Neste Inverno, a gripe das aves na China pode ser a pior de sempre
Desde Outubro, a estirpe H7N9 já matou 100 pessoas. (...)

Neste Inverno, a gripe das aves na China pode ser a pior de sempre
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 14 | Sentimento -1.0
DATA: 2017-02-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Desde Outubro, a estirpe H7N9 já matou 100 pessoas.
TEXTO: No último mês, a estirpe H7N9 da gripe das aves causou 79 mortes na China, anunciou o Governo chinês, que está preocupado que a propagação do vírus neste Inverno seja a pior de que há registo. As mortes em Janeiro foram quatro vezes mais elevadas do que no mesmo mês nos últimos anos. A estirpe H7N9 também já tirou a vida a 100 pessoas desde Outubro. Estes dados foram divulgados pela Comissão Nacional de Saúde e Planeamento Familiar da China. As autoridades têm repetidamente dito à população para se manter alerta em relação ao vírus da gripe das aves, e advertido contra o pânico na China, a segunda maior economia mundial. Mas os últimos dados sobre a gripe das aves têm desencadeado preocupações quanto à repetição de uma crise de saúde, como a que aconteceu em 2002 com o surto da síndrome respiratória aguda (SARS, na sigla em inglês). “Já estamos a meio de Fevereiro e apenas temos os números de Janeiro. Com o número de mortes quase a apanhar os da SARS, não devíamos ter feito os alertas mais cedo?”, disse um utilizador do blogue Sina Weibo. Outros utilizadores da blogosfera chinesa também se mostraram preocupados quanto à velocidade de propagação das infecções, e pediram relatórios de saúde mais actualizados. O People's Daily, o jornal oficial do Partido Comunista chinês, alertou para que as pessoas fiquem longe dos mercados de aves, dizendo que foi “extremamente claro” que as aves e os seus excrementos foram a causa destas infecções. “A situação ainda está em curso e todas as partes estão a investigar activamente e a reportar os casos”, refere o Gabinete da Organização Mundial da Saúde (OMS) na China num e-mail enviado à agência Reuters. “A investigação está em curso e é prematuro tirar conclusões do número crescente de casos. Além disso, sabemos que a maioria de casos em seres humanos deste vírus dá-se pelo contacto com aves infectadas ou ambientes contaminados, incluindo os mercados de aves. ”Na última quarta-feira, os preços dos frangos na China desceram para os valores mais baixos da década. Receia-se que os vendedores de carne combinem preços entre si, devido ao receio que a gripe das aves abale a procura num dos maiores mercados de aves do mundo. A China, que foi o primeiro país a reportar infecções humanas desta estirpe do vírus da gripe das aves em Março de 2013, tem tido uma subida significativa do número de casos de H7N9 desde Dezembro. Os números oficiais do Governo chinês reportam a detecção de 306 casos desde Outubro, 192 dos quais no último mês. Mas outras fontes defendem que o número de infecções ainda é mais alto. Na última semana, o Centro para Investigação e Políticas de Doenças Infecciosas (CIDRAP, na sigla em inglês) da Universidade do Minnesota (Estados Unidos) estimou que tenha havido pelo menos 347 casos durante este Inverno, ofuscando os 319 casos registados há três anos. Tendo por base os números semanais, é difícil dizer se os casos de H7N9 na China ainda continuam a subir ou se já atingiram o pico, refere um comunicado no site da CIDRAP, de 10 de Fevereiro. Alguns serviços de saúde das províncias da China anunciam casos individuais à medida que são confirmados, enquanto outros ainda não disponibilizaram os números de infecções e esperam para os incluir em relatórios mensais. “Um factor importante em surtos anteriores de H7N9 entre seres humanos na China tem sido o encerramento dos mercados de aves”, afirma Ian Mackay, virologista da Universidade de Queensland, na Austrália. “Parece-me que a resposta a este surto tem sido mais lenta durante este Inverno, o que pode levar a um grande número de humanos expostos a aves infectadas. ”A maioria dos casos de seres humanos infectados com a estirpe H7N9 tem sido reportada no Sul da China e em zonas costeiras do país. Em Hong Kong, onde dois em cada quatro doentes infectados com H7N9 morreram este Inverno, as fontes oficiais de saúde dizem estar atentas à situação e poderão aumentar o controlo às quintas de produção de aves. A primeira pessoa infectada com a estirpe H7N9 em Pequim foi reportada este ano pela primeira vez no último sábado. O doente é um homem com 68 anos da cidade de Langfang, na província vizinha de Hebei. Esta última terça-feira foi confirmado o segundo caso em Pequim. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “Um elevado número de casos esporádicos continua a ser reportado”, refere ainda a OMS. “Enquanto o vírus influenza continuar a circular entre as aves, as infecções esporádicas ou pequenos grupos de seres humanos infectados é possível. ”A OMS disse recentemente que não tem conseguido descartar a possibilidade de propagação dos surtos de humanos para humanos, embora não tenham sido detectadas propagações que o sustentem até agora. A Comissão Nacional de Saúde e Planeamento Familiar de Yunnan, uma província no Sudoeste da China, disse que uma mulher morreu de H7N9 na terça-feira à noite. A vítima era mãe de uma criança pequena, que morreu de H7N9 este mês, noticiou a agência de notícias chinesa Xinhua na última quarta-feira. As duas tinham viajado para Jiangxi no último mês e tinham contactado com aves ainda vivas nesta província do Sudeste da China. A mãe apresentou sintomas a 4 de Fevereiro, foi hospitalizada quatro dias depois e mantida longe da sua filha, que também morreu, a 7 de Fevereiro.
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
Angolanos chumbam venda da operação polaca do BCP
O BCP já não vai vender o polaco Bank Millennium, uma operação que chegou a ser anunciada, e defendida, pela actual administração presidida por Carlos Santos Ferreira. A mudança de posição poderá ter a ver com a entrada de novos accionistas no BCP, mas também alegadas discordâncias entre grandes accionistas que se opunham à venda da instituição polaca, considerada a jóia da coroa e que compensava os maus resultados da actividade doméstica. (...)

Angolanos chumbam venda da operação polaca do BCP
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 9 | Sentimento -0.5
DATA: 2011-12-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: O BCP já não vai vender o polaco Bank Millennium, uma operação que chegou a ser anunciada, e defendida, pela actual administração presidida por Carlos Santos Ferreira. A mudança de posição poderá ter a ver com a entrada de novos accionistas no BCP, mas também alegadas discordâncias entre grandes accionistas que se opunham à venda da instituição polaca, considerada a jóia da coroa e que compensava os maus resultados da actividade doméstica.
TEXTO: A iniciativa surge depois da gestão liderada por Santos Ferreira "concluir" que esta é a melhor opção" e a que "melhor defende" os interesses "dos accionistas", segundo comunicado enviado à CMVM. No final do primeiro semestre, o BCP alterara a sua estratégia de crescimento, ao informar que ia abandonar o mercado polaco, que, então, na óptica da administração, estava esgotado. Santos Ferreira comunicou que iria reorientar o seu investimento internacional para os países lusófonos: Angola, Moçambique e Brasil. Na altura, a opção foi interpretada como uma tentativa de ganhar dinheiro rapidamente e também de cortar com as linhas de internacionalização delineadas pelo fundador Jardim Gonçalves. Fonte do BCP explicou que a mudança de estratégia, que passa agora por manter o Bank Millennium, se deveu à entrada de novos accionistas, nomeadamente os que têm sido referidos na imprensa, de origem brasileira e chinesa, e para quem o mercado polaco é atractivo. Já outras fontes da instituição, entre elas de accionistas, disseram ao PÚBLICO que a decisão de não vender o Bank Millennium se ficou a dever a instruções enviadas por Luanda. Na quinta-feira passada, decorreu uma reunião do conselho geral e superior onde estão sentados os maiores investidores, como a petrolífera angolana, Sonangol, e a InterOceânico (têm cerca de 15%), holding de capitais portugueses e africanos, e onde o tema foi discutido. Também Joe Berardo, com 4, 5%, discordava da alienação do activo polaco, considerado o mais rentável do grupo e a jóia da coroa. Este negócio era defendido pelo CFO, e vice-presidente, António Ramalho, que chegou a manter contactos institucionais com bancos interessados em ficar com as acções do Bank Millennium, avaliado pelos analistas em cerca de 900 milhões de euros. O Bank Millennium, nos primeiros nove meses do ano, teve lucros de 85, 1 milhões de euros, mais 60% face ao período homólogo de 2010. No mesmo período, o resultado líquido acumulado do BCP caiu 72, 7%, para 59, 4 milhões de euros, penalizado pelo provisionamento da dívida pública grega em 136, 1 milhões. No curto prazo, o BCP tem pela frente questões relevantes por resolver: necessidades adicionais de reforço de imparidades (em Junho a troika detectou necessidades adicionais de 381 milhões de euros); lidar com os riscos associados à operação grega, quer em termos da dívida pública helénica (está a ser negociado um perdão de 50%), quer em termos do seu investimento local que é afectado pelo risco país. Ao vir a público comunicar que não vai deixar a Polónia, o que gerava fundos, o BCP deu um sinal de que já decidiu pedir ajuda ao Estado para colocar os níveis de capital nos patamares exigidos pela troika.
REFERÊNCIAS:
Entidades TROIKA
Há um vírus na cimeira em que Obama procura deixar um legado em África
O surto do ébola que está a alastrar na África Ocidental concentra as atenções no arranque da ambiciosa cimeira EUA-África que o Presidente organiza em Washington. (...)

Há um vírus na cimeira em que Obama procura deixar um legado em África
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-05 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140805170208/http://www.publico.pt/1665390
SUMÁRIO: O surto do ébola que está a alastrar na África Ocidental concentra as atenções no arranque da ambiciosa cimeira EUA-África que o Presidente organiza em Washington.
TEXTO: A agenda da primeira cimeira de líderes africanos promovida pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, numa tentativa de contrabalançar a crescente influência económica e política da China no continente, acabou por sofrer uma alteração de última hora, resultado das contingências regionais. Com mais de 800 mortes provocadas pelo vírus do ébola na costa Oeste de África, é o risco de expansão da epidemia que está a concentrar as atenções antes do arranque dos trabalhos. A chegada a Washington dos participantes no encontro foi uma primeira demonstração da preocupação norte-americana com a eventual propagação do vírus, que se tem revelado fatal para cerca de 90% dos infectados. No aeroporto, por precaução, os delegados da cimeira foram recebidos numa zona especial e sujeitos a testes médicos. Os chefes de Estado da Guiné Conacri, Serra Leoa e da Libéria— os países por onde avança a epidemia — não viajaram para a América, ficando em casa para responder à situação de emergência de saúde pública com que se debatem. No entanto, apesar dos receios provocados pelo último surto de ébola, os assuntos económicos e de desenvolvimento continuarão a ser a prioridade dos trabalhos na cimeira de Washington — uma reunião de três dias, com mais de 50 chefes de Estado e líderes governamentais, empresariais e religiosos africanos, que manterão contactos com vários responsáveis do Governo e do sector privado dos Estados Unidos. Vários analistas norte-americanos descrevem a iniciativa da Casa Branca como uma tentativa — porventura tardia — da Administração Obama para construir um “legado” africano, um continente que por força da urgência de várias crises internacionais parece ter sido relegado para o segundo plano da política externa norte-americana. Depois de uma curta visita ao Gana em 2009, Obama fez um périplo africano em 2013 para recuperar o entusiasmo da região com a sua presidência. Esse é, também, o objectivo do evento de Washington, intitulado “Investir na Próxima Geração”. O encontro é, ao mesmo tempo, um “reset” das relações diplomáticas e uma nova concentração de esforços económicos em África, com enfoque particular no comércio e investimento em sectores sensíveis como o da energia. Mas os temas da segurança, governação, democracia e direitos humanos também foram incluídos na ordem de trabalhos. A China à frenteNa última década, enquanto os Estados Unidos investiram uma média anual de 85 mil milhões de dólares em África, a relação económica da China com o continente disparou e ascende agora a mais de 200 mil milhões de dólares por ano. Como escrevia o senador democrata Chris Coons na CNN, “os chineses viram aquilo que as empresas americanas não viram: que seis das dez economias mundiais com maior crescimento estão na África subsariana”. Depois de se tornar o maior parceiro comercial dos países africanos, Pequim passou a beneficiar da “boa-vontade” dos Governos — “Sempre que a China quer alguma coisa, sejam direitos de exploração mineira ou exclusividade portuária, oferece presentes como por exemplo a construção de infra-estruturas”, observa Coons. E não foi só a China que se apercebeu do potencial e da oportunidade que os países africanos representam para a expansão dos seus interesses económicos: também a Rússia, o Brasil e a Índia têm vindo a dedicar uma atenção especial aos negócios com o continente. Mas como distinguiu Ben Rhodes, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, os Estados Unidos “estão menos focados em extrair os recursos africanos, e mais interessados em aprofundar o investimento e as relações comerciais com os países de África”, notou, citado pela Associated Press. Assinalando a importância da iniciativa, o Presidente Barack Obama lembrou que “a África é um dos continentes onde a América é mais popular e onde existe uma grande afinidade com o nosso modo de vida”. Num encontro com 500 estudantes e activistas africanos em Washington, Obama disse que a economia africana está em franco crescimento, “há mercados dinâmicos e prósperos, e empresários e pessoas extremamente talentosas. “Este é um acontecimento verdadeiramente histórico: nunca nenhum Presidente reuniu tantos chefes de Estado e governantes africanos”, frisou, notando que quase todos os países foram convidados (as excepções foram o Zimbabwe, Sudão e República Centro Africana, por questões de desrespeito dos direitos humanos). A cimeira de Washington servirá para formalizar uma série de iniciativas para aumentar o investimento. Os Estados Unidos vão anunciar a disponibilização de uma linha de mil milhões de dólares destinada ao financiamento de diferentes projectos na região, bem como o reforço das verbas dos programas de cooperação nas áreas da agricultura e alimentação, e da iniciativa “Power Africa” lançada no ano passado por Obama para levar o abastecimento eléctrico a 20 milhões de residências. A Casa Branca espera ainda que a presença dos líderes africanos motive o Congresso a renovar o “African Growth Opportunity Act”, um programa comercial que concede facilidades alfandegárias para a entrada de produtos africanos no mercado norte-americano, e que expira em 2015.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Morreu Marc Riboud, o fotógrafo da China de Mao e da "rapariga da flor"
Histórico do fotojornalismo francês, notabilizou-se pela cobertura da China da revolução comunista e das independências africanas, mas foi por causa de uma manifestação em Washington que ficou na memória de muitos. Tinha 93 anos. (...)

Morreu Marc Riboud, o fotógrafo da China de Mao e da "rapariga da flor"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Histórico do fotojornalismo francês, notabilizou-se pela cobertura da China da revolução comunista e das independências africanas, mas foi por causa de uma manifestação em Washington que ficou na memória de muitos. Tinha 93 anos.
TEXTO: Recebeu a sua primeira máquina fotográfica, uma Kodak Vest Pocket, quando tinha 14 anos. Foi um presente do pai, o mesmo que insistiu para que estudasse Engenharia. Marc Riboud, um dos históricos do fotojornalismo francês, morreu na terça-feira em Paris, aos 93 anos, noticiou a AFP. Segundo o diário norte-americano The New York Times, sofria de Alzheimer. Mesmo os que não conhecem o seu trabalho, é muito provável que já se tenham cruzado com alguma das suas fotografias da China de Mao, do Vietname ou do Camboja. Mesmo os que nunca viram as suas reportagens no Extremo Oriente e no continente africano – fotografou intensamente o Japão e os processos independentistas – é natural que já tenham sido confrontados com uma das suas imagens mais celebradas, a de uma jovem chamada Jan Rose Kasmir que, segurando apenas uma flor, enfrenta a Guarda Nacional Americana durante uma manifestação no Pentágono em 1967, um protesto que viria a ser fundamental para colocar a opinião pública definitivamente contra a Guerra do Vietname. Trabalhando para importantes publicações ao longo de mais de 60 anos de carreira – Life, Geo, National Geographic, Paris-Match, Stern, Look, The Observer, The Times –, chegando a assinar alguns dos textos que acompanhavam as suas grandes reportagens fotográficas, Riboud deu-nos sempre a sua visão humanista do mundo. É essa abordagem sensível à realidade, sublinhada por críticos e historiadores da fotografia a cada nova exposição sua, a cada novo livro, que os obituários agora evocam. Isto, a par da mestria com que dominava o preto e branco e a cor, criando imagens que ficavam impressas na memória, cristalizando momentos da história através de lugares e protagonistas, como o Presidente da Polónia Lech Walesa, o líder comunista vietnamita Ho Chi Minh, o fundador da República Popular da China Mao Tsetung, o histórico revolucionário cubano Fidel Castro ou o oficial nazi Klaus Barbie, o "carniceiro de Lyon", condenado por crimes contra a humanidade em 1987. “Marc foi o homem que mais fotografias históricas fez durante a vida”, disse ao diário francês Le Monde Jean-François Leroy, director do festival de fotojornalismo Visa pour l’image, em Perpignan, que nesta edição consagra uma das exposições a Riboud, centrando-se na sua reportagem em Cuba, em 1963, ano em que teria a sua primeira individual, no Art Institute de Chicago. “Muitos fotógrafos se inspiraram nele sem jamais o igualar. ” É também o seu talento para se aproximar das pessoas e captar a realidade em momentos-chave que Alain Genestar, director da revista Polka, especializada em fotojornalismo, destaca: “Marc Riboud era um fotógrafo-andarilho (…). Sabia captar tão bem momentos singulares, com grandes figuras mundiais, como cenas de rua. ”Colocado perante momentos que ficariam para a história, Marc Riboud não foge às figuras que são notícia, mas também não se concentra exclusivamente nelas. Das centenas e centenas de fotografias que tirou em países como a China, o Camboja, o Bangladesh, a Índia, o Tibete, o Paquistão, a Turquia ou o Japão, apenas um punhado se centra em pessoas, sobretudo líderes políticos, que viriam a merecer a atenção de historiadores e outros académicos, escreve o New York Times, num texto em que noticia a sua morte e em que lembra, entre outras coisas, que o fotojornalista francês sempre soube encontrar “momentos de graça” nas situações mais duras com que se foi cruzando em todo o mundo, muitas delas em cenários de conflito. Riboud fotografa os incontornáveis – de Charles de Gaulle ao ayatollah Ruollah Khomeini, de Mikhail Gorbatchov a Indira Gandhi, passando por Willy Brandt, Winston Churchill, Jawaharlal Nehru e Deng Xiaoping – mas também os miúdos que parecem brincar aos polícias e ladrões nas ruas de Xangai, as mulheres rodeadas de crianças numa fonte de Istambul, as festas de aristocratas na Irlanda do final dos anos 70 ou dois homens à conversa numa esquina de Argel, em 1963, um ano depois de declarada a independência da ex-colónia francesa. Nascido em 1923, perto de Lyon, numa família de banqueiros e industriais, Marc Riboud recebeu do pai, fotógrafo amador, a primeira câmara, um instrumento com que este esperava compensar a timidez do quinto dos seus sete filhos. “Se não sabes falar, talvez saibas olhar”, ter-lhe-á dito, escreve esta quarta-feira o jornal Libération. No começo a fotografia é apenas o passatempo de um rapaz burguês que fizera algumas imagens na Exposição Universal de Paris, em 1937, e que em 1944 se iria juntar à resistência francesa para combater os alemães. Só nove anos mais tarde, e depois de completado o curso de Engenharia Mecânica em 1948, passa a ser uma ocupação a tempo inteiro e a título oficial, quando Riboud entra para a prestigiada agência Magnum, a convite de dois dos homens que a tinham fundado em 1947, Henri Cartier-Bresson e Robert Capa. Os dois fotojornalistas tinham visto nas páginas da revista Life aquela que viria a ser uma das suas fotografias mais reproduzidas – conhecida como “Pintor da Torre Eiffel”, mostra um operário em equilíbrio, de cigarro na boca, que parece saído de um filme de Chaplin. Cartier-Bresson, aliás, fora-lhe apresentado pouco tempo depois de Riboud se ter mudado para Paris, em 1952, passando a ser o seu mentor (Capa também ajudou). Dizia-lhe que livros ler e que exposições visitar, lembrou o fotojornalista ao New York Times: “Ensinou-me coisas sobre a vida e sobre a arte da fotografia. ” Mostrou-lhe, por exemplo, que uma boa fotografia também dependia de uma boa geometria (como no caso do operário chaplinesco) e que a olhar para as obras dos mestres da pintura antiga dos grandes museus se aprendia muito mais sobre composição do que a ler livros. Aprendia-se a criar algo intemporal. Com a chegada à Magnum, Marc Riboud transforma-se no viajante incansável que seria praticamente durante toda a sua vida. Em 1957 é um dos primeiros europeus a percorrer, fotografando, a China comunista, território que troca pelo Japão, primeiro, e depois pela URSS. Era lá que estava havia três meses quando é chamado para cobrir os movimentos independentistas na Argélia e na África subsariana (Gana, Nigéria, Guiné). Estava-se em 1960. O final dessa década – 1968/1969 – encontra-o no Vietname, território hostil, em guerra, onde poucos fotógrafos eram autorizados a entrar e ainda menos eram capazes de se movimentar sem dificuldades de maior entre o Norte e o Sul. Em 1973 está nos Estados Unidos para acompanhar o "caso Watergate", o grande escândalo político da Administração Nixon. Seis anos mais tarde, volta a cruzar-se com a América, desta vez em Teerão. Está a cobrir a revolução iraniana quando a embaixada dos EUA na capital é ocupada e os seus funcionários feitos reféns. Riboud fotografa intensamente para a agência precisamente até 1979, quando decide sair por não lhe agradar, explicou, a “luta pela glória” que ali se promovia. Nas décadas de 1980 e 90 regressa com frequência à Ásia, em particular à China, cujas mutações, registadas em dois livros (40 Ans de Photographie en Chine e Demain Shangai), acompanha durante 40 anos. Escreve o diário norte-americano que, ao contrário de alguns fotógrafos, que temem ver o seu trabalho reduzido a duas ou três imagens, Marc Riboud não se importava de explicar, uma e outra vez, em que circunstâncias tirara a fotografia do pintor na Torre Eiffel ou da “rapariga da flor”, garantindo que a nenhum deles pedira para posar. “Sempre fui tímido e sempre tentei ignorar as pessoas que fotografava para que elas também me ignorassem”, dizia o homem que em 2000, num ensaio a que deu o título de Pleasures of the Eye, resume assim a sua relação com a fotografia: “A minha obsessão é fotografar a vida naquilo que tem de mais intenso e o mais intensamente possível. É uma mania, um vírus tão forte como o meu instinto de liberdade. ”Objecto de grandes exposições em Paris, Londres, Xangai, Tóquio ou Nova Iorque, Marc Riboud recebeu inúmeros prémios ao longo da sua carreira (o Infinity Award do Centro Internacional de Fotografia, o Leica de Carreira e o Nadar) e publicou vários livros, entre eles L’Instinct de l’Instant e Vers l’Orient. Mas isso nunca impediu que se sentisse “envergonhado” ao falar do seu trabalho. Para ele fotografar era andar à procura de uma surpresa visual, dentro de uma forma bem estruturada, sem a pretensão de ser uma testemunha da história. “Testemunha”, aliás, era palavra de que não gostava. É verdade que assistiu a momentos-chave do século XX, mas também é verdade que rejeitava associar o termo “objectividade” a fotojornalismo ou a outra coisa qualquer. “A ideia da fotografia como prova é pura treta”, dizia numa conversa com outro fotógrafo da sua geração, o croata Frank Horvat (1928-). “A fotografia não dá mais provas de uma realidade do que aquilo que alguém diz numa conversa de autocarro. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Viajava por alguns países – China, Vietname, ex-Jugoslávia, Índia – com a certeza de que regressaria, mesmo quando isso o colocava em risco. “Sinto-me atraído pelo perigo, tal como me sinto atraído por uma mulher bonita”, admitia. Para Riboud a surpresa residia na possibilidade de voltar a olhar para um lugar que já conhecia para nele descobrir coisas novas e não na chegada a um lugar novo. Num dos trabalhos que põe em destaque no seu site oficial, publicado originalmente no livro Le Trois Bannières de la Chine e depois na revista Camera, em 1967, explica por que razão “a única maneira de descobrir a China é olhando para ela”: “Em qualquer outro sítio o contacto humano ajuda. Na Argélia, em Varsóvia, São Francisco, Cuba, Moscovo, etc. Inumeráveis trocas e conversas com estudantes, membros de sindicatos e artistas ajudam a completar e acrescentam significado às nossas impressões visuais. Isto não é possível na China. Para um estrangeiro, mesmo que fale chinês, a comunicação directa e espontânea praticamente não existe. Não são só a linguagem e os costumes que são diferentes. A própria maneira de pensar e as razões para viver são mais umas cortinas a mascarar a fachada oriental. (…) É por isso que é melhor ver do que ouvir. ”Regressar era importante para alguém que acreditava que “a fotografia não pode mudar o mundo, mas pode mostrar o mundo, sobretudo quando ele muda”. Mostrá-lo com a câmara sempre a funcionar como um escudo, como uma desculpa para se aproximar das pessoas, algo que lhe seria terrivelmente difícil sem esse intermediário.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Atletas de países com ébola impedidos de participar nos Jogos Olímpicos da Juventude
Competição começa no sábado com limitações devido ao vírus no continente africano. (...)

Atletas de países com ébola impedidos de participar nos Jogos Olímpicos da Juventude
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Competição começa no sábado com limitações devido ao vírus no continente africano.
TEXTO: Alguns dos atletas dos países africanos afectados pelo ébola não poderão participar na segunda edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, que começam no sábado em Nankin, China, anunciou esta sexta-feira o Comité Olímpico Internacional e a organização do evento. Em comunicado é avançado que os “atletas que venham de regiões infectadas não poderão participar nas competições de combate [dois atletas], nem de natação [uma pessoa]”. Não são revelados os países em causa. Os atletas oriundos de países onde foi confirmada a presença do vírus que estão autorizados a participar nos Jogos vão estar sujeitos a medições regulares da temperatura corporal e exames físicos durante as duas semanas de competições. Apesar das medidas de precaução agora anunciadas, o comunicado sublinha que as autoridades chinesas afirmam estar preparadas para reagir em caso da presença do ébola. “Lamentamos que devido a este problema, certos jovens atletas sofram duplamente, com a ansiedade causada pela epidemia no seu país e por não poderem participar nos Jogos”, conclui a nota. Os últimos números da Organização Mundial da Saúde dão conta de 1975 pessoas infectadas pelo ébola e 1069 mortes. Entre 10 e 11 de Agosto, a Libéria teve 71 novos casos, a Serra Leoa 53, a Guiné-Conacri quatro e a Nigéria nenhum. O vírus causa uma febre hemorrágica, os primeiros sintomas podem aparecer entre o segundo e o 21º dia depois de se ter ficado infectado. Há dores, febre e os sintomas podem evoluir depois para vómitos, diarreias e até hemorragias. Os Jogos Olímpicos da Juventude foram criados em 2007, sendo que a primeira edição decorreu três anos depois em Singapura. Nas provas competem jovens com idades entre os 15 e os 18 anos. Na edição deste ano em Nankin, são esperados 3700 atletas, cujo objectivo é conseguirem qualificações para os Jogos Olímpicos de Verão, no Rio de Janeiro, em 2016.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ansiedade
Presidente do Parlamento Europeu diz que o futuro de Portugal é “o declínio”
O presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, criticou o facto de Portugal estar a pedir investimentos angolanos, considerando que, assim, “o futuro de Portugal é o declínio”. (...)

Presidente do Parlamento Europeu diz que o futuro de Portugal é “o declínio”
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-02-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, criticou o facto de Portugal estar a pedir investimentos angolanos, considerando que, assim, “o futuro de Portugal é o declínio”.
TEXTO: Num debate sobre o papel dos parlamentos na UE realizado a 1 de Fevereiro na Biblioteca Solvay, em Bruxelas – e depois difundido no canal de televisão alemão Phoenix do último domingo –, Martin Schulz referiu-se à visita-relâmpago que o primeiro-ministro português fez a Angola em Novembro, em que este admitiu ir à procura de capital angolano para as privatizações em curso. “Há umas semanas estive a ler um artigo no Neue Zürcher Zeitung que até recortei. O recém-eleito primeiro-ministro de Portugal, Passos Coelho, deslocou-se a Luanda. [. . . ] Passos Coelho apelou ao Governo angolano que invista mais em Portugal, porque Angola tem muito dinheiro. Esse é o futuro de Portugal: o declínio, também um perigo social para as pessoas, se não compreendermos que, economicamente, e sobretudo com o nosso modelo democrático, estável, em conjugação com a nossa estabilidade económica, só teremos hipóteses no quadro da União Europeia”. Esta referência à política externa portuguesa foi recebida com espanto por dois eurodeputados portugueses contactados pelo PÚBLICO. Paulo Rangel (PSD) mostrou-se “muito surpreendido” com as declarações de Schulz: “Vou fazer um pedido formal de esclarecimento” ao presidente do Parlamento Europeu, anunciou. Já Capoulas Santos (PS) afirma que, “como Estado independente, Portugal tem o direito de ter prioridades diplomáticas próprias, tal como todos os outros países”. “Se com estas declarações [Schulz] pretende dizer que há uma incompatibilidade entre as prioridades diplomáticas europeia e portuguesa, não subscrevo”, acrescentou. Martin Schulz acabou, no debate em Bruxelas, por ir mais longe. Já sem falar de Portugal, mas num contexto de crescente proximidade entre a UE e a China (Merkel visitou o país na semana passada e o primeiro-ministro Wen Jiabao reafirmou a disponibilidade da China para ajudar a zona euro a ultrapassar a crise da dívida soberana), o presidente dos democratas europeus referiu-se ao contraste entre os modelos de desenvolvimento europeu e chinês, afirmando que este assenta numa “sociedade esclavagista, sem direitos, numa ditadura que oprime implacavelmente o ser humano”. A seguir, questionou: “Porque não defendemos o nosso Estado de direito, e o modelo dos direitos do homem, e uma crescente capacidade económica, para desafiar, não só do ponto de vista económico, mas também de democracia política? [. . . ] Se não tomarmos rapidamente esta decisão, a Europa tornar-se-á irrelevante”. Veja as declarações de Martin Schulz
REFERÊNCIAS:
Ana Gomes culpa políticas alemãs por “enfeudamento ao investimento angolano”
A primeira reacção portuguesa de apoio às declarações do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, chegou precisamente de Bruxelas. A eurodeputada Ana Gomes afirmou que é a “falta de solidariedade europeia” que está a submeter Portugal aos interesses angolanos. E lamentou que Passos Coelho, “sempre obediente e amestrado”, não o diga à chanceler alemã. (...)

Ana Gomes culpa políticas alemãs por “enfeudamento ao investimento angolano”
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-02-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: A primeira reacção portuguesa de apoio às declarações do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, chegou precisamente de Bruxelas. A eurodeputada Ana Gomes afirmou que é a “falta de solidariedade europeia” que está a submeter Portugal aos interesses angolanos. E lamentou que Passos Coelho, “sempre obediente e amestrado”, não o diga à chanceler alemã.
TEXTO: “Tenho a certeza que Martin Schulz, ao apontar para o risco de enfeudamento português ao investimento angolano, está a ter em mente normas básicas da União Europeia em matéria de direitos humanos, promoção de democracia, combate à corrupção, para fazer o mercado interno e as regras da concorrência, responsabilidade social das empresas”, observou, num comentário em vídeo (ver abaixo) gravado na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas. “É no entanto necessário dizer a Martin Schulz e a todos os amigos alemães, a senhora Merkel incluída, que esse risco é consequência das desastrosas políticas europeias que têm sido determinadas pelo Governo alemão, que empurra Portugal e outros Estados-membros para recursos exteriores à União Europeia (UE), onde interesses contrários aos da UE podem de facto fazer perigar as possibilidades de progresso desses países e do próprio projecto europeu”, acrescentou Ana Gomes. “É isso que se passa também em relação à China. É importante chamar à atenção (. . . ) que é no quadro de ajustamento orçamental que nos é imposto pela União Europeia, com particulares responsabilidades da Alemanha, que Portugal está a vender infra-estruturas críticas, essenciais para a própria segurança nacional e europeia, ao Partido Comunista Chinês”, disse a eurodeputada socialista. “É fundamental que falemos – como Martin Schulz fala – e que digamos à frau Merkel o que temos a dizer nesta matéria. E explicar em particular que é por falta de solidariedade europeia e alemã, em concreto, para resolver a crise, é por causa das receitas desastrosas que só agravam a crise que têm sido determinadas pela frau Merkel, que Portugal se vê obrigado a se sujeitar a investimentos estrangeiros, alheios à União Europeia, e a ceder o controlo de empresas estratégicas”, continuou. “Era bom que Passos Coelho dissesse isso à frau Merkel, em vez de se apresentar sempre obediente e amestrado. ”Martin Schulz, que já lamentou a “interpretação errada” das suas palavras, disse num debate sobre o papel dos parlamentos na UE, realizado a 1 de Fevereiro na Biblioteca Solvay, em Bruxelas, que “o futuro de Portugal é o declínio”. Isto depois de referir a visita-relâmpago que o primeiro-ministro português fez a Angola em Novembro, em que este admitiu ir à procura de capital angolano para as privatizações em curso.
REFERÊNCIAS:
Angolanos reforçam peso nos órgãos sociais do BCP
Além de personalidades ligadas a instituições de capitais angolanos, vão ocupar lugares de topo no BCP ex-ministros do Bloco Central, como Leonor Beleza, Álvaro Barreto e Daniel Bessa. (...)

Angolanos reforçam peso nos órgãos sociais do BCP
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DATA: 2011-03-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Além de personalidades ligadas a instituições de capitais angolanos, vão ocupar lugares de topo no BCP ex-ministros do Bloco Central, como Leonor Beleza, Álvaro Barreto e Daniel Bessa.
TEXTO: A próxima assembleia geral do BCP vai formalizar o domínio dos interesses angolanos no banco, que passam a ter não um representante, como acontecia até agora (Manuel Vicente, presidente da Sonangol), mas pelo menos três membros no Conselho Geral e de Supervisão, estrutura onde as matérias estratégicas são decididas. E pela primeira vez, desde a sua fundação em 1986, o BCP terá na comissão executiva um gestor recrutado em grupos ligados a interesses accionistas: José Iglésias Soares, do angolano Banco Atlântico (detentor de 49 por cento do Millennium bcp Angola, e onde a Sonangol tem uma forte presença). A próxima reunião magna do BCP, agendada para 18 de Abril, vai decorrer num quadro de crise de liquidez e de confiança, o que facilita a passagem do controlo accionista do maior banco português para as mãos de capitais angolanos, liderados pela petrolífera estatal. O reforço da Sonangol no BCP, em articulação com o Banco Atlântico e com a InterOceânico, holding liderada pelo banqueiro angolano Carlos da Silva (do Atlântico), é parte integrante da estratégia de consolidação do novo poder, que, em 2008, substituiu o grupo de Jardim Gonçalves. Carlos Santos Ferreira tem procurado juntar a este grupo, de modo a criar uma estrutura accionista equilibrada, capitais chineses, tendo mantido contactos com o ICBC. É neste quadro que as listas candidatas aos órgãos sociais do BCP, subscritas por vários accionistas como a Sonangol, Metalgest (de Joe Berardo), Teixeira Duarte, EDP, Sabadell, STDM (de Stanley Ho, agora representada pela filha, Pansy), integram vários novos nomes ligados ao eixo angolano. No Conselho Geral e de Supervisão, para além de Manuel Vicente, que ocupa o cargo de vice-presidente (a Sonangol, que lidera, é o maior accionista do BCP com 14, 6 por cento do capital, com autorização do Banco de Portugal para subir até 20 por cento), este órgão de gestão passará a ser encabeçado por António Monteiro, embaixador português de carreira. António Monteiro, que substitui Luís Champalimaud nas funções, é um dos accionistas portugueses (tal como Francisco Balsemão, Proença de Carvalho, Rui Nabeiro, e Hipólito Pires) da InterOceânico, holding controlada por capitais angolanos. E é, também, quadro do Banco Atlântico. António Monteiro já pertencia aos órgão sociais do BCP, ocupando agora uma posição de maior relevo. Depois, também Carlos da Silva, que domina o Banco Atlântico e preside à InterOceânico, vai passar também a sentar-se no Conselho Geral. O eixo angolano no BCP conta com o apoio de grandes accionistas portugueses, como é o caso da Teixeira Duarte (TD), que reforçou, ainda que ligeiramente, a sua posição no banco para 7, 8 por cento. A TD tem interesses em Angola onde desenvolve parcerias com o Banco Atlântico. Se se articularem no BCP com os angolanos formam uma minoria de bloqueio. Outros investidores, ou já estão no país africano, ou projectam entrar. É neste contexto, que vai entrar para a Comissão Executiva do BCP José Iglésias de Sousa, actual administrador do Banco Atlântico. A nomeação de Iglésias resulta numa alteração no modelo de governação, pois, na prática, este órgão deixa de ser totalmente independente dos accionistas, como acontecia desde a fundação. O que era aliás defendido por Jardim Gonçalves. Para além do administrador do Banco Atlântico, que já trabalhou no BCP, Santos Ferreira foi ainda buscar para a comissão executiva um ex-quadro do grupo na Polónia, Rui Teixeira, actual director de marketing. Os dois vão substituir Nelson Machado e José João Guilherme. No cargo ficam os dois vice-presidentes, Paulo Macedo e Vítor Fernandes, e os vogais António Ramalho e Luís Pereira Coutinho. Mas a lista para o Conselho Geral e de Supervisão do BCP traz outra novidade: a adequação do grupo liderado por Santos Ferreira ao actual quadro político, que se antecipa poder vir a ter o PSD como protagonista. Depois de ter em 2008, em plena vigência do consulado socialista, levado para o BCP Armando Vara (ex-ministro de Sócrates), Santos Ferreira (próximo de Guterres) foi agora buscar Leonor Beleza, uma figura carismática do PSD, e Álvaro Barreto, dirigente social-democrata e ex-ministro da Economia do Governo de Santana Lopes. Outro nome é o de Daniel Bessa, um independente conotado com o PS, mas crítico de Sócrates, e que foi ministro da Economia de Guterres. Nos documentos entregues na CMVM, referentes às contas de 2010, fica ainda a saber-se que as remunerações globais da gestão dispararam 14, 2 por cento, totalizando 4, 1 milhões de euros, mais 30 por cento do que em 2009. Este valor não leva em linha de conta os acertos de contas com a saída do antigo vice-presidente, Armando Vara.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD
Como ajudar o Nepal?
Mais de uma dezena de países e organizações ofereceram ajuda na sequência do terramoto que deixou milhares de pessoas mortas. O Nepal, um dos países mais pobres da região, não tem meios para responder à catástrofe. (...)

Como ajudar o Nepal?
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501171612/http://www.publico.pt/1693749
SUMÁRIO: Mais de uma dezena de países e organizações ofereceram ajuda na sequência do terramoto que deixou milhares de pessoas mortas. O Nepal, um dos países mais pobres da região, não tem meios para responder à catástrofe.
TEXTO: Os países vizinhos do Nepal lideram a lista dos que mais têm ajudado o país na sequência do forte terramoto de sábado. Índia, China e Paquistão destacam-se, mas houve auxílio que partiu também dos pequenos Sri Lanka e Butão. Fora da região, já vários países e organizações enviaram ou anunciaram pacotes de ajuda, entre eles a União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Japão. Só nesta segunda-feira, três dias depois do abalo principal, é que o Nepal começou a receber equipas de salvamento em grande escala. Em todo o caso, prosseguem as dificuldades no terreno. O Nepal é um dos países mais pobres da região, não tem equipas especializadas de salvamento nem equipamento pesado para utilizar nas operações de resgate. O material médico escasseia e parte dele está esgotado. O mesmo acontece com comida e água potável – há camiões cisterna nos arredores da capital Katmandu com água para os desalojados e as filas têm dezenas de metros. Da Índia, o país que mais fronteira partilha com o Nepal, mais do que a região chinesa do Tibete, já partiram mais de 200 elementos de equipas de salvamento, mais de uma dezena de aeronaves e helicópteros e toneladas de água potável, comida e material médico. A China enviou 62 elementos de equipas de busca e prometeu cerca de três milhões de euros, assim como abrigos e geradores. O Paquistão, que também sofreu com o abalo, tal como Índia e China, enviou para o Nepal quatro aviões da sua força aérea, um hospital de emergência com 30 camas e mantimentos. As principais forças do eixo ocidental já anunciaram a sua participação. A União Europeia disponibilizou três milhões de euros de ajuda imediata, os Estados Unidos um milhão de dólares (cerca de 920 mil euros) e o Canadá cinco milhões de dólares (perto de 4, 6 milhões de euros). A par da ajuda financeira, estes países disponibilizaram também equipas de salvamento – da União Europeia esta oferta partiu da Grécia, Alemanha, Holanda, Suécia, Finlândia e Bélgica. O Nepal recebeu da Europa dois importantes apoios financeiros, vindos do Reino Unido, que deu cerca de 4, 1 milhões de euros ao país e mais 2, 7 milhões de euros para a Cruz Vermelha, e também da Noruega, que ofereceu perto de 3, 5 milhões de euros. Uma parte essencial da ajuda concedida ao Nepal está a ser canalizada através de organizações humanitárias. Pode contribuir para estas organizações de várias maneiras. Consulte os espaços na Internet de cada uma, clicando nos nomes a azul na lista que se segue:UnicefA Unicef tem como principal missão auxiliar as crianças deixadas vulneráveis pelo terramoto. Este braço das Nações Unidas quer oferecer ao Nepal barras de purificação de água, kits de higiene ou suplementos nutritivos para as crianças e famílias . Cruz VermelhaAs equipas da Cruz Vermelha no Nepal participam desde o primeiro dia em operações de resgate e ajuda médica. Programa Mundial de AlimentaçãoExiste uma grave falta de água potável no Nepal, mas também falta alimentação para as populações afectadas. O Programa Mundial de Alimentação é a maior organização mundial de combate à fome. É financiada a 100% por doações. Handicap InternationalUma organização que se foca no apoio a pessoas com deficiência. Está no Nepal desde o ano 2000 e tem mais de quatro dezenas de voluntários que distribuem, por exemplo, kits para pessoas com deficiência, equipamentos de mobilidade e organizam programas de reabilitação. OxfamTrata-se de uma coligação de organizações de apoio humanitário. Lançou uma missão de resgate de vítimas no Nepal e está em coordenação com a Unicef para distribuir água potável e cuidar dos feridos. Save the ChildrenTal como a Unicef, o seu principal objectivo no Nepal é prestar auxílio às crianças do país, mas também quer alcançar as famílias mais vulneráveis. Dez por cento da doação destina-se a operações futuras da organização. CareA Care está no terreno no Nepal e pede doações. O seu plano é o de alcançar mais de 75 mil pessoas e oferecer abrigo temporário, alimentação e kits de purificação de água. Ajudar o NepalTrata-se de uma rede nepalesa de apoio humanitário no Nepal. A sua acção, como explica a organização no seu espaço na Internet, concentra-se sobretudo no apoio educativo e médico.
REFERÊNCIAS:
Ex-director de investigação do SEF arguido nos vistos gold
Responsável é suspeito de ter avisado o antigo director do SEF de que iria ser alvo de buscas. Secretário de Estado fez uma declaração aos jornalistas no Parlamento para negar ter assinado despacho para isentar de IVA empresa visada no caso. (...)

Ex-director de investigação do SEF arguido nos vistos gold
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Responsável é suspeito de ter avisado o antigo director do SEF de que iria ser alvo de buscas. Secretário de Estado fez uma declaração aos jornalistas no Parlamento para negar ter assinado despacho para isentar de IVA empresa visada no caso.
TEXTO: O ex-responsável da Direcção Central de Investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Paulo Nicolau, foi constituído arguido no caso dos vistos gold esta quarta-feira, garantiu ao PÚBLICO fonte policial. O inspector superior foi notificado durante as buscas levadas a cabo à direcção regional do SEF em Lisboa pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e pelos procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal. O inquérito em que é visado resultará de uma certidão extraída do processo-mãe e estará relacionado com crimes de violação do segredo de justiça. Na véspera da operação, durante a qual veio a ser detido o então director nacional do SEF Manuel Jarmela Palos, Paulo Nicolau tê-lo-á avisado das buscas que o iriam visar, suspeita o Ministério Público. O aviso chegou quando Jarmela Palos estava numa cerimónia oficial nos Açores através de um telefonema e vários SMS. Nas escutas captadas pela PJ, Paulo Nicolau terá dito a Jarmela Palos que “aquilo é para amanhã” e referido números que os investigadores do processo associaram à quantidade de buscas ou de detidos previstos para a operação, noticiou em Abril a revista Sábado. Dois meses depois, Paulo Nicolau saiu da direcção do SEF depois de ter colocado o lugar à disposição quando o novo director do serviço, o juiz-desembargador Beça Pereira, tomou posse. A operação desta quarta-feira envolveu buscas nos serviços da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, liderada por Paulo Núncio, noutros serviços do Ministério das Finanças, no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e ainda em “diversas empresas e residências particulares”, segundo a Procuradoria-Geral da República. No total, contaram-se 34 buscas. Na direcção regional do SEF em Lisboa, a chegada da PJ criou alguma tensão entre os inspectores do SEF indignados com o facto de os colegas da Judiciária terem arrombado algumas gavetas, adiantou fonte policial. Estariam à procura de processo relacionados com a atribuição de vistos gold a cidadãos chineses e líbios. A PJ apenas saiu do SEF em Lisboa pela 1h de quinta-feira. Em causa estarão irregularidades relativas ao tratamento fiscal, em sede de IVA, quanto a uma transacção entre uma empresa portuguesa e o Ministério da Saúde líbio. No final de 2012 e já em 2013 viajaram para Portugal centenas de doentes líbios, incluindo feridos de guerra, que receberam tratamento em hospitais privados portugueses no âmbito de um protocolo entre o Governo português e o Governo Líbio. O acordo passou pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo o SEF tido um papel importante no escrutínio dos vistos humanitários. Até Março deste ano, foram atribuídos 36 vistos gold a cidadãos líbios, adiantou ao PÚBLICO a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, que divulga mensalmente estes dados recebidos do SEF. A maioria dos vistos, porém, continua a ser atribuída a cidadãos chineses (1840), seguidos pelos brasileiros (81), russos (73) e cidadãos da África do Sul (55). Paulo Núncio reagiu esta quinta-feira a notícias que o envolvem nessas irregularidades. Depois de uns longos minutos em que parecia estar a ensaiar a sua declaração, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais precisou de apenas 60 segundos para garantir que não emitiu nem assinou qualquer despacho relacionado com empresas ligadas ao processo dos vistos gold. Mas a verdade é que esta garantia teve que ser inferida pelos jornalistas que o ouviram nos Passos Perdidos, no Parlamento. Porque Paulo Núncio não citou um único nome nem fez qualquer referência directa a que processo se referia. E não respondeu a perguntas. "Gostava de aproveitar esta oportunidade para vos dizer que, ao contrário do que foi hoje noticiado, não emiti nem assinei qualquer despacho relativamente a qualquer empresa no âmbito do processo em curso, pelo que a notícia que hoje foi conhecida não tem qualquer fundamento", afirmou Paulo Núncio frente aos microfones e câmaras. O governante referia-se à manchete do Correio da Manhã - "Núncio perdoa IVA a Lalanda", onde se afirma que o secretário de Estado "despachou favoravelmente" um perdão fiscal em sede de IVA relativo a uma transacção entre a empresa Intelligent Life Solutions, gerida por Lalanda de Castro, e o Ministério da Saúde líbio. "Gostaria também de aproveitar esta oportunidade para reiterar que o Ministério das Finanças e a Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais continuarão a colaborar com a investigação em curso no sentido de obter um esclarecimento cabal deste assunto o mais rapidamente possível", acrescentou, retirando-se seguido pelos três assessores com quem estivera a combinar a sua intervenção.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF PJ