PS e PSD admitem mexer nos poderes do PGR, só não se entendem como
Pinto Monteiro queixou-se da falta de poderes e esteve sob fogo. Socialistas admitem mudá-los na revisão constitucional, sociais-democratas nas leis normais. (...)

PS e PSD admitem mexer nos poderes do PGR, só não se entendem como
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pinto Monteiro queixou-se da falta de poderes e esteve sob fogo. Socialistas admitem mudá-los na revisão constitucional, sociais-democratas nas leis normais.
TEXTO: PS e PSD andam outra vez desafinados. Mais uma vez por causa do procurador-geral da República (PGR), que ontem esteve debaixo de fogo. No mesmo dia em que Pinto Monteiro comparou os poderes do procurador aos da "Rainha de Inglaterra", a oposição, da esquerda à direita, uniu-se na crítica a Pinto Monteiro, exigindo-lhe responsabilidade. O PSD, a várias vozes, apontou, diplomaticamente, o caminho da demissão ao procurador-geral da República. O PS apontou o caminho da revisão constitucional, através do deputado e constitucionalista Vitalino Canas. Numa frase: está disponível para discutir os poderes do procurador, sim. Quais? Depois se verá. Ao PÚBLICO, o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, responde não ser obrigatório que essas mudanças dependam da revisão constitucional. Podem ser feitas tanto no Estatuto como na Lei Orgânica do Ministério Público. "A não ser que o deputado Vitalino Canas tenha em mente uma revolução", afirmou o líder da bancada do PSD, partido que, no seu projecto de revisão constitucional, propõe que a nomeação do procurador passe pelo Parlamento. O deputado do PS afirma "não ver incompatibilidade" entre estas posições. "A revisão de poderes do procurador dentro do Ministério Público tem eventualmente alguma base constitucional", mas "a maior parte das questões levantadas pelo PGR podem ser resolvidas nas normas estatutárias", disse ao PÚBLICO. O dia começou agitado com uma entrevista de Pinto Monteiro ao Diário de Notícias, tendo como pano de fundo o final do processo Freeport. "É absolutamente necessário que o poder político (seja qual for o governo e sejam quais forem as oposições) decida se pretende um Ministério Público autónomo, mas com uma hierarquia a funcionar, ou se prefere o actual simulacro de hierarquia em que o procurador-geral da República, como já vem sido dito, tem os poderes da Rainha de Inglaterra e os procuradores-gerais distritais são atacados sempre que pretendem impor a hierarquia. "As reacções sucederam-se. Em catadupa. A vice-presidente do PSD Paula Teixeira da Cruz sugeriu que Pinto Monteiro devia "tirar as consequências" das suas afirmações. "Se o PGR não tinha consciência das suas competências quando assumiu funções, se entende que não tem nenhuma capacidade de intervenção, então deve ser o procurador a tirar as consequências dessas afirmações e quem o propõe. " Afinal, as competências não mudaram desde que foi nomeado. Diplomaticamente, sugere a sua demissão. Mas há apenas seis meses, em plena campanha interna para a liderança, Pedro Passos Coelho era mais incisivo, desafiando o Governo a demitir Pinto Monteiro. Como Pilatos?O deputado do PS Vitalino Canas mostrou compreensão pelo "problema real" colocado pelo PGR. Ou seja, que o procurador "tem uma imensa responsabilidade e depois não dispõe dos poderes dentro da hierarquia do Ministério Público necessários para fazer funcionar a "casa"". E também foi compreensivo com a acusação do procurador de que o "Sindicato dos Magistrados do Ministério Público é um mero lobby de interesses pessoais que pretende actuar como um pequeno partido político". PCP e Bloco de Esquerda exigiram responsabilidades a Pinto Monteiro. Jorge Cordeiro, da Comissão Política do PCP, diz que a entrevista é "um passa culpas" e contribui para "a degradação da imagem da justiça". A bloquista Helena Pinto exigiu que o PGR "dê explicações claras ao país", "não lave as mãos como Pilatos ou invoque a Rainha de Inglaterra". O CDS-PP, que admite ponderar uma alteração nos poderes do procurador, foi o último a comentar a entrevista. Para dizer que ela revela "o estado de balcanização do Ministério Público". O constitucionalista Jorge Miranda advertiu que o funcionamento da PGR "depende do modo como o próprio procurador impõe a sua autoridade" e recusou um reforço dos poderes do responsável máximo do Ministério Público. (com Lusa)
REFERÊNCIAS:
“Violador de Telheiras” acusado de 74 crimes
O homem de 30 anos que ficou conhecido como o "violador de Telheiras" foi acusado de 74 crimes, segundo um despacho do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa citado na edição de hoje do Correio da Manhã. (...)

“Violador de Telheiras” acusado de 74 crimes
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O homem de 30 anos que ficou conhecido como o "violador de Telheiras" foi acusado de 74 crimes, segundo um despacho do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa citado na edição de hoje do Correio da Manhã.
TEXTO: Segundo o jornal, o suspeito, que desde a sua detenção em Março último confessou a autoria de 40 violações praticadas nos últimos cinco anos, é acusado de 74 crimes entre violação, sequestro, rapto e roubo. Responde pela violação consumada de onze mulheres. O número de vítimas registadas pela polícia é inferior ao admitido pelo alegado violador, que às autoridades afirmou ter praticado 40 abusos sexuais, em cinco anos, nas zonas de Olivais, Algés e Santa Catarina. O Correio da Manhã indica que, devido à falta de provas, o DIAP de Lisboa acabou por arquivar estes casos por o suspeito ter prestado declarações “imprecisas” e “insuficientes” e por nenhuma vítima o ter denunciado. O chamado "violador de Telheiras" é um engenheiro de telecomunicações sem antecedentes criminais suspeito da prática de vários crimes sexuais ocorridos em Telheiras, Alfragide e Linda-a-Velha, na região de Lisboa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violação mulheres rapto
Sindicato dos Magistrados acusa PGR de “falta de capacidade” para exercer poderes
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público reagiu hoje às declarações do procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, publicadas ontem, acusando o magistrado de não ter capacidade para exercer os poderes que possui. (...)

Sindicato dos Magistrados acusa PGR de “falta de capacidade” para exercer poderes
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público reagiu hoje às declarações do procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, publicadas ontem, acusando o magistrado de não ter capacidade para exercer os poderes que possui.
TEXTO: Na carta aberta, de cinco páginas, assinada pela direcção do sindicato, diz-se que “a hierarquia do Ministério Público está moribunda” e instiga-se Pinto Monteiro a assumir as suas responsabilidades no caso Freeport, nomeadamente, sobre o facto de ter “permitido que a investigação ficasse [até 2008] no Montijo, entregue a um magistrado com centenas de outras investigações a seu cargo”. O sindicato sublinha que Pinto Monteiro é o PGR “com mais poderes da história da nossa democracia” e realça que até teve “o engenho e a arte de acrescentar aos seus antecessores novos poderes inéditos, inconstitucionais, inexplicavelmente concedidos pela maioria parlamentar na legislatura anterior”. Mas, continuam, sustentando que a hierarquia do MP está moribunda. “Não por falta de poderes, agora reforçados, mas da falta de capacidade para os exercer”, justifica. Quanto às relações conturbadas entre Pinto Monteiro e o SMMP, a direcção deste último diz que, ao contrário do que acontecia com os seus antecessores, elas são “praticamente inexistentes”. “Paradoxalmente, deu V. Ex. ª ao SMMP o protagonismo e a relevância que nunca teria em circunstâncias normais, determinando muita da nossa acção em defesa do prestigio desta magistratura, nunca antes tão diminuída e descredibilizada”, alegam os dirigentes. E acusa o PGR de apontar publicamente “o dedo a bodes expiatórios dos seus insucessos e fracassos”, reforçando: “Especializou-se em endossar a terceiros responsabilidades exclusivas ou maioritariamente suas”. O sindicato diz que falta uma verdadeira hierarquia do MP que não seja obcecada por percentagens, com a visão militarizada do “quero, posso e mando” e acusa o PGR de tentar configurar o Ministério Público “à sua imagem e semelhança, como se de um feudo se tratasse”. Os dirigentes contestam a ideia de que o MP está dividido, como disse ontem o CDS, sustentado que ele está unido. “Apenas tem a ocupar o cargo de procurador-geral da República, quem não tem com o Ministério Público qualquer empatia nem se identifica com o seu estatuto”. A carta termina com uma certeza, uma esperança e um apelo. A certeza que o SMMP continuará a ser um incansável defensor desta magistratura, a esperança que o PGR se renegere nos restantes dois anos de mandato e o apelo para que o magistrado ajude a dignificar o MP. Pinto Monteiro disse ontem numa entrevista ao Diário de Notícias que é “preciso que, sem hesitações, se reconheça que o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público é um mero lobby de interesses pessoais que pretende actuar como um pequeno partido político” e que o poder político deve esclarecer esta questão de “forma inequívoca”. O PGR queixou-se ainda da falta de poderes. "É absolutamente necessário que o poder político (seja qual for o governo e sejam quais forem as oposições) decida se pretende um Ministério Público autónomo, mas com uma hierarquia a funcionar, ou se prefere o actual simulacro de hierarquia em que o procurador-geral da República, como já vem sido dito, tem os poderes da Rainha de Inglaterra e os procuradores-gerais distritais são atacados sempre que pretendem impor a hierarquia". Actualizada às 18h36
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Palavras-chave rainha
Fátima Felgueiras - Para além do saco azul
É possível falar com Fátima Felgueiras sem falar do famoso saco azul? É. Numa entrevista a Anabela Mota Ribeiro, que será publicada no próximo domingo, a antiga presidente da Câmara de Felgueiras abre o álbum de família. Fala da mãe professora, da madrinha modista e do pai brasileiro. Confessa a insegurança que sentiu quando um dia, em 2003, se meteu num avião a caminho do Brasil e revela que foram os filhos, Sandra e João, que a obrigaram a fugir para não ser presa. Extracto da entrevista de Anabela Mota Ribeiro a Fátima Felgueiras da próxima Pública: (...)

Fátima Felgueiras - Para além do saco azul
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: É possível falar com Fátima Felgueiras sem falar do famoso saco azul? É. Numa entrevista a Anabela Mota Ribeiro, que será publicada no próximo domingo, a antiga presidente da Câmara de Felgueiras abre o álbum de família. Fala da mãe professora, da madrinha modista e do pai brasileiro. Confessa a insegurança que sentiu quando um dia, em 2003, se meteu num avião a caminho do Brasil e revela que foram os filhos, Sandra e João, que a obrigaram a fugir para não ser presa. Extracto da entrevista de Anabela Mota Ribeiro a Fátima Felgueiras da próxima Pública:
TEXTO: Foi um golpe duro a derrota das últimas eleições, em Outubro de 2009? Fiquei magoada. Não deixei de gostar de Felgueiras por causa do resultado. Com uma capacidade de endividamento negativa, estava embaraçada a possibilidade de avançarmos com novos projectos. Durante quatro anos fizeram uma campanha persistente de mentiras que, ditas muitas vezes, não passaram a verdade, mas surtiram efeito. Passaram quatro anos a dizer que não havia obra, não se fazia nada, que eu perdia o tempo no tribunal. É verdade que ocupei muito do meu tempo nos tribunais, mas despachei serviço nos tribunais. Ninguém, no meu lugar, tinha feito tanto quanto fiz nestes quatro anos pelo município. Por que é que decidiu reaparecer agora e assumir o seu lugar como vereadora da oposição?A sua cara, na televisão, falando sobre isso, parecia a cara de quem tinha precisado de um ano para digerir a derrota eleitoral. Na noite das eleições admiti que tinha terminado o meu ciclo autárquico. Porventura foram enganados, mas foi clara a decisão dos felgueirenses. Prefiro nem classificar a campanha eleitoral. Mas foi eleita muita gente pelo Movimento Sempre Presente. Essas pessoas fizeram-me reflectir sobre isto, fizeram-me não virar as costas à possibilidade de continuar a fazer coisas por Felgueiras; até porque estiveram na luta comigo. A verdade é que o actual executivo não pensou ganhar eleições, não estavam preparados para prosseguir a obra que estava em curso. Voltei para ajudar a que se retome a dinâmica de Felgueiras. O dinheiro nunca foi uma questão neste processo? Reformei-me muito cedo. Tenho uma reforma de três mil e poucos euros, com os descontos vai para dois mil e não sei quanto. Vivo da minha reforma. Foi com ela que vivi no Brasil. Se não tivesse a reforma, teria de pedir dinheiro. Não quer dizer que não tivesse de pedir. Pedi para fazer face a todas as despesas com que tive de arcar. Ainda tenho de pagar imenso dinheiro [que me emprestaram]. Outros temas da próxima Pública: A revista “The Atlantic” vaticinou “o fim dos homens” e Susana Almeida Ribeiro procurou saber se as mulheres estão a dominar o mundo;Porque Antonio Banderas, “o amante latino de Hollywood”, faz 50 anos e diz que gosta de envelhecer, Bruno Horta foi ouvir António Pires de Lima, Edgar Pêra, Francisco José Viegas, Agostinho Branquinho, Rui Horta e Rui Zink para saber como é chegar à meia-idade;Joana Amaral Cardoso dá-nos a conhecer Pedro Lourenço, o novo prodígio da moda brasileira;O humorista José Diogo Quintela escreve “Uma aventura sem chumbos”;Na rubrica de Ana Sousa Dias, “O que sei sobre os homens”, a actriz Guida Maria não tem papas na língua: “Desisti de os educar. Têm o síndrome do bombeiro, têm sempre que ir apagar um fogo, vejo-os sempre com o capacete e a machadinha. Sentem-se importantes porque têm a mangueira. ”
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Palavras-chave homens tribunal mulheres
Alberto Martins: "A justiça precisa de serenidade"
O ministro da Justiça Alberto Martins pediu , em entrevista à RTP, que seja "apagado" o ambiente de crispação na justiça e que haja um ambiente de convergência entre os seus "protagonistas". (...)

Alberto Martins: "A justiça precisa de serenidade"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.25
DATA: 2010-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O ministro da Justiça Alberto Martins pediu , em entrevista à RTP, que seja "apagado" o ambiente de crispação na justiça e que haja um ambiente de convergência entre os seus "protagonistas".
TEXTO: Numa entrevista conduzida por José Rodrigues dos Santos, Alberto Martins comentou as declarações recentes do Procurador-geral da República, que se queixou, em declarações ao "Diário de Notícias" de ter menos poder que a Rainha de Inglaterra, admitindo que o Governo possa reflectir sobre os poderes atribuidos ao PGR. "Tudo é discutível e a procura do aperfeiçoamento da justiça e fundamental", afirmou, aluydindo às alterações do estatuto do Ministério Público que "não é um instrumento de guerra de poderes mas um instrumento para a procura de novas leis". Sobre os poderes que faltam ao PGR, Alberto Martins afirmou: "O senhor procurador vai ter de os enunciar na proposta que vai fazer", disse sobre a questão da proposta de alteração ao estatudo do MP. "O que falta neste momento é que haja um apagamento da crispação. A justiça precisa de estabilidade, serenidade e convergência entre os seus protagonistas". Alberto Martins apontou ainda a celeridade da justiça como um dos problemas mais graves a colmatar. Sobre o processo Freeport e a abertura de um inquérito, por parte do PGR, após ter sido noticiado que o primeiro-ministro não foi ouvido por falta de tempo, sendo que as perguntas que lhe deviam ter sido dirigidas constam do despacho de arquivamento, Alberto Martins afirmou que "a responsabilidade será apurada". Segundo foi noticiado, quer a procuradora-adjunta Cândida Almeida quer o próprio PGR já tinham tomado conhecimento prévio do despacho antes da sua divulgação. Alberto Martins preferiu não se pronunciar sobre o processo Freeport nem sobre a conduta do PGr na matéria: "Não quero pronunciar-me, não devo. Não me cabe avaliar o trabalho do senhor procurador, não é tarefa do Governo fazê-lo".
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Palavras-chave guerra rainha
As viúvas iraquianas são a sombra da guerra que a paz preferiu esquecer
Ninguém sabe quantas viúvas há no Iraque. São muitas e poucas recebem ajuda do Governo. Fatimah Khadum faz o que pode e a Cruz Vermelha também ajuda. (...)

As viúvas iraquianas são a sombra da guerra que a paz preferiu esquecer
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ninguém sabe quantas viúvas há no Iraque. São muitas e poucas recebem ajuda do Governo. Fatimah Khadum faz o que pode e a Cruz Vermelha também ajuda.
TEXTO: Entidar, que quer dizer "à espera", foi uma das primeiras iraquianas viúvas da nova guerra. "O meu marido morreu durante a invasão. Estava a trabalhar num moinho e os aviões americanos bombardearam o moinho e mataram-no. "Tem 24 anos e três filhos nascidos antes de Março de 2003, quando as bombas dos Estados Unidos lhe mataram o marido enquanto ele fazia farinha em Bassorá, a primeira cidade do Sul. Hussein, o mais velho, tem dez anos; Shazenade tem nove; Abdul Hassan sete. Hoje, Entidar é uma viúva de sorte. Vive com a mãe, viúva da guerra com o Irão (1980-1988), e com os filhos numa casa alugada em Hayaniyah, um bairro conservador. Hoje, Entidar tem um trabalho e paga uma renda. Mas já foi como a maioria das viúvas, a viver com a mãe e o irmão e a cunhada e o sobrinho numa casa de duas divisões, sem saber como vestir os filhos. A sorte de Entidar foi Fatimah Khadum, fundadora da organização não governamental Iraqi Al-Firdaus (Paraíso) Society. A sorte de Fatimah foi o Comité Internacional da Cruz Vermelha, que há quatro meses iniciou um programa para ajudar viúvas de guerra em parceria com ONG locais. Fatimah já fazia muito. A sua ONG dá cursos de alfabetização, faz campanhas de prevenção do cancro da mama, outras de sensibilização sobre os princípios constitucionais e até já deu aulas de "mediação por meios pacíficos" a polícias e soldados. Nunca recebeu nada do Governo, mas trabalha com o Governo. Dos partidos e das milícias que dominam o Sul só recebeu ameaças - por telefone, por escrito e entregues pessoalmente -, mas recusou parar ou aliar-se a quem a ameaça. Por isso, a Cruz Vermelha, que só colabora com grupos independentes, escolheu-a. "Graças a Deus", é a frase que Entidar mais repete. Quando a Cruz Vermelha foi ter com Fatimah, ela foi ter com viúvas que conhecia e perguntou-lhes o que fariam se recebessem ajuda para iniciar um negócio. Entidar escolheu vender roupa para crianças, tecidos e utensílios de cozinha. "Não tinha esperança. Não sabia fazer nada, por isso recorri à minha família", diz Entidar, que estudou até ser mãe e foi mãe aos 14 anos. "Agora estou muito feliz. É bom estar ocupada, ganhar o meu dinheiro. Agora é melhor. Podemos pagar mais coisas". A sorrir com um sorriso doce que já não vai voltar a mostrar. Não é preciso saber quantas são as viúvas do Iraque para saber que este é um país de viúvas. Há quatro anos, no pico da violência sectária, 90 a 100 mulheres enviuvavam a cada dia. Entre 2005 e 2008, quando o Iraque parecia uma bomba humana, muitas mulheres fizeram-se explodir em atentados, como nunca antes em lugar nenhum. Dezenas eram viúvas. Um milhão, três milhõesHoje há entre um e três milhões de viúvas. Num país de 29 milhões, em que 40 por cento tem menos de 14 anos, basta saber isso para perceber que há demasiadas mulheres sozinhas com demasiados filhos para alimentar. Nas contas de Fatimah, "as mulheres são 60 por cento da população e metade são viúvas". Algumas "perderam o marido na guerra com o Irão, outras na guerra de 1991 e na revolta xiita que se seguiu, muitas nas explosões e assassínios". A partir de um inquérito feito há dois anos, a Cruz Vermelha concluiu que entre as mulheres chefes de família em situação vulnerável só 10 por cento recebia pensão de viuvez, o que se explica pela burocracia, pela corrupção e por falta de fundos. Há um ano, a ajuda estatal chegava a 120 mil, sortudas, mas pouco: 70 mil dinares (45 euros) por mês mais 14 mil por filho não chega. Para a Cruz Vermelha, como nos explicou Hind, responsável da subdelegação de Bassorá para o programa Mulheres em Guerra, a linha de pobreza traça-se abaixo dos 230 mil dinares por mês.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra violência filho ajuda mulheres pobreza
Ordem abre inquérito e processo disciplinar a médico que operou doentes na Lagoa
A Ordem dos Médicos vai abrir um inquérito e um processo disciplinar ao médico oftalmologista que operou numa clínica no Algarve quatro doentes que se encontram internados com risco de cegueira. (...)

Ordem abre inquérito e processo disciplinar a médico que operou doentes na Lagoa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Ordem dos Médicos vai abrir um inquérito e um processo disciplinar ao médico oftalmologista que operou numa clínica no Algarve quatro doentes que se encontram internados com risco de cegueira.
TEXTO: Em declarações à agência Lusa, o bastonário Pedro Nunes adiantou que a Ordem vai abrir um inquérito e um processo disciplinar e está disponível para colaborar com todas as outras entidades na investigação a este caso. O responsável adiantou que será ainda averiguado se o clínico, de origem holandesa, estava ou não registado ou inscrito na Ordem dos Médicos. No final da manhã de hoje, os quatro doentes que foram submetidos a cirurgias oftalmológicas na clínica I-QMed na Lagoa encontravam-se no Hospital dos Capuchos em Lisboa sob prognóstico “muito reservado” em relação à visão. Manuel de Brito, da administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, relatou à Lusa que os quatro doentes internados foram operados no mesmo dia e pelo mesmo médico na clínica da Lagoa. Quando os doentes deram entrada no Hospital dos Capuchos, a administração comunicou de imediato à Direcção Geral da Saúde, precisamente pela relação entre todos os casos. Trata-se de dois homens (um deles de nacionalidade inglesa) e de duas mulheres. Três dos doentes foram submetidos a uma intervenção de correcção de cataratas e uma das mulheres a uma cirurgia para colocação de lentes, adiantou ainda Manuel de Brito. “Neste momento está a fazer-se a terapêutica necessária e estarão internados o tempo que for considerado clinicamente necessário”, disse, acrescentando ser prematuro adiantar uma previsão. Segundo a equipa clínica do Hospital dos Capuchos, que já contactou o médico da clínica da Lagoa, os doentes foram afectados por uma infecção pós cirúrgica, mas a Inspecção Geral das Actividades em Saúde encontra-se ainda a investigar as causas.
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Palavras-chave homens mulheres
M.I.A. levou músicas do nosso mundo ao Sudoeste
M.I.A. foi imperial, Bomba Estéreo a surpresa, Flaming Lips a semi-decepção. Foi assim a segunda noite do Sudoeste, o festival onde o público parece estar ausente a maior parte do tempo. Ontem foram 30 mil. (...)

M.I.A. levou músicas do nosso mundo ao Sudoeste
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: M.I.A. foi imperial, Bomba Estéreo a surpresa, Flaming Lips a semi-decepção. Foi assim a segunda noite do Sudoeste, o festival onde o público parece estar ausente a maior parte do tempo. Ontem foram 30 mil.
TEXTO: São seis da tarde numa qualquer grande metrópole Ocidental, ouvem-se buzinas de carros, sirenes, pessoas projectam a voz na rua tentando suplantar o ruído, imagens publicitárias passam por nós como se fossem jogos-vídeo, mulheres de burca cruzam-se com outras de mala Louis Vuitton a tiracolo, um rodopio de sons instala-se no corpo, entra-se num café para relaxar e a TV está ligada na mais recente guerra inventada pelos homens. Era meia-noite e meia, no Festival Sudoeste, e foi isto que se ouviu no espectáculo da britânica M. I. A. . Há uns anos alguém pensou na designação “músicas do mundo” para classificar as músicas não Ocidentais. Mas o que é a “música Ocidental” – qualquer música, de qualquer origem – senão um tráfico constante de influências que, nós, desejosos de ordenar o mundo tentamos decifrar, mas na verdade ininteligíveis. O concerto de M. I. A. foi isso, uma negociação constante entre formas (baile funk, kuduro, dubstep, electrónicas, restos de hip-hop e de rock), amálgama não hierarquizada de Ocidente, Oriente, Brasil ou África, mas cujo resultado final, ao vivo, não é a comum canção pop-rock, estruturada como há cinquenta anos andamos a ouvir. É outra coisa. Massa timbrada. Som robusto, de grande fisicalidade, que sobressalta e faz vibrar. Há cinco anos os franceses Daft Punk mostraram que era possível, naquele local, criar um espectáculo mais vigoroso que qualquer trivial concerto rock, apenas com um som potente e um jogo de luzes eficaz. M. I. A. ainda não está lá mas quase. Fá-lo com uma DJ, uma acompanhante vocal, dois bailarinos que parecem de borracha, três cantoras de apoio envergando burca, um arsenal visual com lasers que mais parece retirado de um qualquer jogo-vídeo e uma música onde os traços das canções são constantemente recriados por alarmes, explosões, caos, vida. Não foi um espectáculo constante. Existiram algumas quebras de intensidade e a primeira saída de palco da cantora parece ter sido provocada por algum agastamento por problemas técnicos, não perceptíveis, mas nada que fizesse perigar uma sessão de música convulsa. Depois de sair, regressou para as três últimas – “Teqkilla”, com membros da assistência a serem convidados a subir ao palco para um brinde; o sucesso global “Paper planes”; e o desvario final com o frenesim rítmico de “Born free”. Antes tinha passado em revista o seu percurso, com temas como “Galang”, “Bucky done gun”, “Bird flu” ou “Bamboo banga”, entrecortados por gritos de incentivo ao público – “façam barulho”, disse inúmeras vezes, uma expressão aprendida com os cúmplices Buraka Som Sistema – e interagindo com ele, sendo transportada pelo ar ou subindo várias vezes às grades. Foi merecidamente o concerto mais festejado pelas 30 mil pessoas presentes, mas para níveis do Sudoeste. Ou seja, existiu euforia. Mas controlada. O público é misterioso, passa o tempo disperso, falando com os parceiros dos lado, como se constatou no concerto dos americanos Flaming Lips, uma autêntica ópera rock no meio da planície, recebida com indiferença. Wayne Coyne bem se esforçou por abanar a plateia, naquele seu registo entre o sarcástico e o autêntico, mas sem grandes resultados. E teoricamente, dir-se-ia um concerto talhado para agradar. Grande aparato cénico, o cantor rebolando dentro de um balão gigante plateia adentro, confetis, megafones, bailarinos, um homem vestido de urso e dois grupos de adolescentes nas pontas do palco que se manifestavam a compasso. Mas não funcionou. A apatia do público não ajudou, mas o rock psicadélico do grupo foi quase sempre requentado e sem nervo. A última canção, “Do you realize?”, acabou por ser o momento grande de um concerto que acabou por não cumprir com as expectativas.
REFERÊNCIAS:
Doentes da clínica de Lagoa mantêem-se com prognóstico “muito reservado”
Os quatro doentes que correm risco de cegueira na sequência de uma intervenção oftalmológica continuavam ao final da manhã sob prognóstico “muito reservado”, disse fonte da administração do Hospital dos Capuchos. (...)

Doentes da clínica de Lagoa mantêem-se com prognóstico “muito reservado”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os quatro doentes que correm risco de cegueira na sequência de uma intervenção oftalmológica continuavam ao final da manhã sob prognóstico “muito reservado”, disse fonte da administração do Hospital dos Capuchos.
TEXTO: Manuel de Brito, da administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, para onde foram transferidos os doentes operados numa clínica ilegal na Lagoa, relatou que os quatro pacientes foram operados no mesmo dia e pelo mesmo médico. Quando os doentes deram entrada no Hospital dos Capuchos, a administração comunicou de imediato à Direcção Geral da Saúde, precisamente pela relação entre todos os casos. Trata-se de dois homens (um deles de nacionalidade inglesa) e de duas mulheres. Três dos doentes foram submetidos a uma intervenção de correcção de cataratas e uma das mulheres a uma cirurgia para colocação de lentes, adiantou ainda Manuel de Brito. “Neste momento está a fazer-se a terapêutica necessária e estarão internados o tempo que for considerado clinicamente necessário”, disse, acrescentando ser prematuro adiantar uma previsão. Segundo a equipa clínica do Hospital, que já contactou o médico da clínica da Lagoa (Algarve), os doentes foram afectados por uma infecção pós cirúrgica, mas a Inspeção Geral das Actividades em Saúde encontra-se ainda a investigar as causas. Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, António Travassos, poderá estar em causa uma “má prática” ou “um erro de procedimento”. “O que interessa perceber é se a bactéria que está em causa [na infeção] é a mesma. Imaginemos que os quatro doentes foram operados no mesmo dia, a infeção pode acontecer por duas razões: ou há uma sala que está contaminada, o que eu não acredito, ou porque há um erro de procedimento”, comentou. António Travassos afirma que estes procedimentos são graves, mas que acontecem um pouco por todo o mundo: “Hoje aquilo que nós sabemos é que em vários locais, não só neste país, o mesmo kit descartável é utilizado várias vezes”. Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, o caso ocorrido há um ano no Hospital Santa Maria, que levou à cegueira de seis doentes é “provavelmente completamente diferente deste”. No caso do Santa Maria foi a troca de medicamentos na farmácia hospitalar que terá provocado os casos de cegueira.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulheres ilegal
Oito médicos estrangeiros assassinados no Afeganistão
Oito médicos estrangeiros – seis norte-americanos, um britânico e um alemão – foram mortos no norte do Afeganistão. A autoria do ataque já foi reivindicada por rebeldes taliban. (...)

Oito médicos estrangeiros assassinados no Afeganistão
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.12
DATA: 2010-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Oito médicos estrangeiros – seis norte-americanos, um britânico e um alemão – foram mortos no norte do Afeganistão. A autoria do ataque já foi reivindicada por rebeldes taliban.
TEXTO: Os médicos pertenciam à organização International Assistance Mission (IAM) e a sua morte foi confirmada à AFP pelo director-geral desta ONG cristã, Dirk Frans. Um porta-voz dos taliban, Zabihullah Mujahid, disse à Reuters que os médicos, acusados de proselitismo, tinham várias bíblias em sua posse. O grupo, constituído por cinco homens e três mulheres, estivera na província do Nuristão, no norte do país, com a sua clínica móvel a prestar cuidados oftalmológicos à população. Estaria de regresso a Cabul quando foi atacado pelos taliban. Para além dos oito médicos estrangeiros morreram também dois afegãos, cujos corpos foram encontrados baleados. A última vez que o grupo deu notícias foi na quarta-feira, adiantou Dirk Frans, pelo que se presume que o ataque tenha ocorrido na quinta-feira. O chefe da polícia da província de Badakshan, Aqa Noor Kentuz, adiantou à Reuters que o grupo tinha sido alertado para não viajar para aquela zona, mas os seus membros optaram por prosseguir caminho por considerarem que, por serem médios, não iriam ser atacados. A IAM está presente no Afeganistão desde 1966 e Dirk Frans adiantou à BBC que estes médicos não eram missionários: "Isso é mentira. Somos conhecidos como uma organização cristã. mas certamente não distribuímos bíblias". Os corpos foram encontrados na província de Badakshan e deverão ser levados para Cabul ainda este o fim-de-semana.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens ataque mulheres