Cheat meals: sim, não ou talvez?
Para marcar o Dia Mundial da Alimentação Mónica Sousa, nutricionista na componente desportiva, fala sobre 'Cheat Meal', um conceito cada vez mais popular entre os atletas. (...)

Cheat meals: sim, não ou talvez?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Para marcar o Dia Mundial da Alimentação Mónica Sousa, nutricionista na componente desportiva, fala sobre 'Cheat Meal', um conceito cada vez mais popular entre os atletas.
TEXTO: O conceito de cheat meal/day tem vindo a ganhar popularidade em contexto desportivo, especialmente entre os praticantes de desportos estéticos como o fisiculturismo. O termo cheat meal ou cheat day pretende referir-se a refeições ou dias de sobrealimentação, que se intercalam geralmente com dias alimentares hipoenergéticos e muitas vezes restritivos em termos de variedade alimentar, com o objectivo de quebrar a monotonia alimentar e de reactivar o metabolismo. Esta temática (tal como tantas outras na nutrição no desporto) é amplamente discutida em vários fóruns e blogs, como pode ser constatado por uma simples pesquisa num portal de busca genérico. Porém, no mundo científico, a conversa é um pouco diferente. Se pesquisar este termo num portal de busca de artigos científicos, como o PubMed, verifica que ainda não existe. Ou seja, não existe informação científica específica sobre as cheat meals. Não significa isto que esta estratégia não tenha efeito, apenas significa que o possível efeito ainda não foi testado cientificamente. O que se costuma fazer nestas ocasiões é procurar artigos que tenham estudado uma situação o mais similar possível com o que estamos a tentar averiguar. Neste caso, serão artigos que discutam sobrealimentação e metabolismo. Vamos então ver o que se sabe cientificamente sobre sobrealimentação e regulação metabólica. A leptina é uma hormona anorexigénica (ou seja, que induz uma redução do apetite) produzida predominantemente pelo tecido adiposo. A resposta endócrina à restrição energética leva a uma redução da concentração plasmática de leptina, podendo dificultar a continuidade da perda de peso e favorecer o reganho do peso perdido. Assim, estratégias que alterem favoravelmente as concentrações plasmáticas de leptina poderão ser uma mais-valia. Neste sentido, a sobrealimentação aguda poderá trazer alguma vantagem, uma vez que parece aumentar a expressão do gene da leptina no tecido adiposo e aumentar as concentrações plasmáticas de leptina. Num estudo, homens saudáveis normoponderais alternaram de forma randomizada 3 dias de sobrealimentação (130% do gasto energético total) com 3 dias de subalimentação (70% do gasto energético total), sendo estes dois períodos separados por 3 dias de alimentação euenergética (100% do gasto energético total). Os autores reportaram que os níveis de leptina responderam de forma aguda a alterações modestas no balanço energético: diminuíram após a subalimentação, aumentaram após a sobrealimentação e não se alteraram significativamente após o período euenergético comparando com os níveis do tratamento anterior. Curiosamente, os níveis de leptina regressaram ao baseline após os participantes terem concluído os 2 tratamentos alimentares complementares, ou seja, após terem compensado o défice ou o excesso de energia acumulada. Fazendo a ponte para as cheat meals, será que retomar o plano alimentar anterior (normalmente hipoenergético) – compensando assim, o excesso de energia consumida na cheat meal/day – leva à anulação do possível aumento dos níveis de leptina?Noutro estudo com o objetivo de determinar os efeitos da sobre alimentação, mulheres magras e saudáveis ingeriram durante 3 dias mais 40% das suas necessidades energéticas sob a forma de hidratos de carbono ou de gordura. Concluiu-se que o sobreconsumo de hidratos de carbono, mas não de gordura, promoveu um aumento da concentração de leptina e do gasto energético (em 7%, cerca de 138kcal, das quais 36kcal são referentes ao efeito térmico do consumo dos hidratos de carbono – energia necessária para a digestão, absorção, transporte, metabolismo e armazenamento). Noutras palavras, a haver sobrealimentação com o objetivo de aumentar a leptina, esta deverá ser de hidratos de carbono e não de gordura. Por isso, alimentos ricos em gordura como pizzas, hambúrgueres e alimentos fritos não deverão ser privilegiados. De qualquer modo, será que uma refeição, ou um dia de sobrealimentação, terá o mesmo efeito que 3 dias de sobrealimentação?Apesar destes estudos terem tido resultados bastante interessantes, ambos estão longe de mimetizar o que os atletas fazem aquando das cheat meals. Além disso, os participantes não eram desportistas, havendo, por isso, possibilidade dos resultados serem diferentes (ou não) para esta população específica. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Assim sendo, e tendo em conta o exposto, não existe ainda evidência científica que suporte a utilização das cheat meals (ou dos cheat days) em contexto desportivo. Reforço que isto não significa que estas estratégias não têm, ou têm, efeito; apenas realça o facto de este assunto ainda não ter sido convenientemente estudado. Pela evidência existente, parece poder haver algum efeito positivo na utilização dos cheat days, mas um longo caminho terá ainda de ser percorrido antes de se chegar a alguma conclusão cientificamente suportada. *Mónica Sousa, nutricionista na componente desportiva, colaborou com a Federação Portuguesa de Atletismo. Foi nutricionista da equipa de futebol sénior do Vitória de Setúbal e colaborou com a Federação Portuguesa de Natação, entre outras modalidades. Doutorada em Ciências do Desporto, especificamente na área de nutrição no desporto de alto rendimentoQualquer dúvida ou questão pode ser enviada por email para monicasousa. ionline@gmail. comconteúdos produzidos por Pressinform
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens concentração consumo estudo mulheres alimentos
Leonor Medeiros e Leonor Bessa deixam a sua marca no Europeu
Final do Campeonato de Senhoras por Equipas no Montado será entre Itália e Inglaterra (...)

Leonor Medeiros e Leonor Bessa deixam a sua marca no Europeu
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Final do Campeonato de Senhoras por Equipas no Montado será entre Itália e Inglaterra
TEXTO: Portugal concluiu hoje (sexta-feira) a sua participação com o 19º e último lugar no 34º Campeonato da Europa Amador de Equipas Femininas, que a Associação Europeia de Golfe (EGA), está a organizar até amanhã (Sábado), em colaboração com a Federação Portuguesa de Golfe (FPG), no Montado Hotel & Golf Resort, no Concelho de Palmela. A seleção nacional feminina perdeu hoje com a Finlândia por 3-2 no confronto que atribuía o 19º posto, em duelo do Grupo-C (terceira divisão), enquanto no Grupo-A (“1º Flight”), a divisão principal, as meias-finais ditaram que a decisão do título se faça amanhã entre a Itália e a Inglaterra, que defende o título. Apesar da derrota de hoje, houve dois encontros ganhos por portuguesas em singulares. Leonor Bessa, a campeã nacional amadora, derrotou Elinoora Moisio por 1 up (decidido no último buraco), enquanto Leonor Medeiros, a bicampeã nacional de sub-14, vergou Hannele Mikkola também por 1 up. Nos restantes embates, Sofia Barroso Sá, de apenas 13 anos, cedeu diante de Petra Salko por 7/5, exatamente o mesmo resultado do desaire de Beatriz Themudo diante de Karina Kukkonen. No primeiro “match” do dia, de pares (foursomes), Joana Mota e Sara Gouveia foram batidas por Kiira Riihiharvi e Emilia Tukiainen por 2-1. Ontem (quinta-feira), no primeiro dia da segunda fase da prova, Portugal tinha perdido por 3, 5-1, 5 com a Islândia. Luís Costa Macedo, o capitão da seleção nacional feminina, recusou uma análise demasiado negativa á prestação portuguesa e salientou ser a equipa mais jovem em prova, com duas jogadoras de sub-14 e uma de sub-18. «Não me parece que houvesse aqui nenhuma jogadora de sub-14 e mesmo de sub-16 duvido, até porque ao mesmo tempo está a decorrer o Campeonato Europeu de sub-18 na Finlândia», frisou. «É preciso dar uma palavra de apreço a estas meninas. Foi uma grande semana de trabalho, este é um bom grupo de jogadoras, têm um bom espírito, são jovens e têm futuro», acrescentou. «A grande diferença que se nota é em dois aspetos técnicos: na distância de pancada e no putt. Tanto ontem como hoje as adversárias meteram muitos putts de 4 e 5 metros e as nossas jogadoras não», acrescentou o diretor do Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor», especificou. Numa análise mais individual, Luís Costa Macedo, destacou, naturalmente, a prestação de Leonor Bessa, que mostrou estar ao nível das melhores, depois de terminar a primeira fase no 14º lugar entre 115 jogadoras de 19 países e de ter terminado a segunda fase da prova invencível: «É uma grande jogadora, ao nível das melhores que vi aqui». Aliás, vale a pena fazer aqui um parêntesis porque os resultados oficiais da EGA dão conta de Leonor Bessa ter ontem empatado o confronto com a islandesa Guorun Bra Bjorgvinsdottir. No entanto, a campeã nacional amadora esclareceu ao Gabinete de Imprensa da FPG que, na realidade, estava a vencer o confronto: «ganhei os dois “matches”, ontem e hoje, mas ontem demos o empate porque já não valia a pena (continuar), visto que Portugal já tinha perdido (o confronto global com a Islândia)». Voltando ao capitão de equipa, que pela primeira vez acompanhou estas jogadoras, ficou ainda impressionado com outros detalhes:«A Leonor Medeiros tem uma excelente atitude. Hoje virou o “match” dela. Saiu do buraco 14 a perder por 2 pancadas e depois venceu os buracos 15, 16 e 17 de rajada, com imensa raça». Luís Costa Macedo considera ainda que «a Sofia, com apenas 13 anos (a mais jovem da prova), considerando que foi a primeira vez que competiu na vida em match play, mostra muito bom nível para esta idade. A Sara tem muita margem de progressão e a Joana é preciso compreender que licenciou-se há duas semanas em Biologia. Portugal tinha os handicaps mais elevados da prova e as portuguesas baixaram o seu handicap neste torneio». Entretanto, entre a elite europeia, nas meias-finais de hoje, o país campeão em título, a Inglaterra, derrotou a Suécia por 4, 5-2, 5; enquanto Itália impôs-se à Espanha por 5-2. A Suécia tinha dominado a primeira fase da prova e uma vez mais provou-se que o match play é outro jogo, exige outras características mentais em que as britânicas se mostraram mais fortes. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Foi, contudo, uma meia-final espetacular, na medida em que houve dois encontros a só serem decididos no 20º buraco (2 buracos de prolongamento), um duelo a ir ao 18º e último buraco, um empate, e ainda outro confronto a fechar-se no 17º e penúltimo buraco. Ou seja, em sete “matches”, só dois tiveram vitórias convincentes, os restantes poderiam ter caído para qualquer lado. A final entre Inglaterra e Itália joga-se a partir das 8h00 de amanhã, no Montado. Veja mais em www. golftattoo. com
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave feminina raça
Dijsselbloem: "A última coisa que quero é criar novas divisões" na zona euro
O ministro holandês afirmou que nunca teve intenções de ofender os países do Sul europeu, defendendo que as suas palavras foram mal interpretadas. (...)

Dijsselbloem: "A última coisa que quero é criar novas divisões" na zona euro
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.03
DATA: 2017-06-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O ministro holandês afirmou que nunca teve intenções de ofender os países do Sul europeu, defendendo que as suas palavras foram mal interpretadas.
TEXTO: O presidente do Eurogrupo reiterou esta quinta-feira que as suas declarações foram mal interpretadas e que nunca pretendeu ofender os países do Sul da Europa, assegurando que a última coisa que quer é criar divisões na zona euro. Num debate no Parlamento Europeu, em Bruxelas, sobre a segunda revisão ao programa de ajustamento na Grécia, Jeroen Dijsselbloem iniciou a sua intervenção apontando que gostaria de abordar a polémica em torno da sua entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung - que levou o Governo português a pedir a sua demissão -, para reafirmar que as suas palavras foram mal interpretadas, lamentando que haja quem se tenha sentido insultado. “Nessa entrevista, defendi que respeitar a moldura acordada entre nós é crucial para manter a confiança e a solidariedade na zona euro. Nos dias que se seguiram, as minhas palavras foram, no entanto, relacionadas com a situação no período da crise e com os países do Sul da Europa, e isso é muito lamentável, pois não foi o que disse e, certamente, não era o que eu queria dizer. Os anos da crise tiveram impacto nas sociedades por toda a zona euro e pela União Europeia, com grandes custos sociais, e a solidariedade foi justificada”, declarou. Na entrevista concedida em Março ao jornal alemão, Dijsselbloem declarou que não se pode pedir ajuda depois de se gastar todo o dinheiro em álcool e mulheres, o que provocou uma onda de indignação, tendo mesmo o Governo de António Costa reclamado a sua demissão, por entender que o ministro holandês não tem condições para continuar à frente do fórum de ministros das finanças da zona euro. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “A forma como me expressei ofendeu alguns e, por isso, lamento muito. Obviamente que nunca foi minha intenção ofender ninguém. Trabalhei ao longo dos últimos quatro anos com vista a unir mais a zona euro, e a última coisa que quero é criar novas divisões”, acrescentou Dijsselbloem. No início de Abril, por ocasião de uma visita oficial ao Luxemburgo, o primeiro-ministro António Costa voltou a defender que Jeroen Dijsselbloem não tem condições para continuar a presidir ao Eurogrupo, e lamentou que o político holandês nem sequer se retracte das ofensas dirigidas aos países do Sul. “O presidente do Eurogrupo deve ser um mobilizador, e não um factor de divisão. O senhor Dijsselbloem já mostrou por diversas vezes que não é capaz de ser um mobilizador, e desta vez foi particularmente ofensivo relativamente aos países do Sul. E, falando muito francamente, pior do que ele disse ao [jornal] Frankfurter Allgemeine Zeitung, são as explicações que tentou dar, pois demonstraram que ele não compreende o que fez e como ofendeu profundamente os povos do sul da Europa”, afirmou o chefe de Governo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda mulheres
Pagamos, mas não mandamos?
Com um banco que não é de Portugal, sendo antes uma sucursal do BCE, com as regras de Frankfurt e de Bruxelas, o país é nesta área o equivalente a uma colónia. (...)

Pagamos, mas não mandamos?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com um banco que não é de Portugal, sendo antes uma sucursal do BCE, com as regras de Frankfurt e de Bruxelas, o país é nesta área o equivalente a uma colónia.
TEXTO: O secretário de Estado adjunto e das Finanças, Mourinho Félix, confrontou, em nome da dignidade do país, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, com as suas infames declarações sobre “copos e mulheres”. No entanto, o mesmo responsável político nacional tem sido um dos rostos da indigna submissão governamental ao princípio europeu do “pagam, mas não mandam”, que tem estado em vigor na reestruturação do nosso sistema bancário, tendo declarado, em entrevista à RTP, face à alternativa sensata da nacionalização do Novo Banco: “Seria difícil de justificar perante toda a gente, diria eu, que o Estado poderia ter uma tal participação no sector financeiro. ”É preciso desde já denunciar que esta “toda a gente” não é fundamentalmente a gente deste país, mas sim quem hoje comanda a banca neste país: a Comissão Europeia, em particular a sua todo-poderosa Direcção-Geral da Concorrência, e o Banco Central Europeu (BCE), autênticos comités executivos supranacionais para a gestão dos assuntos regulatórios e monetários do capital financeiro nesta zona. As instituições europeias têm usado o país como cobaia de mal sucedidas experiências de resolução bancária. A sua lógica é clara: nacionalizar, de forma tão opaca quanto possível, os prejuízos do sector bancário e internacionalizar a sua propriedade. Desta forma, impede-se o reforço da propriedade pública, que naturalmente adviria da canalização, já efectivada, de milhares de milhões de euros de recursos públicos para a banca. A submissão a esta lógica acabará por deixar como único banco nacional, porque público, uma CGD obrigada, pelas instituições europeias, a continuar a comportar-se como se fosse um banco privado. Isto implica, por exemplo, ser sangrada pelo pagamento de juros usurários por emissões obrigacionistas dispensáveis. A submissão a esta lógica faz agora com que o Novo Banco, ou seja, cerca de 15% do sector, esteja a ser entregue de graça a um fundo especulativo. O fundo público de resolução, depois de ter canalizado 4, 9 mil milhões de euros, fica reduzido a 25% de um banco onde não tem voz e onde a norte-americana Lone Star pontifica com 75%, tendo apenas de investir aí mil milhões de euros. Num negócio ruinoso para a nossa gente, o fundo público fica com o essencial do risco de desvalorização de uma carteira de activos do Novo Banco, que, se afectar os seus rácios de capital, implica a injecção nos próximos oito anos de até 3, 89 mil milhões de euros. Pagamos, mas não mandamos. Sim, pagamos, porque é claro, pelos juros baixos e pelos prazos cada vez mais prolongados de reembolso, que a responsabilidade da banca pelos empréstimos do Estado ao tal fundo público é mais nominal do que real. Entretanto, uma fatia relevante do sistema bancário nacional, com toda a preciosa informação associada ao crédito que foi concedido e à sua situação, será gerido numa lógica de ganhos especulativos de curto prazo, com particular ênfase para o imobiliário e com sacrifício da ligação paciente às necessidades do tecido produtivo nacional. Pior do que a banca privada nacional, que resultou das privatizações e que tão eficaz se revelou na destruição de capital e na geração de endividamento externo, será a banca privada estrangeira, deixando o país ainda mais exposto à instabilidade, como a experiência dos países periféricos com este padrão de controlo tem atestado. A alternativa a este estado de coisas passa por reconhecer as especificidades de um sector estratégico com poderes exorbitantes. Em primeiro lugar, o poder de criar e de destruir moeda através do crédito, um verdadeiro bem público numa economia monetária de produção orientada para o investimento, mas um bem que pode transformar-se num mal em mãos tão gananciosas quanto pouco escrupulosas. Em segundo lugar, o poder de lidar com o futuro, ou seja, com a incerteza, concentrando muita da melhor informação disponível sobre a actividade económica geral, cujo andamento passa pelas decisões tomadas nos bancos. Em terceiro lugar, o poder de não poder verdadeiramente falir, dado o caos que tal gera num sector que lida com a confiança, porque lida com a moeda e com o futuro. Juntos, estes poderes fazem com que a sacrossanta concorrência de mercado seja na banca uma fonte de falhas ou de ficções constantes. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A concorrência gerada pelas estruturas neoliberais criadas nas últimas três décadas é indissociável do aumento do número e da violência das crises bancárias à escala internacional, cujos custos são e serão sempre socializados, dada a natureza do sector. Esta situação contrasta com o período entre a Segunda Guerra Mundial e os anos 80, quando as crises bancárias eram bem menos frequentes, devido à chamada "repressão financeira": banca pública com lógica pública, controlos de capitais e regulamentação precisamente desconfiada da concorrência. A concorrência é uma fonte de ficções, porque as crises evidenciam as especificidades deste sector, mostrando que é em última instância o poder público, e não os mercados, que tem de o gerir, a começar pelo banco dos bancos, ou seja, pelo banco central, que lhes cede a liquidez de que depende a sua sobrevivência. A questão é então se o poder público gere o sector para beneficio público ou de privados. Com um banco que não é de Portugal, sendo antes uma sucursal do BCE, com as regras de Frankfurt e de Bruxelas, o país é nesta área o equivalente a uma colónia. Uma colónia serve para experiências e para ameaças: ou pagam e não mandam, ou liquida-se o banco, gerando o caos. Lembremos como a Grécia foi tratada. Quem aceita este enquadramento pode confrontar Dijsselbloem no plano dos símbolos e pouco mais. Quem quiser gerir o crédito com uma lógica pública, ao serviço das necessidades do tecido produtivo nacional, tem de recusar a lógica política da UE, uma instituição que, se não existisse, teria de ser inventada pelos bancos do centro do sistema mundial.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Quo vadis Europa? As propostas de Wolfgang Schäuble e Jeroen Dijsselbloem
A reacção nacional ao comentário de Dijsselbloem é compreensível. Mas surpreende o silêncio de Portugal em torno de outras propostas do holandês. (...)

Quo vadis Europa? As propostas de Wolfgang Schäuble e Jeroen Dijsselbloem
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: A reacção nacional ao comentário de Dijsselbloem é compreensível. Mas surpreende o silêncio de Portugal em torno de outras propostas do holandês.
TEXTO: Oops, they did it again! A Europa ainda suspirava de alívio após as eleições nos Países Baixos quando Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças interino da Holanda e chefe do Eurogrupo, fez o comentário depreciativo sobre os europeus do Sul que, segundo ele, desperdiçam dinheiro em mulheres e copos. A crítica não é nova: já Angela Merkel disse em 18 Maio de 2011 que os europeus do Sul deviam tirar menos férias, reformar-se mais tarde e esforçar-se como os alemães. Durante os debates sobre os resgastes aos países do Sul, os estereótipos sobre os "mandriões do Sul" pululavam nos meios de comunicação alemães. A cobertura mediática sobre a Grécia assumiu dimensões tão ofensivas que o conselho de imprensa alemã a condenou. Preocupado com o renascimento de preconceitos na Europa, o ex-primeiro-ministro italiano Mário Monti chegou mesmo a sugerir, em 2012, uma conferência para debater o problema. Nada de novo, portanto. Apenas uma péssima altura para os reiterar, poucos meses após o “Brexit” e pouco antes do 60. º aniversário da União Europeia. Já foram feitos vários comentários pertinentes sobre Jeroen Dijsselbloem. O Sul e o Norte pareceram inverter os papéis na forma como reagiram. Enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros português abandonou a brandura dos costumes lusitanos e pediu a demissão de Dijsselbloem e o secretário de Estado adjunto e das Finanças, Mourinho Félix, voltou a insistir num pedido desculpas recentemente, o Norte preferiu evitar o rigor que propaga noutras matérias. Apesar de o governo alemão anunciar que não iria comentar, Wolfgang Schäuble acabou por fazê-lo, reduzindo o dito a uma questão de estilo do colega holandês a que não cabia dar notas. Mais do que baixar de nível e retribuir com opiniões pouco lisonjeiras sobre o Norte — note-se que Jeroen Dijsselbloem também foi duramente repreendido no Norte —, importa atender ao contexto da sua observação e aos interesses que traduz. A polémica entrevista foi publicada a 19. 03. 2017 no Frankfurter Allgemeine Zeitung, jornal lido principalmente pela ala económica conservadora e neoliberal na Alemanha. Ou seja, o episódio deu-se apenas três dias após Dijsselbloem ter perdido a pasta das Finanças em sequência da derrota retumbante do seu partido nas eleições holandesas. Como as regras ditam que o chefe do Eurogrupo tem de ser um ministro das Finanças, Jeroen Dijsselbloem precisava do apoio dos seus colegas para terminar o cargo em Janeiro de 2018. Esse apoio ele já conseguiu. Schäuble já o exprimiu em público e aproveitou até para realçar a eficiência do presidente do Eurogrupo. A reacção nacional ao comentário de Dijsselbloem é compreensível. No entanto, surpreende o silêncio de Portugal em torno de outras propostas do holandês, por exemplo no sentido de reforçar o Eurogrupo, que coordena a maior macroeconomia informalmente sem legitimidade democrática e que tem sido um dos principais órgãos da troika para a política de austeridade. Dijsselbloem sugeriu a transformação da chefia do Eurogrupo num cargo permanente em vez de continuar a ser presidido cumulativamente por um dos ministros das Finanças, como tem acontecido até agora. Argumentou que, embora seja regra que o posto seja eleito pelos membros do Eurogrupo, não é imperativo que seja um desses membros a desempenhar o cargo. A concretizar-se a proposta, Jeroen Dijsselbloem suceder-se-ia a si próprio, garantiria a sua carreira para além de Janeiro de 2018 e evitaria o seu desaparecimento da cena política após a derrota recente do seu partido. Embora o apoio dos países do Sul (e do Norte) à sua candidatura provavelmente se tenha tornado mais difícil depois deste episódio — Costa já afirmou que ele só está de passagem no cargo —, a redução do peso político do Sul depois da crise e a falta de socialistas em cargos centrais da UE (todos eles são presididos pelos conservadores) e a sua lealdade a Schäuble são trunfos a seu favor. O silêncio nacional é ainda mais ensurdecedor perante a proposta de Dijsselbloem e Schäuble na mesma edição do jornal de 19. 03. 2017 para o Mecanismo de Estabilidade Europeia (MEE), um instrumento central durante a crise, atualmente liderado pelo alemão Klaus Regling. Na polémica entrevista, Dijsselbloem defendeu a ideia de Schäuble de transformar o actual MEE numa espécie de Fundo Monetário Internacional (FMI) europeu que viria a substituir o papel do actual FMI em questões europeias. Mais, nessa mesma edição do jornal, o próprio Wolfgang Schäuble expôs num longo artigo — "Von der Krise zur Chance?" ["É a crise uma oportunidade?"] — as suas linhas principais para o futuro da Europa, entre elas a sua ideia de um FMI europeu. Esta organização teria as funções de identificar e controlar os riscos das economias, negociar as condições para programas de resgate e definir regras claras para ajudas e assim assegurar o princípio do não-bailout. Simultaneamente, Schäuble defende a redução da capacidade de intervenção da Comissão Europeia em matérias financeiras. Nesse contexto, decisões como a de não castigar a Portugal e Espanha por pressão da comissão, como aconteceu recentemente, tornar-se-iam impossíveis. Daqui várias questões se levantam. Seria pois um FMI europeu uma das peças fundamentais do projecto da Europa a várias velocidades ou "Kerneuropa" que Schäuble lançou em 1994 e que ele e Merkel trataram de introduzir na declaração da Cimeira de Roma poucos meses após a Inglaterra ter anunciado a sua saída? Seria um mecanismo de estabilidade sem legitimidade democrática, mas fortalecido à custa do enfraquecimento do Parlamento e da Comissão, do interesse de Portugal? Será que as questões tratadas pelo MEE actual e um FMI europeu são meramente "neutrais e técnicas" como Schäuble afirma, apesar do impacto que elas tiveram no destino dos países em que as medidas foram aplicadas? Se é apenas racionalidade económica que impulsionam Schäuble e Merkel, porque é que a Alemanha anda em constante desavença com o FMI de Lagarde por este considerar a dívida grega insustentável e defender o "hair-cut"? Por que é que Schäuble tem ignorado consequentemente estas críticas, assim como de economistas conceituados internacionalmente e laureados pelo prémio Nobel ao superavit e falta de investimento alemão? Por que se discute tão pouco as consequências da política de exportação alemã, que não só quebra as regras europeias há anos consecutivos como foi conseguido em grande parte à custa do refreio dos salários alemães como meio de competir com os seus parceiros europeus e está a asfixiar as economias do Sul?O deputado alemão dos Verdes, Sven Giegold, vê a proposta Dijsselbloem-Schäuble mesmo como uma ameaça à democracia europeia. O que à primeira vista parece ser mais Europa, ele classifica como menos Europa. Enquanto a Comissão e o Parlamento europeus ficariam praticamente de fora, seria o MEE ou o FMI europeu, que só dá contas aos Estados-membros, a determinar o rumo europeu. A agravar, o actual MEE não está sob jurisdição europeia, apenas responde a tratados entre Estados nacionais, a par da União Europeia. Tal seria o fim da Europa que conhecemos para uma Europa a que ele chama "Europa alemã à la carte". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, já discordou da ideia em público. Não admira, pois, que a realizar-se, este mecanismo teria o poder de controlar os orçamentos nacionais e aplicar medidas à Franca e Itália semelhantes às ditadas à Grécia, Portugal e Espanha. Moscovici argumenta que mais do que reduzir o poder da Comissão há que aumentá-lo, criando um ministro das Finanças europeu ou um budget europeu. Os políticos alemães têm sido exímios em exteriorizar uma política que apelidam de tecnocrata e "neutral". Quando o chanceler social-democrata Helmut Schmidt foi acusado de falta de visões políticas, replicou com o seu famoso pragmatismo que quem tem visões deve ir ao médico. Esta resposta entrou para a história alemã. Angela Merkel, na chancelaria já há 12 anos, também é um exemplo do sucesso deste estilo de fazer política tanto nacional como internacionalmente. O Norte da Europa ocupa uma posição que lhe permite não entender ou fazer que não entende a realidade do Sul e até mesmo usar instrumentos culturalistas contra ele. No entanto, isso não é argumento para que o Sul responda da mesma forma e não esteja atento ao que o Norte vai — tecnocraticamente — alinhavando para o futuro da Europa. Investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
REFERÊNCIAS:
Entidades TROIKA UE FMI
Tesla demite engenheira que alega ter sido vítima de assédio
A advogada de AJ Vandermeyden diz que a rescisão foi uma retaliação da empresa, depois de a engenheira ter acusado a Tesla de discriminação. (...)

Tesla demite engenheira que alega ter sido vítima de assédio
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170602180028/https://www.publico.pt/n1774279
SUMÁRIO: A advogada de AJ Vandermeyden diz que a rescisão foi uma retaliação da empresa, depois de a engenheira ter acusado a Tesla de discriminação.
TEXTO: AJ Vandermeyden, que tornou pública a sua queixa por assédio contra a empresa de Elon Musk numa entrevista ao Guardian, em Fevereiro, foi dispensada pela empresa esta quinta-feira. A funcionária da Tesla acusa a empresa de automóveis eléctricos de ignorar as suas queixas de assédio, incluindo linguagem inapropriada, assobios e piropos. Vandermeyden acusa a Tesla de lhe pagar um salário mais baixo do que a homens na mesma posição e de promover homens menos qualificados em vez dela, afirmando ter sofrido represálias quando chamou a atenção para estes casos. O despedimento é apelidado pela advogada de AJ Vandermeyden como um “acto de retaliação da empresa”. “É chocante que nos dias de hoje e com esta idade que isto continue a ser uma batalha que nós [mulheres] temos que travar”, disse a funcionária na altura em que apresentou queixa. Em declarações ao Guardian, a Tesla confirmou que a empresa dispensou Vandermeyden. A multinacional americana explica que investigou cuidadosamente as alegações da funcionária, com a ajuda de “terceiros, mais especificamente de um especialista neutral” e concluiu que as queixas não tinham fundamento. “Além do facto de ter recebido repetidamente tratamento especial à custa dos outros, Vandermeyden decidiu seguir com o processo judicial contra a Tesla e atacou falsamente a empresa na imprensa”, disse um porta-voz da Tesla ao jornal britânico. “Depois de cuidadosamente considerarmos os factos em múltiplas ocasiões e de estarmos absolutamente convencidos de que as queixas de Vandermyeden são ilegítimas, não tivemos outra opção a não ser acabar com o seu emprego na Tesla”, explica o porta-voz da empresa americana ao Guardian. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “A decisão foi absolutamente chocante para Vandermeyden. Ela está devastada”, conta Therese Lawless, a advogada da funcionária. “AJ Vandermeyden começou este processo na tentativa de fazer a Tesla um espaço de trabalho mais equitativo e justo e para que a empresa cumpra a lei”, explicou Lawless. "Alguém está a tentar incutir nos funcionários que, quando falam sobre assuntos da empresa, têm que ser legalmente autorizados a falar ou serão também demitidos”, conclui a advogada de Vandermeyden. De acordo com um comunicado da Tesla, Vandermeyden começou numa posição comercial em 2013, tendo progredido na sua carreira apesar de não ter um curso em engenharia. Segundo a empresa, mesmo depois de ter apresentado a queixa de discriminação, a engenheira conseguiu ser promovida para um novo cargo, o que prova que, na óptica da empresa, que a Tesla “está empenhada em recompensar trabalho árduo e talento”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens lei ajuda mulheres salário assédio discriminação
Polícia britânica divulga novas imagens do bombista de Manchester
As imagens foram captadas pelas câmaras de videovigilância pouco tempo antes de se fazer explodir. (...)

Polícia britânica divulga novas imagens do bombista de Manchester
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.068
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170602180119/https://www.publico.pt/n1773727
SUMÁRIO: As imagens foram captadas pelas câmaras de videovigilância pouco tempo antes de se fazer explodir.
TEXTO: A polícia de Manchester divulgou novas imagens do bombista suicida que na segunda-feira, 22 de Maio, matou 22 pessoas e feriu mais de 60 no final de um concerto da cantora norte-americana Ariana Grande. As imagens foram captadas pelas câmaras de videovigilância pouco tempo antes de se fazer explodir. Salman Abedi, 22 anos, estava de óculos, de ténis, com casaco escuro, boné cinzento e a mochila na qual transportava a bomba com perpetrou o atentado terrorista mais grave dos últimos 12 anos no Reino Unido. Num comunicado conjunto, o chefe da polícia de Manchester, Ian Hopkins, e o coordenador na Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo britânica, Neil Basu, reveleram que Abedi esteve num apartamento no centro da cidade onde terá montado a bomba, seguindo depois para a Manchester Arena. "Sabemos que um dos últimos locais onde Abedi esteve foi num apartamento no centro da cidade e que foi de lá para a arena de Manchester. O apartamento é um local muito importante na investigação pois poderá ter sido ali que a bomba foi finalizada", lê-se. O apartamento em Granby Row, que é um dos locais que já foi alvo de buscas pelas autoridades, foi alugado através da plataforma Airbnb. Abedi é filho de um casal da Líbia que emigrou para o Reino Unido para fugir ao regime de Muammar Khadafi. Nasceu em 1994, em Manchester. Frequentou as escolas locais e ingressou na Universidade de Salford, também na região de Manchester, para estudar Gestão, mas acabou por desistir do curso. Os pais mudaram-se para Tripoli depois da queda do regime líbio. Desde então, Abedi deslocava-se com frequência à Líbia para visitar a família. Viagens que agora estão a ser investigadas pelas autoridades. Até agora, a polícia já deteve 11 pessoas durante a investigação ao atentado. Este sábado, o Reino Unido baixou o nível de ameaça terrorista no país de "crítico" para "severo", o segundo mais alto possível, numa comunicação feita pela primeira-ministra britânica, Theresa May.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filho cantora
Maior festival de música da Alemanha evacuado devido a “ameaça terrorista”
Cerca de 80 mil pessoas estavam no recinto do Rock am Ring, em Mendig. (...)

Maior festival de música da Alemanha evacuado devido a “ameaça terrorista”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.12
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cerca de 80 mil pessoas estavam no recinto do Rock am Ring, em Mendig.
TEXTO: A organização do festival emitiu um comunicado através do Twitter, onde justifica que agiram por precaução por uma “possível ameaça terrorista”. A polícia continua no local a investigar a situação. “Devido a uma ameaça terrorista, a polícia aconselhou-nos a interromper o festival”, pode ler-se o comunicado. O processo de evacuação foi calmo e organizado, sendo que todos os visitantes foram orientados para as saídas e para os parques de campismo ligados ao Rock am Ring. This is right now . . . Rock am Ring festival is evacuating because of a bomb threat pic. twitter. com/YLouEmsgK0Para esta sexta-feira, previa-se a actuação dos cabeças de cartaz Rammstein e de bandas como Five Finger Death, Punch, Clutch, Rival Sons e The Living End. "Depois de uma ameaça que não pode ser descartada, todas as medidas necessárias foram tomadas imediatamente. Isso levou a que o evento fosse interrompido por razões de segurança", referiu uma fonte policial, citada pelo Guardian. A organização espera que o festival possa prosseguir com normalidade no sábado, e acrescenta que todos os que estavam presentes vão ser informados sobre os desenvolvimentos que possam ocorrer. Esta situação sucede dias depois do atentado que vitimou 22 pessoas na Manchester Arena, depois de um concerto da cantora Ariana Grande, um acontecimento que levou ao reforço das medidas de segurança. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O festival tem palco no Nürburgring, um autódromo perto de Mendig, a oeste da Alemanha. O Rock am Ring decorre em simultâneo com o Rock Im Park, em Zeppelinfeld na cidade de Nuremberga, a sul da Alemanha. Ambos os festivais são tidos, normalmente, como um evento único uma vez que têm um cartaz coincidente. Todos os artistas actuam um dia em Mendig e outro em Nuremberga. O Rock am Ring é um dos festivais de música da Europa que mais visitantes atrai, ao lado do Glastonburry, no Reino Unido, do Vieilles Charrues, em França, e do Roskilde, na Dinamarca.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cantora
Médico de clínica geral acusado de homicídio por negligência
O Ministério Público decidiu arquivar o inquérito em 2016, mas a família da vítima recorreu da decisão e o Tribunal da Relação de Lisboa mandou reabrir o processo. (...)

Médico de clínica geral acusado de homicídio por negligência
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.050
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Ministério Público decidiu arquivar o inquérito em 2016, mas a família da vítima recorreu da decisão e o Tribunal da Relação de Lisboa mandou reabrir o processo.
TEXTO: Um médico de clínica geral, a prestar serviços para o Centro Hospitalar do Oeste, está acusado de homicídio por negligência pela morte de uma mulher de 79 anos, em 2015, na urgência do hospital de Peniche. O juiz de Instrução Criminal de Leiria decidiu pronunciar o arguido como autor do crime, de acordo com o despacho instrutório, a que a agência Lusa teve acesso. Segundo a acusação, a 5 de Janeiro de 2015, a vítima deu entrada na urgência e foi atendida pelas 9h51 pelo médico, queixando-se de "dores no peito e pescoço", motivo pelo qual foi pedido um exame de raios x (RX) torácico pelas 10h41. Pelas 11h16, o arguido observou o resultado do exame e "concluiu não haver lesões", afastando a "hipótese de enfarte do miocárdio", apesar de no RX ser visível um "alargamento do mediatismo superior". O problema apontado era indicativo de um eventual aneurisma coronário, que "impunha a realização de uma TAC [tomografia axial computadorizada]" e o consequente reencaminhamento da doente para a urgência das Caldas da Rainha, por não haver TAC em Peniche. A vítima foi mantida em observação na urgência de Peniche, sem ser transferida para as Caldas da Rainha para efectuar o exame e, a confirmar-se o diagnóstico, ser sujeita a intervenção cirúrgica. A TAC foi pedida pelas 18h40, assim como um ecocardiograma e um electrocardiograma, face à "persistência das dores torácicas", prossegue a acusação. Os exames "não foram a tempo" e a mulher faleceu pelas 19h30, vítima de "tamponamento cardíaco [ruptura de uma veia do coração] decorrente de aneurisma coronário". O médico "deveria ter-se aconselhado com o médico de medicina interna e solicitado o transporte de urgência para Caldas da Rainha", conclui a acusação, segundo a qual, se o médico tivesse agido de forma devida, a "morte não sucederia". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em 2016, o Ministério Público decidiu arquivar o inquérito, mas a família da vítima recorreu da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa, que mandou reabrir o processo, que esteve em fase de instrução, tendo sido inquiridas diversas testemunhas. O despacho instrutório, datado de 9 de Maio, refere que "a leitura do RX torácico mudaria todo o rumo" dos acontecimentos, concluindo ter havido uma "negligência inconsciente". Se o arguido ou o Ministério Público não apresentarem recurso dentro do prazo, que decorre, o processo é transferido para o tribunal de Peniche, para aí ser julgado. O médico está aposentado, mas continua a exercer na urgência de Peniche, através de uma empresa que presta serviços para o Centro Hospitalar do Oeste. Os hospitais de Peniche e de Caldas da Rainha, assim como o de Torres Vedras, pertencem ao Centro Hospitalar do Oeste.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte homicídio tribunal mulher rainha faleceu
A Mulher Maravilha deixou de ser "embaixadora" da ONU
Nomeada em Outubro para o empoderamento feminino, a escolha da personagem de banda desenhada gerou polémica e contestação. (...)

A Mulher Maravilha deixou de ser "embaixadora" da ONU
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170602172045/https://www.publico.pt/n1754640
SUMÁRIO: Nomeada em Outubro para o empoderamento feminino, a escolha da personagem de banda desenhada gerou polémica e contestação.
TEXTO: A Mulher Maravilha já não é a "embaixadora" da ONU para o empoderamento feminino. A personagem de banda desenhada criada em 1941 (Wonder Woman no original, em inglês) permaneceu no cargo apenas dois meses. A nomeação da Mulher Maravilha, anunciada em Outubro, levantou polémica e contestação, tendo dado origem até a uma petição que reuniu quase 45 mil assinaturas contra a escolha das Nações Unidas. O porta-voz Jeffrey Brez explicou, no entanto, que as campanhas onde se utilizam personagens ficcionais não duram mais do que alguns meses, cita a Reuters. Assim que foi anunciada a escolha há dois meses, começaram os protestos. E as razões pelas quais muitas pessoas se insurgiram centrava-se, principalmente, no facto de não ser uma pessoa real, que pudesse viajar ou falar, e por ser uma personagem “manifestamente sexualizada num momento em que a objectificação de mulheres e raparigas é destaque nos Estados Unidos e no resto do mundo”, lia-se na petição. A Mulher Maravilha foi criada pela DC Comics no final de 1941, quatro anos antes da fundação da ONU. Não é a primeira personagem ficcional a tornar-se embaixadora da ONU. O Ursinho Puff foi embaixador honorário da Amizade em 1998 e, 11 anos depois, a fada Sininho assumiu funções enquanto embaixadora honorária do Ambiente.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU