“Quem disse que a fotografia tinha de ser fácil?”
Lisboa nunca tinha feito parte da rota de Martin Parr. Até agora. A recém-inaugurada Barbado Gallery, exclusivamente dedicada à fotografia, escolheu entrar na obra do fotógrafo britânico com um pé na praia. (...)

“Quem disse que a fotografia tinha de ser fácil?”
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.433
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Lisboa nunca tinha feito parte da rota de Martin Parr. Até agora. A recém-inaugurada Barbado Gallery, exclusivamente dedicada à fotografia, escolheu entrar na obra do fotógrafo britânico com um pé na praia.
TEXTO: É difícil não ver uma fotografia de Martin Parr. Elas entram-nos pelos olhos dentro. Mesmo na confusão da inauguração daquela que se apresentou como a primeira exposição individual do fotógrafo britânico em Portugal (não é – expôs em Braga em 1999). Mas, na verdade, quem entrasse na Barbado Gallery, em Lisboa, durante a recente apresentação à imprensa ouviria a voz grossa de Parr ao longe, num sotaque muito cerrado, a sobrepor-se às suas imagens, a confundir-se com elas. Parr (e a sua obra) é daqueles fotógrafos capazes de gerar grandes amores e ódios figadais. Fala alto mesmo que lhe estejam a sussurrar uma pergunta - fala alto, mas mal mexe os lábios finos. A espaços, nota-se ironia e algum enfado (limitou as entrevistas em número e em tempo), ainda que no trato imediato demonstre uma simpatia diplomática. E até uma ou outra ousadia, como quando, no momento de uma fotografia da praxe, impôs como condição que a fotografada saltasse para o seu colo. Ou ainda quando, no retrato para um jornal, decidiu fazer uma pose à super-homem, de pernas abertas e punhos na cintura. É uma excentricidade snob que, afinal, também marca a sua obra, nomeadamente nas séries sobre as praias que começaram em meados dos anos 80, com The Last Resort, o seu primeiro grande projecto a cor. As praias na obra de Martin Parr (Epsom, 1952) são tantas e tão omnipresentes que dão para fazer um percurso retrospectivo e, a partir daí, compreender outros caminhos por onde andou. Foi isso que fez João Barbado, ao escolher com o fotógrafo britânico 25 imagens entre as séries mais antigas até obras captadas já este ano. E daí resultou A Place in the Sun - Martin Parr’s Beach Photos 1985-2015 (até 11 de Novembro), que mistura fotografias muito conhecidas (e esgotadas no mercado coleccionista) com obras pouco vistas. Certo é que todas tiveram o mesmo cuidado com os pormenores, na parede e fora dela – Barbado andou num corropio a borrifar a galeria com um frasco de fragâncias estivais. Conversa numa manhã de calor abafado com cheiro a bronzeador. Porque é que decidiu concentrar-se nas praias para apresentar a sua primeira exposição individual em Portugal que é, ao mesmo tempo, uma pequena retrospectiva da sua obra? O que é que o fascina tanto nestes lugares?Esta não é a minha primeira exposição individual em Portugal. Já fiz uma exposição em Braga. Mas é a primeira em Lisboa que, de todas as capitais da Europa e por razões insondáveis, era a única onde ainda não tinha mostrado o meu trabalho. As praias têm sido para mim um tema recorrente. Exploro-as de maneiras diferentes. São como um laboratório social. Quando começo a fotografar num qualquer lugar do mundo o meu ponto de partida são as praias. Acho que são uma óptima maneira de começar a olhar para um lugar. Há tantas e tão diferentes que nunca é aborrecido. É um projecto em permanente construção. Mal chega a um lugar começa logo a procurar a costa, é isso?Não, nem sempre. Hoje, por exemplo, está um dia quente mas só poderia ir fotografar às oito da manhã, quando não há ninguém. E isso não me interessa. É preciso tempo e eu estou aqui numa visita rápida. As suas fotografias estão sempre cheias de pessoas. Adoro fotografar pessoas. Somos infinitamente fascinantes. Fotografar na praia pode ser um exercício arriscado? Como tem lidado com isso?Tornou-se mais arriscado recentemente. Há 30 anos a noção de pedofilia, por exemplo, não estava no pensamento das pessoas. É mais difícil hoje, sem dúvida. Mas fala com as pessoas antes de as fotografar?Não tenho nenhum método estipulado. Mas também falo com as pessoas, provavelmente até mais noutras situações do que na praia. Não sou purista quanto a isso nem tenho nada contra falar antes de fotografar. O problema é que trabalho muito em países estrangeiros onde não domino a língua. Por vezes, tenho um assistente local que traduz e isso simplifica as coisas. E como reagem à presença de um desconhecido com uma câmara?Em geral, as pessoas sentem-se lisonjeadas por estarem a ser fotografadas. Diria que uma em cada quatro é capaz de rejeitar. Haverá sempre pessoas a dizer “não, não me tire fotografias”. Mas essas são fáceis de descobrir. Normalmente vêm ter comigo muito aborrecidas. Como disse, são uma minoria. Mas quem disse que a fotografia tinha de ser fácil? Gosto do facto de não ser fácil. Fale-nos das principais diferenças entre fotografar a praia em meados dos anos 80 e agora. Bem, a moda mudou, mas provavelmente muito menos do que a mudança que ocorreu com os centros comerciais. Na verdade, as praias são eternas. O mobiliário e as lojas podem ter mudado um pouco. Os bikinis estão diferentes e as pessoas têm mais estilo, mas a maior parte das coisas não mudou nada. Já fotografou nalguma praia em Portugal?Não, nunca. Já estive aqui algumas vezes mas nunca fotografei a sério. Tenho noção disso e é algo que gostava de corrigir. Estou à espera de ter a oportunidade certa para fazer “o” trabalho de fotografia aqui e mostrá-lo depois. Acho que estou a aproximar-me do meu ponto cego em relação ao resto da Europa. O turismo global, o exibicionismo, o kitsch e o consumismo são alguns dos temas recorrentes na sua obra. A praia é o lugar ideal para encontrar num só lugar todo este universo?Sim, as praias têm tudo a ver com o lazer. Gosto de ver as pessoas enquanto procuram esse estado de descontracção. Há muitos anos que ando a olhar para as praias e o turismo, são assuntos que têm estado sempre presentes na minha carreira, embora tenham sido objecto de diferentes capítulos, livros e aproximações. Diria que a busca do lazer pelo mundo Ocidental é a minha maior motivação fotográfica. E o consumismo?Também, claro. O consumismo é uma actividade do lazer. Tive uma fase, nos anos 80 e 90, em que fotografei muitos supermercados e centros comerciais. Mas isso chocava-o?Não, nem por isso. Imagino que num país como Portugal as mudanças têm sido menos acentuadas. Mas parece-me que, ainda assim, tem havido mudanças. E as mudanças são sempre interessantes. Tento responder àquilo que muda. Parte do meu trabalho passa por documentar o mundo em que vivemos para que no futuro possamos olhar para trás e termos algo que recordar. As minhas fotografias dos anos 80 são muito diferentes das que capto hoje. O mundo mudou muito. É preciso que o trabalho fotográfico tenha alguma validade documental. Ao olharmos para estas imagens [na galeria] podemos encontrar boas fotografias. Mas é preciso que elas documentem o mundo. É isso que lhes dá valor. Se se acrescentar a esse valor do documental uma boa fotografia, temos um bónus. A mudança do preto e branco para a cor em meados dos anos 80 está relacionada com o facto de ter começado a fotografar na praia em trabalhos como The Last Resort?Sim. Na verdade, esse foi o primeiro grande trabalho que fiz a cor. Foi muito interessante descobrir a praia através da cor. No texto de apresentação desta exposição Agnès de Gouvion Saint-Cyr afirma que as suas fotografias lhe fazem lembrar quadros de Pieter Brueghel (sempre com muitas pessoas e ocupações do quotidiano). Revê-se nesta associação?Talvez, ainda não li o texto. E também não conheço assim tão bem os quadros de Brueghel. Mas parece-me uma boa associação. Não sou muito bom a falar de arte. Sou uma pessoa simples com sentido intuitivo e livre acerca do que está certo ou errado. À partida, o ambiente da praia tem tudo para ser mau para um fotógrafo: excesso de luz, reflexos, areia, confusão…Isso para mim parece-me tudo bem!Mas qual é para si o maior pesadelo enquanto fotografa na praia?Não haver pessoas suficientes. Praias desertas não têm interesse. Quando ia de férias para a Escócia as praias costumavam estar todas desertas. Era bom para fazer caminhadas. Mas tinha de me forçar a fazer férias naqueles lugares porque para fotografar não havia nada de excitante. Aquilo que quero é fotografar praias cheias de gente. No Reino Unido isso é capaz de ser um pouco difícil…Não, nem por isso. Num dia quente de Verão as praias enchem depressa. Ao contrário de Portugal, que tem muitos dias seguidos de calor, o tempo no Reino Unido é muito imprevisível. Quando há uma ponta de sol toda a gente sai à rua. É presidente da agência de fotografia Magnum desde o ano passado e membro efectivo há mais de 25. O que o levou a aceitar agora a liderança da cooperativa?Não havia mais ninguém para o fazer! É um cargo que tem de ser desempenhado por um fotógrafo da cooperativa e na última reunião percebi que não havia candidatos. Achei que podia desempenhá-lo e avancei. Nomeamos um CEO muito dinâmico que vai ajudar-nos a implementar uma gestão mais empresarial. As mudanças no mercado da fotografia e no mundo editorial são enormes. Ao contrário de muitas agências, felizmente na Magnum temos a cultura e o engenho para seguir em frente, mas temos enfrentado tempos difíceis. Temos que nos adaptar às novas formas de consumir fotografia. Acha que os moldes em que funciona a agência ainda fazem sentido hoje?Da maneira como funcionava antes, não, seria redundante. Temos de mudar. Por exemplo, estamos a trabalhar num canal business-to-customer [empresa produtora ou vendedora negoceia com o consumidor final], queremos continuar a apostar na venda de cópias originais de fotógrafos da agência - que tem sido um sucesso -, em projectos de grupo e em parcerias. Temos de procurar formas de nos tornarmos mais sustentáveis. Isso é um desafio meu e do actual quadro de gestão. A conta de Instagram da Magnum tem quase meio milhão de seguidores…A sério? Não sabia. Costuma acompanhar o que lá se publica? Como olha para este universo?Gosto do Instagram, mas pessoalmente não contribuo nem sigo o que a Magnum lá publica. Tem alguma conta pessoal?Não. Só tenho uma página de Facebook que alguém gere por mim. Sabe, sou uma pessoa um bocado antiquada. E, por outro lado, estou sempre sobrecarregado com pedidos de toda a natureza. Mal consigo sobreviver. Por isso fico contente que a Magnum faça posts no Instagram por mim. O meu sentimento em relação aos media sociais é de indulgência. Tenho um site muito completo, actualizado e com muita informação. Invisto muito nele. Não posso ficar atento a tudo o que se passa no Instagram. O humor, uma faceta muito presente na sua obra, é um género pouco habitual na fotografia de hoje. Porque é que acha que isto acontece? É subvalorizado?É? Não sei. As pessoas são engraçadas. O mundo é engraçado. E se não rirmos, choramos. Aquilo que quero é reflectir a minha própria sensibilidade nas imagens que tiro. Não me compete fazer juízos de valor sobre as minhas fotografias. Isso é o seu trabalho. Crio imagens divertidas que têm uma mensagem séria acerca das contradições do mundo. Só isso. Não posso verbalizar o que as pessoas acham das minhas fotografias. Isso é com elas. As minhas imagens falam por si, para o bem e para o mal. A sua paixão por livros de fotografia é muito conhecida. Ainda tem espaço em casa para livros?Estou a ficar sem espaço, muito depressa. Tenho outro edifício para além da casa, onde já estou a ficar sem espaço também. É um problema. Mas quando se tem um vício como este é difícil parar. É uma paixão compulsiva. É como a heroína ou o crack. É mesmo muito difícil parar. Esta tarde vou à procura de livros de fotografia em Lisboa. Portugal é um país interessante. Há livros extraordinários da época do fascismo dos anos 30. E depois há também livros publicados em Angola com muito interesse. Acho que, neste campo, Portugal é um país onde ainda há muito por descobrir. Que tipo de livros o tem fascinado mais nos últimos tempos?Uma colecção que comprei no Irão, um país onde é muito complicado encontrar livros, em particular sobre a guerra Irão/Iraque e sobre a revolução. Comprei recentemente uma grande colecção deles, uns 30 ou 40. É inacreditável. Há bons livros e fotógrafos de quem nunca ouvimos falar. Já não há assim tantas histórias escondidas como esta. Recentemente publiquei um livro sobre fotolivros chineses. Chegaremos a um ponto em que nada restará desconhecido. O volume três de The Photobook - A History (Phaidon, 2014) será o último?Para já sim, mas quem sabe… Desde que esse livro foi publicado já encontrei outros que mereceriam entrar. As pessoas costumam mandar-lhe livros?Sim, muitos, uns bons uns maus (mais maus do que bons). Mas sabe, da mesma maneira que precisamos de má fotografia também precisamos de maus livros de fotografia – vão ajudar-nos a descobrir os bons. Portugal tem quatro entradas no The Photobook. . . Recorda-se de algum deles e as razões que os levaram a incluí-lo?Sim, claro. O Portugal 1934 é um exemplo extraordinário de um livro fascista de propaganda, com uma estética igual ao que se fazia na Rússia e na Itália. Não há grande conhecimento das edições fascistas de propaganda portuguesas, é um mundo ainda um pouco escondido. E há também bons livros contemporâneos, como o de José Pedro Cortes. Há bons fotógrafos jovens em Portugal e fico contente por poder mostrar algum do seu trabalho. Haverá certamente outros bons exemplos, mas tínhamos de cobrir todos os países do mundo e não podíamos mostrar toda a gente. Tivemos de escolherNo ano passado, decidiu pôr em confronto no Museu da Ciência em Londres o seu primeiro grande trabalho de meados dos anos 70, The Nonconformists, com o trabalho de Tony Ray-Jones (1941-1972). Fale-nos da experiência de mergulhar nos arquivos de alguém que foi uma das suas principais influências. Foi muito interessante olhar para as provas de contacto e descobrir novas fotografias que talvez tenham sido negligenciadas. O que ele tinha de mais forte era a noção de espaço. Dá a sensação de que conseguia fotografar os intervalos entre as coisas e as situações. Foi um bom exercício entrar no mundo dele e encontrar novas fotografias. E, claro, foi uma honra poder mostrar as minhas imagens junto das de Tony. Ray-Jones também fotografou muito a praia. Pode considerar-se que ele abriu uma porta pela qual também decidiu entrar?Com certeza. Apesar de ter começado a fotografar praias antes de conhecer o trabalho de Tony Ray-Jones (nunca o conheci pessoalmente) devo muito às imagens dele sobre esse universo. Quando as descobri, fiquei espantado com a habilidade que tinha para lidar com o espaço e isso foi uma coisa que tentei aplicar ao meu trabalho. Foi uma profunda influência e não o nego. É descrito como uma pessoa de múltiplos talentos. O que é que se sente mais: um fotógrafo, um editor, um curador, um coleccionador de imagens ou um acumulador de coisas?Vejo-me sobretudo como um fotógrafo. É aquilo que de mais importante faço. Todas as outras actividades, que me dão muito gozo, são um complemento dessa faceta. Mas, ultimamente, tenho dado prioridade à fotografia. Qual foi a última fotografia que tirou?Hmmm… Foi uma fotografia de moda no espaço Le Bon Marché, em Paris.
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Partidos LIVRE
Obama garante apoio a Hollande, mas não uma coligação com a Rússia para derrotar o EI
Em semana intensa de contactos diplomáticos, Presidente francês viajou até Washington para garantir a cooperação dos Estados Unidos na campanha contra jihadistas. (...)

Obama garante apoio a Hollande, mas não uma coligação com a Rússia para derrotar o EI
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em semana intensa de contactos diplomáticos, Presidente francês viajou até Washington para garantir a cooperação dos Estados Unidos na campanha contra jihadistas.
TEXTO: Foi a promessa de uma resposta “impiedosa” contra o autoproclamado Estado Islâmico, que reivindicou a autoria dos atentados de Paris, que levou o Presidente de França, François Hollande, até Washington, para conversações na Casa Branca com Barack Obama sobre a estratégia e a cooperação internacional no combate ao terrorismo. E a visita não saiu gorada: os dois líderes concordaram em intensificar os bombardeamentos em curso contra os alvos jihadistas, no território que agora dominam na Síria e no Iraque, e também reafirmaram o seu apoio a todas as “forças locais” que estão no terreno, a conduzir a ofensiva contra os militantes islamistas. Após quase três horas de reunião, Obama abriu a conferência de imprensa retribuindo a solidariedade e o apoio manifestado pela França aos Estados Unidos depois dos atentados de 2011, repetindo o refrão lançado depois do ataque a Paris: “Nous sommes tous français”, e “todos estamos unidos” na luta contra o terror, declarou. Por isso, num quadro de assistência reforçada, os EUA vão coordenar os assaltos aéreos com a aviação francesa, partilhar informação secreta e melhorar a vigilância de passageiros nos aeroportos, informou. Com os aviões de guerra franceses a levantar do porta-aviões Charles de Gaulle, estacionado no Mediterrâneo oriental ao largo da Síria, para bombardear alvos do EI, o Presidente francês procura, esta semana, congregar apoios e construir uma frente unida de aliados para a campanha militar contra os extremistas – que, garantiu Hollande na Casa Branca, não prevê a mobilização de tropas estrangeiras para o terreno. Além de Washington, o roteiro diplomático de Hollande inclui uma paragem em Moscovo, para um encontro com Vladimir Putin, e contactos em Paris com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o Presidente chinês, Xi Jinping. Até domingo, Hollande também conversará com o novo primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e da Itália, Matteo Renzi, além do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon. A mensagem do Presidente francês para todos estes líderes é idêntica: a defesa dos valores comuns ocidentais e a protecção das populações implica a “unidade de forças” e uma “colaboração intensa”. Um primeiro sinal da comunidade internacional foi a aprovação por unanimidade, no rescaldo dos atentados de Paris, de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, apresentada pela França, contra o Estado Islâmico. No entanto, o discurso que Hollande tem vindo a repetir desde os últimos dias contém também parágrafos sobre a necessidade de uma “resolução” para a guerra na Síria, nomeadamente o fim do regime de Bashar al-Assad e a sua exclusão do processo de transição política – e neste ponto, a boa vontade de alguns dos aliados poderá ficar àquem das expectativas da França. Aliás, antes do líder gaulês aterrar na capital norte-americana, a queda de um caça aéreo russo, abatido pela Turquia, ensombrava a agenda do encontro bilateral, e acrescentava um novo nível de complexidade às negociações internacionais para a “coligação” que Hollande reclama. O Presidente da França lamentou o episódio; Obama sublinhou que a preocupação do momento é evitar uma escalada da situação. “Julgo que é importante notar que existe uma coligação robusta, com 65 países, que estão a combater o EI. A Rússia permanece à margem”, notou Obama, acrescentando que a cooperação de Moscovo seria “muito bem-vinda”, tendo em conta as suas capacidades militares e “a influência que tem junto de Assad”.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Pequim entra pela primeira vez em alerta vermelho de poluição
A poluição do ar é mais de quinze vezes superior ao nível máximo recomendado. Governo recomenda o fecho de escolas, proibe a circulação de metade dos carros e actividades ao ar livre. (...)

Pequim entra pela primeira vez em alerta vermelho de poluição
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.125
DATA: 2016-11-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: A poluição do ar é mais de quinze vezes superior ao nível máximo recomendado. Governo recomenda o fecho de escolas, proibe a circulação de metade dos carros e actividades ao ar livre.
TEXTO: O manto escuro, pesado e húmido de ar contaminado que se abateu há vários dias sobre Pequim fez com que o Governo chinês anunciasse na noite de segunda-feira um “alerta vermelho” de poluição, o primeiro na história da capital do país mais poluente do mundo. O alerta vai durar até ao meio-dia de quinta-feira, altura em que se espera que uma frente de ar frio dissipe parte do ar poluído na cidade. Até lá, só metade dos carros em Pequim podem circular – matrículas que acabem em números ímpar um dia, números par no outro –, o Governo recomenda o fecho das escolas sem bons sistemas de filtração de ar, limita o tempo de trabalho em locais de construção ao ar livre, as empresas devem dar horários mais flexíveis aos seus trabalhadores e todas as “grandes actividades ao ar livre” estão proibidas. “Mesmo quando estou com a máscara sinto-me desconfortável e não tenho energia nenhuma”, disse Li Huiwen, residente em Pequim, à Associated Press. “Tem que se fazer o que se pode para nos protegermos. ” O enviado da Al-Jazira na capital chinesa, Adrian Brown, complementa: “Consegue ver-se a poluição, consegue sentir-se-lhe o sabor. ”O método mais convencional para se chegar ao risco de saúde de uma dada poluição atmosférica faz-se pela medição de Partículas de Matéria 2. 5 (PM2. 5). Entre outros elementos, estas minúsculas partículas – 0, 0025 milímetros, daí o seu nome – contêm vestígios de metais, combustão e compostos orgânicos suficientemente pequenos para entrarem no sistema respiratório ou circulação sanguínea. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um máximo de 25 microgramas de PM2. 5 por metro cúbico para que o ar seja considerado saudável. Às 19h desta terça-feira, hora local de Pequim, o sistema de medição da poluição atmosférica da embaixada dos Estados Unidos registava 379 microgramas de PM2. 5 por metro cúbico. Mais de quinze vezes superior ao nível máximo. Um valor considerado “perigoso”, o quinto e mais grave patamar de risco de saúde na escala de poluição atmosférica. Algumas zonas da cidade chegavam aos 400 microgramas de PM2. 5. Mesmo assim, não é nada que se compare aos níveis de poluição de há uma semana, quando os níveis de poluição do ar em Pequim estavam a 40 vezes o máximo recomendado pela OMS – mais de 1000 microgramas de PM2. 5 por metro cúbico de ar. Mas o Governo não decretou então o alerta vermelho para a capital, ou em ocasiões semelhantes nos últimos meses. A decisão de não o fazer foi recebida com alguns protestos, o que terá dado lugar ao alerta desta semana, como explica o correspondente da BBC em Pequim, John Sudworth. “Porquê o vermelho agora? A falta de alertas vermelhos anteriores foi recebida com manifestações de protesto cada vez maiores. O que é que seria necessário, perguntavam as pessoas na semana passada, à medida que os seus filhos tentavam encontrar o caminho através da semiobscuridade em direcção às escolas ainda abertas, para o Governo agir?”A decisão do Governo chinês em emitir um alerta vermelho para Pequim foi bem recebida por organizações ambientais e de protecção da saúde. “É um sinal bem-vindo de uma atitude diferente por parte do Governo de Pequim”, escreveu a Greenpeace em comunicado. “Significa, primeiro e acima de tudo, que as autoridades estão a encarar com muita seriedade os temas da qualidade do ar”, anunciou a OMS. Mais de metade das medições à qualidade do ar em Pequim feitas pela embaixada dos Estados Unidos entre 2008 e 2015 indicam níveis “prejudiciais” ou “muito prejudicais” à saúde. A qualidade do ar na capital chinesa tem melhorado ligeiramente nos últimos meses, mas as ocasiões em que as medições de PM2. 5 são consideradas aceitáveis acontecem ainda em menos de 5% das análises norte-americanas. A principal fonte de energia na China é ainda o carvão (mais de 60%, segundo os números da BBC), apesar do grande investimento em fontes renováveis de energia dos últimos anos. O ar estanque e contaminado que se sente em Pequim é sobretudo provocado pelas fábricas utilizadoras de carvão na sua periferia, poeira dos locais de construção e as grandes emissões poluentes dos veículos. A poluição do ar na cidade agravou-se nos últimos dias pela falta de vento e grande humidade. A geografia da cidade não ajuda: as montanhas a Norte e a Oeste aprisionam a poluição que vem das cidades industriais a Sul e Sudeste.
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Partidos LIVRE
China confirma morte de refém pelo Estado Islâmico
Noruega afirma não ter razões para duvidar que cidadão norueguês foi também executado pelos jihadistas. (...)

China confirma morte de refém pelo Estado Islâmico
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Noruega afirma não ter razões para duvidar que cidadão norueguês foi também executado pelos jihadistas.
TEXTO: A China confirmou a morte de um cidadão chinês, executado pelo autoproclamado Estado Islâmico, e promete “levar à Justiça” os responsáveis por este “acto selvagem”. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês revelou a identidade do refém, chamando-lhe Fan Jinghui, e confirmou que foi “cruelmente assassinado”. Não se sabe exactamente onde e quando foi morto, mas a China adianta que em Setembro soube que um cidadão chinês estava refém dos jihadistas e tentou activar um mecanismo de emergência para o libertar. O que é o Estado Islâmico?“O Governo chinês condena veementemente este acto selvagem desprovido de humanidade e certamente levará os criminosos à Justiça”, diz o comunicado, acrescentando que a China vai reforçar a cooperação com a comunidade internacional no combate ao terrorismo. Apesar desta confirmação oficial, diz o Guardian, as autoridades chinesas esforçaram-se para não haver muitos detalhes do caso na imprensa da China. “Refém chinês” foi a sexta expressão mais pesquisada no Weibo, o Twitter chinês, mas o Free Weibo, o site que lista posts apagados em redes sociais, mostra que várias publicações sobre este tema foram apagadas. As mortes deste cidadão chinês e de um norueguês foram anunciadas pelo chamado Estado Islâmico na sua revista em inglês Dabiq. A vida no Estado IslâmicoA primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, já tinha afirmado não ter razões para duvidar que Ole Johan Grimsgaard-Ofstad, de 48 anos, tenha sido executado pelo EI. Considerou o caso “doloroso” para todo o país, mas sublinhou que a Noruega não paga resgates.
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Palavras-chave morte comunidade chinês morto
Clubes europeus são extravagância para milionários estrangeiros
Alguns dos maiores clubes da Europa são propriedade de investidores estrangeiros e esta é uma realidade com tendência para aumentar. Por capricho, por interesse ou por estratégia. (...)

Clubes europeus são extravagância para milionários estrangeiros
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.06
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Alguns dos maiores clubes da Europa são propriedade de investidores estrangeiros e esta é uma realidade com tendência para aumentar. Por capricho, por interesse ou por estratégia.
TEXTO: A presença de investidores estrangeiros no futebol europeu já deixou de provocar estranheza. Inglaterra é onde este fenómeno é mais comum, mas os campeonatos de Espanha, Itália e França também começam a revelar-se atractivos para quem tem alguns milhões disponíveis para empenhar numa extravagância, como é a compra de um clube de futebol. Quando, em Junho de 2003, Roman Abramovich passou a ser proprietário do Chelsea, dificilmente imaginaria o que aí vinha: os últimos dados oficiais colocavam o investimento feito pelo russo muito perto da fasquia dos 1500 milhões de euros. E Abramovich até é dono de um clube que tem uma marca global e conquista troféus regularmente, porque há outros que não são mais do que um sorvedouro de dinheiro. O que leva um milionário a interessar-se por um clube de futebol de outro país, sabendo à partida que dificilmente vai fazer dinheiro com esse negócio? “Pensar que os clubes possam tornar-se em activos geradores de rendimentos, que paguem dividendos todos os anos, é errado, porque não é a forma como eles funcionam. De certa forma, são um bem raro, tal como uma obra de arte, um automóvel clássico ou uma colecção de bons vinhos. A sua escassez e poder de atracção dá-lhes valor intrínseco”, sublinhou Dan Jones, da consultora Deloitte, ao The Wall Street Journal. Em alguns casos o objectivo pode ser a mera ostentação, mas noutros há um propósito financeiro: quando, em 2005, a família norte-americana Glazer adquiriu o Manchester United, fê-lo recorrendo a um empréstimo em nome do próprio clube. Os red devils estão a pagar mais de 750 milhões de euros aos bancos, mas em Setembro foi anunciado que o clube passará a pagar anualmente aos seus proprietários 21, 4 milhões de euros a título de dividendos. O tema da propriedade de clubes por estrangeiros tem provocado debate e preocupação em Inglaterra. Segundo o diário The Guardian, 28 clubes de quatro escalões do futebol inglês são detidos por forasteiros, quase todos eles através de sociedades com sede em paraísos fiscais. No caso do Manchester United, o registo da empresa está nas Ilhas Caimão (a 7592 quilómetros de Old Trafford, o estádio dos red devils), tal como acontece com o Birmingham City, Coventry City e Cheltenham Town. Contrastes europeusNuma Liga como a espanhola, que conta com a atracção global de ter os dois melhores jogadores do mundo, só em três clubes há posições maioritárias de investidores estrangeiros: Valência, Málaga e Granada. O Atlético de Madrid cedeu 20% das acções ao empresário chinês Wang Jianlin em troca de 45 milhões de euros. E em Espanha acredita-se que venham a concretizar-se mais investimentos a curto prazo: “Há vários meses que a Liga de Futebol Profissional vem a detectar um incremento no interesse por investir em clubes do futebol espanhol. Em alguns casos recebeu-os na própria sede, onde os interessados foram pedir informação sobre os clubes em que pensam investir. ‘Nos próximos seis ou sete meses vão fechar-se várias operações’, garantem”, podia ler-se, no início do ano, no diário El País. Em Itália diz-se que só duas equipas e meia estão em mãos estrangeiras. O Inter de Milão foi comprado há dois anos pelo empresário indonésio Erick Thohir e a Roma está nas mãos de um grupo norte-americano liderado por James Pallotta desde Abril de 2011. E Silvio Berlusconi confirmou em Setembro ter chegado a acordo com o tailandês Bee Taechaubol para a venda de 48% do Milan. Na Liga francesa, só dois clubes são propriedade de estrangeiros: o Paris Saint-Germain foi adquirido por uma sociedade do Qatar e o Mónaco foi comprado há quatro anos pelo milionário russo Dmitry Rybolovlev. Esta é uma realidade impossível de verificar-se no futebol alemão, devido à regra 50+1: para competir na Bundesliga, um clube deve ser detentor da maioria dos seus próprios direitos de voto. Os cheques dos xequesMuitos dos milhões que circulam actualmente no futebol europeu têm origem no Médio Oriente. O Manchester City foi adquirido em Agosto de 2008 pelo xeque Mansour Bin Zayed, membro da família real de Abu Dhabi; o Paris Saint-Germain é, desde Outubro de 2011, dirigido por Nasser Al-Khelaif, que foi conselheiro do actual emir do Qatar, o xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, que também é uma das figuras-chave da Qatar Foundation, que patrocina as camisolas do Barcelona; um parente do emir, Abdullah bin Nasser Al-Thani, é o proprietário do Málaga. E podia continuar-se a explorar as ligações.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos chinês
Huawei apresenta bateria que carrega 50% da capacidade em cinco minutos
Bateria de iões de lítio carrega em minutos e permite conversação de até dez horas. (...)

Huawei apresenta bateria que carrega 50% da capacidade em cinco minutos
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bateria de iões de lítio carrega em minutos e permite conversação de até dez horas.
TEXTO: O gigante tecnológico chinês Huawei apresentou dois protótipos de baterias removíveis de iões de lítio de 600 mAh que permitem ser carregadas em 68% em dois minutos, apesar de na prática não permitir um período muito alargado de conversação telefónica, e de 3, 000 mAh em 48% em cinco minutos, dando uma autonomia de cerca de dez horas ao utilizador. Não é a primeira vez que é avançado um protótipo de bateria que pode ser carregada em minutos, resolvendo o problema do tempo de espera que pode levar em média duas horas para a capacidade da mesma ser reposta. Ainda este ano, uma equipa de cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, alegou ter criado a primeira bateria de alumínio de alta-performance que é rápida a carregar (cerca de um minuto), de longa duração e de baixo custo. O ano passado, investigadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, desenvolveram uma bateria de iões de lítio que permite recarregar até 70% um telemóvel em apenas dois minutos e tem uma durabilidade de mais de 20 anos, dez vezes mais que as baterias existentes com as mesmas características. Ainda mais rápida foi a proposta apresentada também em 2014 pela StoreDot Ltd, uma startup israelita, com sede em Telavive, de uma bateria desenvolvida para o Samsung Galaxy 4 que carregou o smartphone em apenas 26 segundos. Mais recentemente, a Samsung anunciou que as baterias do seu novo Galaxy 6 poderia funcionar durante quatro horas com apenas dez minutos de carregamento. Agora é a vez da Huawei mostrar o que vale. A empresa explica em comunicado que usou heteroátomos – átomos que não são carbono ou hidrogénio –, o que aumentou a velocidade de carregamento em dez vezes sem afectar a densidade de energia ou o tempo de vida da bateria. “A Huawei está confiante de que este avanço no carregamento rápido de baterias vai levar a uma nova revolução em dispositivos electrónicos, especialmente no que diz respeito a telemóveis, veículos eléctricos, dispositivos portáteis e fontes de alimentação móveis. Em breve, todos seremos capazes de carregar na totalidade as nossas baterias no tempo em que leva tomar um café!”, acrescenta a empresa chinesa. Ainda não previsões para a comercialização das baterias.
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Palavras-chave chinês
Porto/Post/Doc: o “arrojo" de mostrar cinema documental na Baixa do Porto
Segunda edição do festival de novo cinema documental, que decorre de 1 a 8 de Dezembro no Rivoli e no Passos Manuel, foi apresentada esta quarta-feira na presença de Rui Moreira. (...)

Porto/Post/Doc: o “arrojo" de mostrar cinema documental na Baixa do Porto
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Segunda edição do festival de novo cinema documental, que decorre de 1 a 8 de Dezembro no Rivoli e no Passos Manuel, foi apresentada esta quarta-feira na presença de Rui Moreira.
TEXTO: A decorrer de 1 a 8 de Dezembro no “eixo” formado entre o Rivoli e o Passos Manuel, com algumas sessões no espaço Maus Hábitos, o segundo Porto/Post/Doc apresentará 12 filmes em competição, seleccionados entre mais de 400, sensivelmente o dobro dos que se candidataram na edição inaugural. Com o mesmo orçamento de 150 mil euros de que dispôs em 2014, o festival exibirá este ano um total de 66 filmes, 11 dos quais em estreia mundial e 44 nunca antes mostrados em Portugal. Entre os 12 títulos a concurso, o destaque vai para The Event, onde o bielorrusso Sergei Loznitsa (A Praça) utiliza exclusivamente imagens de arquivo para contar o “golpe” de 1991 que pretendeu derrubar o líder russo Boris Yeltsin; Cartel Land, do americano Matthew Heinemann, sobre as tensões fronteiriças entre o México e os EUA à volta da “guerra contra as drogas”; e Behemoth, olhar sobre a destruição das montanhas chinesas em nome da mineração de aço, da autoria do chinês Zhao Liang (Petition). A selecção competitiva do Porto/Post/Doc inclui ainda duas presenças portuguesas, que não são inéditas: A Toca do Lobo, de Catarina Mourão, um dos mais aclamados documentários portugueses dos últimos anos, que vem do concurso do IndieLisboa, e Portugal, um Dia de Cada Vez, de João Canijo e Anabela Moreira, que estreou no DocLisboa. As novidades nacionais no festival serão apresentadas fora de concurso: Cercados, de André Tentúgal e Vasco Mendes, sobre o bairro portuense do Cerco; Bairrismos, de Pedro Neves, sobre os bairros camarários da mesma cidade; e ainda Como Se, do fotógrafo Daniel Blaufuks, sobre o campo de concentração de Theresienstadt. A inauguração oficial do Porto/Post/Doc dar-se-á no dia 1 de Dezembro com The Wolfpack, onde a documentarista americana Crystal Moselle acompanha a descoberta do mundo pelos sete irmãos Angulo, criados isolados do mundo num apartamento de Manhattan. The Wolfpack ilustra igualmente uma das “direcções temáticas” do festival, sob o genérico Teenage, dedicada às identidades e influências da adolescência; esta secção mostrará igualmente o documentário construído sobre gravações da voz de Marlon Brando, Listen to Me, Marlon. O festival encerra uma semana depois com a exibição do último trabalho do mestre Frederick Wiseman, In Jackson Heights. A pecha do cinemaO programa do segundo Porto/Post/Doc foi apresentado esta quarta-feira no Teatro Rivoli, onde Rui Moreira esteve não apenas como presidente da câmara, mas também, e pela primeira vez, enquanto responsável pelo pelouro da Cultura, que assumiu após a inesperada morte do vereador Paulo Cunha e Silva. O autarca, que ao longo destes dias, e nos locais adequados, tinha já prestado a Cunha e Silva as devidas homenagens, foi ao Rivoli falar de cinema, que considerou “talvez a pecha mais significativa” na vida cultural da cidade. “Havia muito pouca coisa, e estamos a tentar preencher essa lacuna”, disse Rui Moreira, cumprimentando o director do Porto/Post/Doc, Dario Oliveira, pelo “arrojo” de ter avançado com este festival. Numa breve intervenção, o autarca confessou a sua admiração pela recém-falecida Chantal Akerman, a quem o festival dedica uma breve retrospectiva encimada pelo seu último filme, No Home Movie: “Gosto muito dos seus filmes e recomendo a todos que os vejam: são filmes que nos comovem e emocionam”. O festival vai ainda apresentar retrospectivas de dois cineastas norte-americanos de diferentes gerações: Lionel Rugosin, um veterano muito apreciado por realizadores como Scorsese ou Tarantino, comentou Dario Oliveira, e Thom Andersen, um documentarista de Los Angeles a quem se deve um filme sobre a arquitectura de Eduardo Souto de Moura. Rui Moreira acabaria por referir Paulo Cunha e Silva, que estava decerto na cabeça de todos os presentes, e fê-lo de forma inteiramente natural, ao congratular-se pela presença na programação de Cercados, sobre o bairro do Cerco. Sublinhando que o filme nascera do projecto Oupa!, que integra o programa Cultura em Expansão, lembrou: “Quando o Paulo Cunha e Silva e eu pensámos na programação cultural da cidade, tínhamos outro nome para o Cultura em Expansão, chamávamos-lhe Cultura Fora do Sítio, mas era, e continua a ser, uma das nossas grandes apostas”.
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Reserva Federal diz que pode ter condições para subir juros em Dezembro
Preocupações com a economia mundial e com a volatilidade dos mercados “diminuíram”, diz o banco central norte-americano. (...)

Reserva Federal diz que pode ter condições para subir juros em Dezembro
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Preocupações com a economia mundial e com a volatilidade dos mercados “diminuíram”, diz o banco central norte-americano.
TEXTO: A maioria dos membros do banco central norte-americano considera que as condições económicas que permitem uma primeira subida das taxas de juro "podem ser atingidas em Dezembro", segundo um documento divulgado esta quarta-feira. Durante a reunião do comité de política monetária da Reserva Federal (Fed), realizada a 27 e 28 de Outubro, "a maioria dos participantes" considerou que as condições requeridas para um início da normalização da política monetária "podem ser atingidas até à próxima reunião", a 15 e 16 de Dezembro, de acordo com as actas publicadas. As preocupações com a economia mundial e com a volatilidade dos mercados "diminuíram" apesar de ser ainda necessário "vigiá-las", referiram os membros da Fed. No comunicado divulgado após a reunião de Outubro, a Fed não fez qualquer referência à possibilidade de a situação económica e financeira global ter impacto no crescimento dos Estados Unidos, ao contrário do que sucedeu em Setembro. Nessa data, o banco central dos Estados Unidos mostrou preocupação com o abrandamento da economia chinesa e com a turbulência nos mercados financeiros. A Fed tem mantido as taxas de juro de referência próximas de zero (entre zero e 0, 25%) desde finais de 2008 para apoiar a recuperação após a crise financeira. No passado dia 04, a presidente da Fed, Janet Yellen, indicou numa comissão do Congresso que a subida das taxas de juro em Dezembro é "uma possibilidade real".
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Tempo Dezembro Outubro Setembro
Miguel Macedo acusado de influenciar vários colegas de Governo
O objectivo seria favorecer o seu amigo e antigo sócio Jaime Gomes, que num dos casos conseguiu evitar o pagamento de 1,8 milhões de euros em IVA. Vinte arguidos, incluindo quatro empresas, acusados no processo dos vistos gold. (...)

Miguel Macedo acusado de influenciar vários colegas de Governo
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: O objectivo seria favorecer o seu amigo e antigo sócio Jaime Gomes, que num dos casos conseguiu evitar o pagamento de 1,8 milhões de euros em IVA. Vinte arguidos, incluindo quatro empresas, acusados no processo dos vistos gold.
TEXTO: Os crimes são imputados ao ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, mas os relatos da acusação não deixam imunes vários membros do anterior Governo, que se mantêm no actual Executivo, como o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e o secretário de Estado das Comunidades José Cesário. O objectivo seria sempre o mesmo: favorecer pessoas próximas de Macedo, como o seu ex-sócio, Jaime Gomes, ou o ex-presidente do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), António Figueiredo. Dos governantes, apenas Miguel Macedo é acusado, numa lista composta por 20 arguidos, incluído quatro empresas que terão sido favorecidas em vários esquemas. A acusação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal imputa ao ex-ministro três crimes de prevaricação e um de tráfico de influência um dos quais relacionados com um pedido que Macedo fez a Paulo Núncio para que se reunisse pessoalmente com Paulo Lalanda de Castro, que contratou José Sócrates como consultor da Octapharma. Lalanda de Castro surge no processo vistos gold como responsável por uma empresa que trouxe a Portugal várias dezenas de cidadãos líbios, vítimas da guerra naquele país, para receberem tratamento médico. A Intelligent Life Solutions (ILS) queria evitar o pagamento de 23 % de IVA relativa a dois contratos, um de 2, 9 milhões de euros relativo a 2013 e outro de 4, 9 milhões de 2014. “O que perfaz o valor total de 1. 818. 512 euros não liquidado a título de IVA na facturação emitida pela ILS ao Ministério da Saúde Líbio, valor que o Estado Português deixou de arrecadar na íntegra” lê-se na acusação, a que o PÚBLICO teve acesso. Paulo Núncio – que foi ouvido neste processo apenas como testemunha- aceitou reunir duas vezes com os responsáveis daquela empresa e delegou num funcionário da Autoridade Tributária o acompanhamento do caso, que foi favorável às pretensões daquela sociedade. Quando a questão ficou resolvida, o funcionário das finanças fez questão de reencaminhar um email para o secretário de Estado que “deu, de imediato, contas a Miguel Macedo do desfecho da situação”. Este, por sua vez, diz a acusação, telefonou a Jaime Gomes dizendo-lhe: chegou a “boa notícia” de que “aquilo já está resolvido”. A acusação precisa ainda que Miguel Macedo enviou do seu email oficial do ministério o caderno de encargos do concurso para operar e manter os helicópteros Kamov comprados em 2006 pelo Estado três meses antes da data do anúncio da abertura do concurso, quando ainda estavam a decorrer trabalhos preparatórios. O documento fora-lhe enviado pelo secretário de Estado João Almeida, tendo sido reencaminhado por Macedo para Jaime Gomes. Este mantinha relações com uma empresa de aviação, a FAASA, que, segundo a acusação, terá sido subcontratada pela Everjets, que ganhou o concurso com a proposta mais baixa, no valor de 46 milhões de euros. O actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, foi outro dos alvos da influência de Miguel Macedo, que lhe pediu ajuda para desbloquear os vistos dos cidadãos sírios, após o encerramento da embaixada portuguesa em Trípoli. Já o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, aparece como candidato a sócio de uma futura agência que prestaria serviços a cidadãos chineses que quisessem obter vistos gold em Portugal. No centro do processo encontra-se o ex-presidente IRN, António Figueiredo, acusado de 12 crimes. A sua especialidade consistia em abrir portas. Era disso que se gabava, segundo o Ministério Público, o principal arguido do caso. Com mais de 500 páginas, a acusação expõe a promiscuidade entre várias figuras do mundo da política e o dos negócios. O social-democrata que preside à Câmara de Cascais e que ocupa uma das vice-presidências do partido, Carlos Carreiras, também é mencionado pelos procuradores encarregues da investigação, percebendo-se que a rede de conhecimentos que António Figueiredo se gabava de ter – as tais portas que dizia conseguir abrir – se estendia a juízes e a ex-directores dos serviços secretos e a outros partidos que não o PSD. Apontado por várias pessoas como o mais provável ministro da Justiça de um governo liderado por António Costa, o ex-secretário de Estado do PS João Tiago Silveira sabia das relações privilegiadas do dirigente do IRN com investidores chineses – embora se ignore se tinha conhecimento dos contornos dos negócios cuja legalidade o Ministério Público põe agora em causa.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD
A meio mundo de distância, a NATO ajuda o Japão a ganhar força na Ásia
Com uma Constituição pacifista, Tóquio não pode ir para a guerra, mas não quer ficar fora do jogo em termos de capacidades militares. As missões contra a pirataria são uma forma de se afirmar. (...)

A meio mundo de distância, a NATO ajuda o Japão a ganhar força na Ásia
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.16
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com uma Constituição pacifista, Tóquio não pode ir para a guerra, mas não quer ficar fora do jogo em termos de capacidades militares. As missões contra a pirataria são uma forma de se afirmar.
TEXTO: O mundo está a mudar, e há novas potências a emergir na Ásia. É quase uma banalidade dizer-se isto, mas para o Japão, esta é a sua realidade geográfica. “Neste momento, uma em cada três pessoas na população mundial é chinesa ou indiana, e estes são países em ascensão”, diz Masafumi Ishii, o representante de Tóquio na NATO. O desafio, para o Japão, é impor o papel que escolheu para si, que é o de uma espécie de irmão mais velho e mais sábio. “Não é de espantar que as relações internacionais estejam num processo de ajustamento”, afirmou Ishii, que falou com o PÚBLICO na semana passada, numa passagem por Lisboa, para explicar de que forma a parceria com a Aliança Atlântica está a ajudar o Japão a ancorar-se melhor no Pacífico. “A NATO é a marca com mais sucesso internacional em termos de segurança, e também a força mais capaz de estabilização. Faz sentido para o Japão aprender com a Aliança Atlântica, como organizam as vossas forças militares, como as operam. Fazemos isso participando em treinos e exercícios conjuntos com a NATO, em que aumentamos o nosso nível de interoperabilidade”, explicou. Este aumento de intimidade do Japão com a NATO tem a ver com a posição que Tóquio se vê assumir na Ásia, o continente em mudança: “Alguém tem de se esforçar para manter a estabilidade”, diz o embaixador Ishii. Esse papel de irmão mais velho, de um actor regional “que possa avançar para garantir a segurança ou evitar uma crise”, é o papel que o Japão gosta de atribuir a si próprio. “Num olhar global, podemos dizer que há apenas três pilares dispostos a assumir esta posição: os Estados Unidos, a Europa, e as democracias da Ásia, Japão, Republica da Coreia e Austrália. ”O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, terá um palco privilegiado para apresentar a visão geopolítica do Japão esta semana, quando discursar, pela primeira vez, numa sessão conjunta do Congresso norte-americano, a 29 de Abril. Em causa está não só a sua posição no tabuleiro regional como a relação nipónica com os EUA. É a China a maior ameaça que Tóquio pressente na sua região, ou é dela que quer tentar ser esse irmão mais velho? “A China pode não ser o único problema – a Coreia do Norte é uma questão mais séria e mais urgente”, afirma o diplomata. “A China é um desafio. Temos de coexistir com ela, é o que o Japão tem feito nos últimos dois mil anos. Coexistimos e prosperamos juntos, é o que queremos fazer. Claro que temos de nos preparar para o pior, mas na esperança de que este momento nunca chegue. ”A disputa territorial em torno do arquipélago Senkaku – ilhas desabitadas administradas pelo Japão desde 1895, mas que a China também reclama – é o motivo de confronto mais recente. “Mas as relações começaram a voltar ao normal, e isso é bom. O Presidente Xi Jinping e o primeiro-ministro Shinzo Abe encontraram-se em Novembro [e de novo a 21 de Abril, na Indonésia], e isso é bom. É bom que a China tenha acedido a sentar-se à mesa para discutir a criação de um mecanismo de solução de crises, finalmente. Embora no tereno, a cada dez dias, duas semanas, continuem a haver trespasses territoriais de navios”, diz o também embaixador nipónico em Bruxelas. À volta do artigo 9. ºNão é de agora a aliança do Japão com o Tratado do Atlântico Norte, embora tenham meio mundo a separá-los: a parceria fez já 35 anos este ano. Mas com o primeiro-ministro Shinzo Abe, o desejo de afirmação nacional ganhou novo fôlego – e também a vontade de descartar, ou pelo menos aliviar, a formulação do artigo 9. º da Constituição, que afirma que o Japão “renuncia à guerra como um direito soberano da nação e à ameaça ou uso da força como um meio de resolver disputas internacionais”, bem como ao direito de manter uma força com capacidade de combate. Este artigo é uma herança da II Guerra Mundial, na qual o Japão foi derrotado militarmente e também castigado com duas bombas atómicas pelos Estados Unidos, as primeiras – e até agora únicas – armas nucleares utilizadas num cenário de guerra. Em troca de ceder o direito a fazer guerra, os Estados Unidos assinaram um tratado com o Japão, em que se comprometem a assegurar a defesa do país, se alguma vez for atacado. A vontade de mudar este status quo do pós-II Guerra não é nova, mas o abandono da Constituição pacifista é um assunto muito polémico, embora o Japão tenha constituído algo semelhante a um exército: as forças de autodefesa do Japão, bastante bem equipadas. Mas não têm um mandato ofensivo, ao contrário de um exército de outros países.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA NATO