Será a “nova era” de Erdogan tão diferente da Turquia de Atatürk?
O seu legado explica grande parte do sucesso do AKP e de Erdogan, que decidiu inaugurar o mega-aeroporto de Istambul nos 95 anos da República fundada por Mustafa Kemal. O "pai dos turcos" morreu há 80 anos. (...)

Será a “nova era” de Erdogan tão diferente da Turquia de Atatürk?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.068
DATA: 2018-12-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O seu legado explica grande parte do sucesso do AKP e de Erdogan, que decidiu inaugurar o mega-aeroporto de Istambul nos 95 anos da República fundada por Mustafa Kemal. O "pai dos turcos" morreu há 80 anos.
TEXTO: Este foi um ano de grandes avanços no projecto de Recep Tayyip Erdogan para enterrar o kemalismo (herança de Mustafa Kemal Atatürk, primeiro Presidente da Turquia) e criar o que o próprio descreve como “Nova Turquia”. Paradoxalmente, terá sido também o ano em que o homem que já ultrapassou Atatürk em tempo de poder (enquanto líder do partido dominante, o AKP, primeiro-ministro ou Presidente, tem os destinos do país na mão há 16 anos) mais vezes visitou o mausoléu dedicado ao fundador da Turquia moderna. Sábado será a segunda vez em poucos dias que Erdogan passará pelo espaço criado para homenagear “o pai da nação” que milhões de turcos ainda veneram. Era estranho se não o fizesse, afinal, celebram-se 80 anos desde a morte de Atatürk. “Comemoro com respeito Ghazi [vitorioso, título atribuído pelos nacionalistas turcos ao militar que se tornou Presidente] Mustafa Kemal, fundador na nossa República. […] Devemos explicar as qualidades de Ghazi enquanto pessoa resoluta à nossa juventude e às nossas crianças, e todos juntos cumprir os deveres que nos cabem no trabalho de garantir que a nossa República vive para sempre e avança ainda mais”, afirma Erdogan na mensagem publicada esta sexta-feira no site da presidência. O tom do texto é naturalmente elogioso mas o mais importante pode mesmo ser o fim da frase acima citada – “avança ainda mais”. Erdogan não quer apagar Atatürk da história, isso seria demasiado ambicioso, mesmo para ele. Mas quer glorificar a história pré-Atatürk e o futuro que a ele julga pertencer. A semana passada, como manda a tradição, Erdogan esteve no mausoléu para assinalar os 95 anos da República da Turquia. Não foi por coincidência que escolheu o mesmo dia 29 de Outubro para inaugurar o novo Aeroporto de Istambul (muito se especulou sobre a intenção o baptizar com o seu nome), que em breve substituirá o actual Aeroporto Istambul Atatürk. “Comemoramos este dia inaugurando um dos mais prestigiados aeroportos do mundo em Istambul. A inauguração deste aeroporto num período em que a nossa economia está sob ataque é uma marca da potência da Turquia”, afirmou Erdogan, com palavras que dirigiu ao próprio Atatürk. A dimensão da nova estrutura corresponde às ambições de Erdogan para o país, e não só. Ainda na primeira fase, dali se voará para 350 destinos, esperando-se que por lá passem 90 milhões de passageiros por ano. Mais tarde, chegará aos 200 milhões. “Istambul não é só a nossa maior cidade. É uma bela jóia entre dois mares. Pode ser comparada ao sol desta terra”, afirmou na inauguração, já depois do discurso no mausoléu. “Isto não é só um aeroporto. É um monumento à vitória”, declarou o Presidente turco, sublinhando ainda que esta não é uma obra para o país. “É um grande serviço que oferecemos à região e ao mundo. ” Independentemente da linguagem hiperbólica habitual do chefe de Estado é um facto que Istambul se pode tornar mais ainda num grande centro entre a Ásia, a Europa e o Médio Oriente. Não só está a nove horas de avião tanto de Xangai como de Nova Iorque como fica, nas contas de um economista citado pelo jornal britânico Independent, a onze horas de voo de 80% da população mundial. A infra-estrutura, como tantas outras que Erdogan inaugurou – desde o seu palácio com 1200 divisões e mais de 350 centros comerciais, passando pelas 17 mil mesquitas ou 13. 500 km de estradas – é parte da marca que quer deixar no país e na região. Os analistas costumavam dizer que o homem forte da Turquia encarnava a ideologia neo-otomana, caracterizada pelo centralismo e pela vontade de ser o país hegemónico nas regiões que integravam o Império Otomano. É o seu lado expansionista – há dois anos, precisamente durante as comemorações da morte de Atatürk, distinguiu entre as “fronteiras físicas” da Turquia e as suas “fronteiras do coração”, do Cáucaso a Alepo, na Síria, ou Mossul, no Iraque – e também a sua forma de promover o islão político contra os “ataques de inimigos” (EUA, Israel ou europeus, os mesmos que acusa de tentarem destruir a economia da Turquia, recusando-se a admitir responsabilidades na actual crise). Há dois anos, o aniversário também serviu a Erdogan para evocar um paralelismo, comparando a luta de Atatürk na guerra de independência da Turquia contra os vencedores da I Guerra Mundial à sua vitória contra os golpistas que o tinham tentado derrubar poucos meses antes. O golpe falhado de Julho de 2016 serviu a Erdogan como pretexto final para se livrar de opositores e críticos (presos), encerrar centenas de jornais ou rádios e despedir centenas de milhares de funcionários públicos – substituindo-os por pessoas próximas do seu AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento) ou do MHP (Partido do Movimento Nacionalista), a formação de extrema-direita que se tornou num improvável aliado do Presidente no pós-golpe. Entretanto, como já se anunciava, o AKP fez passar em referendo um tipo particular de presidencialismo, com Erdogan a deter todo o poder executivo mas também parte do legislativo (quase esvaziando as competência da Grande Assembleia Nacional, a pérola do legado político de Atatük) e judicial (neste caso através de nomeações). Entretanto, a filosofia de governo de Erdogan começou a caminhar para se tornar na “nova ‘ideologia oficial’, como o kemalismo foi durante quase um século”, escreveu, já em 2016 o analista turco Mustafa Akyol. “Alguns observadores da Turquia chamam a esta ideologia ‘islamismo’, mas isso não conta toda a história”, continua Akyol. “ Na verdade, tal como a que a precedeu, o kemalismo, esta é uma ideologia centrada no culto de uma personalidade: o erdoganismo. ”A maioria dos críticos internos de Erdogan considera-se kemalista e acusa-o de destruir a República laica e democrática que Atatürk criou, esquecendo que a ambos partilham um estilo de governação assente no autoritarismo. A diferença, como Erdogan tenta mostrar, é que ele, ao contrário de Atatük, foi eleito e reeleito. “Pela primeira vez desde o período Otomano, a Turquia fez a sua escolha não através de golpes ou de mudanças forçadas mas através da vontade livre da nossa nação”, afirmou na tomada de posse, em Julho. “No novo sistema o nosso guia será de novo a democracia. Será a superior vontade da nação. ”Erdogan acredita mesmo nisso – o problema é que a sua visão de democracia se resume à realização de eleições. Enquanto eleito é ele o único representante legitimo da “superior vontade da nação”. Como não podem chamar-lhe “pai da nação”, os seus apoiantes chamam-lhe “homem da nação” ou dizem que “Erdogan é a Turquia”. Atatürk só precisou de 15 anos (1923-1938) para fundar a Turquia moderna e alterar, pelo menos à superfície, os próprios hábitos dos turcos (ajudou que liderasse um regime de partido único). O líder carismático e transformador que aboliu o sultanato modernizou o país do ponto de vista económico e político: acima de tudo, empenhou-se em separar a religião da política, o que nunca ninguém tentara no mundo muçulmano. Mudou o dia de descanso de sexta-feira para domingo, inscreveu a laicidade na Constituição, proibiu a poligamia, proibiu o fez otomano para os homens e os lenços para as mulheres, adoptou os códigos ocidentais (Código Criminal francês, Código Penal italiano…), fez reconhecer o casamento e o divórcio civis. Em 1935, daria às mulheres o direito a votar e a serem eleitas. Mas tal como Erdogan tenta criar a sua Nova Turquia investindo em escolas islâmicas e na alteração de currículos para formar turcos “pios” e lembrar que “a história da Turquia não começou em 1923, Atatürk impôs a introdução do alfabeto latino, aboliu o calendário islâmico e obrigou os turcos a adoptarem nomes próprios – tornando-se assim Kemal Atatürk, “pai dos turcos”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Oito décadas passadas sobre a sua morte e o seu legado explica grande parte do sucesso do AKP e de Erdogan. Num país com 98% de muçulmanos, os crentes sentiram-se por fim “libertados” da opressão que diziam sentir por parte das elites. Com tudo o que os separa, Atatürk e Erdogan também são duas faces de uma moeda chamada “a Turquia sou eu”. Erdogan tem 64 anos e quer permanecer no poder enquanto for vivo. Para isso, escreve Akyol, “precisa de manter o apoio popular, o que significa continuar a dominar a narrativa nacional”. Por outras palavras, um autoritarismo crescente. No fim, conclui o analista, “terá sido alcançada uma ‘Nova Turquia’ – mas uma muito diferente da prometida por Erdogan”. “Há quase um século, alguns historiadores argumentaram que a retórica revolucionária que marcou a criação da República da Turquia escondia continuidades profundas com o estado Otomano que a precedeu”, comentou a propósito nos novos poderes de Erdogan o historiador Nicholas Danforth, especialista em Médio Oriente. “De uma forma semelhante, a Nova Turquia de Erdogan pode acabar por se mostrar menos nova do que a sua retórica sugere. Até agora, as continuidades são no mau sentido, com Erdogan a usar a estrutura paranóica e autoritária do nacionalismo que herdou do antigo regime para construir uma estrutura nova, mais frágil e ideológica”.
REFERÊNCIAS:
Religiões Islamismo
Os ditadores com votos mas sem lei
Os novos ditadores têm uma corte. E há lá um sorriso enterrado e escondido atrás da boca dos nossos bolsonarinhos e trumpinhos. (...)

Os ditadores com votos mas sem lei
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os novos ditadores têm uma corte. E há lá um sorriso enterrado e escondido atrás da boca dos nossos bolsonarinhos e trumpinhos.
TEXTO: Os novos ditadores nascem dentro da democracia e têm votos. Muitos votos. Cumprem uma das condições democráticas essenciais: são eleitos e mandatários da soberania popular expressa pelo voto. Mas não são democráticos, porque lhes falta o segundo requisito fundamental da democracia: o primado da lei. E, dentro do primado da lei, o respeito pelos procedimentos democráticos, pelos direitos humanos, pelas garantias, pelas liberdades, pela liberdade. O facto de poderem mudar as leis para as compatibilizar com o seu poder autoritário não os faz menos ditadores, porque as novas leis já estão ao serviço do seu poder e não da democracia e da liberdade. Na verdade, não há grande mistério nem complexidade nestes processos, é da dissolução da democracia por dentro que se trata e todos sabem que é assim, porque o ascenso do ódio e do medo acompanha a acção política dos novos ditadores. E os seus alvos percebem muito bem como o ar fica irrespirável. Seja com os gémeos Kaczynski, com Orbán, com Erdogan, com Duterte, com Trump e com Bolsonaro, todos sabemos o que está a acontecer e só por hipocrisia é que se arranjam pretextos para não os combater como devem ser combatidos, sem hesitações nem transigências. A melhor expressão é a de “resistência”. Não é nova a conjugação destes factores numa tempestade perfeita. Aconteceu com Hitler, com Mussolini, com Salazar, todos em vários momentos das suas carreiras tiveram ou teriam a maioria do voto popular. Os nazis conseguiram chegar ao poder com o voto popular, tornando-se o maior partido alemão. Mas em todos estes casos as eleições já revelaram o abuso do poder, mesmo que isso pudesse não alterar a maioria dos votos. A violência política dos nazis e dos fascistas antecedeu os seus resultados eleitorais (no caso alemão) e a generalizada manipulação do direito de voto, principalmente das minorias nos EUA, acompanha também a hegemonia dos republicanos pela manipulação dos mapas eleitorais e pelas contínuas dificuldades criadas a quem quer votar. E é só o princípio. O primeiro e mais grave processo de dissolução da democracia por parte destes ditadores com votos é essencialmente a apropriação do poder judicial, o ataque à sua independência, não só para garantirem a sua imunidade, como para o usar contra os seus adversários. O que Bolsonaro está a fazer, dando o poder político da Justiça a um juiz envolvido no processo de corrupção dos seus adversários, lança uma luz sinistra sobre esse processo, tanto mais que a sanha justiceira foi selectiva. Não tenho muitas dúvidas sobre a corrupção no PT, mas também não tenho nenhuma dúvida que a perseguição a essa corrupção foi politicamente motivada. A uma corrupção soma-se outra. O mesmo acontece com Trump, cujas medidas mais gravosas estão na moldagem de todo o sistema judicial nacional e federal, assim como nas polícias e serviços de segurança, no seu poder, através de escolhas de homens e mulheres sem carreira ou currículo, sem perfil moral mínimo para cargos vitalícios, pelo critério da lealdade pessoal ao Presidente. Destruindo todas as instituições de mediação e de contrapoder, o poder torna-se autoritário e quem o ocupa um autocrata. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas estes homens têm uma corte, porque o poder autocrático tem uma capacidade enorme de atrair a degenerescência da virtude, de poder ser usado para comprar e vender interesses e para dar aos pequenos da mesma espécie a ilusão de que também são grandes, porque estão à sombra dos gigantes. Aqueles a quem tenho chamado os nossos bolsonarinhos e trumpinhos desdenham Bolsonaro e Trump e não quereriam ver-se em sua companhia à mesa. (E daí não sei. . . Talvez, depende, não é impossível, podia ser, e se for uma selfie, não ficava mal, para pôr na mesa de cabeceira. . . ) Por isso juram a pés juntos que não gostam deles. MAS GOSTAM DO QUE ELES ESTÃO A FAZER. Vai em maiúsculas por que é isso mesmo. De uma forma tão evidente, tão psicologicamente evidente, tão reveladoramente evidente, sentem conforto e uma íntima vingança por eles baterem na “esquerda”, por eles desprezarem as “elites” (excepto as elites económicas, que dessas eles gostam e não desprezam), por eles serem “politicamente incorrectos”, por eles porem na ordem a comunicação social, que se julga superior e de referência, por eles serem o azorrague de Hollywood, do “pântano”, dos bem pensantes, por eles desprezarem a academia, a ciência, o saber. Gostam deles e pouco se importam por eles fazerem o trabalho sujo. Fazem-nos crescer uns centímetros. Há lá um sorriso enterrado e escondido atrás da boca dos bolsonarinhos e trumpinhos. E não se iludam com as aparentes reticências e com as explicações rebuscadas, que não “reticenciam” nada, nem “explicam” nada, porque lhes falta o sentimento de nojo. E o nojo é o sentimento exacto. Eu vi a conferência de imprensa de Trump, em que ele disse que se os democratas investigarem os seus impostos, ele vinga-se investigando os democratas, coisa que ele diz que faz muito melhor. Senti nojo. Ponto.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Na Casa de Saud já se fala em substituir o príncipe herdeiro MBS
A família discute entre si se depois da morte do rei Salman não deve ser o seu irmão Ahmed bin Abdulaziz assumir o trono. Os EUA podem ter uma palavra a dizer. (...)

Na Casa de Saud já se fala em substituir o príncipe herdeiro MBS
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A família discute entre si se depois da morte do rei Salman não deve ser o seu irmão Ahmed bin Abdulaziz assumir o trono. Os EUA podem ter uma palavra a dizer.
TEXTO: Por entre o alvoroço internacional devido ao assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, vários membros da família que governa a Arábia Saudita estão a movimentar-se para evitar que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman se torne rei, disseram três fontes próximas da corte. Dezenas de príncipes e primos de ramos poderosos da família Al Saud querem mudar a linha de sucessão, mas não vão agir enquanto o rei Salman - o pai de 82 anos do príncipe herdeiro - ainda estiver vivo, disseram as fontes. Reconhecem que é improvável que o rei se volte contra o seu filho predilecto, conhecido pela sigla MBS. Porém, a família discute entre si se depois da morte do rei, o príncipe Ahmed bin Abdulaziz, de 76 anos, irmão mais novo de Salman e tio do príncipe herdeiro, deve assumir o trono, segundo as fontes. O príncipe Ahmed, único irmão (há outros mas são meios-irmãos) que resta ao rei Salman, teria o apoio dos membros da família, das forças de segurança e de algumas potências ocidentais, afirmou uma das fontes sauditas. O príncipe Ahmed regressou a Riad em Outubro, após dois meses e meio no estrangeiro. No período em que esteve em viagem, este irmão de Salman criticou a liderança saudita em resposta aos manifestantes que, no exterior de uma residência em Londres, pediram a queda da dinastia Saud. Ahmed foi um dos três membros do Conselho de Aliança, formado pelos membros mais velhos da família, que em 2017 se opuseram à ascensão de MBS à posição de herdeiro, disseram duas fontes sauditas na altura. Nem o príncipe Ahmed nem os seus representantes puderam ser contactados para prestar declarações. As autoridades em Riad não responderam aos pedidos da Reuters para comentários sobre a sucessão. A Casa de Saud é composta por centenas de príncipes. Ao contrário das típicas monarquias europeias, não há sucessão automática do pai para o filho mais velho. Em vez disso, as tradições tribais do reino ditam que o rei e os membros mais velhos de cada ramo escolham o herdeiro que consideram mais apto à liderança. Altos funcionários norte-americanos disseram aos conselheiros sauditas nas últimas semanas que vão apoiar o príncipe Ahmed, que durante quase 40 anos foi vice-ministro do Interior, como potencial sucessor do rei, segundo fontes sauditas com conhecimento directo das reuniões. As fontes sauditas disseram estar confiantes de que o príncipe Ahmed não vai alterar ou reverter as reformas sociais e económicas promulgadas por MBS e que honrará os contractos militares existentes, além de que irá restaurar a união da família. Um alto funcionário americano disse que a Casa Branca não tem pressa em distanciar-se do príncipe herdeiro, apesar da pressão dos legisladores e da avaliação da CIA de que MBS ordenou o assassínio de Khashoggi. Nesta terça-feira, o Presidente recebeu um relatório definitivo dos serviços secretos e disse que não vai cortar os laços com a Arábia Saudita. Esta fonte afirmou também que a Casa Branca considerou digno de nota que o rei Salman tenha apoiado o filho durante um discurso na segunda-feira em Riad, quando não fez qualquer referência directa ao assassínio de Khashoggi, excepto para elogiar o procurador-geral saudita. No sábado, o Presidente Donald Trump tinha dito que a conclusão da CIA sobre MBS ter ordenado a morte de Khashoggi era "possível" mas “muito prematura". As fontes sauditas disseram que as autoridades americanas tinham refreado a sua posição sobre MBS não apenas pela suspeita do seu papel no assassínio de Khashoggi, mas também porque o príncipe herdeiro pediu recentemente o Ministério da Defesa para procurar na Rússia alternativas para o fornecimento de armamento. Numa carta com a data de 15 de Maio, vista pela Reuters, o príncipe herdeiro pediu ao Ministério da Defesa para "se centrar na compra de sistemas de armamento para as áreas mais urgentes" e garantir treino na sua utilização, incluindo o sistema de mísseis terra-ar russo S-400. Nem o Ministério da Defesa Russo nem as autoridades em Riad responderam de imediato aos pedidos da Reuters para declarações. O violento assassínio de Khashoggi, um proeminente crítico do príncipe herdeiro, no consulado saudita em Istambul no mês passado, provocou a condenação global, inclusivamente a de muitos políticos e responsáveis dos EUA, um importante aliado da Arábia Saudita. A CIA acredita que o príncipe herdeiro ordenou o assassínio, segundo fontes norte-americanas próximas da investigação. O procurador-geral saudita afirmou que o príncipe herdeiro não sabia nada acerca do assassínio. O alvoroço internacional pressionou uma corte já dividida sobre a rápida subida do príncipe Mohammed, de 33 anos, ao poder. Desde a sua ascensão, o príncipe ganhou o apoio popular com reformas sociais e económicas, incluindo o fim da proibição das mulheres conduzirem e com a abertura de cinemas no país muito conservador. Mas as reformas foram acompanhadas da repressão dos dissidentes, do afastamento de figuras de topo na hierarquia da família real e de empresários acusados de corrupção e de uma dispendiosa guerra no Iémen. Também marginalizou alguns importantes membros da família real e assumiu o controlo dos departamentos de segurança e dos serviços secretos. Primeiro, em Junho de 2017, afastou o outrora poderoso príncipe herdeiro e vice-ministro do Interior, Mohammed bin Nayef, de 59 anos. Depois retirou do cargo de chefe da Guarda Nacional o príncipe Miteb bin Abdullah, de 65 anos, filho do anterior rei, Abdullah, e deve-o no âmbito da sua campanha de anticorrupção. Outros 30 príncipes também foram presos, maltratados, humilhados e privados das suas riquezas, enquanto MBS esbanjava dinheiro em palácios, num iate de 500 milhões de dólares além de ter estabelecido um novo recorde no mercado internacional de arte na compra de um quadro de Leonardo Da Vinci. Toda a Casa de Saud saiu fragilizada com a actuação do príncipe. De acordo com uma fonte saudita muito próxima da família real, muitos príncipes dos círculos mais poderosos da família acreditam que uma mudança na linha de sucessão “não teria qualquer resistência nos órgãos de segurança que [MBS] controla” porque são leais ao conjunto da família. “Os órgãos de segurança vão acatar qualquer decisão consensual da família". Os Estados Unidos, enquanto importante aliado da Arábia Saudita em termos económicos e de segurança, serão determinantes sobre o que se passará, disseram as fontes sauditas e diplomatas. Trump e o seu genro e conselheiro, Jared Kushner, criaram relações pessoais profundas com o príncipe herdeiro. Uma fonte saudita disse que MBS sente que ainda tem o apoio de Trump e Kushner e está disposto a "fazer rolar cabeças para apaziguar os Estados Unidos". Mas o Presidente Trump e importantes fontes da sua Administração disseram que as autoridades sauditas deveriam ser responsabilizadas por qualquer envolvimento na morte de Khashoggi e impuseram sanções a 17 sauditas pelo seu envolvimento, incluindo um dos colaboradores mais próximos de MBS. Os legisladores americanos estão entretanto a avançar com legislação para punir Riad pela morte, e senadores republicanos e democratas pediram a Trump para endurecer o tom em relação ao príncipe herdeiro. O rei Salman, de 82 anos, está ciente das possíveis consequências de um confronto com os Estados Unidos e da possibilidade de o Congresso congelar bens sauditas. Algumas pessoas que estiveram recentemente em contacto com o rei disseram que Salman parece estar em negação sobre o envolvimento do filho no caso, acreditando que há uma conspiração contra o reino. Acrescentaram que o rei parece estar sobrecarregado e preocupado. Quando o rei morre ou fica incapaz governar, o Conselho da Aliança, composto por 34 membros, um representante de cada um dos ramos da família real de forma a dar legitimidade às decisões sobre a sucessão, não declaram automaticamente MBS como novo rei. Mesmo sendo o príncipe herdeiro, MBS precisa que o Conselho aprove a sua ascensão, disse uma das três fontes sauditas. Embora o Conselho tenha acatado o desejo do rei Salman de tornar MBS o herdeiro, não o aceitará automaticamente como rei, sobretudo depois de ter marginalizado tantos deles. As fontes sauditas dizem que MBS destruiu os pilares institucionais que sustentaram quase um século de governo da Casa de Saud: a família, os religiosos, as tribos e as famílias que se dedicam ao comércio. Dizem que para a família é um desestabilizador. Apesar da polémica sobre a morte de Khashoggi, MBS continua com a cumprir a sua agenda. Fontes de dentro do palácio real dizem acreditar que o príncipe construiu um novo palácio para o rei na remota Sharma, no Mar Vermelho - na cidade de Neom, construída num ano com o custo de dois mil milhões de dólares -, uma gaiola de ouro para se retirar. O local é isolado, a cidade mais próxima é Tabouk, a mais de 100 km de distância. Os habitantes manteriam o rei afastado dos assuntos de Estado, disse uma das fontes próximas da família real. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. As autoridades em Riad não responderam aos pedidos de declarações. Reuters InvestigateTradução de Raquel Grilo
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Entidades EUA
Miguel Oliveira ambiciona título mundial de MotoGP "o quanto antes"
O motociclista português vai estrear-se no escalão máximo do mundial de Moto GP. A ambição é crescente. (...)

Miguel Oliveira ambiciona título mundial de MotoGP "o quanto antes"
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DATA: 2018-12-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O motociclista português vai estrear-se no escalão máximo do mundial de Moto GP. A ambição é crescente.
TEXTO: O piloto Miguel Oliveira afirmou na quinta-feira que sonha conquistar o Campeonato do Mundo de MotoGP o mais cedo possível e que o ano de estreia na categoria "rainha" pode ser determinante para atingir esse objectivo. "Ser campeão do mundo obviamente que está nos meus planos. É preciso entender a minha circunstância este ano, com uma mota que foi pensada para estar entre o 10. º e o 15. º lugar, mas esta etapa vai ajudar-me muito para que, quando a mota estiver a um nível alto, possa lutar pelo título de campeão do mundo de MotoGP", disse o piloto português, acrescentando que quer que isso aconteça "o quanto antes". Depois de ser vice-campeão do mundo em Moto3 e Moto2, Miguel Oliveira acredita que pode atingir o lugar mais alto em MotoGP. "Tenho todas as armas para poder lutar pelo título mundial. Trabalho pelo meu sonho, pelo meu objectivo e vou acreditar sempre até final", afirmou. Depois de terminada a última época, Miguel Oliveira teve já oportunidade de testar a KTM RC16 no circuito de Jerez de La Frontera, em Espanha, revelando que para pilotar uma mota de MotoGP vai ter de "voltar à escola". "Foram dois dias muito estranhos, com sensações novas, caras novas dentro da box. Tenho de me readaptar a tudo e voltar à escola para aprender como se anda numa mota daquelas", assume o piloto, que sublinha que as diferenças são, principalmente, a potência de aceleração e de travagem, a electrónica e as trajectórias. "As coisas passam-se a uma velocidade muito maior e claro que tenho de aprender a guiar uma mota de MotoGP, porque o estilo de condução é muito diferente do de Moto2", reconhece. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Na próxima época, ao serviço da equipa Tech3 KTM, Miguel Oliveira vai envergar o número 88, depois de durante toda a carreira ter usado o 44. O piloto de Almada explica que "como em MotoGP tudo é o dobro, o único número que fazia sentido era o 88". Tendo em vista a preparação da nova época, os pilotos voltam à acção no dia 1 de Fevereiro, na Malásia.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola rainha
Andrea Dovizioso vence à segunda tentativa a corrida de MotoGP em Valência
A corrida teve de ser interrompida a meio devido à chuva intensa, que provocou de mais de uma dezena de quedas. (...)

Andrea Dovizioso vence à segunda tentativa a corrida de MotoGP em Valência
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.15
DATA: 2018-12-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: A corrida teve de ser interrompida a meio devido à chuva intensa, que provocou de mais de uma dezena de quedas.
TEXTO: O italiano Andrea Dovizioso (Ducati) venceu hoje a corrida de MotoGP do Grande Prémio de Valência, que teve de ser interrompida a meio devido à chuva intensa, causadora de mais de uma dezena de quedas. O piloto italiano Valentino Rossi (Yamaha) tinha acabado de chegar à liderança depois de ultrapassar o espanhol Alex Rins (Suzuki) e Dovizioso quando, à 14. ª das 27 voltas previstas, os comissários mostraram a bandeira vermelha no circuito Ricardo Tormo. Como ainda não estavam cumpridos três quartos das voltas, foi preciso estabelecer uma nova partida, de acordo com a classificação registada na volta anterior à paragem. Assim, Alex Rins saiu na frente para a segunda parte da corrida, com Dovizioso e Rossi no encalço. Pelo caminho já tinham ficado nove pilotos, incluindo os espanhóis Maverick Viñales (Yamaha), que largou da 'pole position', e o campeão Marc Márquez (Honda), que voltou a lesionar o ombro esquerdo, tal como na véspera, ao cair na quinta volta antes da paragem. Aquele trio estabeleceu-se na frente, até que Dovizioso e Rossi se desenvencilharam do espanhol. Num duelo a dois, o piloto da Yamaha, que hoje garantiu também o terceiro lugar do campeonato do mundo devido à desistência do seu companheiro de equipa, acabou por exagerar e caiu, descendo à 13. ª posição. Com este incidente, Andrea Dovizioso pôde festejar o quarto triunfo da temporada, terminando o campeonato com 220 pontos, mais 25 do que Valentino Rossi, mas a 101 do campeão Márquez. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Nota ainda para o primeiro pódio conseguido pela KTM, que no próximo ano entrega uma das suas motas ao português Miguel Oliveira. O o autor da façanha foi o espanhol Pol Espargaró, que tinha como melhor resultado o 11. º lugar. A Honda venceu o campeonato de construtores. O GP de Valência foi a 19. ª e última prova da temporada e acolhe os primeiros dois dias de testes da nova época a partir de terça-feira, que marca a estreia do português Miguel Oliveira na classe rainha.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha
Marc Márquez é o mais jovem pentacampeão mundial de MotoGP
O português Miguel Oliveira terminou o GP do Japão em terceiro lugar e fica mais longe do título de Moto2. (...)

Marc Márquez é o mais jovem pentacampeão mundial de MotoGP
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O português Miguel Oliveira terminou o GP do Japão em terceiro lugar e fica mais longe do título de Moto2.
TEXTO: O piloto espanhol Marc Márquez (Honda) subiu hoje mais um degrau na galeria dos notáveis do motociclismo de velocidade, ao sagrar-se, aos 25 anos e 246 dias, o mais jovem pentacampeão mundial de MotoGP. Marquez iguala, assim, os cinco títulos conquistados por Michael Doohan, entre 1994 e 1998, e está já no pódio dos mais titulados de sempre, apenas atrás dos oito de Giacomo Agostini e dos sete de Valentino Rossi, ainda em actividade. Com este triunfo, o espanhol deixa para trás na galeria dos campeões alguns dos nomes maiores da modalidade, como os britânicos Geoff Duke, John Surtees e Mike Hailwood e o norte-americano Eddie Lawson, que conquistaram quatro títulos na categoria rainha. A vitória obtida hoje no Grande Prémio do Japão permitiu ao espanhol juntar o título de 2018 aos que já conquistou em 2013, 2014, 2016 e 2017, pondo fim às ténues esperanças que o italiano Andrea Dovizioso (Ducati) - segundo do campeonato - tinha de arrebatar o seu primeiro cetro. Com cinco títulos conquistados em apenas seis épocas na classe principal (falhou apenas em 2015, ao terminar no terceiro lugar final), Márquez reúne todas as condições para se tornar no piloto com o maior número de títulos de sempre, pois soma ainda um em 125cc (2010) e outro em Moto2 (2012). Valentino Rossi, com nove, Angel Nieto, com 13, e Giacomo Agostini, com 15, são os únicos pilotos da história do Mundial que venceram mais campeonatos no conjunto das diferentes categorias. Marc Márquez estreou-se no Mundial de motociclismo de velocidade aos 15 anos, no Grande Prémio de Portugal de 2008, no circuito do Estoril, aos comandos de uma KTM de 125cc, mas teve de esperar por 2010, aos comandos de uma Derbi, para festejar o primeiro título da carreira, na categoria inferior. O catalão, natural de Cervera, foi 'promovido' à categoria de Moto2 no ano seguinte e esteve quase a sagrar-se campeão, terminando no segundo lugar, atrás do alemão Stefan Bradl, mas em 2012 dominou o Mundial de forma incontestada, arrebatando o único troféu na classe intermédia. O 'salto' para MotoGP, em 2013, não poderia ter sido mais bem-sucedido: Márquez venceu logo à segunda corrida do ano, o Grande Prémio das Américas, tendo-se tornado o piloto mais jovem a conseguir um triunfo e uma em 500cc/MotoGP. pole positionMárquez tornou-se também o primeiro estreante a conquistar o título na categoria rainha, em 35 anos, e continuou a reescrever a história no ano seguinte, ao sagrar-se o mais jovem bicampeão mundial, com 21 anos, após vencer as primeiras 10 provas. Em 2015, o espanhol não foi além do terceiro lugar, atrás do compatriota Jorge Lorenzo e de Rossi, mas ressurgiu em grande na temporada passada, assegurando a conquista do título quando ainda faltavam três corridas. Na época passada, o espanhol apenas encerrou a questão na última prova, devido a três abandonos, na Argentina, França e Grã-Bretanha, que compensou com triunfos nas corridas dos Estados Unidos, Alemanha, República Checa, São Marino, Aragão (Espanha) e Austrália. Este ano, e quando ainda faltam três corridas para terminar o campeonato, o espanhol tratou de garantir matematicamente a conquista do título, somando já oito vitórias, quatro segundos lugares e um terceiro em 16 provas disputadas. O piloto português Miguel Oliveira levou a sua KTM do nono lugar da grelha ao quarto posto final do GP do Japão de Moto2, mas ficou sete pontos mais longe do título -- entretanto subiu ao terceiro lugar, após a desqualificação do primeiro classificado, o francês Fabio Quartararo (Speed Up), por uso ilegal de pressão nos pneus. O francês Fabio Quartararo (Speed Up) cruzou a linha de meta do circuito Twin Ring, de Motegi, em primeiro lugar, à frente dos italianos Francesco Bagnaia (Kalex) e Lorenzo Baldassarri (Pons HP40), mas viria a ser desclassificado, já depois da cerimónia do pódio, porque os comissários consideraram irregular a pressão do pneu traseiro da moto do piloto gaulês. Com a desclassificação de Quartararo, Miguel Oliveira, que tinha terminado na quarta posição, ascendeu ao terceiro lugar, mas também permitiu que o líder do campeonato de Moto2, Francesco Bagnaia, vencesse a prova e aumentasse mais ainda a vantagem - de 35 para 37 pontos -- face ao piloto português. O piloto português, que nunca tinha rodado no circuito Twin Ring, de Motegi, com piso seco na categoria intermédia do Mundial de velocidade, sentiu algumas dificuldades com a elevada temperatura do asfalto, terminando a 11, 998s do vencedor, o francês Fabio Quartararo (Speed Up). No entanto, perdeu mais sete pontos para o líder do campeonato, o italiano Francesco Bagnaia (Kalex), que cortou a meta na segunda posição. "Voltei a fazer uma excelente corrida. Depois do [aquecimento] acreditei que podia ter um ritmo mais elevado, mas tive de lutar muito com a mota durante todas as voltas para conseguir sair das curvas com aderência. Felizmente não tive muitas batalhas durante a corrida e foi este o resultado possível", explicou o piloto de Almada, resignado com o resultado. warm-upSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "Este é o preço a pagar por andar aqui com uma moto nova. Estou feliz por ainda estar na luta pelo campeonato, mas temos de nos concentrar em vencer corridas e tirar o máximo partido daquilo que temos", apontou. O campeonato segue agora para a Austrália, um circuito onde o português já venceu em 2017 e 2015 (então nas Moto3). "Vamos bastante motivados. Vêm aí circuitos onde historicamente somos fortes, o que nos dá muito ânimo para encarar as últimas três provas do campeonato", concluiu Miguel Oliveira. O piloto está a 37 pontos do primeiro lugar, quando falta disputar três provas, na Austrália, na Malásia e em Valência, três circuitos onde o português venceu no ano passado. Contudo, somar três vitórias nestas provas não chega para ser campeão se Francesco Bagnaia não for pelo menos terceiro em duas e quarto na restante.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha ilegal
Miguel Oliveira parte em sétimo na Malásia
Piloto português vai tentar evitar que Bagnaia conquiste o Mundial de Moto2 já na madrugada deste domingo. (...)

Miguel Oliveira parte em sétimo na Malásia
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Piloto português vai tentar evitar que Bagnaia conquiste o Mundial de Moto2 já na madrugada deste domingo.
TEXTO: O piloto português Miguel Oliveira garantiu este sábado o sétimo lugar da grelha de partida para o Grande Prémio (GP) da Malásia de Moto2, logo atrás do líder do campeonato, o italiano Francesco Bagnaia. O corredor da KTM fez a sua melhor volta em 2m06, 617s, 0, 988 segundos mais lento do que o autor da pole position, o espanhol Álex Márquez, em Kalex. O irmão mais novo do campeão mundial de MotoGP, Marc Márquez, ainda sofreu uma queda antes do final da sessão, sem consequências físicas para o piloto. Numa sessão de qualificação marcada pela ameaça de chuva, o piloto português obteve o seu melhor tempo logo à terceira tentativa de um total de 11, nas três vezes em que saiu para a pista. Oliveira vai, assim, partir da terceira linha da grelha de partida, logo atrás de Francesco Bagnaia (Kalex), que foi 0, 068 segundos mais rápido do que o piloto português, numa sessão de qualificação em que se notou alguma marcação entre os dois rivais. À entrada para esta 18. ª e penúltima prova do Mundial de Moto2, o italiano da Sky VR46 lidera o campeonato, com 36 pontos de vantagem sobre Miguel Oliveira, e pode sagrar-se já este domingo campeão se não perder mais de 11 pontos para o piloto português. A corrida disputa-se às 3h20 (SPTV5), horas portuguesas. Na categoria rainha de MotoGP, o espanhol Marc Márquez (Honda), que já garantiu o título, foi punido com a perda de seis lugares e o afastamento da pole position para o GP da Malásia, devido a um incidente com o italiano Andrea Iannone (Suzuki). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A organização da prova considerou que Márquez estorvou Iannone durante uma volta rápida do italiano e, por ser reincidente, resolveu punir o espanhol com a perda de seis posições, fazendo-o cair para o sétimo lugar. Já esta temporada, Marc Márquez tinha sido castigado com a perda de três lugares na qualificação, por uma situação parecida com o compatriota Maverick Vinales (Yamaha). Com a decisão da organização da 18. ª e penúltima prova Campeonato do Mundo de motociclismo de velocidade, a pole position passou para o francês Johann Zarco (Yamaha), que vai partir à frente dos italianos Valentino Rossi (Yamaha) e Iannone.
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Palavras-chave rainha
Grande Prémio da Grã-Bretanha de MotoGP cancelado
Falta de condições de segurança devido à forte chuva inviabiliza corridas no circuito de Silverstone. (...)

Grande Prémio da Grã-Bretanha de MotoGP cancelado
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-11-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Falta de condições de segurança devido à forte chuva inviabiliza corridas no circuito de Silverstone.
TEXTO: O Grande Prémio (GP) de MotoGP da Grã-Bretanha foi cancelado por falta de segurança, devido às más condições meteorológicas na pista de Silverstone. Uma decisão tomada depois de uma reunião entre os pilotos e a organização da prova. O GP estava previsto começar às 11h com a corrida da classe-rainha de MotoGP, mas a muita água existente na superfície da pista obrigou ao adiamento da corrida. Tudo ficou agendado para a parte da tarde, mas as condições não melhoraram. A chuva que caiu durante a manhã e o início da tarde deixou a pista de Silverstone alagada e, por razões de segurança, foi adiado sucessivamente o início das corridas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Uma boa notícia, mesmo assim, para Miguel Oliveira que iria partir da 23. ª posição da grelha. Com o cancelamento da prova britânica, o campeonato desta temporada fica agora reduzido a 18 provas. Esta é a primeira vez, desde há 38 anos (1980), que uma das classes maiores do motociclismo mundial é cancelada. Todos os pilotos ficam sem pontuar neste GP, faltando agora sete provas para o final da época. A próxima corrida está marcada para o dia 9 de Setembro, no GP de San Marino.
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Palavras-chave rainha
A brusca travagem da carreira de Romano Fenati
A suspensão por duas provas foi seguida pelo despedimento e perda de licença. Não faltam exemplos de truques e gestos irreflectidos no motociclismo. Este pôs fim ao percurso do italiano de 22 anos. (...)

A brusca travagem da carreira de Romano Fenati
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: A suspensão por duas provas foi seguida pelo despedimento e perda de licença. Não faltam exemplos de truques e gestos irreflectidos no motociclismo. Este pôs fim ao percurso do italiano de 22 anos.
TEXTO: Questionado um dia sobre os truques sujos que usou contra um adversário numa prova da temporada de 1994, o antigo campeão mundial de 250cc (actual Moto2) Max Biaggi não teve pejo em responder: “Isto é uma corrida de motos, não é música clássica”. Nos anais das corridas não faltam incidentes perigosos como o que protagonizou Romano Fenati no último Grande Prémio (GP) de São Marino de Moto2. A grande diferença é que este aconteceu perante as câmaras e mereceu um castigo exemplar. Romano Fenati tem apenas 22 anos, mas o seu temperamento explosivo já era uma imagem de marca. No circuito de Misano voltou a perder a cabeça. Durante uma disputa com Stefano Manzi, no domingo, a sua moto foi tocada pela do compatriota, provocando-lhe uma saída de pista. A reacção não tardou. Aproveitou uma recta para se aproximar do adversário pela lateral e, para surpresa geral, apertou-lhe a manete do travão frontal, quando seguiam a mais de 200km/h. Manzi ainda segurou a moto, mas acabou por cair, sem se magoar. Já para Fenati o gesto irreflectido e antidesportivo eclipsou o seu percurso. Primeiro, foi desclassificado da corrida e suspenso para as próximas duas provas. Mas a repercussão mediática do seu gesto não se compadece com tão leve castigo e de nada valeu ao piloto o pedido de desculpas pelo seu comportamento. “Foi uma atitude lamentável. Nesse momento não fui um homem”, afirmou. A má imagem deixada tornou inevitável o seu despedimento pela actual equipa, a Marinelli Snipers, levando-o a perder também o contrato que já tinha assinado para a próxima temporada com o construtor italiano MV Agusta. E na passada terça-feira a Federação de Motociclismo Italiana (FMI) retirou-lhe a licença de competição. Um pouco antes, e antecipando este cenário, o próprio Fenati tinha renunciado à sua carreira no motociclismo para “prosseguir os estudos”. Não quis fechar totalmente a porta a um regresso, mas neste momento quer resguardar-se do vendaval global de críticas e acusações: “Nunca mais será o meu mundo. Demasiado injusto. Terminei o Mundial e não voltarei a correr”, garantiu em entrevista ao jornal La Reppublica. Mas será que aquilo que Fenati fez, absolutamente condenável, é uma novidade nas corridas de MotoGP? “Para lhe retirarem a licença desportiva vão ter de o fazer a muitos outros pilotos que têm atitudes idênticas”, defendeu ao PÚBLICO Paulo Oliveira, antigo piloto de velocidade e pai do piloto português de Moto2, Miguel Oliveira. “Infelizmente isto é comum acontecer. Há pessoas que não lidam tão bem como outras com a pressão a este nível competitivo”, contextualiza, congratulando-se por o incidente não ter tido consequências mais graves para a integridade física dos dois protagonistas. “Este castigo vai servir, acima de tudo, de exemplo para os outros. ”Nascido na cidade de Ascoli Piceno, no centro de Itália, a escassos 150km do circuito de São Marino, Fenati era tido como uma grande esperança do motociclismo italiano, sendo até considerado o provável sucessor do mítico Valentino Rossi. Chegou ao MotoGP em 2012, integrando o pelotão da categoria inicial de Moto3. Demonstrou desde logo o seu talento, com um segundo lugar na corrida de estreia no Qatar e vencendo a segunda prova do calendário, em Espanha. As suas enormes potencialidades levaram-no a integrar a equipa Sky VR46, criada pelo multicampeão Rossi, até ser despedido há dois anos por indisciplina e comportamento agressivo dentro e fora das pistas. “Digamos que, às vezes, Fenati não se controla, e se isso acontece uma vez, duas vezes. . . Mas se acontece muitas vezes, a cada três ou quatro corridas temos de voltar ao ponto de partida, então é algo que não tem solução”, justificaria Valentino, em 2016. Fenati transitou então para a modesta Marinelli Snipers, ao serviço da qual alcançou o vice-campeonato de Moto3 em 2017. Uma prestação que lhe valeu a promoção à Moto2 esta época. O incidente de São Marino travou-lhe definitivamente a carreira. “Sempre foi um jovem super-temperamental, a explodir em pouca água”, recorda Rui Miguel Belmonte, jornalista especialista em motociclismo. “Claro que aquilo que ele se fez não se faz, mas sempre aconteceu. Agora tudo fica exponenciado ao máximo com a mediatização e as redes sociais”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Quem também está contra esta “crucificação” de Fenati é o mítico piloto italiano Giacomo Agostini. “Foi uma situação muito desagradável, muito perigosa e eu não consigo entender aquele gesto”, criticou a lenda do motociclismo, que disputa com Rossi o estatuto de melhor de sempre na modalidade. “Eu, pessoalmente, não estou de acordo com esta ‘guilhotina’ [perda da licença desportiva e fim de carreira] mas, pelo menos, deveria ser castigado por toda esta temporada”, defendeu aos microfones da Radio Sportiva. “Foi uma promessa, mesmo na equipa do Valentino, mas teve problemas. Parecia ter as habilidades para emergir, mas com este gesto provavelmente perderá essa possibilidade. É uma pena, mas tem de se ter cabeça para se ser piloto”, acrescentou. Um sangue frio que falta muitas vezes aos pilotos mais jovens, perante a esmagadora pressão para obterem resultados. Mas mesmo os mais veteranos e experientes não são imunes a este tipo de “apagões” cerebrais. Como confirma o próprio Valentino Rossi, que pontapeou e fez cair o espanhol Marc Márquez na penúltima corrida da temporada de 2015 na categoria-rainha de MotoGP. O italiano foi desclassificado da prova que decorria na Malásia e obrigado a partir da última posição para a corrida decisiva, em que acabaria por perder aquele que teria sido o seu 10. º título mundial. Para muitos, a pena foi demasiado leve. O estatuto também pesa no motociclismo.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
Miguel Oliveira tem pela frente mais uma recuperação épica em Silverstone
Piloto português teve a pior qualificação da temporada com o 23.º lugar para o GP da Grã-Bretanha, enquanto Francesco Bagnaia, seu principal adversário pelo título, conquistou a pole position (...)

Miguel Oliveira tem pela frente mais uma recuperação épica em Silverstone
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-11-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Piloto português teve a pior qualificação da temporada com o 23.º lugar para o GP da Grã-Bretanha, enquanto Francesco Bagnaia, seu principal adversário pelo título, conquistou a pole position
TEXTO: Miguel Oliveira (KTM) terá de protagonizar este domingo mais uma corrida épica no Grande Prémio (GP) da Grã-Bretanha para não deixar Francesco Bagnaia (Kalex) aumentar a vantagem na liderança do Mundial de Moto2. O piloto português não foi feliz no circuito de Silverstone este sábado e terminou com o 23. º tempo, a sua pior qualificação da temporada. Já o italiano ficou com a pole position. As remontadas impossíveis não são estranhas a Miguel Oliveira. No último GP dos EUA, em Abril, partiu do 12. º lugar da grelha e terminou no último lugar do pódio. No mês seguinte fez melhor: arrancou no 14. º posto e conquistou a medalha de prata no GP de Espanha. Já em Junho, atingiu a glória ao pular da 11. ª posição para o triunfo no GP de Itália. Mas o que nunca teve pela frente um desafio com a dimensão de Silverstone e numa fase tão crucial da temporada. "Apesar de me sentir bem e ter melhorado volta a volta não melhorei o suficiente e sinto-me pouco satisfeito por isso, mas há que manter a positividade. Teoricamente a corrida será em piso molhado e vamos recuperar o máximo de posições possíveis", sintetizou Oliveira à sua assessoria de imprensa no final da qualificação. A apenas três pontos do seu grande adversário pela conquista do título e com oito provas em disputa até ao final da temporada, o português não pode perder terreno nesta luta a dois. Até porque Franco Bagnaia está empenhado em não voltar a deixar-se surpreender pelo português, a quem recuperou a liderança do campeonato na última corrida. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Esta é a quarta pole do italiano, que registou a sua melhor volta com 2m08, 153s, impondo-se ao australiano Remy Gardner (Tech3), a grande surpresa na primeira linha da grelha, que alcançou pela primeira vez na sua carreira. O terceiro melhor tempo foi para o espanhol Álex Márquez, que ocupa a terceira posição do Mundial, a 76 pontos de Bagnaia e a 73 de Oliveira. Na categoria rainha de MotoGP (para onde Miguel Oliveira irá transitar na próxima época), a Ducati teve um dia memorável, colocando os seus dois pilotos oficiais nos dois primeiros lugares da qualificação. O espanhol Jorge Lorenzo ficou com a pole e o italiano Andrea Dovizioso foi o segundo mais rápido e com o francês Johann Zarco (Yamaha) a completar o pódio. Marc Márquez (irmão mais velho de Álex Márquez), que lidera destacadamente o Mundial, ficou-se pelo quinto tempo. Nada de preocupente para o espanhol da Honda, já que o seu principal perseguidor a lenda viva italiana Valentino Rossi (Yamaha), que está a 59 pontos de distância na classificação geral, não foi além do 12. º posto.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA