Black Hand faz graffiti sobre os problemas do seu país nas ruas de Teerão
Associado ao britânico Banksy pela sua técnica e estética, Black Hand esconde a sua identidade para pintar no Irão que, como muitos países, criminaliza o graffito. Mas é o único país no mundo onde a comercialização de órgãos é legal. (...)

Black Hand faz graffiti sobre os problemas do seu país nas ruas de Teerão
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.16
DATA: 2014-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Associado ao britânico Banksy pela sua técnica e estética, Black Hand esconde a sua identidade para pintar no Irão que, como muitos países, criminaliza o graffito. Mas é o único país no mundo onde a comercialização de órgãos é legal.
TEXTO: Banksy é o writer de graffiti britânico de que todos falam – ninguém sabe quem é e a ironia e carga política que põe nos seus trabalhos distinguem-no. Black Hand é também graffiter, mas iraniano, e começa a habituar-se às comparações com o inglês. Também ele faz stencil, desta feita nas ruas de Teerão e também elas são mensagens políticas. Também ele esconde a sua identidade. O que Black Hand aprendeu com Banksy foi que para um graffito se manter desconhecido, a técnica do stencil é um aliado. “Perguntei-me como é que o Banksy poderia encaixar-se na realidade política e sócio-cultural iraniana. Precisava de uma técnica que me permitisse criar num muito curto período de tempo”, explica em entrevista ao Guardian. “Eu escondo a minha identidade por questões de segurança. Segundo a lei iraniana, escrever nas paredes ou publicitar alguma ideia sem autorização oficial é crime”, diz o artista urbano. Em 1979, a intervenção política através dos murais tornou-se comum no Irão, quando jovens revolucionários escreviam palavras de ordem nos edifícios públicos. Hoje, qualquer inscrição que não seja patrocinada ou autorizada pelo Estado deve ser apagada. As autoridades iranianas não se esquecem disto: em poucas horas qualquer obra de Black Hand – ou de qualquer outro artista urbano em Teerão, e há mais – é rasurada com tinta vermelha numa primeira fase, e depois coberta com a tinta original da parede. Foi o que aconteceu em Junho, quando Black Hand pintou uma mulher com uma t-shirt da selecção iraniana de futebol erguendo um garrafa de detergente da louça em que se lê Jaam, a palavra para "taça dos campeões" em persa. O graffito lembrará qualquer iraniano que não é permitida a entrada de mulheres nos estádios de futebol – o seu campeonato são os trabalhos domésticos. Poucas horas depois, a obra estava pintada de vermelho e pouco tempo depois a parede estava de novo toda cinzenta, o que não parou no entanto a partilha de fotografias de quem foi a tempo de registar o stencil. As partilhas e comentários nas redes sociais intensificaram-se quando no mesmo lugar em que fora pintada a rapariga que foi prontamente rasurada a vermelho apareceu a imagem de um jovem conservador com uma paleta e um pincel sujos de vermelho que alegremente escreve The End na parede. Ao fundo, a assinatura: Black Hand. “Eu trabalho os problemas do meu país. Acordamos com eles, vivemos com eles e adormecemos com eles. A arte, expressando estes problemas por si só, pode ajudar-nos a encontrar paz”, disse Black Hand ao jornal britânico Guardian sobre o que pinta e o porquê de o fazer nas paredes da rua. “A vida na cidade é o que me motiva. Tenho mais liberdade para desenvolver ideias e para as expressar nesta forma de arte”, continua. “O público tem o direito de ter acesso à arte. Escolho as ruas porque me mantenho contra o monopólio das galerias. Os nossos intelectuais e artistas estão a subestimar e a ignorar o poder das pessoas comuns”, diz acrescentando que “a cidade é a maior galeria com o mais alargado público”. Black Hand explica que a rua é o seu habitat natural, o que não é contraditório com a exposição que fez em Abril: a mostra aconteceu no centro da capital iraniana num edifício abandonado que pertencia à Sociedade de Preservação Histórica por causa da sua arquitectura única. As autoridades decidiram entretanto que o edifício era demasiado pequeno e a solução foi demoli-lo. Enquanto isso não acontecia, o graffiter pensou cada sala da casa em torno de uma questão social, tudo isto feito clandestinamente. Entre as inscrições murais que não são apagadas pelas autoridades estão as de uma parede perto do hospital de Hasheminejad, em Teerão. Todas elas mostram um número de telefone associado a uma idade e um tipo de sangue. São classificados para a venda de rins. O Irão é o único país do mundo onde a comercialização de órgãos é legal e as classes mais pobres competem para fazer negócio. Da mesma maneira que se pintaram esses números de telefone na parede, Black Hand pintou dois homens de fato e gravata a leiloar um rim. Só que esta última foi apagada em poucas horas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime homens lei mulher social mulheres rapariga
EUA voltam a bombardear no Iraque, numa guerra que Obama não queria
Objectivo assumido por Barack Obama é evitar "genocídio" de minorias na região e impedir entrada dos extremistas no Curdistão. (...)

EUA voltam a bombardear no Iraque, numa guerra que Obama não queria
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Objectivo assumido por Barack Obama é evitar "genocídio" de minorias na região e impedir entrada dos extremistas no Curdistão.
TEXTO: Ao fim de meses de incerteza sobre o que fazer para travar o avanço dos extremistas do Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, o Governo americano tomou uma decisão que abre as portas ao cenário que o próprio Presidente Barack Obama tenta evitar há três anos: o regresso a uma intervenção militar no Iraque. Na noite de quinta-feira, sem que nada apontasse nesse sentido, Obama anunciou ao país e ao mundo que admitia usar a sua Força Aérea para bombardear os combatentes islamistas, que controlam várias cidades no Norte do Iraque, estão a tentar conquistar o Curdistão iraquiano e ameaçam avançar até Bagdad. Foram dois os motivos que levaram o Presidente dos EUA a anunciar a possibilidade de ordenar “ataques direccionados” contra os combatentes do EI no Iraque: a possibilidade de estes extremistas conquistarem a cidade de Erbil, capital do Curdistão iraquiano e base para centenas de cidadãos norte-americanos, entre diplomatas e conselheiros militares; e a possibilidade do genocídio da minoria yazidi (uma minoria curda seguidora de uma religião pré-islâmica). As dúvidas dissiparam-se depois de no último fim-de-semana os jihadistas terem tomado Sinjar, localidade no noroeste do Iraque que é um bastião dos yazidis e de, já na quinta-feira, terem ocupado Qaraqosh, a maior cidade cristã do país, num dia de ofensiva que os aproximou do Curdistão (nordeste) — fotógrafos da Reuters dizem ter visto bandeiras do EI num posto de controlo a apenas 30 minutos de carro de Erbil, a capital da região autónoma. Já esta sexta-feira, responsáveis curdos confirmaram que o EI já controla a barragem de Mossul, no rio Tigre, responsável pelo fornecimento de água e electricidade para uma vasta região do Iraque. Ninguém sabe ao certo quantos yazidis fugiram para as montanhas de Sinjar, mas o número pode chegar a 40. 000, mais de metade das quais serão crianças. Sem poderem descer por causa da ameaça dos extremistas islâmicos – que têm realizado “execuções em massa e escravizado mulheres yazidi”, disse Barack Obama –, estão à mercê da sede e da fome. “A pedido do Governo iraquiano, demos início a operações para ajudar a salvar civis iraquianos isolados numa montanha. O EI tem lançado uma campanha impiedosa contra iraquianos inocentes, e esses terroristas têm sido particularmente selvagens para com minorias religiosas, incluindo cristão e yazidis”, disse o Presidente dos EUA. O anúncio de Barack Obama surgiu já depois da concretização do primeiro passo do objectivo humanitário – um avião de transporte militar C-17 e dois C-130 lançaram o equivalente a 20. 000 litros de água e 8000 refeições sobre o monte Sinjar, escoltados por dois caças F-18. A segunda parte da operação – a possibilidade de bombardear os combatentes do EI e, deste modo, lançar o primeiro ataque militar desde a retirada das tropas norte-americanas do país, em 2011 – veio a concretizar-se poucas horas depois da comunicação de Barack Obama, ao fim da manhã desta segunda-feira. Através da rede social Twitter, o almirante John Kirby, porta-voz do Pentágono, anunciou que “aviões militares dos Estados Unidos lançaram um ataque contra a artilharia do EI”. Segundo o responsável norte-americano, os islamistas “dispararam fogo de artilharia contra as forças curdas que estão a defender Erbil, perto de funcionários norte-americanos”. Erbil, a capital do Curdistão iraquiano, era vista até há pouco tempo como uma fortaleza inexpugnável no meio do terror espalhado pelos extremistas do EI e da sua visão radical da sharia (lei islâmica), mas as movimentações no terreno nos últimos dias vieram alterar essa situação – há menos de duas semanas, na sequência do debate suscitado com o abate do voo MH17 da Malaysia Airlines no Leste da Ucrânia, a companhia aérea Emirates decidiu deixar de sobrevoar o Iraque para os seus destino na Europa, mas manteve os voos para Erbil; nesta quinta-feira, depois da declaração de Barack Obama, a companhia anunciou que essa rota será suspensa a partir de terça-feira. Tendo baseado uma parte das suas campanhas eleitorais na promessa do fim da intervenção militar norte-americana no Iraque, o Presidente dos Estados Unidos mostrou-se preocupado em justificar os ataques aéreos no Norte do país, prometendo que não está em causa o regresso a uma intervenção em larga escala. “Sei que muitos de vós estão justificadamente preocupados com a eventualidade de qualquer acção militar americana no Iraque, mesmo que sejam ataques aéreos direccionados. Eu compreendo. Candidatei-me a este cargo, em parte, para pôr fim à nossa guerra no Iraque e receber as nossas tropas de volta a casa, e foi isso que fizemos. Como chefe do Estado-maior, não permitirei que os Estados Unidos sejam arrastados para uma nova guerra no Iraque. ”
REFERÊNCIAS:
EUA voltam a bombardear o Iraque, numa guerra que Obama não queria
Objectivo assumido por Barack Obama é evitar "genocídio" de minorias na região e impedir entrada dos extremistas no Curdistão. (...)

EUA voltam a bombardear o Iraque, numa guerra que Obama não queria
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-09 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140809170215/http://www.publico.pt/1665820
SUMÁRIO: Objectivo assumido por Barack Obama é evitar "genocídio" de minorias na região e impedir entrada dos extremistas no Curdistão.
TEXTO: Ao fim de meses de incerteza sobre o que fazer para travar o avanço dos extremistas do Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, o Governo americano tomou uma decisão que abre as portas ao cenário que o próprio Presidente Barack Obama tenta evitar há três anos: o regresso a uma intervenção militar no Iraque. Na noite de quinta-feira, sem que nada apontasse nesse sentido, Obama anunciou ao país e ao mundo que admitia usar a sua Força Aérea para bombardear os combatentes islamistas, que controlam várias cidades no Norte do Iraque, estão a tentar conquistar o Curdistão iraquiano e ameaçam avançar até Bagdad. Foram dois os motivos que levaram o Presidente dos EUA a anunciar a possibilidade de ordenar “ataques direccionados” contra os combatentes do EI no Iraque: a possibilidade de estes extremistas conquistarem a cidade de Erbil, capital do Curdistão iraquiano e base para centenas de cidadãos norte-americanos, entre diplomatas e conselheiros militares; e a possibilidade do genocídio da minoria yazidi (uma minoria curda seguidora de uma religião pré-islâmica). As dúvidas dissiparam-se depois de no último fim-de-semana os jihadistas terem tomado Sinjar, localidade no noroeste do Iraque que é um bastião dos yazidis e de, já na quinta-feira, terem ocupado Qaraqosh, a maior cidade cristã do país, num dia de ofensiva que os aproximou do Curdistão (nordeste) — fotógrafos da Reuters dizem ter visto bandeiras do EI num posto de controlo a apenas 30 minutos de carro de Erbil, a capital da região autónoma. Já esta sexta-feira, responsáveis curdos confirmaram que o EI já controla a barragem de Mossul, no rio Tigre, responsável pelo fornecimento de água e electricidade para uma vasta região do Iraque. Ninguém sabe ao certo quantos yazidis fugiram para as montanhas de Sinjar, mas o número pode chegar a 40. 000, mais de metade das quais serão crianças. Sem poderem descer por causa da ameaça dos extremistas islâmicos – que têm realizado “execuções em massa e escravizado mulheres yazidi”, disse Barack Obama –, estão à mercê da sede e da fome. “A pedido do Governo iraquiano, demos início a operações para ajudar a salvar civis iraquianos isolados numa montanha. O EI tem lançado uma campanha impiedosa contra iraquianos inocentes, e esses terroristas têm sido particularmente selvagens para com minorias religiosas, incluindo cristão e yazidis”, disse o Presidente dos EUA. O anúncio de Barack Obama surgiu já depois da concretização do primeiro passo do objectivo humanitário – um avião de transporte militar C-17 e dois C-130 lançaram o equivalente a 20. 000 litros de água e 8000 refeições sobre o monte Sinjar, escoltados por dois caças F-18. A segunda parte da operação – a possibilidade de bombardear os combatentes do EI e, deste modo, lançar o primeiro ataque militar desde a retirada das tropas norte-americanas do país, em 2011 – veio a concretizar-se poucas horas depois da comunicação de Barack Obama, ao fim da manhã desta sexta-feira. Através da rede social Twitter, o almirante John Kirby, porta-voz do Pentágono, anunciou que “aviões militares dos Estados Unidos lançaram um ataque contra a artilharia do EI”. Segundo o responsável norte-americano, os islamistas “dispararam fogo de artilharia contra as forças curdas que estão a defender Erbil, perto de funcionários norte-americanos”. Ao início da noite, o departamento da Defesa deu conta de uma intensificação da ofensiva, com a realização de dois ataques adicionais, com drones e caças da Marinha, que destruíram uma posição de morteiros e atingiram uma coluna de pelo menos sete veículos dos militantes sunitas, nas proximidades de Erbil. O Pentágono confirmou a morte de combatentes, mas não divulgou o número preciso das vítimas nos ataques. Erbil, a capital do Curdistão iraquiano, era vista até há pouco tempo como uma fortaleza inexpugnável no meio do terror espalhado pelos extremistas do EI e da sua visão radical da sharia (lei islâmica), mas as movimentações no terreno nos últimos dias vieram alterar essa situação – há menos de duas semanas, na sequência do debate suscitado com o abate do voo MH17 da Malaysia Airlines no Leste da Ucrânia, a companhia aérea Emirates decidiu deixar de sobrevoar o Iraque para os seus destino na Europa, mas manteve os voos para Erbil; nesta quinta-feira, depois da declaração de Barack Obama, a companhia anunciou que essa rota será suspensa a partir de terça-feira.
REFERÊNCIAS:
Capa “sexualizada” para Charlie e a Fábrica de Chocolate escandaliza fãs de Roald Dahl
Penguin vai reeditar o clássico infantil com uma capa inapropriada, dizem as críticas. (...)

Capa “sexualizada” para Charlie e a Fábrica de Chocolate escandaliza fãs de Roald Dahl
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Penguin vai reeditar o clássico infantil com uma capa inapropriada, dizem as críticas.
TEXTO: A editora Penguin anunciou esta semana a reedição de Charlie e a Fábrica de Chocolate, de Roald Dahl (1916-1990), para marcar os 50 anos deste clássico infantil. Poderia até ser uma boa notícia para os fãs do escritor, se estes não se tivessem escandalizado com a capa escolhida para a edição da obra: uma menina como se fosse uma boneca. Uma imagem “assustadora” e “sexualizada”. Nas redes sociais, as críticas multiplicaram-se e as acusações à Penguin também. Para os fãs do escritor britânico, esta nova capa com uma menina vestida e maquilhada como se fosse uma senhora ou uma espécie de boneca de porcelana nada tem a ver com a história do livro, adaptado ao cinema por Mel Stuart, em 1971, e por Tim Burton, em 2005. Para o autor britânico de livros infantis Giles Paley-Phillips, esta nova capa “é mais Lolita” referindo-se ao clássico de Vladimir Nabokov. Enquanto a escritora Joanne Harris, autora de títulos conhecidos como Chocolate, questiona no Twitter porque é que estas reedições, destinadas a um público adulto que quer coleccionar os clássicos, precisam de novas capas. “E quem é que decidiu que ‘adulto’ significa ‘inapropriadamente sexualizada’?” A escritora vai mais longe, num outro tweet, ao sugerir que para a próxima a Penguin pode convidar para desenhar a capa o antigo apresentador da BBC Rolf Harris, condenado a cinco anos de prisão por abusos sexuais de raparigas entre as décadas de 1960 e 1980. Já a cronista Laura Sneddon escreve que quando viu a capa ser partilhada nas redes sociais achou que tudo não passava de uma “paródia”. Em resposta, a editora defende que a capa foi escolhida para reflectir a forma como Roald Dahl, que é um dos mais importantes escritores infanto-juvenis de língua inglesa, abraça nas suas histórias "tanto a luz como os aspectos sombrios da vida". A Penguin explicou ainda que a menina na capa não representa nenhuma personagem da história. Esta nova edição chegará às lojas a 4 de Setembro, coincidindo com as celebrações dos 50 anos de Charlie e a Fábrica de Chocolate, publicado pela primeira vez em 1964.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave prisão espécie infantil
Reacções: A “senhora das senhoras”
John Cusack, Nancy Sinatra ou Mia Farrow lembram um dos últimos ícones dos anos de ouro do cinema norte-americano. (...)

Reacções: A “senhora das senhoras”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-13 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140813170307/http://www.publico.pt/1666297
SUMÁRIO: John Cusack, Nancy Sinatra ou Mia Farrow lembram um dos últimos ícones dos anos de ouro do cinema norte-americano.
TEXTO: Uma diva, mulher bonita, estrela de uma Hollywood de outro tempo e um dos últimos ícones dos anos de ouro do cinema norte-americano. É assim que Lauren Bacall é hoje lembrada. Nas redes sociais prestam-se inúmeras homenagens e partilham-se fotografias da actriz. Nancy Sinatra despede-se da “amiga”, enquanto John Cusack fala da “senhora das senhoras”. “Raios me partam! Lauren Bacall?” Foi assim que o actor John Cusack reagiu no Twitter ao saber da morte de Lauren Bacall. “Agora perdemos a grande Lauren Bacall, descansa em paz querida Betty”, escreveu Mia Farrow, referindo-se ao nome de baptismo da estrela. Depois de nesta terça-feira as redes sociais terem explodido com reacções à inesperada morte de Robin Williams, nesta quarta-feira muitos reflectem em como é difícil de acreditar que mais um nome de Hollywood tenha desaparecido. “Primeiro o Robin que foi um génio e agora a Lauren. Foi um privilégio conhecê-la, ter actuado com ela e tê-la dirigido”, escreveu em comunicado Barbra Streisand, acrescentando ainda como foi bom ter Lauren Bacall como “uma amiga sábia e encantadora”. “Ela foi uma original. Mesmo a podermos vê-la em todos os seus grandes filmes, vai deixar saudades”, continua a actriz e realizadora de The Mirror Has Two Faces (1996), que valeu a Bacall um Globo de Ouro e a nomeação aos Óscares. James Caan, que trabalhou com Lauren Bacall em Misery - O capítulo final, em 1990, escreveu: “Vou sentir a falta dela carinhosamente”. “Ela foi uma grande senhora, cheia de talento e divertida. Sinto-me um sortudo por ter tido a oportunidade de trabalhar com ela”, acrescentou ainda. “Perdemos mais uma amiga”, escreveu a cantora e actriz Nancy Sinatra, lembrando que “as mortes vêm em conjuntos às três, costumam dizer”. Nancy Sinatra conhecia Lauren Bacall há muito – o seu pai, Frank Sinatra, teve uma relação, ainda que breve, com Bacall. Depois do choque, John Cusack voltou ao Twitter para lembrar “a senhora das senhoras”. “Descansa em paz estrela sensação”, escreveu o actor, ao mesmo tempo que publicou duas fotografias de Lauren Bacall. “Que senhora”, voltou a destacar num outro tweet. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que em 2009 distinguiu a actriz com o Óscar honorário, também recorreu ao Twitter, onde partilhou um vídeo com o discurso de Lauren Bacall nessa mesma cerimónia, destacando uma frase da actriz: “Tenho tido muita sorte na minha vida”. Já Seth McFarlane, actor e argumentista, criador de séries como Family Guy, lembrou uma das cenas mais icónicas de Lauren Bacall: o assobio em Ter ou não ter (1944). “Obrigado, Lauren, por nos teres ensinado a todos como assobiar. Vais fazer falta, mas mais do que isso, vais ser celebrada”, escreveu McFarlane no Twitter. A cena do assobio foi também recordada pela escritora de As 50 Sombras de Grey, E L James. O apresentador norte-americano Larry King lembrou-se das entrevistas que em tempos fez a Lauren Bacall, lamentando a notícia da sua morte. E a actriz Marlee Matlin partilhou no Twitter uma foto antiga em que aparece ao lado da diva. “Quando disse à minha amiga Lauren Bacall que estava com problemas com o meu namorado ela disse-me: ‘Que se lixem os homens!’ Dá cabo deles no céu”, escreveu Matlin. Mas não só os nomes do cinema que prestam homenagem a Bacall, que é também lembrada como um ícone de moda. “Classe, gosto, talento e beleza”, “que perda inacreditável”, escreveu a criadora de moda Vera Wang também no Twitter. “Senhoras e senhores, a única, a lendária e inspiradora Lauren Bacall. Que descanse em paz neste seu grande sono”, escreveu Miss J Alexande, perito em passerelle. Ainda na moda, a directora criativa da Marie Claire norte-americana, destacou uma frase de Bacall: “Acho que toda a tua vida está estampada no teu rosto e devias orgulhar-te disso”. Em Portugal, Herman José recorda no seu Facebook um almoço no Palácio de Belém ao lado de Lauren Bacall. “Servi de intérprete/ animador entre ela e o Presidente da República Mário Soares”, escreve o humorista. “Lembro-me de cada gargalhada, de cada ideia, de cada estória sua ao lado do Humphrey Bogart – que venerava. A Lauren Bacall tinha o toque de midas, transformava em classe tudo aquilo em que tocava. Até na sua morte: com quase noventa anos, faz a proeza de sair de cena sem angústias, nem decadência, nem lamentos prolongados. Há vidas perfeitas. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens mulher cantora
Prestigiado prémio de matemática atribuído pela primeira vez a uma mulher
Maryam Mirzakhani, iraniana, e Artur Ávila, brasileiro naturalizado francês, são dois dos quatro premiados da Medalha Fields, atribuída a cada quatro anos pela União Internacional de Matemática. (...)

Prestigiado prémio de matemática atribuído pela primeira vez a uma mulher
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2014-08-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Maryam Mirzakhani, iraniana, e Artur Ávila, brasileiro naturalizado francês, são dois dos quatro premiados da Medalha Fields, atribuída a cada quatro anos pela União Internacional de Matemática.
TEXTO: Um dos galardões mais importante da matemática foi atribuído nesta quarta-feira pela primeira vez a uma mulher. Maryam Mirzakhani, uma iraniana de 37 anos, professora na Universidade de Stanford, na Califórnia, EUA, foi um dos quatro matemáticos a receber a Medalha Fields, juntamente com Artur Ávila, um brasileiro naturalizado francês, de 35 anos, do Instituto de Matemática de Jussieu, em Paris, Martin Hairer, austríaco de 38 anos da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e Manjul Bhargava, canadiano naturalizado norte-americano de 40 anos que trabalha na Universidade de Princeton, EUA. O prémio é um equivalente do Nobel para a matemática. Atribuído pela primeira vez em 1936 (com uma interrupção de 14 anos), desde 1950 que é anunciado de quatro em quatro anos, tendo dois a quatro vencedores por edição. A União Internacional de Matemática (UIM) anunciou o prémio no Congresso Internacional de Matemática, que decorre em Seul, na Coreia do Sul. “É uma grande honra. Ficarei feliz se encorajar jovens mulheres cientistas e matemáticas”, disse a iraniana, citada pelo site da Universidade de Stanford. “Tenho a certeza que muitas outras mulheres vão ganhar este tipo de prémios nos próximos anos. ”Este ano, cada vencedor representa uma estreia: nunca a medalha tinha sido atribuída a um brasileiro, a um cidadão da América Latina, nem a um austríaco ou a um canadiano. Mas o prémio dado a Maryam Mirzakhani tem um significado maior. “É um momento extraordinário”, disse Christiane Rousseau, vice-presidente da UIM, citada no jornal britânico “The Guardian”. “A Marie Curie teve prémios Nobel na física e na química, no início do século XX, mas na matemática esta foi a primeira vez que uma mulher ganhou o prémio mais prestigiado. Esta é uma celebração para as mulheres. ”Timothy Gowers, um matemático da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que já recebeu esta medalha em 1998, disse ao jornal britânico Guardian esperar que este prémio acabe com os mitos de que as mulheres têm menos capacidade para a matemática: “Apesar de as mulheres terem contribuído para a matemática durante muito tempo ao mais alto nível, este facto não tem sido visível para o grande público. Espero que a existência de uma medalhada com o Fields, seguramente a primeira de muitas, ponha fim a muitos mitos sobre as mulheres e a matemática e encoraje mais jovens a pensar na investigação em matemática como uma carreira possível. ”Numa entrevista no “site” da Universidade de Oxford, Maryam Mirzakhani falou do contexto em que cresceu em Teerão, num ambiente de pós-guerra entre o Iraque e o Irão, que permitiu mais oportunidades. “Os meus pais sempre me apoiaram e encorajaram. Era importante para eles termos profissões de que gostássemos e que tivessem significado”, explicou. “A directora da escola [do liceu] era uma mulher com determinação, que era capaz de fazer muito para nos dar as mesmas oportunidades dos rapazes. ”A investigadora começou por querer ser escritora e frequentava uma livraria junto da escola. Só no final do liceu é que decidiu enveredar pela matemática. “O meu irmão mais velho foi quem me fez interessar pela ciência em geral”, revelou. “Provavelmente, a minha primeira memória de matemática é da vez em que ele me falou do problema de somar todos os números de um a 100. ”Supostamente, o matemático alemão Carl Friedrich Gauss, do século XVIII e XIX, resolveu o problema em segundos quando era criança. (Há um truque para fazer esta conta. Se pensarmos que a soma de um mais 100 é igual à soma de 2 mais 99 – que dá 101 –, então a soma total é equivalente a multiplicar-se 101 por 50 – o número de pares que existe de 1 a 100. O resultado é 5050. ) “A solução foi bastante fascinante para mim. Foi a primeira vez que eu apreciei uma solução bela, apesar de não ter conseguido chegar ao resultado. ”Em 1994 e 1995, recebeu as medalhas de ouro das olimpíadas internacionais de matemática. Depois, licenciou-se na Universidade de Sharif, no Irão, e completou o doutoramento na Universidade de Harvard, nos EUA, em 2004. O trabalho que tem desenvolvido sobre as superfícies de Riemann – algumas destas superfícies fazem lembrar as descidas em caracol nos parques de estacionamento – valeu-lhe a medalha Fields devido “à contribuição excelente para as dinâmicas e a geometria das superfícies de Riemann”, de acordo com um comunicado da UIM. Artur Ávila foi galardoado devido ao trabalho na “teoria dos sistemas dinâmicos”. Já Martin Hairer recebeu a medalha pelo trabalho sobre a “teoria das equações diferenciais parciais estocásticas”. E Manjul Bhargava recebeu o galardão pela sua investigação na “geometria dos números”.
REFERÊNCIAS:
Buscas a propriedade de Cliff Richard após queixa de “natureza sexual”
Operação realizada após alegações sobre um encontro ocorrido na década de 1980, que envolveu um rapaz com menos de 16 anos. (...)

Buscas a propriedade de Cliff Richard após queixa de “natureza sexual”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2014-08-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Operação realizada após alegações sobre um encontro ocorrido na década de 1980, que envolveu um rapaz com menos de 16 anos.
TEXTO: A propriedade do cantor Cliff Richard em Sunningdale, na zona de Berkshire, Sul de Inglaterra, está a ser alvo de buscas pela polícia, depois de ter sido apresentada uma queixa de “natureza sexual” relativa a um caso ocorrido na década de 1980 com um rapaz menor na altura. A polícia de South Yorkshire, que realiza a operação, confirma numa nota no seu site que foi “emitido um mandado de busca depois de a polícia ter recebido uma alegação sobre um encontro de natureza sexual datado da década de 1980, envolvendo um rapaz que na altura tinha menos de 16 anos”. O comunicado indica que não foi feita qualquer detenção e que o dono da propriedade não está no local. As autoridades não indicam ainda se o cantor será interrogado, se é uma testemunha ou suspeito ou se não tem qualquer relação com o caso que se terá passado há cerca de 30 anos. Cinco viaturas descaracterizadas e oito polícias vestidos à civil estão a realizar a operação. Num comunicado citado pela Reuters, Cliff Richard confirma as buscas. "A polícia esteve hoje no meu apartamento em Berkshire sem qualquer aviso a não ser para a imprensa", escreveu o cantor. "Além de afirmar que a alegação de hoje é completamente falsa não seria apropriado dizer mais nada até que a investigação da polícia fique concluída", acrescenta a nota. O músico garante estar disponível para colaborar com as autoridades se estas o solicitarem. O correspondente da estação de televisão britânica no Algarve, onde Cliff Richard tem há vários anos uma casa na zona da Guia, arredores de Albufeira, avançou que o cantor não se encontrava esta quinta-feira na residência de férias portuguesa e que este terá viajado com a irmã para outra região de Portugal. Cliff Richard, 73 anos, é considerado um dos mais bem-sucedidos músicos britânicos. Com cerca de 21, 5 milhões de singles vendidos, é o único cantor que teve pelo menos um álbum na tabela de vendas britânica em cada uma das últimas sete décadas. Em 2013 lançou o seu 100º álbum. Foi investido com o título de Cavaleiro (Sir, em inglês) em 1995 e, em 2012, actuou no concerto do Jubileu da rainha Isabel II no Palácio de Buckingham.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha sexual
O mercado de artigos segunda mão está a crescer a olhos vistos no Facebook
Impulso criado pela crise não está, porém, a ter reflexos negativos nas lojas tradicionais que entraram neste mercado há alguns anos. (...)

O mercado de artigos segunda mão está a crescer a olhos vistos no Facebook
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Impulso criado pela crise não está, porém, a ter reflexos negativos nas lojas tradicionais que entraram neste mercado há alguns anos.
TEXTO: As dificuldades financeiras que se fizeram sentir nos últimos anos deram um novo impulso ao mercado de artigos em segunda mão. O preconceito em relação a este tipo de produtos está a esmorecer e o negócio está a ganhar terreno não só em espaços físicos mas também na internet, nomeadamente a partir das redes sociais. Já há muito que o Facebook deixou de ser apenas um espaço de interacção social, para passar a ser também um meio onde se fazem negócios. O número de grupos destinados à compra, venda e troca de artigos em segunda mão, bem como de pessoas particulares a dedicar-se a esta actividade tem aumentado nos últimos tempos nesta rede social. Uns dedicam-se à venda de roupa, calçado e acessórios que já não usam. Outros optam por fazer dinheiro com os dispositivos electrónicos ou instrumentos musicais em que perderam o interesse. A oferta é vasta e para todos os gostos. Os vendedores entram neste negócio muitas vezes motivados pelo excesso de coisas que têm no armário, encontrando assim uma forma de ganhar dinheiro e de incentivar outras pessoas a fazer o mesmo. Há quem o faça por passatempo, mas também há aqueles que o fazem por necessidade, porque vêem na venda em segunda mão uma solução para os seus problemas económicos. Marisa Espada é uma destas pessoas. A gestora de marketing conta que sempre teve muita roupa em casa e que acabava por entregá-la a amigos ou a instituições. No entanto, quando percebeu “que havia muitas pessoas a criar páginas no Facebook para vender roupa pensou numa maneira simples de juntar tudo isso para que não estivesse tudo disperso em sites”, explica. E assim surgiu o conceito do Mycloset. pt, “uma rede social onde as pessoas criam um álbum e inserem as suas roupas para oferecer, trocar ou vender”. A ideia nasceu há dois anos, em 2012, em associação com um amigo – Pedro Miranda, engenheiro informático. Agora, 11. 500 gostos depois, o que começou como um simples passatempo acabou por ter uma “resposta inesperada”, refere Marisa Espada. Segundo a gestora, cerca de dez mil pessoas publicaram artigos no grupo do Facebook. O facto de terem muitas visitas por dia fez com que a página tenha tido problemas, o que levou os dois sócios a pensar em remodelá-la. No entanto, para esse fim, era necessário um investimento financeiro e os fundadores do Mycloset. pt não estavam preparados para avançar. Marisa Espada mudou-se para a capital britânica, onde procura novos apoios para o projecto, enquanto trabalha numa empresa de marketing. “Já tive contactos de pessoas aqui em Londres interessadas em ajudar a desenvolver a ideia e a aplicá-la até fora de Portugal”, garante a gestora. O único retorno financeiro que têm é a angariação de publicidade, já que, desde o início, os dois sócios tinham como objectivo “não interferir no negócio dos utilizadores”, explica Marisa Espada. Apesar de não ter cedido números concretos sobre o valor que conseguiram amealhar até agora, a administradora do Mycloset. pt referiu que o projecto era lucrativo porque gerava “bastante tráfego”. Perto de 90% das utilizadoras do grupo são mulheres. No que diz respeito a idades, Marisa Espada explica que vão “desde os adolescentes entre os doze e os treze anos, até pessoas mais velhas”. As motivações são várias: “No caso das adolescentes, o principal motivo é mesmo a vontade de renovar o guarda-roupa e de adquirir novas peças a preços baixos”. Por outro lado, também há casos de pessoas em “dificuldades económicas”. Em média, o preço mínimo dos produtos varia entre 0, 50 e 1 euro. Antes de terem optado pelo Facebook como meio para entrar no mercado dos artigos em segunda mão, os dois sócios ponderaram também a hipótese de pôr as peças à venda numa loja. Porém, além da pouca disponibilidade, dizem não ter encontrado “os parceiros certos para o projecto”. Negócio ou passatempoPara Ricardo Monteiro, a venda de produtos em segunda mão não é novidade, tendo começado a fazê-lo ainda em 2005. No entanto, o negócio só evoluiu para o Facebook em seis anos depois. Para o designer gráfico, de Leiria, é uma forma de ganhar dinheiro para adquirir novo material. Dedica-se maioritariamente à venda de instrumentos musicais, material de som e de espectáculo. Foi o gosto pela música que o levou a criar um grupo na rede social destinado à compra, venda e troca de instrumentos musicais, juntamente com mais dois amigos, em 2011.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social mulheres
"Achava-o bom rapaz. Fiquei muito chocada"
Na rua onde o casal morava, em Marvila, a maior parte das pessoas mostra-se surpreendida com a detenção do pai e os indícios de maus tratos ao bebé de quatro meses, que morreu no domingo à noite. (...)

"Achava-o bom rapaz. Fiquei muito chocada"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.10
DATA: 2014-08-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na rua onde o casal morava, em Marvila, a maior parte das pessoas mostra-se surpreendida com a detenção do pai e os indícios de maus tratos ao bebé de quatro meses, que morreu no domingo à noite.
TEXTO: Não há relatos de desacatos com vizinhos. Na farmácia, o pai queria saber tudo sobre os medicamentos que tinha dar aos filhos. Quando a mais pequena nasceu, foi à mercearia de Esperança Rebelo mostrar-lhe a filha. Pelo menos de vista, quase toda a gente conhecia o pai da menina de quatro meses que morreu no domingo na sequência de queimaduras com água a ferver. Com 30 anos, não passava despercebido, andava quase sempre de chapéu. Já a mãe saía menos vezes das águas-furtadas onde o casal vivia, em Marvila, Lisboa. Os dois foram detidos no domingo pela Polícia Judiciária (PJ), mas só a mãe foi posta nesta segunda-feira em liberdade. No domingo à noite, a filha mais pequena do casal morreu, na sequência de queimaduras com água a ferver. O INEM foi ao local, esteve uma hora em tentativas de reanimação, mas a criança já não respirava. O outro filho do casal, um menino de 18 meses, foi para já entregue a uma instituição de emergência. A PJ já confirmou que a criança que morreu tinha “lesões traumáticas em diversas partes do corpo" e que os elementos apurados “levam a crer que os maus tratos viessem a ser infligidos de forma reiterada há já algum tempo". A maior parte das pessoas que vivem naquela rua, em Marvila, mostra-se surpreendida com a notícia. Alguns, como João Garrido, de 49 anos, viam, muito de vez em quando, o pai na mercearia de Esperança Rebelo a beber uma cerveja. Nunca presenciaram um excesso. Era “falador e bem-disposto”, mas não discutia com ninguém. Na segunda-feira, não se falava de outra coisa na mercearia de Dona Esperança, como é conhecida. Todos tinham uma história, uma opinião, embora fossem de facto muito poucos os que conheciam bem o casal, que viveria ali há cerca de três anos. “Não tinham muita convivência com as pessoas a rua”, diz Jaime Silva, reformado de 65 anos. Ela não trabalharia e ele estaria empregado num restaurante em Lisboa, onde serviria às mesas. “Ela nunca cá entrou. Ele veio cá umas duas ou três vezes, os bebés vinham sempre no carrinho, tapados, nunca os vi", conta Silvério Fernandes, 59 anos, dono de um dos cafés da rua. Achava graça ver passar o pai tanto de "fatinho e chapéu" como "de fato de treino”. “Parecia uma pessoa impecável", diz. Na garagem por baixo do prédio, um dos funcionários recorda-se de conversar com o pai quando a criança nasceu. “Conhecia-o de bom dia e boa tarde, mas ele veio cá mostrar a menina quando ela nasceu. Mostrou-a com todo o afecto. Nunca imaginei isto, pelo contrário”, diz Jorge Vilela, de 37 anos. Na farmácia - onde o casal que não seria abastado nem andaria “bem de dinheiro” ia aviar as receitas -, os técnicos garantem que o pai era “muito cuidadoso com os medicamentos que levava para as crianças, queria saber as posologias todas”. A dona da mercearia, Esperança Rebelo, 67 anos, conta que a mãe “era mais calma”, ele é que “gostava de falar”. Foi-lhe mostrar a menina à mercearia quando ela nasceu. “A mim surpreende-me. Não vou dizer que era um pai extremoso, extremoso, mas fazer aquilo por querer, não”, diz. De vez em quando, Esperança Rebelo também falava com a mãe, que teria ainda mais uma filha, com cerca de seis anos, de um outro casamento e que viveria com o pai. Diz que ela saía pouco não só porque “não era de andar na casa de ninguém”, mas também porque o prédio não tem elevador: “Com os dois meninos pequeninos, via-se aflita”, justifica. Ali, naquela mercearia alguns moradores garantem ter ouvido o pai dizer que a menina estava “bonita, bonita”, cada vez mais bonita. Outros asseguram que até a tratava por “princesa, a coisa mais querida do mundo”. “Achava-o muito bom rapaz. Fiquei muito chocada. Não queria e não quero acreditar. Mas se não sabemos o que vai dentro de nós, como vamos adivinhar o que vai dentro dos outros?”, pergunta Luísa Reis, 73 anos. Esperança Rebelo acrescenta: “Falava com eles aqui na mercearia, mas nunca fui lá a casa. ” Nem uma das vizinhas que, nos últimos tempos, garante ter ouvido algumas discussões entre o casal, sabe ao certo o que se passaria dentro daquelas águas-furtadas, em Marvila, Lisboa.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
Música, cinema e artes visuais invadem jardins e praças de Lisboa durante um mês
Concertos de jazz, projecções de filmes com nome de mulher e sessões de fado: o Lisboa na Rua começa quinta-feira e promete animar gratuitamente dezenas de espaços públicos da capital. (...)

Música, cinema e artes visuais invadem jardins e praças de Lisboa durante um mês
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Concertos de jazz, projecções de filmes com nome de mulher e sessões de fado: o Lisboa na Rua começa quinta-feira e promete animar gratuitamente dezenas de espaços públicos da capital.
TEXTO: A partir desta quinta-feira e até 20 de Setembro, os principais jardins e praças de Lisboa vão ser palco de concertos, mostras de cinema e de fotografia, entre outras artes visuais. A sexta edição do Lisboa na Rua, organizado pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), mantém as iniciativas habituais e junta-lhes outras, como concertos de fado e projecções de cinema a três dimensões. O objectivo deste festival é aproveitar a “particular topografia” de Lisboa, uma “cidade anfiteatro” com um “imponente espelho de água” aos pés e cuja “presença cénica” convida à representação, descreve a EGEAC em comunicado. A programação está disponível na íntegra no site da empresa. Às quintas-feiras, cinco orquestras de jazz vão animar os fins de tarde em jardins e largos da capital. Os concertos da iniciativa designada “A Arte da Big Band” começam sempre às 19h e são, como todas as outras actividades, gratuitos. A cortina abre com a actuação da Orquestra Jazz de Leiria, esta quinta-feira, no Parque das Conchas, ao Lumiar. A 28 de Agosto, a Orquestra de Jazz Humanitária estreia-se no Lisboa na Rua com um concerto no Jardim de Campolide, e na quinta-feira seguinte o Jardim do Arco do Cego recebe a Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal. Este ano, a EGEAC quis internacionalizar o ciclo com a presença da belga Brussels Jazz Orchestra, uma das mais importantes orquestras europeias de jazz, em Lisboa pela primeira vez com um concerto a 11 de Setembro no Largo da Estação do Rossio. A Tora Tora Big Band vai estar no Largo do Intendente a 18 de Setembro, com a participação da cabo-verdiana Carolina Varela e de Pedro Tatanka, voz dos Black Mamba. Às sextas-feiras, pelas 19h30, o Jardim das Esculturas do Museu do Chiado é palco do ciclo de concertos “Noites de Verão”, que apresenta nomes como Timespine, Tropa Macaca e Kimi Djabaté. Nos dias 29 de Agosto e 5 de Setembro, há também concertos de fado no Largo do Teatro Nacional de São Carlos, às 21h30, com as vozes de Cristina Nóbrega e Ricardo Ribeiro. Aos sábados e domingos, às 22h, nove locais da cidade vão ser transformados em autênticas salas de cinema a céu aberto, com o “Fitas na Rua”. Na edição de 2013, este ciclo homenageou as antigas salas de cinema de Lisboa projectando filmes diante de portas que passaram a estar fechadas. Este ano, a organização escolheu levar para o espaço público filmes sobre mulheres, como Amália ou Sophia de Mello Breyner Andresen. A acompanhar as projecções haverá outras actividades, como sessões de fado e guitarra portuguesa. Para os sábados está também programada a iniciativa “Clássicos na Rua”, concertos da Orquestra Metropolitana de Lisboa em jardins - como o Parque das Conchas, o Jardim de São Bento ou a Ribeira das Naus -, com repertórios clássicos e contemporâneos, jazz, blues, samba e tango. O programa tem lugar ainda para os “concertos-instalação” do festival "Kiosquorama", que decorre na Praça José Fontana no próximo fim-de-semana, 23 e 24 de Agosto, às 19h. Segundo a organização, vários músicos contemporâneos apresentam “concertos intimistas em ambiente descontraído” e um artista visual apresenta “três instalações integradas na paisagem natural do jardim”. A partir de 27 de Agosto entra em cena a vídeo-arte, com o "Fuso", o festival anual de vídeo-arte internacional de Lisboa. Diariamente, haverá projecções de obras inéditas em Portugal e de obras de artistas portugueses seleccionadas por Jean-François Chougnet. Este festival decorre em locais como a Praça do Carvão do Museu da Electricidade e o claustro do Museu Nacional de História Natural e da Ciência. A 29 e 30 de Agosto, o foto-filme/instalação de Edgar Pêra, Lisboa Verde 3D, vai ser exibido em sessões contínuas no Cinema São Jorge. Este é “um filme de investigação plástica e poética” que explora o tridimensional, e cujos protagonistas são os jardins, as hortas e os parques de Lisboa. A 19 de Setembro, o Largo do Intendente recebe a iniciativa “A Nossa Voz”, que apresenta e promove novos artistas e projectos musicais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulheres humanitária