Esta mulher não tem maravilha nenhuma
A passagem ao grande ecrã da super-heroína da DC Comics é apenas mais um filme de super-heróis, sem mostrar personalidade nem causar entusiasmo. (...)

Esta mulher não tem maravilha nenhuma
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: A passagem ao grande ecrã da super-heroína da DC Comics é apenas mais um filme de super-heróis, sem mostrar personalidade nem causar entusiasmo.
TEXTO: O sexo de quem dirige Mulher-Maravilha não é para aqui chamado. Esta aventura “de origem” da super-heroína criada por William Moulton Marston (que na versão televisiva com Lynda Carter por cá era conhecida por Super-Mulher) existe apenas para pôr a render mais uma personagem da “propriedade intelectual” da DC Comics que possa dar luta ao já bem instalado império Marvel. E a presença atrás da câmara de Patty Jenkins, que deu o Óscar a Charlize Theron por Monstro, não traz ao filme nenhuma mais-valia supostamente “feminina” — até porque, ao leme de um filme destes, ou se é um nome com créditos firmados ou então não há margem de manobra para fugir ao caderno de encargos. Realização:Patty Jenkins Actor(es):Gal Gadot, Chris Pine, Robin Wright , David ThewlisSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Só que Mulher-Maravilha não parece sequer querer injectar frescura nem originalidade nessa fórmula: manta de retalhos que trabalha a fantasia, o filme de guerra, a comédia romântica, sem nunca conseguir instalar-se num tom ou encontrar um ritmo, é um filme que se arrasta penosamente por quase duas horas e meia, desaproveitando por completo actores como Robin Wright, Danny Huston ou David Thewlis. A culpa não é da israelita Gal Gadot – uma Monica Bellucci mais terrena e voluntariosa, sedutora e à vontade no seu papel de princesa amazona confrontada com uma civilização patriarcal que desconhece por completo, sendo como é oriunda de uma ilha oculta da humanidade inteiramente populada por mulheres guerreiras. A culpa é mesmo de uma produção mais interessada em acertar no jackpot da bilheteira e em criar um novo franchise do que em contar uma história interessante com personagens credíveis. Aqui, nada disso existe, apenas a enésima reiteração dos lugares-comuns do super-herói (neste caso, heroína) a descobrir a extensão e o limite dos seus poderes, mas sem graça nem personalidade que a diferenciem dos outros todos. De maravilha, acreditem, esta Mulher tem mesmo muito pouco.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra mulher sexo mulheres princesa feminina
Na trincheira das memórias das Malvinas
Juntando ex-combatentes argentinos e britânicos da Guerra das Malvinas, Lola Arias mostra em Lisboa e Porto Campo Minado, obra fortíssima para lembrar que as consequências da guerra nunca se apagam de cada um daqueles corpos. (...)

Na trincheira das memórias das Malvinas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Juntando ex-combatentes argentinos e britânicos da Guerra das Malvinas, Lola Arias mostra em Lisboa e Porto Campo Minado, obra fortíssima para lembrar que as consequências da guerra nunca se apagam de cada um daqueles corpos.
TEXTO: A 30 de Março de 1982, a Plaza de Mayo, em Buenos Aires, concentrou uma gigantesca manifestação contra a ditadura militar encabeçada pelo general Leopoldo Galtieri. A 2 de Abril, passados apenas três dias, a praça da capital argentina voltava a encher-se para ovacionar Galtieri num discurso em que este dava conta da ofensiva que levara à tomada de assalto pelas tropas nacionais das Ilhas Malvinas (ocupadas pelos britânicos desde a primeira metade do século XIX). Lola Arias tinha cinco anos na altura, estava ainda muito longe de juntar as duas datas numa leitura política e social. Só muito mais tarde a dramaturga e encenadora percebeu que a súbita guerra entre Argentina e Inglaterra por um território há muito reclamado pelos dois lados tinha sido especialmente conveniente a uma ditadura que se encontrava moribunda e a confrontar-se com uma crescente contestação nas ruas. Foi como um modesto e elementar truque de magia: Galtieri apontou para outro lado e logrou desviar a atenção da sua deposição iminente. Terá funcionado durante os 74 dias da Guerra das Malvinas, mas não muito mais do que isso. Galtieri saiu de cena e no final de 1983, pouco mais de um ano passado sobre o fim da guerra, o regime caía de podre. Por muito que possa ter servido a propósitos estratégicos de Galtieri e Margaret Thatcher, é naturalmente um erro pensar que a curta duração do conflito provocou poucos danos permanentes. Em 2016, os documentos argentinos acrescentaram à sua conta mais um caso de suicídio provocado por stress pós-traumático e depressão profunda em virtude da participação forçada no conflito armado nas Malvinas, aquele escasso punhado de terras aspergido sobre as águas do Atlântico junto à Patagónia. Passados 35 anos, o número de suicídios de ex-combatentes na Argentina (mais de 500) aproxima-se do número de mortos em combate (649). Em Inglaterra, desde 2002 que a balança já pesa mais do lado do prato das vítimas prolongadas no tempo, que não souberam dar sentido à sua condição de sobreviventes do conflito. Lola Arias, nascida em 1976, tinha então cinco anos à data do conflito. Era ainda uma menina e recorda-se da sua chegada à escola primária coincidir com a entrada do país na democracia. Lembra-se também de que todas as crianças cantavam a Marcha das Malvinas, canção que sabe ainda de cor. Os primeiros versos, recupera-os do outro lado do telefone numa chamada com o Ípsilon, dizem que “Atrás do seu manto de neblinas / não as esqueceremos / as Malvinas, Argentinas! / clama o vento e ruge o mar”. “Cresci num país em que a guerra era como uma ferida”, conta. “O facto de todos cantarmos isso gerava a ideia de que tínhamos perdido algo que era muito valioso e que ainda estávamos em luta. Todas as crianças que vão à escola até hoje sabem quais os argumentos por que a Argentina reclama as ilhas [pertencerão à província da Terra do Fogo e estarão nas mãos de invasores]. A ideia de perda e de luta era algo muito presente. ”Essa presença ganharia também uma imagem de veteranos de guerra que no final dos anos 80 e princípio dos 90 se arrastavam como mendigos nos transportes públicos nacionais, tentando ganhar umas míseras moedas a troco de emblemas ou autocolantes que tentavam impingir àqueles cuja vida não tinha sido abruptamente interrompida e estilhaçada naqueles meses em que foram submetidos a um intenso mas precário treino militar e logo atirados para a frente de batalha. “Em 70%”, diz Lola Arias, “eram miúdos de 17 anos sem qualquer vocação militar e que queriam ainda menos ser mandados para a guerra”. Tendo regressado vivos para a Argentina, fixaram uma “imagem muito degradada dos veteranos”, cuspidos de volta para as ruas depois de triturados por uma radical experiência emocional, acabados de chegar a uma idade adulta e perdidos na linha temporal das suas vidas, sem grandes apoios num país acometido por uma severa crise económica e ainda a recuperar das suas mazelas dos anos de ditadura. Todos estes factos e estas imagens habitavam Lola Arias quando, em 2013, foi convidada a preparar para o ano seguinte, por ocasião do centenário da I Guerra Mundial e integrada no mostra mundial After the War, uma criação que reflectisse sobre os vestígios e as marcas da guerra. A criadora avançou com uma vídeo-instalação intitulada Veteranos e que reunia uma série de relatos de ex-combatentes argentinos na Guerra das Malvinas, pedindo-lhes que revisitassem episódios-chave da experiência no seu espaço quotidiano actual: um psiquiatra voltava no Hospital Alvear ao momento em que uma bomba explodira na sua proximidade, um desportista encenava a morte de um companheiro numa pista de natação, um cantor de ópera regressava ao afundamento do Belgrano dentro de um teatro. Ao apresentar Veteranos em Londres, Lola perguntou-se como seria escutar o outro lado. Começou então a entrevistar veteranos ingleses com a ideia de, em palco, juntar os antigos inimigos. Campo Minado, na Culturgest, Lisboa, a 3 e 4 de Junho, e no TECA, Porto, a 8 e 9 de Junho, no âmbito do FITEI, é a intensa e soberba concretização dessa ideia. Os ensaios para Campo Minado duraram mais tempo do que a Guerra das Malvinas, diz em palco um dos ex-combatentes. “Quando voltei, a guerra tornou-se uma obsessão; a minha mulher chama-me 'monotema'”, atira outro. ” Depois de voltar, nunca mais conseguiu ouvir música ou ver filmes em inglês, acrescenta ainda um outro. Após contactar as associações de veteranos e entrevistar 60 pessoas dos dois lados do conflito, Lola Arias foi peneirando a sua escolha até ficar com seis homens (três argentinos, dois ingleses, um nepalês, do contingente dos gurcas, temíveis soldados que lutaram ao lado dos britânicos), cujas histórias partilhadas em palco tentam “reconstruir, 35 anos depois, episódios de guerra e ver o que a guerra fez a estas pessoas que foram para lá aos 18, 20 anos e agora têm 50 e muitos”. “Partiram para a guerra no momento em que saíam para o mundo e se convertiam em adultos”, acrescenta Lola. “Quis ver o que passou com estes homens e como foram marcados por este acontecimento tão extremo, agora que na maturidade já conseguem avaliar os efeitos que essa experiência teve na sua vida. ”Claro que ao trazer para palco corpos que podiam ter-se alvejado no campo de batalha, movidos por um ódio sem nexo que quase se limitava à circunstância aleatória de serem colocados uns contra os outros a mando de governantes que os jogavam como um baralho de cartas, a criadora argentina não estava apenas interessada na exploração das memórias e da forma como se reelaboram e reescrevem com os anos – tendo para tal falado com “psiquiatras e psicólogos que estudam a memória e o trauma para perceber como podem essas experiências reaparecer muitos anos depois” e com efeitos devastadores. “Por outro lado, interessava-me a experiência social que implicava a convivência entre eles para a criação de um projecto artístico – e esse era para mim um ponto central da obra. O que acontece se juntarmos antigos inimigos? O que vai acontecer com cada deles por causa desse encontro, ao escutar a história do outro, como construir um mesmo relato com pessoas que continuam a ter posições antagónicas?”A discórdia, lembra Lola Arias, está longe de ter terminado e continua a determinar o diálogo entre os dois países. Talvez por isso Lola fale da importância de colocar estes homens diante de uma perspectiva diferente, ouvir o outro lado, juntá-los num processo de construção conjunto – “é curioso que aqueles que mais resistiram a entrar são os que mais desfrutam da obra, os que estão mais orgulhosos do que fizeram aqui”. De início, a juntar às barreiras previamente erguidas, a língua dificultou ainda mais a comunicação, gerou toda uma série de mal-entendidos linguísticos e culturais, quase uma imagem perfeita para a falta de entendimento entre os dois países, sem saberem escutar-se. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A qualidade da escuta, de resto, é uma das marcas do teatro-documental de Lola Arias. O palco é sempre o espaço para fazer emergir histórias, criando um momento de disponibilidade para ouvir. “O teatro”, acredita, “é um lugar de experiência, de encontro, de imprevisibilidade. Gosto dessa potência política do teatro que tem que ver com a presença do público e dos protagonistas, em que se escuta e partilha. ” A construção das suas peças a partir de vários relatos, urdindo uma polifonia de onde resulta uma narrativa coerente ou contraditória, que se reforça ou se anula, que une ou divide, tem sugerido comparações da prática de Lola à escrita da Nobel da Literatura bielorussa Svetlana Alexievich. “Lê-la foi como encontrar-me com alguém que pensava nos relatos da mesma forma que eu penso”, diz a argentina. “Foi interessante encontrar alguém que constrói através de muitas vozes e pela forma como deixa falar, faz falar e trabalha a língua, as expressões e a emoção do outro, e que é reconhecida como fazendo literatura. Quando comecei a fazer teatro documental senti que era tratada como se as histórias reais tivessem um menor valor literário. Com a literatura de Alexievich é claro, é uma grande escritora e é muito difícil fazer aquilo. ”Em Campo Minado, embora estejamos sempre diante de participantes na Guerra da Malvinas (ou das Falklands, dependendo de quem usa a palavra), estamos sobretudo perante ex-combatentes. Combatentes de “uma guerra menor”, como lhe chama Lola Arias, de um conflito que não se alongou no tempo e não produziu vítimas que se contassem aos (muitos) milhares – para assim nos fazer pensar nos efeitos que todas as guerras que nos rodeiam continuarão a produzir ao longo de gerações. Não são as Malvinas que verdadeiramente estão em cena, nem tão-pouco os pormenores concretos dos dois lados. Aquilo que move Arias é trabalhar nos limites da humanidade – “até que ponto se é um ser humano, até que ponto se pode matar e morrer por uma ideia, até que ponto se é solidário com os outros, até que ponto se corre riscos por terceiros”. Por todo o lado, soçobra a culpa – a culpa de ter disparado, de derramar mais lágrimas por uma vítima do campo inimigo, de não ter conseguido salvar. Ou, talvez mais comum, de simplesmente ter sobrevivido.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens guerra escola suicídio campo mulher social assalto
As vidas duplas de David Lynch
Um programa de reposições, curtas e documentários para iluminar o tempo que medeou na carreira do realizador entre o Twin Peaks original e o seu regresso. (...)

As vidas duplas de David Lynch
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um programa de reposições, curtas e documentários para iluminar o tempo que medeou na carreira do realizador entre o Twin Peaks original e o seu regresso.
TEXTO: Aproveitando o regresso de David Lynch com os novos episódios de Twin Peaks após uma ausência de onze anos, eis um (muito “Lynchiano”) programa de exibição que agrupa uma miscelânea muito particular de objectos. Primeiro, a reposição, em cópias correspondentes às recentes remasterizações digitais em 4K, de Twin Peaks: Os Últimos Sete Dias de Laura Palmer, a mal-amada “prequela” de 1992 com que Lynch quis à altura fechar o “capítulo” da série televisiva, e de Mulholland Drive, o filme de 2001 que começou vida como um episódio-piloto para um possível regresso à televisão que não se concretizou. Depois, a estreia de David Lynch – A Vida Arte, documentário de 2016 onde o realizador fala longamente sobre a sua infância e adolescência, e que termina nas rodagens de Eraserhead, a sua primeira longa-metragem. Finalmente, numa adenda com o seu quê de extra de DVD em grande ecrã, dirigida essencialmente aos completistas mais ferrenhos, há a exibição de Twin Peaks: the Missing Pieces, montagem de cenas deixadas de fora de Os Últimos Sete Dias realizada em 2014 pelo próprio Lynch, e de mais de três horas de curtas-metragens realizadas ao longo da sua carreira (funcionando como um complemento às experiências artísticas amplamente ilustradas no documentário). Realização:Jon Nguyen, Olivia Neergaard-Holm, Rick BarnesO conjunto, deve dizer-se, é particularmente iluminador — do fascínio que continuamos a ter pela figura de Lynch, mas também dos leitmotifs e dos temas e referências que o cineasta continua sistematicamente a trabalhar. A começar pela idealização de uma small town americana onde tudo é aparentemente perfeito, que encontrámos pela primeira vez em Veludo Azul, mas onde basta observar um pouco mais demoradamente para encontrarmos as demãos de pintura ou a massa que foi colocado para tapar as falhas, as quebras ou as infiltrações. A Vida Arte é particularmente significativo no modo como Lynch recorda perante a câmara uma infância feliz no pós-Segunda Guerra Mundial no meio de uma família nuclear típica que parecia viver o sonho americano. Quando sobreposta aos filmes, essa recordação sugere que o realizador nunca fez outra coisa que não fosse buscar esse estado de inocência impossível, ao mesmo tempo que não se coibia de mostrar a sua decadência e degradação. Não é outro o tema comum a Os Últimos Sete Dias e Mulholland Drive, filmes que estão constantemente a alternar entre a fachada e os bastidores, a aparência e a realidade por ela escondida. Laura Palmer, a rainha do baile de finalistas, Betty, a neófita aspirante a actriz, Rita, a morena misteriosa, têm todas vidas duplas, uma “casta” e uma “dissoluta”, amor e sexo como irreconciliáveis sob pena de destruir o universo em que vivem. E, como elas, também os filmes assumem uma vida dupla, com uma narrativa aparentemente convencional ambientada numa perfeição luminosa que só existe no cinema (ou na televisão) que se desintegra num surrealismo negro quase automático, com a linguagem dos sonhos e a recorrência constante de fantasmas a revelar, de modos quase inexplicáveis, esse adeus à inocência. Realização:David Lynch Produção:Alain Sarde, Neal Edelstein, Tony Krantz Argumento:David Lynch Actor(es):Justin Theroux, Laura Harring, Naomi Watts, Robert ForsterSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Realização:David Lynch Produção:Francis Bouyges, Gregg Fienberg Argumento:David Lynch , Mark Frost Actor(es):David Bowie, Miguel Ferrer, Sheryl LeeO tempo fez bem a Os Últimos Sete Dias de Laura Palmer, filme que parece ter sido feito a pensar na revisão 25 anos depois com que Laura se despedia do agente Cooper na série, mesmo que se sinta já nele um certo cansaço com estas personagens. Mulholland Drive (que a hipérbole de alguns críticos e do marketing define risivelmente como “o melhor filme do século XXI”) apenas confirma, 15 anos depois, a queda no glorioso formalismo estilizado que já se sentia em 2001, como para compensar a sensação que Lynch estava aqui a “reciclar” em piloto automático os seus greatest hits (donzelas em perigo, conspirações misteriosas, bares bizarros, nostalgia fifties). Ambos projectam igualmente uma ideia de paródia ou irrisão menos evidente aquando da estreia, ou pelo menos uma consciência auto-referencial das fórmulas que Lynch estava a explorar abertamente. A Vida Arte, por seu lado, é um documentário formalmente extraordinário, filmado, montado e pensado com evidente amor, mas que acaba por resumir-se a um exercício velado de hagiografia devota. Mesmo que Lynch revele aqui mais do que alguma vez o ouvimos fazer, e que haja um olhar muito interessante sobre a sua produção artística fora da imagem em movimento, Jon Nguyen, Rick Barnes e Olivia Neergaard-Holm parecem nem ter consciência que voltaram a cair na mesma armadilha de sempre do realizador, em que ele não diz nada dizendo tudo, e em que tudo parece simples sem o ser na verdade. São mais achas para a fogueira do labirinto para que David Lynch gosta de nos arrastar sem nos querer forçosamente dizer onde é a saída.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra rainha negro sexo
O lado oculto dos festivais de Verão em Portugal
Das drogas à evasão fiscal, a criminalidade nos festivais tem aumentado. (...)

O lado oculto dos festivais de Verão em Portugal
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.16
DATA: 2017-07-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Das drogas à evasão fiscal, a criminalidade nos festivais tem aumentado.
TEXTO: Como dá conta a dissertação de mestrado do Roberto Arnone, todos os anos, ao longo da Primavera/Verão, Portugal é um palco festivaleiro, com mais de 150 iniciativas — música, concertos, raves e representações diversas — com impacto no turismo e na economia local. Os maiores envolvem verbas directas — bilheteiras, patrocínios privados e apoios institucionais — que ultrapassam os 100 milhões de euros. Milhares de portugueses e turistas, com pouca convivência social de uns com os outros, não se importam de passar vários dias em campos enlameados por chuva ou empoeirados pelo efeito de um calor intenso, a ouvir a música preferida no meio de pessoas ébrias, sob o efeito de estupefacientes, com sistemas sanitários com más condições de salubridade e sem higiene, e com proximidade a um cocktail de crimes — confrontos físicos, assaltos, furtos, roubos, tentativas de violação, assédio sexual, prostituição, fugas ao fisco, branqueamento de capitais, infracções a normas económico-alimentares por falta de higiene e outros delitos. A música, as conversas e o bom ambiente escondem, pois, um lado apócrifo, arcano e viciante de modo que, no seu lado recôndito, a delinquência está presente. Existe uma simbiose de géneros e estilos de música que se adaptam e adoptam em cada festival, que diferem nos distintos eventos que caracterizam determinados movimentos — house, mods, new age travellers, punk, rastafáris, rock&roll, seapunks, skinheads e techno — e que remetem para distintos crimes. Podemos considerar que o álcool e as drogas formam uma simbiose de consumo e tendem a ser frequentes em todos, alcançando, em alguns casos, proporções inquietantes. Aparentemente a venda chega a publicitar-se em manuscritos em papel sujo e amarrotado tipo “promoção LSD 25 gramas, 200 euros”, sem preocupação com a segurança. Os criminosos, presentes nos recintos ou nos parques de campismo dos eventos, parecem não encontrar dificuldades, introduzindo “produtos ilícitos” nos espaços físicos algum tempo antes da sua ocorrência. Com uma fiscalização aparentemente tão má, encontram, pois, muita liberdade para actos proibidos. As vítimas, geralmente sob o efeito de álcool e drogas, são muito vulneráveis, sendo fácil de, por exemplo, furtar, roubar e até violar. Entre furtos e roubos destacam-se valores monetários, objectos de valor, carteiras com documentos, telemóveis, bebidas, bilhetes e chaves de automóveis. Os festivaleiros são também vítimas de new travellers, que, sem habitação fixa e em constante viagem, são difíceis de identificar. Vivem ilegais e vendem produtos baratos em barracas improvisadas, sem factura/recibo e, assim, livres de impostos. Nos bares dos recintos, que geralmente pertencem aos promotores, as vendas tendem também a ser não registadas, já que acaba por se instalar/patrocinar a desordem nas trocas. Acresce que nos bares para Very Important Person (VIP) o consumo oferecido permite a camuflagem de uma quantia significativa de aquisições. O número de espectadores é também uma questão delicada. Na relação com patrocinadores e instituições locais, o trunfo de argumentação de promotores para negociar valores depende da respectiva grandeza, que chega a ser multiplicada por quatro, embora geralmente se contem pernas em vez das cabeças! Na relação com a autoridade tributária, interessa, aos promotores, apresentar o menor número possível, de modo a justificar menores receitas, pelo que o número tende a ser dividido. Para “enganar” a autoridade tributária a estampagem dos bilhetes é muitas vezes impressa em séries sequenciais, que podem ser duplicadas (ou triplicadas), pelo que o número é dividido por dois (ou três). Como o público tende a não solicitar factura e a pagar em numerário, a fuga ao fisco fica assegurada. O recrutamento de pessoal para as diferentes tarefas, incluindo de segurança, comporta até elementos das forças e serviços de segurança pública. Recorrendo às designações “voluntário” ou “apoio ao cliente” e sendo pago em dinheiro, o trabalho tende a ser não declarado. Deste modo obtém-se (a má) segurança privada barata e ilegal. Falando em recrutamento, não podemos ignorar que a assinatura dos contratos da maioria das bandas estrangeiras ocorre fora do país. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. As estatísticas oficiais revelam que, ao longo da última década, a quantidade e diversidade de festivais tem aumentado. Mas existem ainda os festivais isolados, clandestinos, com um tipo de música muito própria. Um recinto improvisado, no meio de um monte, negociado com os proprietários dos terrenos por um valor pago em notas e moedas, e sempre sem factura. Com uma tenda instalada à socapa, sem licença de ruído, nem licença camarária, nem tão pouco a declaração do evento na Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC). Mas existem bares e barracas onde abundam produtos alimentares e álcool vendidos sem condições de higiene e sem factura, e há droga. Não existem sanitários e o meio ambiente não é respeitado. O lixo permanece no local, o gerador de produção de energia e as aparelhagens usadas são alugadas, dispensadas ou furtadas. Os DJ´s não são portadores de licença de autorização da IGAC e a música é previamente extraída da Internet sem a anuência de Sociedade Portuguesa de Autores. No contexto descrito, não admira que a comunicação social dê conta do aumento da criminalidade no período festivaleiro, apesar de, aparentemente e para não “sujar” o nome dos eventos, haja muitas ocorrências omitidas. Em suma, a criminalidade nos festivais tem aumentado, pelo que, para evitar (mais) uma desgraça nacional, há que desenvolver um trabalho conjunto, responsável e sério, entre as autoridades e os agentes privados envolvidos, de modo a erradicar ou diminuir significativamente o (risco de) crime. O autor escreve segundo as normas do novo Acordo Ortográfico
REFERÊNCIAS:
Ana, Mariana e José iam ter um bebé. Agora têm a vida “em suspenso”
Fazem parte do grupo de sete processos de gestação de substituição que foram declarados extintos por ter deixado de existir suporte legal para avançarem. Passou um mês desde o acórdão do Tribunal Constitucional que chumbou algumas normas da gestação de substituição. (...)

Ana, Mariana e José iam ter um bebé. Agora têm a vida “em suspenso”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fazem parte do grupo de sete processos de gestação de substituição que foram declarados extintos por ter deixado de existir suporte legal para avançarem. Passou um mês desde o acórdão do Tribunal Constitucional que chumbou algumas normas da gestação de substituição.
TEXTO: “Nunca tinha ouvido o coração de um bebé. Por acaso quando estava no hospital para fazer uma ecografia antes da minha operação, estava uma grávida na sala e ouvi. ” Ana sonha com o dia em que será mãe. Mãe outra vez, mas de forma diferente. Ela e o marido, José, têm uma filha, adoptada ainda não tinha dois anos. Agora, sonha com a possibilidade de assistir a todas as ecografias, de ouvir o coração do seu bebé, com a hora do parto, com o momento em que o tomará nos braços, em que lhe sentirá o cheiro. “Só não o posso sentir na minha barriga”, diz Ana. “Podes sim, porque a minha barriga está aqui”, remata Mariana, nem um segundo depois de a prima falar. Ana tem 41 anos, José 45, Mariana 32. Eles serão os pais, Mariana a gestante. Fez na semana passada um mês que foi conhecido o acórdão do Tribunal Constitucional (TC) que declarou inconstitucionais as normas que permitem a concretização da gestação de substituição. E Ana, José e Mariana fazem parte do grupo de sete processos de gestação de substituição que, três dias depois do acórdão do TC, foram declarados extintos pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) “por ter deixado de existir suporte legal” para avançarem. Apenas outros dois, que já tinham o processo de autorização concluído, se mantêm activos. Embora sobre um deles recaia um pedido de mais informação sobre o início do processo terapêutico. Linha imposta pelo TC para justificar a sua exclusão da inconstitucionalidade. O acesso à gestação de substituição “só é possível a título excepcional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero, de lesão ou de doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem”, como explica a lei publicada em Agosto de 2016. A regulamentação saiu quase um ano depois. O processo de fertilização implica sempre gâmetas de um dos membros do casal e em caso algum a gestante, que empresta o seu útero, pode doar ovócitos. Para os casais beneficiários da gestação de substituição, o limite de idade é de 60 anos para os homens e 50 para as mulheres. No caso da gestante, a idade máxima é de 45 anos, podendo ser estendida aos 50 anos no caso da gestante ser irmã ou mãe de qualquer um dos membros do casal beneficiário. O processo de Ana, José e Mariana deu entrada no CNPMA no ano passado: entregaram relatórios médicos, avaliações psicológicas, resultados de análises. O contrato tinha sido assinado em Dezembro. Previa um período de dez semanas para arrependimento da gestante e se isso acontecesse esta teria de indemnizar o casal no valor gasto até ao momento. Estabelecia quantos tratamentos iriam fazer. E estipulava que se o feto tivesse problemas, à falta de acordo entre os três sobre o que fazer, a última palavra seria da gestante. Tal como seria dela a última palavra sobre a continuidade da gravidez caso estivesse em risco de vida. Faltava entregar um exame de Ana ao CNPMA, uma ressonância magnética para mostrar que apesar de ter útero não consegue carregar uma gravidez, para que este tomasse uma decisão liminar. Se aprovado, “o passo seguinte seria o pedido de parecer da Ordem dos Médicos”, diz Ana. Uma das últimas etapas previstas na lei para a decisão final. Para chegar aqui é preciso recuar 13 anos, a um diagnóstico de trombofilia, às dores terríveis e aderências provocadas pela endometriose, ao cancro do colo do útero e às palavras dos médicos que lhe iam dizendo para “ter os pés assentes na terra” quando perguntava se conseguiria engravidar. É preciso recuar às três operações e aos seis tratamentos de fertilidade que fez – uns no público, outros no privado e até com recurso a embriões doados, porque nas últimas estimulações os médicos não conseguiram retirar qualquer ovócito dos ovários de Ana. Todas as tentativas de engravidar falharam. Cada vez que estavam juntas Ana e Mariana brincavam com a situação. Mariana dizia-lhe que a ia ajudar: “Brincava a falar a sério. ” As palavras ganharam mais peso quando o segundo filho de Mariana nasceu em 2010. “Vi a tristeza da minha prima por não conseguir engravidar. Vou ser a pessoa mais feliz por a ajudar”, diz. E por isso assim que a lei foi publicada mandou logo uma mensagem a Ana a dizer “avança”. Mariana diz que vão ter um menino e as duas primas até já têm um nome que ainda não convenceu José. É o amor que vê nos primos que nunca a fez hesitar. “Este bebé é meu primo, filho dos meus primos. Não foi preciso coragem, é só amor”, diz Mariana. E é por isso que este recuo provocado pelo TC é, para ela, ainda mais difícil de aceitar. Diz que às vezes lhe passa pela cabeça ir a uma clínica com o primo, fazer uma fertilização e prescindir dos direitos em prol do casal. Estavam a ser seguidos num centro privado de PMA, porque no público a idade de Ana já não lhe permite aceder aos tratamentos (as técnicas só podem ser aplicadas a mulheres até aos 40 anos). Apesar de não ser ela a gestante. Todo o processo, já incluindo ovócitos doados, está avaliado em 5400 euros. Fora consultas adicionais à gestante. O bebé saberia que tinha crescido na barriga de Mariana, tal como a filha – a sua “princesa”, como lhe chama Ana – sabe que não é filha biológica do casal. Ana regista no telemóvel todas as datas marcantes. Para não se esquecer. Mas o 24 de Abril deste ano “é uma data que não se esquece”. “Tinha acabado de sair de uma consulta em que me tinham dito que eventualmente tinha de tirar o útero. Estava no autocarro quando abri o Facebook e vi a notícia do acórdão. Já se esperava, mas queria que se arrastasse mais tempo [até sair a decisão]. ”Foi a consulta em que a médica pediu a realização de uma ressonância magnética, aquela que o CNPMA esperava. Mesmo já se sabendo do chumbo do TC, Ana enviou a cópia do pedido do exame. Uma réstia de esperança que continua a alimentar, mas que não lhe cala a revolta que sente. Fala de uma morte “aos bocadinhos”, de um correr contra o relógio, de vidas “em suspenso”. Uma revolta que José também sente. E Mariana, que ouviu a notícia da decisão do TC na rádio, é a primeira a não conseguir segurar as lágrimas quando recorda o momento. “Esperei um bocado até ligar para a minha prima só para lhe dizer ‘não estou a perceber nada disto!’ Senti-me revoltada, traída, irritada. Todas as vezes que me lembro que eles podem dar amor… E não têm um bebé…”“Onde estão os direitos à igualdade neste país? Estando a lei em vigor, pelo menos aos processos que estavam iniciados deviam dar andamento até serem finalizados. Fico feliz por eles, mas em que é que somos diferentes daqueles dois [que se mantêm activos]?”, pergunta Ana. “Gastámos dinheiro, tempo perdido… mais uma ilusão. O Estado devia indemnizar as pessoas”, diz José. É um homem de poucas palavras. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “É uma carapaça para não se magoar. Não consegue lidar… Todos os tratamentos negativos que tivemos, o José sofreu muito com isso. Eu também. É um assunto muito difícil”, explica Ana. E foi por isso que também não quiseram dizer à filha o que estava para acontecer, até ser certo que iria ter um ou uma irmã. Porque também ela já soube dos tratamentos sem sucesso, tal como soube que “os bebés que a mãe pôs não ficaram agarrados na barriga”. Se pudesse, Ana diz que recorreria da decisão do TC, exporia a situação à provedora de Justiça. Até pensou escrever ao jogador Cristiano Ronaldo a pedir ajuda. Mas terá de esperar pelo Parlamento. “Já passou um mês da decisão do TC e [os deputados] já reuniram tantas vezes. Porque deixaram morrer o assunto? Vamos ter de começar tudo de novo? Estamos sempre a correr contra o relógio. ”Nota: Os nomes usados nesta reportagem são fictícios, a pedido dos próprios
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O dinheiro segundo Teresa Villaverde – ou a falta dele
Colo, em concurso na Berlinale, é um filme duro, difuso, comovente, perturbante sobre o que acontece às vidas normais quando a crise atinge o último reduto, o da família. Um statement português na Alemanha da disciplina orçamental. (...)

O dinheiro segundo Teresa Villaverde – ou a falta dele
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Colo, em concurso na Berlinale, é um filme duro, difuso, comovente, perturbante sobre o que acontece às vidas normais quando a crise atinge o último reduto, o da família. Um statement português na Alemanha da disciplina orçamental.
TEXTO: “Nunca mais vamos ter dinheiro?”Ao longo dos últimos dias, pelos corredores da Berlinale, a conversa entre a representação portuguesa no festival acabava sempre por ir dar à polémica dos financiamentos, à questão dos jurados, à carta aberta que coligiu centenas de assinaturas, de Victor Erice a Thierry Fremaux – e no meio desta trovoada, quase como quem não quer a coisa, cai Colo. A sétima longa-metragem de Teresa Villaverde, sucessora de Cartas da Guerra de Ivo Ferreira na competição oficial de Berlim, é um filme sobre o dinheiro. Ou antes, sobre não o ter. E sobre o que não o ter faz às pessoas. Colo é a história de uma família de classe média como tantas outras, e do modo como, quase sem dar por isso, a classe média deixou de o ser. O pai (João Pedro Vaz) está desempregado e desesperado; a mãe (Beatriz Batarda) é a âncora que sustenta a família como pode, procura arranjar outros empregos que compensem o dinheiro. A filha, Marta (Alice Albergaria Borges), tenta encontrar o seu caminho por entre a passividade do pai, a ausência da mãe e o dinheiro que não há para o passe ou para o lanche. “Nunca mais vamos ter dinheiro?”, pergunta ela às tantas. “Odeio o dinheiro!”, completa logo a seguir. “O que está a acontecer às nossas vidas?”São essas vidas que Teresa Villaverde filma, segundo as suas palavras, com um enorme pudor. “A câmara neste filme é como se tivesse pudor em aproximar-se das personagens, ” disse esta manhã na conferência de imprensa realizada entre a projecção para a imprensa e a estreia oficial em concurso, à tarde, com a presença do ministro da Cultura. “A câmara funciona como um observador interessado mas que guarda alguma distância, um bocadinho longe. ” A câmara é de Acácio de Almeida, cujo trabalho de fotografia, preciso, sensível, atento, foi aplaudido na conferência de imprensa – e Teresa Villaverde não poupou elogios ao trabalho do veteraníssimo director de fotografia portuguesa, “que rodou com todos os grandes cineastas portugueses”, e que tornou natural a opção pela rodagem em digital, pela primeira vez num filme da realizadora. É, tem de se dizer, um filme que prolonga a opacidade narrativa, a intuição que reconhecemos no cinema exigente, frágil, da realizadora de Os Mutantes, Água e Sal, Transe ou Cisne. Mas, pela primeira vez no seu cinema tão interessado pela perda da inocência, nas suas vias sacras de penitência e redenção, vemos o que se passa antes dessa via sacra – assistimos à desintegração de um núcleo familiar, vemos uma família que se desfaz lentamente sob a pressão do ter de encontrar dinheiro, comprar comida, pagar a luz…Na conferência de imprensa, Teresa Villaverde disse-o: "Neste filme a crise é mais do que económica. É também a crise da família, do pouco tempo que as pessoas têm para viver, para falar umas com as outras. Quis retratar a solidão, uma estrutura que se deteriora, porque quando existe uma crise económica todos os outros problemas parecem ser exacerbados. Dos meus filmes, talvez este seja aquele onde o silêncio se sente mais. É mais importante aquilo que não se diz, que fica por dizer. "O título do filme – Colo – vem aliás daí. Um dos jornalistas portugueses relaciona-o com a necessidade de afecto, de compreensão, de uma mão que ajude num momento difícil. Para a realizadora, "o título é provavelmente mais misterioso para os portugueses do que para os não portugueses": "Não sei explicar bem por que lhe quis chamar Colo. Estamos num momento confuso e precisamos de algo que não sabemos bem o que é. "Um momento que é, também, político – o modo como Colo torna reais, tangíveis, as dificuldades financeiras que muitos portugueses viveram é insuportavelmente duro, e torna-o igualmente um filme ideal para a tendência social das escolhas de Berlim, um statement sobre a crise, no coração da Alemanha da disciplina orçamental. A uma pergunta de uma jornalista portuguesa que trabalha para a Deutsche Welle, Teresa Villaverde responde: “A democracia está cada vez mais participativa, [mas] elegemos os representantes e depois distanciamo-nos do assunto… E de repente há surpresas, como as que estamos a ter agora. A Europa foi criada como um bloco de solidariedade, onde todos os países se ajudaram, e isso está a perder-se. Mas temos de continuar a acreditar na democracia. ” Ou, como João Pedro Vaz disse, citando Sérgio Godinho, “a democracia é o pior de todos os sistemas, à excepção de todos os outros”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O risco de ter um filme como Colo em Berlim é que a sua dimensão de “festival do tema” pode afogar ou afastar o cinema que possa existir. Mas sabemos também que é pelo cinema que por vezes nos chegam os mais belos momentos de redenção e graça. O filme de Aki Kaurismäki, The Other Side of Hope, não falava de outra coisa que não fosse dessa necessidade de afecto, da dignidade humana; Teresa Villaverde fá-lo também aqui, através de duas tramas paralelas – o afecto que Marta dá ao seu passarinho e a gravidez inesperada de Júlia (Clara Jost), amiga da menina. São oásis pelo meio da solidão silenciosa, ensimesmada, de um filme algo longo, pontualmente difuso, mas que nos aperta permanentemente o coração e nos comove a espaços. Colo foi feito com pouco dinheiro – “porque em Portugal trabalhamos com orçamentos relativamente baixos, e às vezes dá mais trabalho conversar com o produtor do que ser eu a produzir directamente, e tenho mais dinheiro” –, mas com entrega, paixão, vontade de dizer coisas. E ainda a propósito de dinheiro, ficou um agradecimento da realizadora "ao mundo de cineastas, produtores, directores de festivais, jornalistas internacionais que assinaram a carta aberta". "Ciclicamente, temos este problema em Portugal e, de degrau em degrau, vamos conseguindo resolver as coisas. Estou confiante que isto se vai resolver e que vamos conseguir ultrapassar esta situação. " Porque é dessa solidariedade, também, que Colo fala. "Estou muito contente com este filme, " diz Teresa Villaverde. "É um filme bastante justo no seu tempo, na importância do silêncio. Porque estávamos a falar das pessoas, da solidão das pessoas. " Colo faz-nos sentir um pouco menos sós.
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Marcelo Jeneci, a caminho do hotel 1 milhão de estrelas
Cantor e compositor paulista, que já esteve em Portugal a acompanhar músicos como Chico César ou Vanessa da Mata, vem agora actuar a solo. Esta sexta-feira em Lisboa, no Mercado da Ribeira (21h), este sábado na Madeira, na Estalagem da Ponta do Sol, e dia 29 no Porto (Casa da Música). (...)

Marcelo Jeneci, a caminho do hotel 1 milhão de estrelas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cantor e compositor paulista, que já esteve em Portugal a acompanhar músicos como Chico César ou Vanessa da Mata, vem agora actuar a solo. Esta sexta-feira em Lisboa, no Mercado da Ribeira (21h), este sábado na Madeira, na Estalagem da Ponta do Sol, e dia 29 no Porto (Casa da Música).
TEXTO: É um dos músicos da nova geração musical paulista, entre vários surgidos na ribalta, como Tulipa Ruiz, Mariana Aydar, Céu, Tiê ou Iara Rennó. Começou a acompanhar outros músicos, ganhando experiência nos palcos, e lançou-se a solo com um primeiro disco em 2010. Nascido em 7 de Abril de 1982, na zona leste de São Paulo, Marcelo Jeneci deixou o seu nome gravado em canções que conheceram êxito noutras vozes. Já tocou várias vezes em Portugal como músico acompanhante, mas agora apresenta-se a solo, esta sexta-feira no espaço Time Out do Mercado da Ribeira, em Lisboa (21h), tocando ainda este sábado na Estalagem da Ponta do Sol, Madeira, no âmbito dos Concertos L, e dia 29 de Setembro na sala 2 da Casa da Música, no Porto (21h). “O ter nascido numa família em que o pai é pernambucano e a mãe paulista já me trouxe o nordeste do Brasil na minha cultura musical e também me direccionou para tocar sanfona, acordeão. ” Mas o acordeão é um instrumento caro, e quando ele precisou de um para entrar na banda do Chico César resolveu visitar o célebre e exímio sanfoneiro Dominguinhos (1941-2013), passou uma tarde com ele e, no final, ele deu-lhe um acordeão. E disse que não precisava de pagar. “Isso ajudou a abrir as portas. ”Nessa altura ele tinha 17 anos, mas iniciara-se na música bem mais cedo. “Comecei a viver profissionalmente da música aos 13 anos de idade. Tocava piano e teclados, fazia um trabalho ou outro acompanhando cantores da noite e também compondo trilhas sonoras para uma estação de telemensagens. ” Mas foi a entrada na banda do cantor e compositor paraíbano Chico César que o lançou em definitivo no mundo da música. Aliás, Marcelo tocou com ele em Portugal (como sanfoneiro) em 2001, 2002 e 2003, voltando mais tarde com Vanessa da Mata (em 2005) ou José Miguel Wisnik (2010). Esse foi o seu tempo como músico acompanhante, em diversos grupos. Enquanto isso ia compondo, e o que saía das suas mãos chegava às vozes de cantores como Vanessa da Mata, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes ou Zélia Duncan. Já havia muito Marcelo Jeneci no ar (e na rádio) quando ele se decidiu a gravar o primeiro disco, a que chamou Feito para Acabar, lançado no final de 2010 e elogiado pela crítica. “Algumas músicas minhas já estavam ficando conhecidas nas vozes de outros artistas. A primeira que eu compus, melodia e letra (Amado), eu fiz com Vanessa da Mata e entrou na novela A Favorita, com grande alcance no Brasil. Isso foi-me encorajando e percebi que tocar estava a ficar pouco para mim. Foi o que me deu coragem para fazer o primeiro disco. ”O segundo não tardaria: De Graça, lançado em 2013 e nomeado no ano seguinte para o Grammy Latino de Melhor Álbum da Música Popular Brasileira. “São dois discos bem diferentes. Mas por trás das suas características específicas existe ali a mesma génese de canção, que busca ser simples sem ser simplório. É isto que a gente busca. ” Mas de um disco para o outro, diz Marcelo, a sua vida mudou muito. “Entrei naquela fase dos 30 anos, passei pelo fim de um casamento… Então os dois são muito honestos, no sentido do que eu estava vivendo e que está ali bem retratado. Esteticamente, a minha vida começou a ter um voo mais ousado em tudo o que a minha mão alcançava”, diz Marcelo Jeneci. “No primeiro, eu dei maior foco a grandes extracções instrumentais, no segundo ensaiei um som um pouco mais progressivo e psicadélico, ainda assim com as canções amorosas ou falando de assuntos mais filosóficos como base do trabalho. ”A produção do primeiro disco ficou entregue a Kassin e a do segundo, gravado no Rio, além de Kassin, contou com Adriano Cintra, então ainda membro da banda Cansei de Ser Sexy, tendo a participação de músicos como mestre Marçal ou Eumir Deodato da cantora Laura Lavieri, com quem Marcelo começou iniciou uma parceria em 2007. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No Mercado da Ribeira e na Casa da Música ele apresenta-se em solo absoluto. “Esta tournée tem sido apresentada em teatros antigos, com muitas memórias, porque este show combina bem com esses lugares. É a primeira vez que tenho coragem de me colocar no palco sem um grande aparato de espectáculo. E a experiência de ter sido músico na banda de muitos artistas, durante muitos anos, me capacitou e me deu coragem para subir ao palco sozinho. E eu tenho gostado dessa total superexposição. ” Marcelo, para lá de cantar, tocará piano de cauda nalgumas canções, sanfona noutras e também sintetizadores. Entre as canções que Marcelo cantará, estarão Felicidade, Pra sonhar, O Melhor da vida, A vida é bélica ou Quarto de dormir, com novos arranjos. Ainda com o disco anterior em rodagem, Marcelo prepara já o terceiro. “Devo lançar o single agora no Outono português, a nossa Primavera, e estou com vontade de lançar as músicas dele aos poucos. Vou fazendo e gravando, para depois, em algum momento do ano que vem, lançar ele todo. ” Título ainda não tem, mas tem uma ideia. “Um dia desses me encontrei com um activista indiano chamado Satish Kumar e me interessei pelo trabalho dele, que traz uma nova escola, uma escola para adultos, que é muito interessante. Nas suas deambulações pelo mundo, ele se deu conta que dormia muitas vezes, não num hotel de 5 estrelas mas no ‘hotel 1 milhão de estrelas’, que é dormir ao relento. Eu gostei muito dessa expressão, que é bem poética, e fui ao encontro dele para pedir permissão para criar uma canção com esse nome ou baptizar o meu novo disco. ”
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Bertolucci confessa que Maria Schneider desconhecia a cena de violação em O Último Tango em Paris
O realizador italiano e Marlon Brando combinaram a cena sem avisarem previamente a actriz. “Não queria que a Maria interpretasse a sua humilhação e raiva, queria que a Maria sentisse a raiva e a humilhação". As declarações do realizador são de 2013, mas só agora foram divulgadas. (...)

Bertolucci confessa que Maria Schneider desconhecia a cena de violação em O Último Tango em Paris
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O realizador italiano e Marlon Brando combinaram a cena sem avisarem previamente a actriz. “Não queria que a Maria interpretasse a sua humilhação e raiva, queria que a Maria sentisse a raiva e a humilhação". As declarações do realizador são de 2013, mas só agora foram divulgadas.
TEXTO: As declarações de Bernardo Bertolucci são de 2013 e confirmavam o que Maria Schneider já havia dito em entrevista em 2007, mas a polémica só surge agora. Isto, porque só agora foi divulgado um vídeo com aquilo que o realizador italiano disse há três anos na Cinemateca Francesa, em Paris, sobre a célebre e polémica cena de O Último Tango em Paris (1972), em que a personagem interpretada por Marlon Brando viola a interpretada por Maria Schneider com um pedaço de manteiga. E que disse Bertolucci? Que Schneider, 19 anos à altura, nunca deu o seu consentimento prévio à filmagem da cena. Nem poderia, de resto. “A sequência da manteiga foi uma ideia que tive com o Marlon [Brando] na manhã antes da filmagem”, revelou o realizador, explicando que queria dessa forma obter “a reacção dela enquanto rapariga, não enquanto actriz”. Por isso, apesar de se sentir “horrivelmente” por ter manipulado Schneider daquela forma, não se arrepende de o ter feito. Anos antes, numa entrevista em 2007 ao britânico Daily Mail, a actriz falecida em 2011 explicara que a cena não estava no guião original. “Só me avisaram antes de filmarmos e eu fiquei tão zangada. Devia ter ligado ao meu agente ou ter chamado o meu advogado, porque não se pode forçar alguém a fazer algo que não está no guião mas, naquela altura, eu não sabia isso”. Bertolucci defendeu que o desconhecimento da actriz quanto ao que se passaria na rodagem da cena era essencial para os seus objectivos. “Não queria que a Maria interpretasse a sua humilhação e raiva, queria que a Maria sentisse a raiva e a humilhação. E depois ela odiou-me para o resto da sua vida”. Maria Schneider recordou que Marlon Brando a tentou acalmar antes da filmagem da cena. “Não te preocupes, Maria, é só um filme”, disse-lhe. No final, o acto simulado para as câmaras deixou a actriz a sentir-se “humilhada e, para ser honesta, um pouco violada, tanto por Marlon como por Bertolucci. Depois da cena, Marlon não me consolou nem pediu desculpa. Felizmente, foi só um take”, contou na entrevista supracitada. O rancor, porém, guardou-o todo para o realizador. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “A melhor experiência da rodagem do filme foi o meu encontro com Marlon”, que tinha 48 anos à época e que Maria Schneider dizia encarar como “uma figura paternal”. “Fomos amigos até ao fim, embora durante algum tempo não conseguíssemos falar do filme”. Em relação a Bertolucci, os sentimentos são claros. “Ele era gordo, pegajoso e muito manipulador, tanto em relação a Marlon como a mim”, acusou em 2007. “O Marlon disse-me mais tarde que se sentiu manipulado, e ele era o Marlon Brando, portanto pode imaginar como me senti eu”, afirmou, acrescentando “nunca ter perdoado verdadeiramente” a forma como foi tratada pelo realizador. A divulgação das declarações de Bernardo Bertolucci suscitou várias reacções nas redes sociais. Ava DuVernay, a realizadora de Selma, twitou “Indesculpável. Como realizadora, mal consigo conceber isto. Como mulher, sinto-me horrorizada, enojada e enraivecida”. Anna Kendrick, estrela da saga Twilight, recordou que tinha tomado conhecimento dos factos na entrevista de 2007 de Maria Schneider e recorda que ao longo dos anos obtinha como reacção um revirar de olhos sempre que falava do assunto a “pessoas (aka gajos)”. Chris Evans, o actor que encarna o Capitão América, comentou no Twitter: “Não fazia ideia. Também me sentiria enraivecido. Eles deveriam estar na prisão”. Bernardo Bertolucci tem actualmente 76. Eu e Tu, o seu filme mais recente, estreou em 2012. Marlon Brando morreu em 2004, com 80 anos.
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Étnia Aka
Aqui estão as primeiras fotografias oficiais de Harry e Meghan
Duques de Sussex escolheram Alexi Lubomirski para os fotografar. (...)

Aqui estão as primeiras fotografias oficiais de Harry e Meghan
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Duques de Sussex escolheram Alexi Lubomirski para os fotografar.
TEXTO: Alexi Lubomiski foi o fotógrafo oficial escolhido por Harry e Meghan – os duques de Sussex, desde sábado – para transformar em fotografias o casamento do casal. E tal como aconteceu com as imagens oficiais do noivado, captadas pelo mesmo profissional, os noivos voltam a sentar-se numa escadaria. Em Dezembro, o Palácio de Kensington publicou três fotografias de Lubomirski, numa delas, Harry e Meghan estavam sentados nas escadarias da Casa de Frogmore, em Windsor – onde neste sábado decorreu a segunda recepção só para familiares e amigos mais chegados e patrocinada pelo pai do noivo. Nas imagens, Meghan usava um vestido da marca britânica Ralph & Russo enquanto Harry envergava um fato azul. Agora o casal volta a sentar-se nuns degraus, mas com os trajes usados na cerimónia – Harry de uniforme e Meghan com o vestido Givenchy, já sem o seu véu que representa uma homenagem a todos os países da Commonwealth. Em comum as duas fotografias têm o facto de o noivo ficar sentado nos degraus de cima e a noiva apoiar-se nos seus joelhos. O Palácio de Kensington publicou mais duas fotografias do casamento. Uma mais formal, com os noivos de pé e a família toda. A avó e o avô do noivo, ou seja, a rainha Isabel II e o duque de Edimburgo estão sentados; os pais dos noivos estão de pé – tal como muitas famílias modernas, também nesta há um pai, Carlos; uma madrasta, Camilla; a mãe da noiva, Doria Ragland; e um pai ausente, Thomas Markle –; o irmão e a cunhada, William e Kate (sentada com a filha ao colo); a sua descendência, George e Charlotte; e os restantes meninos das alianças. Na outra fotografia, mais informal com Harry sentado e Meghan no chão, mais uma vez apoiada nos joelhos do marido, o casal está rodeado pelos meninos, os pajens e as damas de honor, que os acompanharam neste dia tão especial. As fotografias foram feitas no castelo de Windsor, depois do cortejo de carruagem, onde os noivos foram aclamados por milhares de pessoas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. As comparações com as fotografias feitas pelo peruano Mario Testino, em 2011, pelo casamento de William e Kate não se fizeram esperar. Mais uma vez, as de William e Kate são mais formais do que as Harry e Meghan. Nas do irmão mais velho, o segundo na linha de sucessão ao trono, o vermelho e o dourado, cores do poder, dominam, em fotografias captadas na sala do trono do Palácio de Buckingham, com mais luz e mais imponente e com a família toda de pé (crianças incluídas), à excepção de Isabel II e Filipe; e os homens todos de uniforme (excepto o pai e o irmão da noiva). Sete anos depois, as fotografias de Meghan e Harry, sexto na linha de sucessão, foram tiradas numa sala mais quente e acolhedora, a sala de desenho de Windsor.
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Palavras-chave homens filha rainha casamento
Actores, atletas... e ex-namoradas: os convidados de Harry e Meghan
Durante a manhã deste sábado, o Castelo de Windsor recebeu mais do que a aristocracia. (...)

Actores, atletas... e ex-namoradas: os convidados de Harry e Meghan
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Durante a manhã deste sábado, o Castelo de Windsor recebeu mais do que a aristocracia.
TEXTO: Ao todo são 600 os convidados de Harry e Meghan para testemunharem a sua união na capela de São Jorge, no Castelo de Windsor. O príncipe, o sexto na linha de sucessão, e a sua noiva receberam esta manhã o título de duque e duquesa de Sussex, uma atribuição feita pela rainha Isabel II, avó do noivo. Ao início da manhã começaram a chegar os primeiros convidados. Sendo um casamento que une os dois lados do Atlântico, entre os convidados estão actores, apresentadores e atletas. Mas também marcaram presença as duas ex-namoradas de Harry, aquelas com quem o príncipe teve relações mais duradouras, Chelsy Davis e Cressida Bonas. Quanto à família, da parte de Harry, Charles Spencer, irmão de Diana, foi dos primeiros a entrar na capela de São Jorge; seguido da família de Kate Middleton, cunhada do noivo. No final, e como é do protocolo, chegou a família real – os tios e primos de Harry – e no final da rainha. Isabel II foi a última a entrar, antes da noiva.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha casamento