Miúcha (1937-2018): havia música na luz dos olhos dela
A intérprete e compositora brasileira que cantou os grandes da bossa nova esteve em 2015 no Festival Literário Internacional de Óbidos, a homenagear o poeta Vinicius de Moraes, que a ensinou a tocar violão. Irmã de Chico Buarque e mãe de Bebel Gilberto, morreu quinta-feira, aos 81 anos. (...)

Miúcha (1937-2018): havia música na luz dos olhos dela
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.4
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: A intérprete e compositora brasileira que cantou os grandes da bossa nova esteve em 2015 no Festival Literário Internacional de Óbidos, a homenagear o poeta Vinicius de Moraes, que a ensinou a tocar violão. Irmã de Chico Buarque e mãe de Bebel Gilberto, morreu quinta-feira, aos 81 anos.
TEXTO: Espelhava num eterno sorriso o seu amor pela vida. Cantora e compositora, tão discreta quanto marcante nos seus mais de 40 anos de carreira e 81 de vida, Miúcha morreu esta quinta-feira num hospital do Rio de Janeiro, de paragem respiratória. Irmã de Chico Buarque, ex-mulher de João Gilberto e mãe de Bebel Gilberto, Miúcha lutava contra um cancro no pulmão e fora internada este mês devido a complicações relacionadas com a doença, como noticiou O Globo. “Era como a seda, uma voz que chegava onde queria com o balbuciar dos cochichos e a leveza do vento”, escreveu o crítico e repórter Júlio Maria, n’O Estado de S. Paulo. “Miúcha era na vida o que cantava. Amorosa, leal, entregue, sorridente, da espécie de gente que gosta de gente. ” Por sua vez, Caetano Veloso, que conheceu Miúcha em Salvador da Bahia quando ela estava grávida de Bebel, escreveu no Instagram: “Ao longo dos anos, Miúcha teve presença sempre luminosa em minha vida. Tanto como artista quanto como pessoa”. E sublinhou, nesta nota, o seu gosto pela vida: “Sempre sorridente e gostando muito de viver, Miúcha era toda música, na intimidade ou no palco do Canecão. Com Vinicius e Tom. E em todas as gravações a solo que fez. ” Vários artistas, brasileiros e não só, assinalaram “a grande perda” ou a tristeza sentida pela morte da cantora. Nascida no Rio de Janeiro, em 30 de Novembro de 1937, Miúcha (diminutivo de Heloísa Maria Buarque de Hollanda) foi a primeira dos sete filhos de Sérgio Buarque de Holanda e Maria Amélia de Carvalho Cesário Alvim, ele historiador, jornalista e crítico literário (1902-1982), ela pintora e pianista. Casaram em 1936 e Miúcha nasceu no ano seguinte, à frente dos irmãos que viriam, como ela, a seguir o caminho da música: Francisco (Chico Buarque nascido em 1944), Ana Maria (1948) e Maria Christina (1950). Ainda menina, reza a sua biografia oficial, formou um conjunto vocal com todos os irmãos, com os já citados e Sérgio, Álvaro e Maria do Carmo. Convidado a leccionar na Universidade de Roma, o pai arrastou consigo a prole. Vinicius de Moraes, então embaixador em Paris, era visitante assíduo da família. Foi com ele que Miúcha se atreveu a cantar em público (Vinicius passou-lhe o microfone, de surpresa) e foi também com ele que, ainda menina, aprendeu a tocar violão, arte que ensinaria depois ao irmão Chico. A canção Maninha, que muitos conhecerão de cor, foi escrita por Chico a pensar na irmã: “Se lembra da fogueira/ Se lembra dos balões/ Se lembra dos luares dos sertões/ A roupa no varal, feriado nacional/ E as estrelas salpicadas nas canções. ” Viriam a cantá-la em dueto. Mas antes Miúcha faria o seu próprio caminho na música. Que começou, na verdade, por ir estudar para Paris História de Arte, na Sorbonne e na École du Louvre, com uma bolsa do governo francês. Diz o Dicionário Cravo Alvim da Música Brasileira que por essa época ela viajou pela Itália e pela Grécia, tocando nas cidades por onde passava. Mas foi em Paris, no bar La Candelaria, em Saint-Germain, onde ela timidamente cantava bossa nova e tocava violão, que veio a conhecer Violeta Parra e, depois, João Gilberto, com quem viria a casar em 1965. João, já separado de Astrud Gilberto (com quem fora casado de 1959 a 1964), estava em Paris para tratamentos de acupunctura devido a espasmos musculares na mão direita. Mas acabou por ir curá-los em Nova Iorque, para onde iria depois viver com Miúcha e onde nasceria, em Maio de 1966, a futura cantora Bebel Gilberto. Foi já quase separada de João Gilberto (viveram juntos oito anos) mas artisticamente ligada a ele, que Miúcha iniciou a sua carreira como cantora profissional, ao lado de João e do saxofonista norte-americano Stan Getz, no disco The Best of Two Worlds, gravado em 1975 e lançado em 1976 (embora o seu nome não fosse creditado, à época, na capa do disco). Esse passo levou-a ao Festival de Jazz de Newport, actuando posteriormente com Stan Getz em vários espectáculos. Tom Jobim surgiu-lhe no mesmo ano e seria a “estação” seguinte: Miúcha cantou na faixa Boto, num disco dele (Urubu), e gravaram juntos o LP Miúcha e Antonio Carlos Jobim, que era para ter sido o primeiro disco dela a solo e resultou numa extraordinária parceria, de onde ressaltam as canções Pela luz dos olhos teus (cujo sucesso foi ampliado pelas telenovelas Dona Xepa, em 1977, e Mulheres Apaixonadas, em 2003), Vai levando, Samba do avião, Sei lá e a Maninha de Chico. Ao longo de mais de 40 anos de carreira, Miúcha gravou canções dos maiores compositores da bossa nova, Tom Jobim, João Gilberto e Vinicius de Moraes (aliás, foi a única intérprete a cantar com todos eles, sendo também a única cantora a gravar três discos com Tom), mas não se ficou por aí no repertório. Cantou Braguinha, Guinga, Chico, Aldir Blanc, Novelli, Baden Powell, Toquinho, Carlos Lyra, Moacir Santos, João Donato. E também escreveu várias canções. “A minha história está ligada e interliga histórias de muitos amigos de trabalho. É bom sentir e saber que fiz isso. . . ”, disse Miúcha em 2016, numa entrevista ao jornalista Miguel Arcanjo Prado a propósito dos últimos concertos que deu, no Sesc Bom Retiro, um centro cultural de São Paulo, quando festejava os seus 40 anos de carreira. No ano anterior, 2015, esteve pela última vez em Portugal, numa actuação no Festival Literário Internacional de Óbidos, onde homenageou (e cantou) Vinicius de Moraes, ao lado de Georgiana de Moraes, filha do poeta e de Lila Bôscoli. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ao longo da sua carreira, Miúcha gravou um total de 14 discos: The Best of Two Worlds (1976), Saltimbancos (1977), Gravado ao vivo no Canecão, com Tom, Vinicius e Toquinho (1977), Miúcha & Antonio Carlos Jobim (1977), Miúcha & Tom Jobim (1979), Miúcha (1989), Rosa Amarela (1999), Vivendo Vinicius ao vivo, com Baden Powell, Carlos Lyra e Toquinho (1999), Compositores (2002), Miúcha canta Vinicius & Vinicius (2003), Outros Sonhos (2007), Miúcha com Vinicius/Tom/João (2008) e, por fim, Miúcha ao vivo no Paço Imperial (2015). A evocação da obra de Vinicius de Moraes no disco Vinicius & Vinicius foi vista assim pelo PÚBLICO em 2003, ano do seu lançamento: “Um disco de ‘família’, caloroso, próximo da luz e da memória, arrastando consigo para duetos o irmão, Chico Buarque, mas também Zeca Pagodinho, Bebel Gilberto, Toquinho ou Daniel Jobim, com quem recria a belíssima Pela luz dos olhos teus, que ainda se mantém insuperável no dueto também familiar que a própria Miúcha gravou com Tom Jobim num álbum mágico e quase caseiro de 1977. Um curioso pormenor é a inclusão de Saudades do Brasil em Portugal, que Vinicius compôs em Lisboa e gravou em casa de Amália, numa sessão editada em disco e reeditada em CD. ” Agora que o mundo se despede de Miúcha, fica-nos a lembrança da sua voz, do seu sorriso e da música que havia na luz dos olhos dela.
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Morreu o rapper Mac Miller
O músico de Pittsburgh foi encontrado morto em sua casa, em San Fernando Valley, nos Estados Unidos. (...)

Morreu o rapper Mac Miller
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: O músico de Pittsburgh foi encontrado morto em sua casa, em San Fernando Valley, nos Estados Unidos.
TEXTO: O rapper norte-americano Mac Miller morreu esta sexta-feira, aparentemente devido a uma overdose, avançou o site TMZ. A notícia da morte foi confirmada pela Variety. O músico de Pittsburgh foi encontrado morto em sua casa, no vale de São Francisco, nos Estados Unidos. Tinha 26 anos. No mês passado, o procurador-geral do Estado de Los Angeles acusou oficialmente o músico pelo seu envolvimento num acidente de automóvel. Os factos remontam a Maio, quando Mac Miller foi preso por conduzir sob a influência de drogas e atropelamento e fuga. Era conhecida a luta de Miller, nome artístico Malcolm James McCormick, contra a dependência do abuso de substâncias. Dela falava publicamente. “Se um monte de gente acha que sou um junkie, que posso eu fazer? Ir falar com todas essas pessoas e dizer-lhes ‘Não, pá, as coisas não são assim tão simples’? Se consumi drogas? Sim. Se sou um junkie? Não”, afirmou à Rolling Stone, em Agosto. No mês passado, Miller lançou Swimming, o quinto disco de uma discografia iniciada em 2007 com a mixtape But My Mackin’ Ain’t Easy (ainda com o nome EZ Mac). Em 2011, conseguiu a fama com o álbum de estreia Blue Side Park. O músico chegou a actuar duas vezes em Portugal, no Rock In Rio em 2014 e no Meo Sudoeste em 2017. Miller teve uma relação amorosa com a cantora Ariana Grande, que começou em 2016 e acabou em Maio deste ano. O casal fez várias músicas em conjunto (nomeadamente The Way, lançada em 2013) e actuaram juntos no concerto One Love Manchester, em 2017, em memória das vítimas do ataque de 22 de Maio desse ano. Ariana Grande revelou que a toxicodependência de Mac Miller foi uma das razões da separação. “Não sou uma babysitter ou uma mãe e nenhuma mulher deve sentir que precisa de o ser”, escreveu no Twitter. “Tomei conta dele e tentei apoiá-lo na luta pela sobriedade, rezei pelo seu equilíbrio durante anos (e continuarei a fazê-lo sempre, claro), mas envergonhar/culpar as mulheres pela incapacidade de um homem pôr a sua vida em ordem é um problema muito grande. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Preparava-se para uma digressão nos Estados Unidos, que deveria começar a 27 de Outubro, em São Francisco. "Só quero ir em digressão", escreveu no Twitter, na quinta-feira. "O espectáculo vai ser especial todas as noites. Quem me dera que começasse amanhã. "
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Morreu Montserrat Caballé, a "grande senhora da ópera"
Recordada como "uma das mais importantes sopranos da história", levou a ópera aos tops da pop, com um dueto com Freddie Mercury. (...)

Morreu Montserrat Caballé, a "grande senhora da ópera"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.8
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Recordada como "uma das mais importantes sopranos da história", levou a ópera aos tops da pop, com um dueto com Freddie Mercury.
TEXTO: A cantora espanhola Montserrat Caballé morreu na madrugada deste sábado, aos 85 anos. A soprano estava internada no Hospital Sant Pau de Barcelona, desde Setembro, devido a um problema na vesícula biliar. Nascida em 1933, na mesma cidade em que morreu, no seio de uma família modesta, Montserrat Caballé, viu, aos sete anos, a também soprano catalã Mercedes Capsir em Madama Butterfly, de Puccini, e este foi um momento que a marcou e que a ajudou a decidir o rumo da sua vida. Montserrat Caballé era uma das últimas grandes divas da ópera – mesmo que não gostasse dessa classificação – e um dos nomes mais importantes do género na segunda metade do século XX. Era famosa pela sua cristalina capacidade vocal, com um alcance de mais de duas oitavas, e pela amplitude de estilos que conseguia cobrir. Já tinha pisado palcos antes, mas a sua estreia oficial aconteceu em 1962, no Gran Teatre del Liceu, na sua cidade natal, tendo comemorado as cinco décadas desse evento com uma actuação, no mesmo sítio, em 2012. Na sua carreira, fez mais de quatro mil apresentações, entre óperas e recitais, e representou mais de 80 papéis em cima dos palcos, algo que continuou a fazer mesmo quando a sua voz começou a ficar um pouco mais frágil. Ainda que tenha anunciado em 2011 que se iria retirar dos palcos dois anos depois, quando comemorasse oito décadas de vida, acabou por nunca deixar de actuar, tendo ainda este ano cantado na Rússia. Também foi uma das intérpretes de ópera mais gravadas de sempre, com mais de 80 discos em seu nome. A 20 de Abril de 1965, com 32 anos, foi chamada à última hora para interpretar, no Carnegie Hall, em Nova Iorque, o papel principal numa encenação de Lucrezia Borgia, a ópera de 1833 de Gaetano Donizetti. Apesar de ter tido menos de um mês para aprender o complicado papel e de ter sido a sua primeira incursão público no bel canto, ao fim da primeira ária, o público irrompeu em aplausos que duraram mais de 20 minutos. Alguns dos maiores responsáveis da indústria da ópera estavam na plateia nessa noite, e o impacto foi imediato: a carreira internacional da soprano explodiu instantaneamente. A cantora voltaria a essa sala várias vezes ao longo dos anos que se seguiram. Donizetti era um compositor para o qual a sua voz era particularmente brindada, tendo-se destacado também em óperas de Giuseppe Verdi ou Giacomo Puccini e Vincenzo Bellini. Apesar do epíteto "La Superba", que lhe era dado pelo mundo da ópera, não se via como uma lenda, como fez questão de dizer em entrevista ao El País em 2014. "Não me considero uma lenda da ópera, nem a última diva, como os jornalistas às vezes escrevem. Cada época tem seus divos e, no meu caso, a única coisa que fiz foi fazer bem o meu trabalho, da melhor forma possível, no mais alto nível. "Ao longo da carreira actuou com alguns dos maiores nomes do canto lírico, mas dizia ter uma relação especial com Pavarotti, Plácido Domingo, José Carreras – especialmente este último. Teve também fortes laços com outras duas célebres cantoras, a norte-americana Marilyn Horne e a australiana Joan Sutherland. Levou a ópera aos tops da pop com um dueto com Freddie Mercury (o vocalista dos Queen ouvia nela "a melhor voz do mundo"), Barcelona, lançado em 1987, o mesmo ano em que se conheceram, que depois fez parte do alinhamento do álbum que os dois editaram em 1988, também chamado Barcelona. Já após a morte de Mercury, a canção tornou-se o hino não oficial dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. Montserrat Caballé actuou na cerimónia de abertura da competição. O Gran Teatre del Liceu, casa de ópera de Barcelona, onde Caballé se estreou e actuou mais de 200 vezes, descreveu-a como "uma das mais importantes sopranos da história”. Também passou, em recitais ou óperas, por salas como o Teatro Nacional São Carlos, em Lisboa, a Metropolitan Opera, em Nova Iorque, o La Scala, em Milão, ou o Covent Garden, em Londres. A família real espanhola classificou-a como “a grande senhora da ópera, uma lenda da cultura universal, a melhor entre os melhores”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “A sua personalidade e voz única estarão sempre connosco. Lamentamos muito a sua perda”, afirmou a casa real de Espanha no Twitter. Com Pedro Rios
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Alfonso Cuarón regressou ao México para resgatar a ama
O LEFFEST exibe, em sessão única, no domingo, o vencedor do Leão de Ouro de Veneza, Roma. É o filme com que Alfonso Cuarón, cinco anos depois dos Óscares de Hollywood, foi para o México resgatar a sua ama da invisibilidade da memória. (...)

Alfonso Cuarón regressou ao México para resgatar a ama
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: O LEFFEST exibe, em sessão única, no domingo, o vencedor do Leão de Ouro de Veneza, Roma. É o filme com que Alfonso Cuarón, cinco anos depois dos Óscares de Hollywood, foi para o México resgatar a sua ama da invisibilidade da memória.
TEXTO: Se ainda antes de acabar Gravidade (sete Óscares, entre eles o de Melhor Realizador) o realizador Alfonso Cuarón prometia a si próprio que o passo seguinte seria mais simples e seria pessoal, mesmo que inevitavelmente ficando marcado nele tudo o que andou a aprender na indústria americana, agora pode dizer que Roma, filme que o fez regressar ao México natal onde não filmava desde 2001 (E a Tua Mãe também), é uma promessa que existe nele desde 1991 — desde a sua primeira longa, Sólo con Tu Pareja. No sentido em que Roma cumpre mais fielmente o que andava a prometer em Cuarón o cinema. É o que ele tem dito. Como aconteceu em 2001, quando depois de duas longas-metragens de pura Hollywood decidiu, aos 40 anos de idade, resgatar algo de si com um pequeno filme no seu país natal (E a Tua Mãe também), o realizador, estatuto agora não só solidificado como oficializado, 56 anos, regressou ao México. Para conversar com o seu país, com a sua família, para questionar a memória. Roma, que o Lisbon & Sintra Film Festival exibe no Centro Cultural Olga Cadaval, Auditório Jorge Sampaio, no domingo, 25, às 16h, é o resultado de vários anos em que Cuarón andou a conversar com a sua ama de infância, figura que afagou o mundo (menos do que) perfeito do bairro de classe média da Cidade do México, chamado Roma, onde Alfonso viveu nos anos 1970 e onde Cleo, nome da personagem, era a empregada doméstica e membro da família dos patrões pelo afecto — mas, foi percebendo o adulto Cuarón, figura que as questões de classe e de raça condenaram à invisibilidade. É um filme de resgate, portanto. Noventa por cento das cenas estavam vivas nas recordações do realizador, 70% dos adereços são autênticos, recolhidos entre familiares, os cenários e os intérpretes “reproduzem” as pessoas e os ambientes — bonita coabitação entre o humano e o tecnológico, que reconstitui uma Cidade do México desaparecida, foi o filme de toda a sua carreira em que Cuarón teve direito a mais dias de rodagem: 108. Não é, no entanto, um filme em que a memória esteja aprisionada pela reconstituição. A infância de Cuarón é interceptada pelo adulto Cuarón, a bolha da subjectividade exposta às interferências do mundo (de hoje), constantes travellings abrindo espaço para a libertação de mais vastos sentidos dos gestos e das personagens. A metodologia da rodagem, em que o argumento esteve arredado da equipa, sendo todos convocados a participar através das suas próprias memórias, foi isso mesmo, libertadora. Vencedor do Leão de Ouro de Veneza, esta produção Netflix tem a sua estreia na plataforma marcada para 14 de Dezembro. Alguns mercados (até ao fecho desta edição não estava confirmado o português. . . ) receberão o filme em sala antes da plataforma, benesse da habitual política do serviço de streaming que não faz favores a ninguém mas que cada vez mais assume que, se estes são novos tempos, ainda precisa do prestígio dos velhos Óscares. Pelo que se sabe da rodagem de Roma, por exemplo as condições que criou e em que rodou, o filme configura um home movie gigante. Percebe-se que o elemento catártico não está apenas no ecrã, nas imagens de uma infância reconstituída, e que inundou a produção e penetrou o set — os actores e até a sua família, que visitou o plateau. Desde o ponto zero do projecto que a memória foi a metodologia. Foi muito estranho porque se, por um lado, eu estava a falar de coisas que me eram muito próximas, por outro estava a reproduzi-las — mas a fazê-lo em muitos dos lugares em que os acontecimentos se passaram ou em lugares que reproduziam fielmente aqueles em que as coisas se passaram e com pessoas muito parecidas com as pessoas que estiveram envolvidas. Foi preciso algum tempo para me habituar. Havia algo de perversamente estranho naquilo. Durante o tempo de escrita não estava muito consciente disso. Ou quando estava a planear o filme — estava tão ocupado a fazer as coisas acontecer, a encontrar os sítios adequados, a encontrar a actriz principal, a encontrar a mobília, e a ter a certeza de que tudo estava a funcionar. . . Foram duas ou três semanas antes de a rodagem terminar que percebi a situação em que estava. Estava a reproduzir cenas do meu passado, de um período que não foi dos mais felizes da minha vida, tratava-se das minhas cicatrizes mas também das cicatrizes na consciência de uma nação. A produção de um filme é algo de muito pesado e ao mesmo tempo, como no caso de Roma, pode ter que ver com o que é delicado. Em vários campos — orçamento, production design [de Eugenio Caballero], tempo de rodagem, construção de sets e utilização de adereços que pertenceram à sua história pessoal — este filme é uma coabitação entre o pequeno e o grande. É a sua intimidade e é a consciência de um país, o México. Uma coisa é a projecção de outra, e as duas coisas são o mesmo. Porque uma informa a outra. Mesmo quando nos alheamos do que nos rodeia, isso que nos rodeia acaba por nos afectar. E moldar-nos. E ao contrário: cada acção nossa acaba por influenciar o que nos rodeia. É intrigante o trabalho de production design. Em várias sequências apenas se pode suspeitar de que talvez as ruas da Cidade do México, estando irreversivelmente alteradas, são criação de efeitos especiais. Penso, particularmente, numa sequência em que as personagens vão ao cinema, uma daquelas salas que já não existem no mundo. Sempre que foi possível filmámos no lugar em que os acontecimentos decorreram Quis filmar a cena de que fala na avenida em que existia o cinema. Mas está tão transformada — há agora uma rede de transportes públicos, um comboio, e o cinema alberga agora um enorme centro comercial — que tivemos de construir um set. Foi um dos maiores em que já estive envolvido. Construímos vários quarteirões a partir do zero, as ruas, passeios, e completámos tudo com efeitos especiais, sim. Esta é a sua memória do México dos anos 70 que já não existe. Qual era a sintonia dos membros da sua equipa em relação a esse tempo? Reconheceu neles a mesma memória? O que é que eles foram capazes de reconhecer na sua? Estavam a aprender alguma coisa sobre as suas vidas através da sua?Essa foi uma parte importante do processo porque ninguém tinha o argumento. Apenas dei uma lista de requisitos e uma lista por ordem cronológica das coisas a filmar — filmámos por ordem cronológica. Em vez de lerem um argumento e de fazerem o seu trabalho a partir de um argumento, tudo se baseou numa série de conversas que tivemos e, mais uma vez, na memória deles. Eu era o mais velho no set. Os meus pontos de referência não tinham nada que ver com os deles, mas por isso mesmo as minhas memórias podiam interferir nas deles e eles trazerem as suas experiências emocionais para a mesa. Estamos a falar de um México completamente diferente, de uma cidade que cresceu sem qualquer planificação urbanística, mas o lado trágico da coisa é que não demorou muito tempo a perceber-se que as coisas não mudaram assim tanto desde os anos 70. As problemáticas com que lidávamos no filme, os contrastes sociais, as relações entre classe e raça não só se mantiveram como escalaram. São até hoje mais óbvios e fazem parte do tecido do país. Tornou-se um problema humanitário endémico. Queria falar-lhe de três personagens: Cleo e as figuras que representam o seu pai e a sua mãe. Cleo, que representa a sua ama, foi a origem do filme. Ou antes, o seu olhar sobre ela, ou o desenvolvimento de um novo olhar sobre ela. . . Consegue datar essa necessidade de se confrontar com a memória da sua ama?Desde que me tornei adolescente que tive consciência de que ela fazia parte da minha família, do meu microcosmos. A sua vida fora da minha família, os amigos e a sua própria família pertenciam a um meio social completamente diferente do meu. Pertenciam a uma etnia diferente. Isso era algo de que estava consciente mas em que não queria pensar. À medida que vamos crescendo, sentimos necessidade de assumir algumas das coisas que passámos o tempo a negar. Comigo isso aconteceu há 15 anos, há duas décadas talvez. Foi quando comecei a conversar com ela sobre o seu meio e que ouvi histórias que não conhecia. A personagem do seu pai é comovente. É lindíssima a sequência em que ele tenta enfiar o carro demasiado grande na garagem. A montagem toda em fragmentos dessa sequência com o símbolo da presença do homem, o carro, diz algo sobre uma personagem cuja totalidade nunca apreendemos. É alguém em fuga. É o que lhe fica do seu pai?Acho que sim. Era alguém muito meticuloso em certos aspectos da sua personalidade, mas muito distante e muito esquivo comigo e com a minha família. Era alguém muito preciso em certos aspectos mas também extraordinariamente ausente. Ao mesmo tempo, quando estava presente tudo rodava à volta dele. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas é uma figura frágil, mesmo se a ausência dele teve os efeitos que teve na sua família. As figuras dominantes no filme são as mulheres. Na minha vida foi assim que as coisas se passaram. Eu raramente via o meu pai. Ou estava a trabalhar ou em viagem. Quando estava presente, nos fins-de-semana, tínhamos todos de nos calar em casa porque ele estava a descansar. Eram as mulheres que tomavam conta de tudo. Quando ele abandonou a nossa casa, deixou de nos sustentar economicamente, e aí também foram as mulheres que tomaram conta. Mas isso não é fora de comum no México, nem imagino que seja incomum em qualquer sociedade. Para além de que em certas zonas de qualquer sociedade, na sua parte mais culta, as responsabilidades estão nas mulheres, e aí nessas zonas a figura paterna tende a estar muito ausente. A determinada altura, a sua mãe e a sua ama vieram assistir à rodagem. Que efeito teve nelas a conversa que estava a ter com a sua memória?Estava muito feliz por as ter ali, mas também fiquei preocupado porque na cena que ia filmar a personagem da mãe está a explicar aos miúdos que o pai não vai estar presente para o Natal, e Cleo [interpretada por Yalitza Aparicio] confessa que está grávida. Quando as vi entrar, pensei “Uau, é esquisito o que está aqui a acontecer”. Via-as a entrar no pátio, depois no interior da casa, a expressão delas a olhar para todo o lado. Coloquei-as em frente a um monitor de vídeo e fui filmar. Às vezes vinha ver se estava tudo bem. Numa das vezes, Cleo estava a chorar. Pensei que talvez tivesse ultrapassado alguma fronteira que não devesse. Perguntei-lhe se estava bem, se havia alguma coisa de que não devêssemos falar ou mostrar no filme, porque talvez eu ainda pudesse mudar, e a resposta dela foi que estava preocupada com as crianças. . . Ainda hoje: queremos fazer um filme sobre ela, sobre as suas dificuldades, e ela está preocupada com os meninos.
REFERÊNCIAS:
Este ano estão a nascer mais 100 bebés por mês
O aumento de nascimentos teve alguma expressão na Guarda, em Viana do Castelo, em Portalegre e Santarém. Pelo contrário, registaram-se decréscimos com algum peso em Bragança e Évora. (...)

Este ano estão a nascer mais 100 bebés por mês
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181231204719/https://www.publico.pt/n1855933
SUMÁRIO: O aumento de nascimentos teve alguma expressão na Guarda, em Viana do Castelo, em Portalegre e Santarém. Pelo contrário, registaram-se decréscimos com algum peso em Bragança e Évora.
TEXTO: Numa altura em que o primeiro-ministro António Costa elegeu a demografia como um dos maiores desafios do país e aproveitou a mensagem de Natal para apelar a uma “nova dinâmica” na natalidade, os últimos números indicam que 2018 vai terminar com mais nascimentos do que o ano anterior, mas o acréscimo é ligeiro, pouco mais de mil bebés do que no ano passado. Entre Janeiro e Novembro deste ano, segundo os resultados do “teste do pezinho” adiantados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa), nasceram, em média, mais cerca de uma centena de bebés por mês. Foram 80. 484, um aumento que ronda os 1, 4% (mais 1107 "testes do pezinho" entre Janeiro e Novembro) e que serve apenas para compensar o decréscimo que se tinha verificado em 2017. Os números do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (que cobre a quase totalidade de nascimentos, sendo assim um indicador seguro sobre a natalidade), que começaram por ser avançados nesta quarta-feira pela TSF e foram confirmados pelo PÚBLICO, indicam que há algumas, pequenas, oscilações entre regiões, mas o aumento de nascimentos teve alguma expressão na Guarda, em Viana do Castelo, em Portalegre e Santarém. Pelo contrário, registaram-se decréscimos com algum peso em Bragança e Évora. Já em Lisboa a natalidade subiu ligeiramente enquanto no Porto praticamente estagnou (menos 0, 8%) este ano. São números que, ainda assim, ficam longe dos registados nos anos da crise económica e financeira — quando se chegou a um mínimo de 82. 367 nascimentos, em 2014. Depois desse ano, a natalidade subiu durante dois anos consecutivos, desceu em 2017 e volta agora a crescer, ainda que pouco, de acordo com os últimos dados do diagnóstico precoce. Vários especialistas em demografia têm atribuído o aumento da natalidade verificado nos últimos anos (com uma interrupção em 2017) ao fenómeno dos nascimentos que terão sido adiados durante o período da crise económica e financeira. Mas a não renovação de gerações em Portugal já é uma realidade antiga — desde a década de 80 do século passado que não nascem 2, 1 filhos por mulher em idade fértil, o necessário para haver reposição de gerações. Portugal tem, aliás, uma das mais baixas taxas de natalidade do mundo. Os últimos dados do "teste do pezinho" são conhecidos no dia em que foi divulgada uma tese algo revolucionária da ex-directora da Royal Institution e especialista em gerontologia e demografia Sarah Harper. Citada pelo The Guardian, a especialista, que trabalha na Universidade de Oxford, defende que a diminuição das taxas de fecundidade deve ser um motivo para comemoração e não para alarme. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O problema é que as taxas de fecundidade variam muito – no Níger a taxa de filhos por mulher em idade fértil é de sete, por exemplo, enquanto em quase metade dos países do mundo, Portugal incluído, é inferior a dois. No caso de Portugal, tem-se ficado por cerca de 1, 3 nos últimos anos. Lembrando que os dados mais recentes indicam que, globalmente no mundo, as mulheres têm em média 2, 4 crianças ao longo da vida, Sarah Harper recomenda que, em vez de nos focarmos no lado negativo do decréscimo populacional, olhemos para as actuais taxas de fecundidade pela positiva e acredita que não há sequer razão para os países se preocuparem com o decréscimo populacional. Além de ser positivo do ponto de vista ambiental, ter menos filhos não representa uma ameaça, na sua opinião. "Essa ideia de que precisamos de muitas pessoas para defender o nosso país e para expandi-lo economicamente é realmente um pensamento antiquado", diz. Além disso, acrescenta, "um número menor de pessoas altamente educadas na economia do conhecimento da Europa superará amplamente o aumento de nossa população porque a automação vai assumir muitas das tarefas".
REFERÊNCIAS:
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Senado desafia Trump e quer condenar líder saudita por assassínio de jornalista
Republicanos defendem que é mais arriscado para a segurança dos EUA ignorar o príncipe herdeiro do que confrontá-lo. (...)

Senado desafia Trump e quer condenar líder saudita por assassínio de jornalista
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Republicanos defendem que é mais arriscado para a segurança dos EUA ignorar o príncipe herdeiro do que confrontá-lo.
TEXTO: São apenas seis os nomes dos apoiantes originais da resolução, mas é tal a influência destes senadores, três republicanos e três democratas, que restam poucas dúvidas sobre a aprovação do texto, em que se lê que o Senado dos Estados Unidos tem “um alto grau de certeza” de que Mohammed bin Salman “foi cúmplice” do assassínio do jornalista Jamal Khashoggi. “Esta resolução afirma – sem equívocos – que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita foi cúmplice no assassínio de Khashoggi e tem desestabilizado a região e posto em risco os nossos interesses de segurança nacional em várias frentes”, afirma o senador Lindsey Graham num comunicado que acompanha a resolução. “Caberá aos sauditas decidirem como lidar com isto. Mas cabe aos EUA afirmar com firmeza quem somos e no que é que acreditamos. ”Para além de Graham, a resolução foi proposta pela senadora democrata Dianne Feinstein (os dois deverão assumir conjuntamente a liderança do Comité de Justiça do Senado no próximo ano), e pelos republicanos Marco Rubio e Todd Young, aliados aos democratas Edward Markey e Christopher Coons. Outros senadores influentes já falaram em defesa do texto. Há semanas que alguns congressistas apontam o dedo a MBS (iniciais pelas quais o príncipe que governa a monarquia gosta de ser tratado) na morte do jornalista crítico que estava há um ano a viver na Virgínia. Khashoggi foi morto e desmembrado a 2 de Outubro, no consulado saudita de Istambul, por um “esquadrão da morte” enviado da Arábia Saudita em aviões oficiais. Riad nega qualquer envolvimento ou conhecimento prévio de MBS, ainda que no grupo que matou o jornalista estivessem os responsáveis da segurança que lhe eram mais próximos. De acordo com a imprensa americana, a CIA concluiu que foi MBS a ordenar a morte de Khashoggi. Depois de a Casa Branca negar que essas tivessem sido as conclusões, o Presidente Donald Trump afirmou que a agência tinha “a sensação” da culpa de MBS mas não “estava convicta”. A gota de água para a decisão destes senadores foi precisamente uma audiência com a directora da CIA, Gina Haspel. “Não tenho nenhuma dúvida que o príncipe herdeiro ordenou a morte e foi sempre mantido ao corrente da situação”, afirmou no final do encontro o republicano Bob Corker, chefe da poderosa Comissão dos Negócios Estrangeiros. A semana passada, vários senadores reagiram indignados à ausência de Haspel num briefing em que foram ouvidos o secretário de Estado, Mike Pompeu, e o da Defesa, Jim Mattis (a presença da directora da CIA tinha sido requerida). “Temos de querer ser cegos para não concluir que isto foi orquestrado por pessoas sob o comando de MBS”, afirmou Graham depois de ouvir Haspel. Sobre Pompeu e Mattis o senador diz que são no melhor cenário “bons soldados” – no pior “estão no bolso dos sauditas” por apresentaram as provas existentes como inconclusivas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Para além de o responsabilizar pelo assassínio, a resolução também considera MBS culpado por alegadas atrocidades na guerra do Iémen e apela a Riad para pôr fim ao bloqueio que promoveu entre os países do Golfo Pérsico contra o Qatar. O grupo de senadores dos dois partidos exige ainda a libertação do blogger Raif Badawi, de várias mulheres activistas e de outros presos políticos no reino. Esta resolução é divulgada ao mesmo tempo que o Senado se prepara para avançar com outra, mais polémica, que pretende impedir os EUA de continuarem a apoiar os sauditas na guerra iemenita. Aqui trata-se de invocar um procedimento que retira poderes sobre decisões militares ao Presidente, algo que já foi tentado e chumbado no passado. Certo é que “Trump perdeu o debate com o Congresso sobre o que deve ser feito a respeito do assassínio de Khashoggi”, diz à Al-Jazira Nabeel Khoury, ex-diplomata dos EUA. O Presidente tem insistido na importância de preservar este aliado: “Ninguém contesta isso, o que nós contestamos é a direcção da política saudita sob MBS”, insiste. Tudo isto pode falhar no objectivo de pressionar Trump a mudar de atitude, mas como lembra Khoury, “no fim, é o Congresso, principalmente a Câmara dos Representantes, que controla a carteira [o orçamento] e pode acabar por forçar a Administração a agir”.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Personalidade do ano para a Time: Khashoggi e outros jornalistas, “guardiões da verdade”
A publicação norte-americana distinguiu o jornalista saudita e outros profissionais da comunicação social que se colocaram em risco para garantir que a verdade seria publicada. (...)

Personalidade do ano para a Time: Khashoggi e outros jornalistas, “guardiões da verdade”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.12
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181231192351/https://www.publico.pt/n1854326
SUMÁRIO: A publicação norte-americana distinguiu o jornalista saudita e outros profissionais da comunicação social que se colocaram em risco para garantir que a verdade seria publicada.
TEXTO: Ele "ousou discordar do governo do seu país". "Denunciou ao mundo a brutalidade contra todos aqueles que falassem. E foi assassinado por isso. " É assim que a revista norte-americana Time apresenta o jornalista Jamal Khashoggi como escolha para a Personalidade do Ano de 2018. Khashoggi, um crítico do Governo saudita e colunista do Washington Post, foi morto no consulado saudita em Istambul no passado dia 2 de Outubro. É, juntamente com outros jornalistas apresentados como os "guardiões da verdade", um dos destacados pela Time. "Os Guardiões e a Guerra à Verdade" são também representados pelos jornalistas do Capital Gazzete, cuja redacção foi atacada em Junho deste ano, pela fundadora do site Rappler, Maria Ressa, e pelos dois jornalistas da Reuters condenados a sete anos de prisão, por terem noticiado a morte das minorias Rohingya, Kyaw Soe Oo e Wa Lone, de 28 anos e 32 anos, respectivamente. A revista lançou quatro versões de capa: todas elas a preto e branco. "A actualidade está a chamar-nos a atenção para muitos jornalistas que têm uma coisa em comum: foram alvos do seu trabalho. Para eles, perseguir a verdade significa prisão e assédio. Em alguns casos, significou a morte", lê-se na revista. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "Por terem enfrentado grandes riscos na busca pela verdade, pela imperfeita mas essencial procura de factos que são centrais para o discurso civil, por falarem e por divulgarem", escreve o editor da revista, Ed Felsenthal. “Este é o mundo dos líderes fortes que odeiam a liberdade de imprensa e a verdade. Quando começas a defender a verdade, tornas-te na história”, explica à revista Can Dundar, antigo editor do jornal turco Cumhuriyet, um dos jornalistas ouvidos pelos editores da revista norte-americana. Dundar foi acusado de ter revelado segredos de Estado e esteve preso durante meses antes de se mudar para a Alemanha, onde criou um novo jornal online. A lista de finalistas anunciada na segunda-feira incluía o vencedor do título de Personalidade do Ano de 2016, o Presidente norte-americano, Donald Trump, as famílias separadas na fronteira dos EUA, o Presidente russo, Vladimir Putin, o procurador-especial dos Estados Unidos Robert Mueller, os activistas do movimento March For Our Lives (Marcha Pelas Nossas Vidas), a duquesa de Sussex Meghan Markle, o líder da Coreia do Sul, Moon Jae-in, o realizador do filme da Marvel Black Panther Ryan Coogler e Christine Blasey Ford, uma das mulheres que testemunhou contra o juiz Brett Kavanaugh por tentativa de violação, que à data do testemunho era o juiz nomeado para o Supremo Tribunal dos EUA.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Filmes de terror e casas assombradas: o que nos faz gostar de ter medo?
O medo, sentido de forma segura, ajuda a “desligar o cérebro” durante as situações assustadoras, dando um sentimento de conquista, de se ter ultrapassado um obstáculo. Mas tudo tem de ser feito de forma voluntária. (...)

Filmes de terror e casas assombradas: o que nos faz gostar de ter medo?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.6
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: O medo, sentido de forma segura, ajuda a “desligar o cérebro” durante as situações assustadoras, dando um sentimento de conquista, de se ter ultrapassado um obstáculo. Mas tudo tem de ser feito de forma voluntária.
TEXTO: Estar numa situação de medo e perigo de forma voluntária pode parecer contra-natura, mas é isso que acontece quando alguém decide ver um filme de terror ou entrar numa casa assombrada – mesmo que o perigo não seja real. Mas há alguma vantagem em sentir medo, calafrios, sustos e arrepios? “Ironicamente, o medo reduz o stress e a ansiedade”, explica ao PÚBLICO a investigadora norte-americana Margee Kerr, conhecida como a “socióloga do medo”, que publicou no início de Outubro um estudo no site da American Psychological Association sobre o que nos faz gostar de situações assustadoras. “Quando estamos nesses momentos intensos, estamos presos ao momento, à realidade. Não se está a pensar no futuro, está-se a pensar no aqui e agora. Não ficamos emaranhados nos nossos pensamentos, a ruminar ou a pensar no que temos de fazer a seguir”, afirma a investigadora, que passou dois anos a recolher dados numa casa assombrada nos Estados Unidos, juntamente com o neurocientista Greg Siegle, ambos da Universidade de Pittsburgh. “Há milénios que o homem tem uma estranha atracção pelo desconhecido e pelo medo, embora racionalmente o esteja sempre a evitar”, diz também ao PÚBLICO o psicólogo clínico português Humberto Rodrigues, que em Novembro será um dos oradores do Congresso do Medo, na Universidade Fernando Pessoa, Porto. “Estas são actividades que nos levam ao limite e no final sentimos que conquistámos algo, como se tivéssemos ultrapassado uma adversidade e sobrevivido, ainda que no fundo saibamos que não é verdade”, conclui Margee Kerr na entrevista telefónica. Esta sensação vai além da simples fasquia de ser algo “divertido” e que liberta adrenalina. Depois de analisarem os registos de actividade cerebral de alguns participantes da casa assombrada norte-americana, os dois investigadores chegaram à conclusão de que o medo ajuda a “desligar” partes do cérebro, fazendo com que os participantes se sintam melhor depois da experiência – similar ao que acontece com quem pratica meditação ou corre maratonas. “Talvez tudo o resto pareça insignificante depois de se ver um filme de terror ou ir a uma casa assombrada. ”O estudo tem por base uma experiência feita a 262 adultos (139 mulheres e 123 homens), que já tinham comprado bilhete para uma casa assombrada “extrema”, onde só pode entrar quem tenha mais de 18 anos. Nesta casa assombrada, a ScareHouse, há mais de uma centena de actores a tornar a experiência assustadora: os participantes podem ser “raptados”, fechados num caixão, sujeitos a choques eléctricos e ainda podem ser esfaqueados — a fingir, claro. A intensidade da experiência obriga até a ter uma palavra de segurança: se alguém se sentir mal durante a visita, deve gritar “bunny” (coelhinho, em português). Os dois investigadores fizeram análises aos 262 participantes, questionando-os antes e depois de entrarem (e ainda fizeram encefalografias a 100 deles). O estudo revelou que a disposição daqueles que participaram melhorou, sobretudo para os que se sentiam “cansados, aborrecidos ou stressados” antes de entrar; 94% dos participantes disseram ter gostado da experiência e a maior parte deixou de se sentir “cansado” ou “ansioso”. E mais: quanto mais assustados ficavam, melhor se sentiam no final. Frederico Santos tem 26 anos, é estudante de Medicina e assume ser “fã deste tipo de projectos”, razão que o levou a participar em várias edições de casas assombradas. “No final, sinto uma mistura de satisfação por ter conquistado os meus medos, em combinação com um alívio que se manifesta pelo desaparecimento progressivo de toda a adrenalina. Às vezes saio a sentir-me fisicamente drenado”, conta ao PÚBLICO. As casas assombradas, diz, criam em si um clima de medo e tensão ainda antes de entrar. Dado o primeiro passo, o foco é “brincar com os sentidos”: “A privação sensorial atrapalha muito os nossos cérebros e, por si só, pode causar alguma tensão nos nossos organismos. Nunca temos a certeza daquilo que está mesmo à nossa frente” – e os sustos valem “embora se saiba que se está num ambiente seguro”. “Por vezes somos desafiados a enfrentar situações que provocam medo ou ansiedade a certas pessoas mesmo em contextos fora de casas assombradas, tal como ficar fechado sozinho dentro de um espaço pequeno”, exemplifica o estudante, que também diz gostar de filmes de terror e de visitas guiadas a locais com histórias macabras. No estudo, os resultados são semelhantes: “Os participantes gostaram e beneficiaram muito daquilo que muitos considerariam uma experiência violenta”, lê-se. No final da experiência, concluem os investigadores, os participantes sentiam que tinham desafiado e enfrentado os seus medos e que tinham ficado a conhecer melhor os seus limites. A socióloga norte-americana reconhece que é “crucial” que estas experiências sejam voluntárias para que surtam efeitos positivos. Até porque se tratam de práticas que, “fora deste contexto, são verdadeiramente assustadoras”. Para Humberto Rodrigues, não gostar de actividades deste género pode ser explicado por “influências culturais ou educacionais”, e também “pelo receio de sofrer algum tipo de dano”, seja ele físico ou psicológico. O psicólogo clínico de 46 anos diz conhecer dezenas de casos em que o medo chega a ser incapacitante e que tal sentimento é transversal ao género e à idade. A consultora Sara Mota, de 26 anos, argumenta que não tem propriamente uma experiência anterior que justifique a forma como se assusta tão facilmente ao ver filmes de terror: “Sinto-me assustada com o suspense, não acho engraçado. Não é o meu género e parece-me tudo macabro, surreal até. Se puder evitar, evito. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “Eu sei que vou ter medo, mas assusto-me à mesma”, conta. Há dois anos participou numa casa assombrada e diz que passou grande parte do tempo a gritar, assustada. “Quando saí senti-me aliviada, mas foi só por já estar fora dali e poder respirar”, admite ao PÚBLICO. “Fico stressada por não saber o que aí vem, o suspense mata-me. ”A investigadora Margee Kerr refere que a aversão ao terror “tem muito a ver com experiências pessoais, mas a parte genética também entra na equação”. “Há diferenças na forma como as pessoas respondem ao stress e, se não tiverem tido a oportunidade de sentir este tipo de medo de uma forma segura, podem não saber que há benefícios”, explica. E é precisamente por esse caminho que a socióloga quer enveredar para que o seu estudo possa ajudar quem lide com casos de stress e experiências traumáticas. “É nisso que estamos a trabalhar. Estamos a ver se conseguimos fazer com que as pessoas melhorem os seus estados de ansiedade, permitir-lhes sentir medo de uma forma mais fácil e dar-lhes oportunidade de o praticar de uma forma segura”, afirma. E acredita que, “mesmo que não se goste de casas assombradas ou de filmes de terror, manter um espírito aventureiro é uma coisa boa que nos ajuda a desafiarmo-nos a nós mesmos de uma forma segura e criativa”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens ajuda homem medo género estudo mulheres desaparecimento ansiedade
Níveis de escolaridade mais altos protegem da obesidade
Efeito é mais notório nas mulher do que nos homens. Estudo confirma que risco de desenvolver excesso de peso aumenta progressivamente com a idade. (...)

Níveis de escolaridade mais altos protegem da obesidade
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181231204744/https://www.publico.pt/n1759118
SUMÁRIO: Efeito é mais notório nas mulher do que nos homens. Estudo confirma que risco de desenvolver excesso de peso aumenta progressivamente com a idade.
TEXTO: As pessoas com um nível de escolaridade mais elevado apresentam um menor risco de ficarem obesas ou de desenvolverem excesso de peso. Esse efeito protector cresce à medida que aumenta o nível de ensino, sendo mais notório nas mulheres do que nos homens. Estas são as principais conclusões de um estudo do Instituto Nacional de Saúde Pública Doutor Ricardo Jorge, publicado na última edição do Boletim Epidemiológico do organismo. O objectivo do estudo, intitulado Influência dos factores socioeconómicos no excesso de peso e obesidade na população portuguesa em 2014, era perceber se factores socioeconómicos como a educação e o rendimento apresentavam alguma relação com o risco de ficar obeso. As autoras do estudo não encontraram qualquer associação entre o rendimento e a probabilidade de desenvolver obesidade, mas detectaram um efeito protector nas pessoas com níveis de ensino mais elevados, especialmente nas mulheres. Confirmaram igualmente que o risco de ficar obeso ou de desenvolver excesso de peso aumenta de forma progressiva com a idade, uma relação já conhecida. Os últimos dados da obesidade em Portugal, ainda preliminares e do mesmo instituto, indicam que dois terços das pessoas pesadas e medidas no primeiro inquérito nacional de saúde com exame físico, em 2015, tinham excesso de peso e 28, 7% eram já obesas, percentagens que tem vindo a crescer nas duas últimas décadas. Esse aumento está associado ao consumo de dietas hipercalóricas e à ausência de actividade física. “O nível de escolaridade também se encontra associado ao excesso de peso e obesidade, especialmente no sexo feminino, dado que as mulheres com ensino superior apresentam um menor risco de desenvolver excesso de peso e obesidade, comparativamente às mulheres com ensino pré-escolar”, lê-se no resumo do artigo. A probabilidade de as mulheres com formação superior ficarem obesas é menor do que a verificada nas mulheres que apenas possuem formação pré-escolar. E o efeito protector vai diminuindo à medida que desce o nível de ensino (secundário e 3. º ciclo do ensino básico) e deixa de ter significado nas mulheres com o primeiro e segundo ciclo do ensino básico. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Face aos resultados, uma das autoras do estudo, Vânia Gaio, destaca a importância de investir na educação. “Aumentando os níveis de educação conseguimos combater a incidência da obesidade”, realça a bolseira de investigação do Departamento de Epidemiologia do instituto. A investigadora nota que este efeito protector já foi associado a outros problemas de saúde, como a hipertensão, e, por isso, sustenta: “Tudo o que se faça para aumentar o nível de escolaridade terá um efeito positivo ao nível da saúde da população”. Vânia Gaio, Joana Santos e Irina Kislaya, as três autoras do estudo, não exploraram porque é que o efeito protector do nível de escolaridade é mais notório nas mulher do que nos homens. Mas Vânia Gaio considera que é um aspecto a investigar no futuro. “O que sabemos é que os níveis de escolaridade nas mulheres têm muito mais consequências na adopção de estilos de vida mais saudáveis, o que não se verifica nos homens”, afirma. A análise usou dados do inquérito nacional de saúde de 2014, que possui uma amostra representativa da população portuguesa. As estimativas de prevalência de excesso de peso e da obesidade foram obtidas com base no índice de massa corporal, calculado a partir de peso e altura reportados pelos visados. Esse é um aspecto que, reconhece Vânia Gaio, pode trazer alguns desvios à análise. “Sabemos que há uma tendência para reportar uma altura maior do que a real e um peso inferior ao real”, afirma. A investigadora explica que em 2015 foi feito o primeiro inquérito nacional de saúde com um exame físico associado e que tal permitirá perceber o impacto dos dados analisados terem sido reportados pelos visados e não contabilizados por terceiros. “Vai ser interessante perceber se no novo inquérito o padrão se mantém”, remata a investigadora.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens educação mulher consumo sexo estudo mulheres
Futebol? Política? Não, os Óscares foram o tema mais discutido pelos portugueses no Facebook em 2018
Facebook revelou os principais temas do ano em Portugal. Prestação da selecção portuguesa no Mundial e falecimento de Stephen Hawking completam o pódio de tópicos mais populares no nosso país. (...)

Futebol? Política? Não, os Óscares foram o tema mais discutido pelos portugueses no Facebook em 2018
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Facebook revelou os principais temas do ano em Portugal. Prestação da selecção portuguesa no Mundial e falecimento de Stephen Hawking completam o pódio de tópicos mais populares no nosso país.
TEXTO: Em semana de balanços, o Facebook revela quais foram os assuntos e os eventos que tiveram maior impacto naquela rede social em 2018. Em Portugal, o ranking dos assuntos mais populares do ano é liderado pela 90. ª cerimónia dos Óscares, que foi apresentada pelo comediante Jimmy Kimmel e ficou marcada pelo impacto do movimento #MeToo de denúncia de casos de assédio e violência sexual. Outro dos assuntos mais quentes do ano para os portugueses no Facebook — ou que gerou maior número de comentários e partilhas — foi um polémico anúncio da cadeia de supermercados inglesa Iceland, em que se apela ao fim do uso de óleo de palma devido ao grave impacto que a sua produção tem nas florestas, e em especial naquelas que são habitadas pelos orangotangos na Ásia. Este anúncio foi proibido no Reino Unido pelo organismo regulador de publicidade, mas tornou-se viral através das redes sociais. O top 10 nacional fecha com o ataque à Academia de Alcochete. Em Maio, meia centena de indivíduos encapuzados invadiu o centro de treinos do Sporting com a intenção de agredir os jogadores. Os suspeitos do ataque encontram-se em prisão preventiva. Recentemente, o clube aludiu ao acontecimento na mensagem de Natal, substituindo os adeptos encapuzados por crianças que entregavam presentes aos jogadores “leoninos”. Passando para os eventos, o festival NOS Alive foi o mais popular junto da comunidade portuguesa no Facebook em 2018. A Queima das Fitas do Porto e a tradicional Noite Branca de Braga entraram para o top 5 de eventos com maior número de adesões no Facebook, que conta ainda com a digressão europeia dos Pearl Jam que passou por Portugal e um evento humorístico que pediu a actuação da cantora Maria Leal no Rock in Rio Lisboa. Além-fronteiras, 2018 foi marcado pela popularidade de causas cívicas. O Dia Internacional da Mulher, pelo segundo ano consecutivo, foi o tópico mais discutido mas, ao contrário de edições anteriores, agarrou as tendências do Facebook durante vários dias, antes e após a celebração do dia, a 8 de Março. O movimento "March for Our Lives" (Marcha pelas Nossas Vidas), liderado pelos sobreviventes do tiroteio numa escola em Parkland, nos EUA, reuniu cerca de meio milhão de participantes que marcharam nas principais cidades americanas, reivindicando o fim da violência armada que assola os EUA. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No que diz respeito a eventos, o desporto voltou a dominar o Facebook em 2018. O Mundial da Rússia congregou mais de 383 milhões de fãs que, no total, fizeram mais de 2, 3 mil milhões de publicações, comentários e partilhas. Em segundo lugar, o Super Bowl — final da Liga de Futebol Americano —, aliou a popularidade do jogo ao tradicional espectáculo de intervalo que, este ano, teve Justin Timberlake como protagonista. A fechar os três mais populares, o casamento real entre o príncipe Harry e a antiga actriz Meghan Markle, no dia 19 de Maio, juntou 42 milhões de utilizadores na rede social.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA