Provados crimes praticados pelos sete arguidos
Todos os arguidos do processo Casa Pia podem vir a ser condenados hoje, dado que o tribunal já considerou provado que cometeram ou favoreceram abusos sexuais com ex-alunos da instituição. O tribunal deu 19 crimes como provados, até ao momento. (...)

Provados crimes praticados pelos sete arguidos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Todos os arguidos do processo Casa Pia podem vir a ser condenados hoje, dado que o tribunal já considerou provado que cometeram ou favoreceram abusos sexuais com ex-alunos da instituição. O tribunal deu 19 crimes como provados, até ao momento.
TEXTO: A leitura do acórdão está agora a prosseguir com a sua fundamentação, que se deve prolongar durante a tarde. Às 13h20 a sessão foi interrompida para almoço, sendo retomada às 14h30, altura em que será lida a fundamentação do processo principal, prevendo-se que esta demore duas horas. O tribunal considerou como provados actos sexuais praticados por Carlos Silvino, Manuel Abrantes, Jorge Ritto, Carlos Cruz, Ferreira Diniz e Hugo Marçal com menores da Casa Pia. Os juízes deram também como provado que Gertrudes Nunes tinha conhecimento que a sua casa de Elvas era utilizada para a prática dos abusos. Os juízes – que se alternam na leitura da sentença – mencionaram em diferentes momentos que os arguidos praticaram os actos de forma voluntária e consciente, sabendo que a sua conduta era ilegal. A Carlos Silvino são atribuídos vários abusos de menores, na garagem da Casa Pia, em colónias de férias e no “barracão” onde o arguido vivia, entre outros locais. O tribunal deu também como provado que Silvino abusou dos três menores que o acusam no processo apenso, entre os quais "Joel", cujas queixas motivaram a abertura da investigação. Quanto a Carlos Cruz, foram dados como provados abusos cometidos na casa das Forças Armadas com um menor com idade inferior a 14 anos. O tribunal considerou também provados os abusos praticados pelo ex-apresentador na Casa de Elvas, com um menor de 16 anos, que recebeu cinco mil escudos. Em vários outros episódios, os juízes mencionaram que os arguidos pagaram aos menores. Em relação ao arguido Hugo Marçal, que está pronunciado por lenocínio (fomento à prostituição com fins lucrativos), o tribunal considerou provado que este providenciou uma casa em Elvas, pedida à arguida Gertrudes Nunes. Relativamente aos restantes arguidos, o embaixador Jorge Ritto e o médico Ferreira Diniz, os juízes deram também como provados abusos em diversos locais, como numa vivenda no Restelo e numa casa na Alameda Afonso Henriques. Acórdão na íntegra será distribuído até quarta-feiraA juíza Ana Peres disse, na abertura da sessão, que não seria feita uma leitura integral dos factos, mas uma síntese. Até quarta-feira, será distribuído o acórdão completo em suporte digital, disse a juíza. Advogados, réus e jornalistas começaram a entrar no tribunal, no Campus de Justiça, em Lisboa, às 09h00. Vítimas, familiares e público em geral também estão na sala de audiências. As jovens vítimas ocupam uma fila da sala de audiências, atrás dos advogados. Prevista para as 09h30, a leitura do acórdão começou às 10h49. Num primeiro intervalo da sessão, Carlos Cruz não fez comentários, dizendo que daria uma conferência de imprensa marcada para as 17h00, depois da leitura da sentença. José Maria Martins, um dos advogados de Carlos Silvino, só chegou ao tribunal por volta das 13h00, para se juntar ao outro causídico do arguido. José Maria Martins criticou a forma de actuação de Carlos Cruz, dizendo que ele é "uma espécie de Virgem Maria" e que cria confusão na opinião pública. E acrescentou: "Parece que está numa festa. Isto [o caso Casa Pia] é grave e merece contenção. " Depois, lembrou que, desde o início, a defesa de Carlos Silvino afirmou que todos os arguidos são culpados. Notícia actualizada às 13h19
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal prostituição espécie ilegal
Recursos vão manter arguidos em liberdade
Prisão efectiva para seis dos sete arguidos do processo da Casa Pia, acordou ontem o tribunal que julgou o caso durante quase seis anos. Nenhum dos condenados vai, no entanto, para a cadeia. Pelo menos, para já. Os seus advogados já revelaram que vão recorrer da decisão e, como manda a lei, o recurso tem efeito suspensivo da pena, a não ser perante factos concretos como, por exemplo, perigo de fuga, que levem à aplicação da prisão preventiva. (...)

Recursos vão manter arguidos em liberdade
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.4
DATA: 2010-09-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Prisão efectiva para seis dos sete arguidos do processo da Casa Pia, acordou ontem o tribunal que julgou o caso durante quase seis anos. Nenhum dos condenados vai, no entanto, para a cadeia. Pelo menos, para já. Os seus advogados já revelaram que vão recorrer da decisão e, como manda a lei, o recurso tem efeito suspensivo da pena, a não ser perante factos concretos como, por exemplo, perigo de fuga, que levem à aplicação da prisão preventiva.
TEXTO: Cabe agora aos tribunais superiores, para onde vão ser interpostos os recursos, apreciar os argumentos dos advogados, reapreciar a matéria de direito e manter ou não a decisão da primeira instância. Estes juntar-se-ão a outros 40 já interpostos no âmbito do mesmo processo que estavam a aguardar a decisão final para "subir" ao Tribunal da Relação. Um a um, os arguidos levantaram-se para ouvir o veredicto: Carlos Silvino, 18 anos de prisão. Manuel Abrantes, cinco anos e nove meses de cadeia. Jorge Ritto, seis anos e oito meses de prisão. Carlos Cruz, sete anos de prisão. Ferreira Diniz, sete anos de cadeia. Hugo Marçal, seis anos e dois meses de prisão. Só Gertrudes Nunes, a dona da casa de Elvas onde terão ocorrido vários casos de abusos sexuais, foi absolvida de todos os crimes de lenocínio de que estava pronunciada (35) na sequência de uma alteração legislativa. Os condenados terão também agora de indemnizar os ofendidos por danos morais. Em silêncio, os arguidos ouviram e em silêncio voltaram a sentar-se. Por instantes, Carlos Cruz pareceu comovido. Gertrudes Nunes baixou a cabeça e chorou. Sentado longe dos outros arguidos, Carlos Silvino tomava notas num bloco, sorrindo. Nenhum comentário se ouviu na sala de audiências onde, surpreendentemente, sobraram lugares para o público. Vítimas na salaNa assistência, destacavam-se algumas caras que se tornaram conhecidas durante o processo pelo apoio manifestado aos ofendidos, como o ex-casapiano Pedro Namora, a ex-provedora da Casa Pia Catalina Pestana e o psiquiatra Álvaro Carvalho. Numa fila de cadeiras atrás dos advogados sentaram-se cinco dos 32 rapazes que testemunharam terem sido vítimas de abuso sexual pelos arguidos. Havia alguns outros também na sala e apenas entre eles se notaram alguns olhares cúmplices e sorrisos contidos enquanto ouviam a decisão. O colectivo de juízes presidido por Ana Peres e composto ainda por Lopes Barata e Ester Santos considerou provado que seis dos sete arguidos do processo abusaram sexualmente de alunos da Casa Pia de Lisboa, menores de idade, ao longo de vários anos e em diversos locais: garagens, parques de estacionamento, colónias de férias, apartamentos, matas isoladas, casas de banho. Em troca, pagaram-lhes com dinheiro e presentes. A decisão traduz-se na confirmação das teses sustentadas ao longo do tempo pelo representante do Ministério Público no julgamento, o procurador João Aibéo. Miguel Matias, o advogado das vítimas e dos assistentes, acompanhou a acusação e à saída do tribunal não escondeu a sua satisfação pela decisão dos juízes. O advogado de Carlos Silvino, José Maria Martins, anunciou, no final da audiência, que vai interpor recurso "de direito e de facto" para o Tribunal da Relação de Lisboa. Também Paulo Sá e Cunha, advogado de Manuel Abrantes, revelou em declarações aos jornalistas no final do julgamento que irá interpor recurso quanto à pena aplicada ao seu constituinte, notando que, apesar de inicialmente estar acusado de cem crimes, acabou por ser condenado apenas por dois. Os crimes de SilvinoEntre os factos considerados provados lidos alternadamente pelos magistrados incluem-se os relatos em que o arguido principal, Carlos Silvino, conhecido como "Bibi", transportava os menores para uma garagem onde praticava com eles actos sexuais. No fim, pagava-lhes e dizia-lhes para guardarem segredo sobre o que se passara. Os alunos da Casa Pia tinham na altura 9, 10, 12, 13, 14 anos. Ele mostrava-lhes vídeos pornográficos, transportava-os no seu carro, levava-os à presença dos outros arguidos. E pedia-lhes silêncio. A juíza Ana Peres notou que Carlos Silvino "respondeu a todas as questões colocadas pelo tribunal" e disse ter considerado "relevante" a sua confissão, bem como os seus pedidos de desculpa.
REFERÊNCIAS:
Excertos da declaração em vídeo do grupo
"A Euskadi Ta Askatasuna, organização revolucionária socialista basca para a libertação nacional, quer dar a saber ao Povo Basco a sua decisão e reflexão através desta declaração. (...)

Excertos da declaração em vídeo do grupo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: "A Euskadi Ta Askatasuna, organização revolucionária socialista basca para a libertação nacional, quer dar a saber ao Povo Basco a sua decisão e reflexão através desta declaração.
TEXTO: A Euskadi Ta Askatasuna, organização revolucionária socialista basca para a libertação nacional, quer dar a saber ao Povo Basco a sua decisão e reflexão através desta declaração. Passou já meio século desde que a ETA mobilizou os cidadãos para fazer face à estratégia selvagem de negação e aniquilação do Povo Basco e, com as armas na mão, empenhar-se na luta pela liberdade. Desde então, centenas de homens e mulheres deram a esta organização os seus sonhos e paixão, o melhor de si próprios. Cidadãos comuns que, geração atrás de geração, se uniram, com diferentes origens, por um mesmo objectivo: o País Basco e a liberdade. A luta pela liberdade do Povo Basco guiou sempre a actuação da ETA e, apesar de todas as dificuldades, seguimos com essa responsabilidade. Com humildade, mas também com determinação, com a ambição de vencer. O Povo Basco merece-o. Um dos propósitos da ETA foi abrir novos cenários na luta pela libertação do Povo Basco. Assim, a ETA tem várias propostas de iniciativas de colaboração, assim como propostas para resolver o conflito de forma democrática. (. . . ) Porque acreditamos que a construção de Euskal Herria pressupõe um trabalho colectivo que está acima dos interesses particulares. Nestes últimos tempos, o País Basco encontra-se num momento importante, numa encruzilhada. A luta de anos cultivou novas condições políticas. Esgotado o marco autonómico, chegou a hora para o Povo Basco levar a cabo as trocas políticas, chegou o momento de construir o marco democrático, seguindo o desejo da maioria dos cidadãos bascos. (. . . )A ETA reafirma o seu compromisso por uma solução democrática para que, através do diálogo e da negociação, nós, cidadãos bascos, possamos decidir o nosso futuro de forma livre e democrática. Se o Governo de Espanha tiver essa vontade, a ETA está disposta, hoje como antes, para acordar nos mínimos democráticos necessários para lançar o processo democrático. A ETA anuncia que há alguns meses já tomou a decisão de não levar a cabo mais acções armadas ofensivas. A ETA reitera o chamamento a agir com responsabilidade a todos os agentes políticos, sociais e sindicais bascos. Para chegar a um cenário de processo democrático é imprescindível dar passos firmes como povo. Porque quando os direitos do Povo Basco forem reconhecidos e garantidos abrir-se-á a porta da verdadeira solução do conflito. País Basco, Setembro de 2010"
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Casa Pia: Cronologia
25-11-2002 - Prisão de Carlos Silvino, ex-motorista da Casa Pia depois de uma notícia publicada no Expresso relatando a denúncia de que, ao longo dos últimos anos, teria abusado sexualmente de alunos que frequentavam a instituição. (...)

Casa Pia: Cronologia
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: 25-11-2002 - Prisão de Carlos Silvino, ex-motorista da Casa Pia depois de uma notícia publicada no Expresso relatando a denúncia de que, ao longo dos últimos anos, teria abusado sexualmente de alunos que frequentavam a instituição.
TEXTO: 31-1-2003 - Carlos Cruz é detido pela PJ no Algarve onde acabara de chegar com a mulher e a filha. Suspeito de estar implicado no processo de pedofilia, é presente ao juiz Rui Teixeira e acaba por ficar em prisão preventiva. 29-12-2003 - O Ministério Público acusa formalmente dez pessoas de crimes de abuso sexual, lenocínio e peculato de uso no âmbito do processo de pedofilia da Casa Pia. 25-11-2004 - Começa, no tribunal da Boa Hora, em Lisboa, o julgamento de pedofilia da Casa Pia, que se tornou no mais longo já realizado em Portugal. 24-11-2008 - Durante cinco dias o procurador João Aibéo apresenta as alegações finais ao tribunal e pede penas de prisão efectiva para os sete arguidos do processo.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
A campanha da ETA
Começou por lutar contra Franco e a favor da independência do País Basco. Quatro décadas depois - e deixando para trás mais de 800 vidas - a ETA volta a declarar um cessar-fogo (...)

A campanha da ETA
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Começou por lutar contra Franco e a favor da independência do País Basco. Quatro décadas depois - e deixando para trás mais de 800 vidas - a ETA volta a declarar um cessar-fogo
TEXTO: 1937O General Franco ocupa o País Basco, que até então gozava de um certo grau de autonomia. O ditador espanhol reprime as suas aspirações à independência. 1959É fundada a ETA com o objectivo de criar uma pátria independente na região do País Basco. O nome da organização - Euzkadi Ta Askatasuna – significa pátria basca e liberdade. 1961 A campanha de violência da ETA começa com a tentativa de fazer descarrilar um comboio que transportava políticos. 1968A ETA faz a sua primeira vítima, Meliton Manzanas, um chefe da secreta em San Sebastian. 1973 O primeiro-ministro Luis Carrero Blanco é assassinado em Madrid por nacionalistas bascos. 1978É fundada a Herri Batasuna, braço político da ETA. 1980Neste ano a ETA mata 118 pessoas. 198721 pessoas morrem num atentado bombista contra um supermercado em Barcelona. A ETA pede desculpa pelo “erro”. 1995Tentativa de assassinato com um carro armadilhado do então líder da oposição, José Maria Aznar, do Partido Popular. 1997Com o Partido Popular no poder, a ETA toma como alvo os políticos do PP no País Basco. Em Julho mata o vereador do PP Miguel Angel Blanco, provocando uma onda de indignação nacional que levou seis milhões de espanhóis a sair à rua para protestar. No final do ano, 23 líderes do Herri Batasuna são condenados a sete anos de prisão por colaborarem com a ETA. 1998Os principais partidos políticos de Espanha iniciam conversações para pôr fim à violência na região basca. Em Abril é assinado o acordo de paz na Irlanda do Norte e em Setembro a ETA anuncia o seu primeiro cessar-fogo. 1999 Em Maio realiza-se o primeiro e único encontro entre a ETA e o Governo espanhol (então liderado por Aznar) em Zurique, na Suíça. Em Agosto, Aznar acusa a ETA de “ter medo da paz”. E em Novembro, depois de denunciar o falhanço das conversações com Madrid, a organização basca anuncia o fim da trégua que durou 14 meses. 2000No início do ano carros armadilhados explodem em Madrid e na capital basca, Vitoria. Em Maio, e num gesto inédito, o rei Juan Carlos e a rainha Sofia lideram uma vigília nacional para protestar contra a morte do jornalista Jose Luis de la Calle. Em Agosto, milhares de pessoas demonstram o seu apoio à ETA em Bilbao. E no final do ano, o rei Juan Carlos condena as acções da ETA no discurso que marcou o 25 aniversário da sua ascensão ao trono de Espanha. 2001Vários políticos são alvo das acções da ETA. Morre o socialista Froilan Elexpe, em San Sebastian, morre Manuel Jimenez Abad, do PP, em Saragoça, e morre o juiz Jose Maria Lidon, em Bilbao. Em Dezembro a União Europeia declara a ETA como uma organização terrorista. 2002O juiz Baltazar Garzon suspende a Batasuna por três anos e confisca 18 milhões de euros pertencentes aquela organização política. Em Setembro a polícia francesa prende um homem (Juan Antonio Olarra Guribi) e uma mulher suspeitos de serem os principais líderes da ETA. O responsável máximo da logística do grupo (Ibon Fernandez Iradi) também foi preso em França mas fugiu da prisão três dias depois de ser detido. Será recapturado em Dezembro de 2003. 2003O Supremo Tribunal de Espanha ilegaliza permanentemente a Batasuna que é colocada na lista de grupos terroristas dos EUA e da UE. Nesse ano a ETA mata dois polícias e espalha o terror em Alicante, Benidorm e Santander com atentados que não fizeram vítimas mortais. O ano termina com a detenção de 12 líderes etarras. 2004 A ETA é inicialmente acusada da autoria dos atentados bombistas do 11 de Março em Madrid, que foram da autoria de radicais islamitas ligados à Al-Qaeda. 2005Detenção de vários dirigentes etarras e julgamento de 56 suspeitos de pertencerem à organização terrorista.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA UE
Nos hospitais a fazer contas impossíveis aos mortos de Maputo
Não é fácil confirmar os números oficiais de mortos e feridos em resultado dos protestos e da repressão aos protestos de quarta a sexta-feira. No Hospital Central de Maputo, por exemplo, os jornalistas são enviados de pessoa em pessoa até esbarrarem na mesma frase: "Falar só pode o director, o Dr. Assis, que não está por ser fim-de-semana". (...)

Nos hospitais a fazer contas impossíveis aos mortos de Maputo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.43
DATA: 2010-09-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não é fácil confirmar os números oficiais de mortos e feridos em resultado dos protestos e da repressão aos protestos de quarta a sexta-feira. No Hospital Central de Maputo, por exemplo, os jornalistas são enviados de pessoa em pessoa até esbarrarem na mesma frase: "Falar só pode o director, o Dr. Assis, que não está por ser fim-de-semana".
TEXTO: Na fila da "aceitação", cá fora, onde se registam todas as entradas, alguém agita o jornal Notícias enquanto aponta um título dos últimos dias. "HCM. É preciso ajoelhar para ter informação. "Há registos e os registos podem ser consultados à segunda tentativa em dois dias consecutivos. Consultados não é bem o termo. Há alguém que abre o Livro de Pauta à nossa frente e que lê os dados que lá estão inscritos, menos os que se referem ao dia 1 de Setembro, quarta-feira, das 7h00 às 14h00 - não houve tempo para os colocar no sítio certo, ficam por isso para o fim. A espera fez-se primeiro cá fora, à porta, depois no hall de entrada, lá dentro. Ao todo, uns 40 minutos de muito movimento no Hospital Central na Avenida Eduardo Mondlane, centro de Maputo. Há uma menina que chega trazida de carro por um casal. Não consegue andar, mal pousa um dos pés no chão. Um senhor velhote que não pode respirar nem abrir os olhos nem falar chega trazido por um miúdo num carro logo atrás. Os enfermeiros aproximam as macas dos carros estacionados em frente à porta. Há lençóis amachucados e com muitos buracos mas bem lavados por cima das macas de pernas fininhas e quatro rodas. O miúdo que trouxe o senhor e o casal que trouxe a menina ficam com os chinelos de uma e com as sandálias do outro nas mãos. Não entram ferimentos de bala entre as 10h40 e as 11h20 da manhã de domingo no Hospital Central, mas há quedas feias e maleitas variadas. O senhor mais velho, de calças de ganga, camisa aos quadrados e casaco de malha não deve estar para morrer. Vinte minutos depois de ter entrado chega a filha, mesmo a tempo de lhe dar uma festa na testa, antes de ele ser finalmente tirado do hall de entrada e levado para uma sala. É na sala dos asmáticos que vamos ouvir ler os registos de entradas e óbitos entre dia 1 e dia 4 de Setembro, sábado. Das 14h00 às 19h00 de quarta-feira foram registadas 50 "doenças graves", três "asmáticos", quatro "acidentes", 21 "agressões" e nenhum óbito. No turno seguinte, das 19h00 de dia 1 às 7h00 de dia 2, quinta-feira, quando ainda houve protestos significativos, violência, mortos e feridos em Maputo e na periferia, deram oficialmente entrada no Hospital Central 43 "doenças gerais", três "asmáticos", 3 "queimaduras", um "acidente" e 24 "agressões". Na manhã de dia 2 as "doenças gerais" saltaram para as 97, os "asmáticos" chegaram aos sete e as "queimaduras" foram outra vez três. Houve um "acidente" a registar e 24 "agressões". "Óbitos": 0, mais uma vez. Durante a tarde de quinta-feira já houve só 44 "doenças gerais", quatro "asmáticos", duas "agressões", uma "queimadura", dois "acidentes" e, uma vez mais, nenhuma morte. Um óbitoSomando os dois turnos seguintes, das 19h00 de quinta-feira às 7h00 de sexta-feira, mais o turno que se prolonga até às 14h00 de dia 3, obtemos 213 "doenças gerais", 26 "asmáticos", sete "acidentes", nove "agressões", uma "queimadura" e zero mortes. Só dois turnos mais à frente se registou um "óbito", entre as 19h00 de dia 3 e as 7h00 de dia 4, sábado. Para o fim ficou a primeira manhã, de quarta-feira, altura em que o trabalho foi tanto que os dados ainda não estão inscritos no Livro de Pauta. São então 25 "doenças gerais", sete "asmáticos", quatro "acidentes", 21 "agressões" e nenhum óbito. A ouvir a leitura destes registos estão o PÚBLICO e o jornalista Alcides, do diário moçambicano Notícias. "Entre mim e outros dois colegas, só na quarta-feira, contámos 20 mortos. Estivemos na zona da Hulene, no Zimpeto e na Matola. " O Hospital Central já confirmou ter tido quatro mortes dos protestos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte filha violência
Governo de Moçambique congela aumento de preços
Reunido em Conselho de Ministros extraordinário, o Governo do Presidente Armando Guebuza decidiu congelar todos os aumentos de preços dos bens de primeira necessidade. Faz hoje uma semana que os moçambicanos dos subúrbios da capital paralisaram a cidade em protestos contra os aumentos da luz, da água, do combustível e do pão. (...)

Governo de Moçambique congela aumento de preços
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Reunido em Conselho de Ministros extraordinário, o Governo do Presidente Armando Guebuza decidiu congelar todos os aumentos de preços dos bens de primeira necessidade. Faz hoje uma semana que os moçambicanos dos subúrbios da capital paralisaram a cidade em protestos contra os aumentos da luz, da água, do combustível e do pão.
TEXTO: “O Governo decidiu manter o preço do pão do nível precedente graças a uma subvenção”, anunciou-se em comunicado lido pelo ministro do Planeamento, Aiuba Cuereneia. Os moçambicanos já estavam convencidos que apenas se tinham conseguido fazer ouvir. Agora, viram que conseguiram mais do que isso. Mas nunca fiando, e desde as 20h00 de segunda-feira que é impossível enviar ou receber mensagens de texto nos telemóveis de Maputo, pelo menos nos que não são de assinatura – a esmagadora maioria funciona com crédito pré-comprado, nas lojas, em cartões que se raspam, ou nas esquinas, nos mesmos cartões ou em cupões que se abrem pelo picotado para se encontrar lá dentro o código da recarga. Foi por SMS que se marcaram e espalharam os protestos da semana passada. Num telemóvel Vodacom, por exemplo, o segundo operador do país, privado, entraram ao longo de toda a manhã de hoje mensagens oferecendo “crédito de 2, 45 Meticais” (“Com o Prepago da Vodacom falas mais, ganhas mais, todos os dias. Tudo bom na Vodadom”) ou “o total de 8 SMS grátis pelas chamadas acima de 60seg. Efectuadas dia 06. 09. 2010. Tudo bom na Vodacom”. Para não ser muito exaustivo, acrescente-se apenas que há mais mensagens a oferecer mensagens e uma sobre o “concurso GanhaTchapoTchapo”, que ainda decorre, e que essa mesma mensagem oferece precisamente 80 (sim, 80) SMS gratuitas depois de uma recarga de 500 meticais efectuada antes de descobrirmos que os telemóveis seriam por fim bloqueados, quase uma semana depois dos protestos contra o aumento dos preços dos bens de consumo que fizeram pelo menos dez mortos e 443 feridos, nas contas do Governo. Hoje, o dia foi de descanso e os moçambicanos levam a sério os feriados. Os cafés abriram, claro, mas as lojas ficaram fechadas e os empregados domésticos e funcionários públicos não foram trabalhar. De manhã cedo, os chapas (mini-autocarros) circulavam quase vazios no centro, parando nas mesmas paragens onde na segunda-feira ao final do dia havia filas de dezenas de pessoas. Não houve trânsito ao longo de todo o dia. Bloqueios e conspiraçõesEntretanto, jornais moçambicanos como O Público escrevem que por trás dos protestos esteve uma “conspiração” que envolve um ex-general, dois académicos e dois estrangeiros. “Que brincadeira é esta?”, pergunta alguém na esplanada do café Nautilus, ao lado da churrascaria Piri-Piri. Mesmo antes do anúncio de manutenção dos preços, a maioria das pessoas não acreditava que os protestos recomeçassem e o bloqueio das SMS visa garantir que isso se confirma. Só um quarto dos 20 milhões de moçambicanos tem telemóvel, mas essa percentagem cresce naturalmente em Maputo e nos arredores da capital. E as pessoas que têm telemóveis são o dobro das que têm electricidade e esse número cresce todos os anos 50 por cento desde 2004. Hoje foi feriado, ontem foi ponte para quem pôde fazer ponte. Hoje é quarta-feira e foi há uma semana que de repente, sem que o Governo tivesse antecipado e sem que a polícia se tivesse preparado, dezenas de milhares de jovens e de miúdos e homens e mulheres saíram à rua a erguer barreiras nas estradas que rodeiam Maputo e a atirar pedras à polícia. E foi por SMS que as pessoas de uns bairros avisaram as pessoas de outros bairros. Amanhã é quarta-feira e hoje à tarde as SMS ainda não passavam.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens consumo mulheres
Portugal é dos países em que o “canudo” faz mais diferença no que se pode ganhar a trabalhar
Portugal é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico em que ter um curso superior faz mais diferença no dinheiro que se pode ganhar a trabalhar, segundo um relatório daquela organização. (...)

Portugal é dos países em que o “canudo” faz mais diferença no que se pode ganhar a trabalhar
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2010-09-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico em que ter um curso superior faz mais diferença no dinheiro que se pode ganhar a trabalhar, segundo um relatório daquela organização.
TEXTO: Numa comparação entre 20 países membros da OCDE com dados de 2006, Portugal está entre os três países em que o “canudo” pode fazer maior diferença, embora se verifique, como em todos os outros países, que as mulheres estão em desvantagem. Combinando os resultados do sector público e do privado, um estudante homem que complete o ensino secundário pode esperar ter um retorno de cerca de 207 mil euros, enquanto se acabar um curso superior pode atingir um retorno de 437 mil euros durante a sua vida de trabalho. No caso de ser uma mulher, os valores são mais baixos: cerca de 139 mil euros se se ficar pelo ensino secundário e até 350 mil euros se tiver um curso superior. O relatório “Education at a glance” indica que Itália, Reino Unido e Portugal são os países em que o grau de ensino mais diferença faz nas hipóteses de remuneração. O documento da OCDE regista que o retorno económico do investimento nos estudos é “um forte incentivo” a obter um grau de ensino superior.
REFERÊNCIAS:
Entidades OCDE
Obama diz que queima do Corão será uma dádiva para a Al-Qaeda
O Presidente norte-americano condenou hoje os planos de uma igreja da Florida, que pretende queimar exemplares do Corão numa cerimónia pública este sábado. Barack Obama avisa que a iniciativa, que coincide com o aniversário do 11 de Setembro, será uma dádiva para a Al-Qaeda. (...)

Obama diz que queima do Corão será uma dádiva para a Al-Qaeda
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente norte-americano condenou hoje os planos de uma igreja da Florida, que pretende queimar exemplares do Corão numa cerimónia pública este sábado. Barack Obama avisa que a iniciativa, que coincide com o aniversário do 11 de Setembro, será uma dádiva para a Al-Qaeda.
TEXTO: Em entrevista ao programa "Good Morning America" da televisão ABC, Obama disse que a concretização do projecto do pastor evangelista Terry Jones, fundador e líder de uma pequena congregação de Gainesville, “é um gesto destruidor” e “completamente contrário aos valores da América”. E tal como o general David Petreaus, comandante das forças estrangeiras no Afeganistão, Obama teme que a iniciativa “tenha consequências sérias no Paquistão e Afeganistão”, “pondo em risco os homens e as mulheres de uniforme” que servem na região. Mas o impacto pode ser maior, uma vez que as imagens de tal gesto “podem aumentar o recrutamento de pessoas dispostas a fazer-se explodir nas cidades da América e da Europa”. “Será um recrutamento à grande para a Al-Qaeda”, avisou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulheres
Feridos que ficaram em Marrocos podem regressar a Portugal hoje
Alguns dos vários feridos internados em dois hospitais marroquinos podem regressar já hoje a Portugal por avião. Segundo informações do secretário de Estado das Comunidades, que ontem viajou para Ceuta, à medida que o estado de saúde destas vítimas melhorar será providenciado o seu regresso ao país. (...)

Feridos que ficaram em Marrocos podem regressar a Portugal hoje
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Alguns dos vários feridos internados em dois hospitais marroquinos podem regressar já hoje a Portugal por avião. Segundo informações do secretário de Estado das Comunidades, que ontem viajou para Ceuta, à medida que o estado de saúde destas vítimas melhorar será providenciado o seu regresso ao país.
TEXTO: Em Marrocos estão ainda alguns feridos, nomeadamente duas pessoas sujeitas a uma intervenção cirurgica e outras duas vítimas que se encontram em observação. Segundo informações avançadas por António Braga, secretário de Estado das Comunidades, as vítimas vão regressar o mais cedo possível a Portugal, sendo provável que algumas pessoas façam a viagem ainda hoje. “Todas as indicações clínicas apontam para a estabilização”, disse ontem o governante aos jornalistas no hospital provincial Mohammed VI, em Tetouan, no fim de uma visita aos feridos portugueses internados na cidade. “Aqueles que puderem ter alta viajarão para Portugal ainda na quinta-feira [hoje]. À chegada teremos um dispositivo para encaminhar aqueles que ainda precisarem de cuidados médicos”, disse António Braga. Os feridos serão transportados por avião acrescentou, indicando que no caso dos nove mortos, está a ser estudada “a melhor forma” de transladar os corpos para Portugal. António Braga destacou a “extraordinária forma” como as autoridades locais e centrais marroquinas “mobilizaram recursos para o acompanhamento dos internados e criaram as facilidades para o rápido transporte dos corpos para Portugal e para os feridos poderem viajar o mais rapidamente possível”. Em Tetouan, António Braga visitou cinco feridos colocados num hospital na periferia e seis outros no hospital provincial Mohammed VI, no centro da cidade. Quatro dos feridos no hospital provincial estavam na unidade de reanimação, todos conscientes. O secretário de Estado, acompanhado do embaixador português em Marrocos, Rosa Lã, e de um médico do Instituto Nacional de Emergência Médica, vai hoje reunir-se com as autoridades diplomáticas marroquinas para acertar os pormenores de transladação dos corpos e transporte e assistência aos feridos. O paquete Funchal deverá chegar esta tarde a Lisboa, trazendo a bordo alguns dos feridos que ontem já estavam em condições de embracar e fazer a viagem de regresso. As vítimas deste acidente - oito mulheres e um homem - eram todas passageiros do paquete Funchal e seguiam numa excursão chamada Cruzeiro do Fado, que começou no domingo, em Lisboa, tendo passado por Gibraltar, Málaga e Ceuta, onde atracou ontem de madrugada. Daí deveria regressar a Lisboa, não sem antes os 480 passageiros (quase todos portugueses, mas também espanhóis e ingleses) participarem numa excursão com destino a Tétuan, uma localidade marroquina a cerca de 40 quilómetros de Ceuta. Os cinco autocarros saíram do porto em caravana por volta das 6h30 locais (7h30em Lisboa). Um quarto de hora depois, a sete quilómetros da fronteira com Ceuta, e já em território marroquino, o autocarro que seguia na frente despistou-se e caiu numa valeta. A bordo seguiam 44 turistas portugueses e um guia marroquino, além do motorista, que era simultaneamente proprietário da empresa que detinha o autocarro, a Abyla Tour SL.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem mulheres