Verona pede mais selfies e menos grafitti para a Casa de Julieta
A autarquia já pôs polícia no concorrido edifício no centro da cidade e aplicou multas a quem escrevesse nas paredes. Mas nada contém os rabiscos dos casais. (...)

Verona pede mais selfies e menos grafitti para a Casa de Julieta
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.166
DATA: 2014-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: A autarquia já pôs polícia no concorrido edifício no centro da cidade e aplicou multas a quem escrevesse nas paredes. Mas nada contém os rabiscos dos casais.
TEXTO: Em Verona, na casa associada à família de Julieta, a donzela de Romeu e Julieta de William Shakespeare, fazem-se juras de amor eterno que estão a ameaçar o edifício. Não são toneladas de cadeados, como na Ponte das Artes em Paris, mas são milhões de assinaturas de casais nas paredes que, ao contrário de Romeu e Julieta, querem com isso garantir que vão viver felizes para sempre. A autarquia propõe agora uma nova fórmula para o amor eterno: uma selfie em vez de um grafito O monumento da cidade visitada por mais de dois milhões de turistas todos os anos é tão conhecido por ter a varanda onde Romeu e Julieta namoravam como por ter as paredes cobertas de assinaturas, corações e papelinhos com promessas de amor que se tornaram impossíveis de remover. O fenómeno tem vindo a estender-se a outros edifícios adjacentes à casa, na Rua Capello, no centro histórico de Verona. A quarta cidade italiana mais visitada de Itália depois de Roma, Veneza e Florença está agora a descer no top de preferências dos turistas na Internet. No site Tripadvisor, onde os turistas partilham opiniões e classificam a qualidade dos espaços a visitar, a Casa de Julieta começa a ser conhecida por ser o oposto de um lugar romântico, especialmente o pátio e a pequena arcada que leva até ele – locais de entrada gratuita – por terem as paredes riscadas de alto a baixo e estarem cheios de gente. “À medida que entramos passamos por baixo de um arco cheio de grafitti horríveis, horriveis. Fiquei muito surpreendido com o facto de Verona permitir isto, enquanto o resto da cidade está limpa e conservada”, escreve um utilizador do site entre muitos outros que apelidam esta atracção como o um lugar “cheio de gente e bizarro” ou “o pior sítio da cidade”. A câmara de Verona já tentou conter o fenómeno com multas e policiamento, o que não tem resultado. Colocaram-se painéis de papel para que os visitantes escrevessem aí e não nas paredes. “Não foi suficiente”, disse Stefano Casali, vice-presidente da câmara, ao jornal La Stampa. “Há o controlo policial, mas num espaço de 400 m2, lotado com no mínimo dois milhões de visitantes por ano, não se consegue manter tudo sob controlo”, explica, acrescentando que a resposta oficial é agora o repto “Mais selfies, menos escritos”. Uma das soluções que está também a ser ponderada pela autarquia é fazer com que a entrada da casa se deixe de fazer pelo pátio. “Vai permitir-nos gerir melhor o local e também criar novos postos de trabalho e aumentar o controlo. Talvez os visitantes se responsabilizem um pouco mais”, diz Stefano Casali. Esta casa é atribuída à ficcional Julieta por causa da semelhança entre o nome da sua família, Capuleti, e o da família à qual esta casa pertenceu na vida real, Dal Capello. Em 1905, a cidade de Verona comprou este edifício de estilo gótico, do século XIV. O monumento da cidade visitada por mais de dois milhões de turistas todos os anos é tão conhecido por ter a varanda onde Romeu e Julieta namoravam como por ter as paredes cobertas de assinaturas, corações e papelinhos com promessas de amor que se tornaram impossíveis de remover. O fenómeno tem vindo a estender-se a outros edifícios adjacentes à casa, na Rua Capello, no centro histórico de Verona. A quarta cidade italiana mais visitada de Itália depois de Roma, Veneza e Florença está agora a descer no top de preferências dos turistas na Internet. No site Tripadvisor, onde os turistas partilham opiniões e classificam a qualidade dos espaços a visitar, a Casa de Julieta começa a ser conhecida por ser o oposto de um lugar romântico, especialmente o pátio e a pequena arcada que leva até ele – locais de entrada gratuita – por terem as paredes riscadas de alto a baixo e estarem cheios de gente. “À medida que entramos passamos por baixo de um arco cheio de grafitti horríveis, horriveis. Fiquei muito surpreendido com o facto de Verona permitir isto, enquanto o resto da cidade está limpa e conservada”, escreve um utilizador do site entre muitos outros que apelidam esta atracção como o um lugar “cheio de gente e bizarro” ou “o pior sítio da cidade”. A câmara de Verona já tentou conter o fenómeno com multas e policiamento, o que não tem resultado. Colocaram-se painéis de papel para que os visitantes escrevessem aí e não nas paredes. “Não foi suficiente”, disse Stefano Casali, vice-presidente da câmara, ao jornal La Stampa. “Há o controlo policial, mas num espaço de 400 m2, lotado com no mínimo dois milhões de visitantes por ano, não se consegue manter tudo sob controlo”, explica, acrescentando que a resposta oficial é agora o repto “Mais selfies, menos escritos”. Uma das soluções que está também a ser ponderada pela autarquia é fazer com que a entrada da casa se deixe de fazer pelo pátio. “Vai permitir-nos gerir melhor o local e também criar novos postos de trabalho e aumentar o controlo. Talvez os visitantes se responsabilizem um pouco mais”, diz Stefano Casali. Esta casa é atribuída à ficcional Julieta por causa da semelhança entre o nome da sua família, Capuleti, e o da família à qual esta casa pertenceu na vida real, Dal Capello. Em 1905, a cidade de Verona comprou este edifício de estilo gótico, do século XIV.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave donzela
Director do Vasco da Gama diz que “não houve nem vandalismo nem furtos” no centro comercial
Pedro Bandeira Pinto contraria versão da PSP que diz que jovens invadiram centro comercial. PSP decidiu retirá-los do edifício depois de "desentendimento" junto à linha de caixas do Continente. (...)

Director do Vasco da Gama diz que “não houve nem vandalismo nem furtos” no centro comercial
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2014-08-21 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140821170208/http://www.publico.pt/1667176
SUMÁRIO: Pedro Bandeira Pinto contraria versão da PSP que diz que jovens invadiram centro comercial. PSP decidiu retirá-los do edifício depois de "desentendimento" junto à linha de caixas do Continente.
TEXTO: Há versões diferentes sobre o que se passou na quarta-feira no Centro Comercial Vasco da Gama, em Lisboa. A PSP emitiu um comunicado nesta quinta-feira onde diz que quatro jovens foram detidos e vários identificados por se encontrarem “em desordem entre si” no Parque das Nações. Segundo a PSP, dezenas “invadiram os corredores do centro comercial e começaram a correr desenfreadamente, entrando em algumas lojas”. Já a direcção do Vasco da Gama diz que as imagens de videovigilância não mostram jovens a invadir o espaço. Mais: “Não houve nem vandalismo nem furtos”, diz Pedro Bandeira Pinto, director do Centro Comercial Vasco da Gama. Pedro Bandeira Pinto explica que durante a tarde de quarta-feira vários jovens usaram o centro comercial, como costumam fazer, como corredor de passagem para chegar ao Parque das Nações, para onde tinha sido marcado um encontro, através das redes sociais. “Era uma tarde normal, igual a outras em que há eventos no MEO Arena”, diz. Por volta das sete da tarde, “um grupo desentendeu-se em frente à linha de caixas do Continente”, prossegue. Seriam menos de 20, garante. Um deles foi ferido nas costas por outro e os vigilantes do centro afastaram-no e chamaram o INEM. Alguns colegas do jovem ferido contaram que o atacante tinha usado uma chave-de-fendas, informação que Pedro Bandeira Pinto não pode confirmar. Certo é que a polícia foi avisada. E o jovem foi para o hospital. "Contactámos a PSP que decidiu que era importante que os jovens que estavam no centro comercial saíssem", receando, eventualmente, que houvesse mais incidentes, prossegue o director. Afinal, fora do centro, havia muitos jovens reunidos num meet — um tipo de encontro organizados pelas redes sociais. “A PSP é que estava no exterior, pode ter-se apercebido de um potencial problema”, admite. Mas dentro do centro, nota, não houve problemas. A PSP fez então “um varrimento”, o que significa "dizer às pessoas para sair do edifício", continua. Mas “no centro comercial não houve nem vandalismo, nem furtos”, e se alguns lojistas fecharam por breves momentos as portas na altura do “varrimento”, voltaram a abrir logo depois. “As correrias de que falam a notícias podem ter acontecido no exterior. Não posso dizer o que se passou fora do Vasco da Gama. ” O director diz que os problemas aconteceram, nomeadamente, na Gare do Oriente. A informação de que vários grupos de jovens da área metropolitana de Lisboa e margem Sul se movimentavam da Gare do Oriente para a Pala do Pavilhão de Portugal chegou à PSP pelas 16h30. “Pelas 17h30, o grupo de jovens, estimado em cerca de 600 indivíduos, começou a dispersar, abandonou a Pala do Pavilhão de Portugal, preenchendo todo o passeio central da Alameda dos Oceanos, entre a ‘Pala de Portugal’ e a entrada do Centro Comercial Vasco da Gama”, lê-se no comunicado da PSP desta quinta-feira. Acontece que “grupos numerosos destes indivíduos acabaram por se envolver em alguns focos de desordem, com correrias constantes”. Duas adolescentes de 16 e 17 anos, “participantes no evento”, vieram a ser detidas por terem praticado um roubo, com recurso a arma branca, a uma menor de 15 anos. Subtraíram um telemóvel e um par de óculos. É sobre o que se passou no interior do centro que a PSP tem uma versão diferente da do director do centro comercial: “Repentinamente dezenas de jovens invadiram os corredores do centro comercial e começaram a correr desenfreadamente, entrando em algumas lojas. Durante a desordem, um menor de 15 anos foi agredido com uma chave de fendas, provocando-lhe uma perfuração na zona lombar. ”Cinco polícias ficaram feridos e tiveram de receber “tratamento hospitalar imediato, o que ocorreu, tendo entretanto já obtido alta”, remata a PSP. Foram detidos dois homens e duas mulheres, com idades entre os 16 e os 23 anos.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Alice Vieira: trinta anos de livros e um romance para entregar hoje
Começou no jornalismo e entrou pela literatura. Primeiro para crianças e jovens, depois para os outros. Poesia incluída. Diz-se "amigodependente", recebe e faz chamadas às três da manhã. Já foi menos católica, pensa por frases e fala sozinha na rua. Não entra em cemitérios e tem poucas memórias de infância. Hoje vai a uma festa temática: 30 Anos de Livros (...)

Alice Vieira: trinta anos de livros e um romance para entregar hoje
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2009-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Começou no jornalismo e entrou pela literatura. Primeiro para crianças e jovens, depois para os outros. Poesia incluída. Diz-se "amigodependente", recebe e faz chamadas às três da manhã. Já foi menos católica, pensa por frases e fala sozinha na rua. Não entra em cemitérios e tem poucas memórias de infância. Hoje vai a uma festa temática: 30 Anos de Livros
TEXTO: Há 30 anos que escreve livros. Mas foi há mais tempo que Alice Vieira enviou o primeiro texto para um jornal. Não o publicaram. Tinha 14 anos e recebeu uma carta do "Diário de Lisboa" a pedir que não desistisse. Assinatura: Mário Castrim. Tentou uma e outra vez e viu muitos textos serem impressos. Casou com ele, o remetente. Uma paixão de 40 anos. "Mas paixão mesmo", diz Alice quando fala do jornalista e escritor. Tinham 23 anos de diferença de idades e só se conheceram "ao vivo" depois de muitos telefonemas e cartas, quando a escritora foi trabalhar, como jornalista, para o "Diário de Lisboa". Pouco depois, iria para o Diário Popular. "As pessoas, quando têm um relacionamento, não devem trabalhar no mesmo sítio. Seja marido e mulher, pai e filho. Por isso, atravessei a rua e fui para o Diário Popular. " Seguiu-se o Record e o Diário de Notícias. Castrim foi a pessoa mais importante da sua vida. Toda a gente a desaconselhou a viver com ele, pela diferença de idades e pelos problemas de saúde que lhe adivinhavam. "Vais ser a enfermeira toda a vida", diziam-lhe. "Afinal", conta, "quando tive o "cancro da praxe" e fui operada, ele é que foi o meu enfermeiro. A quimioterapia custou-me muito. Há 20 anos, os produtos eram mais agressivos e eu vomitava bastante. Ele obrigava-me a ir imediatamente para o jornal trabalhar. Acho que nem estive um mês de baixa. E ainda bem que me obrigou. Se não fosse isso, eu podia ter ido abaixo. Assim, tinha mais que fazer do que estar infeliz. " E recorda como sempre a estimulou a escrever, nunca deixando de ser muito crítico. "Não tenho dúvida de que aquilo que sou, aquilo que faço, aquilo que escrevo, foi muito obra dele. Sinto, no entanto, algum remorso por ele se ter afastado da escrita por minha causa. Para eu poder fazer a vida que fiz, ele não publicou tanto como devia. Escrever escrevia (tenho muitos inéditos), mas não publicava. " E repete várias vezes: "Tive sorte, tive sorte". E ele? "Acho que sim. Ele também teve. ""Não me lembro de mim"Alice Vieira, de 66 anos, passou a infância com tias velhas e não gostou. A memória decidiu poupá-la a recordações e não a deixa lembrar-se de quando era criança. "Recordo-me de muito pouca coisa da minha infância. Lembro-me assim de momentos do género: eu estou aqui sentada ao pé de alguém. Mas não me lembro de mim. Acho que é uma defesa. " No entanto, quando se pergunta se era maltratada, responde: "Não. Eu era super bem tratada. Mas maltratar não é só andar ao estalo às crianças. Eu vivi sempre com pessoas que me diziam (e era verdade) que não eram nem o meu pai nem a minha mãe. E portanto eu não era filha deles e não tinham nada de fazer aquilo que estavam a fazer. Foi sempre um relacionamento um bocado frio, uma coisa entre velhos. Eu só encontrei miúdos da minha idade quando entrei para o liceu. Até aí, nunca tinha tido gente da minha idade ao pé de mim. Roubarem-me essa parte, foi complicado. Isso pode dar cabo de uma pessoa". Não deu. Depois de conseguir ter amigos, tornou-se, como diz, numa verdadeira "amigodependente". E alguns até a fizeram ser de novo mais católica. Porque são padres, poetas ou missionários. "É impossível não se ficar tocado por estas pessoas. " Pode telefonar a um amigo "às três da manhã". Mas também os atende a todos e a qualquer hora. Eles sabem que os acompanha até ao fim. Só não entra no cemitério. "Eu tinha uma tia muito mórbida. Todas as quartas-feiras, íamos para o Alto de São João limpar as campas. E logo ela, que era má para as pessoas e lhes fazia a vida negra. Depois de mortos é que eram bons. " Esta é das suas poucas memórias claras de infância. "Isso [o passado] serviu-me para ser a pessoa que sou hoje, para ser profundamente optimista, acreditar que as coisas se resolvem desde que queiramos. Não podemos estar à espera que as soluções caiam do céu, do céu só cai a chuva. Mas só gosto da minha vida a partir dos vinte e tal anos. " Depois do curso tirado, Germânicas, como se designava na altura a actual licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Inglês e Alemão, a escolha de ser jornalista não foi lá muito bem vista pela família. "Quando acabei o curso, já era maior e vacinada. Jurei e cumpri que fazia a faculdade. Tinham de aceitar a minha escolha, mas nunca foi profissão de que gostassem muito. Nós ainda hoje rimos porque, quando se falava das sobrinhas, as tias diziam: a fulana é médica, a outra é advogada e a Alice, essa, lá anda na vida que ela escolheu. . . Parecia que eu era uma perdida", diz, no meio de uma gargalhada. Mas o jornalismo era, desde cedo, uma paixão, não o escolheu para contrariar as tias. "Ver as coisas publicadas, com o nome cá em baixo. Eu assinava Alice Vassalo Pereira. E, depois, o cheiro do chumbo conquistou-me definitivamente. " Até hoje. Continua a escrever crónicas para o Jornal de Notícias e para as revistas Activa, Audácia e Tempo Livre. "E ainda adoro fazer entrevistas. "Os livros vieram mais tarde, em resultado do prémio da Gulbenkian, em 1979, de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança pela obra Rosa, Minha Irmã Rosa. Na altura, ganhou 75 contos (375 euros) e levou os filhos a Atenas: Catarina, hoje com 40 anos, e André, com 39. "Às vezes, penso: eu comecei a escrever tarde, podia ter começado mais cedo. Mas depois penso que não. Se eu tivesse começado antes. . . mas eu não sou nada a favor de quem começa muito cedo. As pessoas têm de viver um bocadinho, têm de crescer. Quando digo que podia ter começado uns anos antes, se calhar não podia. Ou tinha começado pior, não sei. " Em 30 anos, já publicou mais de 70 livros, vendeu perto de 2 milhões de exemplares e ganhou dez dos mais significativos prémios literários da literatura infantil e juvenil. Foi nomeada este ano para o Astrid Lindgren Memorial Award, um dos mais importantes prémios nesta área, com o valor de 500 mil euros. Não escreve por dinheiro, mas gosta de ser paga pelo seu trabalho. Irrita-se que lhe digam que a escrita é um hobby. "Vou a escolas quase todos os dias e durante as horas em que estou lá não estou a desenvolver o meu trabalho de escrita. Estou a trabalhar no horário de outras pessoas. Vou porque gosto, porque vejo satisfação nos olhos dos miúdos e isso é bom. Mas não tenho obrigação de fazer com que os meninos gostem de ler. Noventa por cento das escolas nem sequer compram os meus livros. E pagam as minhas visitas a contragosto. Quando eu quiser dar o meu trabalho, dou, mas sou eu que escolho. " No entanto, tem muita dificuldade em dizer "não" quando a convidam, mesmo se o pagamento não está previsto. "Agora, felizmente, a Leya trata disso. Gere a minha agenda e eu já não tenho de andar a negociar com as escolas. O ano de 2010 já está completo. A Leya foi o melhor que me aconteceu. " Mas não só por isto. Romance em Porto SantoA escritora divide-se entre quatro editoras (Caminho, Texto, Casa das Letras, Oficina do Livro e Dom Quixote) e o facto de pertencerem todas ao mesmo grupo facilita-lhe a vida. "No outro dia, o patrão da Leya dizia-me: quer trabalhar em mais alguma editora? Diga, que a gente compra. Eu dou-me bem com eles porque sou muito profissional e cumpridora. Eu preciso de prazos. Se não me põem prazos, não faço nada. E trabalho muito mais e até melhor se tiver muitas coisas para fazer ao mesmo tempo. Isso vem do jornalismo. Há uma sobrecarga de trabalho e a gente despacha tudo (jornalismo diário, claro). Há autores que me dizem: "Como é que tu podes saber que daqui a uns dias tens um livro pronto? E se não consegues?" Tenho de conseguir. Essa relação de trabalho para mim é boa. Por exemplo, agora sei, mas sei rigorosamente que até dia 16 [hoje], mesmo dia 16, tenho de entregar um romance. " Chama-se Meia Hora para Mudar a Minha Vida, "como a cantiga da Adriana Calcanhotto". Será mais um romance juvenil com uma rapariga de 16 anos como protagonista. Uma actriz de teatro amador. Passa-se em Lisboa, sempre Lisboa. "Sou muito lisboeta e não gosto de escrever sobre coisas que não conheço. Não dá para chegar a um sítio, estar lá dois dias e escrever uma história. Ou é um romance histórico ou então não consigo. Só tenho um romance juvenil que é metade em Lisboa, metade na zona das Gafanhas, Aveiro, que é donde eu sou: Viagem à Roda do Meu Nome. "Hoje, depois da festa (e de entregar o livro), ficará mais liberta para pensar num romance de base histórica que lhe anda a passear na cabeça há uns tempos. "Passa-se na ilha de Porto Santo, no séc. XVI. Fui à Madeira e aproveitei para recolher umas informações que faltavam. Em 1533, houve uma heresia, a heresia dos profetas, que pôs a ilha a ferro e fogo. Só no Porto Santo, nem chegou à Madeira. Quando estava a escrever sobre os Açores, sobre uma heroína de Angra do Heroísmo, descobri esta história. Por isso, a palavra "profeta" é um bocado pejorativa na ilha. E não digo mais nada. " Não é preciso. Alice Vieira tem quatro netos (Adriana, de 14 anos; Diogo, 10; Pedro, nove; Isabel, cinco), muitos amigos, muitos leitores e um namorado. Às 17h, têm encontro marcado no Jardim de Inverno do Teatro de São Luiz, em Lisboa. Porque está de parabéns.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Reportagem: Quando a voz de Deus sussura pelo dízimo
A celebração começa com música suave. O bispo Fernandes dirige-se ao púlpito dourado e os fiéis levantam-se em sinal de respeito. Por trás, na parede, lê-se numa inscrição iluminada a vermelho: "Jesus Cristo é o Senhor". O organista continua a tocar. O bispo arranca a Santa Seia a cantar. O sotaque não esconde os vestígios do Brasil. "Amo a mensagem da cruz", canta, numa voz possante. Por vezes desafina, mas ninguém dá por isso. Os fiéis acompanham. O coro está compenetrado na mensagem. (...)

Reportagem: Quando a voz de Deus sussura pelo dízimo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-04-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A celebração começa com música suave. O bispo Fernandes dirige-se ao púlpito dourado e os fiéis levantam-se em sinal de respeito. Por trás, na parede, lê-se numa inscrição iluminada a vermelho: "Jesus Cristo é o Senhor". O organista continua a tocar. O bispo arranca a Santa Seia a cantar. O sotaque não esconde os vestígios do Brasil. "Amo a mensagem da cruz", canta, numa voz possante. Por vezes desafina, mas ninguém dá por isso. Os fiéis acompanham. O coro está compenetrado na mensagem.
TEXTO: Depois de um breve discurso, o bispo Fernandes chama ao palco do Cinema do Vale Formoso, no Porto, quem trouxe sacos de moedas. Duas dezenas de crentes sobem as escadas com dificuldade de um dos principais Centros de Ajuda Espiritual da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) no país, que em breve será substituído por um novo edifício cujas obras terminam este mês. Os cabelos brancos sobressaem na cerca de uma centena e meia de pessoas que ontem participaram na Santa Seia, às 15h00. Eram principalmente mulheres. "Judas entregou Jesus Cristo por 30 moedas de prata", indigna-se o bispo. "Trinta moedas de prata", repete. Mas, para vocês, dar - explica - não deve ser um sacrifício. "O dízimo é um privilégio. Não pode ser um fardo", insiste. Discorre sobre a natureza corrupta do ser humano e recorre à Bíblia para encontrar uma expressão que copia com fúria: "Dar com o coração maligno? Dar com o coração maligno?" Lembra então que o Diabo está à espera que nos afastemos de Deus e que no próximo domingo vão ser consagrados os dizimistas. "Quem é dizimista?", pergunta, num diálogo constante com a audiência. A maioria levanta o braço. "Ámen"!, remata. E aproveita para mandar entrar três obreiras para recolher dinheiro. Há quem dê moedas. Há quem dê notas. Há quem entregue envelopes. E o bispo Fernandes desce do palco para a plateia. Começa então a contar a história de Jesus Cristo em casa de um leproso. "Sim, um leproso. Um doente. Um homem com quem ninguém quer estar. Não um ex-leproso, um leproso", diz em voz alta. E interroga o público. "Quando se está mal é que se vê quem são os nossos amigos, não é? Se há muito para partilhar todos querem ser amigos, não é?", pergunta. Os crentes respondem, reconhecem-se nas palavras do bispo Fernandes. Continua a história. "Uma mulher entrou na casa do leproso e despejou um jarro do precioso bálsamo pela cabeça de Jesus", relata. Os discípulos, conta, não gostaram. Murmuraram que era um desperdício. O bálsamo era caro, correspondia a um ano de trabalho. Poderia ser vendido para alimentar pobres. "Pobres? Isso era o que eles diziam. Só desculpas. Jesus merecia", sustenta o bispo. E faz contas. "Se fosse hoje e ganhassem 500 euros aquele jarro valeria 6000 euros. Se ganhasse 1000 euros valeria 12 mil euros", contabiliza. Mais tarde pede perdão por quem criticou as ofertas e o dízimo. "Não me está a criticar a mim, nem à Igreja, está a criticar Deus", alega.
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Palavras-chave mulher ajuda homem mulheres
Infarmed manda recolher implantes mamários de uma marca francesa
A autoridade nacional do medicamento mandou suspender e retirar do mercado todos os lotes dos implantes mamários de silicone pré-cheios do fabricante francês Poly Implant Prothese, depois de um alerta das autoridades francesas sobre incidentes com este dispositivo. (...)

Infarmed manda recolher implantes mamários de uma marca francesa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-04-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A autoridade nacional do medicamento mandou suspender e retirar do mercado todos os lotes dos implantes mamários de silicone pré-cheios do fabricante francês Poly Implant Prothese, depois de um alerta das autoridades francesas sobre incidentes com este dispositivo.
TEXTO: A suspensão destes implantes deveu-se ao facto de, nos últimos três anos, a associação de medicamentos francesa Afssaps ter verificado um aumento no número de incidentes com este dispositivo médico, que consistiu numa ruptura das próteses e complicações locais, necessitando, na sua maioria, de uma nova intervenção cirúrgica para a sua remoção. O porta-voz da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), Carlos Pires, informou que, desde 2002, foram comercializados em Portugal 3017 dispositivos desta marca. Os implantes mamários do fabricante francês Poly Implant Prothese são comercializados em Portugal pelo distribuidor JMV Produtos Hospitalares, Lda. , que comunicou ao Infarmed que irá proceder à recolha voluntária de todos os lotes destes dispositivos médicos disponíveis no mercado nacional. Na sequência deste alerta, o Infarmed ordenou “a suspensão imediata da comercialização dos referidos dispositivos médicos, bem como a respectiva recolha do mercado”. A decisão das autoridades francesas deu-se após ter sido realizada uma inspecção ao fabricante e constatado que “o gel de silicone utilizado para o enchimento dos implantes era diferente do constante na documentação técnica que suporta a marcação CE deste dispositivo médico, não estando, deste modo, estes dispositivos conformes com a Directiva 93/42/CE”, refere o Infarmed em comunicado. No caso das próteses já implantadas, o Infarmed informa que “não existem razões que justifiquem a retirada e substituição preventivas das próteses, a não ser que uma ruptura efectiva seja identificada. “As mulheres a quem foi implantado deverão solicitar ao seu médico ou cirurgião assistente informação sobre a necessidade da realização de um exame adaptado ao seu caso e o acompanhamento da sua situação”, salienta, alertando que, na maioria dos casos, as situações de ruptura são detectadas apenas após exame médico, pelo que é fundamental a opinião do clínico. O Infarmed recomenda ainda realização de uma ecografia semestral/anual com vista à detecção de eventuais situações de ruptura das próteses. “Os riscos para a saúde associados aos dispositivos abrangidos (ruptura dos implantes e reacção inflamatória local) não diferem qualitativamente dos riscos normalmente associados aos implantes mamários em geral, apresentando, no entanto, um padrão de ocorrência superior ao normal”, acrescenta.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulheres
Um em cada dez doentes com artrite reumatóide pede reforma antecipada
Um em cada dez doentes com artrite reumatóide foi “obrigado” a pedir a reforma antecipada devido ao impacto da doença, segundo um inquérito que será divulgado hoje para assinalar o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide. (...)

Um em cada dez doentes com artrite reumatóide pede reforma antecipada
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.05
DATA: 2010-04-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um em cada dez doentes com artrite reumatóide foi “obrigado” a pedir a reforma antecipada devido ao impacto da doença, segundo um inquérito que será divulgado hoje para assinalar o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide.
TEXTO: O inquérito nacional “Artrite Reumatóide em Portugal - Viver ou Sobreviver?” foi realizado durante 2009 pela Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) junto de portugueses com esta doença e associados da instituição. Segundo o estudo, cerca de 26 por cento dos inquiridos afirmam que a doença tem muito impacto na sua actividade profissional. E, pelo menos, uma em cada dez pessoas fica incapacitada para a vida, caso o diagnóstico não seja feito de forma precoce, refere a ANDAR, que assinala 15 anos de existência. “Esta importante radiografia à qualidade de vida dos doentes vem confirmar o impacto da artrite reumatóide nas actividades mais triviais da vida diária, e o efeito no trabalho, produtividade e reforma antecipada” refere a presidente da ANDAR, Arsisete Saraiva. A artrite reumatóide afecta cerca de 40 mil portugueses, sendo actualmente as mulheres entre os 30 e os 50 anos as grandes vítimas desta doença que atinge principalmente as articulações, provocando dor intensa e impossibilitando a realização de alguns movimentos, mesmo os mais comuns.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave doença estudo mulheres
Polónia: Um país unido parou para rezar e chorar os seus mortos
Os sinos bateram mais devagar e as sirenes ouviram-se pela cidade. Varsóvia, coberta com flores e velas junto ao Palácio Presidencial e nas avenidas principais, parou ontem, ao meio-dia: os condutores de automóveis deixaram os carros onde estavam e saíram das viaturas, os transeuntes ficaram imóveis. Durante dois minutos, prestaram homenagem ao Presidente e dezenas de responsáveis políticos, militares e outros dignitários mortos num acidente de avião na véspera, na Rússia. (...)

Polónia: Um país unido parou para rezar e chorar os seus mortos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-04-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os sinos bateram mais devagar e as sirenes ouviram-se pela cidade. Varsóvia, coberta com flores e velas junto ao Palácio Presidencial e nas avenidas principais, parou ontem, ao meio-dia: os condutores de automóveis deixaram os carros onde estavam e saíram das viaturas, os transeuntes ficaram imóveis. Durante dois minutos, prestaram homenagem ao Presidente e dezenas de responsáveis políticos, militares e outros dignitários mortos num acidente de avião na véspera, na Rússia.
TEXTO: O Presidente morto, Lech Kaczynski, não era uma figura consensual, mas, apesar de a sua popularidade ter descido de tal modo que as sondagens previam que perdesse a corrida a um segundo mandato em Outubro, os polacos uniram-se no luto, rezaram à sua memória e sublinharam apenas as facetas positivas. "Ele ensinou-nos a respeitar as nossas tradições, a lutar pela nossa dignidade", disse Boguslaw Staron, um septuagenário de Varsóvia, à BBC. Mesmo os inimigos tiveram palavras simpáticas. "Trabalhámos juntos para construir a democracia polaca", afirmou o antigo Presidente Lech Walesa, que foi em tempos aliado de Lech Kaczynski e do seu irmão, Jaroslav, durante a luta contra o comunismo, mas que acabou por se desentender com os gémeos. "Houve diferenças que nos afastaram, mas esse é um capítulo encerrado", cita a Reuters. "É assombroso ver como o país se uniu na tragédia", comentava a jornalista do diário espanhol "El País" em Varsóvia, Marta Tuka. Milhares de pessoas concentraram-se em frente do palácio presidencial para assinar o livro de condolências. Por todo o país, as missas de domingo, apinhadas de gente, foram em memória dos mortos. Entre orações, muitos homens e mulheres choraram. "Acho que me vou lembrar sempre deste momento. Os nossos avós viveram a guerra, a geração dos nossos pais a lei marcial [entre 1981 e 1983] e este é o grande choque da nossa geração", disse à Reuters Agata Malinowska, uma estudante de 22 anos. No aeroporto de Varsóvia, foi feita uma pequena cerimónia para receber o caixão com o corpo de Lech Kaczynski, na presença do seu irmão gémeo, Jaroslav, e da filha, Marta. Depois, o cortejo que levou o caixão para o palácio presidencial foi acompanhado por milhares de pessoas espalhadas pelas principais ruas da capital polaca. O funeral realiza-se na terça-feira. As outras vítimas, incluindo a mulher Lech Kaczynski, continuavam em Moscovo para perícias médico-legais. A gentileza russaTambém no estrangeiro, de Paris a Londres, igrejas frequentadas pela comunidade polaca fizeram missas pelos mortos. Vários países decretaram dias de luto nacional: Rússia, Ucrânia e Brasil. Em Moscovo, centenas de pessoas deixaram flores e velas brancas e vermelhas junto da embaixada polaca. O acidente ocorreu numa altura de reaproximação entre Rússia e Polónia - numa coincidência macabra, o avião caiu perto de Katyn, o local onde há 70 anos a polícia secreta soviética matou mais de 21 mil membros da elite polaca. "Eles [os russos] declararam um dia de luto por nós, é muito comovente", comentou à AFP Zofia Szymczyk, uma polaca de 70 anos a chegar a uma missa numa igreja da capital. A maioria dos polacos parecia ter afastado a desconfiança em relação à Rússia (uma linha explorada por Kaczynski e pelo seu partido conservador e nacionalista) e as teorias da conspiração: o Presidente viajava para Smolensk dias depois de Vladimir Putin ter convidado o seu rival, o primeiro-ministro Donald Tusk, para uma cerimónia comemorando o massacre de Katyn. Peritos russos começaram a examinar os registos de voz e dados das caixas negras do avião na presença de responsáveis polacos, e concluíram que não houve falhas técnicas no Tupolev já com 27 anos. Na véspera, fontes russas adiantavam que os controladores aéreos tinham pedido aos pilotos que aterrassem antes no aeroporto de Minsk, mas que estes ignoraram as instruções e tentaram por três vezes a aterragem em Smolensk. À quarta, o avião bateu nas árvores antes de chegar à pista. Morreram todos os 96 passageiros e tripulantes. A Polónia declarou-se satisfeita com o modo como as autoridades russas lidaram com o acidente. "Não esperávamos esta abordagem gentil, este envolvimento pessoal de Putin", afirmou o "número dois" do Gabinete de Segurança Nacional Polaco, Witold Waszczykowski, um dos poucos colaboradores dos Kaczynski que não iam no voo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra filha lei mulher comunidade mulheres corpo morto luto
Secreta russa identificou organizadores dos ataques de Moscovo
Os organizadores dos atentados suicidas de há duas semanas em Moscovo e no Daguestão foram já identificados, garantiu hoje o chefe dos Serviços Federais de Segurança (FSB, agência sucessora do KGB). (...)

Secreta russa identificou organizadores dos ataques de Moscovo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-04-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os organizadores dos atentados suicidas de há duas semanas em Moscovo e no Daguestão foram já identificados, garantiu hoje o chefe dos Serviços Federais de Segurança (FSB, agência sucessora do KGB).
TEXTO: “Sabemos quem foram os executantes e quem foram os organizadores dos actos terroristas contra a rede de metropolitano de Moscovo assim como em Kizliar [esta última, cidade do Daguestão], e já conhecemos as circunstâncias dos preparativos e execução destes crimes”, afirmou Alexandre Bortnikov, durante uma reunião do Comité Antiterrorismo (NAK). Bortnikov – cujas declarações foram transmitidas pela televisão estatal russa – não avançou, porém, quaisquer pormenores sobre estas informações que diz possuir, incluindo a identidade e zona de origem dos suspeitos “arquitectos” dos ataques em que morreram mais de 50 pessoas. O duplo atentado à bomba de 29 de Março no metropolitano moscovita, em que duas mulheres se fizeram explodir em duas estações diferentes à hora de ponta da manhã, foi reivindicado pelo grupo islamista auto-designado “Emirado do Cáucaso”, liderado pelo antigo rebelde separatista tchetcheno Doku Umarov. Os FSB confirmaram na semana seguinte a identidade das executantes dos atentados: a professora de informática de 28 anos Mariam Sharipova, oriunda do Cáucaso Norte, e a adolescente Dzhennet Abdurakhmanova, de 17 anos e natural do Daguestão. Aquele ataque, precisou Umarov num vídeo publicado dois dias depois pelo website rebelde kavkazcenter. com, foi um “acto de vingança” pela operação das forças especiais russas semanas antes na Inguchétia – outra turbulenta república federada no turbulento Cáucaso Norte – onde foi então morto o principal ideólogo do grupo, Said Buriatski, nascido Alexandre Tikhomirov, na Sibéria. O “Emirado do Cáucaso” recusou porém autoria do duplo ataque à bomba no Daguestão em que morreram 12 pessoas. Bortnikov sublinhou ainda que, ao longo das últimas semanas, foram “eliminados 26 terroristas” implicados no atentado de Novembro passado, em que a explosão de uma bomba causou o descarrilamento de um comboio Nevski Express, ligando Moscovo a São Petersburgo, causando 27 mortos. Outros 14 suspeitos foram detidos, em relação àquele ataque e “mais de outros 50 actos terroristas contra representantes das forças da ordem e dos serviços especiais”.
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Palavras-chave ataque adolescente mulheres morto
Há cada vez mais portugueses a utilizarem a voz como negócio
Quando aos 18 anos entrou para a Escola Superior de Teatro e Cinema, Sofia Cabrita fez um rastreio para provar que não tinha nenhuma patologia nas cordas vocais. Dez anos depois, é actriz e ao mesmo tempo empresta a sua voz a filmes e a anúncios de bebidas alcoólicas, produtos alimentares, detergentes... "Sempre achei que a voz rouca e grossa ia ser um problema mas tornou-se num trunfo e é muito procurada", contou ao PÚBLICO por ocasião do Dia Mundial da Voz que hoje se assinala. (...)

Há cada vez mais portugueses a utilizarem a voz como negócio
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2010-04-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quando aos 18 anos entrou para a Escola Superior de Teatro e Cinema, Sofia Cabrita fez um rastreio para provar que não tinha nenhuma patologia nas cordas vocais. Dez anos depois, é actriz e ao mesmo tempo empresta a sua voz a filmes e a anúncios de bebidas alcoólicas, produtos alimentares, detergentes... "Sempre achei que a voz rouca e grossa ia ser um problema mas tornou-se num trunfo e é muito procurada", contou ao PÚBLICO por ocasião do Dia Mundial da Voz que hoje se assinala.
TEXTO: É com boa disposição que Sofia recorda que num anúncio a uma bebida lhe pediram para ser "mais sexy". "Mais sexy significa uma voz mais grossa e sussurrada em que parece que falamos ao ouvido das pessoas e que ficamos mais próximos de quem nos ouve", concretizou. Tal como Sofia, são cada vez mais os portugueses que estão neste momento inscritos em bancos de voz, isto é, em empresas que se dedicam a fazer a ponte entre os clientes e estes profissionais cujo instrumento de trabalho são as palavras. "Fomos pioneiros e entrámos há três anos no mercado com o objectivo de contribuir para profissionalizar esta actividade que era feita de forma individual. Já temos no nosso banco de vozes 1700 talentos e no activo estão cerca de 600", explicou Marta Correia, directora da Addvoices - a empresa sediada em Lisboa que "detém" a voz de Sofia e que garante que o essencial é a voz ser educada e trabalhada. Anúncios para rádio, televisão, apresentação de eventos, dobragens de filmes e voz para sites são apenas algumas das possibilidades a explorar. Contudo, segundo Marta, apesar de o "mercado estar em crescimento" e de os clientes "darem cada vez mais importância à voz", ainda é difícil viver apenas desta actividade. Este é o caso de Jorge Nunes, um bancário de 42 anos que se juntou há dois meses à empresa Voz-Off, sediada no Porto, para emprestar a sua voz a um projecto de e-learning. Candidatou-se espontaneamente a um casting e tirou partido da sua experiência em teatro e do facto de "todos os amigos" lhe dizerem que devia tentar a sua sorte. "Descobri a empresa pela Internet e ainda estou a testar as minhas potencialidades e a perder o medo, mas adorava trabalhar nisto a tempo inteiro e poder dar voz em filmes de animação". Renato Cardoso, director da Voz-Off, também criada em 2007, acredita que é uma área com possibilidades de expansão, até porque não há limites para a imaginação. "Já me pediram vozes portuguesas com sotaque angolano e até uma voz de uma rapariga jovem que desse a entender que estava grávida. Não há impossíveis. O importante é ter boa dicção, capacidade plástica e de transmitir sentimentos com melodia", assegurou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave medo rapariga
Defesa de Carlos Cruz admite possíveis condenações, mas apela a juízes para não julgarem com "preconceito"
A defesa do apresentador Carlos Cruz no processo Casa Pia admitiu hoje estar preparada para eventuais condenações, apelando no entanto ao colectivo de juízes para que não decida baseado no "preconceito" ou na "irracionalidade". (...)

Defesa de Carlos Cruz admite possíveis condenações, mas apela a juízes para não julgarem com "preconceito"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-04-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: A defesa do apresentador Carlos Cruz no processo Casa Pia admitiu hoje estar preparada para eventuais condenações, apelando no entanto ao colectivo de juízes para que não decida baseado no "preconceito" ou na "irracionalidade".
TEXTO: Nas alegações finais complementares, o advogado Ricardo Sá Fernandes afirmou que, com as alterações "incompreensíveis" à acusação proferidas pelo tribunal em Novembro passado, admitiu que estas poderiam indicar que o tribunal se prepara, ao fim de mais de cinco anos de julgamento, para condenar Carlos Cruz e outros arguidos do processo de abuso sexual. "Temos que nos preparar para condenações. É o sentido lógico das alterações", resumiu o advogado, lembrando o que terá dito ao seu constituinte depois de o tribunal ter comunicado as alterações não substanciais de factos que constam do despacho de pronúncia. Embora nenhuma das alterações vise directamente Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes indicou que as alterações de data relativas a crimes de lenocínio (fomento à prostituição) do arguido Carlos Silvino acabam por incriminar Cruz, uma vez que o ex-motorista da Casa Pia é acusado de ter levado menores da instituição para serem abusados pelo apresentador. Ricardo Sá Fernandes considerou "inaceitável" que o tribunal dê credibilidade aos testemunhos de três jovens assistentes no processo, apontando o que considera 35 contradições e inconsistências que usou para reiterar a tese de que as acusações em julgamento são resultado de "mentira e fantasia". "Não aceito que tudo se possa resumir ao argumento de serem erros e enganos de jovens abusados enquanto adolescentes", frisou o advogado, insistindo que o colectivo não pode "cometer o erro de condenar por preconceito ou pré-juízo", baseado nas declarações dos jovens. Ricardo Sá Fernandes afirmou que o processo Casa Pia é uma versão moderna da "caça às bruxas", apontada ao "mais sinistro dos crimes individuais", a pedofilia, em que foi fácil "incendiar um país numa histeria colectiva", numa "irracionalidade geral". Nas alegações de hoje, procurou despertar nos juízes um "rebate de consciência", apelando a que "não produzam o gravíssimo erro judicial da condenação". À saída do Campus da Justiça, em Lisboa, o advogado declarou que "é altura de deixar o tribunal entregue à solidão da sua decisão", afirmando esperar que o acórdão "seja rápido, no princípio de Maio". Nas alegações de hoje, o advogado de Manuel Abrantes, ex-provedor-adjunto da Casa Pia, afirmou que as "estatísticas" indiciam que "sempre que o tribunal comunica alterações [ao despacho de pronúncia] o desfecho é sempre uma decisão condenatória". Paulo Sá e Cunha afirmou que as alterações nesta fase do processo impossibilitam o contraditório, pelo que "os arguidos não se podem nem poderão defender". O Ministério Público e os representantes da Casa Pia e dos assistentes voltaram a pedir a condenação dos arguidos, a defesa de Carlos Silvino, que confessou alguns dos crimes de que é acusado, voltou a pedir uma pensa suspensa e as restantes defesas reafirmaram a inocência dos arguidos. Em tribunal respondem ainda por vários crimes sexuais o médico Ferreira Diniz, o embaixador Jorge Ritto, o advogado Hugo Marçal e Gertrudes Nunes, dona de uma casa de Elvas onde alegadamente ocorreram abusos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal prostituição sexual abuso