Em 2014, Portugal tinha 16,6% de adultos obesos
Segundo o Eurostat, a tendência para o excesso de peso aumenta com a idade e diminui com a escolaridade. (...)

Em 2014, Portugal tinha 16,6% de adultos obesos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-29 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181229210621/https://www.publico.pt/n1748165
SUMÁRIO: Segundo o Eurostat, a tendência para o excesso de peso aumenta com a idade e diminui com a escolaridade.
TEXTO: Portugal tinha, em 2014, 16, 6% de adultos obesos, um valor acima da média da União Europeia (UE 15, 9%) e a tendência para o excesso de peso aumenta com a idade e diminui com a escolaridade, divulga nesta quinta-feira o Eurostat. Em Portugal, a maior taxa de obesidade era as pessoas entre os 65 e os 74 anos (22, 1%), seguindo-se o grupo entre os 45 e os 64 anos (21, 9%) e o das pessoas com mais de 75 anos (16, 7%). Entre os 18 e os 24 anos a taxa de obesidade era, em 2014, de 5, 7% e a das pessoas entre os 25 e os 34 anos de 9, 4%. Na média da UE, a taxa de obesidade mais alta é também registada entre as pessoas na faixa etária 65-74 anos (22, 1%), seguindo-se a do grupo 45-64 (19, 6%), a das pessoas a partir dos 75 anos (17, 3%), a do grupo entre os 35 e os 44 (14, 2%) e as faixas etárias 29-34 (9, 9%) e 18-24 (5, 7%). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Analisando por nível de escolaridade, a taxa mais alta, em Portugal, era de 20, 9% para as pessoas com mais baixa educação, seguindo-se as de média educação (10, 7%) e as que têm um nível alto de educação (8, 6%). A média da UE é, respectivamente, de 19, 9%, 16, 0% e 11, 5%. Analisando por género, há mais obesidade entre as mulheres (17, 8%) do que nos homens (15, 3%), valores que contrariam a média europeia (16, 1% de homens obesos e 15, 7% de mulheres). Considera-se obesa a pessoa cujo índice de massa corporal é superior a 30.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
BE quer lei de bases para uma alimentação adequada
Projecto de lei será entregue nesta segunda-feira na Assembleia da República. Deputado Carlos Matias fala de um “trabalho pioneiro”, aberto a contributos. (...)

BE quer lei de bases para uma alimentação adequada
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.177
DATA: 2018-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Projecto de lei será entregue nesta segunda-feira na Assembleia da República. Deputado Carlos Matias fala de um “trabalho pioneiro”, aberto a contributos.
TEXTO: O Bloco de Esquerda escolheu o simbolismo do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que se assinala esta segunda-feira, para apresentar a Lei de Bases do Direito Humano à Alimentação Adequada, um documento que, para além de enunciar e estabelecer um conjunto de princípios e de conceitos, “tem a particularidade de ancorar todo o sistema nacional de segurança alimentar e nutricional”. “Esta lei promove uma revisão da legislação em vigor, por forma a adequá-la aos novos desafios no sector da alimentação, a uma maior coordenação e alinhamento das políticas sectoriais em vigor e a promover um sistema nacional para a promoção da segurança alimentar e nutricional”, lê-se no projecto de lei que será entregue nesta segunda-feira, na Assembleia da República. “O que este documento tem é a particularidade de ancorar todo este sistema nacional para a segurança alimentar e nutricional, fazendo depender directamente do primeiro-ministro ou do ministro do ministro-adjunto por envolver, de uma forma transversal, as mais diversas áreas de governação”, afirma ao PÚBLICO Carlos Matias. O deputado do BE diz tratar-se de um “trabalho pioneiro”, que está a aberto a contributos das instituições ligadas ao sector, e reafirma a vantagem de o projecto ficar "ancorado ao mais elevado nível, de modo a que tenha força política para que seja, efectivamente, implementado e para que haja uma tutela política com suficiente autoridade para mobilizar recursos de uma forma transversal nas mais diversas áreas”. Para o BE, o Estado deve adoptar as políticas e acções necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população”, mas não só. “É obrigação do Estado respeitar, proteger, promover, regular, informar, monitorizar, fiscalizar e avaliar a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada, bem como garantir os mecanismos para a sua exequibilidade e tutela”, frisa-se no documento que será discutido, ao final da tarde desta segunda-feira, num seminário, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no qual o deputado Carlos Matias marcará presença. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A nível das obrigações do Estado, compete a este, em matéria de segurança alimentar nutricional, “assegurar uma oferta estável de alimentos, em particular de alimentos saudáveis, a um preço justo e acessível, tendo em conta os rendimentos mínimos da população” e “definir os grupos de atenção prioritária e/ou vulneráveis em matéria alimentar e definir as medidas de protecção especial para a garantia do direito humano a uma alimentação adequada”. A lei adverte que “é proibida qualquer discriminação directa ou indirecta, por razão de excesso de peso, obesidade e/ou magreza, motivada pela má nutrição ou distúrbios alimentares, devendo as autoridades corrigir eventuais situações e contextos de desigualdade”. Ainda em relação aos grupos vulneráveis, o BE aponta que “as autoridades nacionais em matéria de segurança alimentar e nutricional devem eliminar e prevenir todas as formas de discriminação contra grupos inseridos num contexto de vulnerabilidade, nomeadamente idosos, mulheres e crianças, criando programas intersectoriais e serviços de apoio para nivelar o acesso aos alimentos”. Relativamente à alimentação escolar, a lei de bases destaca que “os programas de alimentação e saúde escolar contribuem para a realização do direito à alimentação das crianças, permitindo o crescimento e desenvolvimento integral dos estudantes, nomeadamente no processo de aprendizagem, rendimento escola e na educação alimentar e nutricional”. Paralelamente, refere que a alimentação escolar “é uma obrigação das autoridades públicas” e que o “Estado deve assegurar condições para que as cozinhas e refeitórios próprios das escolas sejam o local preferencial de confecção das refeições escolares”.
REFERÊNCIAS:
Partidos BE
Asia Argento, voz das denúncias MeToo, pagou a jovem actor que a acusou de violação
Jimmy Bennett acusa actriz de "agressão sexual" quando tinha 17 anos. Argento é um dos rostos do movimento de denúncia pós-Weinstein, e vê-se agora confrontada com a revelação de que terá recorrido a práticas similares às de muitos dos acusados dos últimos meses. (...)

Asia Argento, voz das denúncias MeToo, pagou a jovem actor que a acusou de violação
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jimmy Bennett acusa actriz de "agressão sexual" quando tinha 17 anos. Argento é um dos rostos do movimento de denúncia pós-Weinstein, e vê-se agora confrontada com a revelação de que terá recorrido a práticas similares às de muitos dos acusados dos últimos meses.
TEXTO: Uma das vozes mais proeminentes na denúncia dos actos do produtor Harvey Weinstein é acusada de “agressão sexual” e, segundo o New York Times, de ter chegado a acordo e pago ao rapaz de 17 anos que diz ter sido sua vítima para não revelar uma imagem íntima dos dois. Asia Argento, actriz e realizadora, viu-se envolvida no processo judicial pouco depois da eclosão do movimento #MeToo e percorreu parte de um caminho, embora sem tentativas de total silenciamento, similar ao que muitos dos acusados de assédio sexual fizeram: um alegado acto sexual no âmbito de uma relação de poder desequilibrada e um acordo legal posterior para tudo abafar. Jimmy Bennett tem hoje 22 anos e é um jovem actor e músico conhecido, entre outros papéis, por ter interpretado parte da história ficcional da conturbada personagem literária JT Leroy no filme The Heart Is Deceitful Above All Things (2004), realizado, protagonizado e co-escrito por Asia Argento. Quando tinha 17 anos acabados de fazer, e Argento tinha 37 anos, envolveram-se sexualmente e, como sublinha o New York Times, a idade legal para relações sexuais consentidas na Califórnia, onde se encontraram, é de 18 anos. Bennett diz ter ficado prejudicado emocional e profissionalmente. Tinha interpretado o papel de filho da personagem de Argento no filme de 2004 e sentia que tinha "desabrochado uma relação mãe-filho da sua experiência juntos", segundo os documentos agora revelados. A italiana, filha do cineasta de culto Dario Argento e namorada do divulgador de cozinha Anthony Bourdain, que se suicidou em Junho, é um dos rostos do momento MeToo e das suas complexas dinâmicas. O que constitui consentimento, as relações de poder entrelaçadas com questões laborais ou etárias, o género e as fronteiras da má conduta e do crime legalmente perfilado são alguns dos temas que o mundo passou a discutir. A credibilidade das vítimas também. Em Outubro de 2017, Argento é um dos nomes que a revista New Yorker destaca na sua investigação ao padrão de alegados comportamentos de violência sexual e assédio laboral de Harvey Weinstein, alguém que diz ter sido forçada ao sexo com o produtor e depois ter mantido uma relação intermitente com ele por medo de retaliações na sua carreira. Argento tinha 21 anos e sentiu que ele podia “esmagá-la”, manteve relações esporádicas com ele porque sentia “que tinha de o fazer”. A investigação da New Yorker, que sucede à do New York Times que tudo desencadeou a 5 de Outubro de 2017, focava-se no padrão de “acordos judiciais de sigilo, pagamentos e ameaças legais” que Weinstein, o rosto do que viria a ser um padrão generalizável a outras figuras e indústrias, aplicava depois de cometer os alegados actos de assédio. Vinte e um anos depois, Argento tornou-se uma voz bem audível do momento de ajuste de contas sobre as violentas relações de poder entre géneros na sua indústria, e também uma figura vilipendiada na opinião pública do seu país natal, por exemplo. Em Maio, no Festival de Cannes, fez um inflamado discurso contra o assédio e recordou que fora ali que o seu caso tinha começado. Agora, a própria surge como agressora quando Jimmy Bennett relata, em documentos legais enviados por fonte anónima ao New York Times, ter sido violentado num quarto de hotel em 2013 pela realizadora a quem chamava “mamã” nas redes sociais. Depois de ver como “Argento se tornou central como uma das muitas vítimas de Harvey Weinstein”, diz o seu advogado Gordon K. Sattro, os seus sentimentos quanto a um encontro que o deixou “extremamente confuso, mortificado e enojado” emergiram e decidiu agir. Inicialmente ia processá-la, depois chegaram a acordo. Que implica que ele não pode processá-la, mas que pode falar sobre o caso. O caso terminou com um acordo judicial que não se perfila como um “non-disclosure agreement”, que silencia as partes envolvidas, mas que impede a divulgação de uma de vária selfies em tronco nu do par deitado na data da alegada agressão sexual – e que o New York Times recebeu juntamente com a documentação legal agora vinda a público – e que Bennett processe Argento. “No fim de contas, você decidiu não usar a linguagem de acordos de sigilo porque sentia que era inconsistente com as mensagens públicas que tem transmitido sobre os danos sociais dos acordos de não-divulgação”, escreveu Carrie Goldberg, a advogada da própria Argento, numa carta à actriz em que discutiam os termos do acordo. Jimmy Bennett, que tal como Argento não comentou a notícia do New York Times, receberá 332 mil euros da actriz e realizadora, 175 mil euros dos quais já foram pagos em Abril. O actor e músico pedia inicialmente 3 milhões de euros de compensação por danos emocionais intencionalmente infligidos, agressão e perda de oportunidades profissionais. Segundo o New York Times, o jovem actor e músico tinha acumulado 2, 3 milhões de euros de rendimentos nos cinco anos anteriores ao encontro sexual com Argento e desde então os seus rendimentos baixaram para cerca de 52 mil euros por ano. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A verba paga é descrita pela advogada como destinando-se a “ajudar Bennett”. Dirigindo-se ao actor e músico, a carta indica ainda: “Esperamos que nada como isto te volte a acontecer. És um criador poderoso e inspirador e é uma miserável condição da vida que se viva entre pessoas merdosas que atacam tanto os teus pontos fortes quanto as tuas fraquezas”. O encontro sexual terá ocorrido em Maio de 2013, no quarto de hotel de Argento na Califórnia, onde Bennett chegou com um familiar que foi convidado a sair para que os dois ficassem a sós. O New York Times relata, a partir de documentos que confirmou serem verdadeiros, que Argento deu bebidas alcoólicas a Bennett e que lhe mostrou algumas notas sobre um trabalho futuro para o qual iria convidá-lo, segundo indiciam posts nas redes sociais de ambos. “Depois beijou-o, empurrou-o para a cama, retirou-lhe as calças e efectuou sexo oral. Subiu para cima dele e os dois tiveram relações sexuais, diz o documento”, citado pelo New York Times. Entretanto, dois momentos judiciais pós-MeToo terão lugar em Setembro, quando Harvey Weinstein começar a ser julgado por seis crimes sexuais de que é acusado por três mulheres. Outro dos símbolos indirectos do momento MeToo, Bill Cosby, cujo padrão de alegadas agressões sexuais tinha sido exposto nos media sem consequências legais, tornou-se em Abril no primeiro caso de justiça revista no clima MeToo, quando foi condenado por drogar e violar Andrea Constand depois de a mesma acusação ter terminado sem veredicto meses antes do caso Weinstein. A sua sentença será lida a 24 de Setembro.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime filha violência filho sexo medo género sexual mulheres assédio
O fim do Brasil
Bela iniciativa de Francisco José Viegas, da editora Elsinore e da Câmara Municipal de Matosinhos, que patrocina esta edição: dezoito poetas, todos com obra iniciada já neste século, que dão uma ideia nítida do melhor e do mais original que se escreve hoje em português do outro lado do Atântico. (...)

O fim do Brasil
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-05-03 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170503083331/https://www.publico.pt/n1767061
SUMÁRIO: Bela iniciativa de Francisco José Viegas, da editora Elsinore e da Câmara Municipal de Matosinhos, que patrocina esta edição: dezoito poetas, todos com obra iniciada já neste século, que dão uma ideia nítida do melhor e do mais original que se escreve hoje em português do outro lado do Atântico.
TEXTO: O contacto português com a poesia escrita no Brasil é suficientemente escasso e irregular para devermos saudar a bela iniciativa de Francisco José Viegas, da editora Elsinore e da Câmara Municipal de Matosinhos, que patrocina esta importante edição. Os dezoito poetas aqui reunidos, todos com obra iniciada já neste século, dão, sem dúvida, uma ideia nítida do melhor e do mais original que se escreve hoje em poema e em português do outro lado do Atlântico. Não esgota (nem pretenderia fazê-lo) o que haveria para antologiar ao nível mais alto dum universo tão amplo, mas encaminha bem aqueles leitores que, a partir daqui, queiram prolongar a descoberta. E, para muitos, será mesmo de descoberta que se trata, pois quantos, por cá, já lemos Tatiana Pequeno, Alice Sant’Anna, Diego Callazans, Maíra Ferreira ou Nina Rizzi?Haverá talvez mais hipóteses de já se conhecer alguma coisa de Luis Maffei ou de Roberta Ferraz, mas mesmo um poeta que tem passado parte da sua vida em Portugal, como Luca Argel, será familiar a poucos. E o humor desconcertante de Luca Argel, que, nascido em 1988, se estreou em livro em 2012, é do melhor que podemos ler “naquela língua”. E é também um dos poetas que menos dá a impressão de escrever noutra coisa que não seja, afinal, nesta língua que falamos, ainda que com um pouco mais de gerúndio que o habitual. Irá isso impedir-nos de admirar versos como estes: “o esforço para ser sábio/é como um adulto tentando com muita perícia e concentração imitar / um desenho de criança”?Seleção e Organização: Francisco José Viegas ElsinoreSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Francisco José Viegas optou por não procurar traço comum, de geração, de tendência ou de movimento, nesta centena e tal de poemas, 25 dos quais inéditos. Na introdução, enfatiza a “diversidade de vozes” e defende a ideia da poesia de hoje como “meio atomizado e individualizado” que enquanto tal se deve respeitar. A antologia será uma “mostra” de indivíduos e nada mais, ficando para o leitor qualquer outra conexão de sentido. Uma dessas conexões salta, porém, à vista: o pior que um leitor poderia fazer seria procurar aqui poemas que façam do Brasil o seu tema ou o seu pretexto. Mesmo o rasto da diferença linguística é pouco sensível no idioma poético destes dezoito escritores. Se uma ideia do século XX quis que poesia no Brasil fosse poesia do Brasil, dessa herança já não sobra legatário. Isso não bastará para definir uma geração, mas basta para situar uma condição: a mesma de todos os que escrevendo são, no mínimo, leitores poliglotas globalizados, ligados à sua língua pela mediação de códigos que diariamente traduzem e decifram. Ou não conseguem decifrar. Um poema de Annita Costa Malufe (nascida em 1975, tem vários livros editados na chancela 7Letras) diz, desde o título que cita Clarice Lispector — “O que falo nunca é o que falo” —, a experiência dessa nova cacofonia de onde o poema também nasce sem poder designar o que comunica nem indicar a quem o comunica: “o que falo nunca é o que falo/e sim outra coisa ouve-me ouve-me / daí deste silêncio deste longe longe / a primeira vez que ouvi foi isto longe”. Igualmente em Laura Assis, nascida em 1985, podemos ler o compromisso do poema com o segredo que percorre o próprio trajecto das palavras e que devolve a língua, qualquer língua, ao estado opaco e esquivo de coisa nunca dominada; isto é, o laço reiterado entre o poético e “essa matéria / invisível / inventando desvios / nas palavras / que você ainda / não aprendeu / a dizer. ” Noutro poema, Laura Assis expõe a consequência dessa sabedoria supracultural e supralinguística para as próprias pretensões que fundaram as mais altas ambições da poesia moderna: “Talvez ler / o livro do mundo / seja também / saber perdê-lo. ”Do livro do mundo que nunca se queria perder fazia parte aquele mapa que identificava e atribuía, a cada um, a nação a que pertencia, de onde vinha e a que deveria sempre regressar. Aqui, um tal mapa é tão inútil como aquele táxi que, num poema de Alice Sant’Anna (nasceu em 1988 e o seu livro mais recente, editado em 2016, chama-se Pé do ouvido), “não tem serventia/se não puder tomar o caminho que leva / ao ponto mais alto / de onde se vê a curvatura da terra”. Poesia à escala da terra não é, porém, necessariamente descida ao fundamento ou celebração de qualquer humanismo festivo. Ana Guadalupe, no inédito Allan Kardec, mostra-se mais sensível à rotina e à chatice quotidiana, imaginando-as com leveza bem-humorada de um ponto de vista pseudo-espírita: “espírito que observa este mundo / do sofá empoeirado da dimensão paralela / que dia chato / e longo / deve ser o seu / que programação / repetida / preparamos / este ano // são tantas cenas de ronco e banho”. O segundo livro desta poeta nascida em Londrina, em 1985, traz no título — Não conheço ninguém que não seja artista (editora Confeitaria, 2015) — a ironia realista que a carateriza e que mais se agrava quanto este é, afinal, um livro de artista feito em parceria com a fotógrafa Camila Svenson. Dois terços da poesia representada nesta antologia são escritos por mulheres. Nem isto é insignificante do ponto de vista histórico, nem deixa de pesar numa enunciação sexualizada que sobressai regularmente até ao poema Assinatura, de Tatiana Pequeno (“a urna avermelhada que trago/por dentro da costura deixa / aberta a poça que me sai de / baixo e o ventre é de onde partem os naufrágios quando / mudas as viagens trazem o mar”, etc. ). Citando mais um título — o do primeiro livro de Maria Rezende —, há aqui um “Substantivo feminino” a insinuar-se no futuro cânone da língua. (O Brasil poético vai, dir-se-ia, sabotando o actual Brasil político. ) Nada de mais: cânone poético, se existe, não tem dono nem teve nunca. Como escreve Diego Callazans (Ilhéus, 1982), “não sou senhor sequer / do corpo que me veste”, dístico pseudo-platónico que aponta à minoria masculina um espírito sem pretensão de soberania. Em poesia, isso conta: encontrar para o “homem” um nome que não pese.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração homem criança minoria mulheres corpo
Bruno de Carvalho foi a personalidade portuguesa mais pesquisada no Google em 2018
Além de celebridades, o pódio das buscas é ocupado por muitas perguntas. O Tinder gerou mais confusão do que a entrega do IRS. (...)

Bruno de Carvalho foi a personalidade portuguesa mais pesquisada no Google em 2018
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-12-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Além de celebridades, o pódio das buscas é ocupado por muitas perguntas. O Tinder gerou mais confusão do que a entrega do IRS.
TEXTO: Destituído da liderança do Sporting e detido durante dias, Bruno de Carvalho não teve um ano fácil, mas acaba 2018 no lugar cimeiro do Google. De entre as personalidades portuguesas, o nome do antigo director do Sporting foi o mais pesquisado no motor de busca em Portugal. A lista de pesquisas do ano inclui ainda nomes como a cantora Maria Leal, a apresentadora da RTP Helena Ramos, que morreu este ano com 64 anos, e o futebolista Rui Patrício. Como é hábito, a menos de um mês do final do ano, o Google faz o balanço de como as suas ferramentas foram usadas nos últimos 12 meses. Recentemente, divulgou a lista dos vídeos mais populares no YouTube. A nível global, a personalidade mais pesquisada foi Meghan Markle, a antiga actriz norte-americana que se tornou membro da família real britânica depois de se ter casado com o príncipe Harry. Mas não são só celebridades que levam os portugueses ao Google. O pódio das buscas também é ocupado por muitas perguntas, com o Tinder a gerar mais confusão do que os impostos: em 2018, “como funciona o Tinder?”, foi mais pesquisado do que “como preencher o IRS?” Mas a questão mais perguntada ao Google foi “como fazer slime?” Trata-se de uma massa pegajosa que é usada como um método de relaxamento (de forma semelhante a uma bola anti-stress), em milhares de vídeos virais da Internet. O Google explica que a lista é “um olhar anual para o top de tendências na pesquisa”. Baseia-se em múltiplas fontes, incluindo a ferramenta Google Trends, que pode ser consultada por qualquer pessoa e mostra as pesquisas mais populares, a nível global, ao longo do tempo. “Analisamos a agregação de biliões de pesquisas ao longo do ano. As tendências geralmente identificam melhor aquilo que chamou mais a atenção das pessoas”, lê-se no comunicado do Google. Variações da mesma pesquisa, ou as pesquisas para aceder a ferramentas online (por exemplo “gmail iniciar sessão” ou “facebook”) são desclassificadas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em Portugal, as notícias que geraram mais interesse foram o incêndio de Monchique, as eleições no Brasil, e o furacão Leslie, que em Portugal levou vários eventos a serem cancelados. Os óbitos também marcaram as pesquisas dos portugueses: a lista de nomes estrangeiros mais pesquisados em Portugal inclui várias personalidades que morreram em 2018. Entre elas, o músico sueco Avicci, o criador dos heróis da Marvel, Stan Lee, o cantor Mac Miller, e o chef e apresentador de televisão Anthony Bourdain. A nível global, o Mundial de futebol, o furacão Florence e o casamento real britânico, foram alguns dos eventos mais pesquisados do ano.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave casamento cantora
O NOS Alive começa agora, completamente esgotado
Desta quinta-feira a sábado, o festival que existe desde 2007 volta ao Passeio Marítimo de Algés com nomes como Arctic Monkeys, Nine Inch Nails, Bryan Ferry, Queens of the Stone Age ou Pearl Jam. (...)

O NOS Alive começa agora, completamente esgotado
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-12-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Desta quinta-feira a sábado, o festival que existe desde 2007 volta ao Passeio Marítimo de Algés com nomes como Arctic Monkeys, Nine Inch Nails, Bryan Ferry, Queens of the Stone Age ou Pearl Jam.
TEXTO: Os bilhetes para edição deste ano do NOS Alive, que foi organizado pela primeira vez em 2007, ainda sob o nome de “Oeiras Alive”, estão esgotados desde Junho. Quem conseguiu bilhete para o festival que volta ao Passeio Marítimo de Algés entre esta quinta-feira e sábado poderá ver inúmeros concertos, espalhados por seis palcos – e mesmo no sétimo palco do festival, aquele dedicado à comédia, que terá uma intervenção do artista Bordalo II, também haverá música ocasionalmente. Logo no dia de abertura, o palco principal inicia a sua actividade ao som do português Miguel Araújo. Segue-se-lhe Bryan Ferry, que outrora foi a voz dos Roxy Music. O britânico, que cultiva uma imagem de dandy desde os tempos da banda que acabou em 1983 e voltou a juntar-se nos anos 2000, estando agora parada, não lança material novo desde Avonmore, disco a solo com quatro anos. Mas as maiores estrelas da noite são compatriotas de Ferry, com membros nascidos já depois de a banda do cantor ter encerrado actividade nos anos 1980. São os Arctic Monkeys de Alex Turner, que regressaram este ano com Tranquility Base Hotel & Casino, o sexto álbum e o primeiro em cinco anos, um disco conceptual sobre uma estância de luxo na lua. No mesmo dia, também no palco principal e sem sair das ilhas britânicas, actuam os Snow Patrol, que lançaram Wilderness em Maio, e os norte-americanos Nine Inch Nails, as lendas do rock industrial dos anos 1990 que se mantiveram no activo nas décadas seguintes. A banda de Trent Reznor, que começou dois anos após Alex Turner ter nascido, também não editava desde 2013, tendo posto cá fora Bad Witch, o nono álbum, no mês passado. O rock e seus derivados são os reis do palco principal. Reis, não rainhas: salvo excepções, a maioria das vozes que se ouvirão por lá serão de homens brancos. Ainda na quinta-feira, as atracções no Palco Sagres incluem o fenómeno britânico Sampha, que canta, toca, compõe e produz, bem como o norte-americano Khalid, o cantor de 20 anos que vem do Texas e se tornou um fenómeno. Além deles, os também britânicos Friendly Fires, que fazem indie-rock de dança. À tarde actua a argentina Juana Molina, que já foi uma das cómicas mais populares do seu país de origem e toca folk intimista misturada com electrónica. Já no Palco NOS Clubbing, entre nomes portugueses que incluem D’Alva, o rapper Papillon, os PAUS a colaborar com o rapper Holly Hood e os Orelha Negra, actuará, depois das três da madrugada, a britânica SOPHIE. Sexta-feira é a noite do hard/stoner rock dos Queens of the Stone Age, cujo Villains saiu no ano passado. A banda de Josh Homme actua depois de The National, que continuam a gozar de enorme popularidade entre os portugueses e lançaram Sleep Well Beast, que ganhou um Grammy, em 2017. A seguir a eles, os britânicos Two Door Cinema Club. Isto no Palco NOS, o principal, por onde passarão também Future Islands, Portugal. The Man, Black Rebel Motorccle Club e The Kooks, por exemplo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No Palco Sagres, o duo canadiano de indie/punk rock Japandroids, o trio de synth-pop escocês CHVRCHES, as lendas do indie-rock de Nova Jérsia Yo La Tengo e os norte-americanos Eels, que voltaram recentemente ao activo com The Deconstruction. O Palco NOS Clubbing é dedicado à Enchufada, de Branko, com os congoleses KOKOKO! como um dos chamarizes. E é o único dia em que o Palco Comédia tem um nome internacional: o britânico Simon Day, que fez parte do elenco do programa de sketches The Fast Show. No coreto, há um cartaz encabeçado por mulheres portuguesas: Surma, Minta & The Brook Trout, (Sónia) Bernardo e Beatriz Pessoa. O festival despede-se no sábado, com os veteranos Pearl Jam, que estão a preparar o sucessor de Lightning Bolt, de 2013. Será o 11. º disco de estúdio da banda de Seattle. No mesmo palco tocam também os seus conterrâneos Alice in Chains, para quem os Pearl Jam chegaram a abrir há várias décadas, e que têm para sair Rainier Fog, o sexto álbum, o terceiro desde que Layne Staley, o vocalista, morreu em 2002. A noite do palco principal é também de Jack White, o ex-White Stripes que editou Boarding House Reach, o terceiro disco a solo, este ano, dos escoceses Franz Ferdinand e dos norte-americanos The Last Internationale. Nos outros palcos, os lendários At The Drive-In, que voltaram a reunir-se pela segunda vez em 2016 e editaram in•ter a•li•a no ano passado, actuam no Palco Sagres, tal como Mallu Magalhães, Perfume Genius, MGMT e Clap Your Hands Say Yeah. No NOS Clubbing, há espaço para a colombiana Lao Rao, duo britânico Monarchy e os portugueses Bateu Matou, Throes + the Shine ou Xinobi.
REFERÊNCIAS:
Étnia Escoceses
Se tivessem o dinheiro da câmara, os jovens lutariam contra o plástico nos oceanos
Câmara de Lisboa foi à Secundária de Benfica dar a conhecer a 11ª edição do Orçamento Participativo, cuja entrega de propostas termina sexta-feita. Num orçamento “a brincar”, alunos escolheram ver instaladas redes nos esgotos da cidade para impedir que chegue mais plástico ao oceano. (...)

Se tivessem o dinheiro da câmara, os jovens lutariam contra o plástico nos oceanos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-12-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Câmara de Lisboa foi à Secundária de Benfica dar a conhecer a 11ª edição do Orçamento Participativo, cuja entrega de propostas termina sexta-feita. Num orçamento “a brincar”, alunos escolheram ver instaladas redes nos esgotos da cidade para impedir que chegue mais plástico ao oceano.
TEXTO: Quando lhes perguntaram se já tinham ouvido falar alguma vez do Orçamento Participativo de Lisboa, nenhum braço se levantou. Os alunos da Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica, nunca tinham ouvido falar deste projecto da autarquia da capital que todos os anos convoca os lisboetas (e não só) a pensar a cidade e a apresentarem projectos que a melhorem. Este ano, ao fim de dez edições, a câmara de Lisboa entendeu que o OP estava a passar ao lado dos mais jovens, dos mais velhos e das comunidades migrantes. E por isso baixou a idade mínima para a apresentação e votação das ideias dos 18 para os 16 anos. E foi ter com estas populações às universidades seniores, às escolas secundárias e aos centros de apoio a migrantes. Foi com esse objectivo — o de “captar a participação de grupos de população tradicionalmente mais afastados deste tipo de processos de cidadania activa” — que esta sessão na Secundária de Benfica se fez. O desafio parecia simples: “É só ter ideias para Lisboa”. Cerca de 80 alunos puseram-se pensar do que gostariam de melhorar na cidade. No meio do burburinho e da discussão com os colegas do lado, lá foram escrevendo que novos equipamentos gostariam de ter na cidade num formulário entregue pelos técnicos da autarquia. Depois, todas essas ideias foram recolhidas e colocadas numa caixa. Escolheram-se, à sorte, cinco ideias. Mariana quer que os motociclos passem a poder circular nas faixas BUS, para que a condução seja mais segura e para que as motas mais antigas como a dela, “que produzem muito dióxido de carbono”, não fiquem no pára-arranca e poluam, assim, ainda mais o ambiente. Beatriz quer mais parques, “zonas abertas” da cidade, com internet grátis. Matilde propôs que fossem criadas mais ciclovias e Rodrigo quer mais espaços verdes. Já Catarina quer reduzir a poluição dos mares. Para isso sugere que sejam colocadas redes nos tubos de esgotos para evitar que mais embalagens de plástico cheguem ao oceano. No final, cada aluno votou na ideia que gostaria de ver concretizada. Ganhou, por larga maioria, a ideia de Catarina, a de “filtrar a água” na rede de esgotos. Foi tudo uma simulação, apenas para estes alunos ficarem a perceber como se processa, afinal, o OP de Lisboa. No entanto, as ideias de todos os alunos vão ser inseridas na plataforma do OP, para depois serem sujeitas a uma “avaliação técnica” pelo município para aferir a possibilidade de serem ou não executadas — aeroportos e pontes sobre o Tejo, como já foi proposto, fogem da esfera de actuação da autarquia. Este ano, haverá também mudanças na avaliação dos projectos. Das 24 freguesias lisboetas, 12 quiseram envolver-se na avaliação dos projectos. A autarquia quis também aproximar-se de outros públicos, como os seniores e os migrantes. São normalmente grupos que não participam, diz Miguel Graça, assessor do vereador das Finanças João Paulo Saraiva. A avaliar pelas dez edições passadas, quem apresenta propostas são geralmente pessoas entre os 30 e os 50 anos — entre homens e mulheres é muito equilibrado, diz —, com ensino secundário ou superior, sendo que cerca de 75% residem em Lisboa. A apresentação de propostas termina esta sexta-feira. Serão depois avaliadas e postas à votação no dia 1 de Março até 21 de Abril. Até esta quarta-feira tinham entrado 342 propostas. À semelhança das edições anteriores, há 2, 5 milhões para estas ideias saírem do papel. Em dez anos, segundo dados da autarquia, foram apresentadas 6204 propostas. Destas, foram postas a votação 1957, sendo que 120 são projectos vencedores. No total, foram investidos 33, 8 milhões de euros. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Miguel Graça diz que estão concluídas ou em obra 78% das ideias vencedoras. “Há propostas que têm alguma complexidade. Há obras que se inserem noutras intervenções maiores. As coisas são articuladas”, diz, justificando assim a demora no arranque de algumas obras. Outro propósito desta edição do OP é que haja mais propostas verdes. Com os olhos postos na Lisboa Capital Verde Europeia 2020, a autarquia comprometeu-se a sensibilizar os cidadãos para que apresentem propostas “que foquem, explorem, demonstrem e valorizem a sustentabilidade ambiental, a optimização de recursos energéticos, a diminuição da utilização de plástico, etc. ”. A avaliar por algumas das ideias lançadas esta quarta-feira pelos estudantes haverá várias propostas com "selo verde" a votação.
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Palavras-chave homens escola mulheres
Râguebi oferece a Frederico Varandas o primeiro título no Sporting
A equipa feminina sportinguista conquistou nesta sexta-feira a Supertaça após derrotar a Agrária de Coimbra. (...)

Râguebi oferece a Frederico Varandas o primeiro título no Sporting
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.175
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: A equipa feminina sportinguista conquistou nesta sexta-feira a Supertaça após derrotar a Agrária de Coimbra.
TEXTO: O râguebi feminino do Sporting garantiu nesta sexta-feira a Frederico Varandas o seu primeiro título como presidente numa modalidade colectiva, após a formação “leonina” conquistar a Supertaça nas Caldas da Rainha. No jogo decisivo, as “leoas” derrotaram a Agrária de Coimbra, por 37-0. A equipa sportinguista, actual campeã nacional, acabou por confirmar o favoritismo e conquistou a Supertaça, que no ano passado tinha sido vencida pelo Benfica, com dois triunfos por larga margem. No primeiro jogo, as “verdes e brancas” derrotaram a equipa conjunta do Cascais e Escolinha de Rugby da Galiza, por 31-0. Na outra meia-final, o embate entre a Agrária de Coimbra e o Benfica foi o mais equilibrado do dia, acabando com o triunfo da formação de região Centro, por 14-5. Na partida decisiva, a supremacia “leonina” foi clara, e o Sporting não sentiu grandes dificuldades, conquistando o troféu com um triunfo, por 37-0. Este foi o primeiro título de uma modalidade colectiva do Sporting desde que Frederico Varandas tomou posse. Curiosamente, o primeiro troféu conquistado por Bruno de Carvalho enquanto líder do Sporting também tinha sido no râguebi, depois da equipa masculina dos “leões” conquistar a 27 de Abril de 2013 o título de campeão da II Divisão.
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Palavras-chave rainha
Belenenses conquista a Supertaça de râguebi
Duas semanas após sagrarem-se campeões nacionais, os “azuis” venceram o troféu após bateram a Académica, por 30-20. (...)

Belenenses conquista a Supertaça de râguebi
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.566
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Duas semanas após sagrarem-se campeões nacionais, os “azuis” venceram o troféu após bateram a Académica, por 30-20.
TEXTO: O Belenenses conquistou nesta sexta-feira, nas Caldas da Rainha, a Supertaça de râguebi após derrotar a Académica, por 30-13. A formação do Restelo, que há duas semanas tinha assegurado pela sétima vez o título nacional, foi superior aos “pretos” e contou com a inspiração dos irmãos Marta, autores de 25 dos 30 pontos dos “azuis”, para vencer pela quarta vez o troféu. Após um final de época 2017-18 muito conturbado, originado pelas agressões entre adeptos e jogadores durante a partida entre Agronomia e GD Direito da meia-final do campeonato nacional, o que deu origem a um imbróglio jurídico que levaria em Julho ao pedido de demissão de Luís Cassiano Neves do cargo de presidente da Federação Portuguesa de Rugby, o ritmo das competições nacionais retomou a sua normalidade e foi aproveitado pelo Belenenses que, num ápice, conquistou dois títulos. A Académica, que tinha vencido a Taça de Portugal, até entrou melhor no jogo e colocou-se em vantagem, por 3-0, com uma penalidade do abertura australiano Adam Danckert, mas quase de imediato Manuel Marta começou a destacar-se. O jovem defesa português empatou a partida aos 19’ e, quatro minutos depois, fez o primeiro ensaio do encontro, colocando os “azuis” a venceram por 10-3. Danckert ainda reduziu para 10-6, mas em cima do intervalo Marta voltou a fixar a vantagem dos campeões nacionais em sete pontos: 13-6. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Na segunda parte, apesar de estar a jogar contra o vento, o Belenenses acabou por cimentar o seu domínio. Aos 46’, após conquistarem uma formação-ordenada favorável à Académica a cinco metros da linha de ensaio dos “pretos”, os “azuis” conseguiram chegar ao segundo ensaio, pelo terceira-linha Tomás Sequeira (20-6). A Académica ainda reagiu e conseguiu o seu primeiro toque de meta aos 52’, após o chileno Lucas Bordigoni finalizar um bom “maul” dos conimbricenses, mas uma dezena de minutos depois, o internacional sub-20 português Rodrigo Marta fez o terceiro ensaio da equipa do Restelo (30-13). Com o jogo resolvido, os “pretos” não deixaram de lutar e na “bola de jogo” da partida, conseguiram o segundo ensaio, fixando o resultado final em 30-20.
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Palavras-chave rainha
Quando a moda saiu do estúdio
Nos anos 30, Norman Parkinson quis “tirar o perfume carregado da fotografia” de moda de então. Um panorama demasiado sisudo para um fotógrafo que, mal saiu do estúdio, procurou o quotidiano e a realidade exterior para comunicar a classe, a criatividade e o esplendor da moda. Quase seis décadas de trabalho que pode ser apreciado no Centro Cultural de Cascais, até 20 de Janeiro. (...)

Quando a moda saiu do estúdio
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nos anos 30, Norman Parkinson quis “tirar o perfume carregado da fotografia” de moda de então. Um panorama demasiado sisudo para um fotógrafo que, mal saiu do estúdio, procurou o quotidiano e a realidade exterior para comunicar a classe, a criatividade e o esplendor da moda. Quase seis décadas de trabalho que pode ser apreciado no Centro Cultural de Cascais, até 20 de Janeiro.
TEXTO: Habituado aos panos de fundo e aos ambientes claro-escuro de estúdio muito controlados, a ideia de pisar o mundo exterior com uma câmara fotográfica às costas começou por aterrorizar Norman Parkinson. O desafio foi-lhe lançado em 1935 pela revista Harper’s Bazaar, já contaminada pelo “realismo em movimento” de Martin Munkacsi (1896-1963), que viria a fazer escola na fotografia de moda. Mas, passado esse susto inicial, Parkinson, criador de algumas das mais icónicas fotografias de moda do século XX, tomou-lhe o gosto e deixou de ter dúvidas sobre o que queria fazer para o resto da vida, sobretudo quando se sentiu encantado por uma das suas imagens. O corpo no ar da modelo Pamela Minchin, numa fotografia do final dos anos 30 plena de dinâmica e estilo, lançou-o numa espiral de vida dedicada às imagens. “Quando vi a fotografia depois de revelada, tornou-se claro que tinha de ser fotógrafo para o resto da vida. Fiquei absolutamente maravilhado com a sua magia. ”Inspirado por este momento, Norman Parkinson (1913-1990) ajudou a construir uma nova atitude em relação à imagem fotográfica voltada não só para o mundo das revistas de moda, mas também para o registo das colecções de grandes casas, como a Chanel e a Schiaparelli, cada vez mais interessadas em representar os ideais das mulheres de “mente aberta”, socialmente mais extrovertidas e despreocupadas. Ambicionando “tirar a atmosfera carregada de perfume das fotografias”, Parkinson passou a olhar para tudo o que o rodeava como possível cenário para as suas imagens, do quotidiano mais banal do Reino Unido às paisagens mais exóticas da Índia. Em meados dos anos 30, “a maioria dos fotógrafos mostrava mulheres em salões cintilantes com os joelhos escondidos. . . ” Norman Parkinson: “Nunca conheci raparigas com joelhos escondidos. Só conhecia aquelas que saltavam e corriam. Então comecei a fotografar esse tipo de raparigas e todos disseram: ‘Que ousadia!’”O estilo pessoal extravagante de Parkinson — um homem muito alto, de bigode arrebitado e fiel a um boné para fumar vitoriano — passou para as suas imagens, que foram maioritariamente publicadas na Vogue ao longo de quatro das quase seis décadas de trabalho. É boa parte desse percurso irreverente que pode ser apreciado agora no Centro Cultural de Cascais, na exposição Norman Parkinson: Sempre na Moda, que reúne 80 fotografias.
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Palavras-chave escola homem mulheres corpo