mais utilizados a nível mundial". O acordo permitirá ao banco "emitir cartões de crédito" desta entidade. Segundo declarações enviadas à Lusa pelo senior vice-president do grupo Fosun, Li Haifeng, o BCP torna-se o primeiro distribuidor não-chinês de cartões UnionPay na Europa, com excepção da Rússia. 17 - A Altice assinou com a Huawei um acordo para o desenvolvimento da tecnologia 5G. O documento, rubricado pelo presidente executivo da Altice, Alexandre Fonseca, e pelo presidente da Huawei Portugal, Chris Lu, visa "acelerar o desenvolvimento e capacitação da rede 5G em Portugal, de modo a permitir um aumento qualitativo do acesso à rede de banda larga móvel e comunicações com maior fiabilidade". Lembrando que a Altice e a Huawei são parceiras há mais de cinco anos e até fizeram juntas, no ano passado, a primeira demonstração com tecnologia e equipamentos reais de 5G na rede Altice, Alexandre Fonseca disse ao PÚBLICO que o reforço de parceria assinado nesta quarta-feira “tem como objectivo estabelecer caminho directo para podermos ter as redes preparadas para o lançamento do 5G comercial em Portugal”, assim que o mercado e os consumidores demonstrem essa necessidade. A Altice também assinou um acordo com a Huwaei em 2016, quando o primeiro-ministro visitou Pequim.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei cultura social chinês
MBS tenta mostrar que na Arábia Saudita é "business as usual"
Russos e chineses compensam ausências americanas e europeias numa conferência de investimento. Mas cada tentativa do regime lidar com a morte de Khashoggi parece fazer ricochete. (...)

MBS tenta mostrar que na Arábia Saudita é "business as usual"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento -0.17
DATA: 2018-11-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Russos e chineses compensam ausências americanas e europeias numa conferência de investimento. Mas cada tentativa do regime lidar com a morte de Khashoggi parece fazer ricochete.
TEXTO: O regime saudita tentou mostrar uma fachada de business as usual durante a Future Investment Initiative, a conferência internacional de investimento em Riad, com o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, a discursar num painel numa sala em que as ausências europeias, americanas e de organizações internacionais, do FMI ao Banco Mundial, foram compensadas por mais presenças russas e chinesas, segundo o jornalistas presentes dos media britânicos BBC e Financial Times. As atenções focavam-se no que faria ou diria Mohammed bin Salman, mais conhecido como MBS, depois de na véspera o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter interpelado directamente os sauditas com uma série de questões concretas em relação ao assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, morto há mais de três semanas no consulado saudita em Istambul: o que estavam a fazer agentes sauditas naquele dia na cidade turca, quem os enviou, porque as versões dadas pelo reino foram todas tão diferentes quando era claro que tinha havido uma morte e, finalmente, onde está o corpo. O príncipe herdeiro optou por não ignorar a questão, mas não respondeu a nada. Disse que era “doloroso”, e garantiu que "os culpados são ser castigados" e que "vai ser feita justiça". Depois disse que o que está a acontecer é uma tentativa de “criar divisão” entre a Turquia e a Arábia Saudita, mas “isso nunca acontecerá enquanto houver um rei chamado Salman bin Abdulaziz, um príncipe chamado Mohammed bin Salman, e um Presidente turco chamado Erdogan”. Curiosamente, na véspera Erdogan apenas mencionou o rei Salman, nunca se referindo ao príncipe herdeiro. Tentando dar uma nota de boa disposição na conferência, já depois de ter sido muito aplaudido no final da sua nota introdutória, MBS ainda fez uma brincadeira com Saad Hariri, o primeiro-ministro libanês, sentado ao seu lado no painel. “Está há dois dias na Arábia Saudita, espero que não haja rumores de que foi raptado. ”Foi uma referência a um episódio do final do ano passado, quando Hariri, durante uma viagem a Riad, anunciou a sua demissão em directo na TV saudita. No Líbano, e no mundo, crescia a sensação de que o primeiro-ministro libanês estava impossibilitado de sair – acabou por regressar a Beirute apenas depois de uma intervenção do Presidente francês, Emmanuel Macron, e reverteu a sua decisão. Segundo informação obtida pela Reuters, o mesmo conselheiro de MBS que supervisionou a pressão sobre Hariri para que este anunciasse a demissão esteve ligado agora à operação em Istambul contra Khashoggi (haverá registos de uma chamada por Skype do consulado para o conselheiro). Um artigo do Financial Times sobre a conferência notava que apesar de ter havido vários memorandos de entendimento para negócios, estes envolveram sobretudo o sector do petróleo e do gás, quando a ideia de MBS para esta conferência seria precisamente conseguir mais investimento noutras áreas, para diversificar as fontes de rendimento da economia saudita. Isto acontece depois de MBS divulgar uma imagem de um encontro com familiares de Khashoggi, em que ele aperta a mão ao filho do jornalista morto, o que foi visto em geral como uma acção de relações públicas que resultou contra o príncipe. Na estação de televisão norte-americana CNN, o jornalista especialista em relações internacionais Nick Paton Walsh classifica a tentativa de mostrar empatia como “uma demonstração notável da catastrófica falta de sintonia entre Riad e o mundo exterior”, onde se sabe que o filho de Khashoggi não pode sair do reino: a liderança saudita “ignorou que muitos vêem Jamal Khashoggi Jr. como um homem proibido de viajar, por isso forçado a estar ali”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Dos EUA, o Presidente Donald Trump continua a dizer que vai esperar informações (a directora da CIA viajou para a Turquia no início da semana para acompanhar as investigações). Mas fez a sua declaração mais directa sobre MBS quando questionado, pelo Wall Street Journal, sobre um possível envolvimento do príncipe herdeiro no assassínio: “Bom, o príncipe é quem está a gerir as coisas lá. Por isso, se tiver de ter sido alguém, terá sido ele”. Trump descreveu ainda a operação em que o jornalista morreu de um modo muito particular: “O conceito original era muito mau, foi mal executada, e o encobrimento foi um dos piores da história dos encobrimentos”, disse, referindo-se aparentemente à versão saudita de que o plano era levar Khashoggi para a Arábia Saudita e que este foi morto quando começou a correr mal. “Onde é que devia ter parado é a questão”, disse ainda o Presidente dos EUA. Trump tem-se recusado a discutir a suspensão de vendas de armas à Arábia Saudita, assim como França ou Espanha. Mesmo a Alemanha, que anunciou uma suspensão e pediu aos seus parceiros europeus para fazer o mesmo, disse esta quarta-feira que não era claro o que iria fazer em relação a exportações de armas já aprovadas mas não entregues.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA FMI
Huawei usa tecnologia da Amazon e entra na corrida das colunas inteligentes
O AI Cube também pode ser usado como um router doméstico e marca a estreia da gigante chinesa num segmento que está a crescer. (...)

Huawei usa tecnologia da Amazon e entra na corrida das colunas inteligentes
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.214
DATA: 2018-12-30 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181230202319/https://www.publico.pt/n1842641
SUMÁRIO: O AI Cube também pode ser usado como um router doméstico e marca a estreia da gigante chinesa num segmento que está a crescer.
TEXTO: A Huawei, que se tem vindo a tornar um peso cada vez mais pesado no mercado dos telemóveis, apresentou a sua primeira coluna inteligente, que usa tecnologia da Amazon e vai rivalizar com produtos de empresas como a Samsung, a Apple, o Google e a própria Amazon. A Huawei entrou no mercado das colunas inteligentes. O assistente é o Alexa da Amazon. Um primeiro contacto na #IFA pic. twitter. com/ww3LPrzmK0Vídeo de Pedro Esteves. O jornalista viajou a convite da SamsungO aparelho chama-se AI Cube, embora tenha um formato mais próximo de um cilindro (e um aspecto muito semelhante a alguns modelos da coluna Google Home). Está equipado com a assistente virtual Alexa, uma tecnologia que a Amazon usa nas suas colunas Echo, mas que também disponibiliza para outros fabricantes. A Alexa permite que as colunas sejam usadas como um controlador de voz para outros dispositivos domésticos conectados e tem uma loja de aplicações, semelhante às dos telemóveis, onde os utilizadores podem descarregar serviços como meteorologia e notícias, jogos de perguntas e respostas, ou aplicações para encomendar comida. Para além dos serviços da Alexa, o AI Cube pode ser usado como um router doméstico para ligações wi-fi e tem uma entrada para um cartão SIM, o que lhe permite funcionar como um router para Internet 4G. A coluna foi apresentada na IFA, uma grande feira de tecnologia de consumo em Berlim. A empresa não revelou o preço, mas adiantou que o AI Cube estará à venda na Europa por altura do Natal. Ao contrário da Samsung, que optou por desenvolver a sua própria assistente virtual – chamada Bixby –, a Huawei decidiu usar a tecnologia da Amazon e aproveitar as suas próprias competências no fabrico de electrónica para entrar num mercado que está em crescimento. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A procura dos consumidores por colunas inteligentes tem vindo a aumentar, embora este seja um fenómeno registado sobretudo nos EUA, em parte porque os sistemas de reconhecimento de voz criados por multinacionais americanas são desenvolvidos primeiro, e de forma mais abrangente, para a língua inglesa. A analista IDC estima um crescimento anual de 24% nas vendas destes dispositivos até 2022, numa altura em que os dispositivos ligados à Internet estão a começar lentamente a entrar nas casas, com equipamentos como lâmpadas, fechaduras e termostatos conectados e dotados de automatismos. A Amazon é a líder destacada do segmento de colunas inteligentes, com perto de 44% do mercado, segundo a empresa Strategy Analytics. O Google surge em segundo, com 27%. O gigante chinês Alibaba está em terceiro lugar, com 8%, à frente da Apple, que tem uma fatia de 6%. Ao todo foram enviados para o retalho 9, 2 milhões destes aparelhos no primeiro trimestre do ano, quase o triplo dos mesmos meses de 2017 (no mesmo período, as marcas enviaram para as lojas 334 milhões de smartphones). A Huawei é uma marca chinesa que tem vindo a crescer junto dos consumidores. No trimestre passado, e pela primeira vez, vendeu mais telemóveis do que a Apple, tendo ficado apenas atrás da Samsung.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Witsel foi para o Dortmund por 20 milhões
Antigo médio belga do Benfica deixa o futebol chinês e vai jogar para a Bundesliga. (...)

Witsel foi para o Dortmund por 20 milhões
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Antigo médio belga do Benfica deixa o futebol chinês e vai jogar para a Bundesliga.
TEXTO: O médio internacional belga Axel Witsel, que já representou o Benfica, assinou nesta segunda-feira pelo Borussia Dortmund, depois de dois anos nos chineses do Tianjin Quanjian, anunciou o clube alemão. "Witsel, medalha de bronze no Mundial 2018, juntou-se à equipa que está a estagiar em Bad Ragz, na Suíça", referiu o clube alemão em comunicado, acrescentando que o jogador, de 29 anos, assinou por quatro temporadas. O Borussia deverá ter de pagar ao clube chinês, com o qual o médio tinha contrato até Dezembro de 2019, num valor que segundo a imprensa alemã rondará os 20 milhões de euros.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês
A contemplação segundo Geoff Dyer, o requiem de Zurlini e o espanto com Weiwei
Cansada de letras, sossego o olhar numa imagem de Garry Winogrand, o fotógrafo nova-iorquino desaparecido aos 54 anos, na Cidade do México. E pasmo diante de uma instalação do chinês Weiwei, um contestatário dos regimes totalitaristas. Raízes é a maior exposição da sua carreira. (...)

A contemplação segundo Geoff Dyer, o requiem de Zurlini e o espanto com Weiwei
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cansada de letras, sossego o olhar numa imagem de Garry Winogrand, o fotógrafo nova-iorquino desaparecido aos 54 anos, na Cidade do México. E pasmo diante de uma instalação do chinês Weiwei, um contestatário dos regimes totalitaristas. Raízes é a maior exposição da sua carreira.
TEXTO: De phones, saio com quem me transmite sempre sensação de movimento. Cat Power. Ouço-a enquanto caminho e isso “resolve-me” problemas, desato sempre nós. Andei centenas de quilómetros ao som de Sun, transportada para paisagens, longe. Nova Iorque, sobretudo, e muitas viagens de comboio. Agora sintonizo-a em Wanderer, o novo trabalho onde fala de salvação pessoal. Apanho um avião até S. Paulo. A música, sabe-se, encontra quase sempre relação com a paisagem. Com ela entro num território que também se quer salvar e pasmo diante de uma instalação do chinês Weiwei, um contestatário dos regimes totalitaristas. Raízes é a maior exposição da sua carreira, viagem pelas suas obras mais emblemáticas, uma leitura trágico-poética do mundo actual e também uma interpretação das raízes do Brasil e da identidade brasileira. Ocupa todo o espaço da Oca, no parque Ibirapuera. Fui vê-la a 28 de Outubro de 2018, e isso fará parte da minha história. Cansada de letras, sossego o olhar numa imagem de Garry Winogrand, o fotógrafo nova-iorquino desaparecido aos 54 anos, na Cidade do México. Foi um dos melhores a retratar o quotidiano da América, nos diferentes registos sociais e geográficos. É uma fotografia a preto e branco. Nela estão dois homens de chapéu de cowboy, cada um com uma mala de viagem. São pouco mais do que duas silhuetas numa penumbra. Parecem acabados de chegar e têm aquela espécie de cegueira e perdição dos que vêem pela primeira vez um lugar e tentam adivinhar em que direcção ir. Há toda uma narrativa está por construir. Na legenda, um sítio e uma data vaga: Aeroporto de Los Angeles, algures nos anos 70. A imagem desinquieta-me e leva-me de volta às letras. Aos textos do inglês Geoff Dyer – autor de Areias Brancas ou Mas É Bonito - sobre o trabalho deste mestre da fotografia de rua. Chama-se The Street Philosophy of Garry Winogrand (University of Texas Press, 2017). Palavras e imagens funcionam numa sintonia rara, com Dyer a escrever movido pelo prazer da viagem e da observação de Winogrand. O resultado é um livro raro e ao qual apetece reagir, nem que seja no acto nada passivo, função e inerente à grande arte: a pura contemplação. Revejo outra obra onde se encontram duas diferentes linguagens artísticas, o filme O Deserto dos Tártaros do italiano Valerio Zurlini. É uma espécie de réquiem, um homem solitário ante a evidência de que a vida lhe dará menos do que a possibilidade de fantasiar e morrer, adaptação do romance com o mesmo nome de Dino Buzzati, sobre um jovem militar enviado para uma fortaleza fronteiriça, com a função de vigiar a chegada dos tártaros que virão do deserto. Muitos quiseram adaptar o livro maior de Buzzati, incluindo Antonioni, mas só Zurlini conseguiu. Ainda se encontram DVD’s – essa relíquia - deste filme onde a contemplação é sinónimo de frustração e delírio.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens homem espécie chinês