Medicamentos à medida de todos os clientes (mesmo que não estejam doentes)
O seu desejo de fazer sexo é normal? Menos que o normal? Hum, o que será o normal? Seja lá o que for, acha que está abaixo do normal? Haverá algo de errado consigo? Talvez tenha uma doença... Talvez haja um comprimido que a faça sentir-se melhor, que a faça ter uma performance sexual sempre satisfatória - como o Viagra faz com os homens. (...)

Medicamentos à medida de todos os clientes (mesmo que não estejam doentes)
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.357
DATA: 2010-10-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O seu desejo de fazer sexo é normal? Menos que o normal? Hum, o que será o normal? Seja lá o que for, acha que está abaixo do normal? Haverá algo de errado consigo? Talvez tenha uma doença... Talvez haja um comprimido que a faça sentir-se melhor, que a faça ter uma performance sexual sempre satisfatória - como o Viagra faz com os homens.
TEXTO: Há empresas farmacêuticas interessadas em criar uma espécie de "Viagra cor-de-rosa", um comprimidinho mágico. Serviria para tratar uma doença de que muitas mulheres hipoteticamente sofreriam, a disfunção sexual feminina - mas esta provavelmente não existe, pelo menos nos termos em que está a ser construída pela indústria farmacêutica. Este é talvez o caso mais escandaloso dos "vendilhões da ciência", aquilo a que em inglês se chama "disease mongering" ou vender doenças, traficar doenças, e que o jornalista australiano Ray Moynihan, que o P2 entrevistou recentemente, se dedica a investigar desde 1995. Um trabalho que lhe tem granjeado o reconhecimento da comunidade científica. O Viagra soluciona um problema físico - uma questão de hidráulica, digamos assim, pois aumenta o fluxo de sangue para o pénis. Nas mulheres, não há nada de equivalente. É o desejo, ou a falta de desejo, que teria de ser tratada, se a indústria farmacêutica conseguisse de facto melhorar a vida sexual das mulheres com um medicamento. A dificuldade em cumprir tal tarefa levou a empresa farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim a renunciar a desenvolver o "viagra feminino" - aconteceu há dias, e já depois desta conversa de Moynihan com o P2, em Lisboa. A decisão da Boehringer Ingelheim foi anunciada após uma opinião negativa emitida pela FDA, a agência norte-americana que regula os medicamentos e os alimentos, sobre a molécula flibanserina, um antidepressivo com o qual esperava estimular também a libido das mulheres. Tonturas, náusea e fadiga são alguns dos efeitos secundários da flibanserina, que a FDA considerou que não eram compensados pela eficácia deste medicamento. Mas duas outras empresas estão a estudar comprimidos à base de testosterona para o mesmo fim. Por isso, a tarefa de conseguir diagnosticar uma doença que nunca foi diagnosticada - ou construir uma doença, diz Moynihan no seu último e recente livro, Sex, Lies And Pharmaceuticals: How Drug Companies Plan To Profit From Female Sexual Dysfunction (Sexo, mentiras e medicamentos: como as empresas farmacêuticas estão a planear lucrar com a disfunção sexual feminina) - e encontrar um tratamento para ela continua. "Construir é a palavra certa", disse Moynihan, na Ordem dos Médicos, em Lisboa, onde orientou um workshop sobre disease mongering, dias antes de fazer o mesmo na Universidade do Algarve. "Costumam perguntar-me se as farmacêuticas inventaram esta doença. Não. Inventar significa que a criaram a partir do nada; o que estão a fazer é a ajudar a construí-la", explica. Desde 2003 que investiga as tentativas da indústria farmacêutica de diagnosticar e oferecer um tratamento para as mulheres que não conseguem desfrutar plenamente do sexo. "Nunca investiguei nenhum caso tão profundamente como este. Fiquei chocado com o que descobri. "Marketing = ciência?Com a ajuda consciente ou inconsciente de médicos e cientistas, várias empresas farmacêuticas competem para construir esta nova doença e oferecer um produto para a tratar. "Um dos tijolos dessa construção é criar parâmetros para definir a doença: quando estão a ser desenvolvidas definições em conferências internacionais, há sempre cientistas e especialistas de marketing das farmacêuticas na mesma sala", conta. Outro bloco de construção são os inquéritos para tentar determinar quão comum pode ser esta desordem - uma vez que não existem análises ao sangue ou radiografias que determinem os motivos da falta de desejo sexual. Estes estudos esbarram na delimitação de fronteiras entre o normal e o excepcional. Um inquérito feito nos Estados Unidos "chegou a mostrar que a disfunção sexual feminina pode ser comum a 43 por cento das mulheres!", contou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda comunidade doença sexo espécie sexual mulheres alimentos feminina pénis
Relação anula proibição de venda de livro de Gonçalo Amaral sobre o caso Maddie
O Tribunal da Relação anulou a proibição de venda do livro de Gonçalo Amaral “Maddie – A Verdade da Mentira”, que tinha sido decidida pelo Tribunal Cível de Lisboa na sequência de uma providência cautelar interposta pelos pais de Madeleine McCann. (...)

Relação anula proibição de venda de livro de Gonçalo Amaral sobre o caso Maddie
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Tribunal da Relação anulou a proibição de venda do livro de Gonçalo Amaral “Maddie – A Verdade da Mentira”, que tinha sido decidida pelo Tribunal Cível de Lisboa na sequência de uma providência cautelar interposta pelos pais de Madeleine McCann.
TEXTO: Fonte judicial disse hoje que o recurso apresentado pelo ex-inspector da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral “foi julgado procedente”, pelo que o livro e o vídeo com o mesmo título, baseado num documentário exibido na TVI, podem voltar a ser comercializados. Gonçalo Amaral, que defende no livro a tese de envolvimento de Kate e Gerry McCann no desaparecimento da filha em Maio de 2007, num apartamento turístico do Algarve, pode ainda conceder entrevistas, quer em Portugal quer no estrangeiro. A mesma fonte precisou que o recurso do ex-inspector da PJ, apresentado pelo advogado António Cabrita, foi “o único” a ser analisado pelo Tribunal da Relação de Lisboa, que entendeu não considerar os apelos da Guerra & Paz, editora do livro, da TVI e da Valentim de Carvalho, que comercializou o vídeo. O julgamento da providência cautelar, decretada provisoriamente a 9 de Setembro de 2009, realizou-se em quatro sessões, em meados de Janeiro. Na acção principal, a família McCann reclamava a protecção dos direitos, liberdades e garantias. Além deste processo, Kate e Gerry McCann interpuseram contra Gonçalo Amaral uma acção por difamação, em que é pedida uma indemnização de 1, 2 milhões de euros, e uma outra por violação do segredo de justiça. Madeleine McCann desapareceu em 3 de Maio de 2007, num apartamento de um aldeamento turístico da Praia da Luz, Lagos, onde se encontrava de férias com os pais e os dois irmãos. Na qualidade de coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Portimão, Gonçalo Amaral integrou a equipa de investigadores que tentou apurar o que aconteceu à menina inglesa. Kate e Gerry McCann, que sempre mantiveram a posição de que Madeleine foi raptada, foram constituídos arguidos em Setembro de 2007, mas acabaram por ser ilibados em Julho de 2008 por falta de provas para sustentar a hipótese avançada pelo inquérito de morte acidental da menina. O Ministério Público arquivou assim o processo, que poderá ser reaberto se surgirem novos dados considerados consistentes sobre o desaparecimento da criança.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
Juiz que analisará queixa contra PGR criticou-o em blogue
Maia Costa assinou um comentário irónico sobre Pinto Monteiro que deu origem a polémica. (...)

Juiz que analisará queixa contra PGR criticou-o em blogue
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.3
DATA: 2010-10-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Maia Costa assinou um comentário irónico sobre Pinto Monteiro que deu origem a polémica.
TEXTO: Deve um juiz pronunciar-se sobre um processo que envolve alguém cuja conduta ele já criticou? A questão foi suscitada nos meios judiciais a propósito da notícia da distribuição da queixa-crime contra o procurador-geral da República (PGR) ao juiz conselheiro Maia Costa do Supremo Tribunal de Justiça. O mesmo que assinou um comentário no blogue Sine Die, onde escreve habitualmente, referindo-se com ironia a Pinto Monteiro pelas declarações em que este afirma ter "os poderes da rainha de Inglaterra". Um facto que, na opinião de Maia Costa, não constitui motivo para pedir escusa de analisar o processo. "Não está em causa a minha imparcialidade", afirma, em declarações ao PÚBLICO. É a este juiz que agora compete analisar se a queixa apresentada por um procurador-geral adjunto, acusando Pinto Monteiro de ter cometido um crime de denegação de justiça, tem fundamento para ser julgada. No passado dia 12 de Setembro, o conselheiro publicou no Sine Die um texto em que se refere ao PGR como a "rainha de Inglaterra" que "já no final do seu reinado, súbita e inesperadamente" se queixa da falta de poderes. "Há muitos súbditos que estranham esta atitude. Acham que é tarde para o fazer e que, de qualquer forma, tendo obrigação de saber os poderes que tinha, não deveria ter aceitado a coroação", escreve. "Mas ela não desiste. Reuniu os seus cortesãos em conselho para deles obter o necessário aval", acrescenta, notando que "o pior é que não obteve o esperado apoio". "Foi um comentário irónico a uma ironia [do próprio] que não me inibe de investigar com absoluta imparcialidade e isenção", explica Maia Costa, afastando a hipótese de pedir dispensa de intervenção no processo. Em entrevista ao Diário de Notícias, no passado dia 3 de Agosto, Pinto Monteiro defendeu a necessidade de o poder político decidir "se pretende um MP autónomo, mas com uma hierarquia a funcionar, ou se prefere o actual simulacro de hierarquia em que o PGR tem os poderes da rainha de Inglaterra". Diz o artigo 43. º do Código do Processo Penal que "a intervenção de um juiz no processo pode ser recusada quando correr o risco de ser considerada suspeita, por existir motivo, sério e grave, adequado a gerar desconfiança sobre a sua imparcialidade". E que "o juiz não pode declarar-se voluntariamente suspeito, mas pode pedir ao tribunal competente que o escuse de intervir" face a suspeitas de que não será imparcial. Na opinião de José Miguel Júdice, ex-bastonário da Ordem dos Advogados que faz questão em frisar o "enorme respeito" que tem por Maia Costa, este deverá "considerar-se impedido de analisar a questão". Júdice lamenta que "mesmo os magistrados mais brilhantes se esqueçam dos deveres de cautela" para que surjam como independentes aos olhos dos outros. "Não é sensato que continue a julgar o caso, acho que se deve afastar", afirma. O professor universitário de Direito Costa Andrade salienta a "componente pessoal importante" que aquela questão inclui, considerando que a decisão compete a Maia Costa. "Ele entenderá se tem ou não condições para apreciar o processo", afirma. "Não comento. Não posso nem devo", diz António Martins, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP). Posição idêntica assumem o juiz Edgar Lopes, da Associação de Juízes pela Cidadania, e Rui Cardoso, secretário-geral do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP). Para o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, "o juiz fala publicamente através da sentença. Quem tem necessidade de intervir no debate público não deve ser juiz", considera, concluindo: "Maia Costa não deveria aceitar o processo".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime tribunal rainha deveres
Estudante de criminologia é a nova chefe de polícia no epicentro do narcotráfico no México
Não está há muitos dias no cargo nem tão pouco fez ainda qualquer detenção, mas já lhe chamam “a mulher mais corajosa” do México. Estudante universitária de Criminologia, tem 20 anos, um filho pequeno, pinta as unhas de cor-de-rosa e é a nova chefe de polícia de Praxedis Guadalupe Guerrero, cidade fronteiriça ao Texas no Vale de Juárez, coração do narcotráfico no México. (...)

Estudante de criminologia é a nova chefe de polícia no epicentro do narcotráfico no México
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2010-10-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não está há muitos dias no cargo nem tão pouco fez ainda qualquer detenção, mas já lhe chamam “a mulher mais corajosa” do México. Estudante universitária de Criminologia, tem 20 anos, um filho pequeno, pinta as unhas de cor-de-rosa e é a nova chefe de polícia de Praxedis Guadalupe Guerrero, cidade fronteiriça ao Texas no Vale de Juárez, coração do narcotráfico no México.
TEXTO: “A situação pode melhorar se acreditarmos em nós próprios e acreditarmos que há esperança”, afirmou a jovem na conferência de imprensa em que foi apresentada nas novas funções. O presidente da câmara, José Luis Guerrero, não se poupou a elogios e explicou que Marisol Valles García era a candidata “mais bem qualificada” para o cargo que em muitas partes do México se considera vir com uma sentença de morte agregada. Marisol Valles chefia agora uma força policial de 13 agentes, nove dos quais mulheres, dotada de um só carro patrulha, três espingardas automáticas e uma pistola, para manter na ordem uma cidade de 3400 habitantes, junto a Ciudad Juárez, num território do país onde desde há três anos os cartéis mais perigosos do México lutam entre si e contra a polícia. Pequenina de estatura, a nova chefe de polícia mostrou ser grande em convicção: “Quero fazer isto, melhorar a situação que aqui vivemos. Quero mostrar que somos capazes. Estamos a fazer isto por uma nova geração de pessoas que não querem continuar a viver em medo. Nós vamos fazer mudanças e pôr fim a um bocadinho desse medo nas pessoas”, afirmou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte medo mulheres
Opositor cubano Guillermo Fariñas vence Prémio Sakharov
A poucos dias de a União Europeia debater a sua relação com Cuba, o Parlamento Europeu atribuiu esta quinta-feira o Prémio Sakharov a Guillermo Fariñas, o dissidente cubano que esteve em greve de fome pela libertação de presos políticos no seu país. (...)

Opositor cubano Guillermo Fariñas vence Prémio Sakharov
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.3
DATA: 2010-10-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A poucos dias de a União Europeia debater a sua relação com Cuba, o Parlamento Europeu atribuiu esta quinta-feira o Prémio Sakharov a Guillermo Fariñas, o dissidente cubano que esteve em greve de fome pela libertação de presos políticos no seu país.
TEXTO: O psicólogo e jornalista opositor ao regime de Cuba que este Verão cumpriu 135 dias de greve de fome em protesto contra a morte do dissidente Orlando Zapata após mais de 80 dias em greve de fome, em Fevereiro, conseguiu mais votos do que os outros candidatos ao prémio atribuído pela liberdade de consciência, entre os quais se encontrava a activista do Sara Ocidental Aminatu Haidar, expulsa de Marrocos e que esteve também em greve de fome, na ilha canária de Lanzarote. A decisão do Parlamento Europeu acontece a quatro dias de os Vinte e Sete reunirem no Luxemburgo para reverem a posição comum da União Europeia em relação a Cuba, que desde 1996 restringe os contactos dos Estados-membros com o Havana às questões dos direitos humanos e democratização. O Partido Popular Europeu (PPE) opõe frontalmente à alteração dessa posição comum. O PPE apoiou a atribuição do prémio a Fariñas e conseguiu sobrepor a sua posição às reticências dos deputados socialistas e dos outros partidos de esquerda reunidos em plenário em Estrasburgo. O prémio, que homenageia o dissidente soviético Andrei Sakharov, foi assim atribuído pela terceira vez em menos de dez anos a uma figura ou organização anti-castrista – depois do dirigente do Movimento Cristão de Libertação Oswaldo Paya Sardiñas, em 2002, e das Damas de Branco, um movimento de mães e mulheres de presos políticos, em 2005. Fariñas, de 48 anos, tornou-se nos últimos anos num dos maiores símbolos da oposição ao regime de Cuba. Chegou a estar hospitalizado, inconsciente e desidratado durante os mais de quatro meses em que esteve em greve de fome. De Fevereiro a Julho, lutou pela libertação dos 26 prisioneiros políticos que se encontravam doentes e o seu protesto só terminou um dia depois de o Governo cubano ter anunciado que iria libertar 52 prisioneiros políticos, após muitas pressões e a mediação da Igreja católica em Havana. A 27 de Março, quando já se encontrava em greve de fome há quase um mês, denunciou o regime “ilegítimo” dos irmãos Castro em carta formal dirigida à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CDH) – da Organização de Estados Americanos. Prémio dedicado ao povo de CubaAgradecendo o galardão, considerado um dos mais importantes para os direitos humanos, já atribuído a nomes como Nelson Mandela e Koffi Annan, Fariñas dedicou-o a “todas as mulheres e homens de boa vontade em qualquer parte do mundo” e disse considerar que esta atribuição não se destina a si, mas à sua pátria – “a todo o povo de Cuba e a Cuba”, adiantou o diário espanhol “El Mundo”. Em reacção à atribuição do prémio, a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo lamentou em declarações à Lusa que o galardão não tenha sido atribuído a uma organização que denuncia as “atrocidades” de Israel, e considerou que Cuba voltou a ser um alvo “mais fácil” para o Parlamento Europeu. Ilda Figueiredo lembrou o mérito de outras candidaturas consideradas a votação, fazendo referência à organização não governamental “Breaking the silence”, apoiada pelo Grupo de Esquerda Unitária, à qual pertence o PCP. Quem se congratulou com a escolha de Fariñas foram o PSD e o CDS-PP. O eurodeputado social-democrata Mário David disse acreditar que “o regime cubano aproxima-se inexoravelmente do seu fim”. E Diogo Feio falou à Lusa num “sinal importante” dado pela assembleia europeia, numa altura em que diz serem necessárias reformas em Cuba. Posição diferente tem o Bloco de Esquerda, para quem a atribuição foi instrumentalizada para “reacender guerras frias acabadas” de “um tempo que já passou”, disse o eurodeputado Miguel Portas. Embora reconheça que o regime cubano deve ser condenado em matéria dos direitos humanos, considerou haver “propostas muito mais urgentes”, como a de Birtukan Mideksa, líder da oposição etíope, “num país aonde a situação em matéria de direitos humanos é muito mais gritante”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD Partido Popular Europeu PCP
Crónica: Um segredo de um casamento feliz
Desde que a Maria João e eu fizemos dez anos de casados que estou para escrever sobre o casamento. Depois caí na asneira de ler uns livros profissionais sobre o casamento e percebi que eu não percebo nada sobre o casamento. (...)

Crónica: Um segredo de um casamento feliz
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-10-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Desde que a Maria João e eu fizemos dez anos de casados que estou para escrever sobre o casamento. Depois caí na asneira de ler uns livros profissionais sobre o casamento e percebi que eu não percebo nada sobre o casamento.
TEXTO: Confesso que a minha ambição era a mais louca de todas: revelar os segredos de um casamento feliz. Tendo descoberto que são desaconselháveis os conselhos que ia dar, sou forçado a avisar que, quase de certeza, só funcionam no nosso casamento. Mas vou dá-los à mesma, porque nunca se sabe e porque todos nós somos muito mais parecidos do que gostamos de pensar. O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam. O nosso casamento é um filho. É um filho inteiramente dependente de nós. Se nós nos separarmos, ele morre. Mas não deixa de ser uma terceira entidade. Quando esse filho é amado por ambos os casados - que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo -, o casamento é feliz. Não basta que os casados se amem um ao outro. Têm também de amar o casamento que criaram. O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação. Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais. Foram concordados, são desenvolvidos, são revistos, são alterados, esquecidos e discutidos. Mas um casamento feliz com dez anos, tal como um filho de dez anos, tem uma personalidade mais rica e mais bem sustentada, expressa e divertida do que um bebé com um ano de idade. Eu só vivo desta maneira - que é o nosso casamento - vivendo com a Maria João, da maneira como estamos um com o outro, casados. Nada é exportável. Não há bocados do nosso casamento que eu possa levar comigo, caso ele acabe. O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho. Dá-se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento. Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas. Se calhar, os casais apaixonados que têm filhos também ganhariam em pensar no primeiro filho que têm como sendo o segundo. O filho mais velho é o casamento deles. É irmão mais velho do que nasce e ajuda a tratar dele. O bebé idealmente é amado e cuidado pela mãe, pelo pai e pelo casamento feliz dos pais. Se o primeiro filho que nasce é considerado o primeiro, pode apagar o casamento ou substitui-lo. Os pais jovens - os homens e as mulheres - têm de tomar conta de ambos os filhos. Se a mãe está a tratar do filho em carne e osso, o pai, em vez de queixar-se da falta de atenção, deve tratar do mais velho: do casamento deles, mantendo-o romântico e atencioso. Ao contrário dos outros filhos, o primeiro nunca sai de casa, está sempre lá. Vale a pena tratar dele. Em contrapartida, ao contrário dos outros filhos, desaparece para sempre com a maior das facilidades e as mais pequenas desatenções. O casamento feliz faz parte da família e faz bem a todos os que também fazem parte dela. Os livros que li dão a ideia de que os casamentos felizes dão muito trabalho. Mas se dão muito trabalho como é que podem ser felizes? Os livros que li vêem o casamento como uma relação entre duas pessoas em que ambas transigem e transaccionam para continuarem juntas sem serem infelizes. Que grande chatice!Quando vemos o trabalho que os filhos pequenos dão aos pais, parece-nos muito e mal pago, porque não estamos a receber nada em troca. Só vemos a despesa: o miúdo aos berros e a mãe aflita, a desfazer-se em mimos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens cultura filho ajuda carne mulheres casamento
Joanna Newsom volta a Portugal para três concertos
A norte-americana Joanna Newsom vem a Portugal apresentar o seu mais recente trabalho “Have one on me”, editado em Fevereiro deste ano. (...)

Joanna Newsom volta a Portugal para três concertos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: A norte-americana Joanna Newsom vem a Portugal apresentar o seu mais recente trabalho “Have one on me”, editado em Fevereiro deste ano.
TEXTO: A harpista, pianista, cantora e compositora sobe ao palco da Casa da Música, no Porto, no dia 24 de Janeiro, seguindo para o Teatro Aveirense em Aveiro no dia 25 e por fim actua no Centro Cultural de Belém, no dia 26 de Janiero. Joanna Newsom é uma das artistas mais destacadas da folk americana. Editou em 2004 o primeiro trabalho, "The Milk-Eyed Mender". O segundo álbum "Ys", 2006, foi distinguido pela revista "Time" como um dos dez melhores álbuns desse ano. Esta não é a primeira vez que a artista vem a Portugal. Em 2007 Joanna Newsom apresentou-se em Braga e em Lisboa. Os bilhetes terão o preço de 30 euros e estão à venda nos sítios habituais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cantora
Cancro da mama causa 1800 mortes por ano em Portugal
A incidência do cancro da mama tem aumentado e causa 1800 mortes por ano em Portugal, mas a aposta na prevenção, com realização de rastreios corretos, pode reduzir em 30 por cento a mortalidade nos próximos cinco a 10 anos, defendeu hoje um especialista. (...)

Cancro da mama causa 1800 mortes por ano em Portugal
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: A incidência do cancro da mama tem aumentado e causa 1800 mortes por ano em Portugal, mas a aposta na prevenção, com realização de rastreios corretos, pode reduzir em 30 por cento a mortalidade nos próximos cinco a 10 anos, defendeu hoje um especialista.
TEXTO: No Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, que hoje se assinala, Vítor Veloso, da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), disse à Lusa que para diminuir a mortalidade desta doença é indispensável desenvolver a prevenção e apostar no diagnóstico precoce. “Para melhorar e para diminuir a mortalidade, temos de apostar na prevenção primária e secundária” e seria possível reduzir “30 por cento a mortalidade do cancro da mama” nos próximos cinco a 10 anos, se “os rastreios forem bem feitos”, correspondendo às regras da União Europeia, explicou Vítor Veloso. “Tem havido um aumento da incidência e temos quatro mil novos casos por ano [de cancro de mama] com 1800 mortes. Ainda não chegamos a um patamar ideal”, referiu o dirigente desta Liga, acrescentando que “ainda há um pequeno aumento do número de mortes”. No entanto, “se conseguirmos levar para a frente, até ao fim, o rastreio, esse patamar vai diminuir e a mortalidade vai diminuir com certeza”, realçou. Os conselhos para as mulheres passam por fazer visitas médicas atempadamente, de seis em seis meses, sobretudo a partir dos 35 ou 40 anos, e fazer sistematicamente palpação. Para o especialista, é importante a adesão a um tipo de diagnóstico precoce através dos médicos de família ou dos médicos particulares, fazendo mamografias e ecografias, quando necessário. Importância dos rastreiosVítor Veloso defendeu o rastreio de forma massiva e referiu que, atualmente, só a região centro tem total cobertura, ou seja, “todas as mulheres têm a possibilidade gratuita de fazer mamografias”. O norte e sul do país estão a caminhar nesse sentido e o responsável da Liga espera que “dentro de dois anos toda a população nacional esteja coberta”. Acerca das medidas de contenção da despesa pública avançadas pelo Governo, Vítor Veloso disse ser “contra cortes desnecessários” na saúde. “Há cortes necessários, há gastos supérfluos, mas em relação à prevenção primária e à prevenção secundária do cancro, entendo que deve ser uma prioridade de qualquer governo independentemente da situação económica e financeira”, salientou. Para o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama estão previstas várias iniciativas, como almoços com doentes e voluntários, ações de rua e corridas para “chamar a atenção da população e lembrar que o cancro da mama continua a ser o que tem maior incidência e aquele que causa maior número de mortes nas mulheres”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave doença mulheres
Republicanos vão "fazer tudo" para travar Barack Obama
Os republicanos precisam de conquistar 39 lugares aos democratas na Câmara dos Representantes nas eleições da próxima terça-feira para obter a maioria no Congresso americano, mas isso pode não ser suficiente para reclamar vitória. (...)

Republicanos vão "fazer tudo" para travar Barack Obama
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os republicanos precisam de conquistar 39 lugares aos democratas na Câmara dos Representantes nas eleições da próxima terça-feira para obter a maioria no Congresso americano, mas isso pode não ser suficiente para reclamar vitória.
TEXTO: As previsões têm adquirido um tom catastrofista: a imprensa fala num tsunami, Karl Rove, ex-conselheiro de George Bush, num "apocalipse democrata", e o líder do Partido Republicano, Michael Steele, numa "onda sem precedentes". Os democratas têm razões para ter medo, portanto, mas se os resultados não derem a maioria absoluta aos republicanos, isso pode ser lido como uma derrota para a oposição. Os republicanos têm razões para estar confiantes - as sondagens sorriem-lhes. Esta semana, o Cook Political Report, um barómetro independente e reputado pela sua credibilidade, anunciou que os republicanos deverão ganhar entre 48 a 60 lugares na Câmara dos Representantes. A conquista de uma maioria no Senado é possível, mas os indicadores são mais tímidos. Numa sondagem da Gallup divulgada quarta-feira, 55 por cento dos inquiridos disseram ser republicanos ou independentes com preferências republicanas, valor mais alto do que os resultados daquele partido nas últimas quatro eleições intercalares. Mas a sondagem mais desastrosa para os democratas é a do New York Times/CBS, segundo a qual segmentos do eleitorado tradicionalmente fiéis a este partido parecem estar a dar vantagem aos republicanos numas eleições que são um teste à actuação de Barack Obama nos dois primeiros anos da sua presidência. A sondagem mostra que o Partido Republicano lidera as preferências das mulheres em quatro por cento, quando há um mês os democratas tinham uma vantagem de sete por cento. Católicos, americanos com rendimentos mais baixos e independentes também favorecem os republicanos, ao contrário dos últimos ciclos eleitorais. Sinal de que a campanha de Obama pode não estar a ter o efeito desejado de convencer e mobilizar os grupos demográficos que o elegeram. Por último, a sondagem confirma que o eleitorado republicano está mais motivado para votar este ano: seis em cada dez republicanos contra quatro em dez democratas. Contra ObamaOs republicanos não quiseram esperar por terça-feira para mostrar a sua posição de força. Se há um slogan da campanha, ele é: Bloquear a agenda de Obama a todo o custo. "Vamos fazer tudo o que pudermos para matá-la, impedi-la, atrasá-la", disse esta semana John Boehner, congressista do Ohio que deverá ser o próximo speaker da Câmara dos Representantes se os republicanos obtiverem a maioria. "Esta não é uma altura para compromissos. Se o Presidente estiver disposto a trabalhar connosco, em termos dos nossos objectivos, o seu envolvimento será bem-vindo. " O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, resumiu à revista National Journal: "A coisa mais importante que nós queremos atingir é que o Presidente Obama não tenha mais do que um mandato na Casa Branca. "Uma maioria na Câmara dos Representantes dará aos republicanos o controlo da agenda legislativa. Não têm feito segredo das suas intenções de alterar, ou mesmo rejeitar, algumas das medidas mais significativas aprovadas este ano no Congresso, graças à maioria democrata nas duas câmaras. As reformas dos sistemas de saúde e financeiro são vistas como atentados à liberdade individual e é esperado que usem a sua maioria para as desafiar ou travar. Os analistas políticos consideram que a revogação total dessas reformas é impossível graças ao poder de veto do Presidente. Mas a nova lei do sistema de saúde, por exemplo, vai necessitar de fundos públicos - 100 mil milhões na próxima década -, o que requer a aprovação do Congresso. A estratégia republicana pode passar por travar esse investimento.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei medo mulheres
Brasil: Estas são as caras de que se fala quando não se fala de política
Para Barack Obama, Lula da Silva é “o cara”. Mas o imenso Brasil que amanhã vota na segunda volta das presidenciais conta com muitas outras “caras” que ajudaram à sua internacionalização. Um escritor, um guru do marketing, um defensor da conservação da natureza, dois arquitectos, um coreógrafo, um criador de moda, um cineasta, uma actriz e um artista plástico – uma geração que acredita ter ainda “tudo” a fazer pelo país. (...)

Brasil: Estas são as caras de que se fala quando não se fala de política
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Para Barack Obama, Lula da Silva é “o cara”. Mas o imenso Brasil que amanhã vota na segunda volta das presidenciais conta com muitas outras “caras” que ajudaram à sua internacionalização. Um escritor, um guru do marketing, um defensor da conservação da natureza, dois arquitectos, um coreógrafo, um criador de moda, um cineasta, uma actriz e um artista plástico – uma geração que acredita ter ainda “tudo” a fazer pelo país.
TEXTO: 1. João Paulo CuencaDa geração que saiu da Internet para o mundoJoão Paulo Cuenca faz parte dos “39 escritores com menos de 39 anos” (naturais de um país da América Latina) que foram considerados os mais importantes da actualidade pela Bogotá Capital Mundial do Livro 2007 e pelo Hay Festival em 2007. Pertence ao grupo dos que têm “todo o potencial para definir as tendências que marcarão a literatura latino-americana”, segundo o júri. Publicou há uns meses o seu terceiro romance: O único final feliz para uma história de amor é um acidente (ed. Companhia das Letras), que sairá para o ano na portuguesa editorial Caminho e nasceu do projecto Amores Expressos, que enviou escritores brasileiros para diversas cidades que os inspirassem a escrever ficções de amor. Ele foi o coordenador editorial do projecto. O escritor que nasceu em 1978, no Rio de Janeiro, é representativo da nova geração de escritores brasileiros que surgiu por causa da Internet. Criou o seu primeiro blogue em 1999, e enquanto escrevia aquele que viria a ser o seu primeiro romance, Corpo presente (2003), fez na Internet um diário desse processo de escrita. Mandou um excerto para a revista brasileira Ficções (que publica novatos e consagrados) e um editor reparou nele. Tinha 25 anos quando o seu primeiro romance foi para as livrarias. Na altura, entre outros, o escritor brasileiro Marçal Aquino disse que “fazia tempo” que uma narrativa não o impressionava tanto; o escritor Marcelo Rubens Paiva acrescentou que o livro era “deslumbrante” e, à BBC, Chico Buarque disse que havia um autor novo de que gostava muito. O engraçado é que ainda antes de ser um escritor publicado, Cuenca, licenciado em Economia, já tinha leitores. E ao longo dos anos tem sido perito nesse conceito do “autor amplificado”, aquele que está presente em todas as redes sociais e tem uma constante ligação com os seus leitores e percorre o país e o mundo em festivais literários. Ele sabe que, nos dias que correm, aproximar o leitor da figura do escritor pode ser muito importante para vender literatura. Mas também sabe que, às vezes, essa aproximação pode tornar-se um inferno. Foi cronista dos jornais A Tribuna da Imprensa, Jornal do Brasil e Globo (até ao Verão passado) e actualmente é um dos comentadores do programa Estúdio 1, da Globo News (canal de notícias 24 horas). Juntamente com Cecilia Gianetti e Michel Melamed, João Paulo Cuenca foi um dos argumentistas da série Afinal, o Que Querem as Mulheres?, de Luiz Fernando Carvalho, que terá estreia a 11 de Novembro na Rede Globo. É um rapaz optimista em relação ao Brasil, que em dez anos passou de país cronicamente subdesenvolvido a potência imperialista da América do Sul, afirma. “Não só isso: hoje há um circuito muito mais vivo de ideias, artes plásticas, música e literatura. Com a vantagem de que somos leves e aceleramos rápido: temos só cinco séculos de história por trás e uma civilização para construir. ” Acredita que a sua geração pode fazer “tudo” pelo país: “Já que justamente temos muito espaço – não para conquistar, mas para criar. ” Isabel Coutinho2. Alexandre HerchcovitchA moda que evita estereótipos tropicais e sensuais
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulheres corpo