Alteração de medicamento pode salvar milhares de mulheres no pós-parto
Estudo da Organização Mundial de Saúde conclui que uma nova formulação da carbetocina, que previne hemorragias no pós-parto, é resistente ao calor, ao contrário do medicamento utilizado até aqui. (...)

Alteração de medicamento pode salvar milhares de mulheres no pós-parto
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estudo da Organização Mundial de Saúde conclui que uma nova formulação da carbetocina, que previne hemorragias no pós-parto, é resistente ao calor, ao contrário do medicamento utilizado até aqui.
TEXTO: Uma nova formulação do medicamento carbetocina, que previne hemorragias no pós-parto, pode salvar milhares de vidas, especialmente nos países mais pobres, conclui um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização explica que para os casos de hemorragias ocorridas no pós-parto tem sido utilizado, como primeira opção, a ocitocina. Mas este medicamento necessita de ser mantido num ambiente com uma temperatura entre os dois e os oito graus Celsius durante o armazenamento e transporte. Algo que é impraticável em países localizados em regiões quentes, tal como África. O novo estudo da OMS, que foi publicado no New England Journal of Medicine, conclui que a nova formulação da carbetocina não necessita de refrigeração e mantém a sua eficácia por pelo menos três anos a uma temperatura de 30 graus celsius e com 75% de humidade. De acordo com o mesmo estudo, cerca de 70 mil mulheres morrem anualmente na sequência de hemorragias no pós-parto, situação que coloca também em risco as vidas dos recém-nascidos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O estudo envolveu quase 30 mil mulheres grávidas de dez países diferentes (incluindo África do Sul, Argentina, Egipto, Índia e o Reino Unido). Foram administradas aleatoriamente injecções de carbetocina a partes do grupo e ocitocina à outra parte depois do parto. Os investigadores concluíram que a eficácia de ambos os medicamentos foi semelhante. Mas a carbetocina é resistente ao calor, ao contrário da ocitocina. Metin Gulmezoglu, especialista da OMS, diz que estas conclusões são “muito boas notícias para milhões de mulheres que dão à luz em partes do mundo sem acesso a refrigeração confiável”. Já o director-geral da organização, Tedros Ghebreyesus, afirma que isto pode “revolucionar a capacidade de manter mães e bebés vivos”. O objectivo, diz a OMS, é que a nova formulação esteja disponível em alguns países já no próximo ano.
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
Do mar para o espaço: Ana é a primeira cientista-astronauta portuguesa
É engenheira geotécnica e sempre se dedicou ao estudo dos mares mas, recentemente, Ana Pires quis dar um salto até ao espaço. Participou no Possum, um programa de investigação que estuda as nuvens noctilucentes e prepara astronautas para voos suborbitais. E isso valeu-lhe o diploma de cientista-astronauta, a primeira mulher portuguesa a receber este título. (...)

Do mar para o espaço: Ana é a primeira cientista-astronauta portuguesa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.25
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: É engenheira geotécnica e sempre se dedicou ao estudo dos mares mas, recentemente, Ana Pires quis dar um salto até ao espaço. Participou no Possum, um programa de investigação que estuda as nuvens noctilucentes e prepara astronautas para voos suborbitais. E isso valeu-lhe o diploma de cientista-astronauta, a primeira mulher portuguesa a receber este título.
TEXTO: “Quando somos pequeninos e nos perguntam o queremos ser quando crescermos, muitos respondemos que queremos ser astronautas. ” Quem o diz é Ana Pires, investigadora de 38 anos e a primeira mulher portuguesa a receber o título de cientista-astronauta. A “curiosidade pelo espaço, pelo incógnito e desconhecido” levaram-na a candidatar-se ao Polar Suborbital Science in the Upper Mesosphere (Possum), um programa de investigação apoiado pela NASA, que se debruça sobre o estudo das nuvens noctilucentes e prepara cientistas-astronautas para voos suborbitais. Terminou o curso em Outubro, depois de um mês e meio intensivo de aulas práticas e teóricas, na Universidade Aeronáutica de Embry Riddle, na Florida, e outro de aulas virtuais, enquanto ainda cá estava. Mas antes das nuvens, Ana Pires estudava os mares: “A minha área de investigação sempre foi a parte das geotecnologias do mar. Trabalhava com cartografia, sistemas de informação geográfica e aplicação da rocha nas obras marítimas”, conta. À licenciatura em Engenharia Geotécnica, mestrado na área dos minerais e rochas industriais e doutoramento no ramo das geociências, junta-se agora um novo mestrado, desta vez em Robótica e Sistemas Autónomos — área na qual está a trabalhar no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). Ana Pires achou que a sua área não se distanciava dos objectivos do programa Possum, até porque encontra, entre o que é feito debaixo de água e no espaço, um ponto comum — “o desconhecido”. Mais ainda, quis “levar para lá os conhecimentos adquiridos no ISEP e no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc-Tec, na sigla em inglês)”, e trazer para casa novas competências e a possibilidade de “futuras cooperações. ”Não foi a primeira portuguesa a participar neste projecto. Em 2016, Rui Moura integrou o Possum e foi nesta altura que Ana Pires se interessou no programa. “O professor [Rui Moura] tem muitos conhecimentos e estava numa perspectiva diferente da minha, até porque é piloto, mas eu fiquei sempre curiosa”, conta. Dois anos mais tarde, concorreu, foi uma dos 11 escolhidos e, com a ajuda das instituições a que está ligada, o ISEP, o Inesc-Tec e o Instituto Politécnico do Porto (IPP), conseguiu pagar a propina de cinco mil euros que lhe garantia a entrada. O principal objectivo do Possum é “medir características das nuvens noctilucentes, de forma a obter dados para conseguir ter algum feedback em termos de mudanças climáticas”, explica. As nuvens noctilucentes são as nuvens mais altas da atmosfera — estão a 83 quilómetros, na mesosfera — e têm interesse porque são sensíveis às mudanças climáticas, influências solares e terrestres: pequenas mudanças no ambiente atmosférico podem levar a grandes alterações nas propriedades destas nuvens. O Possum quer chegar a elas, mas, para isso, precisa de voar até à mesosfera e voltar à Terra: “Para observar as nuvens noctilucentes, há que fazer quase um arco que nos leva ao nosso objectivo e depois cair de volta à Terra”, por outras palavras, há que fazer um voo suborbital. Até hoje, só foram realizados nove voos suborbitais tripulados — o último, realizado na semana passada pela Virgin Galactic, levou dois pilotos e um manequim —, mas o grupo que Ana Pires integrou também recebeu formação para participar num voo destes: “Tivemos a oportunidade de, num simulador, fingir que estamos num voo suborbital, onde tínhamos que recolher informação, tirar fotografias e filmar o que estávamos a ver”, refere a investigadora. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Além desta experiência, Ana Pires participou em voos acrobáticos, para sentir as forças G, “aquilo que os astronautas sentem quando estão a arrancar para o espaço”: “É incrível perceber que, do ponto de vista psicológico, queria sempre mais, mas fisicamente não aguentei o primeiro voo e acabei por vomitar”, ri. Participou também numa simulação de uma câmara hipobárica, onde “a sensação é a de estar a muitos pés de altitude” e experienciou os sintomas de hipoxia. “Senti a cara a arder, mas não perdi a consciência, não despenhei o avião que estava a simular que pilotava e mantive coerência na conversa que estava a ter com o médico que nos assistia de fora da câmara”, relata a cientista-astronauta. A troca de conhecimentos entre as pessoas que integravam o grupo multidisciplinar foi, para a Ana Pires, a grande mais-valia. Ainda se reúnem todos os meses, virtualmente, para discutir o que pode ser feito no futuro: “Tentamos perceber como é que, com o nosso background e conhecimentos, podemos ajudar no projecto de investigação que eles têm. ” Recentemente, foi seleccionada, no âmbito do mesmo programa, para fazer parte de um curso mais específico: “Ainda é prematuro”, explica, mas “está ligado a tecnologias e instrumentação, usando fatos espaciais, mas com o enquadramento da geologia lunar e de Marte. ”"Quero estudar, investigar e adquirir dados para este projecto científico” e, se possível, ser a ponte entre “o que se faz no ISEP e no Inesc-Tec e o que se faz lá em cima, no espaço”, remata a cientista-astronauta. Não vai voar, até porque não é piloto, mas, no que dela depender, vai continuar com um pé no mar e outro no espaço.
REFERÊNCIAS:
Entidades NASA
A Maldição de Hill House e Sabrina: o terror a vazar da literatura para as séries
A Maldição de Hill House já tinha saltado da literatura para o cinema e estreia-se agora em formato de série. Também Sabrina regressa à televisão num tom mais sombrio e com questões do feminismo quotidiano a sarapintarem a narrativa sobrenatural – e com um gato Salem muito menos chistoso. (...)

A Maldição de Hill House e Sabrina: o terror a vazar da literatura para as séries
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Maldição de Hill House já tinha saltado da literatura para o cinema e estreia-se agora em formato de série. Também Sabrina regressa à televisão num tom mais sombrio e com questões do feminismo quotidiano a sarapintarem a narrativa sobrenatural – e com um gato Salem muito menos chistoso.
TEXTO: O género de terror, que foi ocupando o seu espaço sobretudo na literatura e nos cinemas, começa a alastrar-se de forma mais vincada no universo das séries: em Outubro, a tempo do Dia das Bruxas, estrearam-se duas. Tanto a Maldição de Hill House, criada por Mike Flanagan, como Sabrina são baseadas em livros, e são mais duas séries de terror que se juntam a outras do género que foram recentemente produzidas, como American Horror Story, Black Mirror, ou Stranger Things – e também a outras mais antigas (The Walking Dead, Sobrenatural, ou Bates Motel). Mais do que a mística por trás da casa assombrada mais famosa dos Estados Unidos, A Maldição de Hill House trata de enfrentar os fantasmas do passado – tanto de um ponto de vista metafórico como literal –, que vão sendo revelados ao longo dos episódios na dose certa. Centrada na trama familiar, a série acompanha a vida de cinco irmãos – alternando entre o presente e o passado, quando viviam com os seus pais na mansão assombrada. O guião foi adaptado do romance com o mesmo nome (publicado em 1959) da escritora norte-americana Shirley Jackson – a mesma autora de Sempre Vivemos no Castelo e A Lotaria –, uma obra frequentemente apontada como uma referência por grandes nomes do terror e do fantástico, como Stephen King, que já admitiu que a série produzida por Mike Flanagan “é praticamente um trabalho de génio”. As obras de Jackson vão além do seu lado tétrico e põem as mulheres em primeiro plano, desafiando as concepções do matrimónio e do lugar feminino na sociedade. Acabavam por ser a forma da escritora norte-americana se distanciar da armadilha em que ela própria admitia ter caído, uma forma de escapar da sua vida enquanto mãe de família e dona de casa. A Maldição de Hill House já foi adaptada duas vezes ao cinema (em 1963 por Robert Wise e em 1999 por Jan de Bont), mas passa agora dos grandes para os pequenos ecrãs, desviando-se em grande parte do enrendo original. Já Sabrina é uma adolescente que se vê obrigada a escolher entre o mundo dos humanos e o mundo da feitiçaria. As Arrepiantes Aventuras de Sabrina é a segunda versão televisiva da história impressa nas bandas desenhadas da Archie Comics, tal como a série Riverdale – o que leva o realizador das duas séries, Roberto Aguirre-Sacasa, a ponderar um cruzamento entre as narrativas. A nova versão de Sabrina é mais sombria do que a sua verão anterior de 1996, mais leviana (Sabrina, a Bruxinha Adolescente, protagnizada por Melissa Joan Hart). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ainda que a relação entre o feminismo e o mundo das bruxas não seja propriamente recente, a nova série de Sabrina demarca-se da anterior pondo a tónica no movimento – ainda que haja críticas de que não o esteja a fazer da forma mais correcta, cumprindo nas palavras de ordem mas falhando no conteúdo. Logo no primeiro episódio, uma das raparigas é assediada e apalpada, o que leva a personagem a deitar uns pózinhos para criar um grupo feminista de apoio na escola, enquanto vai questionando também os dogmas da comunidade feiticeira. É o actor Ross Lynch quem dá vida a Harvey nesta versão e as tias de Sabrina – a tia Hilda é interpretada por Lucy Davis e a tia Zelda é interpretada por Miranda Otto, a Eowyn de O Senhor dos Anéis – são agora donas de uma agência funerária. E, agora, o gato Salem surge como guia da adolescente, mas só mia, não fala e surge muito menos vezes (e com muito menos audácia) do que o antigo – o que além de uma escolha narrativa pode ser explicado pela alergia a gatos da protagonista, Kiernan Shipka (a Sally Draper de Mad Men).
REFERÊNCIAS:
Morreu Penny Marshall, realizadora de Big e Liga de Mulheres
Primeira realizadora a assinar um blockbuster na indústria americana foi também actriz de sucesso na televisão nos anos 1970. (...)

Morreu Penny Marshall, realizadora de Big e Liga de Mulheres
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Primeira realizadora a assinar um blockbuster na indústria americana foi também actriz de sucesso na televisão nos anos 1970.
TEXTO: A primeira coisa que quase todos os obituários americanos dizem de Penny Marshall, actriz e realizadora, falecida esta terça-feira aos 75 anos de idade, é reconhecer a sua importância na indústria americana: a sua segunda longa-metragem, Big (1988), lançou Tom Hanks, interpretando um miúdo de 12 anos num corpo de adulto, e foi o primeiro filme realizado por uma mulher a ultrapassar os cem milhões de dólares de receita nos Estados Unidos. A mesma indústria que lhe deu a oportunidade de passar à realização e que aclamou os seus êxitos, no entanto, também se esqueceu dela quando os êxitos secaram – ao todo, Penny Marshall apenas dirigiu sete longas-metragens, a última das quais em 2001 (Os Rapazes da Minha Vida, com Drew Barrymore no papel principal). Entre elas, contudo, estiveram outros êxitos de público e de crítica. Despertares (1990) adaptava o livro do neurologista Oliver Sacks, e valeu uma nomeação para os Óscares a Robert de Niro, que contracenava com Robin Williams; Liga de Mulheres (1992) contava a história inspirada em factos reais do baseball feminino nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, com um elenco liderado por Tom Hanks, Geena Davis e Madonna. Antes de passar para trás da câmara, contudo, Marshall tinha sido uma vedeta à frente da câmara, mesmo que apenas no pequeno ecrã. Foi actriz regular na comédia televisiva durante os anos 1960, quer como convidada quer como secundária, até o irmão, Garry Marshall (1934-2016), lhe ter dado uma personagem recorrente no êxito The Odd Couple (Mal por Mal… Antes com Elas). Mas foi só em 1976 que atingiu o renome em Laverne & Shirley, série construída em volta de duas personagens secundárias do êxito Dias Felizes. Laverne era Marshall, com Cindy Williams a dar-lhe a réplica como Shirley, e a série durou até 1983 na cadeia ABC. Carole Penny Marshall vinha do centro do humor americano – o Bronx, onde nasceu em 1942, na Grand Concourse, a mesma rua onde tinham vivido Neil Simon e Paddy Chayefsky. Através do irmão Garry, que fez longa carreira como argumentista de sitcoms antes de também ele passar ao cinema (com Pretty Woman ou Noiva em Fuga), apareceu noutras séries ao lado de nomes como Mary Tyler Moore, Carol Burnett ou Bob Newhart. Entre 1971 e 1981, foi esposa de Rob Reiner, o “cabeça de abóbora” de Uma Família às Direitas e mais tarde realizador de Um Amor Inevitável ou Uma Questão de Honra – curiosamente, Marshall fez audições para o papel de Gloria, a filha de Archie e Edith Bunker naquela comédia televisiva clássica e namorada da personagem de Reiner, mas foi preterida em favor de Sally Struthers. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Depois do cancelamento de Laverne & Shirley, da qual tinha realizado alguns episódios, Penny Marshall estreou-se na longa-metragem a pedido de uma amiga. Foi em Jumpin’ Jack Flash – Uma Mulher dos Diabos (1986), comédia de espionagem com Whoopi Goldberg, que pediu a Marshall que viesse dar uma ajuda depois do realizador original ter sido despedido. O filme não foi um grande êxito, mas levou a Big, que deu a Tom Hanks a sua primeira nomeação para os Óscares. Após Liga de Mulheres — para nós o seu melhor filme – Marshall apenas realizaria por mais três vezes — a comédia militar Direita Volver com Danny de Vito; Espírito do Desejo, com Denzel Washington e Whitney Houston; e Os Rapazes da Minha Vida. Diagnosticada em 2009 com cancro do pulmão que se estendeu ao cérebro, mas que derrotou em 2012, Marshall faleceu, de acordo com a sua porta-voz, de complicações relacionadas com diabetes.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Morreu a cantora Maria Guinot
Venceu o Festival da Canção em 1984, com a canção Silêncio e Tanta Gente, com a qual representou Portugal na Eurovisão. (...)

Morreu a cantora Maria Guinot
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Venceu o Festival da Canção em 1984, com a canção Silêncio e Tanta Gente, com a qual representou Portugal na Eurovisão.
TEXTO: A cantora, compositora e pianista Maria Guinot morreu aos 73 anos. A notícia foi dada pela SIC Notícias, este sábado. Maria Guinot representou Portugal no Festival Eurovisão em 1984, depois de ter vencido o Festival da Canção com Silêncio e Tanta Gente. A interpretação no Festival RTP ficou na memória: em solidariedade com os músicos em greve, Maria Guinot recusou o play-back adoptado nessa edição, e acompanhou-se a si mesma ao piano. Na Eurovisão, com a sua bela interpretação, Maria Guinot ficou em 11. º lugar, entre 19 países participantes no festival europeu naquele ano. Maria Adelaide Fernandes Guinot Moreno nasceu em Lisboa a 20 de Junho de 1945. Começou a estudar piano com apenas quatro anos. Em 1965, entrou no coro da Fundação Calouste Gulbenkian. Já em 1981, ficou em 3. º lugar no Festival RTP da Canção, com o tema Um Adeus, Um Recomeço. Ao longo da carreira, colaborou com nomes como José Mário Branco, Carlos Mendes e Manuel Freire. José Mário Branco foi produtor do álbum homónimo Maria Guinot, em 1990. O último disco, Tudo Passa, foi lançado em 2004, na sequência do livro Memórias de um Espermatozóide Irrequieto. De acordo com a SIC Notícias, abandonou a vida artística em 2010, após sofrer o terceiro AVC. O velório realiza-se no domingo, a partir das 17 horas, na Igreja da Parede, concelho de Cascais. Fonte da Paróquia da Parede informou à agência Lusa que as cerimónias fúnebres estão marcadas para as 10h45 de segunda-feira, seguindo depois o funeral para o cemitério de Barcarena, onde o corpo será cremado. Maria Guinot iniciou uma formação musical clássica, mas foi no modelo de canção que se destacou. Editou um primeiro single, em 1968, revelando-se como autora, na linha dos "baladeiros" que emergia na época. Apesar de ouvida na rádio, ficou afastada dos palcos durante vários anos. O regresso aconteceu em 1981, com Um Adeus, Um Recomeço, que lhe garantiu o 3. º lugar no Festival RTP da Canção, a edição de novos discos e a revelação de novas canções: Falar Só Por Falar, Vai Longe O Tempo, Um Viver Diferente. Foi, porém, em 1984, quando venceu o Festival da Canção, com Silêncio e Tanta Gente, que o seu nome chegou ao grande público. Em 1986, compôs Homenagem às mães da Praça de Maio, nos dez anos do início da concentração das mulheres que, em Buenos Aires, exigiam saber dos filhos desaparecidos durante a ditadura militar argentina (1976-1983). A canção foi uma das bandeiras do programa Deixem Passar a Música, da RTP, no qual Maria Guinot foi acompanhada por José Mário Branco, que produziu e dirigiu a orquestra. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No ano seguinte, lançou o seu primeiro álbum, Esta Palavra Mulher, numa edição de autor. Seguir-se-ia, Maria Guinot, com produção de José Mário Branco, e a participação de músicos como a violoncelista Irene Lima, o contrabaixista Carlos Bica, o saxofonista Edgar Caramelo e o percussionista João Nuno Represas. Até 2004, quando foi editado Tudo Passa, não há registo de outros disco de Maria Guinot. Escreveu Histórias do Fado (1989), com Ruben de Carvalho e José Manuel Osório, e manteve a intervenção política e social: subscreveu a saudação ao 30. º aniversário da Revolução Cubana, em 1989, com o actor Rogério Paulo, os escritores José Saramago e Natália Correia; condenou a política de não admissão de mulheres por bancos privados portugueses, no manifesto "Dizemos Não Aos Bancos Com Preconceitos", no início dos anos de 1990; fez parte do movimento pela despenalização do aborto e da Frente para a Defesa da Cultura, que, na época, marcou a contestação do sector. Recebeu, em 2011, a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave aborto cultura concentração mulher social mulheres corpo cantora
Em 2014 as meninas continuaram a responder por Maria, os rapazes por João
Nomes mais escolhidos no ano passado foram semelhantes aos de 2013. Mas os Franciscos destronaram os Martins. (...)

Em 2014 as meninas continuaram a responder por Maria, os rapazes por João
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nomes mais escolhidos no ano passado foram semelhantes aos de 2013. Mas os Franciscos destronaram os Martins.
TEXTO: Quem entrou numa maternidade portuguesa durante o ano passado e perguntou pelo bebé João teve 1809 oportunidades de ver o pedido acedido. Mesmo assim, o valor é modesto ao lado das 4809 Marias que nasceram em 2014. Estes foram, tal como já tinha acontecido em 2013, os nomes mais escolhidos pelos pais, segundo os dados avançados ao PÚBLICO pelo Instituto dos Registos e Notariado (IRN). Entre os 25 nomes mais utilizados num ano em que a natalidade em Portugal parece ter estabilizado, contrariando a tendência verificada nos últimos três anos de abruptas quedas que trouxeram o declínio demográfico para o centro do debate político, é possível encontrar várias escolhas tradicionais portuguesas, como Beatriz, Mariana, Margarida ou Madalena, lado a lado com opções como Luana, Bianca ou Íris. No caso dos bebés rapazes, os primeiros 25 lugares, indicam os dados do IRN, são ocupados por nomes como Santiago, Tomás, Afonso, Guilherme, Pedro, Salvador ou Vicente, surgindo apenas mais abaixo na tabela nomes como Diego, Leandro ou Enzo. O ano de 2014 foi também um ano em que as Carminhos se afirmaram definitivamente em relação às Carmos. O tradicional nome português só foi escolhido 18 vezes, contra as 107 da versão que era conhecida como diminutivo e que agora pode ser registada. O mesmo acontece com as três Rosários, mas que neste caso apenas encontram seis Rosarinhos. Alguns nomes como Fernanda, Elisabete, Natália ou Graça estão praticamente no fundo da tabela, tal como acontece com o Augusto, o Domingos, o Alberto. Os registos mostram ainda que na altura de chamar dois nomes, a Maria Inês continua a ser a combinação mais provável nas meninas, registada por 603 pais, seguida por Maria Leonor, Maria Francisca, Maria Clara e Maria Carolina. O primeiro nome composto que não começa com Maria aparece em sexto lugar, com 161 registos de Ana Carolina. Sem ser com a conjugação mais comum com o nome Ana e Maria, é preciso avançar para o 9. º lugar e encontrar 130 Laras Sofias. À semelhança de 2013, não houve nenhuma Cátia/Katia Vanessa, parecendo a famosa combinação estar extinta, mas ainda foram registadas 36 bebés Sofias Alexandras, 32 meninas Yaras Filipas e 29 crianças com o nome Letícia Sofia. No caso dos rapazes, a escolha foi ainda mais variada, com o nome João Pedro a ser escolhido 343 vezes, seguido por Rodrigo Miguel (204), Pedro Miguel (174), Afonso Miguel (140) e João Miguel (138). A primeira combinação com “Maria” surge apenas no 7. º lugar, com 127 meninos chamados João Maria. Há também combinações mais originais, como 47 Santiagos Alexandres, ou 50 meninos Diego Miguel. Em relação a 2015, o ano ainda só agora começou, mas sabe-se já que o primeiro bebé a nascer foi a Maria Constança, no Centro Materno Infantil do Norte. A manter-se a tendência de 2014 ainda deveriam nascer mais 420 Constanças, ou 47 na versão composta de Maria Constança. Maria – 4809Matilde – 2062Leonor – 1859Beatriz – 1378Mariana – 1330Carolina – 1295Ana – 1120Inês – 1062Sofia – 980Margarida – 930Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. João – 1809Rodrigo – 1783Francisco – 1718Martim – 1663Santiago – 1428Tomás – 1400Afonso – 1378Duarte – 1244Miguel – 1207Guilherme – 1206Veja a lista completa aqui.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave infantil
Miley Cyrus responde aos rumores de casamento com Liam Hemsworth com fotografias
Há alguns dias que corriam rumores de que a cantora norte-americana e o actor australiano tinham casado no fim-de-semana. Esta parece ter confirmado, com fotografias de vestido branco, abraçada a Hemsworth. (...)

Miley Cyrus responde aos rumores de casamento com Liam Hemsworth com fotografias
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há alguns dias que corriam rumores de que a cantora norte-americana e o actor australiano tinham casado no fim-de-semana. Esta parece ter confirmado, com fotografias de vestido branco, abraçada a Hemsworth.
TEXTO: Há dez anos que estão juntos. Já estiveram noivos, separaram-se e voltaram a estar noivos anos depois. E agora, tudo indica, terão casado. Miley Cyrus publicou na quarta-feira fotografias de vestido de noiva, abraçada a Liam Hemsworth, aparentemente confirmando os rumores de que as duas estrelas teriam casado no fim-de-semana. Numa das descrições no Instagram Miley escreveu apenas uma data ("12. 23. 18"), indicando que a cerimónia terá acontecido a no domingo, um dia antes da véspera de Natal. Partilhou ainda no Twitter um vídeo a dançar ao som de Uptown Funk, de Bruno Mars. Cyrus e Hemsworth conheceram-se há dez anos, a propósito da gravação do filme A Melodia do Adeus, uma adaptação do livro do mesmo nome de Nicholas Sparks (The Last Song, no original). Em 2012, anunciaram o noivado, mas separaram-se logo no ano seguinte. Em 2015, voltaram a aparecem juntos em fotografias e acabaram por confirmar que estavam novamente juntos. No Twitter, Nicholas Sparks respondeu a uma das publicações de Miley Cyrus, dando os parabéns ao casal e escrevendo "isto deixa-me tão feliz". A casa onde os dois vivam juntos, em Malibu, foi destruída pelos fogos que afectaram a Califórnia, em Novembro. Ambos partilharam então nas redes sociais fotografias dos destroços, motivando as pessoas a doarem a diferentes organizações de apoio às vítimas dos fogos de Woolsey. "Passei o dia ontem em Malibu e foi incrível ver a comunidade a juntar-se e [as pessoas] a ajudarem-se umas às outras de qualquer forma como possível", escreveu o actor. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Cyrus apareceu no final da semana passada num sketch de Jimmy Fallon, para cantar uma versão actualizada do clássico de Natal Santa Baby, afirmando que a canção insinuava que a sua intérprete pede presentes ao Pai Natal em troca de se envolver com o mesmo. Na sua versão feminista, recusa os presentes, pedindo antes igualdade salarial e que não lhe apalpem o rabo no trabalho. Esteve também no programa Saturday Night Live, para reinterpretar Happy Xmas (War Is Over) — de John Lennon —, ao lado de Mark Ronson.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade igualdade feminista
Albânia proíbe casas de apostas em 2019
Suicídios, divórcios e violência doméstica são comuns entre os albaneses depois de gastarem milhões de euros em jogos da sorte. (...)

Albânia proíbe casas de apostas em 2019
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Suicídios, divórcios e violência doméstica são comuns entre os albaneses depois de gastarem milhões de euros em jogos da sorte.
TEXTO: A Albânia vai fechar, a partir de 1 de Janeiro, as suas 4300 casas de apostas. Num dos países mais pobres da Europa, o jogo é fonte de lucro para o crime organizado, ao mesmo tempo que provoca vários problemas sociais. Neste país dos Balcãs com 2, 8 milhões de habitantes, há uma casa de apostas para cada 670 pessoas, uma percentagem “muito elevada” e muito superior à dos países vizinhos, disse à AFP o economista Klodian Tomorri. A lei aprovada em Outubro pelo Parlamento proíbe também os jogos online e impõe restrições aos casinos, sendo que alguns funcionam perto de escolas. Apenas os localizados em hotéis de cinco estrelas, em locais turísticos e com licença, poderão continuar a operar. Em declarações à AFP, Arta, de 31 anos, mãe de dois filhos, saúda a decisão, embora diga que chega "demasiado tarde" para salvar a família da tragédia: em Julho, o marido atirou-se de um prédio depois de perder uma aposta no jogo de futebol França-Bélgica, a contar para o Mundial Rússia 2018. Segundo um estudo da Universidade de Tirana, um em cada quatro jogadores já tentou suicidar-se pelo menos uma vez e 70% têm problemas psicológicos. SOS – Serviço Nacional de Socorro 112SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) 21 354 45 45 91 280 26 69 96 352 46 60Telefone da Amizade 22 832 35 35Escutar - Voz de Apoio - Gaia 22 550 60 70SOS Estudante (20h à 1h) 969 554 545Vozes Amigas de Esperança (20h às 23h) 22 208 07 07Centro Internet Segura 800 21 90 90 Linha Internet SeguraConversa Amiga 808 237 327 210 027 159Telefone da Esperança 222 030 707"Há uma estreita ligação entre o jogo e a violência doméstica, que conduz a crises muito graves em muitas famílias", disse à AFP Iris Luarasi, do Conselho Nacional de Assistência às Vítimas de Violência. A advogada Vjollca Pustina estima que 70% dos divórcios estão relacionados com problemas de jogo. O Governo albanês anunciou que serão criados centros para ajudar os antigos jogadores, mas a sua abertura a 1 de Janeiro parece incerta. "O vício do jogo é uma doença que deve ser tratada logo que as agências de apostas fechem. De momento, não existem centros de reabilitação", disse à AFP a professora de ciências sociais Menada Petro, da Universidade de Durres. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Segundo dados oficiais, os albaneses gastam entre 140 e 150 milhões de euros por ano em apostas desportivas. Mas, tendo em conta as apostas ilegais, este valor sobe para 700 milhões de euros, estima o Governo. Para o primeiro-ministro Edi Rama, o objectivo da nova lei é impedir que o crime organizado obtenha lucros através desta indústria, que também utiliza para o branqueamento de capitais. Contudo, "a guerra [contra o crime organizado] vai continuar porque os criminosos estão a alterar a sua estratégia", disse, recentemente, numa entrevista transmitida na televisão.
REFERÊNCIAS:
Étnia Albaneses
Portugueses têm menos filhos do que gostariam, diz fundo da ONU para a população
O relatório sobre a situação da População Mundial 2018 refere que a decisão das mulheres sobre a data e número de filhos está directamente ligada ao desenvolvimento económico e social das populações. (...)

Portugueses têm menos filhos do que gostariam, diz fundo da ONU para a população
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O relatório sobre a situação da População Mundial 2018 refere que a decisão das mulheres sobre a data e número de filhos está directamente ligada ao desenvolvimento económico e social das populações.
TEXTO: A directora da representação do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) disse nesta sexta-feira que em Portugal as mulheres e os casais têm menos filhos do que aqueles que desejam, tendo o país uma taxa de fecundidade baixa. Mónica Ferro, que participou no Parlamento português na apresentação do Relatório sobre a evolução da população mundial de 2018, do UNFPA, declarou à agência Lusa que, em Portugal, em média" as mulheres e os casais querem ter cerca de 2, 3 filhos e na realidade têm 1, 2". "Portugal tem as mesmas barreiras que têm os outros países altamente desenvolvidos e que estão na categoria de baixas taxas de fertilidade, que são as dificuldades económicas, as barreiras institucionais e as barreiras sociais", adiantou. "Embora haja acesso à saúde sexual e reprodutiva e ela faça parte dos cuidados primários de saúde em Portugal, muitas mulheres e muitos casais relatam histórias de dificuldade na conciliação entre a vida familiar e a profissional, falta de cuidados infantis ou destes serem demasiadamente caros e não lhes permitir poder ter uma vida profissional e familiar e a realização do projecto de fertilidade que querem", observou. A directora da representação do UNFPA em Genebra explicou que esta situação "tem a ver também com o facto de em Portugal, embora a igualdade de género esteja consagrada na lei, existe um hiato salarial em que as mulheres ganham menos do que os homens, não obstante o grau de desenvolvimento do país e o facto de existir um leque de opções muito grande no que diz respeito aos direitos reprodutivos, ainda persistem alguma barreiras económicas, institucionais e sociais que impedem de terem o número de filhos que querem". Para Mónica Ferro, esta é uma "situação preocupante em Portugal", que só pode ser resolvida através de um grande investimento público e políticas proactivas de conciliação do trabalho com a vida familiar, no investimento dos serviços de apoio à infância e incentivos fiscais, para se conseguir que a taxa cresça novamente. "Essa é a grande preocupação dos países que estão organizados nesta categoria, com o aumento do bem-estar, com as garantias de nutrição, com a diminuição da taxa de mortalidade, a população começou lentamente a estabilizar. Ao baixar a fertilidade e o número de filhos, nota-se que a população vai envelhecendo e felizmente vive-se hoje mais tempo e com mais qualidade do que em qualquer outro momento da história da humanidade, mas a população jovem em idade produtiva está a diminuir", explicou. Para a especialista, antiga deputada do PSD, "isto lança um desafio muito grande" a nível destes países de baixa fecundidade, "em matéria de sustentação do modelo económico que existe, sustentação do sistema de Segurança Social e até a manutenção dos mercados como estão desenhados, porque a Economia de um país é toda desenhada em função de pilares - a mão-de-obra disponível, o sistema de segurança social, o mercado de trabalho - e, portanto, a diminuição da mão-de-obra disponível está a alterar esses equilíbrios". "A maior parte dos países europeus, com perfis demográficos semelhantes aos portugueses, estão muito preocupados com a sustentabilidade da Segurança Social e do mercado de trabalho. Há países que tinham taxas de fertilidade muito baixas e que fizerem investimentos políticos muito fortes e que agora estão a ver as suas populações a voltar a crescer", disse. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mónica Ferro deu como exemplo a França e a Noruega, que fizeram investimentos públicos muito grandes em licenças de maternidade e de paternidade pagas, em cuidados infantis, sistemas de creches e infantários, com muitos incentivos fiscais a casais com mais filhos e também com políticas de subsídios de nascimento e à infância. A responsável do UNFPA vincou que este problema tem de ser tratado através de uma mistura de políticas públicas e de programas e, portanto, os incentivos governamentais, como o de apoio à natalidade, o chamado "cheque-bebé", "têm de estar sempre em primeira linha, mas é uma transformação societal, estrutural que tem de ser feita". O relatório sobre A situação da População Mundial 2018, com o tema "O Poder de Escolha - direitos reprodutivos e transição demográfica", apresentado em Lisboa, no Grupo Parlamentar de População e Desenvolvimento, refere que a decisão das mulheres sobre a data e número de filhos está directamente ligada ao desenvolvimento económico e social das populações.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
"Na democracia só há um Norte, a Constituição", afirma Bolsonaro
Presidente eleito chegou esta terça-feira a Brasília para dar início ao processo de transição. Equipa não tem mulheres, mas tem políticos a responder por suspeitas de crimes na justiça. (...)

"Na democracia só há um Norte, a Constituição", afirma Bolsonaro
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente eleito chegou esta terça-feira a Brasília para dar início ao processo de transição. Equipa não tem mulheres, mas tem políticos a responder por suspeitas de crimes na justiça.
TEXTO: No primeiro acto oficial em que participou como Presidente eleito, Jair Bolsonaro, reafirmou a promessa de que irá governar em respeito da Constituição. Na véspera, foi revelado o elenco que compõe a equipa de transição e entre os 27 nomes, todos de homens, há três que estão a suscitar polémica. Bolsonaro usou os conhecimentos que adquiriu na sua carreira militar para dizer que na topografia há três Nortes: o geográfico, o magnético e o do mapa. "Mas na democracia só há um Norte, o da Constituição", afirmou durante um curto discurso no Congresso, na cerimónia que assinalou o 30. º aniversário do texto constitucional. O tom da intervenção do Presidente eleito seguiu a linha do seu discurso logo na noite das eleições, em que também prometeu respeitar a Constituição e unir o país. Das bancadas do Congresso, Bolsonaro ouviu apelos para fazer o gesto com as mãos em que aponta uma arma – uma imagem de marca da campanha. Fê-lo de forma discreta e, logo de seguida, juntou as mãos para fazer um coração. A Procuradora-Geral, Raquel Dodge, deu a resposta mais acutilante: "Não basta reverenciara Constituição. É preciso cumpri-la", declarou. Fez ainda finca-pé na defesa das minorias, do ambiente e da liberdade de imprensa. Até poucos minutos antes do plenário, os media não tiveram acesso ao plenário. Bolsonaro chegou a Brasília para dar início aos trabalhos de transição, um dia depois de ter revelado a composição da equipa que irá coordenar os trabalhos nos próximos meses. Não há nenhuma mulher entre os 27 membros da equipa que até à tomada de posse, a 1 de Janeiro, irá preparar o terreno para o novo Governo brasileiro, que se perspectiva como o mais à direita desde a redemocratização. Espera-se que durante os próximos dias, Bolsonaro continue a revelar a composição do executivo, mas mantém-se a grande dúvida acerca da intenção de anexar a pasta do Ambiente ao Ministério da Agricultura – uma decisão que a oposição tem criticado por abrir a porta a um controlo da indústria agro-alimentar das regulações ambientais. Bolsonaro tem avançado e recuado em relação a esta ideia, mas nenhuma decisão foi ainda tomada. O desenho dos grupos de trabalho que vão orientar a equipa de transição junta a “produção sustentável, agricultura e meio ambiente”, diz o El País Brasil, sugerindo que o futuro ministério poderá agrupar as pastas. O Presidente eleito nomeou para a equipa de transição um dos proprietários da AM4, a principal prestadora de serviços de Internet à campanha de Bolsonaro e que terá estado envolvida no esquema de disparos automáticos de mensagens através do WhatsApp. De acordo com a investigação da Folha de São Paulo divulgada no mês passado, a AM4 impulsionou o envio de milhares de mensagens contra o Partido dos Trabalhadores (PT), possivelmente com conteúdos falsos, para utilizadores daquela rede social. O Tribunal Superior Eleitoral abriu um inquérito para averiguar as acusações, que, se provadas, podem configurar uma violação da lei eleitoral e, eventualmente, a anulação da candidatura. O dono da AM4, Marcos Aurélio Carvalho, que integra agora a equipa de transição, negou a prática e disse na altura em que foi publicada a investigação que “quem faz a campanha [de apoio a Bolsonaro] são os milhares de apoiantes voluntários espalhados em todo o Brasil”. Outro membro da equipa é o deputado do Partido Social Liberal Julian Lemos que foi acusado de violência doméstica pela ex-mulher e de agressões e injúrias pela irmã, e chegou a ser condenado em primeira instância por apresentação de documentos falsos. Apesar de condenado a um ano de prisão, o caso prescreveu antes de ser analisado pelo tribunal de recurso, de acordo com o site Congresso em Foco. Os dois processos em que Lemos foi acusado de violência doméstica acabaram por ser arquivados depois de a ex-mulher ter retirado as queixas. O processo movido pela irmã, que diz ter sido agredida e injuriada enquanto tentava apaziguar uma discussão entre Lemos e a ex-mulher, continua activo. Entre os membros da equipa de transição está ainda Paulo Uebel, secretário municipal da Câmara de São Paulo, que está a ser investigado pelo Ministério Público por suspeita de improbidade administrativa (conduta que viola princípios da Administração Pública). Antes de viajar para Brasília, Bolsonaro deu uma entrevista à TV Bandeirantes em que disse “desconfiar” da proposta de reforma da Previdência (o sistema de pensões) defendido pelo futuro ministro das Finanças e da Economia, Paulo Guedes. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Bolsonaro defendeu mudanças no actual sistema, mas “sem colocar em risco nem levar pânico à sociedade” e mantendo as modalidades em vigor para alguns sectores, como os militares e as forças de segurança. O Presidente eleito voltou ainda a afastar a hipótese de continuar a demarcação de terras indígenas, algo que repetiu durante a campanha, apesar de ser uma disposição prevista pela Constituição. Bolsonaro diz que as reservas actuais são “superdimensionadas” e que são suficientes para as necessidades das comunidades indígenas. "Índio é um ser humano como nós. Ele quer empreender, quer luz eléctrica, quer médico, quer dentista, quer um carro, quer viajar de avião", afirmou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens lei violência tribunal mulher prisão social violação doméstica pânico