Presidente do Conselho de Ética denuncia comércio ilegal de óvulos
O presidente do Conselho Nacional de Ética, Miguel Oliveira e Silva, para as Ciências da Vida denunciou hoje, em declarações à TSF, a existência de um comércio ilegal de óvulos em Portugal. (...)

Presidente do Conselho de Ética denuncia comércio ilegal de óvulos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.5
DATA: 2010-09-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente do Conselho Nacional de Ética, Miguel Oliveira e Silva, para as Ciências da Vida denunciou hoje, em declarações à TSF, a existência de um comércio ilegal de óvulos em Portugal.
TEXTO: O responsável salientou que a situação “é ilegal”, mas garantiu que existe em Portugal. Miguel Oliveira e Silva alertou, ainda, para as consequências que este comércio pode ter nas mulheres que aceitam vender os seus óvulos, defendendo mais fiscalização. “Toda a gente sabe que há óvulos importados em Portugal em diversas clínicas privadas por exemplo do Norte da Europa, da Escandinávia ou de Países de Leste. Apesar de proibida por lei, na prática a lei não sei se está a ser inteiramente cumprida”, afirmou, à mesma rádio. E acrescentou que este comércio também é feito no caso dos espermatozóides, ressalvando que não dispõe de provas em nenhum dos casos. O presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida alertou ainda para a falta de transparência dos médicos que trabalham na área da Procriação Medicamente Assistida nos hospitais públicos e privados, já que muitas mulheres começam a ser tratadas no público e acabam num hospital privado.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei mulheres ilegal
Ahmadinejad discursou na ONU e Nova Iorque voltou a parar
Já se tornou um hábito. Mahmoud Ahmadinejad fala nas Nações Unidas e todas as atenções se desviam – a agenda torna-se menos importante do que as polémicas e os recados que aproveita para enviar. Esta terça-feira não foi excepção, com o Presidente iraniano a usar a cimeira sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio para prever o fim do capitalismo. (...)

Ahmadinejad discursou na ONU e Nova Iorque voltou a parar
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2010-09-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Já se tornou um hábito. Mahmoud Ahmadinejad fala nas Nações Unidas e todas as atenções se desviam – a agenda torna-se menos importante do que as polémicas e os recados que aproveita para enviar. Esta terça-feira não foi excepção, com o Presidente iraniano a usar a cimeira sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio para prever o fim do capitalismo.
TEXTO: “A ordem discriminatória do capitalismo e as abordagens hegemónicas enfrentam a derrota e aproximam-se do seu fim”, disse Ahmadinejad, perante a sala semi-vazia da Assembleia-Geral da ONU, desta vez menos por causa das saídas em protesto dos diplomatas ocidentais e mais por ser ainda manhã cedo. Apenas a delegação canadiana fez questão de estar presente e sair mal Ahmadinejad começou o discurso, “em protesto contra a situação dos direitos humanos no país”, explicou a diplomacia de Otava. Sem fazer referência directa ao combate à pobreza, mas evitando também a controvérsia de outros anos, o líder iraniano optou por culpar “as exigências do capitalismo e das corporações transnacionais pelo sofrimento causado a inúmeras mulheres, homens e crianças” em todo o mundo. As palavras mais duras reservou-as para as muitas entrevistas que, todos os anos, concede à imprensa americana. Num pequeno-almoço com jornalistas, avisou que se a Administração americana ousasse atacar o país enfrentaria um conflito sem precedentes na sua história. “Os Estados Unidos nunca entraram numa guerra séria, nem no Vietname, nem no Afeganistão, nem sequer na II Guerra Mundial”, disse, antes de acrescentar: “Fazer a guerra não é só bombardear um sítio. Quando ela começa não tem limites”. Ainda assim, garantiu que o país “está disponível para negociar” com Washington e recusou comentar um eventual ataque aéreo israelita – “o regime sionista é uma pequena entidade no mapa e não aparece como um factor real na nossa equação”. Antes, numa entrevista à AP, tinha já desafiado os EUA a “reconhecer o Irão como uma grande potência”. Disse ainda que Washington deveria libertar “iranianos detidos ilegalmente” em resposta ao “gesto humanitário” que constituiu a libertação da montanhista Sarah Shourd – sugestão que a Casa Branca rejeitou. Apesar de roubar o protagonismo a outros líderes – poucos falaram da chanceler alemã, Angela Merkel, que destacou a importância da boa governação no combate à pobreza –, também ninguém enfrenta tantos protestos como Ahmadinejad. Centenas de pessoas manifestaram-se junto à sede da ONU contra a situação dos direitos humanos e a repressão da oposição iraniana. Para prevenir incidentes, as autoridades nova-iorquinas cortaram ruas, ergueram barreiras e vedaram o acesso ao hotel onde o Presidente ficará alojado até quinta-feira, dia em que volta à ONU para discursar na sessão de abertura da Assembleia-Geral.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Luta contra a mortalidade infantil e saúde materna ganham 30 mil milhões de euros
Os compromissos da comunidade internacional ficam muito aquém do necessário. Plano apresentado ontem na ONU inclui a prevenção de 33 milhões de gravidezes não desejadas. (...)

Luta contra a mortalidade infantil e saúde materna ganham 30 mil milhões de euros
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.3
DATA: 2010-09-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os compromissos da comunidade internacional ficam muito aquém do necessário. Plano apresentado ontem na ONU inclui a prevenção de 33 milhões de gravidezes não desejadas.
TEXTO: Governos, grupos privados, fundações e organizações internacionais comprometeram-se a dar 40 mil milhões de dólares (30, 4 mil milhões de euros) para reduzir a mortalidade infantil e melhorar a saúde materna, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) em que se registam menores avanços. O montante dá forma à Estratégica Global para a Saúde das Mulheres e Crianças, mas não permite que, por si só, seja alcançada a meta a que se propõe: salvar 16 milhões de vidas até 2015. Quase 27 mil milhões de dólares correspondem a novos compromissos de governos, enquanto o restante fora já assegurado desde que, em Abril, as Nações Unidas anunciaram esta estratégia específica para reduzir a mortalidade materna e infantil. Responsáveis da ONU adiantaram à Reuters que 8600 milhões correspondem a contribuições de países com baixos recursos, como o Afeganistão e a Zâmbia. A ONU - que anunciou estes compromissos ontem, no último de três dias de uma cimeira realizada em No- va Iorque sobre os Objectivos do Milénio - espera outras doações nos próximos anos, até porque o montante já assegurado está longe dos 169 mil milhões que Robert Orr, um assistente do secretário-geral, Ban Ki-moon, afirma serem necessários para salvar os 16 milhões de vidas. O objectivo da estratégia é evitar a morte de mais de 15 milhões de crianças com menos de cinco anos e de 740 mil mulheres devido a complicações da gravidez e do parto. A prevenção de 33 milhões de gravidezes não desejadas é outra das intenções. Os dados negros justificam a urgência de uma estratégia específica: a cada seis segundos morre uma criança devido a problemas provocados pela fome e a cada minuto e meio morre uma mulher por complicações da gra- videz ou do parto. Os progressos têm sido muito lentos: quase nove milhões de crianças com menos de cinco anos e mais de 350 mil mulheres morrem anualmente. "Sabemos o que funciona para salvar as vidas de mulheres e crianças e sabemos que as mulheres e crianças são fundamentais para todos os ODM", disse ontem Ban Ki-moon. Num relatório da semana passada, as Nações Unidas admitiram "défices graves" no cumprimento dos oito objectivos, que incluem a luta contra a pobreza e a fome, a promoção da saúde e educação. Mais de 1400 milhões de pessoas dispõem de menos de 1, 25 dólares por dia, limiar mínimo de pobreza definido pelo Banco Mundial. Obama quer "fazer melhor"Uma das intervenções mais aguardadas da cimeira era a do Presidente dos EUA, Barack Obama, que ontem à noite elogiou os progressos obtidos pela ajuda ao desenvolvimento, mas disse que o mundo deve "fazer melhor". "Se a comunidade internacio- nal continuar a fazer as coisas da mesma maneira, não atingiremos os objectivos", disse. As declarações foram feitas depois de Obama ter assinado ontem uma directiva sobre a Política Presidencial para o Desenvolvimento Mundial, que coloca a ajuda aos países pobres no centro da política externa e de segurança dos EUA. A directiva, segundo a AFP, "estipula que o desenvolvimento é crucial para a segurança nacional dos Estados Unidos e constitui um imperativo moral, estratégico e económico". O desenvolvimento deve ser "um pilar central da nossa política nacional de segurança, tal como a diplomacia e a defesa", refere. Uma fonte da administração disse ao "Washington Post" que a nova política passa por seleccionar de forma mais rigorosa os beneficiários de- apoio. "O que queremos fazer é concentrarmo-nos num conjunto de países e regiões e assegurarmo-nos que todos os nossos recursos para o desenvolvimento são destinados a esses países de forma a maximizar o crescimento económico", disse um alto responsável, não identificado.
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Entidades ONU EUA
Misericórdias vão chamar Estado a resolver conflito com os bispos
Estão em campos opostos: o episcopado quer as misericórdias sob a sua tutela, estas dizem que são associações privadas de fiéis. (...)

Misericórdias vão chamar Estado a resolver conflito com os bispos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estão em campos opostos: o episcopado quer as misericórdias sob a sua tutela, estas dizem que são associações privadas de fiéis.
TEXTO: As duas partes dizem que não há conflito, mas os bispos católicos e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) estão em lados completamente opostos por causa da definição do estatuto jurídico das misericórdias. Um decreto da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), entretanto sancionado pelo Vaticano, estabelece que aquelas instituições são associações públicas de fiéis, estando assim sujeitas à autoridade de cada bispo em cada diocese. A UMP rejeita a ideia, defende que as misericórdias são associações privadas de fiéis e promete meter Presidente da República, Parlamento e Governo no assunto. O presidente da UMP, Manuel Lemos, disse ontem ao PÚBLICO que irá "falar com o Estado". Sem querer especificar que audiências poderá solicitar, adiantou que contactará os órgãos de Estado. E admite que, perante as notícias vindas a público - o jornal Sol referia-se ontem ao decreto dos bispos -, os diversos partidos políticos venham também a pedir esclarecimentos ao Governo sobre o que se passa. Em causa, está o estatuto jurídico das instituições impulsionadas em 15 de Agosto de 1498 pela rainha D. Leonor. Com a entrada em vigor do novo Código de Direito Canónico (CDC) de 1983, a Igreja passou a distinguir associações privadas e associações públicas de fiéis. Entre outras diferenças, estas são da iniciativa dos bispos enquanto as primeiras partem da acção de grupos de crentes. Com o aparecimento de alguns conflitos sobre a administração de bens, foi necessário resolver qual era o estatuto das misericórdias à luz do CDC. Vários pareceres jurídicos depois - incluindo alguns do Vaticano -, os bispos tentaram, com o decreto aprovado em Abril de 2009 na sua assembleia plenária e sancionado pela Congregação dos Bispos, da Santa Sé, pôr um ponto final no assunto. Pontaria errada. Do lado da UMP, contesta-se a forma utilizada e o enunciado a que se chegou. Manuel Lemos diz que recebeu o texto para comentar em Novembro de 2009, tendo respondido em Fevereiro. E diz que as misericórdias são associações privadas invocando os argumentos do CDC - nomeadamente, o facto de serem criadas por grupos de católicos. Uma das questões que estariam em causa - o reforço da eclesialidade (ou seja, do seu vínculo institucional e pastoral à Igreja) das misericórdias - já foi aceite pela UMP, mas sempre respeitando o estatuto de associações privadas que elas assumem, diz o responsável. Comissão mistaO presidente da UMP indica ainda que vários juristas e canonistas estão do lado das misericórdias - entre eles, o padre Vítor Melícias, ex-presidente da UMP, especializado em Direito Canónico. Mas o desafio de uma comissão mista para dirimir o assunto nunca terá sido aceite pela CEP, diz Manuel Lemos. Além disso, as misericórdias italianas, brasileiras e de outros países lusófonos são associações privadas, recorda. Manuel Lemos diz que, de qualquer modo, o decreto dos bispos não pode ser retroactivo. "Os juristas que consultámos dizem que não parece que ele se aplique às misericórdias que já existem, pois não se pode mudar por decreto a natureza das instituições", afirma o presidente da UMP. Lemos acrescenta que duas assembleias gerais da UMP, que conta actualmente com cerca de 400 instituições filiadas, já aprovaram por unanimidade o seu estatuto de associações privadas. Uma das perguntas que o presidente da UMP pretende fazer aos órgãos do Estado é se o decreto se aplica ou não à ordem jurídica do país. "Será que o Estado aceita que 70 por cento da rede de cuidados continuados fique nas mãos de uma confissão religiosa?", pergunta, para concluir: "Esta é uma questão por resolver na sociedade portuguesa, que coloca os católicos numa situação desagradável. Mas não queremos fazer nenhuma guerra. "
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Palavras-chave guerra rainha
Porto: PSP detém 21 pessoas por condução sob o efeito do álcool
A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou hoje a detenção de 21 pessoas por condução sob o efeito do álcool, em vários locais da cidade do Porto, ontem e hoje de manhã. (...)

Porto: PSP detém 21 pessoas por condução sob o efeito do álcool
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou hoje a detenção de 21 pessoas por condução sob o efeito do álcool, em vários locais da cidade do Porto, ontem e hoje de manhã.
TEXTO: As detenções resultaram de acções de fiscalização em diversas zonas da cidade, nas últimas horas, adiantou à Lusa o oficial de dia ao Comando Metropolitano da PSP. Dos 21 detidos, 19 eram homens e dois eram mulheres, com idades compreendidas entre os 20 e os 43 anos. O indivíduo que apresentava maior taxa de alcoolemia (2, 34) foi detido na zona do Bonfim. A maior parte das detenções (18) ocorreu na noite de sábado, mas três foram já feitas esta manhã, acrescentou.
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Entidades PSP
Alunos aprendem ao ritmo da esperança
Integração social através da música foi a aposta que a Amadora e a Escola do Conservatório Nacional fizeram há três anos. O projecto está em 17 escolas espalhadas por todo o país. (...)

Alunos aprendem ao ritmo da esperança
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Integração social através da música foi a aposta que a Amadora e a Escola do Conservatório Nacional fizeram há três anos. O projecto está em 17 escolas espalhadas por todo o país.
TEXTO: Abrir a porta da Escola Básica de 2. º e 3. º ciclo Miguel Torga, na Amadora, é como levantar a tampa de uma caixinha de música. Ao longe, ouvem-se o som grave de um contrabaixo, o gemer agudo de um violino, o riso alto de uma criança, o ressoar dos passitos de outra. À medida que se avança pelos corredores, encontram-se pequenos momentos inesperados. A um canto, uma rapariga magra, tão alta como o contrabaixo que carrega, ensaia uma música familiar. Talvez de Beethoven. No corredor, um rapazito, pequeno, carrega um violino e agita no ar o arco. Enquanto uns conversam, falam do dia de aulas que passou, brincam, correm e riem pelos corredores, outros vão tocando. O ensaio da orquestra está quase a começar. O projecto chama-se Orquestra Geração. Foi Wagner Diniz, professor da Escola de Música do Conservatório Nacional, que conseguiu dar-lhe pernas para andar. "Achámos que o nome representava a ideia de dar uma nova oportunidade àqueles a quem o programa se dirigia, uma nova geração", explica Wagner, que no ano passado recebeu o prémio de mérito e inovação, no âmbito do Prémio Nacional de Professores, do Ministério da Educação. Tudo começou em 2007, na escola Miguel Torga, onde existia um programa de integração social. A Câmara da Amadora e a Fundação Calouste Gulbenkian queriam dar-lhe um novo alento. Foi numa conversa entre Wagner Diniz e Jorge Miranda, director do Departamento de Educação e Cultura da autarquia, que a ideia surgiu. "Na minha estadia como bolseiro em Basileia, na Suíça, assisti a um concerto da orquestra Simón Bolívar e, através de colegas venezuelanos, tinha sido informado sobre El Sistema", recorda Wagner. "Sugeri que o aplicássemos em Portugal", conta. E assim foi. Hoje, cerca de mil alunos fazem parte da Orquestra Geração, que está a funcionar em 14 escolas na região de Lisboa, uma em Coimbra e duas em Trás-os-Montes. E são cada vez mais os estabelecimentos interessados em implementar o projecto. Etnias diferentesA Orquestra Geração "proporcionaou ensino artístico a quem geralmente não tinha acesso", contribuindo para a "integração de muitos jovens de etnias diferentes", explica Wagner Diniz, que considera importante as crianças habituarem-se a conviver com "a cultura do outro". Raquel tem 15 anos, está na orquestra desde a sua criação e lembra-se perfeitamente de quando o projecto nasceu e do pouco interesse que lhe despertou na altura. "Achava que a música clássica não combinava comigo. " Mas um dia decidiu inscrever-se. "Já toco violoncelo há um ano e meio e estou a gostar", afirma, com convicção. "No início, toda a gente tem dificuldades, mas se estivermos atentos, se nos dedicarmos, deixa de ser difícil", confia. Na orquestra, graças à qual diz ter feito novos amigos, Raquel progrediu a vários níveis. "Sempre me disseram que a orquestra era muito boa para o trabalho em grupo", conta. "E, de facto, tenho notado que tenho melhorado no trabalho com outras pessoas. " Para Raquel, a orquestra é, sem dúvida, importante. "Os outros miúdos [de fora da orquestra] vão para casa ver televisão, estão sempre no computador. E acho que isto é uma boa oportunidade para fazermos coisas diferentes", explica. Um futuro melhorOs pais também têm aderido ao projecto e chegam a incentivar os filhos a entrar ou permanecer na orquestra. Iara tem 11 anos e toca violino. Diz que foi a mãe que a incitou a inscrever-se e que o facto de os irmãos fazerem parte da orquestra lhe despertou o interesse em aderir. Para Iara, estar no projecto é importante. "Porque assim temos um futuro melhor, conseguimos o que queremos e vamos ser alguém na vida. " E é assim que a maioria dos pequenos músicos justifica a importância da Orquestra Geração. Muitos esperam conseguir, graças a ela, o que antes lhes parecia difícil de alcançar: um futuro melhor.
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Palavras-chave escola cultura educação social criança rapariga
Família: Maria tem nove anos e gosta de viver com a mãe, com o pai e com a avó
Fazem companhia uns aos outros, mas também se livram de tarefas. Sara sai com o marido quando quer e só tem de dizer à mãe o que deseja para o almoço ou o jantar. (...)

Família: Maria tem nove anos e gosta de viver com a mãe, com o pai e com a avó
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2010-09-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fazem companhia uns aos outros, mas também se livram de tarefas. Sara sai com o marido quando quer e só tem de dizer à mãe o que deseja para o almoço ou o jantar.
TEXTO: Maria não gostaria de viver só com a mãe e com o pai. Gosta de viver com eles e com a avó. Com a avó na mesma casa, não é obrigada a dormir sozinha. Só tem pena de ela ser tão arrumada e de a forçar a sê-lo também. Vê-a esconder bonecas debaixo da cama e ordena-lhe que as vá acomodar no quarto dos brinquedos. E Maria desejava tanto tê-las ali, à mão, para as agarrar mal abrisse os olhos. A co-residência de três gerações é um bom tema para se estudar num país que combina escassez de respostas sociais com altíssima taxa de actividade feminina, considera Paula Albuquerque, do Instituto de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Sabe-se que "é comum". Não se sabe o quanto. Só os próximos Censos, previstos para 2011, o poderão revelar. Em 2001, a co-residência de três gerações acontecia numa em cada dez casas. O fenómeno resistia mais por necessidade das gerações intermédias. "Havia muitos casais jovens que viviam com os pais ou com os sogros até terem casa", aferiu a investigadora, na altura. Dividiam o espaço por razões económicas. Também havia casais mais velhos que partilhavam o espaço "por solidariedade" - os pais ou sogros tinham adoecido e/ou enviuvado. As duas mulheres e a criança sentam-se na rua, à sombra, em torno de uma pequena mesa de ferro. Rosa, de 59 anos, tem os óculos de sol a afastar os cabelos dos olhos; Sara, de 36 anos, traz os cabelos presos com um elástico; e Maria, de nove anos, usa os cabelos demasiado curtos para os apanhar. Sara cresceu naquela casa de paredes brancas e telhas de canudo. Dali saiu para morar com o marido, em casa dos sogros, a uns três quilómetros da rua estreita com campos de milho a espreitar - Arada, freguesia rural do concelho de Ovar, é boa para o cultivo do milho, do feijão e da batata. Sara viu uma geração inteira recorrer à banca para comprar ou construir casa própria. Resistiu, resistiu sempre: "Sou filha única. À partida, esta casa será para mim. " E a verdade é que lhe garantiu conforto. A sogra ainda agora lava, estende, apanha, dobra as roupas dela, do marido e da filha. E a mãe, atenta aos seus paladares, pergunta-lhe: "O que queres comer?" Não se atormenta com renda nem prestação de um crédito à habitação que é incapaz de determinar quando é que desata a subir. Tem quem lhe trate do almoço e do jantar. Se lhe apetecer sair só com o marido, namoriscar, confraternizar, seja lá o que for, é só pedir a Rosa que olhe pela neta. E pode convidar familiares ou amigos para petiscar. Sara quis amparar a mãeA miúda não gosta de ver a mãe sair à noite. "Ela pode chegar tarde e eu fico com medo que não chegue!" Maria ainda está a terminar a frase naquele tom que abafa tudo à sua volta e já está a virar-se para a mãe: "Sofro de quê?! Ansiedade de adulto, não é?" A mãe sorri: "Excesso de mimo! No meu tempo, resolvia-se com duas bofetadas. Agora, resolve-se com ansiolíticos. "Rosa mata o silêncio que guardou nos primeiros minutos de conversa: "Não interfiro na vida do casal. Se achar que devo dar um conselho, puxar as orelhas à minha filha, faço-o em particular. " Sara olha-a com um ar muito sério: "Também não admitia!" Quando regressou, quase se esvaziara a casa que Sara deixara com o vozear do pai, da mãe, da avó e do avô postiço. Morreu um, outro, ainda outro. E ela quis amparar a mãe, de repente sozinha. E o marido apoiou-a. Iam ficar um mês. Ficaram um, dois, três meses. Ficaram um, dois, três anos. Só este Verão trouxeram a mobília do quarto de Maria - colaram fadas por cima da cama que ela ainda não usa.
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Palavras-chave filha criança medo mulheres feminina ansiedade
"Estamos vivendo a segunda promessa de felicidade do Brasil"
Consumir não chega. A nova classe média pode fazer um Brasil novo. Este é o momento. A visão do urbanista Fernando Mello Franco. (...)

"Estamos vivendo a segunda promessa de felicidade do Brasil"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.35
DATA: 2010-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Consumir não chega. A nova classe média pode fazer um Brasil novo. Este é o momento. A visão do urbanista Fernando Mello Franco.
TEXTO: As janelas deste atelier têm vista para a primeira promessa de felicidade do Brasil, o Edifício Copan, de Óscar Niemeyer: 38 andares, mais de mil apartamentos, mais de cinco mil habitantes, um dos maiores espaços residenciais do mundo, todo em forma de S. Um grande movimento ondulante no meio das linhas verticais de São Paulo. "O Copan é emblemático porque retrata uma crença no desenvolvimento pós-guerra, o projecto de um país que nos anos seguintes não deu certo", resume Fernando Mello Franco, arquitecto, urbanista, professor. Dá aulas em Harvard e em São Paulo, e colabora com Paulo Mendes da Rocha (Prémio Pritzker, o Nobel da arquitectura). Corriam os anos 50, quando Niemeyer projectou o Copan, pouco antes de Brasília. "Tem desde kitchnette-e-quarto de prostituta até apartamentos de quatro quartos. Esse projecto moderno acreditava numa sociedade plural. Era a década da bossa nova, uma promessa de felicidade que não vingou. E o que estamos vivendo hoje é uma segunda promessa de felicidade no Brasil. "Que não deixa de ser uma promessa "perigosa". O discurso de Mello Franco não é "lulista". Ele vem da elite intelectual paulistana que recusa o neoliberalismo e vê o comportamento do PT com reservas. "A pujança brasileira é real, houve uma melhora substantiva. Mas o que está a acontecer é fruto dos 15 anos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Lula. " Começando pelo "plano brilhante para acabar com a inflação". A geração deste arquitecto cresceu com o pânico dos 80 por cento de inflação ao mês. "Qualquer dinheiro que você deixasse parado desvalorizava. " FHC resolveu isso. Que fez Lula depois? "Continuou a política macroeconómica e expandiu programas assistencialistas [como o Bolsa Família], que possibilitaram a emergência da classe média. " Num clima que Mello Franco compara a Getúlio Vargas, no Brasil, e Perón, na Argentina. "Lula é essa figura populista, com grande capacidade de comunicação, que se porta como o pai de todos nós e vende a imagem de Dilma como a mãe. E isso é muito perigoso. Não estão a trabalhar na construção de uma consciência de esquerda. O populista não é o pai que quer ver os filhos crescerem. "Dupla aliançaNo tempo da primeira promessa de felicidade, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek "ampararam-se na arquitectura moderna, elegeram-na como porta-estandarte do Estado". Mas quem acabou por usar Brasília foi a ditadura militar, que "dizia que ia fazer o bolo crescer e nunca repartiu". As grandes desigualdades no Brasil vêm daí. Na actual segunda promessa de felicidade, Lula "fez uma dupla aliança". Por um lado, os programas assistencialistas. Por outro, "os bancos nunca ganharam tanto dinheiro", e são favorecidas "as empresas que têm capacidade de competir: as indústrias da carne, da cana, da construção civil". Em suma: "Há uma difusão na base, com o assistencialismo, e uma concentração no topo. "E que significam os 30 milhões que ascenderam até ao meio? "Fundamentalmente, acesso ao consumo, o que é diferente da cidadania. " Consumo básico, "linha branca": frigorífico, máquina de lavar, coisas que o pobre não tinha. "Os brasileiros nunca consumiram tanto e nunca se endividaram tanto. Somos quase 200 milhões e conseguimos atravessar a crise global consumindo mais e mais no mercado interno. "Mas só isso não chega. "O grande desafio do Brasil a partir dessa eleição já não é mais a distribuição da renda nos estratos mais baixos. É a educação. Sem melhor educação o país não pode sustentar o desenvolvimento. "Em pequenas cidades como Diamantina, no interior de Minas Gerais, há hoje 30 cursos universitários. Houve "uma explosão", sim, reconhece Mello Franco. "Quando entrei na faculdade de Arquitectura, havia três cursos em São Paulo, agora são 30. " O problema é que "só meia-dúzia servem". Ou seja, a multiplicação "não se traduz necessariamente numa melhoria".
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Em Lisboa, Dilma já ganhou
Com Dilma ao peito e o PT à porta, quase treze mil eleitores brasileiros votam até ao fim da tarde de hoje, em Lisboa – a segunda cidade no mundo onde mais brasileiros elegem o novo Presidente. Chuva e festa à porta. De Serra e Marina, nem suspiro nem crachá. O dia é de Lula e Dilma na Faculdade de Direito. (...)

Em Lisboa, Dilma já ganhou
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com Dilma ao peito e o PT à porta, quase treze mil eleitores brasileiros votam até ao fim da tarde de hoje, em Lisboa – a segunda cidade no mundo onde mais brasileiros elegem o novo Presidente. Chuva e festa à porta. De Serra e Marina, nem suspiro nem crachá. O dia é de Lula e Dilma na Faculdade de Direito.
TEXTO: Dilma é a cara de quem vota em Lisboa. Em dezenas de autocolantes ao peito. Em carteiras de mulher. Em bonés e casacos de criança. A estrela escarlate do PT colada numa gabardine escura. Dilma: “a vez e a voz das mulheres”, o nome de quem se fala nas escadas molhadas da entrada da Faculdade de Direito, em Lisboa, onde votam hoje doze mil e 800 cidadãos brasileiros a residir em Portugal. No Porto, votam mais quase onze mil. À entrada: Dilma, Dilma. De Serra e Marina, nem suspiro nem crachá. Lá dentro, a mesma coisa. “Ó Dilma, vai votar na Dilma?”, ouve-se a caminho das “seções” de voto, onde os eleitores vão de autocolante de Dilma preso à camisola. Mas um aviso, colado nos corredores, na entrada das salas: “Fica vedado portar aparelho de telefonia celular. ” O voto é electrónico. Não se sabe ao certo quantos entravam e saíam nesta meia manhã de domingo para poderem processar o voto, mas antes das oito – ainda as urnas não tinham aberto – a fila fazia curva em direcção ao metro. Dezenas, de perder a conta. “Ainda não é possível fazer uma previsão do nível de participação, mas o que se pode dizer é que há muita gente”, garantia perto das dez da manhã o Cônsul-Geral do Brasil em Portugal, Renan Paes Barreto, enquanto acompanhava a votação na segunda cidade no mundo com mais eleitores externos. No Porto, terão votado cerca de 70 por cento dos 10. 822 inscritos. À tarde, o Vice-Cônsul Rosely Mathemeier dizia à Lusa que afluência tinha ficado “um pouco abaixo do previsto, devido ao mau tempo” que atingiu a cidade durante o dia. Gente que votou LulaChove agora, quando passa das 10h30. Átrio de Direito com fila até à porta. Saem menos do que os que entram. Mas Dilma, cá fora já ganhou. Dilma e o actual Presidente petista, porque há quem diga ter votado Lula e só depois corrija para Rousseff. Manuel Andrade está de boné na cabeça e os pingos miúdos que descem do céu cinzento não o impedem de continuar a distribuir panfletos e autocolantes com o nome da sua candidata presidencial. É do núcleo nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e a t-shirt vermelha que traz ao peito com o símbolo do partido mostra o entusiasmo de quem espera ver a eleição resolvida à primeira volta. 53 anos, 19 em Portugal, está “conversando com as pessoas, muito interessadas em saber pormenores da situação [no Brasil]. ” “Perguntam como abrir uma conta bancária lá, como transferir os serviços sociais”. Alguns “vieram de costas voltadas”, conta, mas por aqui já se ouve dizer que querem regressar para viver “a dimensão dessa mudança” no Brasil. “Da mesma forma que Portugal é muito atractivo para os portugueses que emigram, o Brasil também é”, reconhece o Renan Barreto. Mudança que, para Adilson Souza, 39 anos, acontecerá talvez no fim de 2011. Perspectiva regressar ao Rio de Janeiro, que “já não vale mais a pena estar” em Portugal. Adilson torce por Dilma. Está de bandeira atada ao peito, “Ordem e Progresso” voltadas para trás, como que a devolver “o calor humano” a que se habituou a experimentar nos dias das eleições desde os 16 anos. Vota para exercer o “dever como cidadão – não é só o facto de [o voto] ser obrigatório. ” “Um momento de muita alegria cívica” para o Cônsul-Geral do Brasil. Para quem vota fora do Brasil, a Constituição dita o mesmo (a obrigatoriedade aos cidadãos brasileiros entre os 18 e os 70 anos), mas a lei prevê uma cláusula “justificativa” para os casos em que os “eleitores inscritos no exterior” não podem comparecer no local de voto. “Muita gente talvez não possa vir, porque nesse grupo estão incluídos moradores da ilha da Madeira, dos Açores, do Algarve” aponta Renan Paes Barreto. Gente que não votou
REFERÊNCIAS:
Sabemos mais hoje sobre a Primeira República? Não
Ao fim de quase um ano de exposições, conferências, projectos editoriais, espectáculos, roteiros, concursos para as escolas, sabemos mais sobre a I República (1910-1926)? Não. A resposta é partilhada entre os leitores do PÚBLICO on line, cuja esmagadora maioria afirma ter aprendido "nada" com as comemorações do centenário da implantação da República, e Manuel Villaverde Cabral, historiador e investigador jubilado do Instituto de Ciências Sociais, que entende que a História "não se aprende num dia, nem com comemorações". (...)

Sabemos mais hoje sobre a Primeira República? Não
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.375
DATA: 2010-10-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ao fim de quase um ano de exposições, conferências, projectos editoriais, espectáculos, roteiros, concursos para as escolas, sabemos mais sobre a I República (1910-1926)? Não. A resposta é partilhada entre os leitores do PÚBLICO on line, cuja esmagadora maioria afirma ter aprendido "nada" com as comemorações do centenário da implantação da República, e Manuel Villaverde Cabral, historiador e investigador jubilado do Instituto de Ciências Sociais, que entende que a História "não se aprende num dia, nem com comemorações".
TEXTO: No entanto, atendendo ao debate suscitado pelo PÚBLICO na Internet ("O que aprendemos com as comemorações da República?", perguntámos aos leitores) e ao resultado de uma tarde a conversar com alguns visitantes da exposição Viva a República! 1910-2010, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, aquilo que foi assimilado através das iniciativas comemorativas é mais ou menos óbvio. Porque, como explica Villaverde Cabral, a maioria das pessoas "interessa-se pela História por causa dos paralelismos com o presente". Isso mesmo foi evidente no fórum online, que, até ao final da tarde de ontem, continuava a ser alimentado por uma maioria de leitores que não hesitava em traçar comparações entre o estado crítico do país nas vésperas da revolução armada de 5 de Outubro de 1910 e a actualidade. "Ficamos mais cientes de que as sociedades se constroem num processo infindável, com avanços e recuos. Ficamos com a noção de que, em Portugal, não existe propriamente uma memória colectiva proactiva. Ou que nos custa a aprender com os processos. Ou que falta uma visão estratégica, esclarecida, ou pelo menos humilde o suficiente para que, com honrosas excepções, os egos que nos têm governado não se sobreponham aos interesses colectivos, que, como todas as coisas, se vão transformando no decorrer do tempo", escreveu, num dos comentários mais suaves, o leitor Ricardo Moura Pais, de Arraiolos. A surpresa de estar perante uma evocação que tem algo de familiar foi também sentida pelos visitantes da exposição na Cordoaria Nacional. "Quis-se a República porque a Casa Real estava endividada. E nós, 100 anos depois, estamos iguais", afirma José Martins, 61 anos, enquanto Vítor Santos, professor de História reformado, fala nas similitudes em relação ao défice. "Embora a História não se repita, há coisas que são cíclicas - o país não tinha dinheiro para pagar empréstimos, situação que hoje vivemos, infelizmente", diz. Outros visitantes, porém, optam por encontrar correspondências com o panorama político-partidário nos últimos anos da I República. "Nós até fotografámos uma frase que faz exactamente alusão à instabilidade que se vivia e à que vivemos neste momento", diz Maria Helena, professora reformada, apontando para uma das afirmações que sustentaram o golpe militar de 28 de Maio de 1926, proferida por Gomes da Costa: "O meu propósito é ir contra a acção nefasta de todos os políticos e dos partidos e de pôr fim a uma ditadura de políticos irresponsáveis. " A par das frequentes analogias, um outro efeito foi produzido pela intensa e diversificada programação realizada sob a égide da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR): a queda de alguns "mitos". Na página do PÚBLICO no Facebook, onde decorre uma discussão sobre o que aprendemos com a celebração dos 100 anos da República, Rui Monteiro sintetizou algumas das surpresas referidas pelos leitores. "Aprendi que [todas] as mulheres só puderam votar a partir de 1974, aprendi que em 1920 o país tinha um produto interno bruto de -27 por cento, aprendi que em 1911 só podiam votar os chefes de família letrados, aprendi que a Igreja foi perseguida, aprendi que o pão, de 1910 a 1926, aumentou 21 vezes, aprendi que antes de 1910 já havia democracia com Parlamento, Governo, Constituição. " Outros internautas sublinharam ironicamente a circunstância de o ponto alto das comemorações coincidir com um dos mais complexos períodos de crise. Villaverde Cabral, porém, atenta nas dimensões política e ideológica, afirmando ser "uma coincidência" o país viver uma "democracia desacreditada no ano das comemorações do centenário da República". País tem "pouca memória"
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Palavras-chave mulheres