Lewis Hamilton vence Grande Prémio da China em F1
É a segunda vitória em três provas do Mundial desta época. Nico Rosberg e Sebastian Vettel ocupam o resto do pódio. (...)

Lewis Hamilton vence Grande Prémio da China em F1
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.266
DATA: 2015-04-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: É a segunda vitória em três provas do Mundial desta época. Nico Rosberg e Sebastian Vettel ocupam o resto do pódio.
TEXTO: O piloto Lewis Hamilton foi o vencedor do Grande Prémio da China em Fórmula 1, no circuito internacional de Xangai, ao volante do seu Mercedes. O britânico, campeão em título, soma duas vitórias em apenas três provas desta época. Hamilton fez as 56 voltas do percurso, num total de 305, 066 quilómetros, em 1h39m42. 008s. Os restantes lugares do pódio foram ocupados pelos alemães Nico Rosberg (igualmente da Mercedes), a uns escassos 0. 714s, e por Sebastian Vettel (Ferrari), um pouco mais atrás, a 2. 988s. Entre os dez mais rápidos, seguiram-se-lhes Kimi Raikkonen (Ferrari), a 3. 835s; Felipe Massa (Williams-Mercedes), a 8. 544s; Valtteri Bottas (Williams-Mercedes), a 9. 885s; Romain Grosjean (Lotus-Mercedes), a 19. 008s; Felipe Nasr (Sauber-Ferrari), a 22. 625s; Daniel Ricciardo (RedBull-Renault), a 32. 117s; e Marcus Ericsson (Sauber-Ferrari), a uma volta. A volta mais rápida foi também de Hamilton, a 31. ª, que perfez em 1m42. 208s, a uma velocidade média de 191, 997 km/h. A média de Lewis Hamilton durante a prova foi de 183, 59 km/h. Foi uma prova perfeita para Hamilton, que saíra da grelha na pole position depois de ser o mais rápido na qualificação. Foi a terceira vez esta época que o piloto da Mercedes arrancou da primeira posição da grelha de partida, desta vez ao lado do companheiro de equipa Nico Rosberg. Tal como no pódio da corrida, também o terceiro lugar da grelha de partida fora de Vettel. Hamilton, campeão do mundo em título – já soma um total de quatro –, teve um bom desempenho logo na partida e controlou toda a corrida, como se de um passeio de domingo se tratasse. Não deu hipóteses nem mesmo ao seu companheiro de equipa Nico Rosberg. O britânico terminou a prova quase ao ralenti, atrás da viatura de segurança e sob bandeira amarela devido ao abandono de Max Verstappen (Toro Rosso-Renault), com o motor partido. Bem antes disso haviam saído o alemão Nico Hülkenberg (Force India-Mercedes) à 10. ª volta, devido a um problema mecânico que o levou a uma saída de pista, e o russo Daniil Kvyat (Red Bull-Renault), com problemas no motor na 16. ª volta. Já no pódio, Hamilton fez questão de agradecer em chinês, lançando um sorridente “Xiexie!” (obrigado). Congratulou-se com o seu bom desempenho do fim-de-semana e trocou um vigoroso aperto de mão com Rosberg. “Acabei por conseguir fazer o que queria com o meu carro. Consegui sempre controlar a distância em relação ao Nico, gerindo com eficiência os pneus em função do que ia precisando”, descreveu o piloto britânico citado pela AFP. Foi a quarta vitória de Lewis Hamilton no circuito de Xangai, depois de 2008, 2011 e 2014, e é a 35. ª da sua carreira. Depois da prova deste domingo, a classificação geral do campeonato do mundo até ao quinto lugar é a seguinte: Lewis Hamilton (68 pontos), Sebastian Vettel (55), Nico Rosberg (51), Felipe Massa (30), Kimi Räikkönen (24). E a classificação dos construtores está assim ordenada: Mercedes-AMG 119 pontos, Ferrari 79, Williams 48, Sauber 19, Red Bull 13, Toro Rosso 12, Force India 7, Lotus 6.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês
Num jogo de Go, Google volta a marcar pontos para a inteligência artificial
Programa de computador que joga Go começou com uma vitória na partida contra o melhor jogador do mundo. (...)

Num jogo de Go, Google volta a marcar pontos para a inteligência artificial
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.5
DATA: 2017-05-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Programa de computador que joga Go começou com uma vitória na partida contra o melhor jogador do mundo.
TEXTO: A inteligência artificial continua a somar pontos contra a humanidade. O software do Google para jogar Go – um milenar e complexo jogo de tabuleiro – ganhou o primeiro de três jogos frente àquele que é considerado o melhor jogador humano do mundo. A partida está a decorrer na China, onde o Go nasceu. De um lado, está o software AlphaGo, que é desenvolvido pela Deep Mind, uma empresa subsidiária da Alphabet, a empresa-mãe do Google. Do outro, está o chinês Ke Jie, de 19 anos, que antes da disputa se tinha mostrado muito confiante. Depois de o AlphaGo ter derrotado um jogador de topo sul-coreano, em Março do ano passado, Ke Jie afirmara que seria capaz de levar a melhor sobre a máquina. O primeiro jogo parece ter sido o suficiente para mudar de ideias. “No ano passado, [o computador] ainda era muito semelhante aos humanos quando jogava. Mas este ano tornou-se uma espécie de deus do Go”, afirmou Ke, citado pelo jornal The New York Times. O jogador disse ainda que, depois de terminar a partida (há mais um jogo nesta quarta-feira e outro no sábado), vai concentrar-se em jogar contra humanos e passar a considerar os computadores como ferramentas de treino e não adversários. As afirmações de Ke indicam que o Go estará a seguir o mesmo caminho que o xadrez. Ambos os jogos envolvem pensamento estratégico, mas o Go, cujo objectivo é conquistar território no tabuleiro usando o posicionamento de peças (chamadas “pedras”), permite muitas mais combinações do que o xadrez, o que o torna um desafio mais difícil para computadores, que calculam um grande número de combinações para determinar qual a melhor jogada. Em 1997, o computador Deep Blue, da IBM, derrotou o lendário Garry Kasparov, dando início ao reinado dos computadores no xadrez. Hoje, nenhum humano é capaz de derrotar os melhores programas de xadrez e estes são usados para treino e análise de jogos por amadores e profissionais (Ke Jie, contudo, está a demonstrar mais desportivismo do que Kasparov teve há dez anos). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Este tipo de duelos são habitualmente retratados como batalhas entre as inteligências humana e artificial, mas uma vitória das máquinas indica apenas que os programas de computador se tornaram melhores numa tarefa muito específica – não significa que se estejam a aproximar da diversidade de tarefas desempenhadas pelo cérebro humano, muito embora as técnicas usadas para ensinar Go a um computador possam ser transpostas para outras situações. A inteligência artificial é um campo vasto, que tem muitas aplicações e é actualmente um dos temas quentes entre as empresas de tecnologia. Está a ser usada em sistemas que vão de carros autónomos a assistentes pessoais digitais. O aparecimento de máquinas inteligentes capazes de desempenhar tarefas humanas já levou os deputados europeus a reflectir sobre a necessidade de um imposto sobre este trabalho e a aflorar a questão de um rendimento básico universal. A partida de Go – que as autoridades chinesas proibiram de ser transmitida em directo dentro do país – acontece poucos dias depois de o presidente executivo do Google, Sundar Pichai, ter dito que a empresa está a intensificar os seus esforços na área da inteligência artificial e pretende dotar todos os seus produtos de, pelo menos, alguma inteligência. “A computação está a evoluir novamente, de um mundo focado em mobilidade para um mundo focado em inteligência artificial”, afirmou então Pichai.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos campo espécie chinês
Arte em Macau promove encontros sem receio dos desencontros
Uns chegaram com flores e outros com balas, mas todos os artistas da exposição Alter-Ego desejam que o diálogo cultural entre a China e os países de língua portuguesa seja mesmo uma realidade. (...)

Arte em Macau promove encontros sem receio dos desencontros
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uns chegaram com flores e outros com balas, mas todos os artistas da exposição Alter-Ego desejam que o diálogo cultural entre a China e os países de língua portuguesa seja mesmo uma realidade.
TEXTO: A língua portuguesa coabita com a chinesa em Macau, da mesma forma que as zonas mais recentes do território, imponentes e excessivas, cenário para hotéis que são também casinos e centro comerciais de luxo, acabam por comunicar com as áreas habitacionais mais antiquadas e decadentes. É uma coabitação feita de jogos de concordância e ambivalências. Foi como ouvir por estes dias o ministro da Cultura chinês, Luo Shugang, ou o homólogo português, Luís Filipe Castro Mendes, no contexto do Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa, a exortarem ao belo, ao diálogo espiritual, ao encontro de culturas, à cooperação e ao reforço dos laços históricos entre a China e países de língua portuguesa. Sim, claro. A arte e a cultura podem aproximar. Mas é um processo feito de tensões. Com avanços e recuos. Momentos de harmonia e conflito. A verdadeira compensação surge depois de superados os desencontros. É por isso que a 1ª exposição anual de artes entre a China e os países de língua portuguesa, inserida no Encontro em Macau, constituída por várias mostras que estarão patentes no território até ao final de Setembro, ganha foros de relevância. É que apesar de a cultura chinesa e portuguesa se cruzarem ali desde meados do século XVI sente-se que está quase tudo por fazer no campo cultural. A China parece tê-lo percebido. E não foi acaso. Para a China Continental, Macau é hoje uma plataforma giratória perfeita para a sua conexão com os países de língua portuguesa. Já para Portugal parece continuar a ser um longínquo porto. No entanto Macau é o farol da Europa no Oriente. É nessa ponte que Portugal poderá apostar. A China, pelo contrário, parece saber da importância da língua portuguesa dentro da sua estratégia global, havendo 33 universidades com licenciaturas em português. E no entanto uma das dificuldades do intercâmbio cultural entre a língua portuguesa e chinesa é a falta de tradutores que tenham conhecimento de ambos os idiomas. E não é apenas uma questão de língua. Faltam agentes que tenham um entendimento real sobre as dinâmicas artísticas do presente na China e nos países de língua portuguesa. É aí que entra a francesa Pauline Foessel e Alexandre Farto, ou seja Vhils, fundadores da galeria lisboeta Underdogs, que nos últimos anos têm tido várias experiências a Oriente. No contexto do 1º festival de artes há exposições temáticas para ver em dez espaços de Macau, sendo que uma delas – Alter Ego – é na verdade constituída por seis mostras (e uma peça de arte pública de Add Fuel), envolvendo 27 artistas dos países de expressão portuguesa. A curadoria é de Pauline e Alexandre. “Já tinha feito exposições em Pequim, em Xangai ou em Hong Kong, e o ano passado fiz aqui uma exposição individual e o Instituto Cultural de Macau, no âmbito da conferência de cooperação entre a China e Portugal, solicitou que pensássemos numa mostra que englobasse os novos movimentos artísticos dos vários países de língua portuguesa, com a ponte da China, Macau e Hong Kong, e foi isso que fizemos”, conta Alexandre, acrescentando que “Pauline trabalhou em Xangai e Hong Kong durante uma série de anos e tem esse capital de conhecimento acumulado. ”Para além da língua, foram pensando o que poderia unir todos os artistas convocados, pertencentes a diferentes países e a estágios evolutivos em termos de percurso também diferenciados. “Para criarmos um diálogo fluido o ideal seria criar um conceito humanista”, reflecte Pauline. “Foi aí que surgiu o Alter-Ego, essa ideia do outro Eu, o conhecimento de nós próprios em interacção com o reconhecimento dos Outros, sobre o qual desenhámos várias subdivisões temáticas (o Eu, o Outro, a viagem, o choque cultural ou a globalização), partindo sempre de pontos de partida abrangentes e simples. ”Desde o início que havia também a ideia de tentar levar todos os artistas até Macau, tendo a maioria feito a viagem. “Queríamos reunir um misto de artistas emergentes e outros mais estabelecidos”, reflecte Alexandre, acrescentando que haver “um espaço de pensamento comum, para que todos se juntassem aqui fisicamente, se conhecessem e criassem laços, foi algo que sempre esteve presente no projecto. ”E isso realmente aconteceu. Durante alguns dias discutiu-se abertamente sobre o que os aproximava e separava, havendo pontos de contacto na forma como partem de experiências localizadas para reflectir situações universais, ou de como quase todos têm consciência que para poderem criar zonas de mudança têm de estar inseridos num sistema que por vezes os tenta subjugar. É um jogo constante. Que o diga Gonçalo Mabunda, o artista moçambicano que transforma material bélico em arte para compor as suas esculturas, tronos e máscaras “que reflectem os desajustamentos da globalização ou a falsidade de quem acede ao poder”, diz-nos. “Utilizo as balas para descrever situações de violência, que não se reportam apenas ao passado, mas também ao mundo agressivo dos nossos dias. ” No entanto, diz, em sinal de esperança, “tentar compreender estes mecanismos de poder apenas nos mostra que entrar em diálogo é possível. Desde que seja a sério. ”Não espanta que integre a exposição Choque Cultural, no Edifício do Antigo Tribunal, partilhando o espaço com outras vozes agitadoras de onde se distinguem as peças do angolano Kiluanji Kia Henda, a instalação sonora do luso-angolano Nástio Mosquito ou as peças em forma de bandeiras do português Miguel Januário, ou seja MaisMenos. A proposta inicial de Januário passava por ter expostas duas bandeiras, da União Europeia e da China, com os fundos trocados. O significado das peças manteve-se, mas teve que ser apresentado sob um formato diferente, perante o desconforto da organização de Macau. “Houve receio que o governo chinês não aceitasse aquela simbologia e então propus duas bandeiras negras com a descrição das anteriores e chamei-lhes Imagine. As peças podem ter ficado menos interessantes esteticamente, mas agora existe uma história relevante para contar sobre o processo. ”Experiência diversa teve o brasileiro Marcelo Cidade, com um percurso artístico consolidado, por meio de diferentes operações estéticas onde cria ou altera o ambiente em seu redor, produzindo um outro lugar poeticamente expressivo. Nas suas acções constrói novos e surpreendentes espaços. É isso que acontece na galeria Tap Seac, que divide com o angolano Yonamine, na exposição Da Linguagem à Viagem. “Inicialmente quando enviei o projecto pensei: isto é um bocado bomba, provavelmente vão achar ofensivo, mas não. Aceitaram de imediato o que foi surpreendente porque jogo com o minimalismo em série, com a redução industrial e a perda de identidade do indivíduo em função de algo maior, de alguma forma característicos da China, e trago isto para este lugar protegido, criando nele uma zona de conflito. ”De alguma forma Marcelo criou uma instalação que é uma arquitectura hostil, algo que é muito comum nas suas operações artísticas pensadas para determinados lugares. “Por norma os meus trabalhos são muito relacionados com as condições sociais paulistas, mas aqui interessava-me lidar com uma situação local e urbana, precisamente por me ser estranha”, afirma, embora reconhecendo que, para lá do contexto, são sempre as tensões entre espaço interno, privado ou público que o movem. “Tudo o que é privado – o espaço, a saúde ou a educação – é valorizado no Brasil. O público representa o perigoso e o violento. Cresci com isso. Os meus pais tinham pavor que fosse para a rua. Então comecei a investigar. A partir de determinada altura a minha liberdade de actuação, primeiro com o skate e depois com o graffiti, começou a ser feita nesse espaço público e descobri uma cidade incrível. ” Depois de ter terminado os estudos em arte, algumas das suas acções artísticas passavam por desenvolver “caminhadas pela cidade. ” Os paulistas usavam a cidade como "corredor, fechados nos carros, sem contacto com a rua”, e ele queria mostrar que era ali, “naquele lugar de encontro, da micropolítica, da polis, da praça, do que é público, que a política podia ser percebida. ”O medo do Outro, do pobre ou do diferente, isso dura até hoje. “Utilizo o trabalho como acto de resistência para exercer essa cidadania”, afirma. Quem tem também um vínculo forte com o espaço público é o luso-angolano Francisco Vidal, que cresceu com o horizonte territorial e cultural da marginal de Cascais em fundo, tendo também começado pelo skate e graffiti, explorando agora a pintura, desenho ou instalação, com a história a cruzar-se com a política em obras emotivas, de cores vigorosas, numa expressividade tão livre quanto precisa. São suas as 19 pinturas que ocupam as Oficinas Navais nº1 – Centro de Arte Contemporânea. “São obras muito diarísticas, com as bases a serem feitas ao longo de um ano, mas os desenhos por cima, correspondem à emoção do momento”, declara. Afirma que é talvez a sua exposição mais leve. Mas não ligeira. “É uma carta de amor. Não são contra nada. Não têm a ver com o opressor e o oprimido que é algo que me move muito. Vim com flores para aqui. ” E não foi por acaso. “Esta mostra é um primeiro momento para que algo se possa ir construindo. Há um espaço que nos é comum, e que passa pela língua, mas tem de ser mais trabalhado por todos para ser mais intenso. ”E isso passa por assinalar incompreensões, sem perder a vontade de compreender. “Tiro o chapéu a quem nos convidou, porque muitos de nós têm uma imagem de rua, do hip-hop, da crítica social às hierarquias, e é preciso lidar com este espaço de grande complexidade política que é a China. Ou seja, propuseram-se trazer para aqui artistas que na base operam na contestação à hierarquia. É preciso um equilíbrio grande entre não deixarmos de ser nós próprios, nunca perder de vista a expressão das nossas ideias, não sermos utilizados politicamente, e procurar dialogar. ”Esse diálogo está presente, por exemplo, no museu de Arte de Macau, na exposição O Eu, onde encontramos bustos de mestres do pensamento ocidental esculpidos em papel pelo artista chinês Li Hongbo. “Comecei por desenhar e pintar muitas destas esculturas e com o tempo fui percebendo que foi que isto que acabou por desencadear a minha forma de pensar os objectos artísticos”, declara. Do desenho passou para a escultura, mas o meio permaneceu o mesmo – o papel, que se desdobra de forma surpreendente, voltando a assumir subitamente a sua forma primordial. No mesmo espaço está uma série fotográfica de Wing Shya, de Hong Kong e habitual colaborador do realizador Wong Kar-wai, que nos devolve tanto a decadência como a extravagância desse território, captando os néones e as gerações mais novas da cidade, e uma outra do moçambicano Mauro Pinto, que desvenda as casas da Mafala, que lhe valeu o prémio BES Photo 2012. Ele descreve o bairro como um “lugar suburbano, onde cabe Moçambique inteiro, brancos, negros ou chineses, e onde todos entram em casa de todos, como se o bairro fosse afinal uma única casa. ”Algo semelhante é partilhado por Herberto Smith, de São Tomé e Príncipe, a viver em Portugal, que apresenta 80 fotos de pequena dimensão, a maior parte de pessoas das periferias de Lisboa, com quem foi “construindo relações”, afirma ele. “Por isso digo que este é um álbum de família. São tanto sobre eles, como sobre mim. Ou seja, são sobre nós. ”Logo à entrada do espaço encontramos uma instalação imersiva na forma de um labirinto de bambu criado pelos arquitectos João Ó e Rita Machado, que vivem em Macau. “A atenção, por um lado, à história da arte e, por outro de Macau, foi o que nos inspirou”, descreve João Ó, acerca de uma estrutura efémera onde os valores da sustentabilidade também estão presentes. “A instalação temporária e a obra pública são coisas que sempre estiveram presentes no nosso trabalho multidisciplinar, daí o reciclável”, diz Rita. “Aproveitar o bambu, dar-lhe outras roupagens e características de obra de arte, ao mesmo tempo enaltecendo o trabalho dos mestres, com algumas projecções, foi o objectivo aqui expandido. ”Numa sala escura descobrem-se três rostos iluminados por uma luz intermitente, revelando obras recentes de Vhils, estreadas em Paris, “uma reflexão sobre como a globalização e os modelos de cidade cada vez mais uniformizados afectam e diluem as diferentes identidades”, explica. Um tipo de preocupação que também está presente no trabalho do cabo-verdiano a viver em Portugal há muito, Fidel Évora. “Opero muito a partir da memória e da identidade das pessoas. São histórias sobre histórias que se vão multiplicando. É essa a essência das peças que tenho aqui, que acabam por ser retratos meus, mas construídos através de camadas. ”Fidel Évora está representado na exposição O Outro, no Edifício do Antigo Tribunal, onde estão também trabalhos dos Pedrita, de composição de imagens com recortes de azulejo, esculturas do chinês Zhang Dali, ou fotos de rostos, entre a fotografia de moda e de arte, de Abdel Queta Tavares, da Guiné-Bissau, a viver em Londres. “São rostos de amigos ou de pessoas que vejo na rua e que me marcam”, diz-nos. “Foco-me na cara porque mesmo quando não diz tudo sobre o Outro transmite-nos imensos sinais que, depois, nas sessões, na maior parte das vezes, são confirmadas. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. De Timor-Leste vieram Xisto Soares, Tony Timor e Ricardo Gritto, fundadores do Konsolidarte, um projecto de promoção da arte contemporânea feita naquele país. Oriundo de Portugal, Ricardo Gritto, a viver em Timor há quatro anos, descreve o ambiente artístico ali como sendo “casual, ainda ingénuo, mas com potencial, com um sistema por montar”, descrevendo a maior parte das coisas que se vão fazendo como “emocionais”, mas é uma arte que dá a ver “a humanidade de quem cria”. O brasileiro Guilherme Gafi e a portuguesa Rita Gomes, ou seja Wasted Rita, na Casa de Nostalgia, acabam por fazer o movimento inverso em Globalização, reflectindo sobre os traços de genuinidade que já se perderam, em favor da comercialização excessiva. “Na minha instalação tentei recriar uma falsa loja de souvenirs, onde se encontram marcas, referências da cultura pop e tendências globais da internet, mas em vez de promover uma qualquer cidade, desejo promover o existencialismo”, diz. Nas exposições de Macau cabem imensas coisas. Algumas com humanismo lá dentro. Outras com enfoque nas complexas dinâmicas políticas e socioculturais. Acaba por estar tudo interligado. Em Macau existe oxigénio suficiente para que a ponte entre mundos seja alargada, desde que a China e os países de língua portuguesa não receiem os naturais desencontros de um caminho que pressupõe um encontro cultural verdadeiro. Algumas portas parecem abertas. E outras oportunidades estão aí ao virar da esquina: 2019 será o Ano da China em Portugal.
REFERÊNCIAS:
PS quer regulamento do Porto de Tradição simplificado
Eleitos do PS no município do Porto dizem que a Lei é melhor para o comércio histórico da cidade do que o regulamento em vigor (...)

PS quer regulamento do Porto de Tradição simplificado
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2018-07-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Eleitos do PS no município do Porto dizem que a Lei é melhor para o comércio histórico da cidade do que o regulamento em vigor
TEXTO: O desafio tinha sido lançado numa reunião camarária de Maio e os vereadores do PS na Câmara do Porto aceitaram-no: no dia 27 de Junho, o último dia da discussão pública do regulamento municipal de protecção dos estabelecimentos históricos Porto de Tradição, apresentou um conjunto de sugestões. Numa sessão pública de apresentação dessas propostas, esta quinta-feira, o vereador Manuel Pizarro defendeu que a proposta de regulamento actual tem “critérios inaceitáveis” e que, se não sofrer alterações, mais vale “que não haja regulamento e se aplique a lei” que, disse, “é muito melhor para o Porto e estabelecimentos tradicionais do Porto do que o regulamento que a câmara quer implementar”. O programa Porto de Tradição foi criado pela autarquia ainda antes da entrada em vigor da lei que regula a protecção dos estabelecimentos históricos, quando o PS ainda acompanhava Rui Moreira na governação da Câmara do Porto, pelo que Pizarro admite que os socialistas se sentem “relativamente responsáveis pelo regulamento em vigor”. As campainhas de alarme surgiram quando, em Maio, o executivo votou uma proposta de exclusão do programa de estabelecimentos da cidade, que incluía espaços como o café Ceuta, a livraria Latina ou a Casa Chinesa. “Não percebemos como é que depois de vermos o regulamento aplicado à realidade, e perante estes resultados, a maioria [de Rui Moreira] não se perturbe, que ache isto normal”, disse Pizarro na sessão pública que decorreu no Ateneu Comercial do Porto. Os contributos que o PS levou para a discussão pública passam pela exclusão de alguns pontos e o acrescento de outros. Os socialistas querem que seja retirado, dos critérios para o reconhecimento e protecção do espaço em análise, aquele que prevê “a continuidade na família/empregados” do estabelecimento em causa, considerando que esta “parece uma norma discriminatória em relação ao funcionamento do mercado”. E pretende que desapareça também destes critérios o da “viabilidade económico-financeira da actividade” e a “solvabilidade do negócio”, critérios que dizem ser “difíceis de medir” e que, no limite, são “o contrário” do que deveria existir. Entre as exclusões está também a regra que defende que “são excluídas as candidaturas que, em um dos critérios, obtenham a valoração ‘0’”. Já em relação aos acrescentos, os eleitos do PS no Porto querem que as candidaturas possam ser também iniciativa da própria câmara (e não apenas dos estabelecimentos) e que os espaços usufruam de alguma protecção quando os processos de candidatura ainda se encontram em fase de “apreciação”, e não apenas depois de concluídos. A inclusão da Associação de Inquilinos do Norte de Portugal na comissão de acompanhamento do programa é outra das propostas.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Apple bate recorde de vendas e anuncia relógio para Abril
Lucro de 15.800 milhões de euros foi impulsionado por venda recorde de iPhones. (...)

Apple bate recorde de vendas e anuncia relógio para Abril
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Lucro de 15.800 milhões de euros foi impulsionado por venda recorde de iPhones.
TEXTO: A Apple bateu novos recordes financeiros no trimestre passado. A facturação totalizou 74. 600 milhões de dólares (65. 800 milhões de euros), mais 30% do que no mesmo trimestre de 2013, e o lucro ascendeu a 18 mil milhões de dólares (15. 800 milhões de euros), uma subida de 38%. Com o mercado de tecnologia de consumo mais maduro na Europa e na América do Norte, a Apple deve boa parte dos resultados a um crescimento de 70% no mercado chinês (que inclui Hong Kong e Taiwan), que passou a representar 22% das receitas, ficando assim muito próximo da Europa. O continente americano, que a empresa apresenta em conjunto, continua a ser a principal região, ao representar 41% das vendas. O desempenho da empresa liderada por Tim Cook passa em grande parte pelo iPhone, já que a venda de iPads está em queda e os computadores Mac são, como tem acontecido nos últimos anos, uma parte pequena do negócio. Quando o primeiro iPhone foi apresentado, em 2007, por Steve Jobs, deu origem a uma nova categoria de produto: o smartphone moderno, com um ecrã sensível ao toque. Era difícil antecipar então que este viria a ser, de longe, o principal produto da empresa. No último trimestre, as vendas do iPhone representaram cerca de dois terços do total (nos três meses anteriores, tinham representado mais de metade). Foram vendidos 74, 5 milhões de unidades, superando as expectativas dos analistas de mercado. Na China, a empresa de análises Canalys calcula que a Apple se tenha tornado no final do ano passado a líder de mercado, superando a Samsung e fabricantes locais, como a Xiaomi e a Huawei. Por seu lado, o iPad teve um peso de 12% nas receitas da empresa, ao passo que os Mac se ficaram pelos 9%. O restante divide-se por vários serviços e produtos, entre os quais a venda de aplicações e software através das lojas online, os leitores de música iPod – que os telemóveis modernos tornaram dispensáveis para a maioria dos consumidores – e ainda o serviço de música Beats, que a empresa comprou no ano passado. Em breve, a Apple terá um novo produto para juntar a esta lista. Na conferência de apresentação de resultados, que aconteceu na terça-feira à noite, após o fecho dos mercados nos EUA, Tim Cook avançou que o Watch, o relógio inteligente com que a marca se vai juntar aos vários que já estão no mercado, será posto à venda em Abril. Estes relógios, que normalmente se emparelham com telemóveis e têm funções que vão do registo de actividade física à leitura de emails, são uma tentativa das marcas de criar um novo tipo de produto para aliciar os consumidores, numa altura em que o ritmo das vendas de telemóveis e, sobretudo, dos tablets abranda. O mercado dos tablets – que na sua versão moderna e comercialmente bem-sucedida também foi criado pela Apple, em 2010 – está a ter um período de expansão mais curto que o dos smartphones. A analista IDC estimou um crescimento de vendas em torno dos 7% no ano passado, longe dos dois dígitos de anos anteriores e com tendência para abrandar. Telemóveis com ecrãs cada vez maiores e computadores portáteis cada vez mais pequenos e leves têm dado menos espaço para que os consumidores usem um terceiro ecrã no dia-a-dia. No caso da Apple, o iPad teve mesmo um desempenho negativo: foram vendidos no trimestre passado 12, 3 milhões destes aparelhos, uma quebra de 13%. Os analistas antecipam que os relógios inteligentes não terão procura para compensar as quebras noutros tipos de aparelhos. Contas da Gartner apontam para que sejam vendidos este ano 68 milhões de relógios, pulseiras e restantes dispositivos inteligentes que podem ser usados como acessórios, um número que fica ligeiramente abaixo dos 70 milhões de 2014. O recuo é justificado com a sobreposição de funcionalidades entre os relógios e os outros aparelhos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Microsoft faz parceria para levar aplicações a mais Androids
Skype e Office vão fazer parte do Cyanogen OS, um Android alternativo à versão do Google. (...)

Microsoft faz parceria para levar aplicações a mais Androids
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Skype e Office vão fazer parte do Cyanogen OS, um Android alternativo à versão do Google.
TEXTO: A Microsoft quer mais pessoas a usar os seus serviços, mesmo que seja em sistemas operativos rivais. Agora, deu mais um passo nessa estratégia, ao chegar a acordo com uma empresa que desenvolve uma versão popular do Android e que passará a pré-instalar no seu sistema operativo aplicações como o Skype e o Office. A parceria entre a Microsoft e aquela empresa, chamada Cyanogen, não surge como uma surpresa. A Microsoft já tinha investido na Cyanogen e a possibilidade de um entendimento deste género alimentou especulações nos meses recentes. A Cyanogen é responsável por uma versão com o mesmo nome do sistema operativo Android, que por sua vez é desenvolvido pelo Google e disponibilizado a qualquer pessoa. O sistema Cyanogen OS inclui mais funcionalidades do que as que estão na versão do Google, bem como uma interface diferente. Está instalado nos telemóveis de alguns fabricantes menos conhecidos e uma versão não comercial, o CyanogenMod, pode ser descarregada da Internet e instalada pelos utilizadores em vários modelos. O Cyanogen ganhou popularidade nos últimos anos entre o grupo de adeptos de Android que opta por substituir o sistema original do telemóvel, tipicamente em busca de novas funcionalidades e de eliminar restrições impostas pelos fabricantes. Ao abrigo do acordo, a versão comercial do Cyanogen passará a incluir o Skype, o Office, a aplicação de notas OneNote, o sistema de armazenamento online OneDrive, a aplicação de e-mail Outlook e ainda os serviços Bing, que incluem o motor de busca. Estes serviços já estão disponíveis para Android, mas a pré-instalação de aplicações em sistemas operativos é uma forma bem conhecida para fomentar a adopção por parte dos utilizadores, que são assim desincentivados de procurar alternativas. A Microsoft já usou esta estratégia no passado, ao incluir o browser Internet Explorer no Windows. O Google também inclui os seus serviços no Android. Acontece, por exemplo, com o motor de busca, o YouTube e o Gmail. Estas aplicações estão pré-instaladas na maioria dos telemóveis e tablets que estão nas lojas, uma prática que está a ser alvo de escrutínio por parte da Comissão Europeia, por levantar questões de concorrência. A parceria poderá ajudar a Microsoft a conquistar utilizadores nas economias emergentes, que são mercados apetecíveis para as multinacionais e onde mais fabricantes optam pelas versões de Android alternativas à do Google. A Cyanogen assinou no ano passado um acordo de distribuição com a Micromax, uma marca indiana de telemóveis e tablets, com presença também no Bangladesh, Sri Lanka, Nepal e Rússia. O sistema é também usado nos telemóveis OnePlus One, criados por uma startup chinesa e que se tornaram conhecidos entre os entusiastas dos aparelhos Android por terem especificações técnicas de gama alta a um preço mais baixo do que o habitual.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave género
Nokia confirma interesse no grupo Alcatel-Lucent
Empresa finlandesa que dominou o mercado dos telemóveis durante anos está em negociações para adquirir o grupo franco-americano. (...)

Nokia confirma interesse no grupo Alcatel-Lucent
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Empresa finlandesa que dominou o mercado dos telemóveis durante anos está em negociações para adquirir o grupo franco-americano.
TEXTO: A Nokia confirmou que está em “negociações avançadas” com a Alcatel-Lucent para comprar a multinacional franco-americana, uma operação que daria origem a uma das maiores empresas na área das infra-estruturas de telecomunicações. Num comunicado divulgado esta terça-feira no seu site, a empresa finlandesa adianta que o negócio, se vier a acontecer, terá a forma de uma OPA (oferta pública de aquisição). Mas a esta altura “não há certezas de que as discussões terão como resultado qualquer acordo ou transacção”, sublinha. Não foram adiantados mais pormenores ou valores do negócio, nem as razões do interesse pela Alcatel-Lucent. A Alcatel-Lucent é uma empresa de infra-estruturas de rede e telecomunicações com sede em França. Tal como a Nokia, já não está no negócio dos telemóveis, tendo vendido a participação que tinha na Alcatel OneTouch (que fabrica aparelhos de consumo, incluindo telemóveis e relógios inteligentes) à multinacional chinesa TCL Communication, que já tinha parte desta empresa. A Alcatel-Lucent é também dona dos icónicos Bell Labs, um centro de investigação nos EUA, por onde passaram vários cientistas galardoados com prémios Nobel. A notícia do interesse da Nokia pela Alcatel surgiu na imprensa económica francesa e americana nesta segunda-feira, mas desde o ano passado que há especulações sobre uma possível venda das actividades móveis à empresa finlandesa. A Bloomberg referia nesta segunda-feira que a Nokia estava a tentar chegar a acordo com as autoridades francesas para manter postos de trabalho e centros de investigação e desenvolvimento (I&D) em França. A Alcatel emprega 53 mil pessoas e a Nokia 55 mil. “O Governo estará muito atento às possíveis consequências para o emprego e a actividade das unidades francesas da Alcatel-Lucent, que se destacam em I&D, assim como aos efeitos do negócio sobre o sector das telecomunicação em França", disse à AFP um porta-voz do Ministério da Economia francês. A concretizar-se, a fusão dará origem a uma empresa com receitas conjuntas de 25, 9 mil milhões de euros e mais de 100 mil trabalhadores, tornando-se numa das maiores no negócio de infra-estruturas de rede. A sueca Ericsson reportou uma facturação de 24, 4 mil milhões de euros em 2014, ao passo que a chinesa Huawei registou, neste mercado, vendas de 23, 6 mil milhões de euros. A Nokia já teve uma parceria com a Siemens no mercado das infra-estruturas de rede, em que as duas multinacionais actuavam através da Nokia Siemens Networks. Em 2013, a Nokia (como parte da estratégia de saída do mercado de consumo) comprou a parte da Siemens. A Nokia Siemens Networks tornou-se uma subsidiária integralmente detida pela multinacional finlandesa e passou a chamar-se Nokia Newtworks. A confirmação de que um negócio está a ser estudado foi bem recebida na Bolsa de Paris, onde a cotação da Alcatel subiu 16%. Contudo, em Helsínquia o mercado reagiu de forma negativa. Meia hora depois do comunicado, a Nokia perdia 6, 44% em bolsa, terminando a sessão com uma quebra de 3, 60%. O gigante finlandês já fabricou borracha e televisores, mas decidiu, em 1992, dedicar-se ao chamado “quarto ecrã”. Depois de anos de sucesso, não conseguiu acompanhar a concorrência na era dos smartphones, nomeadamente da Samsung e da Apple, e vendeu, por cerca de 5, 4 mil milhões de euros, o negócio dos telemóveis à Microsoft, numa operação que foi concluída em Abril de 2014. O principal negócio da Nokia passou então a ser o das infra-estruturas de comunicações, embora também tenha serviços de geolocalização, como mapas e GPS, e um negócio assente no licenciamento de propriedade intelectual. A Microsoft ainda tem à venda telemóveis da gama Lumia com a marca Nokia (a marca continua a ser propriedade da empresa finlandesa), mas os modelos mais recentes já foram postos à venda com a marca Microsoft. História da Nokia: da produção de papel aos telemóveis1865 – Fredrik Idestam constrói um moinho para fabricar papel nas margens dos rápidos Tammerkoski. Anos depois, constrói outro nas margens do rio Nokianvirta, que acabou por dar o nome à multinacional1898 – Fundação da Finnish Rubber Works que, mais tarde, seria a unidade de negócio dedicada à borracha da Nokia1912 – Fundação da Finnish Cable Works, o negócio da electrónica, que seria liderada em 1937 pelo campeão olímpico de luta Verner Weckman
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Samsung espera vender mais, graças ao Galaxy S6
Novo smartphone foi apresentado na Coreia do Sul. (...)

Samsung espera vender mais, graças ao Galaxy S6
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.35
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Novo smartphone foi apresentado na Coreia do Sul.
TEXTO: O Galaxy S6 chega na sexta-feira às lojas dos EUA, Canadá e França e as expectativas da Samsung é que seja um sucesso. Quase cinco anos após a chegada do primeiro Galaxy S, o S6 e o seu modelo com ecrã encurvado, o S6 Edge, saem simultaneamente em cerca de 20 mercados-chave na Coreia do Sul, Alemanha e Austrália. “No regresso ao mercado, achamos que o S6 vai registar vendas recorde para um Galaxy”, avançou Lee Sang-Chul, número dois da divisão móvel da marca sul coreana, numa conferência de imprensa, esta manhã em Seul. Os desafios para o grupo são particularmente elevados: tornou-se o líder mundial de smartphones no Outono de 2011, mas a partir do quarto trimestre esteva lado-a-lado ou foi mesmo ultrapassado pela Apple, recorda a AFP. A fim de reganhar uma clientela que procura performance, elegância e qualidade, a Samsung substituiu o revestimento plástico do S5 por uma mistura de vidro e metal endurecido. A Samsung raramente revela os seus números de vendas, mas o S4, lançado em 2013, é o smartphone com as melhores vendas do grupo, com cerca de 70 milhões de unidades vendidas. No entanto, estas vendas colapsaram em 2014, quando as vendas da Apple explodiram graças ao seu último iPhone e a Samsung anunciou, no fim de Janeiro, a primeira baixa do seu lucro líquido anual, em três anos. Vendas favoráveisO fabricante sul-coreano está entre a espada e a parede entre a Apple, que domina na venda dos smartphones topo da gama; e os fabricantes chineses como a Lenovo, Xiaomi e Huawei, cujos produtos são mais baratos e cada vez mais com tecnicamente eficientes. “Nós temos o melhor design, o processador mais rápido, a câmara com melhor performance, em resumo o smartphone mais impressionante do mercado”, explicou JK Shin, chefe da divisão móvel da Samsung, a seguir à apresentação do S6 no congresso mundial em Barcelona, no mês passado. Por isso, a Samsung está convencida que as vendas serão novamente favoráveis este ano. Nas suas previsões publicadas na quarta-feira, espera um lucro operacional em relação ao primeiro trimestre superior ao previsto. Os analistas acreditam que graças às performances de actividade rentável dos chips de memória vai ser permitido amortecer os contratempos de fortuna sofridos pelo telemóvel. O S6 e o S6 Edge, para plataforma Android, estão equipados com uma bateria recarregável sem fios e mais rápida, onde dez minutos de carga são suficientes para quatro horas de autonomia. A Samsung fez um acordo com a Mastercard e Visa, a fim de certificar o seu serviço de pagamento móvel, respondendo assim à solução Apple Pay, adoptada o ano passado e que beneficiou de um consenso crescente nos Estados Unidos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
A controvérsia sobre a Lei Básica do Estado-Nação de Israel
O contexto interno e internacional é propício a uma “realpolitik” bastante favorável a Benjamin Netanyahu. Este é apenas mais episódio do longo e trágico conflito israelo-palestiniano, que se torna cada vez mais insolúvel (...)

A controvérsia sobre a Lei Básica do Estado-Nação de Israel
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: O contexto interno e internacional é propício a uma “realpolitik” bastante favorável a Benjamin Netanyahu. Este é apenas mais episódio do longo e trágico conflito israelo-palestiniano, que se torna cada vez mais insolúvel
TEXTO: 1. A identidade do Estado de Israel sempre foi um assunto sensível e contencioso desde primórdios da sua fundação, no pós-II Guerra Mundial. A criação de uma constituição estava prevista na declaração de independência em 1948. Todavia, até hoje, não existe uma constituição escrita codificada, ou seja, um texto aprovado por uma assembleia constituinte, como é usual na tradição europeia-continental. A lei constitucional do Estado israelita nunca chegou a ser feita dessa forma, pelas divisões que, desde o início, têm existido entre judeus. Enfrentou a oposição dos sectores religiosos, mas também críticas dos judeus seculares. Como na altura da fundação a larga maioria do povo judaico se encontrava fora de Israel, foi entendido não existirem condições políticas para a fazer. Para além disso, existe uma tradição de constituição não escrita e não codificada dos britânicos que também teve influência em Israel. Esse era o modelo preferido de David Ben-Gurion, o principal fundador do Estado israelita (ver Nir Kedar “Ben-Gurion's Opposition to a Written Constitution" in Journal Journal of Modern Jewish Studies, Volume 12, 2013, nº 1). Na prática, Israel tem hoje uma constituição em sentido material — ou seja, leis constitucionais, designadas oficialmente como leis básicas. Existem mais de uma dezena de leis com essa natureza constitucional, que regulam, por exemplo, o funcionamento dos órgãos de soberania, o exército, a economia estadual, Jerusalém como capital de Israel, a dignidade humana e liberdade, o referendo, etc. 2. A 19/7/2018 foi aprovada uma legislação materialmente constitucional no Knesset, o parlamento de Israel — a Lei Básica: Israel - Estado-Nação do Povo Judeu —, com 62 votos a favor e 55 contra, num total de 120 deputados. A primeira versão desta lei surgiu em 2011, por um deputado do Kadima/“Avante” (centro-direita), e foi rejeitada no parlamento. Nesta última versão, agora aprovada, foi apoiada pelo Likud (direita conservadora/nacionalista) e pelo Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu. A lei é controversa em vários pontos entre os quais se destacam estes (ver “Read the full Jewish Nation-State Law” in Jerusalem Post, 19/07/2018): “1. O Estado de Israel. a) Israel é a pátria histórica do povo judeu na qual o Estado de Israel foi estabelecido. b) O Estado de Israel é o Estado-Nação do povo judeu, no qual este efectiva o seu direito natural, religioso e histórico à autodeterminação” [. . . ]. “3. [A] unificada e completa [cidade de] Jerusalém é a capital de Israel”. “4. A Língua do Estado de Israel. a) O hebraico é a língua do Estado. b) O idioma árabe tem um status especial no Estado; a regulamentação da língua árabe nas instituições do Estado […] será regulada por lei. ”3. Algumas observações sobre o seu teor. De uma maneira geral toda a construção legislativa tem subjacente a lógica de Israel como um Estado judeu e para judeus. Ignora a questão dos árabes-israelitas — na ordem dos 20% da população que vive em território de Israel e tem a sua nacionalidade —, não lhes fazendo qualquer referência histórica e/ou identitária, nem atribuindo / reconhecendo direitos específicos como minoria. (Ver Al Jazeera, “Israel passes controversial ‘Jewish nation-state’ law”, 19/07/2018). Em relação às línguas reconhecidas pelo Estado de Israel — agora só o hebraico, pois o árabe fica apenas com um “estatuto especial” —, a origem legislativa está num acto britânico de 1922, alterado em 1939, durante o mandato da Sociedade das Nações (SdN), que determinava que todos actos oficiais deviam ser publicados em inglês, hebraico e árabe. Na altura da independência, em 1948, esse acto legislativo britânico foi emendado, retirando o carácter de obrigatoriedade à língua inglesa, a qual continua, todavia, a ser largamente usada. Sobre Jerusalém, importa notar que já existe um acto legislativo de 1980, também com o carácter de lei básica, que estabelecia, no seu n. º 1, que “Jerusalém completa e unificada é capital de Israel”. (Ver Knesset, “Basic Law: Jerusalem, Capital of Israel”). Aqui fundamentalmente reiterou-se o já estabelecido nessa anterior lei básica. 4. Agora uma breve análise sobre o contexto político em que esta legislação foi aprovada pelo Knesset. Este ano já ocorreram pelo menos dois acontecimentos desestabilizadores e criadores de fortes tensões entre judeus e palestinianos. O primeiro foi a marcha dos palestinianos — liderada pelo Hamas —, que assinalou os 70 anos da “Nakba”, a catástrofe de 1948, devido à derrota na primeira guerra da fundação de Israel. O outro foi o lançamento da nova embaixada dos EUA em Jerusalém, a 14 de Maio, com o simbolismo do reconhecimento de Jerusalém, e não de Telavive, como capital, pela maior potência mundial. Apesar destas tensões internas, o contexto internacional é favorável ao governo de Benjamin Netanyahu. E não só pelo apoio claro dos EUA, com o actual presidente Donald Trump. Para além disso, há uma boa relação pessoal com Vladimir Putin, o que é palpável pela permissividade da Rússia face às incursões aéreas na Síria contra alvos iranianos. A recente cimeira entre Trump e Putin em Helsínquia terá sido encorajadora para os interesses israelitas. Ao mesmo tempo, devido às tensões e divisões entre sunitas e xiitas, Israel tem, na prática — e fora do olhar da opinião pública —, um apoio dos Estados sunitas do Médio Oriente como a Arábia Saudita e outros. Olham para Israel como um (necessário) contrapeso do Irão. 5. Por último, apesar de as posições públicas nas Nações Unidas, sobretudo no Conselho de Segurança e/ou Assembleia Geral, não darem muito essa ideia, Israel tem também boas relações com a Índia, especialmente em termos militares e económicos. Também com a China, o que é mais surpreendente, existe uma importante parceria económica e em crescendo. Os chineses estão particularmente interessados na tecnologia avançada israelita e estes no mercado chinês. (Ver “Unlikely partners? China and Israel deepening trade ties” in BBC, 19/07/2018). Face a tudo isto, não é de esperar que os protestos dos palestinianos e as críticas da esquerda israelita, das ONG e de outros actores políticos tenham grandes resultados práticos. (Ver “Israel acusado de tornar constitucional discriminação de quem não é judeu” in Público 19/07/2018). O contexto interno e internacional é propício a uma “realpolitik” bastante favorável a Benjamin Netanyahu. Este é apenas mais episódio do longo e trágico conflito israelo-palestiniano, que se torna cada vez mais insolúvel.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Autoridades admitem que o maior mistério da aviação moderna poderá nunca ser desvendado
Operações de busca para encontrar o avião da Malaysia Airlines prosseguem em contra-relógio, pois a bateria das caixas negras do avião só dura seis semanas. (...)

Autoridades admitem que o maior mistério da aviação moderna poderá nunca ser desvendado
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.6
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Operações de busca para encontrar o avião da Malaysia Airlines prosseguem em contra-relógio, pois a bateria das caixas negras do avião só dura seis semanas.
TEXTO: As autoridades encarregadas da investigação ao acidente com o avião da Malaysia Airlines admitiram esta quarta-feira, pela primeira vez, que as causas que levaram à perda do aparelho nas águas do oceano Índico poderão permanecer para sempre indeterminadas e que o “filme” dos derradeiros momentos do voo MH370 poderá nunca chegar a ser reconstituído. Quase um mês passado desde que o avião desapareceu da vigilância do controlo aéreo, na fronteira entre a Malásia e o Vietname, ainda são mais as suposições e especulações do que as certezas relativamente aos acontecimentos daquele dia 8 de Março. O inspector-geral da polícia da Malásia garantiu que nenhum ângulo de investigação está a ser descurado e que “até as coisas mais minúsculas” estão a ser cuidadosamente escrutinadas: até, por exemplo, uma possível contaminação da comida servida a bordo. As autoridades continuam a trabalhar no pressuposto de que o desvio do voo MH370 da rota foi uma “acção deliberada” e de que “alguém a bordo” foi responsável pela desconexão dos transponders – os aparelhos que transmitem os dados que permitem aos radares da aviação comercial identificar o aparelho em pleno voo – e pela inversão de marcha do avião, que foi confirmada por radares militares. “As investigações estão em curso e vão prosseguir até que todos os detalhes tenham sido considerados. É preciso ficar muito claro: esta é uma investigação que demora e não pode ser apressada. Não podemos despachar o que estamos a fazer”, declarou o inspector-geral, general Than Sri Khalid Abu Bakar, numa conferência de imprensa em Kuala Lumpur. “E, no fim, pode ser que não seja possível descobrir a causa. Poderemos nunca vir a saber a razão para este acidente”, admitiu. Um inquérito criminal mantém-se centrado no piloto e co-piloto, bem como em dez membros da tripulação, em busca de pistas: segundo informou o mesmo, a avaliação feita aos 227 passageiros que seguiram de Kuala Lumpur para Pequim, a maior parte dos quais de nacionalidade chinesa, não descobriu nenhum sinal de problemas pessoais ou psicológicos, nem nenhuma motivação política ou outra que justificasse o desvio ou a sabotagem do voo da Malaysia Airlines. Também as operações de busca do avião, que envolvem meios de oito países, podem prolongar-se durante meses. “Não esperamos necessariamente encontrar destroços a flutuar, não podemos garantir que tudo estará resolvido dentro de uma ou duas semanas”, confirmou o marechal Angus Houston, o antigo chefe das Forças Armadas australianas que assumiu a coordenação da missão internacional. “Mas é de uma importância vital para os familiares, e também para os governos envolvidos na missão, que sejamos capazes de encontrar o avião”, notou. Diferentes tipos de aeronaves civis e militares (incluindo, por exemplo, o jacto privado do realizador de cinema neozelandês Peter Jackson), vários navios e, desde ontem, um submarino nuclear e um outro submersível percorrem diariamente uma zona de buscas que se estende por mais de 250 mil quilómetros quadrados, sensivelmente a duas horas e meia de distância (de avião) da costa oeste da Austrália. Segundo o diário The Wall Street Journal, a alegada descoordenação e falta de comunicação entre as diversas equipas integradas na busca levaram a que durante vários dias estas se desenrolassem numa área “errada”. Um dos cientistas australianos que participam nos esforços disse à CNN que “encontrar uma agulha num palheiro é uma tarefa simples comparada com esta”. Uma série de “objectos” detectados por satélites ou avistados a olho nu a partir do ar acabaram por se revelar pistas falsas: para já, não foi recolhida da água uma única “peça” pertencente ao avião desaparecido. Esta quinta-feira entrará em cena um sofisticado equipamento que permite a localização de “caixas negras” a grande profundidade – é uma corrida contra o tempo, uma vez que a bateria dos sinalizadores das caixas só dura seis semanas. E, sem outra forma de obter informação, só pelos registos das caixas negras será possível descobrir as condições em que o aparelho se despenhou e reconstituir as comunicações no cockpit. A agonia dos familiares dos passageiros do MH370 deu entretanto lugar à frustração e agora à fúria: com a companhia aérea e as autoridades da Malásia, que acusam de divulgar informação contraditória e de forma caótica, levantando sérias dúvidas quanto à sua competência e credibilidade. Uma reunião entre os familiares, especialistas em aviação e representantes das autoridades, esta quarta-feira em Kuala Lumpur, não dissipou as desconfianças. “Eles dizem que há muitas possibilidades, mas parece que só estão a investigar uma. A verdade é que não nos forneceram informação convincente”, resumiu o representante das famílias, Steve Wang.
REFERÊNCIAS:
Tempo Março